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PM-RN

POLÍCIA MILITAR DO RIO GRANDE DO NORTE

Noções de Direito Penal


Crimes Contra a Família

Livro Eletrônico
NOÇÕES DE DIREITO PENAL
Crimes Contra a Família
Prof. Douglas Vargas

SUMÁRIO
Introdução.................................................................................................3
Dos crimes contra a paz pública....................................................................5
Incitação ao Crime.......................................................................................5
Apologia de crime ou criminoso.....................................................................8
Bem Jurídico Tutelado................................................................................ 12
Bem Jurídico Tutelado................................................................................ 14
Dos crimes contra a família......................................................................... 15
Simulação de Autoridade para Celebração de Casamento ............................... 21
Trata-se de crime permanente, cuja consumação se protrai no tempo............... 30
Entrega de filho menor a pessoa inidônea .................................................... 30
Abandono Moral........................................................................................ 33
Induzimento a fuga, entrega arbitrária ou .................................................... 34
sonegação de incapazes............................................................................. 34
Subtração de incapazes.............................................................................. 36
RESUMO.................................................................................................. 38
Crimes contra a paz pública........................................................................ 38
Incitação ao Crime..................................................................................... 38
Apologia de crime ou criminoso................................................................... 38
Associação Criminosa................................................................................. 39
Constituição de Milícia Privada..................................................................... 40
Crimes contra a família.............................................................................. 40
Bigamia................................................................................................... 40
Induzimento a erro essencial e ocultação de Impedimento.............................. 41

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Crimes Contra a Família
Prof. Douglas Vargas

Conhecimento Prévio de Impedimento.......................................................... 41


Simulação de Autoridade para Celebração de Casamento ............................... 41
Simulação de Casamento............................................................................ 41
Registro de Nascimento Inexistente............................................................. 42
Parto Suposto, Supressão ou Alteração de Direito Inerente ao Estado Civil do
Recém-Nascido......................................................................................... 42
Sonegação de Estado de Filiação................................................................. 43
Abandono Material..................................................................................... 43
Entrega de filho menor a pessoa inidônea .................................................... 43
Abandono Intelectual................................................................................. 44
Abandono Moral........................................................................................ 44
Induzimento a fuga, entrega arbitrária ou sonegação de incapazes.................. 45
Subtração de incapazes.............................................................................. 45

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DOUGLAS DE ARAÚJO VARGAS


Agente da Polícia Civil do Distrito Federal, aprovado em 6º lugar no con-
curso realizado em 2013. Aprovado em vários concursos, como Polícia
Federal (Escrivão), PCDF (Escrivão e Agente), PRF (Agente), Ministério
da Integração, Ministério da Justiça, BRB e PMDF (Soldado – 2012 e
Oficial – 2017).

Introdução

E aí, firme e forte?

Na aula de hoje vamos estudar os crimes contra a paz pública (Título IX do

CP) e os crimes contra a família (Título VII do CP).

Crimes contra a paz pública:

Crimes contra a família:

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Dos crimes contra a paz pública

Incitação ao Crime

Art. 286. Incitar, publicamente, a prática de crime:


Pena – detenção, de três a seis meses, ou multa.

Conduta

Incitar nada mais é do que estimular, induzir um indivíduo a fazer alguma coi-

sa. Nesse caso, o autor estimula, publicamente, a prática de crime. Não será, no

entanto, qualquer tipo de incitação que poderá configurar o delito em estudo.

Segundo a doutrina, temos os seguintes requisitos:

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De acordo com as premissas acima, podemos trabalhar com os seguintes exem-

plos:

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Bem Jurídico Tutelado

É a paz pública.

Características

Estamos diante de crime comum, que pode ser praticado por qualquer pessoa.

O delito é de perigo comum e abstrato, de modo que atinge número indetermi-

nado de pessoas e que a demonstração de perigo é presumida.

O crime é vago (seu sujeito passivo é a coletividade).

Se o indivíduo (ou os vários indivíduos) incitados vierem efetivamente a praticar o

delito, o instigador deve responder também pelo delito praticado pelos indi-

víduos que ele incitou.

O delito em estudo não admite a forma culposa. Sua consumação ocorre quando

a incitação praticada pelo autor chega ao conhecimento do número indeterminado

de pessoas.

É crime formal, de modo que a prática do delito incitado não é requisito para a

consumação do delito. A tentativa é de difícil configuração (como por exemplo na

via escrita), mas é possível.

A ação penal é pública incondicionada.

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 Obs.: é muito importante tomar cuidado para não confundir o delito do art. 286

com outros crimes relacionados com o ato de instigar. Listamos abaixo os

principais, para que você não misture os delitos na hora da prova!

Apologia de Crime ou Criminoso

Art. 287. Fazer, publicamente, apologia de fato criminoso ou de autor de crime:


Pena – detenção, de três a seis meses, ou multa.

Conduta

A apologia de fato criminoso ou de autor de crime é um pouco parecida com o

artigo anterior (incitação ao crime), pois também, em regra, é praticada publica-

mente e em face de um número indeterminado de pessoas. Entretanto, nela o au-

tor defende, exalta ou aprova um determinado fato criminoso ou autor de crime.

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Há divergência na doutrina, mas a parcela majoritária entende que o fato crimi-

noso deve ser certo e ter efetivamente ocorrido para a configuração do delito.

Assim como ocorre com o art. 286, não se configura o delito do art. 287 em face

de apologia à contravenção penal ou mesmo de apologia em favor de autor de

contravenção penal.

Diferenciando os delitos

Bem Jurídico Tutelado

É a paz pública.

Características

Estamos diante de crime comum, que pode ser praticado por qualquer pessoa.

O delito é de perigo comum e abstrato, de modo que atinge número indeter-

minado de pessoas e que a demonstração de perigo é presumida. O crime é vago

(seu sujeito passivo é a coletividade).

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O delito em estudo não admite a forma culposa. Sua consumação ocorre quando

a apologia praticada pelo autor chega ao conhecimento do número indetermina-

do de pessoas. É crime formal, de modo que a efetiva perturbação da paz não é

requisito para a consumação do delito. A tentativa é de difícil configuração, mas é

possível. A ação penal é pública incondicionada.

 Obs.: o discurso realizado publicamente em favor da legalização das drogas já

foi objeto de análise pelo STF (Informativo 631). A Suprema Corte entendeu

que o exercício dos direitos de reunião e de manifestação do pensamento

excluem qualquer interpretação que possa ensejar a criminalização

da defesa da legalização das drogas.

Logo, especificamente nesses casos, não se configura a conduta prevista no

art. 287 do CP.

Associação Criminosa

Cena do filme Ocean’s Twelve

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Art. 288. Associarem-se 3 (três) ou mais pessoas, para o fim específico de cometer
crimes:
Pena – reclusão, de 1 (um) a 3 (três) anos.
Parágrafo único. A pena aumenta-se até a metade se a associação é armada ou se hou-
ver a participação de criança ou adolescente.

Conduta

Anteriormente, o delito do art. 288 do CP era chamado de “Quadrilha ou Ban-

do”, porém, teve seu nome alterado para “Associação Criminosa” com o adven-

to da Lei de Organizações Criminosas em 2013.

A conduta em si é simples. Trata da associação, de 3 ou mais pessoas, com a

finalidade de cometer crimes. Bastante atenção nesse requisito de 3 ou mais pes-

soas. Os examinadores gostam muito de tratar desse assunto!

Ademais, vamos falar de algumas peculiaridades existentes quanto à configura-

ção do delito do art. 288:

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A absolvição de um dos agentes irá desconfigurar o delito de organização crimino-

sa, se não restarem ao menos outros três autores!

Se, por exemplo, três indivíduos estão respondendo pelos delitos de roubo e

associação criminosa, e um deles é absolvido das acusações, o delito de asso-

ciação criminosa irá se descaracterizar para os outros dois, haja vista que não

bastam dois autores para a existência do crime em estudo.

Bem Jurídico Tutelado

É a Paz Pública.

Características

Trata-se de delito de concurso necessário (pois só se configura com a parti-

cipação de no mínimo 3 agentes). O crime é comum (praticável por qualquer pes-

soa). Só se admite a modalidade dolosa.

Segundo o STJ, há o requisito de que a associação tenha caráter estável e

permanente. Isso pois, se há vínculo apenas para a prática eventual de um crime,

ocorrerá apenas o concurso de agentes, e não o delito do art. 288. O crime é

de perigo abstrato, logo sua consumação ocorre com a simples associação entre

os indivíduos. Não é necessário que estes cheguem a praticar efetivamente os

delitos almejados. Esse é o posicionamento do STJ.

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O delito é considerado de natureza formal e permanente. A tentativa é inad-

missível, visto que nesse caso, estão tipificados como crime meros atos prepa-

ratórios para a prática de outros delitos.

Outras formas

O art. 288 apresenta a seguinte forma majorada:

Parágrafo único. A pena aumenta-se até a metade se a associação é armada ou se hou-


ver a participação de criança ou adolescente. 

 Obs.: o delito de associação criminosa não irá se configurar se a reunião se der

com o objetivo de praticar contravenções penais.

Além disso, cabe relembrar que a prisão temporária é cabível no caso do

delito de associação criminosa, por expressa previsão no rol taxativo da Lei n.

7.960/1989, pelo prazo de 5 dias, prorrogável por igual período, em caso de extre-

ma e comprovada necessidade.

Constituição de Milícia Privada

Art. 288-A. Constituir, organizar, integrar, manter ou custear organização paramilitar,


milícia particular, grupo ou esquadrão com a finalidade de praticar qualquer dos crimes
previstos neste Código:
Pena – reclusão, de 4 (quatro) a 8 (oito) anos.

Conduta

Outro delito de concurso necessário, o delito do art. 288-A trata da conduta

dos indivíduos que constituem uma organização paramilitar, milícia particular,

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grupo ou esquadrão com finalidade de praticar crimes.

Embora a lei não informe quantos indivíduos são necessários para a con-

figuração do delito em estudo, a doutrina entende que deve-se aplicar a mesma

regra do art. 288 (3 ou mais indivíduos).

Por incrível que pareça, como o legislador restringiu a incidência do art. 288-A

aos crimes previstos no código penal, a norma não irá incidir no caso de grupos

de indivíduos destinados à prática de genocídio, haja vista que este crime não

está previsto no Código Penal!

Bem Jurídico Tutelado

É a paz pública.

Características

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Trata-se de delito praticável apenas na modalidade dolosa. A doutrina entende

que, assim como no caso do art. 288, é necessário que a associação entre os indi-

víduos tenha natureza estável ou permanente.

O tipo penal em estudo não incide sobre a reunião de indivíduos para a prática
de contravenções penais. A tentativa é inadmissível, visto que a conduta prevista
trata apenas de atos preparatórios. A consumação ocorre no exato momento
em que as três ou mais pessoas constituem as organizações previstas no artigo. O
crime é permanente.
A ação penal é pública incondicionada.

Dos Crimes Contra a Família

Bigamia

Art. 235. Contrair alguém, sendo casado, novo casamento:


Pena – reclusão, de dois a seis anos.

Conduta

Iniciamos nosso estudo dos crimes contra a família no capítulo que trata sobre
os crimes contra o casamento. Nesse sentido, a primeira conduta é o crime de
bigamia, que consiste na conduta de contrair casamento quando já se é casado.
Note que estamos diante de crime próprio, haja vista que só se admite a prá-
tica do delito por pessoa regularmente casada. Além disso, é crime de concurso
necessário, que requer a ação de duas pessoas (uma delas devendo já ser casa-
da).

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Entretanto, temos aqui uma exceção à teoria monista, pois a pessoa que não é ca-
sada, e contrai matrimônio com pessoa casada (sabendo dessa circunstância), irá

responder por um delito diferente!

Vejamos o que diz o CP:

§ 1º – Aquele que, não sendo casado, contrai casamento com pessoa casada, conhecen-
do essa circunstância, é punido com reclusão ou detenção, de um a três anos.

Logo, temos o seguinte cenário:

A realização de casamento religioso não irá configurar o delito, a não ser que a ce-

rimônia seja realizada com efeitos civis, nos termos da lei.

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Além disso, aquele que está separado judicialmente pode incidir no delito do art.

235, haja vista que legalmente falando, seu casamento ainda não estará extinto.

Bem Jurídico Tutelado

É a instituição do casamento.

Características

Não há a previsão de modalidade culposa para o delito de bigamia. A consu-

mação ocorre quando é celebrado o segundo casamento. Há polêmica na doutrina

quanto à tentativa, de modo que dificilmente tal assunto será objeto de prova, mas

para todos os efeitos, temos o seguinte:

A ação penal é pública incondicionada.

 Obs.: o CP prevê a exclusão da tipicidade do delito, no seguinte caso:

2º – Anulado por qualquer motivo o primeiro casamento, ou o outro por motivo que não
a bigamia, considera-se inexistente o crime.

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Induzimento a erro essencial e ocultação de Impedimento

Art. 236. Contrair casamento, induzindo em erro essencial o outro contraente, ou ocul-
tando-lhe impedimento que não seja casamento anterior:
Pena – detenção, de seis meses a dois anos.
Parágrafo único – A ação penal depende de queixa do contraente enganado e não pode
ser intentada senão depois de transitar em julgado a sentença que, por motivo de erro
ou impedimento, anule o casamento

Conduta

O art. 236 do CP apresenta uma peculiaridade: o autor induz em erro essen-

cial o outro contraente ou lhe oculta impedimento diferente de casamento

anterior.

Ao contrário do delito de bigamia, estamos diante de crime comum, que pode

ser praticado por qualquer pessoa. Por erro essencial entende-se o tipo de erro

previsto no art. 1557 do Código Civil, que embora relevante para a configuração da

conduta, dificilmente é cobrado na hora da prova:

Art. 1.557. Considera-se erro essencial sobre a pessoa do outro cônjuge:


I – o que diz respeito à sua identidade, sua honra e boa fama, sendo esse erro tal que
o seu conhecimento ulterior torne insuportável a vida em comum ao cônjuge enganado;
II – a ignorância de crime, anterior ao casamento, que, por sua natureza, torne insu-
portável a vida conjugal;
III – a ignorância, anterior ao casamento, de defeito físico irremediável que não caracte-
rize deficiência ou de moléstia grave e transmissível, por contágio ou por herança, capaz
de pôr em risco a saúde do outro cônjuge ou de sua descendência;

E por impedimento que não seja casamento anterior entende-se pela aplica-

ção do art. 1.521 do Código Civil:

Art. 1.521. Não podem casar:

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I – os ascendentes com os descendentes, seja o parentesco natural ou civil;

II – os afins em linha reta;

III – o adotante com quem foi cônjuge do adotado e o adotado com quem o foi do adotante;

IV – os irmãos, unilaterais ou bilaterais, e demais colaterais, até o terceiro grau inclusive;

V – o adotado com o filho do adotante;

VI – as pessoas casadas;

VII – o cônjuge sobrevivente com o condenado por homicídio ou tentativa de homicídio contra o

seu consorte.

Bem Jurídico Tutelado

É a organização jurídica matrimonial.

Características

O delito só admite a modalidade dolosa. A consumação do crime ocorre com

a realização do casamento.

Segundo a doutrina majoritária, não se admite a tentativa.

A ação penal é privada personalíssima, só podendo ser intentada pelo cônjuge

enganado:

Parágrafo único – A ação penal depende de queixa do contraente enganado e não pode
ser intentada senão depois de transitar em julgado a sentença que, por motivo de erro
ou impedimento, anule o casamento.

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Conhecimento Prévio de Impedimento

Art. 237. Contrair casamento, conhecendo a existência de impedimento que lhe cause
a nulidade absoluta:
Pena – detenção, de três meses a um ano.

Conduta

No art. 237 do CP, temos a conduta do indivíduo que contrai casamento conhe-

cendo a existência de impedimento que lhe cause nulidade absoluta.

Mais uma vez, a definição de impedimento é extraída do Código Civil (Art.

1.521), o qual já citamos anteriormente.

No entanto, se o impedimento for o do inciso IV do art. 1.521/CC (casamento

anterior) caracteriza-se o delito de bigamia, e não o de conhecimento prévio de

impedimento.

Além disso, note que a conduta típica do art. 237 é subsidiária à conduta do
art. 236, visto que o delito de conhecimento prévio de impedimento se caracteriza
até mesmo por meio da omissão do autor, sem existir necessidade da prática de
ato para ocultar o impedimento, como ocorre no art. 237!

Bem Jurídico Tutelado

É a regular formação da família.

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Características

O crime só admite a modalidade dolosa.

Assim como ocorre nos demais tipos relacionados ao casamento, a consumação


se dá no momento em que o casamento é celebrado, nos moldes do Código Civil.
A tentativa é admissível, embora de difícil configuração. A ação penal é pública in-
condicionada. O delito admite tanto a modalidade dolosa quanto a culposa.

Simulação de Autoridade para Celebração de Casamento

Art. 238. Atribuir-se falsamente autoridade para celebração de casamento:


Pena – detenção, de um a três anos, se o fato não constitui crime mais grave.

A atribuição jurídica para a celebração de casamentos é do juiz de paz, segun-


do nossa Constituição Federal. Se um indivíduo se atribuir falsamente autoridade
para celebrar casamento, irá incorrer no tipo penal do art. 238. As vítimas do delito,
portanto, são o Estado, e também os cônjuges de boa-fé que forem enganados pela

conduta do autor.

Bem Jurídico Tutelado

O bem jurídico tutelado é a ordem jurídica matrimonial.

Características

O delito é comum, visto que pode ser praticado por qualquer um que atribuir-se

falsamente autoridade para celebrar casamento. A consumação ocorre no momen-

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to da atribuição falsa de autoridade para celebrar casamentos por parte do agente,

independentemente da celebração do matrimônio. Trata-se, portanto, de cri-

me formal.

A tentativa é admissível.

A ação penal é pública incondicionada.

Simulação de casamento

Art. 239. Simular casamento mediante engano de outra pessoa:


Pena – detenção, de um a três anos, se o fato não constitui elemento de crime mais
grave.

No delito em estudo, o autor simula o casamento mediante engano de outra pessoa

(não necessariamente atuando como celebrante). Essa outra pessoa, segundo a dou-

trina, deve ser o outro contraente ou algum envolvido cujo consentimento seja

necessário para a realização do casamento.

O sujeito ativo, portanto, pode ser qualquer pessoa: Um dos contraentes, ambos (em

concurso), as testemunhas, ou mesmo o juiz de paz.

Bem Jurídico Tutelado

Da mesma forma que nos demais delitos do capítulo, é a ordem jurídica matrimonial.

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Características

O delito em estudo só admite a forma dolosa.

Sua consumação ocorre quando ocorre a simulação do casamento – ainda que

o matrimônio não venha a ser efetivamente realizado.

A tentativa é admissível. A ação penal é pública incondicionada.

Registro de Nascimento Inexistente

Art. 241. Promover no registro civil a inscrição de nascimento inexistente:


Pena – reclusão, de dois a seis anos.

Esse delito é um dos mais simples da aula de hoje. Trata da conduta do indiví-

duo que promove registro civil de nascimento que não existiu. A única observação

de maior importância é a seguinte:

O delito de falsidade ideológica (Art. 299 CP) é absorvido pelo delito do art. 241

em estudo.

O delito é COMUM, motivo pelo qual o sujeito ativo pode ser qualquer indivíduo.

O sujeito passivo é o Estado.

Bem Jurídico Tutelado

O bem jurídico tutelado é a segurança do estado de filiação.

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Características

O delito em estudo admite apenas a forma dolosa. A consumação ocorre quando

se dá a inscrição, no registro civil, de nascimento inexistente.

A tentativa é admissível. A ação penal é pública incondicionada.

Parto Suposto, Supressão ou Alteração de Direito Inerente ao Estado

Civil do Recém-Nascido

Art. 242. Dar parto alheio como próprio; registrar como seu o filho de outrem; ocultar
recém-nascido ou substituí-lo, suprimindo ou alterando direito inerente ao estado civil:
Pena - reclusão, de dois a seis anos.
Parágrafo único – Se o crime é praticado por motivo de reconhecida nobreza:
Pena – detenção, de um a dois anos, podendo o juiz deixar de aplicar a pena.

Conduta

Enquanto no art. 241 temos o registro de nascimento que não ocorreu, no art.

242 temos diversas condutas um pouco mais específicas:

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Crimes Contra a Família
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Bem Jurídico Tutelado

É a fé pública de documentos oficiais.

Características

O delito admite apenas a forma dolosa. A tentativa é admissível em todos os

casos.

A consumação ocorre nos seguintes momentos:

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Crimes Contra a Família
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A ação penal é pública incondicionada.

 Obs.: segundo a doutrina, crime de falsidade cometido para possibilitar a

prática do art. 242-CP é absorvida por este último, respondendo o

agente apenas pelo delito em estudo.

Por fim, o tipo penal em estudo prevê ainda a possibilidade de uma forma privi-

legiada, que inclusive torna possível o perdão judicial:

Parágrafo único – Se o crime é praticado por motivo de reconhecida nobreza: 


Pena – detenção, de um a dois anos, podendo o juiz deixar de aplicar a pena.

Segundo a doutrina, motivo de reconhecida nobreza é aquele que de-

monstra notória generosidade ou solidariedade do autor (como por exemplo, o

casal que registra como seu o filho de uma pessoa que não teria condições de ali-

mentar o próprio filho, sem se utilizar do processo regular de adoção).

Sonegação de Estado de Filiação

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Art. 243. Deixar em asilo de expostos ou outra instituição de assistência filho próprio
ou alheio, ocultando-lhe a filiação ou atribuindo-lhe outra, com o fim de prejudicar di-
reito inerente ao estado civil:
Pena – reclusão, de um a cinco anos, e multa.

Conduta

Esse delito é bastante simples, mas chamo a sua atenção para a peculiaridade

de que o abandono deve ocorrer em asilo de expostos ou outra instituição de

assistência.

Se o abandono acontecer em outro local, diverso dos listados no tipo penal, irá se

configurar o delito de abandono de incapaz ou de exposição ou abandono de

recém-nascido, dependendo do caso concreto.

O crime é comum (praticável por qualquer pessoa), e pode ser praticado contra

o próprio filho ou filho de terceiro.

§ 1º – Está sujeito às mesmas penas quem

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É a segurança do estado de filiação.

Características

O delito é material, de modo que requer a supressão ou alteração do estado

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civil da criança. O delito admite apenas a modalidade dolosa, e requer a finalida-

de específica de querer prejudicar direito inerente ao estado civil da vítima.

A tentativa é admissível.

A consumação ocorre quando o agente abandona a criança nos locais previstos

no tipo penal, atribuindo a ela outra filiação ou simplesmente lhe ocultando sua

filiação verdadeira.

A ação penal é pública incondicionada.

Abandono Material

Art. 244. Deixar, sem justa causa, de prover a subsistência do cônjuge, ou de filho me-
nor de 18 (dezoito) anos ou inapto para o trabalho, ou de ascendente inválido ou maior
de 60 (sessenta) anos, não lhes proporcionando os recursos necessários ou faltando ao
pagamento de pensão alimentícia judicialmente acordada, fixada ou majorada; deixar,
sem justa causa, de socorrer descendente ou ascendente, gravemente enfermo: (Reda-
ção dada pela Lei n. 10.741, de 2003)
Pena – detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos e multa, de uma a dez vezes o maior
salário mínimo vigente no País.
Parágrafo único – Nas mesmas penas incide quem, sendo solvente, frustra ou ilide, de
qualquer modo, inclusive por abandono injustificado de emprego ou função, o pagamen-
to de pensão alimentícia judicialmente acordada, fixada ou majorada.

Conduta

O delito em estudo é crime próprio, que se divide nas seguintes formas e pode

ser praticado pelos seguintes indivíduos:

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O delito em estudo também é de tipo misto cumulativo. Por esse motivo, se o

autor praticar mais de uma das condutas previstas, irá responder por cada uma

delas, em concurso material.

Bem Jurídico Tutelado

É o organismo familiar.

Características

O delito é omissivo puro, de modo que só pode ser praticado mediante uma

omissão do autor. Por esse motivo, não admite a tentativa. A consumação se dá

quando o autor falta ao pagamento da pensão alimentícia, deixa de prover subsis-

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tência ou deixa de prestar socorro à vítima (dependendo da modalidade praticada).

Trata-se de crime permanente, cuja consumação se protrai no tempo.

A ação penal é pública incondicionada.

Entrega de filho menor para pessoa inidônea

Art. 245. Entregar filho menor de 18 (dezoito) anos a pessoa em cuja companhia saiba
ou deva saber que o menor fica moral ou materialmente em perigo: (Redação dada pela
Lei n. 7.251, de 1984)
Pena – detenção, de 1 (um) a 2 (dois) anos. (Redação dada pela Lei n. 7.251, de 1984)
§ 1º – A pena é de 1 (um) a 4 (quatro) anos de reclusão, se o agente pratica delito
para obter lucro, ou se o menor é enviado para o exterior. (Incluído pela Lei n. 7.251,
de 1984)
§ 2º – Incorre, também, na pena do parágrafo anterior quem, embora excluído o pe-
rigo moral ou material, auxilia a efetivação de ato destinado ao envio de menor para o
exterior, com o fito de obter lucro.

Conduta

A conduta do art. 245 é crime próprio: só podem ser sujeitos ativos os pais

(mesmo que adotivos), que entregam filho menor de 18 anos para pessoa que co-

loca o menor em perigo moral ou material.

Tutores não podem praticar o delito do art. 245 do CP.

Embora o art. 245 em si seja crime próprio, a conduta equiparada do parágrafo 2º

é crime comum – e pode ser praticado por qualquer pessoa.

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É a assistência familiar aos filhos menores.

Características

O art. 245 é crime de perigo presumido. Não há previsão de modalidade

culposa.

A consumação se dá com a entrega do menor à pessoa, ainda que este não so-

fra qualquer mal em razão da conduta dos pais. A tentativa é admissível, e a ação

penal é pública incondicionada.

Formas Qualificadas:

O delito possui duas formas qualificadas, que merecem ser lidas em sua inte-

gralidade:

§ 1º – A pena é de 1 (um) a 4 (quatro) anos de reclusão, se o agente pratica delito


para obter lucro, ou se o menor é enviado para o exterior. (Incluído pela Lei n. 7.251,
de 1984)
§ 2º – Incorre, também, na pena do parágrafo anterior quem, embora excluído o perigo
moral ou material, auxilia a efetivação de ato destinado ao envio de menor para o exte-
rior, com o fito de obter lucro.

Abandono Intelectual

Art. 246. Deixar, sem justa causa, de prover à instrução primária de filho em idade
escolar:
Pena – detenção, de quinze dias a um mês, ou multa.

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Conduta

Ao contrário do que muitos pensam, deixar, sem justa causa, de prover instru-

ção do filho em idade escolar é crime!

Obviamente, trata-se de crime próprio, cujo sujeito ativo só podem ser os pais.

O sujeito passivo do delito, segundo a doutrina, é a criança entre 7 e 14 anos,

que é a chamada idade escolar obrigatória.

Bem Jurídico Tutelado

É o direito à educação primária dos filhos.

Características

O crime é omissivo puro, que se caracteriza com uma omissão dos autores.

Por esse motivo, não admite a tentativa.

Os pais são obrigados a prover a instrução primária dos filhos mesmo que estes

residam em outro local.

O delito só admite a forma dolosa. A consumação requer que os pais sejam

omissos por tempo juridicamente relevante, segundo a doutrina. A ação penal é

pública incondicionada.

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Abandono Moral

Art. 247. Permitir alguém que menor de dezoito anos, sujeito a seu poder ou confiado
à sua guarda ou vigilância:

I – frequente casa de jogo ou mal-afamada, ou conviva com pessoa viciosa ou de má


vida;
II – frequente espetáculo capaz de pervertê-lo ou de ofender-lhe o pudor, ou participe
de representação de igual natureza;
III – resida ou trabalhe em casa de prostituição;
IV – mendigue ou sirva a mendigo para excitar a comiseração pública:
Pena – detenção, de um a três meses, ou multa.

Conduta

Abandono moral é o nome utilizado pela doutrina para tratar do art. 247 do

CP (tal nomenclatura não está expressa no Código Penal).

Enquanto no abandono intelectual os pais (ou qualquer pessoa que tenham me-

nores de 18 anos sob sua guarda) deixam de prover educação obrigatória para seus

filhos, no abandono moral o autor permite que menor de 18 anos sob sua guarda

se envolvam nas condutas previstas nos incisos de I a IV.

O delito do art. 247 é considerado crime comum, pela parcela majoritária

da doutrina, embora existam posicionamentos contrários.

Para fins de prova, lembre-se que sua configuração não se restringe às

condutas praticadas pelos pais!

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É a educação e a formação do menor.

Características

O tipo penal em estudo é misto cumulativo. Dessa forma, se o autor permitir

que o menor de 18 anos pratique as condutas de mais de um inciso, deverá res-

ponder pois mais de um crime, em concurso material.

O delito não admite a forma culposa. A consumação pode ocorrer em dois mo-

mentos:

A tentativa é admissível apenas no caso de autorização ANTERIOR à pratica do

comportamento pela vítima. A ação penal é pública incondicionada.

Induzimento a fuga, entrega arbitrária ou sonegação de incapazes

Art. 248. Induzir menor de dezoito anos, ou interdito, a fugir do lugar em que se acha
por determinação de quem sobre ele exerce autoridade, em virtude de lei ou de ordem
judicial; confiar a outrem sem ordem do pai, do tutor ou do curador algum menor de
dezoito anos ou interdito, ou deixar, sem justa causa, de entregá-lo a quem legitima-
mente o reclame:

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Pena – detenção, de um mês a um ano, ou multa.

Conduta

O capítulo IV do Título VII do CP possui apenas dois delitos. O primeiro deles

(art. 248), tem o enunciado um pouco confuso, mas trata das seguintes condutas:

O crime é comum, e pode ser praticado por qualquer pessoa.

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É o poder familiar e a tutela.

Características

O tipo penal em estudo também é misto cumulativo. Dessa forma, se o autor

pratica mais de uma das condutas listadas, responde por mais de um crime, em

concurso material. O delito não admite a forma culposa.

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A tentativa é possível apenas nas formas induzir e entregar, de modo que a

doutrina entende ser impossível a tentativa na forma de sonegação de incapa-

zes.

A ação penal é pública incondicionada.

Subtração de incapazes

Art. 249. Subtrair menor de dezoito anos ou interdito ao poder de quem o tem sob sua
guarda em virtude de lei ou de ordem judicial:
Pena – detenção, de dois meses a dois anos, se o fato não constitui elemento de outro
crime.
§ 1º – O fato de ser o agente pai ou tutor do menor ou curador do interdito não o exime
de pena, se destituído ou temporariamente privado do pátrio poder, tutela, curatela ou
guarda.
§ 2º – No caso de restituição do menor ou do interdito, se este não sofreu maus-tratos
ou privações, o juiz pode deixar de aplicar pena.

Conduta

O último delito da aula de hoje trata da subtração de incapazes. É crime

comum, que consiste na subtração de menor de 18 anos ou interdito ao poder de

quem o tem sob sua guarda em virtude de lei ou de ordem judicial.

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É o poder familiar e a tutela.

Características

O crime requer que o menor (ou interdito) seja efetivamente retirado da esfera

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de vigilância de seu responsável. Isso ocorre pois, do contrário, não se configura a

subtração, que é elemento chave do tipo penal em estudo. O delito admite ape-

nas a forma dolosa

A tentativa é admissível. A consumação do delito ocorre no momento da subtra-

ção do incapaz – independentemente do êxito do autor em ter a posse pacífica da

vítima da subtração.

A ação penal é pública incondicionada.

 Obs.: merece destaque a modalidade de perdão judicial específica para o delito

em estudo:

§ 2º – No caso de restituição do menor ou do interdito, se este não sofreu maus-tratos


ou privações, o juiz pode deixar de aplicar pena.

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RESUMO

Crimes contra a paz pública

Incitação ao Crime

• Art. 286. Incitar, publicamente, a prática de crime;

• Se o indivíduo (ou os vários indivíduos) incitados vierem efetivamente a pra-

ticar o delito, o instigador deve responder também pelo delito praticado pelos

indivíduos que ele incitou.

Apologia de crime ou criminoso

• Fazer, publicamente, apologia de fato criminoso ou de autor de crime;

• Há divergência na doutrina, mas a parcela majoritária entende que o fato

criminoso deve ser certo e ter efetivamente ocorrido para a configuração do

delito.

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• O discurso realizado publicamente em favor da legalização das drogas já foi

objeto de análise pelo STF (Informativo 631). A Suprema Corte entendeu que

o exercício dos direitos de reunião e de manifestação do pensamento excluem

qualquer interpretação que possa ensejar a criminalização da defesa da lega-

lização das drogas.

Associação Criminosa

• Art. 288. Associarem-se 3 (três) ou mais pessoas, para o fim específico de

cometer crimes;

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• A absolvição de um dos agentes irá desconfigurar o delito de organização cri-

minosa, se não restarem ao menos outros três autores!

Constituição de Milícia Privada

• Art. 288-A. Constituir, organizar, integrar, manter ou custear organização

paramilitar, milícia particular, grupo ou esquadrão com a finalidade de praticar

qualquer dos crimes previstos neste Código;

• Embora a lei não informe quantos indivíduos são necessários para a configu-

ração do delito em estudo, a doutrina entende que deve-se aplicar a mesma

regra do art. 288 (3 ou mais indivíduos);

• A norma não irá incidir no caso de grupos de indivíduos destinados à prática

de genocídio, haja vista que este crime não está previsto no Código Penal!

Crimes contra a família

Bigamia

• Art. 235. Contrair alguém, sendo casado, novo casamento;

• Entretanto, temos aqui uma exceção à teoria monista, pois a pessoa que não

é casada e contrai matrimônio com pessoa casada (sabendo dessa circuns-

tância) irá responder por um delito diferente!

• A realização de casamento religioso não irá configurar o delito, a não ser que

a cerimônia seja realizada com efeitos civis, nos termos da lei.

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Induzimento a erro essencial e ocultação de Impedimento

• Art. 236. Contrair casamento, induzindo em erro essencial o outro contraen-

te, ou ocultando-lhe impedimento que não seja casamento anterior;

• A ação penal é privada personalíssima, só podendo ser intentada pelo cônju-

ge enganado;

Conhecimento Prévio de Impedimento

• Art. 237. Contrair casamento, conhecendo a existência de impedimento que

lhe cause a nulidade absoluta;

• Se o impedimento for o do inciso IV do art. 1.521/CC (casamento anterior)

caracteriza-se o delito de bigamia, e não o de conhecimento prévio de im-

pedimento;

Simulação de Autoridade para Celebração de Casamento

• Art. 238. Atribuir-se falsamente autoridade para celebração de casamento;

Simulação de Casamento

• Art. 239. Simular casamento mediante engano de outra pessoa;

• O sujeito ativo, portanto, pode ser qualquer pessoa: um dos contraentes, am-

bos (em concurso), as testemunhas, ou mesmo o juiz de paz;

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Registro de Nascimento Inexistente

• Art. 241. Promover no registro civil a inscrição de nascimento inexistente;

• O delito de falsidade ideológica (Art. 299 CP) é absorvido pelo delito do art.

241;

Parto Suposto, Supressão ou Alteração de Direito Inerente ao


Estado Civil do Recém-Nascido

• Art. 242. Dar parto alheio como próprio; registrar como seu o filho de ou-

trem; ocultar recém-nascido ou substituí-lo, suprimindo ou alterando direito

inerente ao estado civil;

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Sonegação de Estado de Filiação

• Art. 243. Deixar em asilo de expostos ou outra instituição de assistência filho

próprio ou alheio, ocultando-lhe a filiação ou atribuindo-lhe outra, com o fim

de prejudicar direito inerente ao estado civil;

• Se o abandono acontecer em outro local, diverso dos listados no tipo penal,

irá se configurar o delito de abandono de incapaz ou de exposição ou aban-

dono de recém-nascido, dependendo do caso concreto;

Abandono Material

• Art. 244. Deixar, sem justa causa, de prover a subsistência do cônjuge, ou de

filho menor de 18 (dezoito) anos ou inapto para o trabalho, ou de ascendente

inválido ou maior de 60 (sessenta) anos, não lhes proporcionando os recursos

necessários ou faltando ao pagamento de pensão alimentícia judicialmente

acordada, fixada ou majorada; deixar, sem justa causa, de socorrer descen-

dente ou ascendente, gravemente enfermo;

• O delito em estudo também é de tipo misto cumulativo. Por esse motivo, se

o autor praticar mais de uma das condutas previstas, irá responder por cada

uma delas, em concurso material;

Entrega de filho menor a pessoa inidônea

• Entregar filho menor de 18 (dezoito) anos a pessoa em cuja companhia saiba

ou deva saber que o menor fica moral ou materialmente em perigo;

• Tutores não podem praticar o delito do art. 245 do CP!

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• Embora o art. 245 em si seja crime próprio, a conduta equiparada do parágra-

fo 2º é crime comum – e pode ser praticado por qualquer pessoa:


§ 2º – Incorre, também, na pena do parágrafo anterior quem, embora excluído o perigo
moral ou material, auxilia a efetivação de ato destinado ao envio de menor para o exte-
rior, com o fito de obter lucro.

Abandono Intelectual

• Art. 246. Deixar, sem justa causa, de prover à instrução primária de filho em

idade escolar;

• Os pais são obrigados a prover a instrução primária dos filhos mesmo que

estes residam em outro local.

Abandono Moral

• Permitir alguém que menor de dezoito anos, sujeito a seu poder ou confiado

à sua guarda ou vigilância:

I – frequente casa de jogo ou mal-afamada, ou conviva com pessoa viciosa ou

de má vida;

II – frequente espetáculo capaz de pervertê-lo ou de ofender-lhe o pudor, ou par-

ticipe de representação de igual natureza;

III – resida ou trabalhe em casa de prostituição;

IV – mendigue ou sirva a mendigo para excitar a comiseração pública;

• O delito do art. 247 é considerado crime comum, pela parcela majoritária da

doutrina, embora existam posicionamentos contrários.

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–– Para fins de prova, lembre-se que sua configuração não se restringe às

condutas praticadas pelos pais!

• O tipo penal em estudo é misto cumulativo. Dessa forma, se o autor permitir

que o menor de 18 anos pratique as condutas de mais de um inciso, deverá

responder pois mais de um crime, em concurso material;

Induzimento a fuga, entrega arbitrária ou sonegação de incapazes

• Art. 248. Induzir menor de dezoito anos, ou interdito, a fugir do lugar em

que se acha por determinação de quem sobre ele exerce autoridade, em vir-

tude de lei ou de ordem judicial; confiar a outrem sem ordem do pai, do tutor

ou do curador algum menor de dezoito anos ou interdito, ou deixar, sem justa

causa, de entregá-lo a quem legitimamente o reclame;

Subtração de incapazes

• Art. 249. Subtrair menor de dezoito anos ou interdito ao poder de quem o

tem sob sua guarda em virtude de lei ou de ordem judicial;

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