1) O documento discute a evolução histórica da família e do Direito de Família, desde os primeiros grupos humanos até as constituições brasileiras. 2) Analisa como as leis tentaram acompanhar a evolução social, ainda que de forma imperfeita. 3) Explica que o incesto foi a primeira lei do Direito de Família, visando proteger a saúde física e mental da prole.
1) O documento discute a evolução histórica da família e do Direito de Família, desde os primeiros grupos humanos até as constituições brasileiras. 2) Analisa como as leis tentaram acompanhar a evolução social, ainda que de forma imperfeita. 3) Explica que o incesto foi a primeira lei do Direito de Família, visando proteger a saúde física e mental da prole.
1) O documento discute a evolução histórica da família e do Direito de Família, desde os primeiros grupos humanos até as constituições brasileiras. 2) Analisa como as leis tentaram acompanhar a evolução social, ainda que de forma imperfeita. 3) Explica que o incesto foi a primeira lei do Direito de Família, visando proteger a saúde física e mental da prole.
A vida grupal acabou se tornando mais regular entre
300.000 a.C e 10.000 a.C, e atualmente mais organizada, pois somente através dos estudos dos nossos antepassados será possível entender o direito na história, devido que nessa época os homens não viviam em sociedade. O primeiro estádio da evolução social, era formado por grupos dos dois sexos, já no segundo estádio é onde a mãe exerce um poder sobre o seu filho, já que o casamento não existia, e o pai era apenas um indivíduo de passagem, ou seja, o laço jurídico que existia era apenas da mãe e seus filhos, aos seus irmãos e irmãs. No estádio patriarcado, foi quando apareceu um laço jurídico entre o pai, a mãe e seus filhos, onde resultaria a instituição do casamento e ao mesmo tempo do poder marital e paternal e a autoridade do marido sobre a mulher, aparece o repúdio da mulher pelo seu marido, primeira forma de divórcio. O estádio do clã, constituído por um grupo de pessoas unidas por parentesco e linhagem e que é definido pela descendência de um ancestral comum, sendo contestada a existência de tribos já que não se fala em clã e etnias. As primeiras regras jurídicas não poderiam ser ignoradas, como por exemplo, se um homem tomar uma esposa sem redigir seu contrato , a mulher não será esposa dele ou se a esposa de um homem for surpreendida em flagrante com o outro, ambos devem ser amarrados e jogados na água, sendo que se o marido perdoar a esposa, o rei perdoaria o amante dela, dentre outras normas que existiam, conforme retratado no Código de Hamurabi, em aproximadamente á 1700 a.C. O pai tinha o direito entre sua esposa e seus filhos o direito de vida, morte e de liberdade, era também vedado o casamento entre os patrícios e plebeus conforme no antigo Direito Romano, da Lei das XII Tábuas. O que ocorria era um fenômeno de costumes, jurídico só por acidente, pois no Estado de Direito enredaram as controvérsias a respeito da família, pois o papel de garantir e pacificar as expectativas legitimas das pessoas, garantindo assim a segurança jurídica e paz social, que são o fim do direito.
1.2 Evolução Legislativa
Como o Direito não é meramente lei, mas principalmente
costumes, que levam em consideração sangue e vida no mecanismo inanimado da lei, mesmo que os códigos não oferecem a mesma flexura dos costumes e a evolução do Direito de Família no Brasil não anda a lado da evolução legislativa.
As leis surgiram vazadas em padrões fechados, faltando
respostas a diversos problemas sociais, tal como sucedeu até o fim do período imperial no Brasil, quando os casamentos somente poderiam ser submetidos às autoridades eclesiásticas da Igreja Católica, sem prever e sem resolver os problemas dos casamentos, sendo regulado adiante com novas leis que foram surgindo, sempre buscando sistematizar o modelo da família patriarcal.
As mudanças legislativas iniciaram, e a partir daí
inúmeras leis surgiram tentando se adequar às novas perspectivas da família e da sociedade. E em virtude da evolução em que tivemos e do nosso próprio pensamento o que era aceitável antigamente, hoje passa a ser repudiado pela sociedade, como por exemplo o poder do pai sobre a vida e a morte dos seus filhos ou até mesmo caso a esposa fosse estéril a possível anulação do casamento. Conforme essa caminhada evolutiva da sociedade o Direito precisa acompanhar os anseios sociais, pois muitas situações novas foram surgindo.
1.3 A família nas Constituições brasileiras
Foram sete constituições no Brasil, começando pela Constituição Imperial de 1824, que não trouxe absolutamente nada que decorresse sobre o Direito de Família, pois era um assunto eclesiástico. A Constituição Republicana de 1891, não inovou sobre o assunto do Direito de Família, o que até então estava em vigor, deu ampla liberdade de culto a todos e legitimou constitucionalmente as alterações no Direito de Família, antes da Carta da Republica já havia instituído o casamento civil, sua celebração gratuita pelos Oficiais de Registro Civil, sem que houvesse submissão as autoridades eclesiástica. A Constituição da República de 1934, trouxe o dever tanto da mulher como do homem de prover a própria subsistência e de sua família, mediante trabalho, cabendo o Estado a amparar os mais necessitados, reduzindo os impostos sobre imóveis rurais. Mantendo em seus artigos sobre indissolubilidade do casamento, determinando também a regulação do desquite e anulação de casamento, e mantendo também a obrigatoriedade do casamento civil mas estendendo os efeitos civis ao casamento religioso. Reafirmou em um de seus artigos sobre a diferença dos filhos naturais e legítimos, trazendo também sobre a educação dever da família e do Estado, se tornando o voto obrigatório também pelas mulheres. A Constituição do Brasil de 1937, conhecida como Polaca, por ter sido inspirada na Constituição da Polônia, tratou a família como instituída pelo casamento indissolúvel, com especial proteção do Estado. Impondo a educação como dever e direito natural dos pais, sendo o Estado apenas um colaborador, inclusive para sanar os problemas da educação familiar. Um de seus artigos também trouxe a infância e juventude como objetos de cuidados e garantias especiais por parte do Estado, imputando como falta grave dos pais o abandono moral. A Constituição do Brasil de 1946, foi regulamentado a criação de partidos, o alistamento eleitoral, o voto obrigatório e dentre outros, mais na questão do Direito de Família ele foi o mais conservador, com medidas adotadas em 1937. As Constituições se repetiram em matéria familiar, pois trataram o casamento como ato jurídico instituidor da família, a extensão de efeitos civis para o casamento religioso e dever de proteção especial pelo Estado. A Constituição da República do Brasil de 1967, também não trouxe grandes inovações em relação ao Direito de Família, em um de seus artigos foi previsto o casamento indissolúvel constitui a família e tem especial proteção do Estado, constou também a extensão dos efeitos civis ao casamento religioso, supriu também algumas necessidades de separação judicial pelo prazo de 3 anos para a separação pós-Emenda ou de 5 anos para as separações pré-Emenda. A Constituição da Republica de 1988, e o Código Civil de 1916 reescreveu o Direito de Família, a família recebeu novos contornos, vislumbrando princípios e direitos conquistados pela sociedade, sendo assim, o modelo de família tradicional passou a ser mais uma forma de constituir um núcleo familiar. E em vários de seus artigos traz os princípios constitucionais das relações familiares estudados, que é a dignidade da pessoa humana, o da liberdade e o da igualdade, elencando também os deveres da família em relação a criança, adolescente e jovens, com absoluta prioridade, como o direito a vida, a saúde, a alimentação, a educação, ao lazer, a profissionalização, a cultura e dentre outros. Traz aos pais o direito a assistir, criar e educar os filhos menores, assim como os filhos maiores tem o dever de ajudar e amparar os pais na velhice, carência ou enfermidade, determina em um de seus artigos a família, sociedade e Estado o dever de amparar os idosos.
1.4 A primeira lei do Direito de Família: o interdito proibitório do incesto
A primeira lei do Direito de Família, sendo interdito
proibitório do incesto, isto é porque o repúdio ao incesto é fundamentalmente da natureza á cultura, e sem a extada definição de determinada cultura e consideração da sua experiência, não é possível qualquer regramento.
1.4.1 Um singelo passeio pela Psicanálise: Primeiras Palavras
O que causa repúdio ao incesto são as razões de ordem
eugênica, medo e pela intolerância ao cruzamento o qual iria se resultar o nascimento do filho com deficiências físicas ou mentais, e também por razões ética, moral e social pelo envolvimento inaceitável de emoções, sexo e família. Essa mudança de um ambiente natural para um ambiente cultural, obtiveram intensa repercussão no ambiente jurídico, como não podia deixar de ser, já que se tratava de uma proibição cultural, que também devesse ser proscrita pelo direito.
1.4.2 O incesto e o Direito: Como a lei olha o fato jurídico do incesto ?
No artigo 1.521 do Código Civil, já consta o rol de
pessoas que se encontram legalmente proibidas de casar, se tratando de uma proibição absoluta, onde se prescreve a nulidade do casamento em que for celebrado contrariando o que se encontra tão vigorosamente prescrito em lei. A lei civil criou esses impedimentos entre pessoas que carregam a mesma consanguinidade exatamente para deixar prescrito o incesto, isto é, não podem se casar, todos os que estiverem elencados no rol do referido artigo. A lei civil traz normas absolutamente proibitivas a convolação de núpcias por pessoas que não podem ter relações sexuais e a consequente atividade geradora pelo fato da proximidade consanguínea, isso quer dizer que o incesto não é crime, desde que se de entre pessoas adultas e de modo consentido. Mas se ocorrer entre menores, a lei penal punirá, como qualquer outra conduta criminosa perpetrada contra crianças e adolescentes, como por exemplo o estupro.
1.5 O que é família ? A família no plural
A família é ambivalente, é complexa e sem polarizações é
uma das propostas de edificar a família das amizades como vinculo, podendo propor a família cidadã pela ternura e pelo afeto, abrindo espaços pelo reconhecimento da inclusão da cidadania da amizade. Tendo que este conceito ser estrito conta ao tempo, local e modo de sua apreensão. O significado mais amplo de família envolve o conjunto de pessoas ligadas pelo vinculo da consanguinidade, que se ligam ao mesmo tronco ancestral, descendo uma das outras. Família, também quer dizer grupo de pessoas, compreendendo casal, parentes e até mesmo pessoas estranhas, que vivem sob o mesmo teto, no mesmo lar. O direito é repersonalizado, trazendo pelo centro da relação jurídica o que antes a ladeava: a pessoa. Mudam os homens. Mudam seus agrupamentos sociais. Mudam as instituições. Mudam os instintos jurídicos. Muda a família. Mudam as relações familiais, para desempenharem novos e distintos papeis, agregando nos demais plurais arranjos familiares, fato natural e vinculador de pessoas por afetividade ou consanguinidade.
1.6 As novas estruturas parentais e conjugais
Conforme a Constituição Federal de 1988, os modelos de
famílias expressamente previstos são:
- Família matrimonializada: Decorre do casamento entre
as pessoas, sendo a terceira e a última entidade familiar trazida pela Constituição Federal, considerando a mais antiga e aceita pela sociedade, e a mais formal.
- Família originada de união: União estável é entidade
familiar, que constitui união entre homem e mulher, fora do casamento, sendo esta duradoura, pública, com fins de constituir família, e possuem fidelidade recíproca.
- Família monoparental: Família constituída por um de
seus genitores e filho, ou seja, por mãe e filho, ou pai e filho, decorrente de produção independente, separação dos cônjuges, morte, abandono, podendo ser biologicamente constituída por adoção.
Em que pesem essas tímidas disposições constitucionais,
em não sendo exaustivas, postos informadas pelo principio da dignidade humana e seus vetores integrativos como liberdade, igualdade, pluralismo/alteridade, afetividade, entre outros, claro que existem arranjos familiares implicitamente abarcados no texto constitucional, carecedores de igual proteção do estado, conforme segue:
- Família anaparental: É a família sem pai e sem mãe.
Pais morreram e os filhos têm por tutores os avós. Estes novos arranjos são denominadas famílias sócio-afetivas, que se fundam no afeto, dedicação, carinho e ajuda mútua, transformando estas convivências em verdadeiras entidades familiares.
- Família Homoafetiva: Se trata de um casal do mesmo
sexo que vivem juntos tendo filhos adotados ou biológicos de um dos parceiros ou de ambos.
- Família Mosaico: Modelo pelo qual se reconstitui família
pela junção de duas famílias anteriores, unindo filhos de um e de outro dos genitores, além dos filhos comuns que eventualmente venham a ter.
-Família Sociafetiva: Constituída por pessoas não
aparentadas entre si, mas que nutrem interpendência afetiva, como nos casos chamados “filhos de criação”.
-Famílias Paralelas: São os modelos familiares, de
conjugabilidade concomitantes, ou seja, por casamento e união estável.
1.7 O que é direito de Família ?
É o complexo das normas, que regulam a celebração do
casamento, sua validade e os efeitos, que dele resultam, as relações entre pais e filhos, o vinculo de parentesco e os institutos complementares da tutela e curatela, sendo um conjunto de regras que disciplinam os direitos pessoais e patrimoniais das relações de família. O Direito de Família é o ramo do conhecimento que visa justificar as relações de família consanguínea, civil ou afetiva sob orientação dos princípios constitucionais de proteção a dignidade da pessoa humana, de solidariedade familiar, de igualdade entre os filhos, de igualdade entre os cônjuges e companheiros, de afetividade e de função social da família, entre outros.
1.8 Direito de Família, direitos da personalidade, direitos fundamentais e