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Curso/Disciplina: Direito Civil (Família e Sucessões)

Aula: Evolução e Histórico do Direito de Família – 01


Professor(a): Aurélio Bouret
Monitor(a): Marianna Dutra de M. F. Peregrino

Aula nº 01

Direito Civil (Família e Sucessões)


Evolução e Histórico do Direito de Família

 Bibliografia

1) Maria Berenice Dias – “Direito das Famílias” – Ed. Revista dos Tribunais.
2) Cristiano Chaves e Nelson Rosenvald – “Curso de Direito Civil – v. 6” - Ed. Juspodivm.
3) Paulo Lobo – “Direito Civil – Famílias – v.5” - Ed. Saraiva
4) Flávio Tartuce – “Direito Civil. Direito de Família” - Ed. Método.
5) Carlos Roberto Gonçalves – “Direito Civil Brasileiro – Direito de Família – Vol. 6” – Ed. Saraiva.
6) José Maria Leoni – “Direito Civil – Família” - Ed. Forense.

 Introdução Histórica do Direito de Família

Na época do Brasil Colonial, o direito de família não era regulamentado pelo Estado. Essas questões
ficavam a cargo das leis canônicas da Igreja Católica. As questões do Direito de Família por muito tempo
sofreram reflexos das leis da Igreja, o que perdurou até meados do século XX. Um exemplo disso é a ideia de
família, que durante anos foi a de que seria aquela proveniente do casamento/matrimônio, sendo essa a
única forma possível de se constituir uma família. Além disso, o casamento foi considerado indissolúvel até
1977, quando o instituto do divórcio foi introduzido no ordenamento jurídico brasileiro.
Tudo isso é importante para entender que, nessa época, o direito de família se preocupava apenas com a
família legítima, ou seja, a família constituída através de um casamento.
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Na época do Brasil República, ocorreu a separação do Estado e da Religião, a chamada laicidade do


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Estado foi introduzida. Cumpre ressaltar que formalmente, o Estado virou laico, porém, as ideias da Igreja
permaneceram junto a lei durante anos.

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 Código Civil de 1916
Caraterísticas
A – Unicidade Familiar – apesar do estado estar separado da religião, esse código mantem a ideia de
que família só pode ser considerada como tal, caso seja proveniente do casamento.
B – A função da família é ser base da sociedade;
C – Sistema Patriarcal
D – A mulher casada era considerada incapaz e isso só mudou com o Estatuto da Mulher Casada em
1962;
E – O casamento era considerado indissolúvel e assim foi até a lei do divórcio em 1977 com a Lei nº
6515/77;
F – Existia a noção de filiação legítima e ilegítima;
OBS; A partir de 1940, passou a ser permitido o registro post mortem do filho, caso o pai deixasse essa
vontade em seu testamento.

 Constituição Federal de 1988 - Art. 226

Art. 226. A família, base da sociedade, tem especial proteção do Estado.

§ 1º O casamento é civil e gratuita a celebração.

§ 2º O casamento religioso tem efeito civil, nos termos da lei.

§ 3º Para efeito da proteção do Estado, é reconhecida a união estável entre o homem e a mulher como entidade
familiar, devendo a lei facilitar sua conversão em casamento,

§ 4º Entende-se, também, como entidade familiar a comunidade formada por qualquer dos pais e seus
descendentes.

§ 5º Os direitos e deveres referentes à sociedade conjugal são exercidos igualmente pelo homem e pela mulher.

§ 6º O casamento civil pode ser dissolvido pelo divórcio

§ 7º Fundado nos princípios da dignidade da pessoa humana e da paternidade responsável, o planejamento


familiar é livre decisão do casal, competindo ao Estado propiciar recursos educacionais e científicos para o exercício
desse direito, vedada qualquer forma coercitiva por parte de instituições oficiais ou privadas.
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§ 8º O Estado assegurará a assistência à família na pessoa de cada um dos que a integram, criando mecanismos
para coibir a violência no âmbito de suas relações.

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Esse artigo reconhece uma proteção do Estado à família, mas a entidade familiar já não é
mais só aquela proveniente do casamento e sim, múltiplas formas de família, não sendo o rol desse
artigo, taxativo. Ou seja, esse artigo trouxe a pluralidade de famílias para o ordenamento jurídico.
A Constituição trouxe uma série de evoluções no âmbito do direito de família, como por
exemplo, o divórcio direto e a isonomia do poder familiar.

 Conceito de Direito de Família – João Batista Vilela e Paulo Lobo

Família é um agrupamento informal de formação espontânea no meio social, cuja


estruturação se dá através do direito. É uma construção social organizada através de regras
culturalmente elaboradas que formam modelos de comportamento. Dispõe de estruturação
psíquica no qual todos ocupam um lugar, possuem uma função, sem a necessidade de estarem
biologicamente vinculados

 Princípio da Função Social da Família

A principal função da família decorre da sua característica de meio para a realização dos
nossos anseios e pretensões. Não é mais a família um fim em si mesmo, mas sim, o meio social para
a busca de nossa felicidade na relação com o outro.
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