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DIREITO PENAL

Crimes contra a Família e Crimes contra


a Paz Pública

SISTEMA DE ENSINO

Livro Eletrônico
DIREITO PENAL
Crimes contra a Família e Crimes contra a Paz Pública

Sumário
Douglas Vargas

Apresentação. . .................................................................................................................................. 4
Crimes contra a Família e Crimes contra a Paz Pública.......................................................... 5
1. Dos Crimes contra a Paz Pública.............................................................................................. 5
1.1. Incitação ao Crime..................................................................................................................... 5
1.2. Características Gerais. . ............................................................................................................ 5
1.3. Observações. . ............................................................................................................................. 6
2. Apologia de Crime ou Criminoso.. ............................................................................................. 6
2.1. Características Gerais.............................................................................................................. 7
2.2. Observações.............................................................................................................................. 8
3. Associação Criminosa................................................................................................................. 8
3.1. Características Gerais.............................................................................................................. 9
3.2. Forma Majorada.. .................................................................................................................... 10
3.3. Observações............................................................................................................................ 10
4. Constituição de Milícia Privada............................................................................................... 11
4.1. Características Gerais. . ...........................................................................................................12
5. Dos Crimes contra a família.....................................................................................................12
5.1. Dos Crimes contra o Casamento...........................................................................................12
5.2. Induzimento a Erro Essencial e Ocultação de Impedimento.. ....................................... 14
5.3. Conhecimento Prévio de Impedimento. . .............................................................................16
5.4. Simulação de Autoridade para Celebração de Casamento............................................16
5.5. Simulação de Casamento. . ..................................................................................................... 17
6. Dos Crimes Contra o Estado de Filiação................................................................................ 17
6.1. Registro de Nascimento Inexistente.. .................................................................................. 17
6.2. Parto Suposto, Supressão ou Alteração de Direito Inerente ao Estado Civil do
Recém-Nascido.............................................................................................................................. 18
6.3. Sonegação de Estado de Filiação.. ...................................................................................... 20
7. Dos Crimes Contra a Assistência Familiar. . ...........................................................................21

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7.1. Abandono Material. . .................................................................................................................21


7.2. Entrega de Filho Menor à Pessoa Inidônea. . ..................................................................... 22
7.3. Abandono Intelectual. . ........................................................................................................... 23
7.4. Abandono Moral. . .................................................................................................................... 24
8. Dos Crimes Contra o Pátrio Poder, Tutela Curatela........................................................... 25
8.1. Induzimento a Fuga, Entrega Arbitrária ou Sonegação de Incapazes......................... 25
8.2. Subtração de Incapazes.. ...................................................................................................... 26
Resumo............................................................................................................................................. 28
Questões Comentadas em Aula.................................................................................................. 34
Questões de Concurso.................................................................................................................. 35
Gabarito............................................................................................................................................ 39
Gabarito Comentado.....................................................................................................................40

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Apresentação
Olá, querido(a) aluno(a)!
Seja muito bem-vindo(a) ao estudo do tema crimes contra a paz pública e Crimes contra a
família. Estudaremos, especificamente, os delitos a seguir:
Crimes contra a paz pública:

Crimes contra a família:

Ao final, como de praxe, faremos uma lista de exercícios direcionada aos conteúdos apre-
sentados, sem perder de vista as questões da banca FGV.
Espero que tenham um estudo proveitoso!

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CRIMES CONTRA A FAMÍLIA E CRIMES


CONTRA A PAZ PÚBLICA
1. Dos Crimes contra a Paz Pública
1.1. Incitação ao Crime
CP, Art. 286. Incitar, publicamente, a prática de crime:
Pena – detenção, de três a seis meses, ou multa.

Incitar nada mais é do que estimular, induzir um indivíduo a fazer alguma coisa. Nesse
caso, o autor estimula, publicamente, a prática de crime.
Não será, no entanto, qualquer tipo de incitação que poderá configurar o delito em estudo.
Segundo a doutrina, temos os seguintes requisitos:

De acordo com as premissas acima, podemos trabalhar com os seguintes exemplos:

1.2. Características Gerais


O bem jurídico tutelado é a paz pública.
Estamos diante de crime comum, que pode ser praticado por qualquer pessoa.

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O delito é de perigo comum e abstrato, de modo que atinge número indeterminado de pes-
soas e que a demonstração de perigo é presumida.
O crime é vago (seu sujeito passivo é a coletividade).

Se o indivíduo (ou os vários indivíduos) incitados vierem efetivamente a praticar o delito, o ins-
tigador deve responder também pelo delito praticado pelos indivíduos que ele incitou.

O delito em estudo não admite a forma culposa.


Sua consumação ocorre quando a incitação praticada pelo autor chega ao conhecimento
do número indeterminado de pessoas.
É crime formal, de modo que a prática do delito incitado não é requisito para a consumação
do delito.
A tentativa é de difícil configuração (como, por exemplo, na via escrita), mas é possível.
A ação penal é pública incondicionada.

1.3. Observações
É muito importante tomar cuidado para não confundir o delito do art. 286 com outros cri-
mes relacionados com o ato de instigar. Listamos abaixo os principais, para que você não
misture os delitos na hora da prova:

2. Apologia de Crime ou Criminoso


CP, Art. 287. Fazer, publicamente, apologia de fato criminoso ou de autor de crime:
Pena – detenção, de três a seis meses, ou multa.

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A apologia de fato criminoso ou de autor de crime é um pouco parecida com o artigo an-
terior (incitação ao crime), pois também, em regra, é praticada publicamente e em face de um
número indeterminado de pessoas.
Entretanto, nela o autor defende, exalta ou aprova um determinado fato criminoso ou au-
tor de crime.

Há divergência na doutrina, mas a parcela majoritária entende que o fato criminoso deve ser
certo e ter efetivamente ocorrido para a configuração do delito.

Assim como ocorre com o art. 286, não se configura o delito do art. 287 em face de apo-
logia à contravenção penal ou mesmo de apologia em favor de autor de contravenção penal.

Vejamos uma excelente questão de prova a fim de esclarecermos essa diferença:

001. (FUNDATEC/2018/DPE-SC/ANALISTA TÉCNICO) A incitação ao crime, nos termos do


artigo 286 do CP, destina-se ao estímulo de um número indeterminado de pessoas à prática
de crime determinado e futuro, sendo que a apologia ao crime e ao criminoso, nos termos do
artigo 287 do CP, diz respeito ao delito passado, haja vista que se faz publicamente elogio ou
exaltação a fato criminoso ou a autor de crime.

Exatamente isso!
Certo.

2.1. Características Gerais


O bem jurídico tutelado é a paz pública.
Estamos diante de crime comum, que pode ser praticado por qualquer pessoa.
O delito é de perigo comum e abstrato, de modo que atinge número indeterminado de pes-
soas e que a demonstração de perigo é presumida.
O crime é vago (seu sujeito passivo é a coletividade). O delito em estudo não admite a for-
ma culposa.

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Sua consumação ocorre quando a apologia praticada pelo autor chega ao conhecimento
do número indeterminado de pessoas.
É crime formal, de modo que a efetiva perturbação da paz não é requisito para a consuma-
ção do delito.
A tentativa é de difícil configuração, mas é possível.
A ação penal é pública incondicionada.

2.2. Observações
O discurso realizado publicamente em favor da legalização das drogas já foi objeto de
análise pelo STF (Informativo 631). A Suprema Corte entendeu que o exercício dos direitos de
reunião e de manifestação do pensamento excluem qualquer interpretação que possa ensejar
a criminalização da defesa da legalização das drogas.
Logo, especificamente nesses casos, não se configura a conduta prevista no art. 287 do CP.

3. Associação Criminosa

Cena do filme “Ocean’s Twelve”

Art. 288. Associarem-se 3 (três) ou mais pessoas, para o fim específico de cometer crimes:
Pena – reclusão, de 1 (um) a 3 (três) anos.

Anteriormente, o delito do art. 288 do CP era chamado de “Quadrilha ou bando”, porém


teve seu nome alterado para “Associação Criminosa” com o advento da Lei de Organizações
Criminosas em 2013.
A conduta em si é simples. Trata da associação, de 3 ou mais pessoas, com a finalidade
de cometer crimes.

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Bastante atenção nesse requisito de 3 ou mais pessoas. Os examinadores gostam muito


de tratar desse assunto.
Ademais, vamos falar de algumas peculiaridades existentes quanto à configuração do de-
lito do art. 288:

A absolvição de um dos agentes irá desconfigurar o delito de associação criminosa, se não


restarem ao menos outros três autores.

Se, por exemplo, três indivíduos estão respondendo pelos delitos de roubo e associação
criminosa, e um deles é absolvido das acusações, o delito de associação criminosa irá se des-
caracterizar para os outros dois, haja vista que não bastam dois autores para a existência do
crime em estudo.

3.1. Características Gerais


O bem jurídico tutelado é a Paz pública.
Trata-se de delito de concurso necessário (pois só se configurar com a participação de no
mínimo 3 agentes).
O crime é comum (praticável por qualquer pessoa).
Só se admite a modalidade dolosa.
Segundo o STJ, há o requisito de que a associação tenha caráter estável e permanente.
Isso pois, se há vínculo apenas para a prática eventual de um crime, ocorrerá apenas o concur-
so de agentes, e não o delito do art. 288.
O crime é de perigo abstrato, logo sua consumação ocorre com a simples associação
entre os indivíduos. Não é necessário que estes cheguem a praticar efetivamente os delitos
almejados. Este é o posicionamento do STJ.
O delito é considerado de natureza formal e permanente.
A tentativa é inadmissível, visto que neste caso, estão tipificados como crime meros atos
preparatórios para a prática de outros delitos.

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3.2. Forma Majorada

3.3. Observações
O delito de associação criminosa não irá se configurar se a reunião se der com o objetivo
de praticar contravenções penais.
Além disso, cabe relembrar que a prisão temporária é cabível no caso do delito de asso-
ciação criminosa, por expressa previsão no rol taxativo da lei 7.960/89, pelo prazo de 5 dias,
prorrogável por igual período, em caso de extrema e comprovada necessidade.
No mais, é importante que você não confunda este delito com o de Organização Criminosa:
• Organização criminosa – Lei n. 12.850/2013:

Associação de 4 (quatro) ou mais pessoas estruturalmente ordenada e caracterizada pela divisão


de tarefas, ainda que informalmente, com objetivo de obter, direta ou indiretamente, vantagem de
qualquer natureza, mediante a prática de infrações penais cujas penas máximas sejam superiores a
4 (quatro) anos, ou que sejam de caráter transnacional.

• Associação criminosa – Art. 288 do CP:

Associarem-se 3 (três) ou mais pessoas, para o fim específico de cometer crimes

Antes de seguirmos, mais uma questão de prova:

002. (CESPE/CEBRASPE/2020/PRF/POLICIAL RODOVIÁRIO FEDERAL/CURSO DE FOR-


MAÇÃO) O crime de associação criminosa impõe o número mínimo de três pessoas que se
associam para fins de cometimento de crimes.

Quando o assunto é associação criminosa, as bancas gostam de cobrar esse ponto. Portanto,
não esqueça: São necessárias 3 (três) ou mais pessoas.
Certo.

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4. Constituição de Milícia Privada


CP, Art. 288-A. Constituir, organizar, integrar, manter ou custear organização paramilitar, milícia parti-
cular, grupo ou esquadrão com a finalidade de praticar qualquer dos crimes previstos neste Código:
Pena – reclusão, de 4 (quatro) a 8 (oito) anos.

Outro delito de concurso necessário, o delito do art. 288-A trata da conduta dos indivíduos
que constituem uma organização paramilitar, milícia particular, grupo ou esquadrão com fina-
lidade de praticar crimes.
Embora a lei não informe quantos indivíduos são necessários para a configuração do de-
lito em estudo, a doutrina entende que se deve aplicar a mesma regra do art. 288: 3 ou mais
indivíduos.

Por incrível que pareça, como o legislador restringiu a incidência do art. 288-A aos crimes pre-
vistos no Código Penal, a norma não irá incidir no caso de grupos de indivíduos destinados à
prática de genocídio, haja vista que este crime não está previsto no Código Penal.

003. (FMP CONCURSOS/2017/MPE-RO/PROMOTOR DE JUSTIÇA SUBSTITUTO/ADAPTA-


DA) Em relação ao crime de constituição de milícia privada, a finalidade consiste na prática
de crimes previstos no Código Penal e na legislação penal extravagante, para a subsunção ao
artigo 288-A do Código Penal.

Essa você já sabe. A finalidade desse delito é a de praticar qualquer dos crimes previstos no
Código Penal, apenas.
Errado.
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4.1. Características Gerais


O bem jurídico tutelado é a paz pública. Trata-se de delito praticável apenas na modali-
dade dolosa.
A doutrina entende que, assim como no caso do art. 288, é necessário que a associação
entre os indivíduos tenha natureza estável ou permanente.
O tipo penal em estudo não incide sobre a reunião de indivíduos para a prática de contra-
venções penais. A tentativa é inadmissível, visto que a conduta prevista trata apenas de atos
preparatórios.
A consumação ocorre no exato momento em que as três ou mais pessoas constituem as or-
ganizações previstas no artigo. O crime é permanente. A ação penal é pública incondicionada.

5. Dos Crimes contra a família


5.1. Dos Crimes contra o Casamento
Bigamia

CP, Art. 235. Contrair alguém, sendo casado, novo casamento:


Pena – reclusão, de dois a seis anos.

Iniciamos nosso estudo dos crimes contra a família no capítulo que trata sobre os crimes
contra o casamento.
Nesse sentido, começamos com o crime de bigamia, que consiste na conduta de contrair
casamento quando já se é casado.
Note que estamos diante de crime próprio, haja vista que só se admite a prática do delito
por pessoa regularmente casada.
Além disso, é crime de concurso necessário, que requer a ação de duas pessoas (uma
delas devendo já ser casada).

 Obs.: Temos aqui uma exceção à teoria monista, pois a pessoa que não é casada e contrai
matrimônio com pessoa casada (sabendo dessa circunstância) irá responder por um
delito diferente.

Vejamos o que diz o CP:

CP, Art. 285, § 1º Aquele que, não sendo casado, contrai casamento com pessoa casada, conhecen-
do essa circunstância, é punido com reclusão ou detenção, de um a três anos.

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Logo, temos o seguinte cenário:

A realização de casamento religioso não irá configurar o delito, a não ser que a cerimônia seja
realizada com efeitos civis, nos termos da lei.

Além disso, aquele que está separado judicialmente pode incidir no delito do art. 235, haja
vista que legalmente falando, seu casamento ainda não estará extinto.

Características Gerais

Possui como bem jurídico tutelado a instituição ou preservação do casamento monogâmico.


Não há a previsão de modalidade culposa para o delito de bigamia.
A consumação ocorre quando é celebrado o segundo casamento.
Há polêmica na doutrina quanto à tentativa, de modo que dificilmente tal assunto será ob-
jeto de prova. Mas para todos os efeitos, temos o seguinte:

A ação penal é pública incondicionada.

Observações

O CP prevê a exclusão da tipicidade do delito, no seguinte caso:

CP, Art. 285, 2º Anulado por qualquer motivo o primeiro casamento, ou o outro por motivo que não a
bigamia, considera-se inexistente o crime.

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Vejamos uma questão sobre esse crime.

004. (IESES/2019/TJ-SC/TITULAR DE SERVIÇOS DE NOTAS E DE REGISTROS/ADAPTA-


DA) A conduta de contrair alguém, sendo casado, novo casamento, constitui crime de bigamia,
ainda que posteriormente venha a ser anulado o primeiro casamento, não servindo tal anula-
ção posterior para fazer cessar os efeitos penais do delito já consumado.

O entendimento doutrinário é no sentido de que a declaração de nulidade do primeiro casa-


mento possui efeito ex tunc (retroativo). Dessa forma, não há de se falar em bigamia.
Errado.

5.2. Induzimento a Erro Essencial e Ocultação de Impedimento


CP, Art. 236. Contrair casamento, induzindo em erro essencial o outro contraente, ou ocultando-lhe
impedimento que não seja casamento anterior:
Pena – detenção, de seis meses a dois anos.
Parágrafo único. A ação penal depende de queixa do contraente enganado e não pode ser intentada
senão depois de transitar em julgado a sentença que, por motivo de erro ou impedimento, anule o
casamento.

O art. 236 do CP apresenta uma peculiaridade: o autor induz em erro essencial o outro
contraente, ou lhe oculta impedimento diferente de casamento anterior.
Ao contrário do delito de bigamia, estamos diante de crime comum, que pode ser praticado
por qualquer pessoa.
Por erro essencial entende-se o tipo de erro previsto no art. 1557 do Código Civil, que em-
bora relevante para a configuração da conduta, dificilmente é cobrado na hora da prova:

Código Civil, Art. 1.557. Considera-se erro essencial sobre a pessoa do outro cônjuge:
I – o que diz respeito à sua identidade, sua honra e boa fama, sendo esse erro tal que o seu conhe-
cimento ulterior torne insuportável a vida em comum ao cônjuge enganado;
II – a ignorância de crime, anterior ao casamento, que, por sua natureza, torne insuportável a vida
conjugal;
III – a ignorância, anterior ao casamento, de defeito físico irremediável que não caracterize deficiên-
cia ou de moléstia grave e transmissível, por contágio ou por herança, capaz de pôr em risco a saúde
do outro cônjuge ou de sua descendência;

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E por impedimento que não seja casamento anterior entende-se pela aplicação do art.
1.521 do Código Civil:

Art. 1.521. Não podem casar:


I – os ascendentes com os descendentes, seja o parentesco natural ou civil;
II – os afins em linha reta;
III – o adotante com quem foi cônjuge do adotado e o adotado com quem o foi do adotante;
IV – os irmãos, unilaterais ou bilaterais, e demais colaterais, até o terceiro grau inclusive;
V – o adotado com o filho do adotante;
VI – as pessoas casadas;
VII – o cônjuge sobrevivente com o condenado por homicídio ou tentativa de homicídio contra o seu
consorte.

Características Gerais

O bem jurídico tutelado é a organização jurídica matrimonial.


O delito só admite a modalidade dolosa.
A consumação do crime ocorre com a realização do casamento.
Segundo a doutrina majoritária, não se admite a tentativa.

A ação penal é privada personalíssima, só podendo ser intentada pelo cônjuge enganado:

CP, Art. 236, Parágrafo único. A ação penal depende de queixa do contraente enganado e não pode
ser intentada senão depois de transitar em julgado a sentença que, por motivo de erro ou impedi-
mento, anule o casamento.

Seguimos com mais uma questão.

005. (FUNDEP/2017/MPE-MG/PROMOTOR DE JUSTIÇA SUBSTITUTO/ADAPTADA) O cri-


me de induzimento a erro essencial e ocultação de impedimento ao matrimônio é caso de ação
penal privada personalíssima.

Exatamente isso. Após a revogação do delito de adultério em 2005, apenas o delito do art. 236
do CP está subordinado a essa espécie de ação penal. Nesse caso, não será possível a cha-
mada sucessão processual.
Certo.

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5.3. Conhecimento Prévio de Impedimento


CP, Art. 237. Contrair casamento, conhecendo a existência de impedimento que lhe cause a nulidade
absoluta:
Pena – detenção, de três meses a um ano.

No art. 237 do CP, temos a conduta do indivíduo que contrai casamento conhecendo a exis-
tência de impedimento que lhe cause nulidade absoluta.
Mais uma vez, a definição de impedimento é extraída do Código Civil (Art. 1.521), o qual já
citamos anteriormente.

No entanto, se o impedimento for o do inciso IV do art. 1.521/CC (casamento anterior) carac-


teriza-se o delito de bigamia, e não o de conhecimento prévio de impedimento.

Além disso, note que a conduta típica do art. 237 é subsidiária à conduta do art. 236, vis-
to que o delito de conhecimento prévio de impedimento se caracteriza até mesmo através da
omissão do autor, sem existir necessidade da prática de ato para ocultar o impedimento, como
ocorre no art. 237.

Características Gerais

O bem jurídico tutelado é a regular formação da família.


O crime só admite a modalidade dolosa.
Assim como ocorre nos demais tipos relacionados ao casamento, a consumação se dá
quando o casamento é celebrado, nos moldes do Código Civil.
A tentativa é admissível, embora de difícil configuração.
A ação penal é pública incondicionada.

5.4. Simulação de Autoridade para Celebração de Casamento


CP, Art. 238. Atribuir-se falsamente autoridade para celebração de casamento:
Pena – detenção, de um a três anos, se o fato não constitui crime mais grave.

A atribuição jurídica para a celebração de casamentos é do juiz de paz, segundo nossa


Constituição Federal.
Se um indivíduo se atribuir falsamente autoridade para celebrar casamento, irá incorrer no
tipo penal do art. 238.
As vítimas do delito, portanto, são o Estado, e também os cônjuges de boa-fé que forem
enganados pela conduta do autor.

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Características Gerais

O bem jurídico tutelado é a ordem jurídica matrimonial.


O delito é comum, visto que pode ser praticado por qualquer um que atribuir-se falsamente
autoridade para celebrar casamento.
A consumação ocorre no momento da atribuição falsa de autoridade para celebrar ca-
samentos por parte do agente, independentemente da celebração do matrimônio. Trata-se,
portanto, de crime formal.
A tentativa é admissível.
A ação penal é pública incondicionada.

5.5. Simulação de Casamento


CP, Art. 239. Simular casamento mediante engano de outra pessoa:
Pena – detenção, de um a três anos, se o fato não constitui elemento de crime mais grave.

No delito em estudo, o autor simula o casamento mediante engano de outra pessoa (não
necessariamente atuando como celebrante).
Essa outra pessoa, segundo a doutrina, deve ser o outro contraente ou algum envolvido
cujo consentimento seja necessário para a realização do casamento.

O sujeito ativo, portanto, pode ser qualquer pessoa: Um dos contraentes, ambos (em concur-
so), as testemunhas, ou mesmo o juiz de paz.

Características Gerais

Da mesma forma que nos demais delitos do capítulo, é a ordem jurídica matrimonial.
O delito em estudo só admite a forma dolosa.
Sua consumação ocorre quando ocorre a simulação do casamento – ainda que o matrimô-
nio não venha a ser efetivamente realizado.
A tentativa é admissível.
A ação penal é pública incondicionada.

6. Dos Crimes Contra o Estado de Filiação


6.1. Registro de Nascimento Inexistente
CP, Art. 241. Promover no registro civil a inscrição de nascimento inexistente:
Pena – reclusão, de dois a seis anos.

Este delito é um dos mais simples da aula de hoje. Trata da conduta do indivíduo que pro-
move registro civil de nascimento que não existiu.
A única observação de maior importância é a seguinte...

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Crimes contra a Família e Crimes contra a Paz Pública
Douglas Vargas

O delito de falsidade ideológica (Art. 299 CP) é absorvido pelo delito do art. 241 em estudo.

O delito é COMUM, motivo pelo qual o sujeito ativo pode ser qualquer indivíduo. O sujeito
passivo é o Estado.

Características Gerais

O bem jurídico tutelado é a segurança do estado de filiação.


O delito em estudo admite apenas a forma dolosa.
A consumação ocorre quando se dá a inscrição, no registro civil, de nascimento inexistente.
A tentativa é admissível. A ação penal é pública incondicionada.
Veja como os examinadores podem cobrar algo em torno desse delito.

006. (VUNESP/2012/TJ-SP/TITULAR DE SERVIÇOS DE NOTAS E DE REGISTROS/ADAPTA-


DA) O ato de promover no registro civil a inscrição de nascimento inexistente pode deixar de
ser apenado, desde que reconhecido por sentença judicial que praticado por motivo de reco-
nhecida nobreza.

Não caia nessa pegadinha. O delito do art. 241 do CP não possui previsão de forma privilegiada
ou de perdão judicial diante de motivo de reconhecida nobreza.
Errado.

6.2. Parto Suposto, Supressão ou Alteração de Direito Inerente ao


Estado Civil do Recém-Nascido
CP, Art. 242. Dar parto alheio como próprio; registrar como seu o filho de outrem; ocultar recém-nas-
cido ou substituí-lo, suprimindo ou alterando direito inerente ao estado civil:
Pena – reclusão, de dois a seis anos.

Enquanto no art. 241 temos o registro de nascimento que não ocorreu, no art. 242 temos
diversas condutas um pouco mais específicas:

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Características Gerais

O bem jurídico tutelado é a fé pública de documentos oficiais.


O delito admite apenas a forma dolosa. A tentativa é admissível em todos os casos.
A consumação ocorre nos seguintes momentos:

A ação penal é pública incondicionada.

Observações

Segundo a doutrina, o crime de falsidade cometido para possibilitar a prática do art. 242-
CP é absorvida por este último, respondendo o agente apenas pelo delito em estudo.
Por fim, o tipo penal em estudo prevê ainda a possibilidade de uma forma privilegiada, que
inclusive torna possível o perdão judicial:

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Segundo a doutrina, motivo de reconhecida nobreza é aquele que demonstra notória gene-
rosidade ou solidariedade do autor (como por exemplo, o casal que registra como seu o filho
de uma pessoa que não teria condições de alimentar o próprio filho, sem se utilizar do proces-
so regular de adoção).

6.3. Sonegação de Estado de Filiação


CP, Art. 243. Deixar em asilo de expostos ou outra instituição de assistência filho próprio ou alheio,
ocultando-lhe a filiação ou atribuindo-lhe outra, com o fim de prejudicar direito inerente ao estado
civil:
Pena – reclusão, de um a cinco anos, e multa.

Esse delito é bastante simples, mas chamo a sua atenção para a peculiaridade de que o
abandono deve ocorrer em asilo de expostos ou outra instituição de assistência.

Se o abandono acontecer em outro local, diverso dos listados no tipo penal, irá se configurar o
delito de abandono de incapaz ou de exposição ou abandono de recém-nascido, dependendo
do caso concreto.

O crime é comum (praticável por qualquer pessoa), e pode ser praticado contra o próprio
filho ou filho de terceiro.

Características Gerais

É a segurança do estado de filiação.


O delito é material, de modo que requer a supressão ou alteração do estado civil da criança.
O delito admite apenas a modalidade dolosa, e requer a finalidade específica de querer
prejudicar direito inerente ao estado civil da vítima.
A tentativa é admissível.
A consumação ocorre quando o agente abandona a criança nos locais previstos no tipo
penal, atribuindo a ela outra filiação ou simplesmente lhe ocultando sua filiação verdadeira.
A ação penal é pública incondicionada.
Antes de seguirmos, vamos para uma questão.

007. (CESPE/2011/DPE-MA/DEFENSOR PÚBLICO) Aquele que deixa o próprio filho em casa


de família desconhecida, ocultando-lhe a filiação, com o fim de prejudicar direito inerente ao
estado civil, responde pelo delito de sonegação de estado de filiação.

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Questão mais antiga, mas de extrema relevância. Perceba que o filho próprio foi deixado em
casa de família desconhecida com o fim de prejudicar direito inerente ao estado civil. Dessa
forma, sabemos que para haver a configuração do delito do art. 243 do CP, o filho próprio ou
alheio deve ser deixado em asilo de expostos ou em outra instituição de assistência.
Errado.

7. Dos Crimes Contra a Assistência Familiar


7.1. Abandono Material
CP, Art. 244. Deixar, sem justa causa, de prover a subsistência do cônjuge, ou de filho menor de 18
(dezoito) anos ou inapto para o trabalho, ou de ascendente inválido ou maior de 60 (sessenta) anos,
não lhes proporcionando os recursos necessários ou faltando ao pagamento de pensão alimentícia
judicialmente acordada, fixada ou majorada; deixar, sem justa causa, de socorrer descendente ou
ascendente, gravemente enfermo: (Redação dada pela Lei n. 10.741, de 2003)
Pena – detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos e multa, de uma a dez vezes o maior salário mínimo
vigente no País.
Parágrafo único. Nas mesmas penas incide quem, sendo solvente, frustra ou ilide, de qualquer modo,
inclusive por abandono injustificado de emprego ou função, o pagamento de pensão alimentícia ju-
dicialmente acordada, fixada ou majorada.

O delito em estudo é crime próprio, que se divide nas seguintes formas e pode ser pratica-
do pelos seguintes indivíduos:

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O delito em estudo também é de tipo misto cumulativo. Por esse motivo, se o autor praticar
mais de uma das condutas previstas, irá responder por cada uma delas, em concurso material.

Características Gerais

O bem jurídico tutelado é o organismo familiar.


O delito é omissivo puro, de modo que só pode ser praticado mediante uma omissão do autor.
Por esse motivo, não admite a tentativa.
A consumação se dá quando o autor falta ao pagamento da pensão alimentícia, deixa
de prover subsistência ou deixa de prestar socorro à vítima (dependendo da modalidade
praticada).
Trata-se de crime permanente, cuja consumação se protrai no tempo.
A ação penal é pública incondicionada.

7.2. Entrega de Filho Menor à Pessoa Inidônea


CP, Art. 245. Entregar filho menor de 18 (dezoito) anos a pessoa em cuja companhia saiba ou deva
saber que o menor fica moral ou materialmente em perigo: (Redação dada pela Lei n. 7.251, de 1984)
Pena – detenção, de 1 (um) a 2 (dois) anos. (Redação dada pela Lei n. 7.251, de 1984)

A conduta do art. 245 é crime próprio: Só podem ser sujeitos ativos os pais (mesmo que
adotivos), que entregam filho menor de 18 anos a pessoa que coloca o menor em perigo moral
ou material.

Tutores não podem praticar o delito do art. 245 do CP.

Características Gerais

O bem jurídico tutelado é a assistência familiar aos filhos menores.


O art. 245 é crime de perigo presumido. Não há previsão de modalidade culposa.
A consumação se dá com a entrega do menor à pessoa, ainda que este não sofra qualquer
mal em razão da conduta dos pais.
A tentativa é admissível, e a ação penal é pública incondicionada.

Formas Qualificadas

O delito possui duas formas qualificadas, que merecem ser lidas em sua integralidade:

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Embora o art. 245 em si seja crime próprio, a conduta equiparada do parágrafo 2º é crime co-
mum – e pode ser praticado por qualquer pessoa.

Vejamos mais uma questão.

008. (MPDFT/2013/MPDFT/PROMOTOR DE JUSTIÇA/ADAPTADA) A entrega de filho me-


nor à pessoa sabidamente inidônea se caracteriza ainda quando o agente não tenha intui-
to de lucro.

A consumação do delito se dá com a entrega do menor, independentemente de intuito de lu-


cro. Se o agente pratica o crime para obter lucro, responderá na forma qualificada do art. 245,
§ 1º do CP.
Certo.

7.3. Abandono Intelectual


Art. 246. Deixar, sem justa causa, de prover à instrução primária de filho em idade escolar:
Pena – detenção, de quinze dias a um mês, ou multa.

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Ao contrário do que muitos pensam, deixar, sem justa causa, de prover instrução do filho
em idade escolar é crime.
Obviamente, trata-se de crime próprio, cujo sujeito ativo só podem ser os pais. O sujeito
passivo do delito, segundo a doutrina, é a criança entre 7 e 14 anos, que é a chamada idade
escolar obrigatória.

Características Gerais

O bem jurídico tutelado é o direito à educação primária dos filhos.


O crime é omissivo puro, que se caracteriza com uma omissão dos autores. Por esse mo-
tivo, não admite a tentativa.

Os pais são obrigados a prover a instrução primária dos filhos mesmo que estes residam em
outro local.

O delito só admite a forma dolosa.


A consumação requer que os pais sejam omissos por tempo juridicamente relevante, se-
gundo a doutrina. A ação penal é pública incondicionada.

7.4. Abandono Moral


CP, Art. 247. Permitir alguém que menor de dezoito anos, sujeito a seu poder ou confiado à sua
guarda ou vigilância:
I – frequente casa de jogo ou mal-afamada, ou conviva com pessoa viciosa ou de má vida;
II – frequente espetáculo capaz de pervertê-lo ou de ofender-lhe o pudor, ou participe de represen-
tação de igual natureza;
III – resida ou trabalhe em casa de prostituição;
IV – mendigue ou sirva a mendigo para excitar a comiseração pública:
Pena – detenção, de um a três meses, ou multa.

Abandono moral é o nome utilizado pela doutrina para tratar do art. 247 do CP (tal nomen-
clatura não está expressa no Código Penal).
Enquanto no abandono intelectual os pais (ou qualquer pessoa que tenham menores de 18
anos sob sua guarda) deixam de prover educação obrigatória para seus filhos, no abandono
moral o autor permite que menor de 18 anos sob sua guarda se envolvam nas condutas previs-
tas nos incisos de I a IV.

O delito do art. 247 é considerado crime comum, pela parcela majoritária da doutrina, embora
existam posicionamentos contrários.
Para fins de prova, lembre-se de que sua configuração não se restringe a condutas praticadas
pelos pais, mas também por aqueles que exerçam sobre o menor poder, guarda ou vigilância.

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Características Gerais

O bem jurídico tutelado é a educação e a formação do menor.


O tipo penal em estudo é misto cumulativo. Dessa forma, se o autor permitir que o menor
de 18 anos pratique as condutas de mais de um inciso, deverá responder pois mais de um cri-
me, em concurso material.
O delito não admite a forma culposa.
A consumação pode ocorrer em dois momentos:

A tentativa é admissível apenas no caso de autorização ANTERIOR à prática do comporta-


mento pela vítima.
A ação penal é pública incondicionada.

8. Dos Crimes Contra o Pátrio Poder, Tutela Curatela


8.1. Induzimento a Fuga, Entrega Arbitrária ou Sonegação de Incapazes
CP, Art. 248. Induzir menor de dezoito anos, ou interdito, a fugir do lugar em que se acha por determi-
nação de quem sobre ele exerce autoridade, em virtude de lei ou de ordem judicial; confiar a outrem
sem ordem do pai, do tutor ou do curador algum menor de dezoito anos ou interdito, ou deixar, sem
justa causa, de entregá-lo a quem legitimamente o reclame:
Pena – detenção, de um mês a um ano, ou multa.

O capítulo IV do Título VII do CP possui apenas dois delitos.


O primeiro deles (art. 248), tem o enunciado um pouco confuso, mas trata das seguin-
tes condutas:

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Características Gerais

O crime é comum, e pode ser praticado por qualquer pessoa.


O bem jurídico tutelado é o poder familiar e a tutela.
O tipo penal em estudo também é misto cumulativo. Dessa forma, se o autor pratica mais
de uma das condutas listadas, responde por mais de um crime, em concurso material.
O delito não admite a forma culposa.
A tentativa é possível apenas nas formas induzir e entregar, de modo que a doutrina enten-
de ser impossível a tentativa na forma de sonegação de incapazes.
A ação penal é pública incondicionada.

8.2. Subtração de Incapazes


CP, Art. 249. Subtrair menor de dezoito anos ou interdito ao poder de quem o tem sob sua guarda em
virtude de lei ou de ordem judicial:
Pena – detenção, de dois meses a dois anos, se o fato não constitui elemento de outro crime.
§ 1º O fato de ser o agente pai ou tutor do menor ou curador do interdito não o exime de pena, se
destituído ou temporariamente privado do pátrio poder, tutela, curatela ou guarda.
§ 2º No caso de restituição do menor ou do interdito, se este não sofreu maus-tratos ou privações,
o juiz pode deixar de aplicar pena.

O último delito da aula de hoje trata da subtração de incapazes. É crime comum, que con-
siste na subtração de menor de 18 anos ou interdito ao poder de quem o tem sob sua guarda
em virtude de lei ou de ordem judicial.

Características Gerais

O bem jurídico tutelado é o poder familiar e a tutela.


O crime requer que o menor (ou interdito) seja efetiva retirado da esfera de vigilância de seu
responsável. Isso ocorre pois, do contrário, não se configura a subtração, que é elemento-cha-
ve do tipo penal em estudo.
O delito admite apenas a forma dolosa
A tentativa é admissível.
A consumação do delito ocorre no momento da subtração do incapaz – independentemen-
te do êxito do autor em ter a posse pacífica da vítima da subtração.
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Observações

Merece destaque a modalidade de perdão judicial específica para o delito em estudo:

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RESUMO
Crimes contra a paz pública:

O discurso realizado publicamente em favor da legalização das drogas já foi objeto de


análise pelo STF (Informativo 631). A Suprema Corte entendeu que o exercício dos direitos de
reunião e de manifestação do pensamento excluem qualquer interpretação que possa ensejar
a criminalização da defesa da legalização das drogas.

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Crimes contra a família:

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O delito do art. 247 é considerado crime comum, pela parcela majoritária da doutrina, em-
bora existam posicionamentos contrários.
Para fins de prova, lembre-se que sua configuração não se restringe a condutas praticadas
pelos pais.
O tipo penal em estudo é misto cumulativo. Dessa forma, se o autor permitir que o menor
de 18 anos pratique as condutas de mais de um inciso, deverá responder pois mais de um cri-
me, em concurso material.

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QUESTÕES COMENTADAS EM AULA


001. (FUNDATEC/2018/DPE-SC/ANALISTA TÉCNICO) A incitação ao crime, nos termos do
artigo 286 do CP, destina-se ao estímulo de um número indeterminado de pessoas à prática
de crime determinado e futuro, sendo que a apologia ao crime e ao criminoso, nos termos do
artigo 287 do CP, diz respeito ao delito passado, haja vista que se faz publicamente elogio ou
exaltação a fato criminoso ou a autor de crime.

002. (CESPE/CEBRASPE/2020/PRF/POLICIAL RODOVIÁRIO FEDERAL/CURSO DE FOR-


MAÇÃO/3ª TURMA/1ª PROVA) O crime de associação criminosa impõe o número mínimo de
três pessoas que se associam para fins de cometimento de crimes.

003. (FMP CONCURSOS/2017/MPE-RO/PROMOTOR DE JUSTIÇA SUBSTITUTO/ADAPTA-


DA) Em relação ao crime de constituição de milícia privada (artigo 288-A do Código Penal), a
finalidade consiste na prática de crimes previstos no Código Penal e na legislação penal extra-
vagante, para a subsunção ao artigo 288-A do Código Penal.

004. (IESES/2019/TJ-SC/TITULAR DE SERVIÇOS DE NOTAS E DE REGISTROS/ADAPTADA)


É correto afirmar que a conduta de contrair alguém, sendo casado, novo casamento constitui
crime de bigamia, ainda que posteriormente venha a ser anulado o primeiro casamento, não
servindo tal anulação posterior para fazer cessar os efeitos penais do delito já consumado.

005. (FUNDEP/2017/MPE-MG/PROMOTOR DE JUSTIÇA SUBSTITUTO/ADAPTADA) O cri-


me de induzimento a erro essencial e ocultação de impedimento ao matrimônio é caso de ação
penal privada personalíssima.

006. (VUNESP/2012/TJ-SP/TITULAR DE SERVIÇOS DE NOTAS E DE REGISTROS/ADAPTA-


DA) O ato de promover no registro civil a inscrição de nascimento inexistente pode deixar de
ser apenado, desde que reconhecido por sentença judicial que praticado por motivo de reco-
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de família desconhecida, ocultando-lhe a filiação, com o fim de prejudicar direito inerente ao
estado civil, responde pelo delito de sonegação de estado de filiação.

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QUESTÕES DE CONCURSO
009. (CESPE/CEBRASPE/2020/PRF/POLICIAL RODOVIÁRIO FEDERAL/CURSO DE FOR-
MAÇÃO) No direito penal, o termo associação criminosa é sinônimo de organização criminosa
e, por isso, ambos os termos referem-se ao mesmo tipo penal.

010. (IBFC/2020/SAEB-BA/SOLDADO) Em face do crime de associação criminosa, assinale


a alternativa correta.
a) a pena aumenta-se até um terço se houver a participação de criança ou adolescente
b) trata-se de crime de concurso eventual de agentes
c) configura associação criminosa o ato de constituir, organizar ou manter grupo de pessoas
com a finalidade de praticar crimes previstos no Código Penal.
d) a pena aumenta-se até um terço se a associação é armada.
e) configura associação criminosa o ato de associarem-se 3 (três) ou mais pessoas, para o fim
específico de cometer crimes

011. (ADM&TEC/2020/PREFEITURA DE GRAVATÁ-PE/PROCURADOR/ADAPTADA) No Bra-


sil, constituir, organizar, integrar, manter ou custear uma organização paramilitar, uma milícia
particular, um grupo ou um esquadrão com a finalidade de praticar qualquer dos crimes pre-
vistos no Código Penal, são práticas sujeitas à pena de detenção, de 1 (um) a 3 (três) anos e
multa, conforme previsto no artigo 288-A do Decreto-lei n. 2.848, de 1940.

012. (CESPE/CEBRASPE/2019/PRF/POLICIAL RODOVIÁRIO FEDERAL/CURSO DE FOR-


MAÇÃO) Luizinho de Jesus, famoso bicheiro de Duque de Caxias, região do Rio de Janeiro,
durante um protesto na BR 040, altura da Vila São Sebastião, afirmou que já havia sido preso
várias vezes, apesar de não o merecer; por isso, iria continuar chefiando o jogo. Considerava
absurdo o jogo ser proibido, pois este ajudava financeiramente muitas pessoas e apenas lhes
fazia o bem. Em suas palavras, manifestava que “o jogo do bicho deve continuar, pois este di-
nheiro realmente ajuda as pessoas carentes”. Em razão de suas falas, os policiais rodoviários
que acompanhavam a manifestação às margens da rodovia federal prenderam Luizinho de
Jesus em flagrante. O bicheiro portava um revólver marca Taurus, calibre 38, sem a documen-
tação para tal.
Com base nessa situação hipotética, julgue o item a seguir.
Luizinho de Jesus responderá por crime de apologia a fato criminoso em concurso com porte
ilegal de arma de fogo de uso permitido.

013. (IESES/2019/TJ-SC/TITULAR DE SERVIÇOS DE NOTAS E DE REGISTROS) Acerca do


delito de associação criminosa, do art. 288 do Código Penal, é correto afirmar:

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a) Sua configuração exige a associação de mais de três pessoas para o fim específico de come-
ter crimes, consumando-se independentemente de prévia condenação de quaisquer de seus
membros pela prática de quaisquer dos crimes para os quais a associação foi estabelecida.
b) Sua configuração exige a associação de mais de três pessoas para o fim específico de co-
meter crimes e a condenação de ao menos um de seus membros por, no mínimo, um desses
crimes para os quais a associação foi estabelecida, ainda que não se comprove a reiteração
criminosa.
c) Sua configuração exige a associação de três ou mais pessoas para o fim específico de co-
meter crimes e a condenação de ao menos um de seus membros por, no mínimo, um desses
crimes para os quais a associação foi estabelecida, ainda que não se comprove a reiteração
criminosa.
d) Sua configuração exige a associação de três ou mais pessoas para o fim específico de co-
meter crimes, consumando-se independentemente de prévia condenação de quaisquer de seus
membros pela prática de quaisquer dos crimes para os quais a associação foi estabelecida.

014. (NC-UFPR/2019/TJ-PR/TITULAR DE SERVIÇOS DE NOTAS E DE REGISTROS/PROVIMEN-


TO) “O conceito de bem jurídico é bastante recente no Direito Penal, apontando-se o século
XIX como o ponto de partida. (RANGEL; BACILA, 2015). Bem jurídico, portanto, é um interesse
relevante tutelado pelo direito. É um bem jurídico tutelado no delito de Associação Criminosa
previsto no artigo 288 do Código penal:
a) fé pública.
b) patrimônio público.
c) costumes.
d) paz pública.
e) incolumidade pública.

015. (IESES/2019/TJ-SC/TITULAR DE SERVIÇOS DE NOTAS E DE REGISTROS/REMOÇÃO)


É correto afirmar que a conduta de contrair alguém, sendo casado, novo casamento:
a) Constituiu, no passado, crime de bigamia, estando atualmente revogado o tipo penal.
b) Encontra adequação típica formal no delito de bigamia, ainda que esteja separado ju-
dicialmente.
c) Constitui crime de bigamia, ainda que posteriormente venha a ser anulado o primeiro ca-
samento, não servindo tal anulação posterior para fazer cessar os efeitos penais do delito já
consumado.
d) Não constitui crime de bigamia, se ambos os contraentes já estiverem separados judicial-
mente e souberem da condição do outro.

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Crimes contra a Família e Crimes contra a Paz Pública
Douglas Vargas

016. (METRÔ CAPITAL SOLUÇÕES/2019/PREFEITURA DE NOVA ODESSA-SP/PROCURA-


DOR) Jurídico Incitar, publicamente, a prática de crime constitui o crime previsto no artigo 286
do Código Penal, isto é:
a) Incitação ao crime.
b) Apologia ao crime.
c) Instigação criminosa.
d) Condescendência criminosa.
e) Associação criminosa.

017. (CESPE/2018/ABIN/AGENTE DE INTELIGÊNCIA) Os tipos penais definidos como inci-


tação ao crime e apologia de crime são espécies de crimes contra a paz pública.

018. (CESPE/2018/ABIN/AGENTE DE INTELIGÊNCIA) No caso de três ou mais pessoas as-


sociarem-se com a intenção de cometer um único assalto a banco, estará configurado o crime
de associação criminosa.

019. (VUNESP/2018/PC-SP/INVESTIGADOR DE POLÍCIA) Aquele que faz, publicamente,


apologia de fato criminoso pratica:
a) crime de “incitação ao crime”.
b) crime de “associação criminosa”.
c) crime de “apologia de crime”.
d) fato atípico, em vista de revogação expressa do CP trazida pela ordem constitucional de 1988.
e) crime de “exercício arbitrário das próprias razões”.

020. (VUNESP/2018/PREFEITURA DE BURITIZAL-SP/PROCURADOR JURÍDICO) Sobre os


crimes contra a paz pública, assinale a alternativa correta.
a) Com exceção do crime de associação criminosa, todos os demais podem ser praticados na
modalidade culposa.
b) Com exceção do crime de associação criminosa, todos os demais são de menor poten-
cial ofensivo.
c) O crime de associação criminosa é a associação de 03 (três) ou mais pessoas, para o fim
específico de praticar infrações penais.
d) No crime de associação criminosa, há previsão de aumento de pena se há participação de
criança ou adolescente.
e) O crime de incitação ao crime se consuma pela incitação, em público, à prática de crime. Já
o de apologia ao crime, consuma-se ainda que a apologia seja feita em privado.

021. (FUNDATEC/2018/DPE-SC/ANALISTA) Técnico Assinale a alternativa correta em rela-


ção aos crimes contra a paz pública.

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a) A incitação ao crime, nos termos do artigo 286 do CP, destina-se ao estímulo de um número
indeterminado de pessoas à prática de crime determinado e futuro, sendo que a apologia ao
crime e ao criminoso, nos termos do artigo 287 do CP, diz respeito ao delito passado, haja vista
que se faz publicamente elogio ou exaltação a fato criminoso ou a autor de crime.
b) A associação criminosa do artigo 288 do CP pune a associação de 04 ou mais pessoas, as
quais se unem, com hierarquia e estabilidade, à prática de diversos crimes.
c) A constituição de milícia privada, crime do artigo 288-A do CP, é a mesma associação crimi-
nosa do artigo 288 do CP, diferenciando-se apenas no número de integrantes.
d) Tanto a associação criminosa quanto a constituição de milícia privada exigem o número de
dois integrantes apenas a sua configuração, sendo irrelevante se a prática de crimes condiz
com os previstos no Código Penal ou em Leis Especiais Penais.
e) A associação criminosa encontra previsão legal na Lei de n. 12.850/2013, a qual definiu
organização criminosa.

022. (FMP CONCURSOS/2017/MPE-RO/PROMOTOR DE JUSTIÇA SUBSTITUTO/ADAPTA-


DA) Em relação ao crime de constituição de milícia privada (artigo 288-A do Código Penal), em
que pese o fato de o tipo penal não exigir um número mínimo de participantes, tampouco os
requisitos da estabilidade e da permanência, a doutrina e a jurisprudência têm sustentado que
a quantidade mínima de 3 (três) pessoas, além da estabilidade e da permanência, são requisi-
tos ínsitos ao tipo do artigo 288-A do Código Penal, tal como sucede em relação ao artigo 288
do mesmo diploma legal.

023. (CESPE/2016/PC-PE/DELEGADO DE POLÍCIA/ADAPTADA) A conduta de constituir,


organizar, integrar, manter ou custear organização paramilitar, milícia particular, grupo ou es-
quadrão com a finalidade de praticar qualquer dos crimes previstos no CP configura crime
contra a paz pública, sendo considerada como crime vago, uma vez que o sujeito passivo é a
coletividade.

024. (CETRO/2012/TJ-RJ/TITULAR DE SERVIÇOS DE NOTAS E DE REGISTROS) O crime


de abandono intelectual descrito no artigo 246 do Código Penal, nos termos: “Deixar, sem
justa causa, de prover à instrução primária de filho em idade escolar”, pode ser classificado
como crime
a) material.
b) omissivo impróprio.
c) instantâneo.
d) plurissubjetivo.
e) próprio.

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GABARITO
1. C
2. C
3. E
4. E
5. C
6. E
7. E
8. C
9. E
10. e
11. E
12. E
13. d
14. d
15. b
16. a
17. C
18. E
19. c
20. d
21. a
22. C
23. C
24. e

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GABARITO COMENTADO
009. (CESPE/CEBRASPE/2020/PRF/POLICIAL RODOVIÁRIO FEDERAL/CURSO DE FOR-
MAÇÃO) No direito penal, o termo associação criminosa é sinônimo de organização criminosa
e, por isso, ambos os termos referem-se ao mesmo tipo penal.

Nada disso. São crimes distintos, com previsão em diferentes diplomas legais:

Organização criminosa – Lei n. 12.850/2013


Associação de 4 (quatro) ou mais pessoas estruturalmente ordenada e caracterizada pela divisão
de tarefas, ainda que informalmente, com objetivo de obter, direta ou indiretamente, vantagem de
qualquer natureza, mediante a prática de infrações penais cujas penas máximas sejam superiores a
4 (quatro) anos, ou que sejam de caráter transnacional.
Associação criminosa – Art. 288 do CP
Associarem-se 3 (três) ou mais pessoas, para o fim específico de cometer crimes
Errado.

010. (IBFC/2020/SAEB-BA/SOLDADO) Em face do crime de associação criminosa, assinale


a alternativa correta.
a) a pena aumenta-se até um terço se houver a participação de criança ou adolescente
b) trata-se de crime de concurso eventual de agentes
c) configura associação criminosa o ato de constituir, organizar ou manter grupo de pessoas
com a finalidade de praticar crimes previstos no Código Penal.
d) a pena aumenta-se até um terço se a associação é armada.
e) configura associação criminosa o ato de associarem-se 3 (três) ou mais pessoas, para o fim
específico de cometer crimes

a) Errada. A pena aumenta-se até a metade se houver a participação de criança ou adolescente.


b) Errada. É crime de concurso necessário.
c) Errada. É o ato de associação entre 3 ou mais pessoas com o fim específico de come-
ter crimes.
d) Errada. Não há essa majorante para o delito do art. 288 do CP.
e) Certa. Essa é a conduta do delito de associação criminosa.
Letra e.

011. (ADM&TEC/2020/PREFEITURA DE GRAVATÁ-PE/PROCURADOR/ADAPTADA) No Bra-


sil, constituir, organizar, integrar, manter ou custear uma organização paramilitar, uma milícia
particular, um grupo ou um esquadrão com a finalidade de praticar qualquer dos crimes pre-
vistos no Código Penal, são práticas sujeitas à pena de detenção, de 1 (um) a 3 (três) anos e
multa, conforme previsto no artigo 288-A do Decreto-lei n. 2.848, de 1940.
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Perceba que em decorrência da gravidade do delito em análise, a pena a que está sujeito é de
reclusão: Pena – reclusão, de 4 (quatro) a 8 (oito) anos (art. 288-A do CP).
Errado.

012. (CESPE/CEBRASPE/2019/PRF/POLICIAL RODOVIÁRIO FEDERAL/CURSO DE FORMA-


ÇÃO) Luizinho de Jesus, famoso bicheiro de Duque de Caxias, região do Rio de Janeiro, durante
um protesto na BR 040, altura da Vila São Sebastião, afirmou que já havia sido preso várias ve-
zes, apesar de não o merecer; por isso, iria continuar chefiando o jogo. Considerava absurdo o
jogo ser proibido, pois este ajudava financeiramente muitas pessoas e apenas lhes fazia o bem.
Em suas palavras, manifestava que “o jogo do bicho deve continuar, pois este dinheiro realmen-
te ajuda as pessoas carentes”. Em razão de suas falas, os policiais rodoviários que acompanha-
vam a manifestação às margens da rodovia federal prenderam Luizinho de Jesus em flagrante.
O bicheiro portava um revólver marca Taurus, calibre 38, sem a documentação para tal.
Com base nessa situação hipotética, julgue o item a seguir.
Luizinho de Jesus responderá por crime de apologia a fato criminoso em concurso com porte
ilegal de arma de fogo de uso permitido.

A questão noz traz uma situação hipotética cuja solução é simples: O delito do art. 287 do CP
(apologia de crime ou criminoso) pressupõe que o agente faça, publicamente, apologia de fato
criminoso ou de autor de crime. Dessa forma, Luizinho de Jesus ao discursar que “o jogo do bi-
cho deve continuar, pois este dinheiro realmente ajuda as pessoas carentes” fazia apologia não
a fato definido como crime e sim como contravenção penal. O jogo do bicho possui previsão na
Lei de Contravenções Penais em seu art. 58. Portanto, Luizinho responderá apenas pelo porte.
Errado.

013. (IESES/2019/TJ-SC/TITULAR DE SERVIÇOS DE NOTAS E DE REGISTROS) Acerca do


delito de associação criminosa, do art. 288 do Código Penal, é correto afirmar:
a) Sua configuração exige a associação de mais de três pessoas para o fim específico de come-
ter crimes, consumando-se independentemente de prévia condenação de quaisquer de seus
membros pela prática de quaisquer dos crimes para os quais a associação foi estabelecida.
b) Sua configuração exige a associação de mais de três pessoas para o fim específico de come-
ter crimes e a condenação de ao menos um de seus membros por, no mínimo, um desses crimes
para os quais a associação foi estabelecida, ainda que não se comprove a reiteração criminosa.
c) Sua configuração exige a associação de três ou mais pessoas para o fim específico de co-
meter crimes e a condenação de ao menos um de seus membros por, no mínimo, um desses
crimes para os quais a associação foi estabelecida, ainda que não se comprove a reiteração
criminosa.
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d) Sua configuração exige a associação de três ou mais pessoas para o fim específico de co-
meter crimes, consumando-se independentemente de prévia condenação de quaisquer de seus
membros pela prática de quaisquer dos crimes para os quais a associação foi estabelecida.

a) Errada. Conforme estudamos, segundo o STJ, há o requisito de que a associação tenha cará-
ter estável e permanente. Isso pois, se há vínculo apenas para a prática eventual de um crime,
ocorrerá apenas o concurso de agentes, e não o delito do art. 288.
b) Errada. Preceitua a associação de 3 ou mais pessoas. O crime é de perigo abstrato, logo
sua consumação ocorre com a simples associação entre os indivíduos. Não é necessário que
estes cheguem a praticar efetivamente os delitos almejados.
c) Errada. O crime é de perigo abstrato, logo sua consumação ocorre com a simples asso-
ciação entre os indivíduos. Não é necessário que estes cheguem a praticar efetivamente os
delitos almejados.
d) Certa. Exatamente o que estudamos.
Letra d.

014. (NC-UFPR/2019/TJ-PR/TITULAR DE SERVIÇOS DE NOTAS E DE REGISTROS/PROVIMEN-


TO) “O conceito de bem jurídico é bastante recente no Direito Penal, apontando-se o século
XIX como o ponto de partida. (RANGEL; BACILA, 2015). Bem jurídico, portanto, é um interesse
relevante tutelado pelo direito. É um bem jurídico tutelado no delito de Associação Criminosa
previsto no artigo 288 do Código penal:
a) fé pública.
b) patrimônio público.
c) costumes.
d) paz pública.
e) incolumidade pública.

O delito do art. 288 do CP (associação Criminosa) tutela a paz pública (Presente no TÍTULO IX
do Código Penal: DOS CRIMES CONTRA A PAZ PÚBLICA).
Letra d.

015. (IESES/2019/TJ-SC/TITULAR DE SERVIÇOS DE NOTAS E DE REGISTROS/REMOÇÃO)


É correto afirmar que a conduta de contrair alguém, sendo casado, novo casamento:
a) Constituiu, no passado, crime de bigamia, estando atualmente revogado o tipo penal.
b) Encontra adequação típica formal no delito de bigamia, ainda que esteja separado ju-
dicialmente.
c) Constitui crime de bigamia, ainda que posteriormente venha a ser anulado o primeiro casamen-
to, não servindo tal anulação posterior para fazer cessar os efeitos penais do delito já consumado.
d) Não constitui crime de bigamia, se ambos os contraentes já estiverem separados judicial-
mente e souberem da condição do outro.

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a) Errada. O crime de Bigamia não foi revogado.


b) Certa. É o que ressaltamos em nossa aula. A separação judicial não se confunde com o di-
vórcio, elemento necessário para a desconstituição do casamento no âmbito civil.
c) Errada. Nada disso, nos moldes do § 2º do art. 235 do CP: Anulado por qualquer motivo o pri-
meiro casamento, ou o outro por motivo que não a bigamia, considera-se inexistente o crime.
d) Errada. Caracteriza a bigamia (art. 235 do CP).
Letra b.

016. (METRÔ CAPITAL SOLUÇÕES/2019/PREFEITURA DE NOVA ODESSA-SP/PROCURA-


DOR) Jurídico Incitar, publicamente, a prática de crime constitui o crime previsto no artigo 286
do Código Penal, isto é:
a) Incitação ao crime.
b) Apologia ao crime.
c) Instigação criminosa.
d) Condescendência criminosa.
e) Associação criminosa.

O examinador descreveu a conduta do art. 286 do CP:

Incitação ao crime
Art. 286. Incitar, publicamente, a prática de crime:
Pena – detenção, de três a seis meses, ou multa.
Letra a.

017. (CESPE/2018/ABIN/AGENTE DE INTELIGÊNCIA) Os tipos penais definidos como inci-


tação ao crime e apologia de crime são espécies de crimes contra a paz pública.

Exatamente isso! Questão simples, dispensa mais comentários.


Certo.

018. (CESPE/2018/ABIN/AGENTE DE INTELIGÊNCIA) No caso de três ou mais pessoas as-


sociarem-se com a intenção de cometer um único assalto a banco, estará configurado o crime
de associação criminosa.

Conforme estudamos, segundo o STJ, há o requisito de que a associação tenha caráter estável
e permanente. Isso pois, se há vínculo apenas para a prática eventual de um crime, ocorrerá
apenas o concurso de agentes, e não o delito do art. 288.
Errado.

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019. (VUNESP/2018/PC-SP/INVESTIGADOR DE POLÍCIA) Aquele que faz, publicamente,


apologia de fato criminoso pratica:
a) crime de “incitação ao crime”.
b) crime de “associação criminosa”.
c) crime de “apologia de crime”.
d) fato atípico, em vista de revogação expressa do CP trazida pela ordem constitucional de 1988.
e) crime de “exercício arbitrário das próprias razões”.

O examinador descreveu a conduta do art. 287 do CP:

Apologia de crime ou criminoso


Art. 287. Fazer, publicamente, apologia de fato criminoso ou de autor de crime:
Pena – detenção, de três a seis meses, ou multa.
Letra c.

020. (VUNESP/2018/PREFEITURA DE BURITIZAL-SP/PROCURADOR JURÍDICO) Sobre os


crimes contra a paz pública, assinale a alternativa correta.
a) Com exceção do crime de associação criminosa, todos os demais podem ser praticados na
modalidade culposa.
b) Com exceção do crime de associação criminosa, todos os demais são de menor poten-
cial ofensivo.
c) O crime de associação criminosa é a associação de 03 (três) ou mais pessoas, para o fim
específico de praticar infrações penais.
d) No crime de associação criminosa, há previsão de aumento de pena se há participação de
criança ou adolescente.
e) O crime de incitação ao crime se consuma pela incitação, em público, à prática de crime. Já
o de apologia ao crime, consuma-se ainda que a apologia seja feita em privado.

a) Errada. Nenhum deles possui modalidade culposa.


b) Errada. O crime de constituição de milícia privada também não é infração de menor poten-
cial ofensivo.
c) Errada. Infração penal é gênero e possui como espécies os crimes e as contravenções pe-
nais. O delito de associação criminosa possui como fim específico a prática de crimes, apenas.
d) Certa. Exatamente. A pena aumenta-se até a metade.
e) Errada. Ambos necessitam do elemento “publicamente”.
Letra d.

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021. (FUNDATEC/2018/DPE-SC/ANALISTA) Técnico Assinale a alternativa correta em rela-


ção aos crimes contra a paz pública.
a) A incitação ao crime, nos termos do artigo 286 do CP, destina-se ao estímulo de um número
indeterminado de pessoas à prática de crime determinado e futuro, sendo que a apologia ao
crime e ao criminoso, nos termos do artigo 287 do CP, diz respeito ao delito passado, haja vista
que se faz publicamente elogio ou exaltação a fato criminoso ou a autor de crime.
b) A associação criminosa do artigo 288 do CP pune a associação de 04 ou mais pessoas, as
quais se unem, com hierarquia e estabilidade, à prática de diversos crimes.
c) A constituição de milícia privada, crime do artigo 288-A do CP, é a mesma associação crimi-
nosa do artigo 288 do CP, diferenciando-se apenas no número de integrantes.
d) Tanto a associação criminosa quanto a constituição de milícia privada exigem o número de
dois integrantes apenas a sua configuração, sendo irrelevante se a prática de crimes condiz
com os previstos no Código Penal ou em Leis Especiais Penais.
e) A associação criminosa encontra previsão legal na Lei de n. 12.850/2013, a qual definiu
organização criminosa.

a) Certa. Exatamente o que estudamos a fim de distinção desses delitos.


b) Errada. A assertiva quis confundir o candidato com o crime de organização criminosa. As-
sociação criminosa: 3 ou mais pessoas.
c) Errada. Conforme estudamos, são crimes distintos.
d) Errada. Nada disso. A configuração da quantidade de pessoas é similar: 3 ou mais. No en-
tanto, para o delito de constituição de milícia privada faz-se necessária a finalidade de praticar
os crimes previstos no Código Penal, apenas.
e) Errada. O delito de associação criminosa possui previsão no art. 288 do Código Penal.
Letra a.

022. (FMP CONCURSOS/2017/MPE-RO/PROMOTOR DE JUSTIÇA SUBSTITUTO/ADAPTA-


DA) Em relação ao crime de constituição de milícia privada (artigo 288-A do Código Penal), em
que pese o fato de o tipo penal não exigir um número mínimo de participantes, tampouco os
requisitos da estabilidade e da permanência, a doutrina e a jurisprudência têm sustentado que
a quantidade mínima de 3 (três) pessoas, além da estabilidade e da permanência, são requisi-
tos ínsitos ao tipo do artigo 288-A do Código Penal, tal como sucede em relação ao artigo 288
do mesmo diploma legal.

Essas são as semelhantes entre o delito do art. 288 (Associação criminosa) e o do art. 288-A
(Constituição de milícia privada).
Certo.

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023. (CESPE/2016/PC-PE/DELEGADO DE POLÍCIA/ADAPTADA) A conduta de constituir,


organizar, integrar, manter ou custear organização paramilitar, milícia particular, grupo ou es-
quadrão com a finalidade de praticar qualquer dos crimes previstos no CP configura crime
contra a paz pública, sendo considerada como crime vago, uma vez que o sujeito passivo é a
coletividade.

Essa é uma questão que nos permite revisar o crime de constituição de milícia privada. É exa-
tamente isso. Tome nota.
Certo.

024. (CETRO/2012/TJ-RJ/TITULAR DE SERVIÇOS DE NOTAS E DE REGISTROS) O crime


de abandono intelectual descrito no artigo 246 do Código Penal, nos termos: “Deixar, sem
justa causa, de prover à instrução primária de filho em idade escolar”, pode ser classificado
como crime
a) material.
b) omissivo impróprio.
c) instantâneo.
d) plurissubjetivo.
e) próprio.

O simples fato de o agente deixar de praticar determinada conduta, mesmo que não haja ne-
nhum resultado posterior, já caracteriza o chamado delito omissivo próprio.
Letra e.

Douglas Vargas
Agente da Polícia Civil do Distrito Federal, aprovado em 6º lugar no concurso realizado em 2013. Aprovado
em vários concursos, como Polícia Federal (Escrivão), PCDF (Escrivão e Agente), PRF (Agente), Ministério
da Integração, Ministério da Justiça, BRB e PMDF (Soldado – 2012 e Oficial – 2017).

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