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DIREITO PENAL
Crimes contra a Incolumidade Pública
Sumário
Douglas Vargas
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Crimes contra a Incolumidade Pública
Douglas Vargas
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Crimes contra a Incolumidade Pública
Douglas Vargas
Incêndio
Incêndio
Art. 250 Causar incêndio, expondo a perigo a vida, a integridade física ou o patrimônio de outrem:
Pena – reclusão, de três a seis anos, e multa.
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Crimes contra a Incolumidade Pública
Douglas Vargas
Conduta
O delito de incêndio é o primeiro dos crimes de perigo comum. Sua conduta consiste em pro-
vocar combustão que cause perigo à vida, integridade física ou patrimônio de outras pessoas.
O perigo causado deve ser à um número INDETERMINADO de pessoas. Esse é um ponto chave
para fins de prova!
O delito de incêndio é crime comum, motivo pelo qual seu sujeito ativo pode ser qual-
quer pessoa.
O sujeito passivo, por sua vez, é a coletividade, e de forma secundária são as pessoas que
foram expostas ou tiveram seu patrimônio exposto a risco.
Características
O delito do art. 250 é praticável, em regra, na forma DOLOSA. Entretanto, existe previsão da
forma culposa do delito, a qual estudaremos a seguir.
O delito em estudo se consuma no momento em que o incêndio expõe efetivamente a pe-
rigo a vida, a integridade física ou o patrimônio de terceiros. Ou seja: a exposição à perigo de
dano é indispensável para a consumação do art. 250.
A tentativa é plenamente admissível.
Outras Formas
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Crimes contra a Incolumidade Pública
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II – se o incêndio é:
a) em casa habitada ou destinada a habitação;
b) em edifício público ou destinado a uso público ou a obra de assistência social ou de cultura;
c) em embarcação, aeronave, comboio ou veículo de transporte coletivo;
d) em estação ferroviária ou aeródromo;
e) em estaleiro, fábrica ou oficina;
f) em depósito de explosivo, combustível ou inflamável;
g) em poço petrolífico ou galeria de mineração;
h) em lavoura, pastagem, mata ou floresta.
Existem ainda as formas majoradas aplicáveis a todos os crimes de perigo comum, que
são obviamente aplicáveis ao delito de incêndio, que integra tal categoria:
Art. 258 Se do crime doloso de perigo comum resulta lesão corporal de natureza grave, a pena priva-
tiva de liberdade é aumentada de metade; se resulta morte, é aplicada em dobro. No caso de culpa,
se do fato resulta lesão corporal, a pena aumenta-se de metade; se resulta morte, aplica-se a pena
cominada ao homicídio culposo, aumentada de um terço.
Esse artigo é muito importante. Recomenda-se realizar sua leitura diversas vezes!
Forma Culposa
Incêndio culposo
§ 2º Se culposo o incêndio, é pena de detenção, de seis meses a dois anos.
A única observação cabível sobre essa previsão é a seguinte: as formas majoradas apre-
sentadas no §1º não se aplicam à forma culposa do delito de incêndio.
Observações
Se o autor causar um incêndio com o objetivo de matar uma pessoa determinada, deverá
responder pelo delito de homicídio qualificado pelo emprego de fogo. Se tal incêndio expuser
a perigo a vida, integridade física ou o patrimônio de terceiros, haverá concurso formal impró-
prio entre o delito de homicídio e o delito de incêndio, sendo somadas as penas aplicáveis ao
caso concreto.
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Em casos que o incêndio for provocado com o objetivo de atingir número determinado de pes-
soas, poderá caracterizar mero delito de perigo para a vida ou saúde de outrem!
Incêndio causado por questões políticas, como quando o agente não se conforma com a
situação política do país, incide na lei de Segurança Nacional e não no delito de incêndio do
Código Penal.
Crime Impossível
Se o autor acreditar estar utilizando substância combustível quando na verdade está utili-
zando um meio inidôneo (incapaz de causar incêndio), haverá crime impossível.
É o que acontece, por exemplo, com o indivíduo derrama álcool para atear fogo a uma resi-
dência, sem saber que na verdade a substância utilizada era água.
Explosão
Art. 251 Expor a perigo a vida, a integridade física ou o patrimônio de outrem, mediante explosão,
arremesso ou simples colocação de engenho de dinamite ou de substância de efeitos análogos:
Pena – reclusão, de três a seis anos, e multa.
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Conduta
Características
Se ninguém for exposto à perigo pela conduta, não se configura o crime de explosão.
Por esse motivo, se ausente o perigo coletivo, poderá se configurar outro crime (como o de
dano qualificado), mas não o delito de explosão.
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O delito, em regra, é praticado na modalidade dolosa, mas assim como ocorre com o crime
de incêndio, há previsão expressa da modalidade culposa.
A consumação do delito ocorre no momento em que a colocação de engenho de dinamite,
o arremesso ou mesmo a explosão colocam em risco a vida, a integridade física ou o patrimô-
nio de outrem.
A tentativa só é admissível nas modalidades explosão e arremesso.
Outras Formas
O delito de explosão apresenta uma forma privilegiada, que se baseia no menor potencial
de dano a ser causado por substância diversa da dinamite ou de um composto análogo:
Formas Majoradas
Todas as formas majoradas aplicáveis ao delito de incêndio são também válidas para o delito
de explosão, tanto no caso das previsões do art. 250, §1º quanto no caso do art. 258!
Aumento de pena
§ 2º As penas aumentam-se de um terço, se ocorre qualquer das hipóteses previstas no § 1º, I, do ar-
tigo anterior, ou é visada ou atingida qualquer das coisas enumeradas no n. II do mesmo parágrafo.
Forma Culposa
Modalidade culposa
§ 3º No caso de culpa, se a explosão é de dinamite ou substância de efeitos análogos, a pena é de
detenção, de seis meses a dois anos; nos demais casos, é de detenção, de três meses a um ano.
Observações
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Art. 252 Expor a perigo a vida, a integridade física ou o patrimônio de outrem, usando de gás tóxico
ou asfixiante:
Pena – reclusão, de um a quatro anos, e multa.
Conduta
O delito é comum, motivo pelo qual não existem restrições quanto ao sujeito ativo.
O sujeito passivo é a coletividade.
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É a incolumidade pública.
Características
Em primeiro lugar, uma informação simples e importante: não é necessário que o gás seja
mortal para a configuração do delito.
Em regra, o delito é praticado na modalidade dolosa, embora também exista previsão da
forma culposa.
A consumação do delito se dá quando ocorre a exposição da vida, integridade física ou
patrimônio de terceiros a perigo.
A tentativa é admissível.
A ação penal é pública incondicionada.
O agente que utiliza gás que não é asfixiante ou tóxico (incapaz de oferecer risco à terceiros),
sem saber, incidirá em crime impossível!
Como nos demais delitos desse capítulo, aplicam-se as disposições do art. 258, CP.
Forma Culposa
Modalidade Culposa
Parágrafo único. Se o crime é culposo:
Pena – detenção, de três meses a um ano.
Observações
Caso o autor tenha o objetivo de atingir vítima DETERMINADA, o delito que irá se configurar
é o do art. 132 CP (“Perigo para a vida ou saúde de outrem”).
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Conduta
O art. 253 nos apresenta a conduta daquele que atua no provimento de engenho explosivo,
gás tóxico ou asfixiante ou de material destinado à sua fabricação.
Nota-se o objetivo do legislador de não atingir apenas os atos dos delitos de incêndio, uso
de gás tóxico ou asfixiante ou de explosão, como também as demais etapas de produção e de
fornecimento de materiais idôneos para esse fim.
É a incolumidade pública.
Características
O delito do art. 253 é de PERIGO ABSTRATO, motivo pelo qual não é necessária a comprovação
de risco EFETIVO à coletividade – o perigo é PRESUMIDO!
Não há previsão.
Observações
Segundo a doutrina, o art. 16, inciso III, do Estatuto do Desarmamento derrogou parcial-
mente o art. 253 do CP, por ter disciplinado certos pontos que atingem a mesma matéria:
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III – possuir, detiver, fabricar ou empregar artefato explosivo ou incendiário, sem autorização ou em
desacordo com determinação legal ou regulamentar;
Lei n. 10.826/2003
Inundação
Inundação
Art. 254 Causar inundação, expondo a perigo a vida, a integridade física ou o patrimônio de outrem:
Pena – reclusão, de três a seis anos, e multa, no caso de dolo, ou detenção, de seis meses a dois
anos, no caso de culpa.
Conduta
O art. 254 nos apresenta a conduta do indivíduo que causa uma inundação, expondo a pe-
rigo à vida, integridade física ou o patrimônio de terceiros.
O delito é comum, de modo que o sujeito ativo pode ser qualquer pessoa.
O sujeito passivo, como de praxe para os crimes deste capítulo, é a coletividade (crime vago).
É a incolumidade pública.
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Características
Curiosamente, embora o legislador não tenha apresentado um tipo penal específico para a
forma culposa do delito, existe previsão expressa para tal contida diretamente no preceito
secundário do art. 254:
Inundação
Art. 254 Causar inundação, expondo a perigo a vida, a integridade física ou o patrimônio de outrem:
Pena – reclusão, de três a seis anos, e multa, no caso de dolo, ou detenção, de seis meses a dois
anos, no caso de culpa.
Observações
Perigo de Inundação
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Perigo de inundação
Art. 255 Remover, destruir ou inutilizar, em prédio próprio ou alheio, expondo a perigo a vida, a inte-
gridade física ou o patrimônio de outrem, obstáculo natural ou obra destinada a impedir inundação:
Pena – reclusão, de um a três anos, e multa.
Conduta
O art. 255 prevê a conduta daquele que remover, destruir ou inutilizar algum obstáculo na-
tural ou obra destinada a impedir uma inundação.
É a incolumidade pública.
Características
Trata-se de delito praticável na modalidade dolosa. Não há previsão da forma culposa con-
tida no Código Penal.
A consumação ocorre com a mera prática das condutas previstas no tipo penal, mas de-
pende da ocorrência de real perigo para os bens jurídicos tutelados pela norma (é crime de
perigo CONCRETO, e não abstrato).
O perigo aqui depende do RISCO de inundação, e não da efetiva inundação, como no delito do
capítulo anterior!
A tentativa é assunto polêmico na doutrina, mas a maior parte dos estudiosos entendem
ser possível. Dificilmente esse aspecto será cobrado em provas de concursos.
A ação penal é pública incondicionada.
Observações
É interessante relembrar que, se o autor praticar mais de um dos núcleos do tipo, no mes-
mo contexto fático, responderá por apenas um delito do art. 255.
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Desabamento ou Desmoronamento
Desabamento ou desmoronamento
Art. 256 Causar desabamento ou desmoronamento, expondo a perigo a vida, a integridade física ou
o patrimônio de outrem:
Pena – reclusão, de um a quatro anos, e multa.
Conduta
Delito praticado pelo indivíduo que dá causa à desabamento ou desmoronamento que vem
a expor a perigo a vida, integridade física ou patrimônio de terceiros.
Novamente, estamos diante de crime comum (sem peculiaridades quanto ao sujeito ativo).
O sujeito passivo é a coletividade – trata-se também de crime vago.
Características
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Modalidade culposa
Parágrafo único. Se o crime é culposo:
Pena – detenção, de seis meses a um ano.
Conduta
Embora o art. 257 seja extenso, sua conduta é simples. O autor subtrai, oculta ou inutiliza,
em situação de incêndio, inundação, naufrágio ou outro desastre, algum tipo de meio de com-
bate ao perigo – ou dificulta o funcionamento de serviço dessa natureza.
É importante notar a observação da doutrina no sentido de que mesmo que o indivíduo
seja o proprietário do meio de combate ao perigo, não poderá ocultá-lo, inutilizá-lo ou subtra-
í-lo. O direito coletivo à prestação de socorro supera o direito individual à posse material nesse
tipo de situação!
O delito é comum, motivo pelo qual o sujeito ativo pode ser qualquer pessoa.
O sujeito passivo é a coletividade.
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Crimes contra a Incolumidade Pública
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A tentativa é possível.
A ação penal é pública incondicionada.
Observações
O art. 257 é delito de perigo ABSTRATO, de modo que o perigo é presumido e dispensa
comprovação.
O último delito do capítulo está aqui mencionado apenas para ciência e orientação dos
alunos que estudam lendo a letra da lei (o que eu sempre recomendo que seja feito, de forma
complementar às nossas aulas).
Trata-se de crime de perigo abstrato, o qual já foi cobrado pelo CESPE em sua literalidade
na prova da ABIN em 2018.
De todo modo, não iremos adentrar os detalhes sobre este haja vista que o art. 61 da Lei
dos Crimes Ambientais revogou o art. 259 do CP de forma tácita.
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Conduta
O delito de perigo de desastre ferroviário trata da conduta do indivíduo que impede ou per-
turba serviço ferroviário, através de uma lista de práticas listadas entre os incisos I e IV.
Tais incisos, embora relevantes para fins de prova, são considerados redundantes pela
doutrina, tendo em vista que o inciso IV (“praticando outro ato de que possa resultar desastre”)
basicamente engloba qualquer conduta passível de causar o resultado, de modo que os inci-
sos anteriores se tornam efetivamente desnecessários.
O delito do art. 260 é de perigo concreto e de perigo comum, de modo que expõe a risco um
número INDETERMINADO de pessoas e que requer a demonstração do perigo no caso concre-
to (não há perigo presumido).
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O delito de incêndio é crime comum, de modo que qualquer pessoa pode ser caracterizada
como sujeito ativo.
O sujeito passivo é a coletividade (trata-se de crime vago).
É a incolumidade pública.
Características
Em primeiro lugar, precisamos fazer uma observação sobre o termo estrada de ferro, que
não se restringe apenas a trilhos de trem:
Por estrada de ferro entende-se qualquer via para veículo de TRAÇÃO MECÂNICA, de modo
que estão incluídos os veículos que transitam por TRILHOS (Trens em geral) e até mesmo por
CABOS (Como os “bondinhos” que ficam suspensos).
§ 3º Para os efeitos deste artigo, entende-se por estrada de ferro qualquer via de comunicação em
que circulem veículos de tração mecânica, em trilhos ou por meio de cabo aéreo.
Outras Formas
Desastre ferroviário
§ 1º Se do fato resulta desastre:
Pena – reclusão, de quatro a doze anos e multa.
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Art. 258 Se do crime doloso de perigo comum resulta lesão corporal de natureza grave, a pena priva-
tiva de liberdade é aumentada de metade; se resulta morte, é aplicada em dobro. No caso de culpa,
se do fato resulta lesão corporal, a pena aumenta-se de metade; se resulta morte, aplica-se a pena
cominada ao homicídio culposo, aumentada de um terço.
Forma qualificada
Art. 263 Se de qualquer dos crimes previstos nos arts. 260 a 262, no caso de desastre ou sinistro,
resulta lesão corporal ou morte, aplica-se o disposto no art. 258.
Art. 261 Expor a perigo embarcação ou aeronave, própria ou alheia, ou praticar qualquer ato tenden-
te a impedir ou dificultar navegação marítima, fluvial ou aérea:
Pena – reclusão, de dois a cinco anos.
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Conduta
O delito em estudo é crime comum (o sujeito ativo, portanto, pode ser qualquer pessoa).
O sujeito passivo, novamente, é a coletividade.
Características
Por esse motivo, condutas como a de furtar peças importantes para o funcionamento de
embarcação que se encontra ancorada no porto ou de aeronave que se encontra em solo tam-
bém tem o condão de configurar o delito em estudo – basta que se caracterize a exposição à
perigo que o legislador deseja evitar.
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Novamente estamos diante de crime de perigo comum (que coloca em risco número in-
determinado de pessoas) e de perigo concreto (que não pode ser simplesmente presumido).
O delito em estudo admite a modalidade culposa.
A consumação se dá quando o agente pratica a conduta e expõe a perigo os bens jurídicos
tutelados. A tentativa é admissível, salvo na modalidade preterdolosa e na modalidade culpo-
sa, as quais estudaremos no próximo tópico
Outras Formas
Em primeiro lugar temos a forma qualificada do delito, que nada mais é do que a conduta
preterdolosa na qual a conduta do agente resulta em efetivo naufrágio, submersão ou encalhe
de embarcação ou queda ou destruição de aeronave:
Note que o efetivo resultado é obtido com CULPA (o agente causa dolosamente apenas a
situação de perigo, mas o resultado final é alcançado de forma culposa).
Por fim temos a modalidade culposa do delito, que é considerada como condicionada ao
resultado (só se configura se efetivamente ocorrer o sinistro previsto pelo legislador):
Modalidade culposa
§ 3º No caso de culpa, se ocorre o sinistro:
Pena – detenção, de seis meses a dois anos.
Observações
Se o agente pratica o delito em estudo com fins de lucro, há a aplicação de pena cumulativa
de MULTA (Art. 261, parágrafo 2º).
A forma majorada prevista no art. 263 também se aplica ao delito em estudo.
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Conduta
Esse delito fica muito fácil de entender após estudar o art. 261. Enquanto o artigo anterior
se preocupa com determinados meios de transporte (embarcações, aeronaves) o art. 262 cui-
da de tutelar meios de transporte público não listados no artigo anterior, como por exemplo
um ônibus comum!
Note, no entanto, que ao utilizar o termo transporte público, o legislador limitou o alcance da
norma aos meios de transporte exercidos pelo Estado ou explorados mediante concessão re-
alizada pela Administração Pública.
O delito é comum, motivo pelo qual não existem restrições quanto ao sujeito ativo.
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Crimes contra a Incolumidade Pública
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É a incolumidade pública.
Características
Outras Formas
Assim como o artigo anterior, o delito de atentado contra a segurança de outro meio de
transporte também possui uma modalidade preterdolosa, na qual o desastre efetivamente
ocorre, e uma forma culposa, que também é condicionada ao resultado:
Observações
Arremesso de Projétil
Art. 264 Arremessar projétil contra veículo, em movimento, destinado ao transporte público por
terra, por água ou pelo ar:
Pena – detenção, de um a seis meses.
Conduta
O art. 264 parece um pouco abstrato, mas é simples: O autor arremessa qualquer tipo de
projétil contra veículo em movimento, destinado ao transporte público.
Projétil é qualquer objeto sólido que tenha capacidade de dano. Arremessar uma pedra ou
tijolo contra um ônibus que presta serviço de transporte público, por exemplo, irá configurar a
conduta em estudo!
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Crimes contra a Incolumidade Pública
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O arremesso de objetos como ovos, tomates podres, entre outros que não tenham capacidade
de dano, não irá configurar o delito do art. 264!
Ressalte-se ainda que o veículo a ser atingido pela conduta deve ser transporte público, e
ainda deve estar em movimento!
É a incolumidade pública.
Características
Outras Formas
Parágrafo único. Se do fato resulta lesão corporal, a pena é de detenção, de seis meses a dois anos;
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Crimes contra a Incolumidade Pública
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Conduta
No art. 265 somos apresentados à tipificação do delito praticado pelo indivíduo que aten-
ta, de qualquer modo, contra a segurança ou funcionamento de qualquer serviço de utilida-
de pública.
Note que, em razão da interpretação analógica autorizada pelo legislador, outros serviços
não listados expressamente na norma (como serviços de limpeza ou de gás, por exemplo)
também são tutelados por este tipo penal.
Entretanto, cabe observar que, caso o autor utilize de fogo ou de explosivo como meio de
execução, poderá ser caracterizado o delito de incêndio (Art. 250 CP) ou o delito de explosão
(Art. 251 CP), a depender do caso. Cuidado ao analisar questões sobre o assunto!
O delito é comum, de modo que o sujeito ativo pode ser qualquer pessoa.
O sujeito passivo, como de praxe para os crimes deste capítulo, é a coletividade (crime vago).
É a incolumidade pública.
Características
O delito do art. 265 é de perigo abstrato, e não requer a demonstração concreta de perigo
para sua configuração.
Não há a previsão de modalidade culposa.
A consumação ocorre quando o agente pratica qualquer ato que atente contra a segurança
ou funcionamento dos serviços de utilidade pública.
A tentativa é possível, embora seja de difícil ocorrência.
Outras Formas
Parágrafo único. Aumentar-se-á a pena de 1/3 (um terço) até a metade, se o dano ocorrer em virtude
de subtração de material essencial ao funcionamento dos serviços.
Observações
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Crimes contra a Incolumidade Pública
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Conduta
Este delito costuma causar um pouco de confusão com o artigo anterior – porém é um
pouco mais específico na tipificação da conduta.
Não estamos dessa vez diante de atentado genérico contra serviços de utilidade pública,
mas do efetivo ato de interromper ou perturbar serviço telefônico, radiotelegráfico ou telegráfi-
co. Pune-se também o ato de dificultar o reestabelecimento desses serviços.
Ao contrário do art. 265, o rol do art. 266 é TAXATIVO. Interrupção ou perturbação de outros
serviços públicos que não sejam de cunho telefônico, informático, telegráfico, telemático ou de
informação de utilidade pública NÃO irá configurar o delito em estudo!
Devemos ainda entender um pouco melhor a natureza de cada serviço tutelado pela norma:
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Crimes contra a Incolumidade Pública
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É a incolumidade pública.
Características
Trata-se de delito praticável na modalidade dolosa. Não há previsão da forma culposa con-
tida no Código Penal.
A consumação ocorre no momento em que o agente delitivo interrompe ou perturba os
serviços listados acima, ou dificulta ou impede seu reestabelecimento.
É delito de perigo abstrato e não depende da demonstração de dano efetivo para sua
configuração.
A tentativa é possível.
A ação penal é pública incondicionada.
Forma Majorada
Epidemia
Art. 267 Causar epidemia, mediante a propagação de germes patogênicos:
Pena – reclusão, de dez a quinze anos.
Conduta
Epidemia nada mais é do que um surto de doença que atinge um grande número de indiví-
duos em uma determinada região, de maneira simultânea.
O agente que causa tal fenômeno, através da propagação de micro-organismos capazes de
causar doenças infecciosas (germes patogênicos) incidirá, portanto, no delito do art. 267, CP.
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Crimes contra a Incolumidade Pública
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Novamente, estamos diante de crime comum (sem peculiaridades quanto ao sujeito ativo).
O sujeito passivo é a coletividade – trata-se também de crime vago. Além disso, são víti-
mas secundárias as pessoas infectadas
Características
É crime de forma VINCULADA (pois requer que a prática seja realizada através da propaga-
ção de germes patogênicos, especificamente).
É também crime de perigo concreto (requer demonstração e comprovação do peri-
go causado).
O delito admite tanto a modalidade dolosa quanto a culposa.
A intenção do agente deve ser a de propagar os germes patogênicos para causar a epidemia.
Se o agente quiser contaminar UMA PESSOA ESPECÍFICA, incidirá no delito de perigo de con-
tágio de moléstia grave (Art. 131, CP).
O delito se consuma quando se propaga a epidemia de forma efetiva (ou seja, quando um
grande número de indivíduos é afetado pelos agentes infecciosos).
A tentativa é possível.
Outras Formas
O delito de epidemia possui duas formas que merecem destaque. A primeira dela, como
você já sabe, é a forma culposa:
§ 2º No caso de culpa, a pena é de detenção, de um a dois anos, ou, se resulta morte, de dois a
quatro anos.
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A forma do parágrafo 1º (epidemia com resultado morte) é crime HEDIONDO, de modo que os
regramentos da Lei n. 8.072/1990 se aplicam a essa modalidade do delito (tais como as nor-
mas para progressão de regime e de prazo para a prisão temporária).
O art. 268 é uma norma penal em branco, visto que necessita de complemento para definir
o que é determinação do poder público.
Tal determinação pode partir das mais diversas fontes (lei, decreto, portaria, entre outras).
Um exemplo que pode-se citar são as determinações da Lei n. 7.649/1988 que apresenta nor-
mas relacionadas a impedir a propagação de doenças através da doação de sangue.
Se as normas ali previstas para impedir a propagação de doenças contagiosas não forem
respeitadas, configurar-se-á o delito do art. 268 CP!
O delito é comum, motivo pelo qual o sujeito ativo pode ser qualquer pessoa.
O sujeito passivo é a coletividade.
Características
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Observações
O delito ainda apresenta uma forma majorada, aplicável ao agente funcionário da saúde
pública, ao médico, ao enfermeiro, ao farmacêutico e ao dentista:
Até que enfim um crime próprio, para variar um pouco! O delito do art. 269 tipifica a con-
duta do médico que deixa de denunciar à autoridade responsável doença de que teve notícia e
cuja notificação é compulsória.
O sujeito ativo é o MÉDICO. Não é o dentista, não é o enfermeiro, não é o farmacêutico. Médico
é médico – cuidado com pegadinhas nesse sentido!
O delito é PRÓPRIO, motivo pelo qual o sujeito ativo só pode ser o MÉDICO.
O sujeito passivo é a coletividade.
Características
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Observações
O art. 269 é crime de perigo abstrato, sendo que não há necessidade de comprovação de
risco para sua configuração.
O delito é de perigo COMUM: deve causar risco para um número indeterminado de pessoas.
Se o agente envenenar água potável, de uso particular, para matar um desafeto (pessoa DE-
TERMINADA) irá incidir no delito de homicídio qualificado com emprego de veneno (meio in-
sidioso / cruel).
O delito é COMUM, motivo pelo qual o sujeito ativo pode ser qualquer indivíduo.
O sujeito passivo é a coletividade.
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Características
Outras Formas
Modalidade culposa
§ 2º Se o crime é culposo:
Pena – detenção, de seis meses a dois anos.
Além disso, há ainda uma forma equiparada, que trata da conduta daquele que possui a
intenção (dolo específico) de distribuir a água ou a substância envenenada à sociedade:
§ 1º Está sujeito à mesma pena quem entrega a consumo ou tem em depósito, para o fim de ser
distribuída, a água ou a substância envenenada.
Conduta
Muito cuidado pois este delito é muito parecido com o delito de envenenamento de água
potável. Entretanto, estão presentes as seguintes diferenças:
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É a incolumidade pública.
Características
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Outras Formas
Modalidade culposa
Parágrafo único. Se o crime é culposo:
Pena – detenção, de dois meses a um ano.
Conduta
A conduta do art. 272 é também parecida com os delitos que acabamos de estudar, com a
diferença básica de que aqui os objetos são substâncias ou produtos alimentícios destinados a
consumo e a conduta do agente irá torná-los nocivos à saúde ou reduzir-lhes o valor nutritivo.
Até mesmo bebidas, sejam alcoólicas ou não, estão incluídas como objeto material do delito
em estudo:
§ 1º Está sujeito às mesmas penas quem pratica as ações previstas neste artigo em relação a be-
bidas, com ou sem teor alcoólico.
O art. 272 é crime de perigo concreto e de perigo comum (cujo risco à coletividade neces-
sita de comprovação e cuja conduta atinge número indeterminado de pessoas).
O art. 272 apresenta um crime comum (sem peculiaridades quanto ao sujeito ativo).
O sujeito passivo é a coletividade.
É a incolumidade pública.
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Características
Outras Formas
§ 1º-A Incorre nas penas deste artigo quem fabrica, vende, expõe à venda, importa, tem em depósito
para vender ou, de qualquer forma, distribui ou entrega a consumo a substância alimentícia ou o
produto falsificado, corrompido ou adulterado.
Modalidade Culposa
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Conduta
Delito cuja pena é gravíssima (e não poderia ser diferente, em razão da reprovabilidade da
conduta, bem como de suas nefastas consequências para a saúde das vítimas).
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Crimes contra a Incolumidade Pública
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Reforça esse entendimento o fato de que o delito em estudo, em qualquer de suas formas,
é crime HEDIONDO.
O delito do art. 273 e suas formas equiparadas é HEDIONDO, nos moldes da Lei n. 8.072/1990.
Objetos Materiais
Novamente, estamos diante de crime comum (sem peculiaridades quanto ao sujeito ativo).
O sujeito passivo é a coletividade.
É a incolumidade pública.
Características
O delito é de perigo abstrato, cujo risco da conduta não precisa ser comprovado.
A ação penal é pública incondicionada.
O delito admite a tentativa, salvo na modalidade culposa.
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Sua consumação ocorre no momento em que o agente pratica a conduta prevista no tipo
penal. Não há a necessidade de que o produto adulterado seja consumido ou sequer comercia-
lizado (é crime de perigo abstrato e também crime formal).
Outras Formas
Conduta equiparada:
§ 1º Nas mesmas penas incorre quem importa, vende, expõe à venda, tem em depósito para vender
ou, de qualquer forma, distribui ou entrega a consumo o produto falsificado, corrompido, adulterado
ou alterado.
É importante ainda ressaltar o requisito previsto no parágrafo 1º-B do mesmo artigo, cujo
rol pode ser objeto de prova:
§ 1º-B Está sujeito às penas deste artigo quem pratica as ações previstas no § 1º em relação a pro-
dutos em qualquer das seguintes condições:
I – sem registro, quando exigível, no órgão de vigilância sanitária competente;
II – em desacordo com a fórmula constante do registro previsto no inciso anterior;
III – sem as características de identidade e qualidade admitidas para a sua comercialização;
IV – com redução de seu valor terapêutico ou de sua atividade;
V – de procedência ignorada;
VI – adquiridos de estabelecimento sem licença da autoridade sanitária competente.
Modalidade culposa
§ 2º Se o crime é culposo:
Pena – detenção, de 1 (um) a 3 (três) anos, e multa.
Observações
Jurisprudência Relevante
Segundo o STJ, basta a ausência de autorização legal para a comercialização do produto
para que se configure o delito em estudo. Não há, portanto, necessidade de perícia para ates-
tar se a substância era ou não capaz de produzir danos à saúde ou à vida.
Outro ponto importante: segundo o STJ, o delito é de competência da Justiça Estadual,
salvo quando praticado com indícios de INTERNACIONALIDADE, caso em que será de compe-
tência da Justiça FEDERAL.
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Conduta
A conduta do art. 274 se assemelha um pouco com a do artigo anterior, entretanto aqui o
comportamento do indivíduo se volta para a utilização de substância não expressamente per-
mitida na legislação sanitária ao fabricar produto destinado a consumo.
Desde que o produto envolvido na conduta esteja regulado em legislação sanitária, o delito irá
se configurar. Não há necessidade de que o objeto material seja necessariamente produzido
com fins alimentícios.
É a incolumidade pública.
Características
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Conduta
Rótulo de produtos terapêuticos, alimentícios ou medicinais são coisa séria, motivo pelo
qual inculcar (dar informações, gravar, imprimir, estampar) informações alegando a existência
de substância não encontrada no conteúdo ou que nele existe em quantidade menor do que a
mencionada configura o delito do art. 275, CP.
Assim como na maioria dos delitos que estudamos na aula de hoje, estamos diante de
crime comum, e cujo sujeito passivo é a coletividade.
É a incolumidade pública.
Características
Observações
Não confunda o delito em estudo com o de fazer afirmação falsa ou enganosa, ou omitir infor-
mação relevante sobre a natureza, característica, qualidade, quantidade, segurança, desem-
penho, durabilidade, preço ou garantia de produtos e serviços, previsto no Código de Defesa
do Consumidor!
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Conduta
Este é um dos delitos mais simples do capítulo. Trata apenas da conduta daquele que ven-
de, expõe a venda, tem em depósito para venda ou entrega a consumo os produtos adulterados
previstos nos artigos 274 e 275.
O legislador tentou ampliar a proteção ao cidadão ao criminalizar não somente a conduta
em sua esfera de produção, como também na esfera de distribuição dos produtos adulterados.
Novamente, estamos diante de crime comum (sem peculiaridades quanto ao sujeito ativo).
O sujeito passivo é a coletividade.
É a incolumidade pública.
Características
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Crimes contra a Incolumidade Pública
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Conduta
Seguindo com seu objetivo de punir toda a cadeira de produção e comercialização de subs-
tâncias falsas e adulteradas, o legislador inclui no art. 277 a possibilidade de punição daquele
que vende, expõe a venda, tem em depósito ou cede substância destinada à falsificação de
produtos alimentícios, terapêuticos ou medicinais.
Trata-se de delito de perigo comum (atinge número indeterminado de pessoas) e de perigo
abstrato (o perigo é presumido).
Novamente, estamos diante de crime comum (sem peculiaridades quanto ao sujeito ativo).
O sujeito passivo é a coletividade.
É a incolumidade pública.
Características
Conduta
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tipos penais que estudamos anteriormente, dada a menor importância dos objetos materiais
em questão.
É a incolumidade pública.
Características
Outras Formas
Modalidade culposa
Parágrafo único. Se o crime é culposo:
Pena – detenção, de dois meses a um ano.
Conduta
O art. 280 prevê a responsabilização penal daquele que fornece substância medicinal em
desacordo com receita médica.
Por substância medicinal entende-se qualquer substância utilizada para prevenção ou cura
de doenças em geral.
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Sequer importa se a substância fornecida é melhor ou seja mais barata do que a receitada pelo
médico. O delito irá se configurar da mesma forma (basta haver o desacordo entre a receita e
o remédio fornecido).
Novamente, estamos diante de crime comum (sem peculiaridades quanto ao sujeito ativo).
O sujeito passivo é a coletividade.
É a incolumidade pública.
Características
O crime só se configura perante desacordo com receita emitida por MÉDICO. Prescrições rea-
lizadas por outros profissionais de saúde (como o odontólogo) NÃO são alcançadas pelo tipo
penal do art. 280, pois do contrário estaria configurada analogia in malam partem.
Outras Formas
Modalidade culposa
Parágrafo único. Se o crime é culposo:
Pena – detenção, de dois meses a um ano.
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Observações
Art. 282 Exercer, ainda que a título gratuito, a profissão de médico, dentista ou farmacêutico, sem
autorização legal ou excedendo-lhe os limites:
Pena – detenção, de seis meses a dois anos.
Parágrafo único. Se o crime é praticado com o fim de lucro, aplica-se também multa.
Conduta
O delito do art. 282 é curioso: A depender do verbo exercido pelo agente, será crime comum
ou próprio! Veja só:
Segundo o STJ, o exercício da prática de acupuntura é conduta atípica, pois falta complemen-
tação legal no sentido de regulamentar a acupuntura como atividade da área de medicina.
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Tal entendimento do STJ se deu pois a norma em estudo é norma penal em branco, que
necessita de complemento quanto ao pressuposto sem autorização legal.
Se não há regulamentação para o exercício da acupuntura, não se pode dizer que há exer-
cício ilegal da medicina por seus profissionais para fins penais!
É a incolumidade pública.
Características
O art. 282 nos apresenta um crime HABITUAL, que necessita de prática REITERADA para sua
consumação.
Dessa forma, se o indivíduo exercer ilegalmente a medicina apenas uma vez, de forma to-
talmente isolada, não se configura o delito em estudo!
Além disso, como o crime é habitual, não se admite a forma tentada.
A consumação do delito se dá com o exercício habitual e reiterado da profissão, infringindo
as normas do caput.
Caso o delito seja praticado com fim de lucro, aplica-se também a pena de multa, por ex-
pressa previsão legal.
Não há a previsão de forma culposa.
A ação penal é pública incondicionada.
Charlatanismo
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Crimes contra a Incolumidade Pública
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Art. 283 Inculcar ou anunciar cura por meio secreto ou infalível:
Pena – detenção, de três meses a um ano, e multa.
Conduta
Eis um delito que, juntamente com o de curandeirismo, costuma cair em provas de forma
frequente.
A conduta é de inculcar (divulgar, indicar) ou anunciar cura através de meio secreto ou
infalível.
Observe que a principal distinção entre o delito de exercício ilegal da medicina e o char-
latanismo é que no primeiro, o autor chega a acreditar no tratamento que ele pratica em seus
pacientes, enquanto que no segundo há uma verdadeira espécie de FRAUDE, na qual o agente
delitivo deseja apenas enganar e explorar a boa-fé dos indivíduos que buscam algum tipo de
tratamento, muitas vezes de forma desesperada.
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Crimes contra a Incolumidade Pública
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Características
Curandeirismo
Curandeirismo
Art. 284 Exercer o curandeirismo:
I – prescrevendo, ministrando ou aplicando, habitualmente, qualquer substância;
II – usando gestos, palavras ou qualquer outro meio;
III – fazendo diagnósticos:
Pena – detenção, de seis meses a dois anos.
Parágrafo único. se o crime é praticado mediante remuneração, o agente fica também sujeito à
multa.
Conduta
O curandeirismo é o ato de exercer a arte da cura através de meios não científicos e sem
habilitação profissional adequada.
O delito é de perigo comum e abstrato. Além disso, é considerado crime habitual, de modo
que requer a prática reiterada para sua configuração.
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Crimes contra a Incolumidade Pública
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Características
Observações Finais
Antes que possamos adentrar nossa revisão, é importante fazer a leitura do art. 285 CP,
que apresenta forma qualificada aplicável a todos os delitos do Capítulo III (Crimes contra a
saúde pública), salvo a previsão do art. 267:
Forma qualificada
Art. 285 Aplica-se o disposto no art. 258 aos crimes previstos neste Capítulo, salvo quanto ao defi-
nido no art. 267.
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Crimes contra a Incolumidade Pública
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RESUMO
Incêndio:
• Causar incêndio, expondo a perigo a vida, a integridade física ou o patrimônio de outrem.
• O perigo causado deve ser à um número INDETERMINADO de pessoas.
• O delito de incêndio requer PERÍCIA para a sua configuração!
• Existe previsão da forma culposa do delito.
• Se o autor causar um incêndio com o objetivo de matar uma pessoa determinada, deve-
rá responder pelo delito de homicídio qualificado pelo emprego de fogo.
• Em casos que o incêndio for provocado com o objetivo de atingir número determinado
de pessoas, poderá caracterizar mero delito de perigo para a vida ou saúde de outrem.
Explosão:
• Expor a perigo a vida, a integridade física ou o patrimônio de outrem, mediante explosão,
arremesso ou simples colocação de engenho de dinamite ou de substância de efeitos
análogos.
• Incêndio x Explosão:
• Se ninguém for exposto à perigo pela conduta, não se configura o crime de explosão.
• Há previsão expressa da modalidade culposa.
• Forma privilegiada:
− Se a substância utilizada não é dinamite ou explosivo de efeitos análogos.
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Crimes contra a Incolumidade Pública
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• O agente que utiliza gás que não é asfixiante ou tóxico (incapaz de oferecer risco à ter-
ceiros), sem saber, incidirá em crime impossível!
• Caso o autor tenha o objetivo de atingir vítima DETERMINADA, o delito que irá se confi-
gurar é o do art. 132 CP (“Perigo para a vida ou saúde de outrem”).
Inundação:
• Causar inundação, expondo a perigo a vida, a integridade física ou o patrimônio de ou-
trem.
• Existe previsão expressa da modalidade culposa contida diretamente no preceito secun-
dário do delito.
• Trata-se de delito de perigo concreto, cuja configuração depende da comprovação de
que houve real perigo para a vida, integridade física ou patrimônio de terceiros.
Perigo de Inundação:
• Remover, destruir ou inutilizar, em prédio próprio ou alheio, expondo a perigo a vida, a
integridade física ou o patrimônio de outrem, obstáculo natural ou obra destinada a im-
pedir inundação.
• O perigo aqui depende do RISCO de inundação, e não da efetiva inundação.
Desabamento ou desmoronamento:
• Causar desabamento ou desmoronamento, expondo a perigo a vida, a integridade física
ou o patrimônio de outrem.
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Arremesso de projétil:
• Arremessar projétil contra veículo, em movimento, destinado ao transporte público por
terra, por água ou pelo ar.
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• O arremesso de objetos como ovos, tomates podres, entre outros que não tenham capa-
cidade de dano, não irá configurar o delito do art. 264!
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• Segundo o STJ, o exercício da prática de acupuntura é conduta atípica, pois falta com-
plementação legal no sentido de regulamentar a acupuntura como atividade da área de
medicina.
• O art. 282 nos apresenta um crime HABITUAL, que necessita de prática REITERADA para
sua consumação.
Charlatanismo:
• A conduta é de inculcar (divulgar, indicar) ou anunciar cura através de meio secreto ou
infalível.
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Curandeirismo:
• Exercer o curandeirismo:
− Prescrevendo, ministrando ou aplicando, habitualmente, qualquer substância;
− Usando gestos, palavras ou qualquer outro meio;
− Fazendo diagnósticos.
• O delito é de perigo comum e abstrato. Além disso, é considerado crime habitual, de
modo que requer a prática reiterada para sua configuração.
• Segundo o STJ, é possível a configuração, em um mesmo contexto, do delito de curan-
deirismo e de exercício ilegal da arte farmacêutica, se o agente não possuir habilitação
profissional em tal área de atuação.
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EXERCÍCIOS
001. (CESPE/ABIN/OFICIAL/2018) Situação hipotética: No intuito de provocar explosão de
grandes proporções, João adquiriu substância explosiva sem licença da autoridade compe-
tente. O material acabou sendo apreendido antes que fosse montado o dispositivo explosivo.
Assertiva: Nessa situação, a conduta de João é atípica.
Na verdade, a conduta de João é TÍPICA, e se amolda perfeitamente ao tipo penal do art. 253
estudado na aula de hoje (“Fabrico, fornecimento, aquisição posse ou transporte de explosivos
ou gás tóxico, ou asfixiante”).
Errado.
É isso mesmo. Lembre-se que os delitos só admitem forma culposa em nosso ordenamento
caso haja previsão expressa para tanto. Nesse sentido, o §2º do art. 250 do CP e o parágrafo
único do art. 256 garantem a existência das referidas modalidades.
Certo.
A situação hipotética narrada não trata do delito de exercício ilegal de profissão, mas de exer-
cício ilegal da medicina, arte dentária ou farmacêutica, previsto no art. 282 do Código Penal.
Errado.
Trata-se, conforme estudamos, de crime de perigo abstrato, e não de perigo concreto, o que
invalida o item. Ademais, cabe ressaltar que o referido item é bastante questionável, haja vista
a doutrina que defende a revogação tácita do referido tipo penal.
Errado.
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Item correto. A conduta narrada na hipótese se coaduna ao tipo penal do art. 272 do Código
Penal, o qual possui sim modalidade culposa (prevista em seu §2º).
Certo.
O tipo penal de arremesso de projetil, previsto no art. 264 do CP, não possui o requisito do
resultado lesão corporal ou morte para sua configuração, diferentemente do que afirmou o
examinador.
Errado.
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Em primeiro lugar, vamos observar que a intenção de Humberto era efetivamente a de atear
fogo à casa da mãe de Cristina. Dessa forma, ele quis causar incêndio, expondo a perigo a
vida, a integridade física ou o patrimônio de outrem.
A questão agora é definir se o delito foi tentado ou consumado.
Conforme estudamos, o delito de incêndio se consuma quando efetivamente expõe efetiva-
mente à perigo os bens jurídicos tutelados.
Como o fogo atingiu apenas o sofá, mas não chegou a se alastrar pela casa, não tomou as pro-
porções necessárias para caracterizar o perigo comum, de modo que a conduta se configurou
apenas na forma tentada.
Outro ponto que reforça esse entendimento é bastante simples: Como o delito de incêndio é de
perigo CONCRETO, é necessária PERÍCIA para confirmar que efetivamente tal perigo chegou a
ocorrer. Como o examinador silenciou sob esse aspecto, você não tem como deduzir ou inferir
que o perigo efetivamente ocorreu. Logo, só podemos ir até a esfera da tentativa!
Letra c.
Questão básica. O único delito, dentre os listados, que não integra o rol de crimes contra a in-
columidade pública é o delito de formação de quadrilha.
Letra c.
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e) não cometeu crime de incêndio, porque tratando-se de local ermo e desabitado, o fato não
ocasionou perigo comum e concreto.
Questão muito boa, que recompensa o aluno estudioso. Quem não estiver dominando a maté-
ria acaba marcando que o agente praticou o delito de incêndio doloso.
Entretanto, conforme estudamos, o delito de incêndio requer PERIGO CONCRETO para sua
configuração, e como a conduta foi praticada em local ermo e desabitado, ficou faltando o
requisito da exposição da vida, da integridade física ou do patrimônio de terceiros à risco – de
modo que o crime efetivamente não chegou a se configurar.
Letra e.
Questão básica, cobrando apenas a literalidade do parágrafo 1º, inciso II, alínea B do art. 250, CP:
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Em primeiro lugar, temos que José não irá responder pelo crime de incêndio, pois tendo em
vista que sua casa fica em local isolado, sua conduta não teve o condão de gerar perigo con-
creto à terceiros.
Já quanto a Pedro, sua conduta pode sim ter causado risco à vida, integridade física ou patri-
mônio de outrem, embora o examinador não nos tenha informado o resultado da perícia.
É por esse motivo que a assertiva B não assevera que Pedro SERÁ responsabilizado pelo crime
de incêndio (não temos, na descrição da questão, a confirmação se houve perigo concreto).
De forma inteligente, o examinador preferiu dizer que PODERÁ ocorrer a responsabilização de
Pedro pelo delito de incêndio – o que realmente é verdade!
Letra b.
Mais uma vez note a importância de complementar os estudos com a leitura do texto de lei.
É muito comum que os examinadores cobrem apenas uma das causas de aumento de pena
(prática que é utilizada na abordagem dos mais diversos delitos).
Quanto ao delito em estudo, a resposta está no art. 250, §1º, inciso II, alínea e:
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d) de alto risco.
e) de baixo risco.
Essa eu tenho certeza que você tirou de letra. O delito de incêndio é de perigo concreto, depen-
dendo da comprovação de que efetivamente o perigo ocorreu para sua configuração.
Letra b.
Mais uma da série “se você leu o Código Penal, você acertou”.
São delitos que demandam expressamente a exposição à perigo os delitos de incêndio, explo-
são e uso de gás tóxico ou asfixiante.
Letra a.
Dessa vez, o examinador determinou que o incêndio foi causado e que resultou em risco para
o patrimônio de terceiros (os imóveis vizinhos).
Dessa forma, foi configurado o delito de incêndio, na forma majorada, haja vista o intuito de
obter vantagem pecuniária em proveito próprio ou alheio, previsto no §1º, inciso I, do art. 250.
Letra d.
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Questão relativamente fácil. Você já sabe que as formas majoradas previstas no §1º não se
aplicam ao delito de incêndio culposo. Entretanto, o mesmo não ocorre com a previsão genéri-
ca do art. 258 CP, que é perfeitamente aplicável na modalidade culposa do delito.
E conforme prevê tal artigo:
Se do crime doloso de perigo comum resulta lesão corporal de natureza grave, a pena privativa de
liberdade é aumentada de metade; se resulta morte, é aplicada em dobro. No caso de culpa, se do
fato resulta lesão corporal, a pena aumenta-se de metade; se resulta morte, aplica-se a pena comi-
nada ao homicídio culposo, aumentada de um terço.
Letra d.
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Explosão
Art. 251 Expor a perigo a vida, a integridade física ou o patrimônio de outrem, mediante explosão,
arremesso ou simples colocação de engenho de dinamite ou de substância de efeitos análogos:
Pena – reclusão, de três a seis anos, e multa.
§ 1º Se a substância utilizada não é dinamite ou explosivo de efeitos análogos:
Pena – reclusão, de um a quatro anos, e multa.
Logo, há expressa previsão, no §1º, Para que a conduta seja punida com menos severidade se
o agente não utiliza dinamite ou explosivo de efeitos análogos ao perpetrar a conduta. O bene-
fício se dá em razão do menor potencial lesivo de outros tipos de explosivos.
Letra a.
Parabéns, pois você ganhou um descanso. Questão tranquila, haja vista que você já está mais
do que treinado para saber que o incêndio é crime contra a incolumidade pública. Não precisa
nem ler o resto da questão!
Letra d.
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Outra questão simples. Causou explosão e expos a perigo a vida, a integridade física e o patri-
mônio de terceiros, está caracterizado o delito de explosão, previsto no art. 251 do CP.
Letra d.
Conforme já observamos em um dos exercícios anteriores, o § 1º do art. 251 prevê uma pena
menos severa para o delito de explosão quando este é praticado sem a utilização de dinamite
ou de explosivo de efeitos análogos:
Art. 251 Expor a perigo a vida, a integridade física ou o patrimônio de outrem, mediante explosão,
arremesso ou simples colocação de engenho de dinamite ou de substância de efeitos análogos:
Pena – reclusão, de três a seis anos, e multa.
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§ 1º Se a substância utilizada não é dinamite ou explosivo de efeitos análogos:
Pena – reclusão, de um a quatro anos, e multa.
Letra b.
Questão boa! O examinador tenta “disfarçar” um pouco a tipicidade do delito de explosão, utili-
zando a conduta de “enterrar no solo” para configurar o delito. Entretanto, façamos novamente
a leitura do art. 251, CP:
Art. 251 Expor a perigo a vida, a integridade física ou o patrimônio de outrem, mediante explosão,
arremesso ou simples colocação de engenho de dinamite ou de substância de efeitos análogos.
Letra e.
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Uma vez que identificamos esse fator, devemos tomar cuidado pois o examinador nos informa
que não se registrou nenhum dano à incolumidade FÍSICA, tentando nos induzir a marcar que
não houve crime.
Entretanto, vejamos o que diz o art. 251, CP:
Explosão
Art. 251 Expor a perigo a vida, a integridade física ou o patrimônio de outrem, mediante explosão,
arremesso ou simples colocação de engenho de dinamite ou de substância de efeitos análogos:
Pena – reclusão, de três a seis anos, e multa.
§ 1º Se a substância utilizada não é dinamite ou explosivo de efeitos análogos:
Pena – reclusão, de um a quatro anos, e multa.
Aumento de pena
§ 2º As penas aumentam-se de um terço, se ocorre qualquer das hipóteses previstas no § 1º, I, do
artigo anterior, ou é visada ou atingida qualquer das coisas enumeradas no n. II do mesmo pará-
grafo.
Modalidade culposa
§ 3º No caso de culpa, se a explosão é de dinamite ou substância de efeitos análogos, a pena é de
detenção, de seis meses a dois anos; nos demais casos, é de detenção, de três meses a um ano.
Não confunda incolumidade pública com incolumidade física!
Letra d.
Embora a questão extrapole o conteúdo da aula de hoje, você tem o conhecimento necessário
para encontrar a assertiva correta.
No delito de explosão, é sim dispensável a efetiva explosão, sendo suficiente que a ação gere
perigo concreto à incolumidade pública. Lembre-se que até mesmo o ato de colocar engenho
de dinamite é conduta prevista no tipo penal do art. 251!
Letra d.
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Outra questão fácil. Basta que você se lembre de que o delito do art. 255 não admite a for-
ma culposa!
Letra a.
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As questões sobre os crimes contra a incolumidade pública, via de regra, se restringem a três
objetos: literalidade da lei, se o delito admite a forma culposa, e se é de perigo concreto ou abs-
trato (como tenho certeza de que você já percebeu à essa altura de nossa lista de exercícios).
A questão trata diretamente do primeiro objeto (a letra da lei). O examinador ainda tentou difi-
cultar não dizendo qual o delito, e sim apenas que você deve encontrar uma descrição de um
fato típico listado no Capítulo dos crimes de perigo comum.
Obviamente, de nada adianta esse esforço, visto que a questão continua fácil. É crime de peri-
go comum fabricar, fornecer, adquirir, possuir ou transportar, sem licença da autoridade, subs-
tância ou engenho explosivo, gás tóxico ou asfixiante, ou material destinado à sua fabricação.
Trata-se do delito previsto no art. 253 CP, e é o único da lista que estudamos na aula de hoje.
Letra e.
É simplesmente um absurdo a banca cobrar um crime REVOGADO, mesmo que de forma tá-
cita. Questão passível de recurso, mas achei interessante listá-la aqui para demonstrar que,
algumas vezes, temos que nos preparar até mesmo para encontrar esse tipo de desafio.
De todo modo, por eliminação seria possível acertar essa questão (haja vista que a única al-
ternativa que apresentam crimes contidos no título de crimes contra a incolumidade pública
é a assertiva C). O que, no entanto, não justifica a cobrança do delito de difusão de doença ou
praga (na opinião de seu professor, é claro).
Letra c.
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Caso o autor provoque um incêndio com o objetivo de matar um desafeto, e além do óbito des-
te acabe causando risco à vida de terceiros com sua conduta, em tese deverá responder pelo
delito de homicídio qualificado pelo uso de fogo em concurso com o delito de incêndio.
É importante notar que aquele que coloca fogo em uma casa nessas circunstâncias, em local
no qual seja possível expor terceiros a risco, via de regra age com DOLO EVENTUAL (assume
o risco de que o fogo causa perigo à terceiros) e não com CULPA (o incêndio não ocorreu por
negligência, imperícia ou imprudência do autor).
Letra a.
O delito de explosão não se configura se não houver exposição à perigo, mas poderá configurar
outro crime (como o crime de dano) a depender do caso concreto.
Letra b.
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Conforme estudamos, GAS TÓXICO é aquele capaz de ENVENENAR a vítima, e gás ASFIXIAN-
TE é aquele capaz de causar sufocação.
Letra d.
Exemplo:
O indivíduo espalha gás em um prédio cheio de pessoas, mas no entanto se confunde e acaba
utilizando um gás inofensivo no lugar do gás asfixiante ou tóxico.
Letra d.
035. (INÉDITA/2021) O delito do art. 253 CP (Fabrico, fornecimento, aquisição posse ou trans-
porte de explosivos ou gás tóxico, ou asfixiante) é:
a) De perigo concreto e não admite a modalidade culposa.
b) De perigo abstrato e não admite a modalidade culposa.
c) De perigo concreto e admite a modalidade culposa.
d) De perigo abstrato e admite a modalidade culposa.
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O delito do art. 253 é de perigo presumido (abstrato) e NÃO admite a modalidade culposa, por
ausência de previsão legal.
Letra b.
O delito de inundação é crime VAGO (cujo sujeito passivo é a coletividade, que não tem perso-
nalidade jurídica) e também de perigo CONCRETO (depende de comprovação).
Letra d.
A doutrina entende que o delito do art. 257 CP é de perigo ABSTRATO, enquanto o delito do art.
256, por sua vez, é de perigo CONCRETO
Letra a.
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GABARITO
1. E 30. d
2. C 31. a
3. E 32. b
4. E 33. d
5. E 34. d
6. C 35. b
7. E 36. d
8. c 37. a
9. c
10. e
11. e
12. b
13. e
14. b
15. a
16. d
17. d
18. c
19. a
20. d
21. d
22. b
23. e
24. d
25. d
26. a
27. c
28. e
29. c
Douglas Vargas
Agente da Polícia Civil do Distrito Federal, aprovado em 6º lugar no concurso realizado em 2013. Aprovado
em vários concursos, como Polícia Federal (Escrivão), PCDF (Escrivão e Agente), PRF (Agente), Ministério
da Integração, Ministério da Justiça, BRB e PMDF (Soldado – 2012 e Oficial – 2017).
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