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- O STF reconhece a família como uma instituição privada, que deve ser
voluntariamente constituída. Ou seja, depende da vontade das pessoas. As pessoas
mantêm com o Estado e com a sociedade uma relação tricotômica.
- As relações não-matrimoniais não eram tuteladas pelo Código Civil. Os anos em que
havia a regência pelo CC/16, a tutela jurídica não alcançava diversos núcleos
familiares, excluindo diversas mulheres que não eram casadas no civil.
- Para os filhos também era complexo. Vejamos a classificação de filhos: (i) filhos com
filiação biológica: relação consanguínea; (ii) filhos com filiação civil: filhos adotados.
Os filhos com filiação biológica eram divididos em: (i.i) filhos legítimos: provenientes
de pais casados civilmente; (i.ii) filhos ilegítimos: provenientes de uma relação
extramatrimonial. Entre os filhos ilegítimos, abria-se uma outra classificação: (i.ii.i)
filhos ilegítimos naturais; (i.ii.ii) filhos ilegítimos espúrios. Os filhos ilegítimos naturais
eram filhos de pais que não eram casados, mas não tinham impedimento legal para se
casar. Enquanto os filhos espúrios eram provenientes de pais com impedimento legal
para se casar, ou seja, ou a mãe ou o pai já estava em uma relação matrimonial. Entre
os filhos espúrios, havia uma classificação entre espúrios adulterinos, que eram
provenientes de uma relação extramatrimonial. Já os filhos espúrios incestuosos,
eram provenientes de pais com relação de parentesco próximo.
- Estatuto da Mulher Casada (Lei 4.121/62): retirou da mulher casada a condição de
relativamente incapaz e também dispensou a mulher da autorização marital para o
trabalho. A mulher passou à condição de colaboradora na administração da sociedade
conjugal, mas ainda ficava em uma condição subalterna. A opinião/palavra dela não
era levada em consideração no momento da prática dos atos civis em relação aos
filhos. Em benefício da mulher, também foi instituído o que se chamou de bens
reservados, que era uma massa de bens reservados que não respondiam, em regra, às
dívidas contraídas pelo marido, ainda que tivessem sido contraídas em benefício da
família.
- O CC/02 foi capitaneado por Miguel Reale. Sabe-se que esse CC demorou 30 anos
para ser aprovado e, por isso, no momento que ele entra em vigor ele já é defasado
em alguns aspectos.
- Fala-se também da família eudemonista, que é aquele núcleo familiar que busca a
felicidade individual e um processo de emancipação de seus membros. A Professora
tem dificuldades de entender essa configuração como núcleo familiar. Para ela, esse é
o objetivo de toda família na atualidade, não é exatamente um tipo de família.
- Tópicos recentes: (i) poliamor e (ii) reuniões poliafetivas. O Ministro João Paulo de
Noronha traz uma ótima definição de políamos: “configuram-se pela união múltipla e
simultânea de 3 ou mais pessoas. Apesar de não se apresentar bem sistematizada, é
possível encontrar em páginas voltadas para o poliamorismo algumas classificações
próprias.
- CF/88: A CF traz a tábua axiológica de valores. O primeiro princípio que guia o direito
de família é o da dignidade da pessoa humana. Historicamente, a dignidade da pessoa
humana assume uma relevância nos ordenamentos jurídicos do ocidente, após as 2
guerras mundiais.
Casamento
Conceitos antigos:
Conceito atual:
Hoje em dia, o casamento normalmente nem é feito no cartório. É comum que se faça
esse procedimento pela internet. Essa fase dura 15 dias, porque se for arguido algum
impedimento deverá se identificar. Se a pessoa só arguir e não comprovar, essa
pessoa poderá responder civilmente.
Caso haja alguma arguição de impedimento, é elaborada uma nota de oposição aos
noivos e é aberto um prazo de 3 dias para defesa. Às vezes, a habilitação é atrasada
por causa disso.
- Capacidade pro casamento: em 2019, houve alteração do art. 1.520, CC, que trata
dessa capacidade.
Art. 1.520. Não será permitido, em qualquer caso, o casamento de quem não atingiu a
idade núbil, observado o disposto no art. 1.517 deste Código.
- Idade núbil é a idade mínima para se casar: 16 anos (art. 1.517, CC).
- Se ambos os pais não querem consentir com o casamento, fica muito difícil. Porém,
se um autoriza e o outro não, é possível que esse conflito seja levado ao Poder
Judiciário. Sempre que um dos pais não concordarem, pode-se apresentar uma ação
de suprimento de consentimento.
OBS.: Os tutores também podem autorizar o casamento. Importante destacar que até
a celebração do casamento, os tutores/pais podem revogar a autorização.
- Base legal: CC, arts. 1521 e 1522; arts. 1591 a 1595; art. 1548, II.
- Relações de parentesco
Conceito de Pontes de Miranda: é a relação que vincula entre si pessoas que
descendem umas das outras ou de autor comum, que aproxima cada conjuge dos
parentes do outro e que se se estabelece fictio juris entre adotante e adotado.
Conceito atual: o parentesco é um vinculo que une as pessaos umas com as outras,
podendo proceder de várias causas.
3. Parentesco por outras origens: cláusula geral de parentesco, que abarca outras
formas de parentesco definidas na jurisprudência. Essa cláusula geral de parentesco
está ligada a uma relação socioafetiva entre pessoas que não se enquadram no
parentesco natural e no parentesco civil.
Art. 1.591. São parentes em linha reta as pessoas que estão umas para com as outras na
relação de ascendentes e descendentes.
OBS.: O parentesco em linha reta não tem limite.
Art. 1.592. São parentes em linha colateral ou transversal, até o quarto grau, as pessoas
provenientes de um só tronco, sem descenderem uma da outra.
OBS.: Nunca haverá um parentesco colateral em 1º grau, porque sempre haverá essa
subida entre o parente em comum para depois descer.
OBS.: Sobe para encontrar o ancestral em comum e desce para encontrar com quem
você quer comparar.
OBS.: Ao contrário do parentesco em linha reta, o parentesco colateral só vai até o 4º
grau, conforme art. 1592, CC.
Art. 1.595. Cada cônjuge ou companheiro é aliado aos parentes do outro pelo vínculo da
afinidade.
§ 1 o O parentesco por afinidade limita-se aos ascendentes, aos descendentes e aos
irmãos do cônjuge ou companheiro.
Parentes por afinidade: sogra, sogro, madrasta, padrasto, nora, genro, enteada,
enteado.