Você está na página 1de 4

Universidade de Pernambuco (campus mata Norte)

Disciplina: História das Relações Familiares no Brasil (eletiva)


Docente: Maria Gilda de Freitas Araújo
Discentes: Maria Camila dos Santos, Maria Poliana Paula Pereira de
Freitas

Questões propostas (avaliação)

1- o que difere no conceito de família, a constituição federal de 1988 a de


1946?
Sabe-se, que ao longo do tempo o conceito de família sofreu algumas
modificações no Brasil, principalmente no que se compara no início do
período Colonial, com a chegada dos portugueses nas Amaricas até a época
repúblicana. As constituições federais que foram criadas aqui no Brasil, cada
uma delas tinham seu modo particular de contextualizar o que é família e como
esse conceito é inserido na sociedade. Sendo assim, a constituição de 1988 é
mais abrangente e inclusiva do que na Constituição de 1946. Ou seja, na
Constituição de 1946, vem tratar de um modelo mais tradicional de família,
enfatizado como nuclear, sendo composta por um casal heterossexual e seus
filhos, baseado no casamento civil. A constituição de 1946 também não
reconhecia os direitos e proteções legais para as uniões estáveis, e os filhos de
uniões não matrimoniais. Em contradição, a Constituição de 1988 tem outra
forma de delegar esse conceito, sendo assim, considera a família como a base
da sociedade, mas o conceito é mais amplo e flexível. A família não é definida
apenas pelo casamento civil, mas também inclui as uniões estáveis, as famílias
monoparentais, as famílias formadas por casais homoafetivos e etc. Portanto,
cada uma citada está inseria no contexto social do seu tempo, pois foram
criadas com as alternativas pressumida com a realidade.
2- O conceito de família também está presente no ECA, estatuto da criança e
do adolescente lei n° 80.69 de 1990. O que é, portanto, família para o ECA e
quais os tipos de família que o Estatuto apresenta?
De acordo com o ECA ( estatuto da criança e do adolescente) "é ela o núcleo
ideal do pleno desenvolvimento da pessoa; instrumento de realização do ser
humano". Com isso, pode-se perceber, que para o estatuto, a família não é só
se limitada ao conceito tradicional da constituição de 1946, no qual as famílias
se definia atravéz do matrimônio. Por outo lado, o mesmo estatuto delega que
a família é o núcleo fundamental para o desenvolvimento e o bem-estar da
criança e do adolescente, e é composta por qualquer dos pais ou por ambos,
bem como por outros parentes, por adoção ou por afinidade. Dessa forma,
define que qualquer leito famíliar terá a proteção do Estado, mas para isso tem
que demostar afeto, cumplicidade, amor, companheirismo, ou seja, não é
apenas fundamentada pelo casamento, por ventura, estabeleça uma união
estável e saudável. Contudo, o ECA reconhece que existem diferentes tipos de
família, para além do modelo tradicional de família nuclear. Alguns exemplos de
tipos de família que são reconhecidos pelo ECA incluem:
1. Família nuclear: formada por pai, mãe e filhos.
2. Família monoparental: formada por um único pai ou mãe, que exerce a
função tanto de provedor quanto de cuidador dos filhos.
3. Família extensa: além dos pais e filhos, inclui parentes próximos, como avós,
tios, primos, etc.
4. Família substituta: aquela que acolhe temporariamente ou em caráter
permanente uma criança ou adolescente que está fora do convívio familiar por
motivos diversos, como abandono, negligência ou violência.
5. Família adotiva: aquela que é adotada por meio legal, formada por país que
não possuí laços sanguíneos.

3- Quais os tipos de Família que a Constituição Federal não aceita?


A CF/88, no seu artigo 226, prevê que a família é base da sociedade, tendo o
Estado o dever de provê-la especial proteção. Além de estabelecer o caráter
civil e gratuito do casamento (§ 1°), a efetividade civil ao casamento religioso (§
2°), a igualdade dos direitos e dos deveres aos homens e às mulheres na
sociedade conjugal (§ 5°), a possibilidade de dissolução do casamento civil
pela separação judicial e pelo divórcio (§ 6°), a livre decisão do planejamento
familiar pelo casal, fundada nos princípios da dignidade da pessoa humana e
da paternidade responsável (§ 7°), e a assistência à família na pessoa de cada
um dos que a integram, a fim de criar mecanismos para coibir a violência no
âmbito das relações intrafamiliares (§ 8°), encontra-se, no referido artigo, a
previsão de como se estrutura uma família. A Constituição Federal de 1988 não
faz uma distinção explícita entre diferentes tipos de famílias que não são
aceitáveis. Pelo contrário, a Constituição adota um princípio mais amplo de
proteção à família, reconhecendo sua importância como base da sociedade. O
artigo 226 da Constituição trata do tema da família e estabelece os seguintes
princípios:
- Entidade Familiar: A Constituição reconhece como entidade familiar a
comunidade formada por qualquer dos pais e seus descendentes. Isso significa
que famílias monoparentais, onde há apenas um dos pais com seus filhos, são
igualmente reconhecidas e protegidas.
- Casamento e União Estável: A Constituição assegura a proteção ao
casamento civil, estabelecendo seus requisitos e efeitos legais. Além disso,
reconhece a união estável entre homem e mulher como entidade familiar,
conferindo-lhe os mesmos direitos e obrigações do casamento.
- Igualdade: A Constituição reforça o princípio da igualdade entre cônjuges,
proibindo qualquer forma de discriminação no casamento e na união estável.
- Família como Base da Sociedade: A Constituição destaca a família como a
base da sociedade e atribui à sociedade e ao Estado o dever de amparar as
famílias em situação de vulnerabilidade.
Portanto, a Constituição Federal de 1988 não exclui nenhum tipo específico de
família. Ela reconhece e protege diversas configurações familiares, incluindo
aquelas formadas por casais heterossexuais ou homossexuais, famílias
monoparentais, entre outras, desde que estejam baseadas no afeto e no
respeito mútuo. O princípio fundamental é a proteção da dignidade e dos
direitos de todos os membros da família, independentemente de sua
composição.

4- O que vem a ser mãe solo?


A Constituição Federal de 1988 não usa a expressão "mãe solo", mas
reconhece a proteção às famílias monoparentais, ou seja, aquelas em que um
dos pais, seja a mãe ou o pai, assume a responsabilidade exclusiva pelos
filhos. É importante destacar que a Constituição não faz distinção de gênero
em relação a quem pode ser o responsável exclusivo pelos filhos em uma
família monoparental. Portanto, tanto as mães solteiras quanto os pais solteiros
estão amparados pela Constituição.
O reconhecimento e a proteção de tais famílias estão em conformidade com os
princípios de igualdade e proteção à dignidade, que são fundamentais na
Constituição. A mãe ou pai que cria e sustenta seus filhos sozinho tem direitos
e obrigações assegurados pela legislação, incluindo questões relacionadas à
guarda, pensão alimentícia e outros aspectos legais que visam garantir o
bem-estar dos filhos. Alguns dos artigos da Constituição que embasam esses
direitos incluem:
- Artigo 226, § 5º: Este artigo reconhece a união estável como entidade familiar,
assegurando-lhe proteção do Estado. Embora não mencione explicitamente as
famílias monoparentais, a união estável é uma alternativa reconhecida para a
formação de famílias e pode incluir situações em que apenas um dos pais
assume a responsabilidade pelos filhos.
- Artigo 227: Este artigo trata dos direitos da criança e do adolescente e
estabelece que é dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à
criança e ao adolescente, com absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à
alimentação, à educação, ao lazer, à dignidade, ao respeito e à convivência
familiar e comunitária. Isso inclui a proteção dos direitos das crianças em
famílias monoparentais.
- Artigo 5º: Este artigo estabelece os princípios fundamentais da igualdade, da
dignidade, da liberdade e da não discriminação. Ele sustenta os princípios de
igualdade de gênero e não discriminação em questões relacionadas à
formação e à manutenção das famílias. Além da Constituição Federal, leis
infraconstitucionais, como o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) e o
Código Civil, abordam questões específicas relacionadas aos direitos e
responsabilidades dos pais e filhos em famílias monoparentais. Portanto,
embora não haja um artigo específico que mencione tal nomenclatura, os
direitos dessas famílias são garantidos por meio de uma série de disposições
constitucionais e legais que visam proteger o bem-estar das crianças e dos
responsáveis por elas.

Referencias:
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm acesso em:
07/09/2023
https://constituicao.stf.jus.br/dispositivo/cf-88-parte-1-titulo-8-capitulo-7-artigo-2
26 acesso em: 07/09/2023

Você também pode gostar