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Resumo
O presente artigo enfoca a possibilidade de adoção de casais homossexuais no
âmbito jurídico, visto que a entidade familiar é o alicerce da sociedade, é um direito
fundamental de todo cidadão, porém, os casais homossexuais enfrentam muitos
obstáculos para a adoção, à falta de previsão legal torna a situação ainda mais
complexa. Os progressos na jurisprudência em relação à adoção homoafetiva faz
com que haja uma esperança de reconhecimento para esses casais terem os seus
direitos respeitados, sem que o preconceito prevaleça sob o melhor interesse da
criança, que os valores morais impostos historicamente não infrinjam a dignidade e
os direitos humanos.
Palavras – Chave: adoção – homoafetividade – jurídico – direitos.
Abstract
This article focuses on the possibility of adopting homosexual couples in the legal
framework, the family entity is the foundation of society, it is a fundamental right of
every citizen, however, homosexual couples face many obstacles to adoption, lack of
legal foresight the complex situation. Progress in jurisprudence in relation to
homoaffective adoption gives hope of recognition for these couples to have their
rights respected, without bias prevailing in the best interests of the child, that
historically imposed moral values do not infringe on dignity and human rights.
Keywords: adoption – homoafetividade – juridical – rights.
1
Graduanda do Curso de Direito, pela Universidade Braz Cubas. Trabalho orientado pelo Professor Ivan de
Oliveira.
2
Introdução
A falta de legislação especifica para adoção de casais homossexuais dificulta
a formação de famílias, privando crianças de um ambiente familiar com o
compromisso de amor, educação e cuidado.
Hodiernamente, a filiação adotiva é basicamente jurídica havendo uma
ligação afetiva entre as partes, não sendo exclusivamente biológica, formando
assim diversos tipos de família.
A omissão de leis reguladoras demonstra que os princípios fundamentais não
estão sendo aplicados, pois a adoção é um direito personalíssimo, gerando mais
preconceito. Ante a ausência de regulamentação, impede que crianças de um lar,
uma família para prover suas necessidades intelectuais e emocionais.
Por falta de leis especificas, os juízes da infância e juventude foram
autorizados a aplicação da legislação de união estável para as uniões
homossexuais, garantindo-lhes o direito a família e a adoção.
O Estatuto da Criança e do Adolescente não impõe qualquer impedimento
para adoção de casais homoafetivos e ainda define que a adoção será deferida
quando houver vantagens para a criança.
O ordenamento jurídico adapta-se conforme os costumes da sociedade, as
famílias de hoje não estão mais restritas ao conceito de homem e mulher, e sim ao
conceito de afeto, cuidado, amor e carinho.
Os princípios da dignidade da pessoa humana, de liberdade e igualdade por
casais homossexuais na adoção são respeitados no ordenamento jurídico
brasileiro?
A adoção por casais homossexuais no Brasil é abundantemente complexa,
embora a Constituição Federal vise os direitos fundamentais de todo ser humano,
não há legislação vigente para adoção desses casais, devendo assim, os direitos
3
2
Michaelis - Dicionário Escolar - Língua Portuguesa, 4ª Ed, 2016.
3
RODRIGUES, Silvio. Direito Civil: direito de família: volume 6. 28. Ed. Ver. E atual. Por Francisco José Cahali; de
acordo com o Código Civil. São Paulo: Saraiva, 2004, p. 04.
4
VENOSA, Sílvio de Salvo. Direito Civil: direito de família, v. 6. 12. ed. São Paulo: Atlas, 2012, pg. 257.
4
quem era o devido pai da criança advinda dessas relações, sendo responsabilidade
da tribo.
Em seguida nasceu a família patriarcal, onde as mulheres e os filhos se
submetiam as vontades do marido, o qual era responsável por todos os assuntos
referentes aos membros familiares, surgindo assim, o termo “pátrio poder”.
Uma época influenciada pela religiosidade, a única forma legítima de família
era pelo casamento, visando à procriação e a economia². Por este motivo, as
famílias de outrora eram numerosas, se não seguissem as regras, estariam vivendo
em pecado e desobedecendo as vontades de Deus5.
Com o início da Revolução Francesa, começou a busca pela igualdade entre
homens e mulheres, adiante, com a Revolução Industrial, houve a necessidade do
aumento de trabalhadores, começando assim, o primeiro ingresso da mulher no
mercado de trabalho.
Conforme Venosa6:
A industrialização transforma drasticamente a composição da família,
restringindo o número de nascimentos nos países mais desenvolvidos. A
família deixa de ser uma unidade de produção na qual todos trabalhavam
sob a autoridade de um chefe. O homem vai para a fábrica e a mulher
lança-se para o mercado de trabalho. No século XX, o papel da mulher
transforma-se profundamente, com sensíveis efeitos no meio familiar. Na
maioria das legislações, a mulher, não sem superar enormes resistências,
alcança os mesmos direitos do marido. Com isso, transfigura-se a
convivência entre pais e filhos.
Apesar disso, não houve igualdade entre os gêneros, as mulheres recebiam
um salário menor e seus direitos ainda não eram reconhecidos.
Com a Constituição de 25 de março de 1824, em seu artigo 5º, foi legislado
que a formação da família somente ocorria pelo casamento religioso, já com a
terceira Constituição Federal de 24 de fevereiro de 1891, no Título IV, Seção II,
artigo 72, § 4º, admite que não ocorra somente o casamente religioso, mas também,
o casamento civil.
Com o Código Civil de 1916, a base da família era o casamento civil ou
religioso entre homem e mulher, onde o homem comandava, sendo responsável
pelo sustento da família e a mulher responsável pelos afazeres domésticos, a
5
VENOSA, Sílvio de Salvo. Direito Civil: direito de família, v. 6. 12. ed. São Paulo: Atlas, 2012.
6
VENOSA, Sílvio de Salvo. Direito Civil: direito de família, v. 6. 12. ed. São Paulo: Atlas, 2012, pg. 6.
5
7
DIAS, MAria Berenice. Manual de Direito das Famílias. 9. ed. São Paulo, SP: Revista Tribunais, 2013, pg. 361.
8
MACIEL, Kátia Regina Ferreira Lobo Andrade. Direito fundamental à convivência familiar. Curso de direito da
criança e do adolescente: aspectos teóricos e práticos. 4ª ed – revista e atual. Rio de Janeiro: Editora Lumem
Juris, 2010. p 68.
6
9
DIAS, Maria Berenice. Manual de Direito das Famílias – 8ª ed. São Paulo: RT, 2011, pg. 18.
10
SOUZA, Daniel Barbosa Lima Faria Corrêa de. Famílias plurais ou espécies de famílias. Conteudo Juridico,
Brasilia-DF: 14 dez. 2009. Disponivel em:
<http://www.conteudojuridico.com.br/?artigos&ver=2.25712&seo=1>. Acesso em: 20 set. 2018.
7
1.2 Adoção
Para sabermos o conceito de adoção, primeiro precisamos saber sua
etimologia. A palavra adoção tem origem do latim "adoptio", que em nossa língua
significa "tomar alguém como filho". Ação de adotar, tomar para si com cuidados11.
Para Maria Helena Diniz12:
[...] adoção vem a ser o ato jurídico solene pelo qual, observados os
requisitos legais, alguém estabelece, independentemente de qualquer
relação de parentesco consangüíneo ou afim, um vínculo fictício de filiação,
trazendo para sua família, na condição de filho, pessoa que, geralmente, lhe
é estranha.
As primeiras adoções ocorrem na Bíblia entre hebreus e egípcios, como
Ester por Mardoqueu e a de Efraim Emanes por Jacó, após isso entre os gregos e
os atenienses13.
Nesse sentido, Rui Ribeiro de Magalhães cita uma passagem de Gêneses
16:1-2 em que Sarai diz a Abraão: “Eis que o Senhor me tem impedido de dar à luz,
toma, pois a minha serva, porventura tereis filhos dela”14. O princípio da adoção
começa quando se é dito: “tereis filhos dela15”.
No direito romano, regido pela Lei das XII Tábuas, havia a adoção ad-rogatio
e a adoptio, ambas com a mesma finalidade, porém a primeira de forma mais
complexa, tendo como requisitos adotantes homens, com mais de 18 anos em
relação ao adotado e não possuir filhos.
Segundo Maria Alice Zaratin Lotufo16 nessa época não envolvia uma relação
de afeto, não visava à proteção ou bem-estar do adotando, o seu objetivo era servir
aos interesses do adotante.
A primeira lei que tratou sobre a adoção foi na época da Monarquia, sendo a
Lei de 22 de setembro de 1828, regente até o Código Civil de 1916. Na idade
contemporânea, a legislação de adoção foi inserida no código de Napoleão de
11
Dicionário Informal SP. Disponivel em:
<https://www.dicionarioinformal.com.br/significado/ado%C3%A7%C3%A3o/9659/>. Acesso em 20 set. 2018.
12
DINIZ, Maria Helena. Curso de direito civil brasileiro: direito de família. Vol. 5, 23ª ed. rev., atual. e ampl. de
acordo com a Reforma do CPC e com o Projeto de Lei nº 276/2007. São Paulo: Saraiva, 2008.
13
SILVA JUNIOR, E.D. A possibilidade jurídica de adoção por casais homossexuais. Curitiba: Juruá, 2010, pg. 53.
14
Bíblia de estudo da mulher. Traduzido por João Ferreira de Almeida. Belo Horizonte: Atos, 2002, pg. 17.
15
MAGALHÃES, Rui Ribeiro. Instituição do Direito de Família. São Paulo. Editora do Direto, 2000.
16
LOTUFO, Maria Alice Zaratin. Curso avançado de Direito Civil: Direito de Família. V.5 São Paulo: Ed Revista
dos Tribunais, 2002.
8
1804. A lei Francesa de 1923 ampliou a adoção, com a Lei de 1939 que fixou a
legitimação adotiva17.
Com o Código Civil foi colocado os requisitos para adoção, que no fim,
seguiu as mesmas exigências do direito romano, a adoção era feita por escritura
pública e a manifestação de vontade das partes, havendo um documento para
assinar em cartório.
Porém o direito de família se transforma conforme a evolução do homem em
sociedade, nesse sentido, Rabindranath18 menciona que “a adoção vem se
adaptando a finalidades distintas, trazendo como consequência tipos de adoções
totalmente diversas, quer na sua forma de constituição, quer nos seus efeitos”.
Com a Lei 8.069 – Estatuto da Criança e do Adolescente, Gueiros19 explica
que “esse dispositivo incorpora a concepção presente no texto constitucional de
1988, no qual a criança e o adolescente são vistos como sujeitos de direitos”.
Com o Estatuto da Criança e do Adolescente, não houve mais entre filhos
biológicos e filhos adotivos, protegendo os direitos fundamentais dos filhos adotivos.
No Código Civil de 2002, o tema adoção está regulado no Capítulo V, entre os
artigos 1618 e 1619.
1.3 Homossexualidade
Para falarmos de adoção por homossexuais precisamos conceituar
homossexualidade, uma opção sexual que data desde a antiguidade até os dias
atuais.
Para Maria Berenice Dias e Roberta Vieira Larratea20 o conceito se define “[o]
vocábulo homossexual tem origem etimológica grega, significando ‘homo’ ou ‘homoe’, que
exprime a ideia de semelhança, igual, análogo, ou seja, homólogo ou semelhante ao sexo
que a pessoa almeja ter”.
Já Taísa Ribeiro Fernandes21 afirma que o:
Homossexual é o indivíduo cuja inclinação sexual é voltada para uma
pessoa do mesmo gênero, o homem que se sente atraído por outro homem
17
VENOSA, S.S. Direito Civil. Direito da família. São Paulo: Atlas, v.6, 2011.
18
RABINDRANATH, Valentino A. Capelo. de Souza.A adoção: Constituição e relação adotiva .Coimbra:Ed.
Coimbra, 1973.
19
GUEIROS, Dalva Azevedo. Adoção consentida: do desenraizamento social da família à prática de adoção
aberta. São Paulo: Cortez, 2007. p.278.
20
DIAS, Maria Berenice LARRATEA, Roberta Vieira. A constitucionalização das uniões homoafetivas. Revista
Magister de Direito Civil e Processual Civil, Porto Alegre, v. 6, n. 32, p. 47-61, set./out. 2009.
21
FERNANDES, Taísa Ribeiro. Uniões homossexuais efeitos jurídicos. Ed. Método, ano 2004, pgs. 190.
9
e a mulher que se sente atraída por outra mulher. É alguém que não nega
sua formação morfológica, entretanto seu interesse e sua atividade sexual
são voltados, direcionados exclusivamente para quem tem o mesmo sexo
que o seu”.
Os primeiros indícios de homossexualidade surgiram na Grécia Antiga, por
meio das olimpíadas, dos teatros e das longas guerras em que enfrentavam, porém,
com o idealismo da igreja católica, a homossexualidade virou motivo para
recriminação e preconceito22.
Para Trevisan e Silva Junior23:
As pesquisas em torno da prática homossexual revelam que a
homossexualidade é tão antiga quanto à própria humanidade e está
presente em todas as fases históricas, culturais, classes e ramos da
atividade humana, desde os mais masculinos como os exércitos até os mais
opressivos como a igreja católica.
E conclui Silva Júnior24 que “Em uma visão histórica a prática homossexual
se confirma como uma oscilação reiterada entre o fascínio e a repulsa, a prática e a
condenação”.
Na visão de Angeluci25 “a visão afetiva da sociedade grega fora destituída,
anos depois, com o pensamento ideológico da Igreja Católica, condenando as
pessoas que tinham relações com outras do mesmo sexo, tornando-as abomináveis
e tipificando a prática homossexual como um grande pecado [...]”.
Somente na década de 60 até a década de 70 que o assunto da opção
homossexual voltou a ter relevância, com os movimentos LGBT, repercutindo no
mundo inteiro, logo em seguida, com a Constituição de 1988 que seus direitos de
igualdade começaram a ganhar voz e com o Código Civil de 2002 sus direitos a
serem reconhecidos.
22
DIAS, Maria Berenice. UNIÃO HOMOAFETIVA: O PRECONCEITO & A JUSTIÇA. São Paulo:
Editora Revista dos Tribunais, 4.ed., 2009, p. 36-37.
23
TREVISAN, J.S. A epopeia universal do desejo. Rev. Sui Generis, vr.3, n. 23, 1997.
24
SILVA JUNIOR, E.D. A possibilidade jurídica de adoção por casais homossexuais. Curitiba: Juruá, 2010.
25
ANGELUCI, Cleber Affonso; JUSTINA, Daiane Dela; NASCIMENTO, Rogério Dorneles do. A relação homoafetiva
e os princípios constitucionais: uma leitura a partir do julgamento da ADI nº 4277. Conselho da Justiça Federal –
Acervo, abril. 2014.
10
26
Conselho Nacional de Justiça. Disponível em: <http://www.cnj.jus.br/programas-e-acoes/cadastro-nacional-
de-adocao-cna/passo-a-passo-da-adocao>. Acesso em: 09 setembro de 2018.
11
nome será inserido nos cadastros, válidos por dois anos em território
nacional.
Após isso, começa a etapa de testes, onde acontecem avaliações com
psicólogos, que é uma das etapas mais demoradas e complexas.
Para os casais que desejam adotar devem apresentar a certidão de
casamento ou a de união estável, mesmo que durante o processo ocorra o divórcio,
isto não influencia na adoção.
Neste sentido, artigo 42, 4º, ECA que dispõe:
Os divorciados, os judicialmente separados e os ex-companheiros podem
adotar conjuntamente, contanto que acordem sobre a guarda e o regime de
visitas e desde que o estágio de convivência tenha sido iniciado na
constância do período de convivência e que seja comprovada a existência
de vínculos da afinidade e afetividade com aquele não detentor da guarda,
que justifiquem a excepcionalidade da concessão.
Conforme a Lei de Adoção, os avôs, homem solteiro e casal sem filhos
adotar o neto ou o irmão de um dos cônjuges, neste caso, seria deferida a guarda
do menor, e não a adoção.
Porém, ser não houver parentes para a modificação de guarda dessas
crianças, elas serão encaminhadas para uma família que seja cadastrada no
acolhimento familiar.
O período de convivência ser tornou obrigatório com a nova lei, sendo
justificado para que se verificar se os adotantes iram permanecer com a criança ou
o adolescente, para que haja o costume, o vínculo e familiaridade entre ambas as
partes.
Neste contexto, Granato27 esclarece:
O período experimental em que o adotando convive com os adotantes, para
se avaliar a adaptação daquele à família substituta, bem como a
compatibilidade desta com a adoção. É de grande importância, porque
constituindo um período de adaptação do adotando e dos adotantes à nova
forma de vida, afasta adoções precipitadas que geram situações de
sofrimento para todos os envolvidos.
E para que respeite o melhor interesse da criança ou do adolescente, foi
incluído pela Lei 12.010/09 que o Judiciário ouça o adotado antes que seja
aprovada sua adoção.
27
GRANATO, Eunice Ferreira Rodrigues. Adoção doutrina e prática. Curitiba: Juruá, 2005, pg. 50.
12
28
DIAS, Maria Berenice. O lar que não chegou, IBDFAM, revista, atualizada e ampliada, editora RT, 2011.
29
ALESSI, Dóris de Cássia. Teoria Geral do Direito – Ensaios sobre dignidade humana e fraternidade. 1ª Ed.
Coleção UNIVEM, Ed. Boreal, 2011, pg. 02.
13
30
CIPRIANO, Ana Paula. Adoção: as modificações trazidas pela Lei nº 12.010/2009. Disponível em:
<http://www.conteudojuridico.com.br/monografia-tcc-tese,adocao-as-modificacoes-trazidas-pela-lei-12010-
de-03-agosto-de-2009,39187.html>. Acesso em: 08 de setembro de 2018.
14
31
FERRERIA, Luiz Antônio Miguel. Adoção: guia prático doutrinário e processual. Sâo Paulo, Cortez, 2010, p. 54.
15
32
CHAVES, Marianna. União homoafetiva: breves notas após o julgamento da ADPF 132 e da ADI 4277 pelo
STF. ARPEN.SP. Disponível em <http://www.arpensp.org.br/?pG=X19leGliZV9ub3RpY2lhcw==&in=MTM3NjE=>.
Acesso em 21 de outubro de 2014.
33
SILVA JÚNIOR, E de. A possibilidade jurídica de adoção por homossexuais. 2.ed. Curitiba: Juruá, 2006. p.34-
35.
16
34
ANGELUCI, Cleber Affonso; JUSTINA, Daiane Dela; NASCIMENTO, Rogério Dorneles do. A relação homoafetiva
e os princípios constitucionais: uma leitura a partir do julgamento da ADI nº 4277. Conselho da Justiça Federal –
Acervo, abril. 2014.
17
35
(TJ-ES - AI: 00222319620138080024, Relator: SAMUEL MEIRA BRASIL JUNIOR, Data de Julgamento:
04/11/2013, QUARTA CÂMARA CÍVEL, Data de Publicação: 13/11/2013).
36
(STJ - AgRg no REsp: 1349791 RS 2011/0275552-0, Relator: Ministra NANCY ANDRIGHI, Data de Julgamento:
19/11/2013, T3 - TERCEIRA TURMA, Data de Publicação: DJe 28/11/2013).
37
BANDEIRA, Regina. Casamento homoafetivo: norma completa quatro anos. Disponível em: <
http://www.cnj.jus.br/noticias/cnj/84740-lei-sobre-casamento-entre-pessoas-do-mesmo-sexo-completa-4-
anos>. Acesso em: 16 de setembro de 2018.
18
38
Idem ³¹.
39
ConJur. Disponivel em: <http://www.diarioonline.com.br/noticias/brasil/noticia-508793-brasil-comemora-
195-mil-casamentos-homoafetivos-em-cinco-anos.html?v=56>. Acesso em 20 de setembro de 2018.
40
SANTIAGO, Tatiana. Público LGBT sofre mais preconceito em espaços públicos e no transporte em SP.
Disponível em: <https://g1.globo.com/sp/sao-paulo/noticia/publico-lgbt-sofre-mais-preconceito-em-espacos-
publicos-e-no-transporte-em-sp-diz-rede-nossa-sp.ghtml>. Acesso em: 20 de setembro de 2018.
41
DIAS, Maria Berenice. União homossexual: o preconceito & a justiça. 9ª ed., Porto Alegre: Livraria do
Advogado, 2010, pg. 33/34.
19
42
SILVA JÚNIOR, Enézio de Deus. A possibilidade Jurídica de adoção por casais homossexuais. 5. ed. rev. e
atual. Curitiba: Juruá, 2011, pg. 122.
20
43
(STJ - REsp: 889852 RS 2006/0209137-4, Relator: Ministro LUIS FELIPE SALOMÃO, Data de Julgamento:
27/04/2010, T4 - QUARTA TURMA, Data de Publicação: DJe 10/08/2010).
44
(STJ, REsp 1281093/SP, Rel. Ministra NANCY ANDRIGHI, Terceira Turma, j. 18/12/2012).
45
(TJ-SC - AC: 00025831120178240036 Jaraguá do Sul 0002583-11.2017.8.24.0036, Relator: Marcus Tulio
Sartorato, Data de Julgamento: 13/03/2018, Terceira Câmara de Direito Civil).
46
MAIA, Hérika Juliana Linhares; CAVALCANTI JÚNIOR ; Wellington Alves; MELO, Felipe Victor Carvalho César e;
CASTRO, Izamara Dayse Cavalcante de; COSTA, Jamilly Steffane Liberato da. Adoção homoparental conjunta:
familias socioafetivas e a concretização do melhor interesse da criança e do adolescente. Revista dos Tribunais,
RT, v. 957. Julho, 2015.
SILVA, Elaine Cristina de Aquino. União de homossexuais e a adoção. UNIPAC, P. 25, 2011.
21
47
ALDROVANDI, Andrea; BRAUNER, Maria Claudia Crespo. Adoção no Brasil: aspectos evolutivos do instituto no
direito de família. Juris – Revista da Faculdade de Direito. Vol. 15, 2010.
48
(TJRJ, AC 14332/1998, 9ª C. Cív., Rel. Des. Jorge Magalhães, j. 23/03/1999).
49
(TJSP, AC 51.111-0, Rel. Des. Oetterer Guedes, j. 11/11/1999).
22
50
ALDROVANDI, Andrea; BRAUNER, Maria Claudia Crespo. Adoção no Brasil: aspectos evolutivos do instituto no
direito de família. Juris – Revista da Faculdade de Direito. Vol. 15, 2010.
51
(Apelação Cível Nº 70013801592, Sétima Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Luiz Felipe Brasil
Santos, Julgado em 05/04/2006).
52
(STF, AC 000767462201240583000. Rel. Des. Carmem Lúcia, j. 05/03/2015).
23
53
(TJ-RS – AC 70055454359 RS, Relator: Luiz Felipe Brasil Santos, Data de Julgamento: 17/10/2013, Oitava
Câmara Cível. Data de Publicação: Diário da Justiça do dia 21/10/2013).
54
DIAS, Maria Berenice. Manual de Direito das Famílias. 9. ed. São Paulo, SP: Revista Tribunais, 2013, p. 197.
55
DIAS, Maria Berenice. Manual de Direito das Famílias. 9. ed. São Paulo, SP: Revista Tribunais, 2013, p. 197.
24
56
DIAS, Maria Berenice. Manual de Direito das Famílias. 9. ed. São Paulo, SP: Revista Tribunais, 2013, p. 141.
57
DIAS, Maria Berenice. Manual de Direito das Famílias. 9. ed. São Paulo, SP: Revista Tribunais, 2013, p. 144.
25
5 – Considerações Finais
Com este trabalho foram demonstradas as possibilidades jurídicas de adoção
por casais homoafetivos, evidenciando essas relações como entidade familiar
baseadas no afeto.
Ao passar do tempo o conceito de família foi se modificando conforme os
avanços da sociedade. O presente trabalho expôs o conceito histórico e princípios
constitucionais de família, adoção e homossexualidade, bem como, o necessário
para ser considerado uma entidade familiar, não sendo mais somente a ligação
sanguínea, e sim, a afetiva.
A adoção homoafetiva vem sendo notória nos tribunais, principalmente após
o Supremo Tribunal Federal se manifestar favoravelmente à adoção visando
somente o melhor interesse da criança ou adolescente, em vez da orientação
sexual do adotando. Justificando no embasamento ao princípio da dignidade da
pessoa humana, da afetividade, da liberdade de expressão e da igualdade.
58
(TJ-PR - AC: 5824999 PR 0582499-9, Relator: Mendonça de Anunciação, Data de Julgamento: 17/03/2010,
11ª Câmara Cível, Data de Publicação: DJ: 409).
26
6. Referências Bibliográficas
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LOREA, Roberto Arriada. Homoparentalidade por Adoção no Direito Brasileiro.
Juizado da Infância e da Juventude, Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do
Sul. Porto Alegre, ano III, n. 5, p. 37-44, mar. 2005.
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relações homoafetivas no Brasil. Boletim Cientifico da Escola Superior do Ministério
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SILVA, Maísa Palma da Silva; SILVEIRA, Fabrício Cardoso de. Adoção homoafetiva
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ANGELUCI, Cleber Affonso; JUSTINA, Daiane Dela; NASCIMENTO, Rogério
Dorneles do. A relação homoafetiva e os princípios constitucionais: uma leitura a
partir do julgamento da ADI nº 4277. Conselho da Justiça Federal – Acervo, abril.
2014.
AMARAL, Eriberto Cordeiro; SOUZA. Adoção de crianças por casais homoafetivos: o
dilema entre direito fundamental à constituição de um núcleo familiar e o
preconceito. Periódicos FACIPE, v. 2, n 3, 2016.
FERREIRA, Everane C. de O.; BARROS, Jéssyca da Silva; ARAÚJO, Suzanne de
O.; LINS, Maria Alcine T. Adoção por casais homossexuais: uma luta pela igualdade
de direitos. Periódicos FACIPE, v. 3, n 1, 2015.
27