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DIREITO PENAL

Crimes contra a Incolumidade Pública

SISTEMA DE ENSINO

Livro Eletrônico
DIREITO PENAL
Crimes contra a Incolumidade Pública

Sumário
Douglas Vargas

Crimes contra a Incolumidade Pública.. ...................................................................................... 4


Introdução......................................................................................................................................... 4
Incêndio.............................................................................................................................................. 4
Explosão............................................................................................................................................. 7
Uso de Gás Tóxico ou Asfixiante................................................................................................. 10
Fabrico, Fornecimento, Aquisição Posse ou Transporte de Explosivos ou Gás Tóxico,
ou Asfixiante.................................................................................................................................... 11
Inundação.........................................................................................................................................13
Perigo de Inundação...................................................................................................................... 14
Desabamento ou Desmoronamento...........................................................................................16
Subtração, Ocultação ou Inutilização de Material de Salvamento...................................... 17
Difusão de Doença ou Praga. . ...................................................................................................... 18
Perigo de Desastre Ferroviário....................................................................................................19
Atentado contra a Segurança de Transporte Marítimo, Fluvial ou Aéreo..........................21
Atentado contra a Segurança de Outro Meio de Transporte. . .............................................. 24
Arremesso de Projétil................................................................................................................... 25
Atentado contra a Segurança de Serviço de Utilidade Pública. . .......................................... 26
Interrupção ou Perturbação de Serviço Telegráfico ou Telefônico. . ................................... 28
Epidemia.......................................................................................................................................... 29
Infração de Medida Sanitária Preventiva..................................................................................31
Omissão de Notificação de Doença.. .......................................................................................... 32
Envenenamento de Água Potável ou de Substância Alimentícia ou Medicinal................ 33
Corrupção ou Poluição de Água Potável................................................................................... 34
Falsificação, Corrupção, Adulteração ou Alteração de Substância ou Produtos
Alimentícios.................................................................................................................................... 36
Falsificação, Corrupção Adulteração ou Alteração de Produto Destinado a Fins
Terapêuticos ou Medicinais......................................................................................................... 38

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Emprego de Processo Proibido ou de Substância Não Permitida....................................... 41


Invólucro ou Recipiente com Falsa Indicação. . ........................................................................ 42
Produto ou Substância nas Condições dos Dois Artigos Anteriores.................................. 43
Substância Destinada à Falsificação.. ....................................................................................... 43
Outras Substâncias Nocivas à Saúde Pública.. ........................................................................44
Medicamento em Desacordo com Receita Médica................................................................. 45
Exercício Ilegal da Medicina, Arte Dentária ou Farmacêutica. . ............................................ 47
Charlatanismo................................................................................................................................48
Curandeirismo................................................................................................................................ 50
Resumo............................................................................................................................................. 52
Exercícios.........................................................................................................................................60
Gabarito............................................................................................................................................ 76

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Douglas Vargas

CRIMES CONTRA A INCOLUMIDADE PÚBLICA


Introdução
Saudações, futuros(as) servidores(as) públicos(as)!
Na aula de hoje, iremos estudar os chamados Crimes contra a Incolumidade Pública!
A aula é relativamente extensa, mas você verá que os crimes nela contidos não são muito
cobrados quando comparados com outros assuntos no Direito Penal (o que não reduz, de for-
ma alguma, a importância do tema.
Verá, também que a lista de exercícios apresenta uma lista mista de questões de certo e
errado e múltipla escolha, para fixação dos temas estudados na aula de hoje.
Apesar da extensão, não se preocupem, pois são delitos abordados de forma bastante lite-
ral pelos examinadores, como os senhores verão (salvo algumas exceções).
Bons estudos!
Prof. Douglas Vargas

Incêndio

Cena do seriado Chicago Fire

Incêndio
Art. 250 Causar incêndio, expondo a perigo a vida, a integridade física ou o patrimônio de outrem:
Pena – reclusão, de três a seis anos, e multa.

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Conduta

O delito de incêndio é o primeiro dos crimes de perigo comum. Sua conduta consiste em pro-
vocar combustão que cause perigo à vida, integridade física ou patrimônio de outras pessoas.

O perigo causado deve ser à um número INDETERMINADO de pessoas. Esse é um ponto chave
para fins de prova!

Sujeito Ativo & Passivo

O delito de incêndio é crime comum, motivo pelo qual seu sujeito ativo pode ser qual-
quer pessoa.
O sujeito passivo, por sua vez, é a coletividade, e de forma secundária são as pessoas que
foram expostas ou tiveram seu patrimônio exposto a risco.

Bem Jurídico Tutelado

É a incolumidade pública, na forma da segurança de um número indeterminado de


indivíduos.

Características

O delito do art. 250 é praticável, em regra, na forma DOLOSA. Entretanto, existe previsão da
forma culposa do delito, a qual estudaremos a seguir.
O delito em estudo se consuma no momento em que o incêndio expõe efetivamente a pe-
rigo a vida, a integridade física ou o patrimônio de terceiros. Ou seja: a exposição à perigo de
dano é indispensável para a consumação do art. 250.
A tentativa é plenamente admissível.

O delito de incêndio requer PERÍCIA para a sua configuração!

A ação penal é pública incondicionada.

Outras Formas

O delito de incêndio possui as seguintes formas majoradas, que permitem o aumento da


pena em 1/3:

§ 1º As penas aumentam-se de um terço:


I – se o crime é cometido com intuito de obter vantagem pecuniária em proveito próprio ou alheio;

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II – se o incêndio é:
a) em casa habitada ou destinada a habitação;
b) em edifício público ou destinado a uso público ou a obra de assistência social ou de cultura;
c) em embarcação, aeronave, comboio ou veículo de transporte coletivo;
d) em estação ferroviária ou aeródromo;
e) em estaleiro, fábrica ou oficina;
f) em depósito de explosivo, combustível ou inflamável;
g) em poço petrolífico ou galeria de mineração;
h) em lavoura, pastagem, mata ou floresta.

Existem ainda as formas majoradas aplicáveis a todos os crimes de perigo comum, que
são obviamente aplicáveis ao delito de incêndio, que integra tal categoria:

Art. 258 Se do crime doloso de perigo comum resulta lesão corporal de natureza grave, a pena priva-
tiva de liberdade é aumentada de metade; se resulta morte, é aplicada em dobro. No caso de culpa,
se do fato resulta lesão corporal, a pena aumenta-se de metade; se resulta morte, aplica-se a pena
cominada ao homicídio culposo, aumentada de um terço.

Esse artigo é muito importante. Recomenda-se realizar sua leitura diversas vezes!

Forma Culposa

Como sabemos, a punição de condutas delituosas na modalidade culposa é exceção em


nosso ordenamento jurídico, só sendo permitida se expressamente autorizada pelo legislador.
Esse é o caso do delito de incêndio, o qual apresenta, em seu §2º, a previsão de modalida-
de culposa:

Incêndio culposo
§ 2º Se culposo o incêndio, é pena de detenção, de seis meses a dois anos.

A única observação cabível sobre essa previsão é a seguinte: as formas majoradas apre-
sentadas no §1º não se aplicam à forma culposa do delito de incêndio.

Observações

Se o autor causar um incêndio com o objetivo de matar uma pessoa determinada, deverá
responder pelo delito de homicídio qualificado pelo emprego de fogo. Se tal incêndio expuser
a perigo a vida, integridade física ou o patrimônio de terceiros, haverá concurso formal impró-
prio entre o delito de homicídio e o delito de incêndio, sendo somadas as penas aplicáveis ao
caso concreto.

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Em casos que o incêndio for provocado com o objetivo de atingir número determinado de pes-
soas, poderá caracterizar mero delito de perigo para a vida ou saúde de outrem!

Incêndio causado por questões políticas, como quando o agente não se conforma com a
situação política do país, incide na lei de Segurança Nacional e não no delito de incêndio do
Código Penal.

Crime Impossível

Se o autor acreditar estar utilizando substância combustível quando na verdade está utili-
zando um meio inidôneo (incapaz de causar incêndio), haverá crime impossível.
É o que acontece, por exemplo, com o indivíduo derrama álcool para atear fogo a uma resi-
dência, sem saber que na verdade a substância utilizada era água.

Explosão
Art. 251 Expor a perigo a vida, a integridade física ou o patrimônio de outrem, mediante explosão,
arremesso ou simples colocação de engenho de dinamite ou de substância de efeitos análogos:
Pena – reclusão, de três a seis anos, e multa.

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Conduta

O delito de explosão difere do delito de incêndio meramente através do meio de execução


utilizado – haja vista que a exposição à perigo é basicamente a mesma:

Sujeito Ativo & Passivo

O delito de explosão é do tipo comum, praticável por qualquer pessoa.


O sujeito passivo é a sociedade em geral.

Bem Jurídico Tutelado

O bem jurídico tutelado, naturalmente, é a incolumidade pública.

Características

Se ninguém for exposto à perigo pela conduta, não se configura o crime de explosão.

Por esse motivo, se ausente o perigo coletivo, poderá se configurar outro crime (como o de
dano qualificado), mas não o delito de explosão.

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O delito, em regra, é praticado na modalidade dolosa, mas assim como ocorre com o crime
de incêndio, há previsão expressa da modalidade culposa.
A consumação do delito ocorre no momento em que a colocação de engenho de dinamite,
o arremesso ou mesmo a explosão colocam em risco a vida, a integridade física ou o patrimô-
nio de outrem.
A tentativa só é admissível nas modalidades explosão e arremesso.

Outras Formas

O delito de explosão apresenta uma forma privilegiada, que se baseia no menor potencial
de dano a ser causado por substância diversa da dinamite ou de um composto análogo:

§1º Se a substância utilizada não é dinamite ou explosivo de efeitos análogos:


Pena – reclusão, de um a quatro anos, e multa.

Formas Majoradas

Todas as formas majoradas aplicáveis ao delito de incêndio são também válidas para o delito
de explosão, tanto no caso das previsões do art. 250, §1º quanto no caso do art. 258!

Aumento de pena
§ 2º As penas aumentam-se de um terço, se ocorre qualquer das hipóteses previstas no § 1º, I, do ar-
tigo anterior, ou é visada ou atingida qualquer das coisas enumeradas no n. II do mesmo parágrafo.

Forma Culposa

O delito de explosão também apresenta a previsão de modalidade culposa, que mere-


ce ser lida:

Modalidade culposa
§ 3º No caso de culpa, se a explosão é de dinamite ou substância de efeitos análogos, a pena é de
detenção, de seis meses a dois anos; nos demais casos, é de detenção, de três meses a um ano.

Segundo a doutrina, a modalidade culposa só se aplica ao delito praticado na modalidade cau-


sar explosão. As modalidades arremessar e colocar dinamite só admitem a forma DOLOSA!

Observações

A ação penal é pública incondicionada.

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Uso de Gás Tóxico ou Asfixiante

Cena de ataque com gás tóxico no seriado “24 horas”

Art. 252 Expor a perigo a vida, a integridade física ou o patrimônio de outrem, usando de gás tóxico
ou asfixiante:
Pena – reclusão, de um a quatro anos, e multa.

Conduta

A conduta é basicamente autoexplicativa, e consiste na exposição da vida, integridade físi-


ca ou patrimônio de outrem à perigo, utilizando gás tóxico ou asfixiante.

Sujeito Ativo & Passivo

O delito é comum, motivo pelo qual não existem restrições quanto ao sujeito ativo.
O sujeito passivo é a coletividade.

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Bem Jurídico Tutelado

É a incolumidade pública.

Características

Em primeiro lugar, uma informação simples e importante: não é necessário que o gás seja
mortal para a configuração do delito.
Em regra, o delito é praticado na modalidade dolosa, embora também exista previsão da
forma culposa.
A consumação do delito se dá quando ocorre a exposição da vida, integridade física ou
patrimônio de terceiros a perigo.
A tentativa é admissível.
A ação penal é pública incondicionada.

O agente que utiliza gás que não é asfixiante ou tóxico (incapaz de oferecer risco à terceiros),
sem saber, incidirá em crime impossível!

Formas Majoradas e Equiparadas

Como nos demais delitos desse capítulo, aplicam-se as disposições do art. 258, CP.

Forma Culposa

É admissível, em razão do parágrafo único do delito em estudo:

Modalidade Culposa
Parágrafo único. Se o crime é culposo:
Pena – detenção, de três meses a um ano.

Observações

Caso o autor tenha o objetivo de atingir vítima DETERMINADA, o delito que irá se configurar
é o do art. 132 CP (“Perigo para a vida ou saúde de outrem”).

Fabrico, Fornecimento, Aquisição Posse ou Transporte de Explosivos ou


Gás Tóxico, ou Asfixiante
Art. 253 Fabricar, fornecer, adquirir, possuir ou transportar, sem licença da autoridade, substância ou
engenho explosivo, gás tóxico ou asfixiante, ou material destinado à sua fabricação:
Pena – detenção, de seis meses a dois anos, e multa.

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Conduta

O art. 253 nos apresenta a conduta daquele que atua no provimento de engenho explosivo,
gás tóxico ou asfixiante ou de material destinado à sua fabricação.
Nota-se o objetivo do legislador de não atingir apenas os atos dos delitos de incêndio, uso
de gás tóxico ou asfixiante ou de explosão, como também as demais etapas de produção e de
fornecimento de materiais idôneos para esse fim.

Sujeito Ativo & Passivo

Trata-se, novamente, de crime comum, sem restrições quanto ao sujeito ativo.


O sujeito passivo é a coletividade, como nos demais delitos de perigo comum. Por esse mo-
tivo, é considerado crime vago (o sujeito passivo do delito não possui personalidade jurídica).

Bem Jurídico Tutelado

É a incolumidade pública.

Características

O delito do art. 253 é de PERIGO ABSTRATO, motivo pelo qual não é necessária a comprovação
de risco EFETIVO à coletividade – o perigo é PRESUMIDO!

Trata-se de delito praticável apenas na modalidade dolosa.


É crime de perigo abstrato, que se consuma com a mera prática das ações previstas no tipo
penal. Não é necessária a comprovação de que ocorreu risco real à coletividade, conforme já
observamos anteriormente.
A tentativa é possível, porém a doutrina majoritária considera ser de difícil ocorrência.
A ação penal é pública incondicionada.

Formas Majoradas e Equiparadas

Não há previsão.

Observações

Segundo a doutrina, o art. 16, inciso III, do Estatuto do Desarmamento derrogou parcial-
mente o art. 253 do CP, por ter disciplinado certos pontos que atingem a mesma matéria:

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III – possuir, detiver, fabricar ou empregar artefato explosivo ou incendiário, sem autorização ou em
desacordo com determinação legal ou regulamentar;
Lei n. 10.826/2003

Inundação

Inundação
Art. 254 Causar inundação, expondo a perigo a vida, a integridade física ou o patrimônio de outrem:
Pena – reclusão, de três a seis anos, e multa, no caso de dolo, ou detenção, de seis meses a dois
anos, no caso de culpa.

Conduta

O art. 254 nos apresenta a conduta do indivíduo que causa uma inundação, expondo a pe-
rigo à vida, integridade física ou o patrimônio de terceiros.

Sujeito Ativo & Passivo

O delito é comum, de modo que o sujeito ativo pode ser qualquer pessoa.
O sujeito passivo, como de praxe para os crimes deste capítulo, é a coletividade (crime vago).

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Características

Trata-se de delito, em regra, praticado na forma dolosa.

Curiosamente, embora o legislador não tenha apresentado um tipo penal específico para a
forma culposa do delito, existe previsão expressa para tal contida diretamente no preceito
secundário do art. 254:

Inundação
Art. 254 Causar inundação, expondo a perigo a vida, a integridade física ou o patrimônio de outrem:
Pena – reclusão, de três a seis anos, e multa, no caso de dolo, ou detenção, de seis meses a dois
anos, no caso de culpa.

A consumação se dá quando ocorrer o perigo concreto à coletividade. A tentativa é perfei-


tamente admissível!

Observações

Trata-se de delito de perigo concreto, cuja configuração depende da comprovação de que


houve real perigo para a vida, integridade física ou patrimônio de terceiros.
Além disso, é necessário que o número de pessoas afetadas pelo delito seja IN-
DETERMINADO.

Perigo de Inundação

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Perigo de inundação
Art. 255 Remover, destruir ou inutilizar, em prédio próprio ou alheio, expondo a perigo a vida, a inte-
gridade física ou o patrimônio de outrem, obstáculo natural ou obra destinada a impedir inundação:
Pena – reclusão, de um a três anos, e multa.

Conduta

O art. 255 prevê a conduta daquele que remover, destruir ou inutilizar algum obstáculo na-
tural ou obra destinada a impedir uma inundação.

Sujeito Ativo & Passivo

O crime é comum, e o sujeito passivo, como de praxe, é a coletividade. As pessoas efetiva-


mente expostas à perigo pela conduta serão consideradas vítimas secundárias ou mediatas.

Bem Jurídico Tutelado

É a incolumidade pública.

Características

Trata-se de delito praticável na modalidade dolosa. Não há previsão da forma culposa con-
tida no Código Penal.
A consumação ocorre com a mera prática das condutas previstas no tipo penal, mas de-
pende da ocorrência de real perigo para os bens jurídicos tutelados pela norma (é crime de
perigo CONCRETO, e não abstrato).

O perigo aqui depende do RISCO de inundação, e não da efetiva inundação, como no delito do
capítulo anterior!

A tentativa é assunto polêmico na doutrina, mas a maior parte dos estudiosos entendem
ser possível. Dificilmente esse aspecto será cobrado em provas de concursos.
A ação penal é pública incondicionada.

Observações

É interessante relembrar que, se o autor praticar mais de um dos núcleos do tipo, no mes-
mo contexto fático, responderá por apenas um delito do art. 255.

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Desabamento ou Desmoronamento
Desabamento ou desmoronamento
Art. 256 Causar desabamento ou desmoronamento, expondo a perigo a vida, a integridade física ou
o patrimônio de outrem:
Pena – reclusão, de um a quatro anos, e multa.

Conduta

Delito praticado pelo indivíduo que dá causa à desabamento ou desmoronamento que vem
a expor a perigo a vida, integridade física ou patrimônio de terceiros.

Sujeito Ativo & Passivo

Novamente, estamos diante de crime comum (sem peculiaridades quanto ao sujeito ativo).
O sujeito passivo é a coletividade – trata-se também de crime vago.

Bem Jurídico Tutelado

Naturalmente, é a incolumidade pública.

Características

Diferença entre DESABAMENTO e DESMORONAMENTO:

É importante ainda observar que o desabamento ou desmoronamento parciais, se gerarem


perigo concreto à terceiros, terá o condão de configurar o delito.
Ainda nessa esteira de observações, note que o delito em estudo é de perigo concreto (de-
pende da comprovação de sua ocorrência).
O delito admite tanto a modalidade dolosa quanto a culposa, prevista no parágrafo único
do art. 256:

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Modalidade culposa
Parágrafo único. Se o crime é culposo:
Pena – detenção, de seis meses a um ano.

A tentativa é admissível, e a consumação ocorre quando ocorre a exposição da vida, da inte-


gridade física ou do patrimônio de outrem à perigo, através do desabamento/desmoronamento.
A ação penal é pública incondicionada.

Subtração, Ocultação ou Inutilização de Material de Salvamento


Subtração, ocultação ou inutilização de material de salvamento
Art. 257 Subtrair, ocultar ou inutilizar, por ocasião de incêndio, inundação, naufrágio, ou outro desas-
tre ou calamidade, aparelho, material ou qualquer meio destinado a serviço de combate ao perigo,
de socorro ou salvamento; ou impedir ou dificultar serviço de tal natureza:
Pena – reclusão, de dois a cinco anos, e multa.

Conduta

Embora o art. 257 seja extenso, sua conduta é simples. O autor subtrai, oculta ou inutiliza,
em situação de incêndio, inundação, naufrágio ou outro desastre, algum tipo de meio de com-
bate ao perigo – ou dificulta o funcionamento de serviço dessa natureza.
É importante notar a observação da doutrina no sentido de que mesmo que o indivíduo
seja o proprietário do meio de combate ao perigo, não poderá ocultá-lo, inutilizá-lo ou subtra-
í-lo. O direito coletivo à prestação de socorro supera o direito individual à posse material nesse
tipo de situação!

Sujeito Ativo & Passivo

O delito é comum, motivo pelo qual o sujeito ativo pode ser qualquer pessoa.
O sujeito passivo é a coletividade.

Bem Jurídico Tutelado

Da mesma forma que nos demais delitos do capítulo, é a incolumidade pública.

Características

O delito em estudo só admite a forma dolosa.


Sua consumação pode ocorrer em dois momentos distintos, a depender da conduta perpe-
trada pelo agente:

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Crimes contra a Incolumidade Pública
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A tentativa é possível.
A ação penal é pública incondicionada.

Observações

O art. 257 é delito de perigo ABSTRATO, de modo que o perigo é presumido e dispensa
comprovação.

Difusão de Doença ou Praga


Art. 259 Difundir doença ou praga que possa causar dano a floresta, plantação ou animais de utili-
dade econômica:
Pena – reclusão, de dois a cinco anos, e multa.

O último delito do capítulo está aqui mencionado apenas para ciência e orientação dos
alunos que estudam lendo a letra da lei (o que eu sempre recomendo que seja feito, de forma
complementar às nossas aulas).
Trata-se de crime de perigo abstrato, o qual já foi cobrado pelo CESPE em sua literalidade
na prova da ABIN em 2018.
De todo modo, não iremos adentrar os detalhes sobre este haja vista que o art. 61 da Lei
dos Crimes Ambientais revogou o art. 259 do CP de forma tácita.

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Perigo de Desastre Ferroviário

Art. 260 Impedir ou perturbar serviço de estrada de ferro:


I – destruindo, danificando ou desarranjando, total ou parcialmente, linha férrea, material rodante ou
de tração, obra-de-arte ou instalação;
II – colocando obstáculo na linha;
III – transmitindo falso aviso acerca do movimento dos veículos ou interrompendo ou embaraçando
o funcionamento de telégrafo, telefone ou radiotelegrafia;
IV – praticando outro ato de que possa resultar desastre:
Pena – reclusão, de dois a cinco anos, e multa.

Conduta

O delito de perigo de desastre ferroviário trata da conduta do indivíduo que impede ou per-
turba serviço ferroviário, através de uma lista de práticas listadas entre os incisos I e IV.
Tais incisos, embora relevantes para fins de prova, são considerados redundantes pela
doutrina, tendo em vista que o inciso IV (“praticando outro ato de que possa resultar desastre”)
basicamente engloba qualquer conduta passível de causar o resultado, de modo que os inci-
sos anteriores se tornam efetivamente desnecessários.

O delito do art. 260 é de perigo concreto e de perigo comum, de modo que expõe a risco um
número INDETERMINADO de pessoas e que requer a demonstração do perigo no caso concre-
to (não há perigo presumido).

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Sujeito Ativo & Passivo

O delito de incêndio é crime comum, de modo que qualquer pessoa pode ser caracterizada
como sujeito ativo.
O sujeito passivo é a coletividade (trata-se de crime vago).

Bem Jurídico Tutelado

É a incolumidade pública.

Características

Em primeiro lugar, precisamos fazer uma observação sobre o termo estrada de ferro, que
não se restringe apenas a trilhos de trem:

Por estrada de ferro entende-se qualquer via para veículo de TRAÇÃO MECÂNICA, de modo
que estão incluídos os veículos que transitam por TRILHOS (Trens em geral) e até mesmo por
CABOS (Como os “bondinhos” que ficam suspensos).

§ 3º Para os efeitos deste artigo, entende-se por estrada de ferro qualquer via de comunicação em
que circulem veículos de tração mecânica, em trilhos ou por meio de cabo aéreo.

O delito admite tanto a forma dolosa como a culposa.


A consumação do delito ocorre quando o agente pratica o ato que expõe a perigo um nú-
mero indeterminado de indivíduos.
A tentativa é admissível, salvo no caso dos parágrafos 1º e 2º, que apresentam forma pre-
terdolosa e culposa do delito, as quais naturalmente não admitem tal instituto.

Outras Formas

Em primeiro lugar temos o chamado desastre ferroviário, ou desastre ferroviário preter-


doloso, previsto no parágrafo 1º do delito, no qual a conduta do agente efetivamente resulta
em desastre:

Desastre ferroviário
§ 1º Se do fato resulta desastre:
Pena – reclusão, de quatro a doze anos e multa.

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Em segundo lugar temos o desastre ferroviário culposo, modalidade na qual o desastre


também acontece, entretanto o autor não tinha a intenção ou sequer assumiu o risco de causar
o resultado (mas agiu com imprudência, imperícia ou negligência):

§ 2º No caso de culpa, ocorrendo desastre:


Pena – detenção, de seis meses a dois anos.

Note que, no desastre ferroviário culposo, só ocorrerá a responsabilização penal se o de-


sastre vier a ocorrer. Se o indivíduo agir com imprudência, negligência ou imperícia, e o desas-
tre não vier a acontecer, o delito não irá se configurar. É o que a doutrina chamada de crime
condicionado ao resultado.
Observa-se ainda que o art. 258 do CP, que prevê formas genéricas de aumento de pena para
os crimes de perigo comum, também é aplicável ao delito em estudo, por força do art. 263 CP:

Art. 258 Se do crime doloso de perigo comum resulta lesão corporal de natureza grave, a pena priva-
tiva de liberdade é aumentada de metade; se resulta morte, é aplicada em dobro. No caso de culpa,
se do fato resulta lesão corporal, a pena aumenta-se de metade; se resulta morte, aplica-se a pena
cominada ao homicídio culposo, aumentada de um terço.
Forma qualificada
Art. 263 Se de qualquer dos crimes previstos nos arts. 260 a 262, no caso de desastre ou sinistro,
resulta lesão corporal ou morte, aplica-se o disposto no art. 258.

A ação penal é pública incondicionada.

Atentado contra a Segurança de Transporte Marítimo, Fluvial ou Aé-


reo

Art. 261 Expor a perigo embarcação ou aeronave, própria ou alheia, ou praticar qualquer ato tenden-
te a impedir ou dificultar navegação marítima, fluvial ou aérea:
Pena – reclusão, de dois a cinco anos.

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Conduta

O art. 261 pode ser praticado a partir de duas condutas distintas:

Sujeito Ativo & Passivo

O delito em estudo é crime comum (o sujeito ativo, portanto, pode ser qualquer pessoa).
O sujeito passivo, novamente, é a coletividade.

Bem Jurídico Tutelado

O bem jurídico tutelado, naturalmente, é a incolumidade pública.

Características

A configuração do delito não depende da movimentação da embarcação ou aeronave.

Por esse motivo, condutas como a de furtar peças importantes para o funcionamento de
embarcação que se encontra ancorada no porto ou de aeronave que se encontra em solo tam-
bém tem o condão de configurar o delito em estudo – basta que se caracterize a exposição à
perigo que o legislador deseja evitar.

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Novamente estamos diante de crime de perigo comum (que coloca em risco número in-
determinado de pessoas) e de perigo concreto (que não pode ser simplesmente presumido).
O delito em estudo admite a modalidade culposa.
A consumação se dá quando o agente pratica a conduta e expõe a perigo os bens jurídicos
tutelados. A tentativa é admissível, salvo na modalidade preterdolosa e na modalidade culpo-
sa, as quais estudaremos no próximo tópico

Outras Formas

Em primeiro lugar temos a forma qualificada do delito, que nada mais é do que a conduta
preterdolosa na qual a conduta do agente resulta em efetivo naufrágio, submersão ou encalhe
de embarcação ou queda ou destruição de aeronave:

Sinistro em transporte marítimo, fluvial ou aéreo


§ 1º Se do fato resulta naufrágio, submersão ou encalhe de embarcação ou a queda ou destruição
de aeronave:
Pena – reclusão, de quatro a doze anos.

Note que o efetivo resultado é obtido com CULPA (o agente causa dolosamente apenas a
situação de perigo, mas o resultado final é alcançado de forma culposa).
Por fim temos a modalidade culposa do delito, que é considerada como condicionada ao
resultado (só se configura se efetivamente ocorrer o sinistro previsto pelo legislador):

Modalidade culposa
§ 3º No caso de culpa, se ocorre o sinistro:
Pena – detenção, de seis meses a dois anos.

Observações

Se o agente pratica o delito em estudo com fins de lucro, há a aplicação de pena cumulativa
de MULTA (Art. 261, parágrafo 2º).
A forma majorada prevista no art. 263 também se aplica ao delito em estudo.
A ação penal é pública incondicionada.

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Atentado contra a Segurança de Outro Meio de Transporte

Atentado contra a segurança de outro meio de transporte


Art. 262 Expor a perigo outro meio de transporte público, impedir-lhe ou dificultar-lhe o funciona-
mento:
Pena – detenção, de um a dois anos.

Conduta

Esse delito fica muito fácil de entender após estudar o art. 261. Enquanto o artigo anterior
se preocupa com determinados meios de transporte (embarcações, aeronaves) o art. 262 cui-
da de tutelar meios de transporte público não listados no artigo anterior, como por exemplo
um ônibus comum!

Note, no entanto, que ao utilizar o termo transporte público, o legislador limitou o alcance da
norma aos meios de transporte exercidos pelo Estado ou explorados mediante concessão re-
alizada pela Administração Pública.

Sujeito Ativo & Passivo

O delito é comum, motivo pelo qual não existem restrições quanto ao sujeito ativo.
O sujeito passivo é a coletividade.

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Bem Jurídico Tutelado

É a incolumidade pública.

Características

Trata-se de delito de perigo comum (expõe a risco um número indeterminado de vítimas)


e concreto (requer comprovação da ocorrência do risco).
O delito admite tanto a forma dolosa como a forma culposa.
A consumação ocorre quando o autor pratica as condutas previstas no artigo e efetivamen-
te expõe a perigo pessoas indeterminadas.
A tentativa é admissível, salvo nas formas preterdolosa e culposa.

Outras Formas

Assim como o artigo anterior, o delito de atentado contra a segurança de outro meio de
transporte também possui uma modalidade preterdolosa, na qual o desastre efetivamente
ocorre, e uma forma culposa, que também é condicionada ao resultado:

§ 1º Se do fato resulta desastre, a pena é de reclusão, de dois a cinco anos.


§ 2º No caso de culpa, se ocorre desastre:
Pena – detenção, de três meses a um ano.

Observações

A forma majorada do art. 263 também se aplica ao delito em estudo.


A ação penal é pública incondicionada.

Arremesso de Projétil
Art. 264 Arremessar projétil contra veículo, em movimento, destinado ao transporte público por
terra, por água ou pelo ar:
Pena – detenção, de um a seis meses.

Conduta

O art. 264 parece um pouco abstrato, mas é simples: O autor arremessa qualquer tipo de
projétil contra veículo em movimento, destinado ao transporte público.
Projétil é qualquer objeto sólido que tenha capacidade de dano. Arremessar uma pedra ou
tijolo contra um ônibus que presta serviço de transporte público, por exemplo, irá configurar a
conduta em estudo!

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O arremesso de objetos como ovos, tomates podres, entre outros que não tenham capacidade
de dano, não irá configurar o delito do art. 264!

Ressalte-se ainda que o veículo a ser atingido pela conduta deve ser transporte público, e
ainda deve estar em movimento!

Sujeito Ativo & Passivo

Trata-se, novamente, de crime comum, sem restrições quanto ao sujeito ativo.


O sujeito passivo é a coletividade, como nos demais delitos de perigo comum. Por esse mo-
tivo, é considerado crime vago (o sujeito passivo do delito não possui personalidade jurídica).

Bem Jurídico Tutelado

É a incolumidade pública.

Características

Trata-se de delito praticável apenas na modalidade dolosa.


É crime de perigo abstrato, que se consuma com a mera prática das ações previstas no tipo
penal. Não é necessária a comprovação de que ocorreu risco real, sendo igualmente desneces-
sário que o veículo venha a ser atingido pelo projetil.
A tentativa é possível, porém existe divergência na doutrina sobre o assunto.
A ação penal é pública incondicionada.

Outras Formas

Há ainda a previsão das seguintes modalidades preterdolosas (onde há um resultado mais


grave obtido de forma culposa):

Parágrafo único. Se do fato resulta lesão corporal, a pena é de detenção, de seis meses a dois anos;
se resulta morte, a pena é a do art. 121, § 3º, aumentada de um terço.

Atentado contra a Segurança de Serviço de Utilidade Pública


Atentado contra a segurança de serviço de utilidade pública
Art. 265 Atentar contra a segurança ou o funcionamento de serviço de água, luz, força ou calor, ou
qualquer outro de utilidade pública:
Pena – reclusão, de um a cinco anos, e multa.

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Conduta

No art. 265 somos apresentados à tipificação do delito praticado pelo indivíduo que aten-
ta, de qualquer modo, contra a segurança ou funcionamento de qualquer serviço de utilida-
de pública.
Note que, em razão da interpretação analógica autorizada pelo legislador, outros serviços
não listados expressamente na norma (como serviços de limpeza ou de gás, por exemplo)
também são tutelados por este tipo penal.
Entretanto, cabe observar que, caso o autor utilize de fogo ou de explosivo como meio de
execução, poderá ser caracterizado o delito de incêndio (Art. 250 CP) ou o delito de explosão
(Art. 251 CP), a depender do caso. Cuidado ao analisar questões sobre o assunto!

Sujeito Ativo & Passivo

O delito é comum, de modo que o sujeito ativo pode ser qualquer pessoa.
O sujeito passivo, como de praxe para os crimes deste capítulo, é a coletividade (crime vago).

Bem Jurídico Tutelado

É a incolumidade pública.

Características

O delito do art. 265 é de perigo abstrato, e não requer a demonstração concreta de perigo
para sua configuração.
Não há a previsão de modalidade culposa.
A consumação ocorre quando o agente pratica qualquer ato que atente contra a segurança
ou funcionamento dos serviços de utilidade pública.
A tentativa é possível, embora seja de difícil ocorrência.

Outras Formas

O crime em estudo possui a seguinte forma majorada:

Parágrafo único. Aumentar-se-á a pena de 1/3 (um terço) até a metade, se o dano ocorrer em virtude
de subtração de material essencial ao funcionamento dos serviços.

Observações

O delito é de ação penal pública incondicionada.

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Interrupção ou Perturbação de Serviço Telegráfico ou Telefônico


Interrupção ou perturbação de serviço telegráfico, telefônico, informático, telemático ou de infor-
mação de utilidade pública
Art. 266 Interromper ou perturbar serviço telegráfico, radiotelegráfico ou telefônico, impedir ou difi-
cultar-lhe o restabelecimento:
Pena – detenção, de um a três anos, e multa.
§1º Incorre na mesma pena quem interrompe serviço telemático ou de informação de utilidade pú-
blica, ou impede ou dificulta-lhe o restabelecimento.

Conduta

Este delito costuma causar um pouco de confusão com o artigo anterior – porém é um
pouco mais específico na tipificação da conduta.
Não estamos dessa vez diante de atentado genérico contra serviços de utilidade pública,
mas do efetivo ato de interromper ou perturbar serviço telefônico, radiotelegráfico ou telegráfi-
co. Pune-se também o ato de dificultar o reestabelecimento desses serviços.

Ao contrário do art. 265, o rol do art. 266 é TAXATIVO. Interrupção ou perturbação de outros
serviços públicos que não sejam de cunho telefônico, informático, telegráfico, telemático ou de
informação de utilidade pública NÃO irá configurar o delito em estudo!

Devemos ainda entender um pouco melhor a natureza de cada serviço tutelado pela norma:

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Sujeito Ativo & Passivo

O crime é comum, e o sujeito passivo, como de praxe, é a coletividade.

Bem Jurídico Tutelado

É a incolumidade pública.

Características

Trata-se de delito praticável na modalidade dolosa. Não há previsão da forma culposa con-
tida no Código Penal.
A consumação ocorre no momento em que o agente delitivo interrompe ou perturba os
serviços listados acima, ou dificulta ou impede seu reestabelecimento.
É delito de perigo abstrato e não depende da demonstração de dano efetivo para sua
configuração.
A tentativa é possível.
A ação penal é pública incondicionada.

Forma Majorada

Em caso de crime cometido durante ocasião de calamidade pública, as penas se apli-


cam em dobro:

§ 2º Aplicam-se as penas em dobro se o crime é cometido por ocasião de calamidade pública.

Epidemia
Art. 267 Causar epidemia, mediante a propagação de germes patogênicos:
Pena – reclusão, de dez a quinze anos.

Conduta

Epidemia nada mais é do que um surto de doença que atinge um grande número de indiví-
duos em uma determinada região, de maneira simultânea.
O agente que causa tal fenômeno, através da propagação de micro-organismos capazes de
causar doenças infecciosas (germes patogênicos) incidirá, portanto, no delito do art. 267, CP.

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Sujeito Ativo & Passivo

Novamente, estamos diante de crime comum (sem peculiaridades quanto ao sujeito ativo).
O sujeito passivo é a coletividade – trata-se também de crime vago. Além disso, são víti-
mas secundárias as pessoas infectadas

Bem Jurídico Tutelado

É a incolumidade pública, e especialmente a saúde dos afetados pela prática do delito.

Características

É crime de forma VINCULADA (pois requer que a prática seja realizada através da propaga-
ção de germes patogênicos, especificamente).
É também crime de perigo concreto (requer demonstração e comprovação do peri-
go causado).
O delito admite tanto a modalidade dolosa quanto a culposa.

A intenção do agente deve ser a de propagar os germes patogênicos para causar a epidemia.
Se o agente quiser contaminar UMA PESSOA ESPECÍFICA, incidirá no delito de perigo de con-
tágio de moléstia grave (Art. 131, CP).

O delito se consuma quando se propaga a epidemia de forma efetiva (ou seja, quando um
grande número de indivíduos é afetado pelos agentes infecciosos).
A tentativa é possível.

Outras Formas

O delito de epidemia possui duas formas que merecem destaque. A primeira dela, como
você já sabe, é a forma culposa:

§ 2º No caso de culpa, a pena é de detenção, de um a dois anos, ou, se resulta morte, de dois a
quatro anos.

Há ainda a forma majorada se ocorrer morte de alguma vítima (crime preterdoloso):

§ 1º Se do fato resulta morte, a pena é aplicada em dobro.

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A forma do parágrafo 1º (epidemia com resultado morte) é crime HEDIONDO, de modo que os
regramentos da Lei n. 8.072/1990 se aplicam a essa modalidade do delito (tais como as nor-
mas para progressão de regime e de prazo para a prisão temporária).

A ação penal é pública incondicionada.

Infração de Medida Sanitária Preventiva


Infração de medida sanitária preventiva
Art. 268 Infringir determinação do poder público, destinada a impedir introdução ou propagação de
doença contagiosa:
Pena – detenção, de um mês a um ano, e multa.

O art. 268 é uma norma penal em branco, visto que necessita de complemento para definir
o que é determinação do poder público.
Tal determinação pode partir das mais diversas fontes (lei, decreto, portaria, entre outras).
Um exemplo que pode-se citar são as determinações da Lei n. 7.649/1988 que apresenta nor-
mas relacionadas a impedir a propagação de doenças através da doação de sangue.
Se as normas ali previstas para impedir a propagação de doenças contagiosas não forem
respeitadas, configurar-se-á o delito do art. 268 CP!

Sujeito Ativo & Passivo

O delito é comum, motivo pelo qual o sujeito ativo pode ser qualquer pessoa.
O sujeito passivo é a coletividade.

Bem Jurídico Tutelado

Da mesma forma que nos demais delitos do capítulo, é a incolumidade pública.

Características

O delito em estudo só admite a forma dolosa.


Sua consumação ocorre quando o agente comete a infração da norma propagada pelo
poder público. Não há necessidade de comprovação de risco ou mesmo de que a doença con-
tagiosa se propagou – o perigo na violação da norma é PRESUMIDO nesse caso (trata-se de
delito de perigo abstrato).
A tentativa é admissível.

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Crimes contra a Incolumidade Pública
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Observações

O delito ainda apresenta uma forma majorada, aplicável ao agente funcionário da saúde
pública, ao médico, ao enfermeiro, ao farmacêutico e ao dentista:

Parágrafo único. A pena é aumentada de um terço, se o agente é funcionário da saúde pública ou


exerce a profissão de médico, farmacêutico, dentista ou enfermeiro.

A ação penal é pública incondicionada.

Omissão de Notificação de Doença


Omissão de notificação de doença
Art. 269 Deixar o médico de denunciar à autoridade pública doença cuja notificação é compulsória:
Pena – detenção, de seis meses a dois anos, e multa.

Até que enfim um crime próprio, para variar um pouco! O delito do art. 269 tipifica a con-
duta do médico que deixa de denunciar à autoridade responsável doença de que teve notícia e
cuja notificação é compulsória.

O sujeito ativo é o MÉDICO. Não é o dentista, não é o enfermeiro, não é o farmacêutico. Médico
é médico – cuidado com pegadinhas nesse sentido!

Sujeito Ativo & Passivo

O delito é PRÓPRIO, motivo pelo qual o sujeito ativo só pode ser o MÉDICO.
O sujeito passivo é a coletividade.

Bem Jurídico Tutelado

Da mesma forma que nos demais delitos do capítulo, é a incolumidade pública.

Características

O delito em estudo só admite a forma dolosa.


Sua consumação ocorre quando termina o prazo para que o médico comunique à autorida-
de responsável a doença cuja notificação é obrigatória.
Em casos de doenças para as quais a lei não estipula prazo, o delito se consuma quando o
médico pratica ato INCOMPATÍVEL com seu dever de notificação da doença.
A tentativa é inadmissível, haja vista que estamos diante de crime omissivo próprio.

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Observações

O art. 269 é crime de perigo abstrato, sendo que não há necessidade de comprovação de
risco para sua configuração.

Envenenamento de Água Potável ou de Substância Alimentícia ou Medi-


cinal

Envenenamento de água potável ou de substância alimentícia ou medicinal


Art. 270 Envenenar água potável, de uso comum ou particular, ou substância alimentícia ou medici-
nal destinada a consumo:
Pena – reclusão, de dez a quinze anos.

No art. 270, o indivíduo pode agir das seguintes formas:

O delito é de perigo COMUM: deve causar risco para um número indeterminado de pessoas.

No entanto, é ao mesmo tempo crime de perigo abstrato (o risco da conduta é presumido).

Se o agente envenenar água potável, de uso particular, para matar um desafeto (pessoa DE-
TERMINADA) irá incidir no delito de homicídio qualificado com emprego de veneno (meio in-
sidioso / cruel).

Sujeito Ativo & Passivo

O delito é COMUM, motivo pelo qual o sujeito ativo pode ser qualquer indivíduo.
O sujeito passivo é a coletividade.

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Da mesma forma que nos demais delitos do capítulo, é a incolumidade pública.

Características

O delito em estudo admite tanto a forma dolosa como a culposa.


O delito se consuma quando a água ou substância envolvida é efetivamente envenenada
pelo autor.
Na forma equiparada, o delito se consuma com o oferecimento ao público ou com a guar-
da da substância envenenada. Sua efetiva distribuição é mero exaurimento.
A tentativa é admissível, e a ação penal é pública incondicionada.

Outras Formas

Conforme já observamos, o delito do art. 270 admite a forma culposa:

Modalidade culposa
§ 2º Se o crime é culposo:
Pena – detenção, de seis meses a dois anos.

Além disso, há ainda uma forma equiparada, que trata da conduta daquele que possui a
intenção (dolo específico) de distribuir a água ou a substância envenenada à sociedade:

§ 1º Está sujeito à mesma pena quem entrega a consumo ou tem em depósito, para o fim de ser
distribuída, a água ou a substância envenenada.

Corrupção ou Poluição de Água Potável


Corrupção ou poluição de água potável
Art. 271 Corromper ou poluir água potável, de uso comum ou particular, tornando-a imprópria para
consumo ou nociva à saúde:
Pena – reclusão, de dois a cinco anos.

Conduta

Muito cuidado pois este delito é muito parecido com o delito de envenenamento de água
potável. Entretanto, estão presentes as seguintes diferenças:

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O delito é de perigo comum (atinge um número indeterminado de pessoas) e também de


perigo abstrato (não requer demonstração de risco no caso concreto).

Sujeito Ativo & Passivo

O crime é comum (sem peculiaridades quanto ao sujeito ativo).


O sujeito passivo é a coletividade – trata-se também de crime vago. Além disso, são víti-
mas secundárias as pessoas infectadas

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É a incolumidade pública.

Características

O delito admite tanto a forma dolosa quanto à forma culposa.


A tentativa (na forma dolosa, é claro), é perfeitamente admissível.
A consumação ocorre quando o agente corrompe ou polui a água potável. O oferecimento
de risco à saúde de terceiros é mero exaurimento e não se faz necessário para a consumação
do delito.
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Outras Formas

Conforme já observado, o art. 271 CP admite a modalidade culposa:

Modalidade culposa
Parágrafo único. Se o crime é culposo:
Pena – detenção, de dois meses a um ano.

Falsificação, Corrupção, Adulteração ou Alteração de Substância ou


Produtos Alimentícios
Art. 272 Corromper, adulterar, falsificar ou alterar substância ou produto alimentício destinado a
consumo, tornando-o nociva à saúde ou reduzindo-lhe o valor nutritivo:
Pena – reclusão, de 4 (quatro) a 8 (oito) anos, e multa.

Conduta

A conduta do art. 272 é também parecida com os delitos que acabamos de estudar, com a
diferença básica de que aqui os objetos são substâncias ou produtos alimentícios destinados a
consumo e a conduta do agente irá torná-los nocivos à saúde ou reduzir-lhes o valor nutritivo.

Até mesmo bebidas, sejam alcoólicas ou não, estão incluídas como objeto material do delito
em estudo:

§ 1º Está sujeito às mesmas penas quem pratica as ações previstas neste artigo em relação a be-
bidas, com ou sem teor alcoólico.

O art. 272 é crime de perigo concreto e de perigo comum (cujo risco à coletividade neces-
sita de comprovação e cuja conduta atinge número indeterminado de pessoas).

Sujeito Ativo & Passivo

O art. 272 apresenta um crime comum (sem peculiaridades quanto ao sujeito ativo).
O sujeito passivo é a coletividade.

Bem Jurídico Tutelado

É a incolumidade pública.

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Características

O delito de falsificação de produtos alimentícios admite tanto a modalidade dolosa quanto


a modalidade culposa.
O tipo penal do art. 272 é considerado pela doutrina como tipo misto alternativo, de modo
que se o agente pratica mais de um verbo previsto no tipo no mesmo contexto fático, respon-
derá por apenas um crime.
A tentativa é admissível.
A consumação ocorre nos seguintes momentos:

A ação penal é pública incondicionada.

Outras Formas

O delito do art. 272 admite a seguinte forma equiparada:

§ 1º-A Incorre nas penas deste artigo quem fabrica, vende, expõe à venda, importa, tem em depósito
para vender ou, de qualquer forma, distribui ou entrega a consumo a substância alimentícia ou o
produto falsificado, corrompido ou adulterado.

Ademais, há também a previsão para a conduta na modalidade culposa, conforme já cita-


mos anteriormente.

Modalidade Culposa

§ 2º Se o crime é culposo: (Redação dada pela Lei n. 9.677, de 2.7.1998)


Pena – detenção, de 1 (um) a 2 (dois) anos, e multa.

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Falsificação, Corrupção Adulteração ou Alteração de Produto Destina-


do a Fins Terapêuticos ou Medicinais

Falsificação, corrupção, adulteração ou alteração de produto destinado a fins terapêuticos ou me-


dicinais
Art. 273 Falsificar, corromper, adulterar ou alterar produto destinado a fins terapêuticos ou medici-
nais:
Pena – reclusão, de 10 (dez) a 15 (quinze) anos, e multa.

Conduta

Delito cuja pena é gravíssima (e não poderia ser diferente, em razão da reprovabilidade da
conduta, bem como de suas nefastas consequências para a saúde das vítimas).

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Reforça esse entendimento o fato de que o delito em estudo, em qualquer de suas formas,
é crime HEDIONDO.

O delito do art. 273 e suas formas equiparadas é HEDIONDO, nos moldes da Lei n. 8.072/1990.

Objetos Materiais

Sujeito Ativo & Passivo

Novamente, estamos diante de crime comum (sem peculiaridades quanto ao sujeito ativo).
O sujeito passivo é a coletividade.

Bem Jurídico Tutelado

É a incolumidade pública.

Características

O delito é de perigo abstrato, cujo risco da conduta não precisa ser comprovado.
A ação penal é pública incondicionada.
O delito admite a tentativa, salvo na modalidade culposa.

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Sua consumação ocorre no momento em que o agente pratica a conduta prevista no tipo
penal. Não há a necessidade de que o produto adulterado seja consumido ou sequer comercia-
lizado (é crime de perigo abstrato e também crime formal).

Outras Formas

Conduta equiparada:

§ 1º Nas mesmas penas incorre quem importa, vende, expõe à venda, tem em depósito para vender
ou, de qualquer forma, distribui ou entrega a consumo o produto falsificado, corrompido, adulterado
ou alterado.

É importante ainda ressaltar o requisito previsto no parágrafo 1º-B do mesmo artigo, cujo
rol pode ser objeto de prova:

§ 1º-B Está sujeito às penas deste artigo quem pratica as ações previstas no § 1º em relação a pro-
dutos em qualquer das seguintes condições:
I – sem registro, quando exigível, no órgão de vigilância sanitária competente;
II – em desacordo com a fórmula constante do registro previsto no inciso anterior;
III – sem as características de identidade e qualidade admitidas para a sua comercialização;
IV – com redução de seu valor terapêutico ou de sua atividade;
V – de procedência ignorada;
VI – adquiridos de estabelecimento sem licença da autoridade sanitária competente.

E por fim, temos ainda a forma culposa do delito:

Modalidade culposa
§ 2º Se o crime é culposo:
Pena – detenção, de 1 (um) a 3 (três) anos, e multa.

Observações

Jurisprudência Relevante
Segundo o STJ, basta a ausência de autorização legal para a comercialização do produto
para que se configure o delito em estudo. Não há, portanto, necessidade de perícia para ates-
tar se a substância era ou não capaz de produzir danos à saúde ou à vida.
Outro ponto importante: segundo o STJ, o delito é de competência da Justiça Estadual,
salvo quando praticado com indícios de INTERNACIONALIDADE, caso em que será de compe-
tência da Justiça FEDERAL.

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Emprego de Processo Proibido ou de Substância Não Permitida


Art. 274 Empregar, no fabrico de produto destinado a consumo, revestimento, gaseificação artificial,
matéria corante, substância aromática, antisséptica, conservadora ou qualquer outra não expressa-
mente permitida pela legislação sanitária:
Pena – reclusão, de 1 (um) a 5 (cinco) anos, e multa.

Conduta

A conduta do art. 274 se assemelha um pouco com a do artigo anterior, entretanto aqui o
comportamento do indivíduo se volta para a utilização de substância não expressamente per-
mitida na legislação sanitária ao fabricar produto destinado a consumo.

Desde que o produto envolvido na conduta esteja regulado em legislação sanitária, o delito irá
se configurar. Não há necessidade de que o objeto material seja necessariamente produzido
com fins alimentícios.

Sujeito Ativo & Passivo

Novamente estamos diante de crime comum.


O sujeito passivo é a coletividade (crime vago).

Bem Jurídico Tutelado

É a incolumidade pública.

Características

O art. 274 apresenta crime de perigo abstrato e de perigo comum.


Não há previsão de modalidade culposa.
A consumação se dá quando o agente utiliza efetivamente o processo proibido ou a subs-
tância não expressamente autorizada na legislação sanitária. O efetivo risco à incolumidade
pública é mero exaurimento.
A tentativa é admissível.
A ação penal é pública incondicionada.

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Invólucro ou Recipiente com Falsa Indicação


Invólucro ou recipiente com falsa indicação
Art. 275 Inculcar, em invólucro ou recipiente de produtos alimentícios, terapêuticos ou medicinais,
a existência de substância que não se encontra em seu conteúdo ou que nele existe em quantidade
menor que a mencionada:
Pena – reclusão, de 1 (um) a 5 (cinco) anos, e multa.

Conduta

Rótulo de produtos terapêuticos, alimentícios ou medicinais são coisa séria, motivo pelo
qual inculcar (dar informações, gravar, imprimir, estampar) informações alegando a existência
de substância não encontrada no conteúdo ou que nele existe em quantidade menor do que a
mencionada configura o delito do art. 275, CP.

Sujeito Ativo & Passivo

Assim como na maioria dos delitos que estudamos na aula de hoje, estamos diante de
crime comum, e cujo sujeito passivo é a coletividade.

Bem Jurídico Tutelado

É a incolumidade pública.

Características

O delito do art. 275 não apresenta modalidade culposa.


Sua consumação ocorre no momento em que o autor faz a gravação da informação no
invólucro ou recipiente de acordo com o previsto na norma penal.
O delito é de perigo abstrato, de modo que não é necessário outro resultado lesivo para sua
consumação.
A tentativa é admissível.
A ação penal é pública incondicionada.

Observações

Não confunda o delito em estudo com o de fazer afirmação falsa ou enganosa, ou omitir infor-
mação relevante sobre a natureza, característica, qualidade, quantidade, segurança, desem-
penho, durabilidade, preço ou garantia de produtos e serviços, previsto no Código de Defesa
do Consumidor!

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Produto ou Substância nas Condições dos Dois Artigos Anteriores


Produto ou substância nas condições dos dois artigos anteriores
Art. 276 Vender, expor à venda, ter em depósito para vender ou, de qualquer forma, entregar a con-
sumo produto nas condições dos arts. 274 e 275.
Pena – reclusão, de 1 (um) a 5 (cinco) anos, e multa.

Conduta

Este é um dos delitos mais simples do capítulo. Trata apenas da conduta daquele que ven-
de, expõe a venda, tem em depósito para venda ou entrega a consumo os produtos adulterados
previstos nos artigos 274 e 275.
O legislador tentou ampliar a proteção ao cidadão ao criminalizar não somente a conduta
em sua esfera de produção, como também na esfera de distribuição dos produtos adulterados.

Sujeito Ativo & Passivo

Novamente, estamos diante de crime comum (sem peculiaridades quanto ao sujeito ativo).
O sujeito passivo é a coletividade.

Bem Jurídico Tutelado

É a incolumidade pública.

Características

O delito é de perigo abstrato, e não admite a modalidade culposa.


A consumação ocorre quando o agente pratica os verbos (núcleos do tipo). A comerciali-
zação ou o consumo do produto são mero exaurimento.
A tentativa é admissível.
A ação penal é pública incondicionada.

Substância Destinada à Falsificação


Substância destinada à falsificação
Art. 277 Vender, expor à venda, ter em depósito ou ceder substância destinada à falsificação de
produtos alimentícios, terapêuticos ou medicinais:(Redação dada pela Lei n. 9.677, de 2.7.1998)
Pena – reclusão, de 1 (um) a 5 (cinco) anos, e multa.

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Conduta

Seguindo com seu objetivo de punir toda a cadeira de produção e comercialização de subs-
tâncias falsas e adulteradas, o legislador inclui no art. 277 a possibilidade de punição daquele
que vende, expõe a venda, tem em depósito ou cede substância destinada à falsificação de
produtos alimentícios, terapêuticos ou medicinais.
Trata-se de delito de perigo comum (atinge número indeterminado de pessoas) e de perigo
abstrato (o perigo é presumido).

Sujeito Ativo & Passivo

Novamente, estamos diante de crime comum (sem peculiaridades quanto ao sujeito ativo).
O sujeito passivo é a coletividade.

Bem Jurídico Tutelado

É a incolumidade pública.

Características

Não há previsão de modalidade culposa para o delito do art. 277.


A tentativa é admissível, e a consumação ocorre no momento em que o autor pratica os
verbos nucleares – sendo o resultado lesivo da conduta desnecessário.
A ação penal é pública incondicionada.

Outras Substâncias Nocivas à Saúde Pública


Outras substâncias nocivas à saúde pública
Art. 278 Fabricar, vender, expor à venda, ter em depósito para vender ou, de qualquer forma, entregar
a consumo coisa ou substância nociva à saúde, ainda que não destinada à alimentação ou a fim
medicinal:
Pena – detenção, de um a três anos, e multa.

Conduta

Ainda tratando da comercialização e da fabricação de coisas e substâncias em geral, o


legislador inseriu no CP o art. 278 com o objetivo de tratar dos demais produtos que não eram
alcançados pelas normas anteriores.
A comercialização de objetos como perfumes, roupas, brinquedos, entre outros, se realiza-
da de modo nocivo à saúde, irá incidir no art. 278 CP. Note que a pena é bem menor do que nos

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tipos penais que estudamos anteriormente, dada a menor importância dos objetos materiais
em questão.

Sujeito Ativo & Passivo

O delito é comum. Não há requisito de características especiais quanto ao sujeito ativo. O


sujeito passivo é a coletividade.

Bem Jurídico Tutelado

É a incolumidade pública.

Características

O crime é de perigo comum e abstrato, em moldes semelhantes a alguns outros crimes


deste capítulo.
O delito admite tanto a forma dolosa quanto a forma culposa.
A tentativa é admissível, e a consumação ocorre quando o agente pratica os verbos previs-
tos pelo legislador. Não há a necessidade de produção do resultado lesivo (trata-se de crime
de perigo abstrato, presumido).
A ação penal é pública incondicionada.

Outras Formas

Há ainda a previsão de modalidade culposa:

Modalidade culposa
Parágrafo único. Se o crime é culposo:
Pena – detenção, de dois meses a um ano.

Medicamento em Desacordo com Receita Médica


Medicamento em desacordo com receita médica
Art. 280 Fornecer substância medicinal em desacordo com receita médica:
Pena – detenção, de um a três anos, ou multa.

Conduta

O art. 280 prevê a responsabilização penal daquele que fornece substância medicinal em
desacordo com receita médica.
Por substância medicinal entende-se qualquer substância utilizada para prevenção ou cura
de doenças em geral.

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Sequer importa se a substância fornecida é melhor ou seja mais barata do que a receitada pelo
médico. O delito irá se configurar da mesma forma (basta haver o desacordo entre a receita e
o remédio fornecido).

Sujeito Ativo & Passivo

Novamente, estamos diante de crime comum (sem peculiaridades quanto ao sujeito ativo).
O sujeito passivo é a coletividade.

Bem Jurídico Tutelado

É a incolumidade pública.

Características

O delito é de perigo comum e de perigo abstrato.

O crime só se configura perante desacordo com receita emitida por MÉDICO. Prescrições rea-
lizadas por outros profissionais de saúde (como o odontólogo) NÃO são alcançadas pelo tipo
penal do art. 280, pois do contrário estaria configurada analogia in malam partem.

Há a possibilidade da prática do delito tanto na forma culposa quando na forma dolosa


A tentativa é admissível, e o crime se consuma também quando o agente pratica os verbos
previstos no tipo penal. Como o delito é de perigo presumido, não há a necessidade do efetivo
uso da substância fornecida.

Outras Formas

Como anteriormente asseverado, há a previsão da modalidade culposa, tendo em vista o


dever de cuidado que se espera dos indivíduos que fornecem a medicação com base na receita
médica entregue pelo paciente:

Modalidade culposa
Parágrafo único. Se o crime é culposo:
Pena – detenção, de dois meses a um ano.

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Observações

O delito em estudo é de ação penal pública incondicionada.

Exercício Ilegal da Medicina, Arte Dentária ou Farmacêutica

Art. 282 Exercer, ainda que a título gratuito, a profissão de médico, dentista ou farmacêutico, sem
autorização legal ou excedendo-lhe os limites:
Pena – detenção, de seis meses a dois anos.
Parágrafo único. Se o crime é praticado com o fim de lucro, aplica-se também multa.

Conduta

O delito do art. 282 é curioso: A depender do verbo exercido pelo agente, será crime comum
ou próprio! Veja só:

Segundo o STJ, o exercício da prática de acupuntura é conduta atípica, pois falta complemen-
tação legal no sentido de regulamentar a acupuntura como atividade da área de medicina.

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Tal entendimento do STJ se deu pois a norma em estudo é norma penal em branco, que
necessita de complemento quanto ao pressuposto sem autorização legal.
Se não há regulamentação para o exercício da acupuntura, não se pode dizer que há exer-
cício ilegal da medicina por seus profissionais para fins penais!

Sujeito Ativo & Passivo

O delito será comum ou próprio, a depender da modalidade de execução, conforme já


explicitado.
O sujeito passivo é a coletividade.

Bem Jurídico Tutelado

É a incolumidade pública.

Características

O art. 282 nos apresenta um crime HABITUAL, que necessita de prática REITERADA para sua
consumação.

Dessa forma, se o indivíduo exercer ilegalmente a medicina apenas uma vez, de forma to-
talmente isolada, não se configura o delito em estudo!
Além disso, como o crime é habitual, não se admite a forma tentada.
A consumação do delito se dá com o exercício habitual e reiterado da profissão, infringindo
as normas do caput.
Caso o delito seja praticado com fim de lucro, aplica-se também a pena de multa, por ex-
pressa previsão legal.
Não há a previsão de forma culposa.
A ação penal é pública incondicionada.

Charlatanismo

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Art. 283 Inculcar ou anunciar cura por meio secreto ou infalível:
Pena – detenção, de três meses a um ano, e multa.

Conduta

Eis um delito que, juntamente com o de curandeirismo, costuma cair em provas de forma
frequente.
A conduta é de inculcar (divulgar, indicar) ou anunciar cura através de meio secreto ou
infalível.

Observe que a principal distinção entre o delito de exercício ilegal da medicina e o char-
latanismo é que no primeiro, o autor chega a acreditar no tratamento que ele pratica em seus
pacientes, enquanto que no segundo há uma verdadeira espécie de FRAUDE, na qual o agente
delitivo deseja apenas enganar e explorar a boa-fé dos indivíduos que buscam algum tipo de
tratamento, muitas vezes de forma desesperada.

Sujeito Ativo & Passivo

Novamente, estamos diante de crime comum (sem peculiaridades quanto ao sujeito ativo).

Nada impede que o médico pratique a conduta descrita no art. 283.

O sujeito passivo é a coletividade.

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Características

O delito em estudo só admite a modalidade dolosa.


A consumação se dá com a divulgação do método infalível ou secreto (ou através da práti-
ca de qualquer outro verbo previsto no tipo penal). Não há a necessidade de que alguém venha
a ser convencido pelo anúncio do infrator (é crime de perigo abstrato).
A tentativa é admissível.

Curandeirismo
Curandeirismo
Art. 284 Exercer o curandeirismo:
I – prescrevendo, ministrando ou aplicando, habitualmente, qualquer substância;
II – usando gestos, palavras ou qualquer outro meio;
III – fazendo diagnósticos:
Pena – detenção, de seis meses a dois anos.
Parágrafo único. se o crime é praticado mediante remuneração, o agente fica também sujeito à
multa.

Conduta

O curandeirismo é o ato de exercer a arte da cura através de meios não científicos e sem
habilitação profissional adequada.
O delito é de perigo comum e abstrato. Além disso, é considerado crime habitual, de modo
que requer a prática reiterada para sua configuração.

Segundo o STJ, é possível a configuração, em um mesmo contexto, do delito de curandeirismo


e de exercício ilegal da arte farmacêutica, se o agente não possuir habilitação profissional em
tal área de atuação.

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Características

O delito em estudo admite apenas a forma dolosa.


Não é aceita a modalidade tentada (pois estamos diante de crime habitual).
A consumação ocorre com o exercício reiterado das práticas previstas no tipo penal.
Se o crime é praticado mediante remuneração, aplica-se também a pena de multa.
A ação penal é pública incondicionada.

Observações Finais

Antes que possamos adentrar nossa revisão, é importante fazer a leitura do art. 285 CP,
que apresenta forma qualificada aplicável a todos os delitos do Capítulo III (Crimes contra a
saúde pública), salvo a previsão do art. 267:

Forma qualificada
Art. 285 Aplica-se o disposto no art. 258 aos crimes previstos neste Capítulo, salvo quanto ao defi-
nido no art. 267.

Relembrando, o art. 258 prevê o seguinte:

Formas qualificadas de crime de perigo comum


Art. 258 Se do crime doloso de perigo comum resulta lesão corporal de natureza grave, a pena priva-
tiva de liberdade é aumentada de metade; se resulta morte, é aplicada em dobro. No caso de culpa,
se do fato resulta lesão corporal, a pena aumenta-se de metade; se resulta morte, aplica-se a pena
cominada ao homicídio culposo, aumentada de um terço.

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RESUMO
Incêndio:
• Causar incêndio, expondo a perigo a vida, a integridade física ou o patrimônio de outrem.
• O perigo causado deve ser à um número INDETERMINADO de pessoas.
• O delito de incêndio requer PERÍCIA para a sua configuração!
• Existe previsão da forma culposa do delito.
• Se o autor causar um incêndio com o objetivo de matar uma pessoa determinada, deve-
rá responder pelo delito de homicídio qualificado pelo emprego de fogo.
• Em casos que o incêndio for provocado com o objetivo de atingir número determinado
de pessoas, poderá caracterizar mero delito de perigo para a vida ou saúde de outrem.

Explosão:
• Expor a perigo a vida, a integridade física ou o patrimônio de outrem, mediante explosão,
arremesso ou simples colocação de engenho de dinamite ou de substância de efeitos
análogos.
• Incêndio x Explosão:

• Se ninguém for exposto à perigo pela conduta, não se configura o crime de explosão.
• Há previsão expressa da modalidade culposa.
• Forma privilegiada:
− Se a substância utilizada não é dinamite ou explosivo de efeitos análogos.

Uso de gás tóxico ou asfixiante:


• Expor a perigo a vida, a integridade física ou o patrimônio de outrem, usando de gás
tóxico ou asfixiante:

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• O agente que utiliza gás que não é asfixiante ou tóxico (incapaz de oferecer risco à ter-
ceiros), sem saber, incidirá em crime impossível!
• Caso o autor tenha o objetivo de atingir vítima DETERMINADA, o delito que irá se confi-
gurar é o do art. 132 CP (“Perigo para a vida ou saúde de outrem”).

Fabrico, fornecimento, aquisição posse ou transporte de explosivos ou gás tóxico, ou


asfixiante:
• Fabricar, fornecer, adquirir, possuir ou transportar, sem licença da autoridade, substância
ou engenho explosivo, gás tóxico ou asfixiante, ou material destinado à sua fabricação
• O delito do art. 253 é de PERIGO ABSTRATO, motivo pelo qual não é necessária a com-
provação de risco EFETIVO à coletividade – o perigo é PRESUMIDO!
• Segundo a doutrina, o art. 16, inciso III, do Estatuto do Desarmamento derrogou parcial-
mente o art. 253 do CP, por ter disciplinado certos pontos que atingem a mesma matéria.

Inundação:
• Causar inundação, expondo a perigo a vida, a integridade física ou o patrimônio de ou-
trem.
• Existe previsão expressa da modalidade culposa contida diretamente no preceito secun-
dário do delito.
• Trata-se de delito de perigo concreto, cuja configuração depende da comprovação de
que houve real perigo para a vida, integridade física ou patrimônio de terceiros.

Perigo de Inundação:
• Remover, destruir ou inutilizar, em prédio próprio ou alheio, expondo a perigo a vida, a
integridade física ou o patrimônio de outrem, obstáculo natural ou obra destinada a im-
pedir inundação.
• O perigo aqui depende do RISCO de inundação, e não da efetiva inundação.

Desabamento ou desmoronamento:
• Causar desabamento ou desmoronamento, expondo a perigo a vida, a integridade física
ou o patrimônio de outrem.

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• O delito admite tanto a modalidade dolosa quanto a culposa.

Subtração, ocultação ou inutilização de material de salvamento:


• Subtrair, ocultar ou inutilizar, por ocasião de incêndio, inundação, naufrágio, ou outro
desastre ou calamidade, aparelho, material ou qualquer meio destinado a serviço de
combate ao perigo, de socorro ou salvamento; ou impedir ou dificultar serviço de tal
natureza.
• Se aplica mesmo ao indivíduo proprietário do meio de combate ao perigo.
• É delito de perigo ABSTRATO, de modo que o perigo é presumido e dispensa comprova-
ção.

Difusão de doença ou praga:


• Difundir doença ou praga que possa causar dano à floresta, plantação ou animais de
utilidade econômica.
• O art. 61 da Lei dos Crimes Ambientais revogou o art. 259 do CP de forma tácita.

Perigo de desastre ferroviário:


• Impedir ou perturbar serviço de estrada de ferro.
• O delito do art. 260 é de perigo concreto e de perigo comum, de modo que expõe a risco
um número INDETERMINADO de pessoas e que requer a demonstração do perigo no
caso concreto (não há perigo presumido).
• Por estrada de ferro entende-se qualquer via para veículo de TRAÇÃO MECÂNICA, de
modo que estão incluídos os veículos que transitam por TRILHOS (Trens em geral) e até
mesmo por CABOS (Como os “bondinhos” que ficam suspensos).

Atentado contra a segurança de transporte marítimo, fluvial ou aéreo:


• Expor a perigo embarcação ou aeronave, própria ou alheia, ou praticar qualquer ato ten-
dente a impedir ou dificultar navegação marítima, fluvial ou aérea.
• A configuração do delito não depende da movimentação da embarcação ou aeronave.

Atentado contra a segurança de outro meio de transporte:


• Expor a perigo outro meio de transporte público, impedir-lhe ou dificultar-lhe o funciona-
mento.
• Ao utilizar o termo transporte público, o legislador limitou o alcance da norma aos meios
de transporte exercidos pelo Estado ou explorados mediante concessão realizada pela
Administração Pública.

Arremesso de projétil:
• Arremessar projétil contra veículo, em movimento, destinado ao transporte público por
terra, por água ou pelo ar.
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• O arremesso de objetos como ovos, tomates podres, entre outros que não tenham capa-
cidade de dano, não irá configurar o delito do art. 264!

Atentado contra a segurança de serviço de utilidade pública:


• Atentar contra a segurança ou o funcionamento de serviço de água, luz, força ou calor,
ou qualquer outro de utilidade pública.
• O delito do art. 265 é de perigo abstrato, e não requer a demonstração concreta de peri-
go para sua configuração.

Interrupção ou Perturbação de Serviço Telegráfico ou Telefônico:


• Interromper ou perturbar serviço telegráfico, radiotelegráfico ou telefônico, impedir ou
dificultar-lhe o restabelecimento.
− Incorre na mesma pena quem interrompe serviço telemático ou de informação de
utilidade pública, ou impede ou dificulta-lhe o restabelecimento.
• Ao contrário do art. 265, o rol do art. 266 é TAXATIVO. Interrupção ou perturbação de
outros serviços públicos que não sejam de cunho telefônico, informático, telegráfico,
telemático ou de informação de utilidade pública NÃO irá configurar o delito em estudo!

Dos crimes contra a Saúde Pública:


Epidemia:
• Causar epidemia, mediante a propagação de germes patogênicos.
• A intenção do agente deve ser a de propagar os germes patogênicos para causar a epi-
demia. Se o agente quiser contaminar UMA PESSOA ESPECÍFICA, incidirá no delito de
perigo de contágio de moléstia grave (Art. 131 CP).
• A forma do parágrafo 1º (epidemia com resultado morte) é crime HEDIONDO, de modo
que os regramentos da Lei n. 8.072/1990 se aplicam a essa modalidade do delito (tais
como as normas para progressão de regime e de prazo para a prisão temporária).

Infração de Medida Sanitária Preventiva:


• Infringir determinação do poder público, destinada a impedir introdução ou propagação
de doença contagiosa.
• Não há necessidade de comprovação de risco ou mesmo de que a doença contagiosa
se propagou – o perigo na violação da norma é PRESUMIDO nesse caso.

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Omissão de notificação de doença:


• Deixar o médico de denunciar à autoridade pública doença cuja notificação é compul-
sória.
• O sujeito ativo é o MÉDICO. Não é o dentista, não é o enfermeiro, não é o farmacêutico.
Médico é médico – cuidado com pegadinhas nesse sentido!

Envenenamento de água potável ou de substância alimentícia ou medicinal:


• Envenenar água potável, de uso comum ou particular, ou substância alimentícia ou me-
dicinal destinada a consumo.
• O delito é de perigo COMUM: deve causar risco para um número indeterminado de pes-
soas.
• Se o agente envenenar água potável, de uso particular, para matar um desafeto (pessoa
DETERMINADA) irá incidir no delito de homicídio qualificado com emprego de veneno
(meio insidioso/cruel).

Corrupção ou Poluição de Água Potável:


• Corromper ou poluir água potável, de uso comum ou particular, tornando-a imprópria
para consumo ou nociva à saúde:

Falsificação, Corrupção, Adulteração ou Alteração de Substância ou Produtos Alimentícios:


• Corromper, adulterar, falsificar ou alterar substância ou produto alimentício destinado a
consumo, tornando-o nociva à saúde ou reduzindo-lhe o valor nutritivo.
• Até mesmo bebidas, sejam alcoólicas ou não, estão incluídas como objeto material do
delito em estudo:
− § 1º Está sujeito às mesmas penas quem pratica as ações previstas neste artigo em
relação a bebidas, com ou sem teor alcoólico.

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Falsificação, Corrupção Adulteração ou Alteração de Produto Destinado a fins Terapêuti-


cos ou Medicinais:
• Falsificar, corromper, adulterar ou alterar produto destinado a fins terapêuticos ou medi-
cinais.
• O delito em estudo, em qualquer de suas formas, é crime HEDIONDO.
• Segundo o STJ, basta a ausência de autorização legal para a comercialização do produ-
to para que se configure o delito em estudo. Não há, portanto, necessidade de perícia
para atestar se a substância era ou não capaz de produzir danos à saúde ou à vida.

Emprego de processo proibido ou de substância não permitida:


• Empregar, no fabrico de produto destinado a consumo, revestimento, gaseificação ar-
tificial, matéria corante, substância aromática, antisséptica, conservadora ou qualquer
outra não expressamente permitida pela legislação sanitária.
• Desde que o produto envolvido na conduta esteja regulado em legislação sanitária, o de-
lito irá se configurar. Não há necessidade de que o objeto material seja necessariamente
produzido com fins alimentícios.

Invólucro ou recipiente com falsa indicação


• Inculcar, em invólucro ou recipiente de produtos alimentícios, terapêuticos ou medici-
nais, a existência de substância que não se encontra em seu conteúdo ou que nele exis-
te em quantidade menor que a mencionada.
• Não confunda o delito em estudo com o de fazer afirmação falsa ou enganosa, ou omitir
informação relevante sobre a natureza, característica, qualidade, quantidade, segurança,
desempenho, durabilidade, preço ou garantia de produtos e serviços, previsto no Código
de Defesa do Consumidor!

Produto ou substância nas condições dos dois artigos anteriores:


• Vender, expor à venda, ter em depósito para vender ou, de qualquer forma, entregar a
consumo produto nas condições dos arts. 274 e 275.
• A comercialização ou o consumo do produto são mero exaurimento.

Substância destinada à falsificação:


• Vender, expor à venda, ter em depósito ou ceder substância destinada à falsificação de
produtos alimentícios, terapêuticos ou medicinais.
• A consumação ocorre no momento em que o autor pratica os verbos nucleares – sendo
o resultado lesivo da conduta desnecessário.

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Outras substâncias nocivas à saúde pública:


• Fabricar, vender, expor à venda, ter em depósito para vender ou, de qualquer forma, entre-
gar a consumo coisa ou substância nociva à saúde, ainda que não destinada à alimen-
tação ou a fim medicinal;
• Não há a necessidade de produção do resultado lesivo (trata-se de crime de perigo abs-
trato, presumido).

Medicamento em desacordo com receita médica:


• Fornecer substância medicinal em desacordo com receita médica.
• Sequer importa se a substância fornecida é melhor ou seja mais barata do que a recei-
tada pelo médico. O delito irá se configurar da mesma forma (basta haver o desacordo
entre a receita e o remédio fornecido).
• O crime só se configura perante desacordo com receita emitida por MÉDICO. Prescri-
ções realizadas por outros profissionais de saúde (como o odontólogo) NÃO são al-
cançadas pelo tipo penal do art. 280, pois do contrário estaria configurada analogia in
malam partem.

Exercício Ilegal da Medicina, Arte dentária ou Farmacêutica:


• Exercer, ainda que a título gratuito, a profissão de médico, dentista ou farmacêutico, sem
autorização legal ou excedendo-lhe os limites:

• Segundo o STJ, o exercício da prática de acupuntura é conduta atípica, pois falta com-
plementação legal no sentido de regulamentar a acupuntura como atividade da área de
medicina.
• O art. 282 nos apresenta um crime HABITUAL, que necessita de prática REITERADA para
sua consumação.

Charlatanismo:
• A conduta é de inculcar (divulgar, indicar) ou anunciar cura através de meio secreto ou
infalível.

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− Nada impede que o médico pratique a conduta descrita no art. 283.

Curandeirismo:
• Exercer o curandeirismo:
− Prescrevendo, ministrando ou aplicando, habitualmente, qualquer substância;
− Usando gestos, palavras ou qualquer outro meio;
− Fazendo diagnósticos.
• O delito é de perigo comum e abstrato. Além disso, é considerado crime habitual, de
modo que requer a prática reiterada para sua configuração.
• Segundo o STJ, é possível a configuração, em um mesmo contexto, do delito de curan-
deirismo e de exercício ilegal da arte farmacêutica, se o agente não possuir habilitação
profissional em tal área de atuação.

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EXERCÍCIOS
001. (CESPE/ABIN/OFICIAL/2018) Situação hipotética: No intuito de provocar explosão de
grandes proporções, João adquiriu substância explosiva sem licença da autoridade compe-
tente. O material acabou sendo apreendido antes que fosse montado o dispositivo explosivo.
Assertiva: Nessa situação, a conduta de João é atípica.

Na verdade, a conduta de João é TÍPICA, e se amolda perfeitamente ao tipo penal do art. 253
estudado na aula de hoje (“Fabrico, fornecimento, aquisição posse ou transporte de explosivos
ou gás tóxico, ou asfixiante”).
Errado.

002. (CESPE/ABIN/AGENTE DE INTELIGÊNCIA/2018) Em se tratando dos crimes de incên-


dio e desabamento, admite-se a modalidade culposa.

É isso mesmo. Lembre-se que os delitos só admitem forma culposa em nosso ordenamento
caso haja previsão expressa para tanto. Nesse sentido, o §2º do art. 250 do CP e o parágrafo
único do art. 256 garantem a existência das referidas modalidades.
Certo.

003. (CESPE/ABIN/AGENTE DE INTELIGÊNCIA/2018) Situação hipotética: Após anos de tra-


balho como auxiliar de enfermagem, Marcos abriu um consultório médico e passou a realizar
consulta, a ministrar medicamentos aos seus pacientes e a realizar pequenas intervenções
cirúrgicas. Assertiva: Nessa situação, Marcos pratica o crime de exercício ilegal da profissão.

A situação hipotética narrada não trata do delito de exercício ilegal de profissão, mas de exer-
cício ilegal da medicina, arte dentária ou farmacêutica, previsto no art. 282 do Código Penal.
Errado.

004. (CESPE/ABIN/AGENTE DE INTELIGÊNCIA/2018) O crime de difusão de doença ou pra-


ga é considerado um tipo penal de consumação permanente e de perigo concreto.

Trata-se, conforme estudamos, de crime de perigo abstrato, e não de perigo concreto, o que
invalida o item. Ademais, cabe ressaltar que o referido item é bastante questionável, haja vista
a doutrina que defende a revogação tácita do referido tipo penal.
Errado.

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005. (CESPE/ABIN/AGENTE DE INTELIGÊNCIA/2018) O crime de explosão é considerado


um crime de dano, pois o objeto jurídico tutelado são os bens materiais.

Questão relativamente tranquila. Conforme estudamos, o bem jurídico primário tutelado é a


incolumidade pública em si, motivo pelo qual a assertiva está incorreta.
Errado.

006. (CESPE/CÂMARA DOS DEPUTADOS/ANALISTA/2014) Caso, por negligência, o respon-


sável pelo fornecimento de um produto alimentício destinado a consumo humano provoque
alterações nas substâncias originais desse produto, reduzindo-lhe o valor nutritivo, tal conduta
configurará crime contra a saúde pública, mesmo que seja praticada na forma culposa.

Item correto. A conduta narrada na hipótese se coaduna ao tipo penal do art. 272 do Código
Penal, o qual possui sim modalidade culposa (prevista em seu §2º).
Certo.

007. (CESPE/ABIN/AGENTE/2008) Flávia arremessou projétil em ônibus destinado ao trans-


porte público, enquanto o ônibus estava em movimento e com passageiros em seu interior.
Nessa situação, a conduta de Flávia somente será considerada crime se tiver resultado em
lesão corporal ou morte; caso contrário, será considerada apenas ilícito civil.

O tipo penal de arremesso de projetil, previsto no art. 264 do CP, não possui o requisito do
resultado lesão corporal ou morte para sua configuração, diferentemente do que afirmou o
examinador.
Errado.

008. (VUNESP/SAEG/ADVOGADO/2015) Humberto e Cristina, casados há 3 anos, já não vi-


vem aquela felicidade dos tempos de namoro. Muitos problemas financeiros e o ciúme incon-
trolável do marido fizeram com que Cristina decidisse separar-se de Humberto, que não con-
corda e não quer se separar de sua mulher. Certo dia, Cristina fez as malas e foi embora, morar
com sua mãe. Humberto, enfurecido e inconformado, decidiu atear fogo à casa da mãe de
Cristina. Arremessou uma mecha acesa pela janela da casa, que, no momento, estava vazia. O
fogo alastrou pelo sofá, mas foi apagado pelos vizinhos antes de tomar conta de toda a casa.
Com base na narrativa, pode-se afirmar que Humberto responderá por
a) incêndio doloso consumado.
b) incêndio culposo, com causa de aumento de pena.
c) tentativa de incêndio doloso.

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d) tentativa de incêndio culposo.


e) incêndio doloso qualificado.

Em primeiro lugar, vamos observar que a intenção de Humberto era efetivamente a de atear
fogo à casa da mãe de Cristina. Dessa forma, ele quis causar incêndio, expondo a perigo a
vida, a integridade física ou o patrimônio de outrem.
A questão agora é definir se o delito foi tentado ou consumado.
Conforme estudamos, o delito de incêndio se consuma quando efetivamente expõe efetiva-
mente à perigo os bens jurídicos tutelados.
Como o fogo atingiu apenas o sofá, mas não chegou a se alastrar pela casa, não tomou as pro-
porções necessárias para caracterizar o perigo comum, de modo que a conduta se configurou
apenas na forma tentada.
Outro ponto que reforça esse entendimento é bastante simples: Como o delito de incêndio é de
perigo CONCRETO, é necessária PERÍCIA para confirmar que efetivamente tal perigo chegou a
ocorrer. Como o examinador silenciou sob esse aspecto, você não tem como deduzir ou inferir
que o perigo efetivamente ocorreu. Logo, só podemos ir até a esfera da tentativa!
Letra c.

009. (PC-SP/PC-SP/ESCRIVÃO DE POLÍCIA CIVIL) São crimes contra a Incolumidade Públi-


ca, exceto:
a) incêndio.
b) explosão.
c) formação de quadrilha.
d) inundação.
e) desabamento.

Questão básica. O único delito, dentre os listados, que não integra o rol de crimes contra a in-
columidade pública é o delito de formação de quadrilha.
Letra c.

010. (FCC/TRT-8/ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA JUDICIÁRIA/2010) Mário, revoltado com


os sucessivos defeitos de seu velho carro, levou-o até um lugar ermo e desabitado e ateou fogo
no veículo, destruindo-o. Mário:
a) cometeu o crime de incêndio culposo.
b) cometeu o crime de incêndio, em seu tipo fundamental.
c) cometeu o crime de incêndio, em seu tipo qualificado.
d) não cometeu crime de incêndio, porque era o proprietário da coisa incendiada.

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e) não cometeu crime de incêndio, porque tratando-se de local ermo e desabitado, o fato não
ocasionou perigo comum e concreto.

Questão muito boa, que recompensa o aluno estudioso. Quem não estiver dominando a maté-
ria acaba marcando que o agente praticou o delito de incêndio doloso.
Entretanto, conforme estudamos, o delito de incêndio requer PERIGO CONCRETO para sua
configuração, e como a conduta foi praticada em local ermo e desabitado, ficou faltando o
requisito da exposição da vida, da integridade física ou do patrimônio de terceiros à risco – de
modo que o crime efetivamente não chegou a se configurar.
Letra e.

011. (VUNESP/CÂMARA MUNICIPAL DE SÃO JOSÉ DOS CAMPOS-SP/ANALISTA LEGIS-


LATIVO/2014) O crime de incêndio, do caput do art. 250 do CP, tem expressa previsão de
aumento de pena de um terço se o incêndio:
a) ocorre durante o repouso noturno.
b) causa interrupção dos serviços públicos de água, luz, gás ou telefonia.
c) é praticado por vingança ou com o fim de receber indenização securitária.
d) resulta em comoção social, como grande número de feridos ou desalojados.
e) é em edifício público ou destinado a uso público ou a obra de assistência social ou de cultura.

Questão básica, cobrando apenas a literalidade do parágrafo 1º, inciso II, alínea B do art. 250, CP:

§ 1º As penas aumentam-se de um terço:


II – se o incêndio é:
b) em edifício público ou destinado a uso público ou a obra de assistência social ou de cultura;
Letra e.

012. (NUCEPE/SEJUS-PI/AGENTE PENITENCIÁRIO/2016) JOSÉ e PEDRO foram despedi-


dos do emprego. Os dois foram para casa revoltados. JOSÉ mora na zona rural e sua casa
fica isolada. Ele pegou 20 litros de gasolina e incendiou a casa, mas naquela semana ninguém
tomou conhecimento desse incêndio. Já seu amigo PEDRO, que mora num conjunto habitacio-
nal, também incendiou sua casa, mas foi necessário, neste caso, a intervenção dos bombeiros,
para que o fogo não se alastrasse para os vizinhos. Durante a operação, TICIO aproveitou e
furou duas mangueiras que estavam sendo usadas pelos bombeiros, prejudicando o trabalho.
Duas semanas depois, a autoridade policial tomou conhecimento dos fatos. Marque a alterna-
tiva CORRETA.
a) PEDRO e JOSÉ responderão pelo crime de incêndio.
b) Poderá ocorrer responsabilização de PEDRO pelo crime de incêndio.

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c) Não há crime a ser punido.


d) TICIO responde por crime de dano.
e) TICIO responde por crime de dano e por crime de incêndio.

Em primeiro lugar, temos que José não irá responder pelo crime de incêndio, pois tendo em
vista que sua casa fica em local isolado, sua conduta não teve o condão de gerar perigo con-
creto à terceiros.
Já quanto a Pedro, sua conduta pode sim ter causado risco à vida, integridade física ou patri-
mônio de outrem, embora o examinador não nos tenha informado o resultado da perícia.
É por esse motivo que a assertiva B não assevera que Pedro SERÁ responsabilizado pelo crime
de incêndio (não temos, na descrição da questão, a confirmação se houve perigo concreto).
De forma inteligente, o examinador preferiu dizer que PODERÁ ocorrer a responsabilização de
Pedro pelo delito de incêndio – o que realmente é verdade!
Letra b.

013. (CESPE/TJ-PB/JUIZ SUBSTITUTO/2015) Constitui causa de aumento de pena o fato de


o crime de incêndio ser praticado:
a) mediante utilização de explosivos.
b) em situação de violência doméstica ou familiar contra a mulher
c) em estaleiro, fábrica ou oficina.
d) em canteiro de obras em área de grande densidade demográfica e populacional.
e) por motivo fútil ou torpe.

Mais uma vez note a importância de complementar os estudos com a leitura do texto de lei.
É muito comum que os examinadores cobrem apenas uma das causas de aumento de pena
(prática que é utilizada na abordagem dos mais diversos delitos).
Quanto ao delito em estudo, a resposta está no art. 250, §1º, inciso II, alínea e:

§ 1º As penas aumentam-se de um terço:


e) em estaleiro, fábrica ou oficina;
Letra e.

014. (PC-RJ/PC-RJ/INSPETOR DE POLÍCIA/2008) Relativamente ao tipo objetivo, pode-se


afirmar que o crime de incêndio (“art. 250: Causar incêndio, expondo a perigo a vida, a integri-
dade física ou o patrimônio de outrem”) é considerado:
a) de perigo abstrato.
b) de perigo concreto.
c) de perigo presumido.

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d) de alto risco.
e) de baixo risco.

Essa eu tenho certeza que você tirou de letra. O delito de incêndio é de perigo concreto, depen-
dendo da comprovação de que efetivamente o perigo ocorreu para sua configuração.
Letra b.

015. (VUNESP/MPE-ES/AGENTE DE PROMOTORIA/2013) Assinale a alternativa que traz


apenas crimes que demandem expressamente no tipo penal, para sua configuração, a exposi-
ção a perigo da vida, da integridade física ou do patrimônio de outrem.
a) Incêndio; explosão; uso de gás tóxico ou asfixiante.
b) Incêndio; desabamento; fabrico de gás tóxico ou asfixiante.
c) Inundação; perigo de inundação; difusão de doença ou praga.
d) Explosão; desmoronamento; transporte de gás tóxico ou asfixiante.
e) Perigo de inundação; incêndio; aquisição de gás tóxico ou asfixiante.

Mais uma da série “se você leu o Código Penal, você acertou”.
São delitos que demandam expressamente a exposição à perigo os delitos de incêndio, explo-
são e uso de gás tóxico ou asfixiante.
Letra a.

016. (FCC/TJ-AP/TITULAR DE SERVIÇOS DE NOTAS E DE REGISTROS/2011) Pedro ateou


fogo em sua loja de tecidos, com a finalidade de obter o respectivo seguro, colocando em risco
os imóveis vizinhos. Em razão dessa conduta, Pedro responderá por crime de:
a) perigo para a vida ou saúde de outrem.
b) incêndio culposo.
c) estelionato qualificado pela fraude para recebimento de indenização ou valor de seguro.
d) incêndio doloso qualificado pelo intuito de obter vantagem econômica em proveito próprio.
e) estelionato simples.

Dessa vez, o examinador determinou que o incêndio foi causado e que resultou em risco para
o patrimônio de terceiros (os imóveis vizinhos).
Dessa forma, foi configurado o delito de incêndio, na forma majorada, haja vista o intuito de
obter vantagem pecuniária em proveito próprio ou alheio, previsto no §1º, inciso I, do art. 250.
Letra d.

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017. (VUNESP/PREFEITURA DE REGISTRO-SP/ADVOGADO/2016) Sobre o crime de incên-


dio, qualificado pelo resultado morte ou lesão corporal de natureza grave, é correta a afirmação:
a) Se doloso e resulta lesão corporal de natureza grave, a pena privativa de liberdade é aumen-
tada de um a dois terços.
b) Se doloso e resulta morte, a pena é aumentada de metade.
c) Se culposo e do fato resulta lesão corporal, a pena é aumentada de dois terços.
d) Se culposo e do fato resulta morte, aplica-se a pena cominada ao homicídio culposo, au-
mentada de um terço.
e) As formas qualificadas de crime de perigo comum, dispostas no artigo 258 do Código Penal,
não se aplicam ao crime de incêndio na modalidade culposa.

Questão relativamente fácil. Você já sabe que as formas majoradas previstas no §1º não se
aplicam ao delito de incêndio culposo. Entretanto, o mesmo não ocorre com a previsão genéri-
ca do art. 258 CP, que é perfeitamente aplicável na modalidade culposa do delito.
E conforme prevê tal artigo:

Se do crime doloso de perigo comum resulta lesão corporal de natureza grave, a pena privativa de
liberdade é aumentada de metade; se resulta morte, é aplicada em dobro. No caso de culpa, se do
fato resulta lesão corporal, a pena aumenta-se de metade; se resulta morte, aplica-se a pena comi-
nada ao homicídio culposo, aumentada de um terço.
Letra d.

018. (VUNESP/CÂMARA DE MARÍLIA-SP/PROCURADOR JURÍDICO/2016) O tipo do art.


250 do CP prevê aumento de pena de um terço na modalidade ____________ se o incêndio é
______________.
Completa, correta e respectivamente, as lacunas:
a) culposa... em depósito de explosivo, combustível ou inflamável.
b) culposa... em edifício público ou destinado a uso público ou a obra de assistência social ou
de cultura.
c) dolosa... em lavoura, pastagem, mata ou floresta.
d) dolosa... praticado mediante paga ou promessa de recompensa, ou por outro motivo torpe.
e) dolosa... praticado para assegurar a execução, a ocultação, a impunidade ou vantagem de
outro crime.

Mais uma questão que se limita apenas à literalidade da lei:

§ 1º As penas aumentam-se de um terço:


II – se o incêndio é:
h) em lavoura, pastagem, mata ou floresta.
Letra c.

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Crimes contra a Incolumidade Pública
Douglas Vargas

019. (CESPE/MPE-SE/PROMOTOR DE JUSTIÇA/2010) Assinale a opção correta acerca dos


crimes de perigo comum.
a) Tratando-se de crime de explosão, se a substância utilizada não for dinamite ou explosivo
de efeitos análogos, o agente será menos severamente punido.
b) No que concerne a crime de incêndio, a intenção de obter vantagem pecuniária com a con-
duta constitui fato não punível, pois pertence à fase de cogitação do crime e não pode, assim,
ser punida.
c) Não se pune o incêndio culposo, a menos que o sujeito ativo possua o dever legal de evi-
tar o perigo.
d) Para que o crime de incêndio se consume, é necessário que haja ao menos lesão corporal
leve em uma das vítimas.
e) O crime de inundação é punido mesmo que a vida, a integridade física ou o patrimônio de
outrem não sejam expostos a perigo.

Novamente, vejamos o que diz o Código Penal:

Explosão
Art. 251 Expor a perigo a vida, a integridade física ou o patrimônio de outrem, mediante explosão,
arremesso ou simples colocação de engenho de dinamite ou de substância de efeitos análogos:
Pena – reclusão, de três a seis anos, e multa.
§ 1º Se a substância utilizada não é dinamite ou explosivo de efeitos análogos:
Pena – reclusão, de um a quatro anos, e multa.
Logo, há expressa previsão, no §1º, Para que a conduta seja punida com menos severidade se
o agente não utiliza dinamite ou explosivo de efeitos análogos ao perpetrar a conduta. O bene-
fício se dá em razão do menor potencial lesivo de outros tipos de explosivos.
Letra a.

020. (TJ-SC/TJ-SC/ANALISTA JURÍDICO/2011) Assinale a alternativa correta:


a) A rixa é um crime contra a honra.
b) A difamação é um crime contra a fé pública.
c) A ocultação de cadáver é um crime contra a pessoa.
d) O incêndio é um crime contra a incolumidade pública.
e) O sequestro é um crime contra o patrimônio.

Parabéns, pois você ganhou um descanso. Questão tranquila, haja vista que você já está mais
do que treinado para saber que o incêndio é crime contra a incolumidade pública. Não precisa
nem ler o resto da questão!
Letra d.

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Crimes contra a Incolumidade Pública
Douglas Vargas

021. (FGV/PREFEITURA DE OSASCO-SP/AGENTE FISCAL/2014) João resolveu implodir sua


casa, para construir um salão de festas. Assim, sem solicitar ou obter qualquer autorização
dos órgãos públicos competentes e sem conhecimento técnico para tal, adquiriu dinamite e,
mediante explosão, expôs a perigo a vida, a integridade física e o patrimônio de seus vizinhos.
Sob a ótica do direito penal, afirma-se que João:
a) não cometeu qualquer crime, por falta de tipicidade penal;
b) não cometeu qualquer crime, pois o ilícito praticado merece reprimenda apenas na esfera
cível, pela falta de dolo;
c) cometeu crime de dano;
d) cometeu crime de explosão;
e) cometeu crime de incêndio.

Outra questão simples. Causou explosão e expos a perigo a vida, a integridade física e o patri-
mônio de terceiros, está caracterizado o delito de explosão, previsto no art. 251 do CP.
Letra d.

022. (CESPE/PC-PB/DELEGADO DE POLÍCIA/2009) Acerca dos crimes contra a incolumida-


de pública e contra a família, assinale a opção correta.
a) O crime de incêndio é de perigo abstrato. Dessa maneira, é típica a conduta do agente que
cause incêndio em uma casa em ruínas, inabitada e localizada em local solitário.
b) O crime de explosão é mais severamente punido se a substância utilizada para a explosão
for dinamite.
c) No crime de uso de gás tóxico ou asfixiante, se o agente, embora não querendo o resultado
morte, ocasioná-lo culposamente, responderá pelos dois crimes: uso de gás tóxico ou asfixian-
te e homicídio culposo, em concurso formal.
d) O crime de conhecimento prévio de impedimento admite quer o dolo direto, quer o dolo
eventual para a sua configuração.
e) O crime de abandono intelectual perfaz-se caso o pai, sem justa causa, deixa de matricular
seu filho em idade escolar primária em escola pública ou particular, ainda que forneça instru-
ção em casa à criança.

Conforme já observamos em um dos exercícios anteriores, o § 1º do art. 251 prevê uma pena
menos severa para o delito de explosão quando este é praticado sem a utilização de dinamite
ou de explosivo de efeitos análogos:

Art. 251 Expor a perigo a vida, a integridade física ou o patrimônio de outrem, mediante explosão,
arremesso ou simples colocação de engenho de dinamite ou de substância de efeitos análogos:
Pena – reclusão, de três a seis anos, e multa.

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§ 1º Se a substância utilizada não é dinamite ou explosivo de efeitos análogos:
Pena – reclusão, de um a quatro anos, e multa.
Letra b.

023. (FCC/METRÔ-SP/ADVOGADO/2014) Quem enterra no solo bombas de dinamite, em


área sujeita a reintegração de posse, comete crime de:
a) tentativa de homicídio.
b) lesão corporal.
c) tentativa de explosão.
d) tentativa de lesões corporais.
e) explosão.

Questão boa! O examinador tenta “disfarçar” um pouco a tipicidade do delito de explosão, utili-
zando a conduta de “enterrar no solo” para configurar o delito. Entretanto, façamos novamente
a leitura do art. 251, CP:

Art. 251 Expor a perigo a vida, a integridade física ou o patrimônio de outrem, mediante explosão,
arremesso ou simples colocação de engenho de dinamite ou de substância de efeitos análogos.
Letra e.

024. (VUNESP/CRO-SP/ADVOGADO/2015) Figure que em consultório odontológico exista


uma pequena copa, onde os dentistas e demais profissionais que ali trabalham realizam suas
refeições. Imagine, ainda, que por imprudência na manutenção do fogão e respectivas man-
gueiras ocorra um vazamento de gás, seguido de uma explosão. Dela decorrem danos mate-
riais de razoável monta, mas não se registra nenhum dano à incolumidade física. Independen-
temente de quem seja (eventual) responsável, é correto afirmar que:
a) não houve ilícito algum.
b) apenas poderá haver responsabilização civil, uma vez que o fato é penalmente atípico.
c) houve crime de explosão dolosa.
d) houve crime de explosão culposa.
e) houve crime de uso de gás tóxico ou asfixiante.

Outra questão bem elaborada!


Primeiramente, precisamos responder à seguinte pergunta, haja vista que não houve dolo e
sim imprudência do responsável pela manutenção no fogão (culpa):
Existe previsão culposa para o delito de explosão?
E a resposta é afirmativa!

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Uma vez que identificamos esse fator, devemos tomar cuidado pois o examinador nos informa
que não se registrou nenhum dano à incolumidade FÍSICA, tentando nos induzir a marcar que
não houve crime.
Entretanto, vejamos o que diz o art. 251, CP:

Explosão
Art. 251 Expor a perigo a vida, a integridade física ou o patrimônio de outrem, mediante explosão,
arremesso ou simples colocação de engenho de dinamite ou de substância de efeitos análogos:
Pena – reclusão, de três a seis anos, e multa.
§ 1º Se a substância utilizada não é dinamite ou explosivo de efeitos análogos:
Pena – reclusão, de um a quatro anos, e multa.
Aumento de pena
§ 2º As penas aumentam-se de um terço, se ocorre qualquer das hipóteses previstas no § 1º, I, do
artigo anterior, ou é visada ou atingida qualquer das coisas enumeradas no n. II do mesmo pará-
grafo.
Modalidade culposa
§ 3º No caso de culpa, se a explosão é de dinamite ou substância de efeitos análogos, a pena é de
detenção, de seis meses a dois anos; nos demais casos, é de detenção, de três meses a um ano.
Não confunda incolumidade pública com incolumidade física!
Letra d.

025. (MPE-SP/MPE-SP/PROMOTOR DE JUSTIÇA/2012) É correto afirmar:


a) O crime tipificado como de assédio sexual (art. 216-A, CP) não pode ter como vítima o homem.
b) O convivente que deixou, sem justa causa, de prover a subsistência do companheiro com
quem viveu em união estável, não lhe proporcionando os recursos necessários, pratica o crime
de abandono material (art. 244, CP).
c) Não se pune o incêndio culposo (art. 250, § 2º, CP), salvo se é em edifício público.
d) No crime de explosão (art. 251, CP), é dispensável para a consumação do crime a efetiva
explosão, bastando que da ação do agente ocorra perigo concreto à incolumidade pública.
e) O estelionato (art. 171, caput, CP) é crime formal, que se consuma independentemente da
efetiva obtenção de vantagem ilícita, bastando à sua consumação o emprego de artifício, ardil
ou qualquer outro meio fraudulento.

Embora a questão extrapole o conteúdo da aula de hoje, você tem o conhecimento necessário
para encontrar a assertiva correta.
No delito de explosão, é sim dispensável a efetiva explosão, sendo suficiente que a ação gere
perigo concreto à incolumidade pública. Lembre-se que até mesmo o ato de colocar engenho
de dinamite é conduta prevista no tipo penal do art. 251!
Letra d.

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026. (VUNESP/SAAE-SP/PROCURADOR JURÍDICO/2014) O crime de perigo de inundação


(CP, art. 255) apenas está caracterizado se:
a) o agente age dolosamente.
b) a inundação efetivamente ocorre.
c) a remoção de obstáculo se dá em obra pública.
d) o autor do fato tinha o dever de evitar o resultado.
e) ocorre dano efetivo à vida, integridade física ou patri­mônio de outrem.

Outra questão fácil. Basta que você se lembre de que o delito do art. 255 não admite a for-
ma culposa!
Letra a.

027. (FCC/MPE-PE/PROMOTOR DE JUSTIÇA/2008) Sobre o crime de perigo de inundação,


previsto no Código Penal, é correto afirmar:
a) O elemento subjetivo é tanto o dolo quanto a culpa em sentido estrito.
b) Só se consuma com a efetiva inundação.
c) Trata-se de crime de perigo concreto, exigindo a causação de risco para a incolumida-
de pública.
d) Sujeito ativo do delito é apenas o proprietário do imóvel em que se encontra o obstáculo ou
a obra destinada a impedir inundação.
e) Para sua caracterização basta a ocorrência de perigo eventual.

Conforme observamos, o delito de perigo de inundação é crime de PERIGO CONCRETO, e exige


a comprovação de que houve risco para a incolumidade pública.
Letra c.

028. (FGV/PREFEITURA-SC/FISCAL/2014) Inserto no Título VIII, do Código Penal “Dos cri-


mes contra a incolumidade pública”, é exemplo de “crime de perigo comum”, previsto no Capí-
tulo I do mesmo código:
a) expor alguém, por meio de relações sexuais ou qualquer ato libidinoso, a contágio de molés-
tia venérea, de que sabe ou deve saber que está contaminado;
b) obter, para si ou para outrem, vantagem ilícita, em prejuízo alheio, induzindo ou mantendo
alguém em erro, mediante artifício, ardil, ou qualquer outro meio fraudulento;
c) falsificar, no todo ou em parte, documento público, ou alterar documento público verdadeiro;
d) praticar ato obsceno em lugar público, ou aberto ou exposto ao público;
e) fabricar, fornecer, adquirir, possuir ou transportar, sem licença da autoridade, substância ou
engenho explosivo, gás tóxico ou asfixiante, ou material destinado à sua fabricação.

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As questões sobre os crimes contra a incolumidade pública, via de regra, se restringem a três
objetos: literalidade da lei, se o delito admite a forma culposa, e se é de perigo concreto ou abs-
trato (como tenho certeza de que você já percebeu à essa altura de nossa lista de exercícios).
A questão trata diretamente do primeiro objeto (a letra da lei). O examinador ainda tentou difi-
cultar não dizendo qual o delito, e sim apenas que você deve encontrar uma descrição de um
fato típico listado no Capítulo dos crimes de perigo comum.
Obviamente, de nada adianta esse esforço, visto que a questão continua fácil. É crime de peri-
go comum fabricar, fornecer, adquirir, possuir ou transportar, sem licença da autoridade, subs-
tância ou engenho explosivo, gás tóxico ou asfixiante, ou material destinado à sua fabricação.
Trata-se do delito previsto no art. 253 CP, e é o único da lista que estudamos na aula de hoje.
Letra e.

029. (IMES/PROCURADOR/2015) Classificam-se como crimes contra a incolumidade pública:


a) perigo de vida e abandono de incapaz.
b) omissão de socorro e redução à condição análoga à de escravo.
c) difusão de doença ou praga e inundação.
d) maus tratos e apologia ao crime.

É simplesmente um absurdo a banca cobrar um crime REVOGADO, mesmo que de forma tá-
cita. Questão passível de recurso, mas achei interessante listá-la aqui para demonstrar que,
algumas vezes, temos que nos preparar até mesmo para encontrar esse tipo de desafio.
De todo modo, por eliminação seria possível acertar essa questão (haja vista que a única al-
ternativa que apresentam crimes contidos no título de crimes contra a incolumidade pública
é a assertiva C). O que, no entanto, não justifica a cobrança do delito de difusão de doença ou
praga (na opinião de seu professor, é claro).
Letra c.

030. (INÉDITA/2021) O delito de incêndio:


a) Dispensa a realização de perícia e atinge um número DETERMINADO de pessoas;
b) Dispensa a realização de perícia e atinge número INDETERMINADO de pessoas;
c) Requer a realização de perícia e atinge um número DETERMINADO de pessoas;
d) Requer a realização de perícia e atinge um número INDETERMINADO de pessoas.

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Conforme estudamos, o delito de incêndio é de perigo concreto, e requer a realização de perí-


cia. Além disso, sua configuração exige que a conduta se dirija a um número INDETERMINADO
de pessoas.
Letra d.

031. (INÉDITA/2021) Se um indivíduo causar incêndio com o objetivo de matar um desafeto


e, além de levar a vítima a óbito, causar risco à vida de terceiros com sua conduta, em tese,
deverá responder penalmente:
a) pelo delito de homicídio qualificado em concurso com o delito de incêndio
b) apenas pelo delito de incêndio, que é mais grave do que o delito de homicídio qualificado
c) pelo delito de homicídio simples em concurso com o delito de incêndio
d) apenas pelo delito de homicídio qualificado.

Caso o autor provoque um incêndio com o objetivo de matar um desafeto, e além do óbito des-
te acabe causando risco à vida de terceiros com sua conduta, em tese deverá responder pelo
delito de homicídio qualificado pelo uso de fogo em concurso com o delito de incêndio.
É importante notar que aquele que coloca fogo em uma casa nessas circunstâncias, em local
no qual seja possível expor terceiros a risco, via de regra age com DOLO EVENTUAL (assume
o risco de que o fogo causa perigo à terceiros) e não com CULPA (o incêndio não ocorreu por
negligência, imperícia ou imprudência do autor).
Letra a.

032. (INÉDITA/2021) O delito de Explosão:


a) Se configura mesmo que ninguém seja exposto à perigo pela conduta do agente.
b) Não se configura se não houver exposição à perigo, podendo configurar outro delito, se
for o caso.
c) Não admite a modalidade culposa.
d) A mera colocação de engenho de dinamite não será capaz, em nenhum caso, de configurar
o delito do art. 251.

O delito de explosão não se configura se não houver exposição à perigo, mas poderá configurar
outro crime (como o crime de dano) a depender do caso concreto.
Letra b.

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033. (INÉDITA/2021) No delito de uso de gás tóxico:


a) Por gás tóxico entende-se aquele capaz de levar a vítima a óbito, em todos os casos.
b) Por gás asfixiante entende-se aquele capaz envenenar a vítima.
c) Por gás tóxico entende-se todo tipo de gás capaz de atingir o sistema respiratório da vítima.
d) Por gás tóxico entende-se aquele capaz de envenenar a vítima, e por gás asfixiante entende-
-se o gás capaz de causar sufocação.

Conforme estudamos, GAS TÓXICO é aquele capaz de ENVENENAR a vítima, e gás ASFIXIAN-
TE é aquele capaz de causar sufocação.
Letra d.

034. (INÉDITA/2021) Configura crime impossível:


a) A mera colocação de engenho de dinamite, expondo a risco a incolumidade física de tercei-
ros, caso a dinamite não venha a ser utilizada.
b) A utilização de substância apenas parcialmente capaz de produzir incêndio no delito do
art. 250, CP.
c) A utilização de gás asfixiante pelo agente que acreditava estar utilizando gás tóxico, no de-
lito de uso de gás tóxico.
d) a utilização de substância absolutamente incapaz de oferecer risco à terceiros no delito de
uso de gás tóxico.

O crime impossível, em qualquer crime, ocorre quando o objeto é absolutamente impróprio


para sofrer um dano ao bem jurídico tutelado (como no caso do homicídio praticado contra um
morto) ou quando o meio utilizado é absolutamente ineficaz para causar dano ao bem jurídico
(como no caso da utilização de substância absolutamente incapaz de oferecer risco à tercei-
ros no delito de uso de gás tóxico.

Exemplo:
O indivíduo espalha gás em um prédio cheio de pessoas, mas no entanto se confunde e acaba
utilizando um gás inofensivo no lugar do gás asfixiante ou tóxico.
Letra d.

035. (INÉDITA/2021) O delito do art. 253 CP (Fabrico, fornecimento, aquisição posse ou trans-
porte de explosivos ou gás tóxico, ou asfixiante) é:
a) De perigo concreto e não admite a modalidade culposa.
b) De perigo abstrato e não admite a modalidade culposa.
c) De perigo concreto e admite a modalidade culposa.
d) De perigo abstrato e admite a modalidade culposa.

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O delito do art. 253 é de perigo presumido (abstrato) e NÃO admite a modalidade culposa, por
ausência de previsão legal.
Letra b.

036. (INÉDITA/2021) O delito de inundação:


a) É considerado crime habitual.
b) É considerado crime VAGO e de perigo abstrato.
c) É considerado crime VAGO e habitual.
d) É considerado como crime VAGO e de perigo CONCRETO.

O delito de inundação é crime VAGO (cujo sujeito passivo é a coletividade, que não tem perso-
nalidade jurídica) e também de perigo CONCRETO (depende de comprovação).
Letra d.

037. (INÉDITA/2021) Os delitos de Subtração, ocultação ou inutilização de material de salva-


mento (Art. 257 CP) e de Desabamento ou Desmoronamento (Art. 256 CP):
a) São respectivamente de perigo ABSTRATO e perigo CONCRETO.
b) São respectivamente de perigo CONCRETO e perigo ABSTRATO.
c) São ambos de perigo ABSTRATO.
d) São ambos de perigo CONCRETO.

A doutrina entende que o delito do art. 257 CP é de perigo ABSTRATO, enquanto o delito do art.
256, por sua vez, é de perigo CONCRETO
Letra a.

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GABARITO
1. E 30. d
2. C 31. a
3. E 32. b
4. E 33. d
5. E 34. d
6. C 35. b
7. E 36. d
8. c 37. a
9. c
10. e
11. e
12. b
13. e
14. b
15. a
16. d
17. d
18. c
19. a
20. d
21. d
22. b
23. e
24. d
25. d
26. a
27. c
28. e
29. c

Douglas Vargas
Agente da Polícia Civil do Distrito Federal, aprovado em 6º lugar no concurso realizado em 2013. Aprovado
em vários concursos, como Polícia Federal (Escrivão), PCDF (Escrivão e Agente), PRF (Agente), Ministério
da Integração, Ministério da Justiça, BRB e PMDF (Soldado – 2012 e Oficial – 2017).

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