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AULA 1 – Notas introdutórias ao direito de família

- Conceito de Direito de família: a doutrina diz que este é um conceito sempre


inacabado, pois ele é modificado a partir de mudanças sociais ao longo do tempo.

- O STF reconhece a família como uma instituição privada, que deve ser
voluntariamente constituída. Ou seja, depende da vontade das pessoas. As pessoas
mantêm com o Estado e com a sociedade uma relação tricotômica.

- O Brasil passou por diversas modificações históricas, culturais e sociais que


influenciaram diretamente no conceito de família.

- Ao analisar marcos legais ao longo do tempo, temos que interpretar e compreender


qual era o contexto social da época que aquela norma foi criada. É bom ter isso em
mente para não ficarmos chocados com algumas coisas.

- Código Civil de 1916: o Presidente da comissão de trabalho, jurista encarregado do


CC/16, recebeu a árdua tarefa de elaborar o Código no ano de 1899. Então, o contexto
social da época e as relações familiares da época era conservadora, patriarcal, o que
refletiu na legislação.

- A família no CC/16 era considerada matrimonial. A família era construída de maneira


social e jurídica baseada no casamento civil. Então, apenas o casamento civil formava
a família legitima.

- As relações não-matrimoniais não eram tuteladas pelo Código Civil. Os anos em que
havia a regência pelo CC/16, a tutela jurídica não alcançava diversos núcleos
familiares, excluindo diversas mulheres que não eram casadas no civil.

- O homem, também, era considerado o chefe da família e poderia tomar todas as


decisões da família. A esposa nada decidia. A maioridade era aos 21 anos, naquela
época. A mulher ao completar 21 anos era capaz civilmente. Contudo, caso se casasse,
tornava-se relativamente incapaz. Ela descia um grau na escada da capacidade. Até
para trabalhar a mulher precisava de autorização do marido.

- Para os filhos também era complexo. Vejamos a classificação de filhos: (i) filhos com
filiação biológica: relação consanguínea; (ii) filhos com filiação civil: filhos adotados.
Os filhos com filiação biológica eram divididos em: (i.i) filhos legítimos: provenientes
de pais casados civilmente; (i.ii) filhos ilegítimos: provenientes de uma relação
extramatrimonial. Entre os filhos ilegítimos, abria-se uma outra classificação: (i.ii.i)
filhos ilegítimos naturais; (i.ii.ii) filhos ilegítimos espúrios. Os filhos ilegítimos naturais
eram filhos de pais que não eram casados, mas não tinham impedimento legal para se
casar. Enquanto os filhos espúrios eram provenientes de pais com impedimento legal
para se casar, ou seja, ou a mãe ou o pai já estava em uma relação matrimonial. Entre
os filhos espúrios, havia uma classificação entre espúrios adulterinos, que eram
provenientes de uma relação extramatrimonial. Já os filhos espúrios incestuosos,
eram provenientes de pais com relação de parentesco próximo.
- Estatuto da Mulher Casada (Lei 4.121/62): retirou da mulher casada a condição de
relativamente incapaz e também dispensou a mulher da autorização marital para o
trabalho. A mulher passou à condição de colaboradora na administração da sociedade
conjugal, mas ainda ficava em uma condição subalterna. A opinião/palavra dela não
era levada em consideração no momento da prática dos atos civis em relação aos
filhos. Em benefício da mulher, também foi instituído o que se chamou de bens
reservados, que era uma massa de bens reservados que não respondiam, em regra, às
dívidas contraídas pelo marido, ainda que tivessem sido contraídas em benefício da
família.

- Já houve no Brasil, o casamento indissolúvel. Até que em 1977, foi permitido o


divórcio. As divorciadas eram muito mal vistas.

- A CF/88 foi um grande marco de mudanças jurídicas. A CF trouxe a tábua axiológica


de valores que deveria ser seguida, inclusive pelo legislador infraconstitucional.
Analisando os artigos 226 a 230 da CF, percebe-se que o constituinte passou a utilizar
uma outra premissa da escola de direito civil constitucional, que é a função. Indo além
de observar o que é, observa-se qual a função da família. Nesse momento, a família
passa a ter uma função de ser uma instituição privada que contribui com a dignidade
de seus membros, em particular o desenvolvimento da personalidade de seus
membros.

- Principais mudanças da CF/88: proteção constitucional das entidades familiares


formadas fora do casamento civil, a igualdade de direitos entre homens e mulheres na
sociedade conjugal, a garantia da possibilidade da dissolução da sociedade conjugal
independentemente de culpa, pelo divórcio, trouxe o princípio da liberdade pelo
planejamento familiar e a previsão da intervenção estatal no núcleo familiar, no
sentido de proteger seus integrantes e coibir a violência doméstica.

- O CC/02 foi capitaneado por Miguel Reale. Sabe-se que esse CC demorou 30 anos
para ser aprovado e, por isso, no momento que ele entra em vigor ele já é defasado
em alguns aspectos.

- A União Estável não equivale a um casamento. A ausência de formalidade para sua


constituição é a própria característica dela.

- Outro tipo de unidade familiar que a CF reconhecer é a família monoparental: é o


tipo de arranjo familiar constituído por um dos pais e sua prole. Existem vários
exemplos disso: procriação assistida ou procriação independente.

- Fala-se também da família eudemonista, que é aquele núcleo familiar que busca a
felicidade individual e um processo de emancipação de seus membros. A Professora
tem dificuldades de entender essa configuração como núcleo familiar. Para ela, esse é
o objetivo de toda família na atualidade, não é exatamente um tipo de família.

- A busca pela felicidade individual de cada um, buscar a emancipação é o


objetivo/função de toda família e não um tipo de entidade familiar propriamente dito.
Porém, dependendo da doutrina, existe essa entidade.
- A família homoafetiva é colocada nos livros em separado, pois os casais
homoafetivos percorreram um longo caminho para ter seus direitos reconhecidos
perante os tribunais brasileiros. Aqui, importante destacar a Arguição de
Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) nº 132 e Ação Direta de
Inconstitucionalidade (ADI nº 4.277). Nessas ações, foi conferido o direito de famílias
homoafetivas de se registraram civilmente e de terem uniões estáveis.

- Existem outras famílias consideradas entidades familiares para algumas questões


especificas, mas não a encontramos no texto constitucional. Exemplo: família
anaparental. Família anaparental é aquela formada entre irmãos, primos ou pessoas
que têm uma relação de parentesco entre si, sem que haja conjugalidade entre elas e
sem vínculo de ascendência ou descendência. Ou seja, família sem pais.

- Famílias pluriparentais/famílias mosaico: família composta por várias peças


originárias de famílias diferentes.

- Tópicos recentes: (i) poliamor e (ii) reuniões poliafetivas. O Ministro João Paulo de
Noronha traz uma ótima definição de políamos: “configuram-se pela união múltipla e
simultânea de 3 ou mais pessoas. Apesar de não se apresentar bem sistematizada, é
possível encontrar em páginas voltadas para o poliamorismo algumas classificações
próprias.

- Uniões estáveis concomitantes, simultâneas e paralelas: ocorre quando uma pessoa,


paralelamente a um casamento civil, mantém relações com outras pessoa.
Atualmente, nem o STJ, nem o STF admitem a tese das uniões estáveis paralelas.

AULA 2 – Princípios do Direito de Família

- CF/88: A CF traz a tábua axiológica de valores. O primeiro princípio que guia o direito
de família é o da dignidade da pessoa humana. Historicamente, a dignidade da pessoa
humana assume uma relevância nos ordenamentos jurídicos do ocidente, após as 2
guerras mundiais.

- A dignidade da pessoa humana, pouco a pouco, vem assumindo a centralidade nos


ordenamentos jurídicos, de modo a se tornar um fim último no direito. Sempre se usa,
até hoje, aquele dizer de Emmanuel Kant para falar da dignidade da pessoa humana. É
atribuída a ele a elaboração teórica de que as coisas têm preço e as pessoas têm
dignidade. A pessoa não pode ser um meio para qualquer coisa, ela deve ser um fim
em si mesma.

- Após a promulgação da CF/88, a dignidade irá aparecer como um fundamento, mas


aparece, também, em outras passagens do texto constitucional.

- A dignidade é um fator de limitação da liberdade de planejamento familiar. A


dignidade aparece, também, na parte que trata das pessoas presumidamente
vulneráveis no texto constitucional: crianças, idosos, adolescentes.
- Conceito de dignidade: a priori, não é possível definir teoricamente o conceito de
dignidade. Diante do caso concreto, analisando as circunstâncias da situação, define-
se os parâmetros da dignidade.

- Princípio da solidariedade familiar: vem de uma reflexão de liberdade das escolhas


que os integrantes da família têm na intimidade do recesso familiar. Esse princípio
impede que qualquer pessoa jurídica intervenha no que a família faz em seu recesso
íntimo. Veja que o exercício das liberdades não é absoluto e é limitado pelo próprio
princípio da solidariedade. Para que o ambiente familiar possa cumprir o papel de
desenvolvimento da personalidade de seus membros, há que se garantir a democracia
no âmbito da família.

- As escolhas familiares estão sempre atreladas a figura do outro. Essa nova


estruturação da família reflete que cada pessoa seja tutelada em uma série de
necessidades e relações. Então, quando uma dessas pessoas não está em uma posição
de igualdade material, igualdade substancial, o direito irá intervir no que se chama de
tutela das vulnerabilidades e assimetrias econômicas e informativas.

- A solidariedade estabelece uma série de deveres jurídicos de um em relação aos


outros. A CF traz a criança, o adolescente, o jovem, o idoso, a pessoa com deficiência,
a mulher, como pessoas presumidamente vulneráveis.

- O terceiro princípio gera muita controvérsia: princípio da monogamia. O STJ não


admite a questão das uniões estáveis paralelas, nem ao poliamor. Nesse momento do
nosso ordenamento, há que se reconhecer, ao menos em termos de legislação e
jurisprudência, que existe o princípio da monogamia. Em vários livros, esse princípio
nem é abordado.

- Há também o princípio da liberdade do planejamento familiar. Esse princípio dá às


pessoas a possibilidade de escolher quantos filhos quer ter, se quer ter, etc. No
entanto, essa liberdade também não é a absoluta. A parentalidade responsável e a
dignidade da pessoa humana são princípios que limitam a liberdade de planejamento
familiar.

- Princípio do melhor interesse da criança: aparece especialmente em disputas de


guarda, conflitos envolvendo alimentos. A origem desse princípio é o instituto do
parens patri, que foi utilizado na Inglaterra como uma prerrogativa do rei de proteger
aqueles que não podiam fazê-lo por conta própria. Essa responsabilidade foi pensada
como a autoridade herdada do Estado para atuar como guardião de um individuo que
tem limitações jurídicas. Ao exercitar o parens patri, a preocupação não deveria ser a
controvérsia entre as partes conflitantes, nem mesmo tentar compor a diferença entre
elas, o bem estar da criança deve se sobrepor ao direito dos pais. Não é o que é melhor
para os pais, mas sim para o bem estar da criança.

- Princípio da afetividade: entende-se afetividade como a relação de carinho ou


cuidado que se tem com alguém íntimo ou querido, como um estado psicológico que
permite ao ser humano demonstrar emoções e sentimentos a outrem, sendo também
considerado como laço criado entre os homens, que mesmo sem características
sexuais, continua a ter uma parte de amizade mais aprofundada. Do ponto de vista da
psicanálise, a questão dos afetos merece ainda atenção especial, pois talvez pela
resistência que tenhamos em reconhecer as qualidades agressivas que todos nós
possuímos, tendemos no senso comum a equiparar o amor ao afeto. Muitas vezes
idealizando a família como um reduto só de amor. Idealização que se quebra quando
nos defrontamos com os conflitos familiares.

Casamento

Conceitos antigos:

- Conceito de Pontes de Miranda: O casamento é o contrato de direito de família que


regula a união entre marido e mulher. OBS.: Esse conceito de Pontes de Miranda está
defasado, porque pode ser em marido e marido e entre mulher e mulher.

- Conceito de Caio Mário: Casamento é a união de duas pessoas de sexo diferente


realizando uma relação físico-psíquica permanente. OBS.: Conceito também
defasado.

Conceito atual:

- Casamento é uma entidade familiar constituído de maneira solene entre duas


pessoas, formando uma comunhão de vida e afeto, que produz efeitos jurídicos nos
âmbitos pessoal e patrimonial.

- Aptidão para o casamento: é avaliado por meio de procedimento administrativo, de


iniciativa dos nubentes, que tramita perante o Cartório do Oficio de Pessoas Naturais
do domicilio de qualquer um dos nubentes, com o propósito de demonstrar a
inexistência de impedimentos matrimoniais e de causas suspensivas para o
casamento.

- Esse procedimento é composto por 4 fases:

1. Fase de requerimento e apresentação de documentação: o requerimento é feito de


próprio punho pelos nubentes, mas pode ter a representação por mandatário. O
mandato deve ser feito por instrumento público, com poderes específicos para isso.

Documentos: certidão de nascimento, prova do domicílio e outras.

Qualquer um dos nubentes, poderá optar por utilizar o sobrenome um do outro.


Nesse momento, é perguntado o tipo de regime de bens daquela comunhão.

2. Fase de expedição de editais de proclamas: os proclamas anunciam o casamento


dos nubentes. Antigamente, se fixava do lado de fora do cartório, esses editais que
proclamavam o interesse dos nubentes em se casar.

Hoje em dia, o casamento normalmente nem é feito no cartório. É comum que se faça
esse procedimento pela internet. Essa fase dura 15 dias, porque se for arguido algum
impedimento deverá se identificar. Se a pessoa só arguir e não comprovar, essa
pessoa poderá responder civilmente.

Caso haja alguma arguição de impedimento, é elaborada uma nota de oposição aos
noivos e é aberto um prazo de 3 dias para defesa. Às vezes, a habilitação é atrasada
por causa disso.

3. Fase de expedição de certidão habilitatória: essa certidão indica a habilitação do


casal para o casamento. Essa certidão produz efeitos jurídicos durante 90 dias. Esse
prazo é decadencial, ou seja, se os noivos não se casam em 90 dias, eles perdem o
direito de se casar. Vai ter que fazer o procedimento de habilitação todo novamente.

- Capacidade pro casamento: em 2019, houve alteração do art. 1.520, CC, que trata
dessa capacidade.

Art. 1.520. Não será permitido, em qualquer caso, o casamento de quem não atingiu a
idade núbil, observado o disposto no art. 1.517 deste Código.

- Idade núbil é a idade mínima para se casar: 16 anos (art. 1.517, CC).

- Se a pessoa tem mais de 16 e menor de 18 e é emancipada, ela não precisa da


autorização dos pais para o procedimento de habilitação do casamento. Porém, se a
pessoa ainda é relativamente incapaz, ela irá precisar da autorização dos pais.

- Se ambos os pais não querem consentir com o casamento, fica muito difícil. Porém,
se um autoriza e o outro não, é possível que esse conflito seja levado ao Poder
Judiciário. Sempre que um dos pais não concordarem, pode-se apresentar uma ação
de suprimento de consentimento.

OBS.: Os tutores também podem autorizar o casamento. Importante destacar que até
a celebração do casamento, os tutores/pais podem revogar a autorização.

AULA 3 – Impedimentos matrimoniais e causas suspensivas. Relações de


parentesco

- Base legal: CC, arts. 1521 e 1522; arts. 1591 a 1595; art. 1548, II.

- Impedimentos matrimonias: são hipóteses previstas taxativamente na legislação,


que uma vez constatadas não permitem o casamento civil. Se violadas, gera um
casamento nulo.

- Características dos impedimentos matrimoniais:

1. Rol taxativo: os impedimentos matrimonias estão definidos em lei. Não poderá a


doutrina, nem a jurisprudência criar novas situações de impedimentos.
2. Dizem respeito a questões morais: principalmente em relação ao princípio de
vedação ao incesto.

- Relações de parentesco
Conceito de Pontes de Miranda: é a relação que vincula entre si pessoas que
descendem umas das outras ou de autor comum, que aproxima cada conjuge dos
parentes do outro e que se se estabelece fictio juris entre adotante e adotado.

Conceito atual: o parentesco é um vinculo que une as pessaos umas com as outras,
podendo proceder de várias causas.

OBS.: Parentesco e família são categorias diferentes: cônjuges e companheiros


integram a familia, mas não são parentes entre si.

- Fontes de Parentesco: art. 1593, CC.

Art. 1.593. O parentesco é natural ou civil, conforme resulte de consangüinidade ou


outra origem.

1. Parentesco natural: liga pessoa com vínculo de sangue.

2. Parentesco civil: advém, primeiramente, da adoção, por sentença judicial de


adoção. A sentença de adoção rompe o parentesco com os parentes biológicos,
exceto para os impedimentos matrimoniais. Ou seja, um adolescente adotado,
mesmo que não possua mais relação de parentesco com sua família biológica, não
poderá se casar com eles, em razão dos impedimentos matrimoniais.

3. Parentesco por outras origens: cláusula geral de parentesco, que abarca outras
formas de parentesco definidas na jurisprudência. Essa cláusula geral de parentesco
está ligada a uma relação socioafetiva entre pessoas que não se enquadram no
parentesco natural e no parentesco civil.

- Informações importantes de parentesco:

1. Linha: identifica vinculação da pessoa a partir de um ascendente. Em outras


palavras, linha é a série de pessoas advindas do mesmo tronco ancestral.

2. Grau: distância entre as gerações ou o grau importa no número de gerações que


separam os parentes.

Parentesco em linha reta: art. 1591, CC.

Art. 1.591. São parentes em linha reta as pessoas que estão umas para com as outras na
relação de ascendentes e descendentes.
OBS.: O parentesco em linha reta não tem limite.

OBS.: Qual o grau de parentesco entre o João e o neto? O grau de parentesco é de 2


gerações.

Parentesco em linha colateral ou parentesco na linha transversal ou parentesco na


linha oblíqua: art. 1592, CC.

Art. 1.592. São parentes em linha colateral ou transversal, até o quarto grau, as pessoas
provenientes de um só tronco, sem descenderem uma da outra.
OBS.: Nunca haverá um parentesco colateral em 1º grau, porque sempre haverá essa
subida entre o parente em comum para depois descer.

OBS.: Sobe para encontrar o ancestral em comum e desce para encontrar com quem
você quer comparar.
OBS.: Ao contrário do parentesco em linha reta, o parentesco colateral só vai até o 4º
grau, conforme art. 1592, CC.

- Parentesco por afinidade: art. 1595, CC. Formada automaticamente a partir da


celebração do casamento ou da união estável, independe da vontade.

Art. 1.595. Cada cônjuge ou companheiro é aliado aos parentes do outro pelo vínculo da
afinidade.
§ 1  o O parentesco por afinidade limita-se aos ascendentes, aos descendentes e aos
irmãos do cônjuge ou companheiro.

§ 2  o  Na linha reta, a afinidade não se extingue com a dissolução do casamento ou da


união estável.

Parentes por afinidade: sogra, sogro, madrasta, padrasto, nora, genro, enteada,
enteado.

OBS.: No parentesco por afinidade, só vai até o 2º grau.

OBS.: A duração do parentesco por afinidade depende se estivemos falando de linha


reta ou linha colateral. Na linha reta, o parentesco por afinidade não se extingue.
Então, sogras e sogros, padrastos e madrastas, enteados e enteadas, serão parentes
por afinidade para sempre. Por outro lado, os parentes na linha colateral, ocorrendo o
fim do casamento pela morte ou pelo divórcio, deixaram de ser parentes por
afinidade.

Divergência doutrinária: alguns doutrinadores colocam que o parentesco por


afinidade não seria propriamente um parentesco. Isso porque nos Tribunais
Superiores decidiram que não há direito, nem dever, de prestar alimentos por parte
desses parentes. Em uma prova objetiva, deve-se entender que o parentesco por
afinidade é sim uma forma de parentesco. Porém, em uma prova discursiva, cabe
tratar dessa divergência.

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