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DIREITO PENAL

Concurso de Pessoas

SISTEMA DE ENSINO

Livro Eletrônico
DIREITO PENAL
Concurso de Pessoas
Douglas Vargas

Sumário
Apresentação......................................................................................................................................................................3
Concurso de Pessoas.....................................................................................................................................................4
1. Concurso de Pessoas.................................................................................................................................................4
1.1. Coautores e Partícipes...........................................................................................................................................5
1.2. Requisitos do Concurso de Pessoas.............................................................................................................5
1.3. Pluralidade de Agentes e Condutas (3).......................................................................................................6
1.4. Relevância Causal e Jurídica das Condutas (3). ......................................................................................6
1.5. Vínculo Subjetivo Entre os Agentes (3).......................................................................................................7
1.6. Identidade de Infração Penal (3). . ....................................................................................................................8
1.7. Teorias Sobre o Concurso de Pessoas.........................................................................................................8
1.8. Autoria Colateral......................................................................................................................................................9
2. Autoria, Coautoria e Participação. . ................................................................................................................. 10
2.1. Autor............................................................................................................................................................................. 10
2.2. O “Problema do Partícipe”.. ..............................................................................................................................12
2.3. Teoria do Domínio do Fato. . ...............................................................................................................................12
2.4. Outras Classificações de Autoria. ................................................................................................................13
3. Comunicabilidade de Circunstâncias Pessoais. .......................................................................................19
4. Impunibilidade. . ...........................................................................................................................................................21
5. Concurso de Pessoas em Crimes Culposos. .............................................................................................. 22
6. Concurso de Pessoas em Crimes Omissivos. ............................................................................................ 22
Resumo................................................................................................................................................................................ 24
Questões de Concurso................................................................................................................................................27
Gabarito...............................................................................................................................................................................34
Gabarito Comentado....................................................................................................................................................35

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Apresentação
Olá, querido(a) aluno(a)!
Compreender a prática de uma única infração penal por um só autor já é algo que requer
um bom entendimento de nossa disciplina. No entanto, é hora de dar o próximo passo e aden-
trar as possibilidades de concurso no direito penal. Na aula de hoje, iremos estudar, especifica-
mente e detalhadamente o tema:
• Concurso de pessoas.

Assim, vamos entender de forma detalhada que acontece e quais são os requisitos do con-
curso de pessoas. Ao final, faremos exercícios para fixação.
Ao final, como de praxe, faremos uma lista de exercícios completa e atualizada sobre os
temas apresentados, a fim de fixarmos os temas estudados e alcançarmos níveis mais apro-
fundados de conhecimento.
Vamos nessa!
Bons estudos!

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CONCURSO DE PESSOAS
1. Concurso de Pessoas
Enquanto o concurso de crimes trata da execução de mais de um delito pelo mesmo agen-
te, o concurso de pessoas trata da execução de um crime por mais de um agente.
Primeiramente, vamos ver o que diz o Código Penal:

TÍTULO IV
DO CONCURSO DE PESSOAS

CP, Art. 29 - Quem, de qualquer modo, concorre para o crime incide nas penas a este cominadas, na
medida de sua culpabilidade.

O conteúdo do art. 29 é básico, no entanto já nos permite fazer uma pergunta relevante:
O concurso de pessoas é sempre opcional?
Via de regra os tipos penais necessitam apenas de um indivíduo para a sua prática. Even-
tualmente, quando tais delitos são praticados por mais de um indivíduo, dizemos que ocorreu
o chamado concurso eventual – que nada mais é do que um concurso de pessoas realizado
de forma opcional.
Excepcionalmente, entretanto, o Código Penal e outras leis especiais apresentam figuras
típicas que exigem a pluralidade de agentes para sua configuração. São os chamados delitos
de concurso necessário.

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1.1. Coautores e Partícipes


Outro ponto sobre o qual o Código Penal não trata de forma explícita versa sobre a clas-
sificação dos indivíduos que concorrem para a realização de uma infração penal. Estamos
falando, é claro, da divisão em autoria/coautoria e participação:

Dependendo da situação, portanto, o indivíduo poderá ser considerado autor, coautor, ou


participe da conduta criminosa.
Certo. Já sabemos que o concurso de pessoas está dividido em eventual e necessário, e
que aqueles que concorrem para a execução de um delito podem ser classificados, em regra,
como autores, coautores e partícipes. Vamos seguir adiante.

1.2. Requisitos do Concurso de Pessoas


Para a configuração do concurso de pessoas não basta simplesmente que dois autores
concorram para a execução de um crime. Existem alguns requisitos que precisam ser observa-
dos – e você vai conhecê-los agora.

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1.3. Pluralidade de Agentes e Condutas (3)


O primeiro tópico, como já falamos, é simples: Deve haver mais de um agente praticando
cada um uma conduta relevante para a prática da infração penal.
A observação sobre o inimputável é muito importante pois é recorrente em provas. Muitas
vezes, um menor de idade vai agir em concurso com um maior de idade. Nesses casos, acon-
tece o seguinte:

1.4. Relevância Causal e Jurídica das Condutas (3)


O segundo requisito, relevância causal e jurídica da conduta também é muito querido pelos
examinadores. Questões nas quais um dos partícipes executa uma conduta considerada irrele-
vante para a realização do delito são muito comuns, e você deve ficar bastante atento a essa in-
formação: Se a conduta do indivíduo for um irrelevante penal, não existirá concurso de pessoas.

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Por exemplo:

Note que, no caso acima, a conduta de Aurélio em nada influiu na prática do delito. Empres-
tando ou não a arma para John, o homicídio teria sido praticado. Houve a quebra da relevância
causal de sua conduta, de modo que não se pode mais falar em concurso de pessoas!

1.5. Vínculo Subjetivo Entre os Agentes (3)


O vínculo subjetivo entre os agentes, também chamado de liame subjetivo, nada mais é do
que a vontade de agir em conjunto na pratica do delito.

Este vínculo não se confunde com a chamada “prévia combinação – pactum sceleris”. Não há
a necessidade de que os agentes tenham combinado previamente para que exista o concurso
de pessoas.

Por exemplo:

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Na situação acima, a conduta de Tyler irá contribuir para o delito de furto a ser praticado
por um terceiro. Embora não tenha existido prévia combinação, Tyler quis atuar para auxiliar o
infrator, de modo que ficou configurada sua vontade de aderir à prática criminosa (a chamada
convergência de vontade).

1.6. Identidade de Infração Penal (3)


O último requisito apresentado é a identidade de infração penal. Todos os indivíduos con-
correntes em uma infração penal, em regra, devem responder pelo MESMO crime.
Para entender melhor esse requisito precisamos estudar as teorias sobre o concurso de
pessoas – que veremos a seguir.

1.7. Teorias Sobre o Concurso de Pessoas


Existem basicamente três teorias sobre o concurso de agentes: teoria monista, pluralista e
dualista. Para fins de concurso público, no entanto, basta que você domine duas delas: A teoria
monista e a teoria pluralista.

Dessa forma, quando dois indivíduos concorrem para a prática de uma transgressão da lei
penal, responderão pelo mesmo crime. Por exemplo:

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A situação acima é bastante simples: Ambas as envolvidas (Sansa como partícipe e Arya
como Autora) irão responder pelo mesmo crime (Art. 121 CP – Homicídio). Temos, claramente,
a aplicação da teoria monista.
Embora essa seja a regra geral, excepcionalmente o legislador vai fazer a previsão da con-
duta de cada agente em um tipo penal diverso. Por exemplo:

Na situação acima, Tyrion irá incidir no art. 333 do Código Penal (Corrupção ATIVA), en-
quanto que Bronn terá praticado o art. 317 (Corrupção PASSIVA). Estamos diante de um único
fato, mas de um crime para cada agente delitivo – aplica-se, portanto, a teoria pluralista.

1.8. Autoria Colateral


Perceber a importância da convergência de vontades é fundamental para que você não
confunda o concurso de pessoas com a chamada autoria colateral:

Na autoria colateral dois agentes concorrem para um mesmo resultado delituoso - porém um
não conhece a vontade do outro.

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É recorrente o exemplo em provas de concursos no qual dois indivíduos envenenam uma


mesma pessoa, sem saber da vontade do outro de matar a vítima. Nesse caso, não teremos
um concurso de pessoas, e sim a autoria colateral (cada um responderá pelos atos que prati-
cou de forma desvinculada).
No entanto, se estivermos diante de dois indivíduos que quiseram contribuir para um mes-
mo resultado delitivo e cujas condutas tiveram relevância para causar o resultado criminoso,
estaremos diante do concurso de pessoas. A diferença parece sutil, mas não é.
Como sempre, vamos comparar dois exemplos para que você entenda melhor:

Veja como agora ficou fácil entender a diferença entre a autoria colateral e o concurso de
pessoas: No concurso de pessoas, há a chamada unidade de desígnios. O agente sabe da
intenção delituosa do outro e deseja ajudá-lo a perpetrar a conduta – havendo ou não uma
combinação prévia entre eles.
Já na autoria colateral temos uma mera coincidência. Dois indivíduos, sem saber que há
outro indivíduo está tentando cometer um mesmo crime de forma simultânea.

2. Autoria, Coautoria e Participação


Para finalizar a aula de hoje, precisamos discutir em detalhes os conceitos de autoria, co-
autoria e participação.

2.1. Autor
A concepção majoritariamente adotada para a definição do autor do crime e sua diferencia-
ção para o partícipe vem da chamada teoria objetivo-formal.
Segundo tal teoria, temos o seguinte:

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Esses conceitos ficam fáceis de entender com um exemplo. Vejamos:

Filme: Truque de Mestre (2013)

No filme Now you see me (Truque de Mestre), o personagem Dylan Rhodes (interpretado por Mark
Ruffalo) seleciona quatro indivíduos para perpetrar diversas condutas delituosas em seu nome.
Enquanto a equipe pratica roubos e outras fraudes de forma direta, Dylan fica apenas na retaguarda,
contribuindo para a execução dos delitos sem executar o núcleo dos tipos penais.

Na situação acima, todos os envolvidos responderão pelos delitos praticados, no entanto Da-
niel e Merritt responderão pela autoria/coautoria (pois executaram os núcleos dos tipos penais,

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ou seja, o verbo das condutas de roubo e fraude) e Dylan responderá como partícipe (pois não
executou o elemento dos tipos penais, apenas instigando e auxiliando os demais a fazê-lo).

2.2. O “Problema do Partícipe”


Observando a situação acima, é possível notar que a teoria em estudo possui um pequeno
problema: algumas vezes, há um plano de execução de um delito que levará alguém com uma
participação de grande importância a ser considerado partícipe, o que irá influir no cálculo da
pena, beneficiando indevidamente o agente delitivo.
Em outras palavras: O indivíduo cuja conduta é a mais importante receberá uma pena me-
nor, por nunca ter “colocado a mão na massa”, por assim dizer.
No caso do filme Truque de Mestre, por exemplo, Dylan não era mero partícipe: Ele arqui-
tetou um plano complexo e utilizou os quatro outros membros para executar o seu intento.
Comandou e coordenou as ações do grupo, e o tempo todo tinha o domínio dos resultados
dessas ações.

No fim das contas, como poderia Dylan receber a menor das penas, quando o plano foi
todo arquitetado por ele?

É obvio que punir Dylan como partícipe seria inadequado. Afinal de contas, a sua conduta
não era de menor importância! Pelo contrário: suas ações foram as mais importantes, a des-
peito de nunca ter executado diretamente nenhum dos delitos.
Felizmente, a solução para esse problema existe, sendo apresentada por uma outra teoria,
a chamada teoria do domínio do fato.

2.3. Teoria do Domínio do Fato


A teoria do domínio do fato passou a ser objeto de provas de concursos após a famosa
Ação Penal 470/STF, que tratou do caso que foi apelidado pela mídia como mensalão.
Nessa ação penal, foi aplicada a teoria do domínio do fato para equiparar a conduta dos
indivíduos que decidiram e ordenaram a prática de delitos a seus subordinados, de modo que
estes não fossem considerados como meros partícipes quando na verdade, tinham uma parti-
cipação mais importante.

Por força da teoria do domínio do fato, uma participação importante (como a de quem dá or-
dens para a realização de condutas criminosas) poderá ser considerada como autoria, e não
como participação, mesmo que o autor não pratique o núcleo do tipo penal.

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Assim, a doutrina denomina de autor intelectual aquele que planeja a empreitada crimino-
sa para ser executada por outras pessoas.
Por fim, ressaltamos que a teoria adotada pelo nosso Código Penal (art. 29) é a objetivo-
-formal. Contudo, destaca-se que a doutrina tem adotado cada vez mais a teoria do domínio
do fato (seguida pelos Tribunais Superiores).

2.4. Outras Classificações de Autoria


• Autoria Imediata

A autoria imediata é a regra: É aquela que ocorre quando o próprio indivíduo executa a con-
duta delituosa diretamente, sem utilizar de um terceiro para tal.
Vejamos um exemplo:

Indivíduo desfere golpes de faca contra seu inimigo, levando-o a óbito.

Quanto à autoria imediata, temos uma observação interessante que já foi objeto de prova:

• Autoria Mediata

A autoria mediata, por sua vez, é aquela utilizada por um indivíduo que se utiliza de um ter-
ceiro como instrumento para executar seu intento criminoso.
Na autoria mediata, obviamente, o terceiro é inocente, está atuando sem intenção de parti-
cipar da empreitada criminosa – afinal de contas, se o terceiro tivesse a intenção de participar
do crime seria considerado coautor.
A conduta praticada, é claro, será imputada ao autor mediato, e não ao terceiro que agiu
de forma inocente.
A autoria mediata possui diversas variações. Vejamos quais são:

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• Observações sobre a Autoria Mediata

Ainda sobre a autoria mediata, são observações importantes para fins de prova:

Ainda dentro da autoria mediata, vejamos uma questão de prova:

001. (CESPE/CEBRASPE/2021/POLÍCIA FEDERAL/DELEGADO DE POLÍCIA FEDERAL)


Conforme a autoria de escritório, tanto o agente que dá a ordem como o que cumpre respon-
dem pelo tipo penal.

Prezado(a) aluno(a), a autoria de escritório também é chamada de autoria mediata especial ou


particular. Vejamos a explicação de Rogério Sanches sobre o tema:

É o caso do agente que emite a ordem para que outro indivíduo, igualmente culpável, pratique o fato
criminoso. Esta espécie de autoria pode ser comumente identificada no âmbito de organizações cri-
minosas, estruturadas hierarquicamente, em que certo indivíduo, exercendo funções de comando,
determina o cometimento de crimes por agentes que se encontram em posições subalternas e que
podem substituir-se, ou seja, se aquele a quem foi originariamente emitida a ordem não a cumpre,
outro membro da organização poderá fazê-lo.

Dessa forma, a relação daquele que dá ordem e daquele que a cumpre é de autoria e não de
participação. Portanto, o executor e o determinador são culpáveis, ou seja, são tidos como
autores responsáveis com pleno domínio do fato.
Certo.

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• Autoria Colateral

A autoria colateral você já conhece. Também chamada de autoria paralela, é aquela que
ocorre quando dois ou mais indivíduos concorrem para uma conduta visando um mesmo re-
sultado, porém desconhecem a intenção uns dos outros.
Como não há liame subjetivo, na autoria colateral não existe concurso de pessoas.
• Observações sobre a autoria colateral:

Em primeiro lugar, a autoria colateral pode resultar na autoria incerta, quando por algum mo-
tivo, após a execução do delito, não for possível determinar qual dos autores causou o resultado!
Além disso, quando ocorre uma autoria colateral em que o resultado só ocorreu com
a soma das condutas praticadas, temos a chamada autoria acessória ou autoria colateral
complementar.
Para entender melhor:

• Autoria de reserva

É aquela autoria perpetrada pelo indivíduo que “fica esperando para ver se vai tudo dar tudo
certo”. Veja um exemplo simples:

A e B decidem praticar um roubo a transeunte.


B fica aguardando a execução do delito por parte de A, observando escondido e decidindo
atuar apenas se A não conseguir subtrair os bens da vítima sem ajuda.

Nessa situação, note que B poderá responder como coautor ou partícipe, dependendo do
desfecho da situação no caso concreto.
As classificações doutrinárias de autoria são inúmeras. Felizmente as que apresentamos
até agora são as mais importantes e que são mais cobradas em prova. É hora de passar para
o próximo tópico: A participação.

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Participação

A participação é a conduta criminosa do indivíduo que não realiza a figura típica (o núcleo)
da figura típica praticada pelos envolvidos.
Lembre-se que, por força da teoria do domínio do fato, esse conceito de partícipe só se
aplica se o indivíduo não for o mandante ou superior hierárquico do grupo que está realizando
a conduta criminosa.

O partícipe atua induzindo, instigando ou auxiliando os autores principais do delito.

Vejamos agora quais são as espécies de participação:


• Participação Material

A participação material nada mais é do que o auxílio na pratica de uma determinada con-
duta delituosa. O indivíduo não instiga ou induz (sua participação não é moral), mas realiza
conduta relevante para ajudar na execução ou preparação do delito.
Por exemplo:

Na situação acima, temos que Charlize não será autora, e sim partícipe do delito de roubo.
Sua atuação, no entanto, não foi moral, e sim material, tanto na preparação para o cometimen-
to do delito (empréstimo do armamento) quanto na execução (ficando de “batedor” enquanto
o assalto era realizado).
• Participação Moral

A participação moral, por sua vez, se caracteriza no induzimento ou na instigação dos ou-
tros envolvidos na prática do delito. Vejamos qual é a diferença entre essas duas modalidades:

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• Importância da Participação

A participação, por expressa previsão no código penal, pode ser considerada de menor
importância, ato em que poderá ser reduzida a pena do partícipe de 1/6 a 1/3. Veja só:

CP, art. 29, § 1º - Se a participação for de menor importância, a pena pode ser diminuída de um sexto
a um terço.

• Cooperação Dolosamente Distinta

Este instituto de nome complicado está previsto no art. 29, parágrafo 2º do CP, e em breve você
vai ver que não há nada de complexo sobre ele. Primeiramente, vejamos o que diz o código penal:

CP, art. 29, § 2º - Se algum dos concorrentes quis participar de crime menos grave, ser-lhe-á aplicada a
pena deste; essa pena será aumentada até metade, na hipótese de ter sido previsível o resultado mais
grave. Essa pena será aumentada até metade, na hipótese de ter sido previsível o resultado mais grave.

O que acontece é o seguinte: Pode ser que dois indivíduos combinem de praticar um de-
terminado crime, e que um deles pratique uma conduta mais grave do que foi anteriormente
combinado entre ele e seu parceiro.
Nessa situação, se não era previsível esse resultado mais grave, o indivíduo que concordou
apenas com a prática de um delito mais leve deverá responder por ele. Vejamos um exemplo
clássico que facilita muito este entendimento:

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Na situação acima, Charlize não queria participar de uma conduta mais grave (roubo), que
foi perpetrada por James. Dessa forma, Charlize responderá pelo delito que inicialmente dese-
java praticar (furto), enquanto James irá responder pelo roubo (tendo em vista a violência que
utilizou contra a vítima).
Entretanto, como o próprio parágrafo 2º do art. 29 prevê, se o resultado mais grave for previ-
sível, o autor ainda responderá pelo delito menos grave, mas com a pena aumentada da metade.
Vejamos outro exemplo:

Charlize e James decidem furtar uma casa, aproveitando que o proprietário está dormindo.
Planejam quebrar a fechadura do portão e furtar a televisão sem serem notados.
Charlize decide ficar aguardando no carro, enquanto James ficou responsável por arrombar a
fechadura e furtar a TV.
Acontece que James, ao quebrar a fechadura do portão, faz muito barulho, o que veio a acor-
dar o proprietário. Desse modo, James teve de usar de violência e grave ameaça para conse-
guir subtrair a televisão.

Nessa situação, embora Charlize quisesse participar de conduta menos grave (furto), era pre-
visível que a conduta poderia se agravar, afinal de contas o vizinho estava em casa, apenas dormin-
do. Nessa situação, Charlize ainda responderá por furto, mas com a pena aumentada da metade.

3. Comunicabilidade de Circunstâncias Pessoais


O próximo tópico merece enorme atenção: Simplesmente despenca em provas. Estamos
falando, é claro, do teor do art. 30, CP:

Circunstâncias incomunicáveis
CP, Art. 30 - Não se comunicam as circunstâncias e as condições de caráter pessoal, salvo quando
elementares do crime.

Primeiramente, vamos entender o que é uma elementar:


Elementares são os dados que integram o tipo penal.

Exemplo:
CP, art. 121. Matar alguém.

Em segundo lugar, precisamos entender o que são as circunstâncias:


Circunstâncias são outros dados relacionados ao crime, que não afetam o tipo penal bási-
co, mas que podem influenciar a pena cominada.
Um bom exemplo está no parágrafo 1º do crime de furto:

CP, art. 155, § 1º - A pena aumenta-se de um terço, se o crime é praticado durante o repouso noturno.

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Agora que você sabe o que são elementares e o que são circunstâncias para fins penais,
podemos adentrar a questão da pessoalidade.
Tanto as elementares quanto as circunstâncias podem ou não ter caráter pessoal. Veja só:

Excelente. Já sabemos diferenciar circunstâncias, elementares, e também como entender


se as mesmas possuem caráter pessoal ou não. Podemos enfim tratar da chamada comuni-
cabilidade das elementares e circunstâncias.
Em outras palavras: Podemos entender quando é que as circunstâncias e elementares apli-
cáveis a um autor irão “passar” para os demais no concurso de pessoas.
A regra é a seguinte:

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Confuso, certo? Calma que eu explico. Imagine a seguinte situação:

Indivíduo pratica um homicídio sob domínio de violenta emoção, logo em seguida a injusta pro-
vocação da vítima (homicídio privilegiado).
Nessa situação, se houver concurso de pessoas, a circunstância subjetiva do homicídio privilegia-
do não vai se comunicar ao coautor/partícipe que não estava sob domínio de violenta emoção.

Sabe por que essa circunstância pessoal não se comunica? Porque ela não é uma elemen-
tar do crime (não faz parte do caput do art. 121, ou seja, não integra o tipo penal de homicídio).
Entretanto, vejamos uma situação em que a circunstância pessoal é elementar do crime
(integra a descrição do tipo penal):

Peculato
CP, art. 312 - Apropriar-se o funcionário público de dinheiro, valor ou qualquer outro bem móvel, público
ou particular, de que tem a posse em razão do cargo, ou desviá-lo, em proveito próprio ou alheio:
Pena – reclusão, de dois a doze anos, e multa.

Agora sim! Aqui temos uma circunstância pessoal (a qualidade de funcionário público) que
é uma elementar do crime (integra a descrição do art. 312).
Nessa situação, se o coautor ou partícipe de um delito de peculato não for funcionário
público, mas tiver ciência de que está em concurso de pessoas com um funcionário público,
responderá também pelo delito de peculato, pois a circunstância de caráter pessoal irá se
comunicar a ele.
Ainda nesse sentido, vejamos mais um exemplo:

Infanticídio
CP, art. 123 - Matar, sob a influência do estado puerperal, o próprio filho, durante o parto ou logo após:
Pena – detenção, de dois a seis anos.

No delito de infanticídio, o autor via de regra é a mãe da criança, que durante o parto ou
logo após tira a vida de seu próprio filho.
Entretanto, note que a circunstância pessoa (influência do estado puerperal) também inte-
gra o tipo penal do art. 123. Dessa forma, suponha que a mãe peça uma faca para um terceiro
que está na sala, logo após o parto, e este terceiro a auxilie fornecendo o objeto.
O terceiro responderá como partícipe do delito de infanticídio, pois a circunstância de
caráter pessoal irá se comunicar.

4. Impunibilidade
Seguindo em diante, você ainda precisa conhecer o instituto do art. 31 do CP, que trata da
impunibilidade em alguns casos de participação. Veja só:

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Art. 31 - O ajuste, a determinação ou instigação e o auxílio, salvo disposição expressa em contrário,
não são puníveis, se o crime não chega, pelo menos, a ser tentado.

Vamos analisar esse artigo de uma forma fragmentada, para facilitar seu entendimento:
• Ajuste

O ajuste nada mais é do que o acordo realizado sobre a prática do delito. Ocorre quando
dois ou mais indivíduos “combinam” de praticar uma determinada conduta delituosa.
Caso a conduta desses indivíduos não entre em execução, ou seja, nunca venha a ser ten-
tada, em regra o mero ajuste não irá ensejar a punibilidade dos indivíduos, pois o delito nunca
saiu da esfera de cogitação.
• Determinação

A determinação é a participação daquele que faz nascer a vontade de delinquir em um


terceiro. Caso este terceiro nunca venha a iniciar a execução do delito, da mesma forma que
no ajuste, em regra não haverá a punibilidade da conduta do indivíduo que inicialmente tentou
incentivar a prática delituosa.
• Instigação e Auxílio

A instigação (estímulo a uma ideia já existente) e o auxílio (prestação material de ajuda na


preparação do delito) via de regra também não serão puníveis se o crime não entrar ao menos
na fase de execução (tentativa).

5. Concurso de Pessoas em Crimes Culposos


De acordo com a doutrina, é possível a coautoria em crimes culposos, no caso de dois ou
mais indivíduos, vinculados subjetivamente, que atuem de forma negligente, imprudente ou
imperita. Contudo, não há de se falar em participação em crime culposo.

6. Concurso de Pessoas em Crimes Omissivos


Crimes omissivos próprios:
Coautoria: Doutrina diverge.
Quando à participação, é possível. Exemplo doutrinário: É o caso do agente que induz o
médico a não efetuar a notificação compulsória da doença de que é portador.
Crimes omissivos impróprios:
Coautoria: A doutrina diverge. Contudo, prevalece o entendimento de que é possível a co-
autoria em crimes omissivos impróprios no caso dos garantes, que de comum acordo, dei-
xem de agir.

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Quanto à participação, é possível. Exemplo doutrinário: João instiga Antônio a não alimen-
tar o filho. Antônio se omite, como instigado. Antônio comete o crime de homicídio por omis-
são, já que tinha o dever jurídico de evitar o resultado (garante). João será partícipe.
Querido(a) aluno(a): detonamos o tema concurso de pessoas. Mas como sempre, só fal-
tam duas coisas: revisar e exercitar! Então nada de descansar ainda!

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RESUMO
Concurso de Pessoas
• Concurso Eventual:
− O tipo penal não exige a pluralidade de agentes.
• Concurso Necessário:
− O tipo penal EXIGE a pluralidade de agentes.

Autores, Coautores e Partícipes


• Autor:
− É o indivíduo que pratica o núcleo do tipo penal (a conduta principal).
− A concepção majoritariamente adotada para a definição do autor do crime e sua dife-
renciação para o partícipe vem da chamada teoria objetivo-formal.
• Partícipe:
− Realiza uma conduta acessória, auxiliar.

Teorias sobre o Concurso de Pessoas


• Teoria Monista:
− É a regra em nosso ordenamento jurídico.
− Todos os autores, coautores e partícipes respondem pelo mesmo crime.
• Teoria Pluralista:
− Os agentes praticam condutas concorrendo para um único fato, porém respondem
cada um por um crime.

Teoria do Domínio do Fato

Por força da teoria do domínio do fato, uma participação importante (como a de quem dá
ordens para a realização de condutas criminosas) poderá ser considerada como autoria, e não
como participação, mesmo que o autor não pratique o núcleo do tipo penal.

Autoria Imediata
• A autoria imediata é a regra: É aquela que ocorre quando o próprio indivíduo executa a
conduta delituosa diretamente.

Autoria Mediata
• É aquela utilizada por um indivíduo que se utiliza de um terceiro como instrumento para
executar seu intento criminoso.

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Autoria Colateral
• Também chamada de autoria paralela, é aquela que ocorre quando dois ou mais indiví-
duos concorrem para uma conduta visando um mesmo resultado, porém desconhecem
a intenção uns dos outros.

Autoria de Reserva
• É aquela autoria perpetrada pelo indivíduo que “fica esperando para ver se vai tudo dar
tudo certo”.

Participação
• É a conduta criminosa do indivíduo que não realiza a figura típica (o núcleo) da figura
típica praticada pelos envolvidos.
• O partícipe atua induzindo, instigando ou auxiliando os autores principais do delito.

Participação Material

É o auxílio na pratica de uma determinada conduta delituosa. O indivíduo não instiga ou


induz (sua participação não é moral), mas realiza conduta relevante para ajudar na execução
ou preparação do delito.

Participação Moral
• Se caracteriza no induzimento ou na instigação dos outros envolvidos na pratica do
delito.
− Induzimento:
o Indivíduo faz surgir a vontade de praticar o delito em um terceiro.
− Instigação
o O terceiro já possui a intenção de agir de forma criminosa, e o partícipe reforça
essa vontade.

Importância da Participação

Se a participação for de menor importância, a pena pode ser diminuída de um sexto


a um terço.

Cooperação Dolosamente Distinta

Se algum dos concorrentes quis participar de crime menos grave, ser-lhe-á aplicada a pena
deste; essa pena será aumentada até metade, na hipótese de ter sido previsível o resultado
mais grave.

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Essa pena será aumentada até metade, na hipótese de ter sido previsível o resultado
mais grave.

Comunicabilidade de Circunstâncias Pessoais

Não se comunicam as circunstâncias e as condições de caráter pessoal, salvo quando


elementares do crime.

Impunibilidade

O ajuste, a determinação ou instigação e o auxílio, salvo disposição expressa em contrário,


não são puníveis, se o crime não chega, pelo menos, a ser tentado.

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QUESTÕES DE CONCURSO
001. (CESPE/CEBRASPE/2022/MPE-TO/PROMOTOR DE JUSTIÇA SUBSTITUTO) Autor é
aquele que realiza ação típica ou alguns de seus elementos previstos na lei penal. A contribui-
ção causal deve estar subsumida ao conteúdo descritivo do tipo. A autoria é determinada pelo
momento de execução de uma ação típica, enquanto as formas de participação são entendi-
das como causas de extensão da punibilidade.
Considerando-se as teorias aplicáveis ao concurso de pessoas, é correto afirmar que o texto
precedente trata do conceito
a) subjetivo de autor.
b) residual ou extensivo de autor.
c) finalista ou objetivo-subjetivo de autor.
d) restritivo ou objetivo-formal de autor.
e) unitário ou monista de autor.

002. (NC-UFPR/2021/PC-PR/INVESTIGADOR DE POLÍCIA/PAPILOSCOPISTA) Sobre o con-


curso de pessoas, assinale a alternativa INCORRETA.
a) As circunstâncias ligadas ao sujeito não se estendem aos demais autores, salvo quando
forem elementos constitutivos do crime.
b) Se um dos agentes quis cometer um crime menos grave que o praticado pelos demais, fica-
rá sujeito à pena do crime menos grave.
c) É possível que a participação seja considerada de menor importância, mas isso não permite
modificar a pena aplicável ao agente responsável por ela.
d) Todos que concorrem para a ocorrência do crime ficam sujeitos às penas a este cominadas,
cada um na medida de sua culpabilidade.
e) O ajuste, a determinação ou instigação e o auxílio, salvo disposição expressa em contrário,
não são puníveis se o crime não chega, pelo menos, a ser tentado.

003. (CESPE/2020/TJ-PA/AUXILIAR JUDICIÁRIO) Em regra, consideram-se autores de um


delito aqueles que praticam diretamente os atos de execução, e partícipes aqueles que atuam
induzindo, instigando ou auxiliando a ação dos autores principais. No entanto, é possível que
um agente, ainda que não participe diretamente da execução da ação criminosa, possa ter o
controle de toda a situação, determinando a conduta de seus subordinados. Nessa hipótese,
ainda que não seja executor do crime, o agente mandante poderá ser responsabilizado crimi-
nalmente. Essa possibilidade de responsabilizar o mandante pelo crime decorre da teoria
a) da acessoriedade limitada.
b) do favorecimento.
c) do domínio do fato.

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d) pluralística da ação.
e) da causação.

004. (INSTITUTO AOCP/2019/PC-ES/PERITO OFICIAL CRIMINAL/ÁREA 8) Considerando


as disposições do Código Penal em relação ao concurso de pessoas, assinale a alternativa
INCORRETA.
a) Quem, de qualquer modo, concorre para o crime incide nas penas a este cominadas, na me-
dida de sua culpabilidade.
b) Se a participação for de menor importância, a pena pode ser diminuída de um sexto a um terço.
c) Se algum dos concorrentes quis participar de crime menos grave, ser-lhe-á aplicada a pena
deste; essa pena será aumentada até metade, na hipótese de ter sido previsível o resultado
mais grave.
d) Não se comunicam as circunstâncias e as condições de caráter pessoal, ainda que elemen-
tares do crime.
e) O ajuste, a determinação ou instigação e o auxílio, salvo disposição expressa em contrário,
não são puníveis, se o crime não chega, pelo menos, a ser tentado.

005. (INSTITUTO AOCP/2019/PC-ES/ESCRIVÃO DE POLÍCIA) Em relação ao concurso de


agentes estabelecido no Código Penal, é correto afirmar que
a) todos respondem igualmente para o delito, independente da conduta realizada.
b) as circunstâncias de caráter pessoal, como a menor idade, serão comunicadas a todos os
integrantes da atividade delitiva.
c) se a participação for de menor importância, a pena pode ser diminuída de um sexto a um terço.
d) não há distinção entre partícipe e coautoria.
e) o coautor que primeiro confessar o delito está isento de pena, independente do delito
praticado.

006. (INSTITUTO AOCP/2018/TRT - 1ª REGIÃO-RJ/TÉCNICO JUDICIÁRIO/SEGURANÇA)


Três indivíduos que são amigos reúnem-se para fazer uso de narcóticos. Porém, em dado mo-
mento, os entorpecentes acabam e eles não têm mais dinheiro para reabastecer o vício. Um
deles, chamado Ronaldo, propõe que se dirijam a um ponto de ônibus para roubar algum tran-
seunte que lá esteja aguardando a chegada do veículo de lotação. Contudo, ao se aproximarem
do referido ponto de ônibus, uma viatura policial passa por eles, inibindo-lhes a vontade de
praticar o delito. Se o crime de roubo planejado pelo trio não chegou pelo menos a ser tentado,
qual é a consequência penal para Ronaldo, aquele que havia sugerido a prática desse delito
contra o patrimônio?
a) Nenhuma, pois tais atos são relativamente nulos.
b) Ele responderá por participação de menor importância.
c) Ele responderá por tentativa de roubo, nos termos do art. 14 do Código Penal.

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d) Nenhuma, pois tais atos são impuníveis.


e) Ele responderá por roubo com aplicação de causa de diminuição de pena por arrependimen-
to eficaz, nos termos do art. 15 do Código Penal.

007. (VUNESP/2017/PREFEITURA DE PORTO FERREIRA – SP/PROCURADOR JURÍDICO)


Sobre o concurso de pessoas, assinale a alternativa correta.
a) Quem, de qualquer modo, concorre para o crime incide nas penas a este cominadas, na me-
dida de sua personalidade.
b) Se a participação for de maior importância, a pena pode ser majorada de um sexto a um terço.
c) Se algum dos concorrentes quis participar de crime menos grave, ser-lhe-á aplicada a pena
deste; essa pena será aumentada até o dobro, na hipótese de ter sido previsível o resultado
mais grave.
d) Não se comunicam as circunstâncias e as condições de caráter pessoal, salvo quando ele-
mentares do crime.
e) O ajuste, a determinação, a sedição ou instigação e o auxílio ou cooperação material não
são puníveis, se o crime não chega, pelo menos, a ser executado.

008. (VUNESP/2015/PC-CE/INSPETOR DE POLÍCIA CIVIL DE 1A CLASSE) No que diz res-


peito ao concurso de pessoas, segundo as disposições previstas no Código Penal, é correto
afirmar que
a) não se comunicam as circunstâncias e as condições de caráter pessoal, mesmo quando
elementares do crime.
b) quem, de qualquer modo, concorre para o crime incide nas penas a este cominadas, inde-
pendentemente se quis participar de crime menos grave
c) o ajuste, a determinação ou instigação e o auxílio, salvo disposição expressa em contrário,
não são puníveis, se o crime, apesar de iniciada a execução, não chega a ser consumado.
d) quem, de qualquer modo, concorre para o crime incide nas penas a este cominadas, na me-
dida de sua culpabilidade.
e) se algum dos concorrentes quis participar de crime menos grave, a pena pode ser diminuída
de um sexto a um terço

009. (VUNESP/2014/CÂMARA MUNICIPAL DE SÃO JOSÉ DOS CAMPOS – SP/ANALISTA


LEGISLATIVO/ADVOGADO) CP, art. 30: quando se verifica o concurso de pessoas em matéria
penal, não se comunicam as circunstâncias e as condições de caráter pessoal,
a) salvo nos crimes contra a Administração Pública.
b) salvo no caso de extinção da punibilidade.
c) alvo nos crimes contra a Fé Pública.
d) salvo quando elementares do crime.
e) em hipótese alguma.

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010. (VUNESP/2012/DPE-MS/DEFENSOR PÚBLICO) No que tange ao concurso de pessoas


nos crimes de corrupção ativa e passiva, o Código Penal adotou a teoria
a) monista.
b) causal.
c) dualista.
d) pluralística

011. (FGV/2015/TJ-RO/OFICIAL DE JUSTIÇA) O Código Penal brasileiro traz diversos crimes


que podem ser praticados por uma única pessoa, mas também prevê algumas hipóteses em
que o concurso de pessoas é necessário. Como regra geral, quando duas ou mais pessoas,
unidas em ações e desígnios, praticam em conjunto um delito, pode-se falar em concurso de
pessoas. Sobre esse tema, é correto afirmar que o Código Penal adotou, em regra, a Teoria:
a) Pluralista, com exceções;
b) Dualista, sem exceções;
c) Monista, com exceções;
d) Dualista, com exceções;
e) Monista, sem exceções

012. (FGV/2014/PROCEMPA/ANALISTA ADMINISTRATIVO/ADVOGADO) Com relação ao


tema responsabilidade penal no concurso de pessoas, assinale a afirmativa incorreta.
a) A responsabilidade penal é individual, devendo cada agente responder na medida de sua
culpabilidade.
b) Ocorrendo desvio subjetivo entre os agentes, quem quis participar de crime menos grave
responde por este e não pelo crime mais grave praticado pelo outro agente.
c) Sendo a participação de menor importância, a pena pode ser reduzida de 1/6 a 1/3.
d) O Código Penal adotou a Teoria Monista sobre concurso de agentes sem exceção, devendo
todos os participantes responder pelo mesmo crime.
e) Não há participação dolosa em crime culposo.

013. (FCC/2015/CNMP/ANALISTA DO CNMP/DIREITO) No concurso de pessoas,


a) se algum dos concorrentes quis participar de crime menos grave, ser-lhe-á aplicada a pena
deste, essa pena será aumentada de 1/3 a 2/3, na hipótese de ter sido previsível o resultado
mais grave.
b) quem, de qualquer modo, concorre para o crime incide nas penas a este cominadas, na me-
dida de sua periculosidade.
c) não se comunicam as circunstâncias e as condições de caráter pessoal, salvo quando ele-
mentares do crime.

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d) o ajuste, a determinação ou instigação e o auxílio, salvo disposição expressa em contrário,


não são puníveis, se o crime não chega a ser consumado.
e) se a participação for de menor importância, a pena pode ser diminuída até metade.

014. (FCC/2014/DPE-CE/DEFENSOR PÚBLICO DE ENTRÂNCIA INICIAL) No concurso


de pessoas,
a) há autoria colateral quando os concorrentes se comportam para o mesmo fim, conhecendo
a conduta alheia.
b) a infração penal não precisa ser igual, objetiva e subjetivamente, para todos os concorrentes.
c) é necessário que cada concorrente tenha consciência de contribuir para a atividade delituo-
sa de outrem, dispensada a prévia combinação entre eles.
d) os concorrentes devem necessariamente realizar o fato típico.
e) dispensável a adesão subjetiva à vontade do outro.

015. (FCC/2014/TJ-CE/JUIZ SUBSTITUTO) Em tema de concurso de pessoas, é possível


afirmar que
a) o concorrente, na chamada cooperação dolosamente diversa, responderá pelo crime menos
grave que quis participar, mas sempre com aumento da pena.
b) indispensável a adesão subjetiva à vontade do outro, embora desnecessária a prévia
combinação.
c) o ajuste, a determinação ou instigação e o auxílio nunca são puníveis, se o crime não chega,
pelo menos, a ser tentado.
d) não se comunicam as circunstâncias e as condições de caráter pessoal, ainda que elemen-
tares do crime.
e) a participação de menor importância constitui causa geral de diminuição da pena, incidindo
na segunda etapa do cálculo.

016. (FCC/2014/METRÔ-SP/ADVOGADO JÚNIOR) Joaus, Joseh e Pedrus acertaram, me-


diante prévio ajuste, a prática de um crime de furto qualificado em residência. Pedrus escolheu
a residência e emprestou seu veículo para o transporte dos objetos furtados. Joaus arrombou
a porta da residência indicada por Pedrus e entrou. Joseh entrou em seguida. Joaus e Joseh
recolheram todos os objetos de valor, colocaram no veículo e fugiram do local. Nesse caso,
a) Joaus, Joseh e Pedrus foram coautores.
b) Joaus foi autor, Joseh partícipe e Pedrus autor mediato.
c) Joaus e Joseh foram partícipes e Pedrus foi autor imediato.
d) Joaus, Joseh e Pedrus foram autores.
e) Joaus e Joseh foram coautores e Pedrus partícipe.

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017. (FCC/2013/TRT - 1ª REGIÃO - RJ/JUIZ DO TRABALHO SUBSTITUTO) Quanto aos de-


mais agentes do crime, o parentesco entre o autor e a vítima;
a) comunica-se, desde que elementar ao tipo.
b) comunica-se sempre, desde que por aqueles conhecido.
c) comunica-se para agravamento genérico da pena concreta.
d) comunica-se para atenuação genérica da pena concreta.
e) não se comunica em qualquer hipótese.

018. (FCC/2013/DPE-AM/DEFENSOR PÚBLICO) Se alguém instiga outrem a surrar inimigo


comum, mas o instigado se excede e mata a vítima, é correto afirmar que
a) a conduta do partícipe é atípica.
b) o partícipe poderá responder por lesão corporal, sem qualquer aumento de pena, se não
podia prever o resultado morte.
c) o partícipe poderá responder por homicídio doloso, mas fará jus, necessariamente, ao reco-
nhecimento da participação de menor importância.
d) o partícipe poderá responder por lesão corporal, com a pena aumentada até um terço, se
previsível o resultado letal.
e) o partícipe não poderá responder por homicídio doloso, mesmo que tenha assumido o risco
do resultado morte.

019. (FCC/2012/TRE-CE/ANALISTA JUDICIÁRIO/ÁREA JUDICIÁRIA) José, João e Mario


praticam um determinado delito. Contudo, José, um dos concorrentes, queria participar de
delito menos grave daquele cometido pelos agentes. Neste caso, para José, será aplicada a
pena do crime
a) menos grave, aumentada de 1/6 a 2/3, independentemente da previsibilidade do resultado
mais grave.
b) mais grave diminuída de 1/6 a 1/3.
c) mais grave em qualquer hipótese.
d) menos grave, que será aumentada até metade, na hipótese de ter sido previsível o resultado
mais grave.
e) menos grave, em qualquer hipótese, sem nenhuma majoração ou redução

020. (FCC/2011/TRE-PE/ANALISTA JUDICIÁRIO/ÁREA JUDICIÁRIA) De acordo com o Có-


digo Penal brasileiro,
a) não há distinção entre autores, coautores e partícipes, que incidem de forma idêntica nas
penas cominadas ao delito.
b) os autores, coautores e partícipes incidem nas penas cominadas ao delito na medida de sua
culpabilidade.

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c) ao autor principal será obrigatoriamente imposta pena mais alta que a dos coautores e
partícipes.
d) ao autor principal e aos coautores será obrigatoriamente imposta pena mais alta que a dos
partícipes.
e) ao autor principal será imposta a pena prevista para o delito, sendo que os coautores e os
partícipes terão obrigatoriamente a pena reduzida de um sexto a um terço.

021. (FCC/2011/TRT - 1ª REGIÃO - RJ/TÉCNICO JUDICIÁRIO/SEGURANÇA) João instigou


José a praticar um crime de roubo. Luiz forneceu-lhe a arma. Pedro forneceu-lhe todas as infor-
mações sobre a residência da vítima e sobre o horário em que esta ficava sozinha. No dia es-
colhido, José, auxiliado por Paulo, ingressou na residência da vítima. José apontou-lhe a arma,
enquanto Paulo subtraiu-lhe dinheiro e joias. Nesse caso, são considerados partícipes APENAS
a) Luiz e Pedro.
b) João, Luiz, Pedro e Paulo.
c) João, Luiz e Pedro.
d) José, Pedro e João.
e) João, José, Luiz e Pedro.

022. (FCC/2010/TRE-RS/Analista Judiciário/Área Judiciária) “A”, médico, determina à enfer-


meira que seja ministrado veneno ao paciente, e ela o faz, acreditando tratar-se de medicamen-
to, verificando-se a morte da vítima. Nesse caso há
a) cooperação dolosamente distinta.
b) participação sucessiva, em relação à enfermeira.
c) concurso de agentes.
d) autoria imediata, em relação ao médico.
e) autoria mediata, em relação ao médico.

023. (FCC/2014/DPE-CE/Defensor Público) de Entrância Inicial No concurso de pessoas,


a) há autoria colateral quando os concorrentes se comportam para o mesmo fim, conhecendo
a conduta alheia.
b) a infração penal não precisa ser igual, objetiva e subjetivamente, para todos os concorrentes.
c) é necessário que cada concorrente tenha consciência de contribuir para a atividade delituo-
sa de outrem, dispensada a prévia combinação entre eles.
d) os concorrentes devem necessariamente realizar o fato típico.
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GABARITO
1. d
2. c
3. c
4. d
5. c
6. d
7. d
8. d
9. d
10. d
11. c
12. d
13. c
14. c
15. b
16. e
17. a
18. b
19. d
20. b
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22. e
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GABARITO COMENTADO
001. (CESPE/CEBRASPE/2022/MPE-TO/PROMOTOR DE JUSTIÇA SUBSTITUTO) Autor é
aquele que realiza ação típica ou alguns de seus elementos previstos na lei penal. A contribui-
ção causal deve estar subsumida ao conteúdo descritivo do tipo. A autoria é determinada pelo
momento de execução de uma ação típica, enquanto as formas de participação são entendi-
das como causas de extensão da punibilidade.
Considerando-se as teorias aplicáveis ao concurso de pessoas, é correto afirmar que o texto
precedente trata do conceito
a) subjetivo de autor.
b) residual ou extensivo de autor.
c) finalista ou objetivo-subjetivo de autor.
d) restritivo ou objetivo-formal de autor.
e) unitário ou monista de autor.

A questão retrata o conceito de autor a partir da teoria Objetivo-formal. Conforme estudamos,


autor é aquele realiza a ação nuclear prevista no tipo penal e partícipe é quem concorre de for-
ma moral ou material para o crime.
Aprofundando as teorias:

Teoria subjetiva ou unitária (subjetivo-causal): Não impõe diferença entre autor e partícipe.
Dessa forma, autor será aquele que contribui para a produção do resultado de alguma forma.
Teoria extensiva: Não impõe diferença entre autor e partícipe, mas define graus de autoria, de
acordo com a relevância de contribuição para o resultado.
Teoria objetiva ou dualista: Faz clara distinção entre autor e partícipe. Pode ser:
• Objetivo-formal: Autor é aquele que pratica o núcleo do tipo penal e partícipe é aquele
que concorre de qualquer forma para o delito.
• Objetivo-material: Autor não é aquele que necessariamente pratica a ação nuclear, mas
que objetivamente contribui para a ocorrência do resultado. Já o partícipe, é aquele que
contribui de forma menos relevante para a produção do resultado, ainda que pratique
conduta integrante do núcleo do tipo.
Letra d.

002. (NC-UFPR/2021/PC-PR/INVESTIGADOR DE POLÍCIA/PAPILOSCOPISTA) Sobre o con-


curso de pessoas, assinale a alternativa INCORRETA.
a) As circunstâncias ligadas ao sujeito não se estendem aos demais autores, salvo quando
forem elementos constitutivos do crime.

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b) Se um dos agentes quis cometer um crime menos grave que o praticado pelos demais, fica-
rá sujeito à pena do crime menos grave.
c) É possível que a participação seja considerada de menor importância, mas isso não permite
modificar a pena aplicável ao agente responsável por ela.
d) Todos que concorrem para a ocorrência do crime ficam sujeitos às penas a este cominadas,
cada um na medida de sua culpabilidade.
e) O ajuste, a determinação ou instigação e o auxílio, salvo disposição expressa em contrário,
não são puníveis se o crime não chega, pelo menos, a ser tentado.

Vejamos caso a caso:


a) Correta. Art. 30 do CP.
b) Correta. É a previsão do art. 29, § 2º, do CP.
c) Errada. Na participação de menor importância, a pena pode ser diminuída de um sexto a um
terço (art. 29, § 1º, do CP).
d) Correta. É a previsão do art. 29, caput, do CP.
e) Correta. É a previsão do art. 31, caput, do CP.
Letra c.

003. (CESPE/2020/TJ-PA/AUXILIAR JUDICIÁRIO) Em regra, consideram-se autores de um


delito aqueles que praticam diretamente os atos de execução, e partícipes aqueles que atuam
induzindo, instigando ou auxiliando a ação dos autores principais. No entanto, é possível que
um agente, ainda que não participe diretamente da execução da ação criminosa, possa ter o
controle de toda a situação, determinando a conduta de seus subordinados. Nessa hipótese,
ainda que não seja executor do crime, o agente mandante poderá ser responsabilizado crimi-
nalmente. Essa possibilidade de responsabilizar o mandante pelo crime decorre da teoria
a) da acessoriedade limitada.
b) do favorecimento.
c) do domínio do fato.
d) pluralística da ação.
e) da causação.

Conforme estudamos, por força da teoria do domínio do fato, uma participação importante
(como a de quem dá ordens para a realização de condutas criminosas) poderá ser considerada
como autoria, e não como participação, mesmo que o autor não pratique o núcleo do tipo penal.
Letra c.

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004. (INSTITUTO AOCP/2019/PC-ES/PERITO OFICIAL CRIMINAL/ÁREA 8) Considerando


as disposições do Código Penal em relação ao concurso de pessoas, assinale a alternativa
INCORRETA.
a) Quem, de qualquer modo, concorre para o crime incide nas penas a este cominadas, na me-
dida de sua culpabilidade.
b) Se a participação for de menor importância, a pena pode ser diminuída de um sexto a um terço.
c) Se algum dos concorrentes quis participar de crime menos grave, ser-lhe-á aplicada a pena
deste; essa pena será aumentada até metade, na hipótese de ter sido previsível o resultado
mais grave.
d) Não se comunicam as circunstâncias e as condições de caráter pessoal, ainda que elemen-
tares do crime.
e) O ajuste, a determinação ou instigação e o auxílio, salvo disposição expressa em contrário,
não são puníveis, se o crime não chega, pelo menos, a ser tentado.

Questão excelente para mostrar um padrão recorrente da AOCP (a excessiva cobrança do tex-
to legal), bem como para demonstrar a importância da atenção ao enunciado (note que o exa-
minador pediu que você assinalasse a assertiva incorreta.
Nesse sentido, vejamos:
a) Correta. Literalidade do art. 29 do Código Penal.
b) Correta. Literalidade do §1º do art. 29, CPB.
c) Correta. Literalidade do §2º do art. 29, CPB.
d) Errada. Salvo quando elementares do crime, nos termos do art. 30 do CPB.
e) Correta. Literalidade do art. 31 do CPB.
Letra d.

005. (INSTITUTO AOCP/2019/PC-ES/ESCRIVÃO DE POLÍCIA) Em relação ao concurso de


agentes estabelecido no Código Penal, é correto afirmar que
a) todos respondem igualmente para o delito, independente da conduta realizada.
b) as circunstâncias de caráter pessoal, como a menor idade, serão comunicadas a todos os
integrantes da atividade delitiva.
c) se a participação for de menor importância, a pena pode ser diminuída de um sexto a um terço.
d) não há distinção entre partícipe e coautoria.
e) o coautor que primeiro confessar o delito está isento de pena, independente do delito
praticado.

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Mais uma vez, vejamos:


a) Errada. Cada um responde na medida de sua culpabilidade, nos termos do art. 29 do CPB.
b) Errada. Em regra, não se comunicam, salvo se elementares do delito (art. 30 CPB).
c) Correta. Literalidade do art. 29, §1º.
d) Errada. Há distinção, na figura da conduta praticada (conduta principal ou conduta acessória).
e) Errada. Não há isenção de pena, e a possibilidade de redução depende do delito praticado.
Letra c.

006. (INSTITUTO AOCP/2018/TRT - 1ª REGIÃO-RJ/TÉCNICO JUDICIÁRIO/SEGURANÇA)


Três indivíduos que são amigos reúnem-se para fazer uso de narcóticos. Porém, em dado mo-
mento, os entorpecentes acabam e eles não têm mais dinheiro para reabastecer o vício. Um
deles, chamado Ronaldo, propõe que se dirijam a um ponto de ônibus para roubar algum tran-
seunte que lá esteja aguardando a chegada do veículo de lotação. Contudo, ao se aproximarem
do referido ponto de ônibus, uma viatura policial passa por eles, inibindo-lhes a vontade de
praticar o delito. Se o crime de roubo planejado pelo trio não chegou pelo menos a ser tentado,
qual é a consequência penal para Ronaldo, aquele que havia sugerido a prática desse delito
contra o patrimônio?
a) Nenhuma, pois tais atos são relativamente nulos.
b) Ele responderá por participação de menor importância.
c) Ele responderá por tentativa de roubo, nos termos do art. 14 do Código Penal.
d) Nenhuma, pois tais atos são impuníveis.
e) Ele responderá por roubo com aplicação de causa de diminuição de pena por arrependimen-
to eficaz, nos termos do art. 15 do Código Penal.

Questão muito boa, baseada na literalidade do art. 31 do CPB. O delito deve deixar a esfera da
cogitação e do planejamento, via de regra, para que seja possível a responsabilização penal
(devem os autores ingressarem na esfera da execução, ensejando, conforme a norma legal,
que o crime seja considerado ao menos “tentado”).
Outra coisa importante é perceber que não há falar em responsabilização pelo delito de asso-
ciação criminosa pois a reunião dos três indivíduos era para a prática de um único crime, e não
de múltiplos crimes.
Letra d.

007. (VUNESP/2017/PREFEITURA DE PORTO FERREIRA – SP/PROCURADOR JURÍDICO)


Sobre o concurso de pessoas, assinale a alternativa correta.

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a) Quem, de qualquer modo, concorre para o crime incide nas penas a este cominadas, na me-
dida de sua personalidade.
b) Se a participação for de maior importância, a pena pode ser majorada de um sexto a um terço.
c) Se algum dos concorrentes quis participar de crime menos grave, ser-lhe-á aplicada a pena
deste; essa pena será aumentada até o dobro, na hipótese de ter sido previsível o resultado
mais grave.
d) Não se comunicam as circunstâncias e as condições de caráter pessoal, salvo quando ele-
mentares do crime.
e) O ajuste, a determinação, a sedição ou instigação e o auxílio ou cooperação material não
são puníveis, se o crime não chega, pelo menos, a ser executado.

O assunto de concurso de crimes e de pessoas é bastante rico em doutrina e jurisprudência.


Apesar disso, é muito comum que o examinador se atenha apenas à literalidade do Código
Penal (motivo pelo qual eu chego a ser chato recomendando a leitura da lei seca de forma
complementar aos estudos de nossas aulas).
Foi exatamente o que aconteceu aqui. O examinador fez mudanças em algumas palavras dos
artigos sobre o concurso de pessoas, de modo que apenas a leitura da lei é suficiente para
acertar a questão.
Como você já sabe, as circunstâncias elementares e condições de caráter pessoal não se co-
municam, salvo quando elementares do crime (Art. 30, CP).
Letra d.

008. (VUNESP/2015/PC-CE/INSPETOR DE POLÍCIA CIVIL DE 1A CLASSE) No que diz res-


peito ao concurso de pessoas, segundo as disposições previstas no Código Penal, é correto
afirmar que
a) não se comunicam as circunstâncias e as condições de caráter pessoal, mesmo quando
elementares do crime.
b) quem, de qualquer modo, concorre para o crime incide nas penas a este cominadas, inde-
pendentemente se quis participar de crime menos grave
c) o ajuste, a determinação ou instigação e o auxílio, salvo disposição expressa em contrário,
não são puníveis, se o crime, apesar de iniciada a execução, não chega a ser consumado.
d) quem, de qualquer modo, concorre para o crime incide nas penas a este cominadas, na me-
dida de sua culpabilidade.
e) se algum dos concorrentes quis participar de crime menos grave, a pena pode ser diminuída
de um sexto a um terço

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Vejamos:
a) Errada. Se as circunstâncias de caráter pessoal forem elementares do crime, irão se comu-
nicar aos partícipes e coautores!
b) Errada. Quem, de qualquer modo, concorre para o crime incide nas penas a este cominadas,
na medida de sua culpabilidade. (Art. 29 CP).
c) Errada. Não são puníveis se o crime não chega ao menos a ser tentado (Art. 31 CP).
d) Correta. É o que rege o art. 29 do CP.
e) Errada. Se o indivíduo quis participar de um crime menos grave, ser-lhe-á aplicada a pena
deste; essa pena será aumentada até metade, na hipótese de ter sido previsível o resultado
mais grave. (Art. 29, § 2º).
Letra d.

009. (VUNESP/2014/CÂMARA MUNICIPAL DE SÃO JOSÉ DOS CAMPOS – SP/ANALISTA


LEGISLATIVO/ADVOGADO) CP, art. 30: quando se verifica o concurso de pessoas em matéria
penal, não se comunicam as circunstâncias e as condições de caráter pessoal,
a) salvo nos crimes contra a Administração Pública.
b) salvo no caso de extinção da punibilidade.
c) salvo nos crimes contra a Fé Pública.
d) salvo quando elementares do crime.
e) em hipótese alguma.

Questão muito fácil. Basta se lembrar do Art. 30 CP. É claro que as circunstâncias e condições
de caráter pessoal não se comunicam, salvo quando elementares do crime.
Letra d.

010. (VUNESP/2012/DPE-MS/DEFENSOR PÚBLICO) No que tange ao concurso de pessoas


nos crimes de corrupção ativa e passiva, o Código Penal adotou a teoria
a) monista.
b) causal.
c) dualista.
d) pluralística

Questão bem tranquila. Conforme estudamos, o concurso de pessoas nos delitos de corrup-
ção ativa e passiva configura uma exceção à teoria monista, na qual cada envolvido responde-
rá por um delito diferente, embora exista apenas um fato delituoso.

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Nesse caso, temos a aplicação da chamada teoria pluralista ou pluralística.


Letra d.

011. (FGV/2015/TJ-RO/OFICIAL DE JUSTIÇA) O Código Penal brasileiro traz diversos crimes


que podem ser praticados por uma única pessoa, mas também prevê algumas hipóteses em
que o concurso de pessoas é necessário. Como regra geral, quando duas ou mais pessoas,
unidas em ações e desígnios, praticam em conjunto um delito, pode-se falar em concurso de
pessoas. Sobre esse tema, é correto afirmar que o Código Penal adotou, em regra, a Teoria:
a) Pluralista, com exceções;
b) Dualista, sem exceções;
c) Monista, com exceções;
d) Dualista, com exceções;
e) Monista, sem exceções

Conforme estudamos, a regra geral adotada pelo CP é a aplicação da teoria MONISTA. Entre-
tanto, existem exceções em que é aplicada a teoria PLURALISTA no que diz respeito ao con-
curso de pessoas.
Letra c.

012. (FGV/2014/PROCEMPA/ANALISTA ADMINISTRATIVO/ADVOGADO) Com relação ao


tema responsabilidade penal no concurso de pessoas, assinale a afirmativa incorreta.
a) A responsabilidade penal é individual, devendo cada agente responder na medida de sua
culpabilidade.
b) Ocorrendo desvio subjetivo entre os agentes, quem quis participar de crime menos grave
responde por este e não pelo crime mais grave praticado pelo outro agente.
c) Sendo a participação de menor importância, a pena pode ser reduzida de 1/6 a 1/3.
d) O Código Penal adotou a Teoria Monista sobre concurso de agentes sem exceção, devendo
todos os participantes responder pelo mesmo crime.
e) Não há participação dolosa em crime culposo.

Cuidado! Note que o examinador pediu para você assinalar a afirmativa incorreta.
Diante do que estudamos na aula de hoje, sabemos que a teoria monista é a regra adotada pelo
código penal. Entretanto, existem exceções onde é aplicada a teoria pluralista, motivo pelo
qual a assertiva D está incorreta.
Letra d.

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013. (FCC/2015/CNMP/ANALISTA DO CNMP/DIREITO) No concurso de pessoas,


a) se algum dos concorrentes quis participar de crime menos grave, ser-lhe-á aplicada a pena
deste, essa pena será aumentada de 1/3 a 2/3, na hipótese de ter sido previsível o resultado
mais grave.
b) quem, de qualquer modo, concorre para o crime incide nas penas a este cominadas, na me-
dida de sua periculosidade.
c) não se comunicam as circunstâncias e as condições de caráter pessoal, salvo quando ele-
mentares do crime.
d) o ajuste, a determinação ou instigação e o auxílio, salvo disposição expressa em contrário,
não são puníveis, se o crime não chega a ser consumado.
e) se a participação for de menor importância, a pena pode ser diminuída até metade.

Questão simples, na qual o examinador fez pequenas modificações no texto de lei. Vejamos:
a) Errada. Se for previsível o resultado mais grave, a pena deve ser aumentada até a metade.
b) Errada. Na medida de sua culpabilidade, e não de sua periculosidade, conforme afirma
a questão.
c) Correta! Art. 30, CP.
d) Errada. Se o crime não chega a ser tentado.
e) Errada. A pena pode ser reduzida de 1/6 a 1/3.
Letra c.

014. (FCC/2014/DPE-CE/DEFENSOR PÚBLICO DE ENTRÂNCIA INICIAL) No concurso


de pessoas,
a) há autoria colateral quando os concorrentes se comportam para o mesmo fim, conhecendo
a conduta alheia.
b) a infração penal não precisa ser igual, objetiva e subjetivamente, para todos os concorrentes.
c) é necessário que cada concorrente tenha consciência de contribuir para a atividade delituo-
sa de outrem, dispensada a prévia combinação entre eles.
d) os concorrentes devem necessariamente realizar o fato típico.
e) dispensável a adesão subjetiva à vontade do outro.

Conforme estudamos, para que ocorra a configuração do concurso de pessoas, é necessário


que os autores tenham a vontade de contribuir para o resultado da atividade delituosa, mas a
prévia combinação entre os autores é perfeitamente dispensável.
Letra c.

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015. (FCC/2014/TJ-CE/JUIZ SUBSTITUTO) Em tema de concurso de pessoas, é possível


afirmar que
a) o concorrente, na chamada cooperação dolosamente diversa, responderá pelo crime menos
grave que quis participar, mas sempre com aumento da pena.
b) indispensável a adesão subjetiva à vontade do outro, embora desnecessária a prévia
combinação.
c) o ajuste, a determinação ou instigação e o auxílio nunca são puníveis, se o crime não chega,
pelo menos, a ser tentado.
d) não se comunicam as circunstâncias e as condições de caráter pessoal, ainda que elemen-
tares do crime.
e) a participação de menor importância constitui causa geral de diminuição da pena, incidindo
na segunda etapa do cálculo.

Outra questão que trata simplesmente do mesmo assunto da anterior! A adesão subjetiva à
vontade do outro (vontade de contribuir para o fato delitivo) é indispensável, mas é desneces-
sária a prévia combinação!
Letra b.

016. (FCC/2014/METRÔ-SP/ADVOGADO JÚNIOR) Joaus, Joseh e Pedrus acertaram, me-


diante prévio ajuste, a prática de um crime de furto qualificado em residência. Pedrus escolheu
a residência e emprestou seu veículo para o transporte dos objetos furtados. Joaus arrombou
a porta da residência indicada por Pedrus e entrou. Joseh entrou em seguida. Joaus e Joseh
recolheram todos os objetos de valor, colocaram no veículo e fugiram do local. Nesse caso,
a) Joaus, Joseh e Pedrus foram coautores.
b) Joaus foi autor, Joseh partícipe e Pedrus autor mediato.
c) Joaus e Joseh foram partícipes e Pedrus foi autor imediato.
d) Joaus, Joseh e Pedrus foram autores.
e) Joaus e Joseh foram coautores e Pedrus partícipe.

Ao recolherem os objetos de valor, Joaus e Joseh praticaram o núcleo do tipo penal (subtrair),
de modo que devem ser considerados coautores da infração penal.
Já Pedrus teve participação acessória: não executou o núcleo do tipo penal de furto, mas for-
neceu auxílio aos demais, ao escolher a residência e emprestar seu veículo para o transporte
dos objetos furtados. Dessa forma, deve ser considerado partícipe.
Letra e.

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017. (FCC/2013/TRT - 1ª REGIÃO - RJ/JUIZ DO TRABALHO SUBSTITUTO) Quanto aos de-


mais agentes do crime, o parentesco entre o autor e a vítima;
a) comunica-se, desde que elementar ao tipo.
b) comunica-se sempre, desde que por aqueles conhecido.
c) comunica-se para agravamento genérico da pena concreta.
d) comunica-se para atenuação genérica da pena concreta.
e) não se comunica em qualquer hipótese.

Comunicabilidade das circunstâncias pessoas é um assunto bastante recorrente, como você


já deve ter percebido.
E, como você já deve estar cansado de saber, as circunstâncias pessoas não se comunicam,
salvo quando elementares do tipo.
Lembre-se do crime de infanticídio (que é praticado pela mãe contra seu filho). É perfeitamente
possível que tal condição se comunique, pois é uma elementar do art. 123 do Código Penal!
Letra a.

018. (FCC/2013/DPE-AM/DEFENSOR PÚBLICO) Se alguém instiga outrem a surrar inimigo


comum, mas o instigado se excede e mata a vítima, é correto afirmar que
a) a conduta do partícipe é atípica.
b) o partícipe poderá responder por lesão corporal, sem qualquer aumento de pena, se não
podia prever o resultado morte.
c) o partícipe poderá responder por homicídio doloso, mas fará jus, necessariamente, ao reco-
nhecimento da participação de menor importância.
d) o partícipe poderá responder por lesão corporal, com a pena aumentada até um terço, se
previsível o resultado letal.
e) o partícipe não poderá responder por homicídio doloso, mesmo que tenha assumido o risco
do resultado morte.

Nessa questão, temos um caso de partícipe que queria praticar um delito menos grave do que
o realizado pelo autor. Nessa situação, ele deverá responder pelo delito menos grave que que-
ria causar (lesões corporais).
Caso o resultado mais grave seja previsível, a pena é aumentada da metade, e não de 1/3, mo-
tivo pelo qual a assertiva D está errada.
Já a afirmação da assertiva B está correta: Se o resultado mais grave (a morte) não era pre-
visível, deve o partícipe responder pelo delito menos grave (lesões corporais) sem qualquer
aumento de pena!
Letra b.

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019. (FCC/2012/TRE-CE/ANALISTA JUDICIÁRIO/ÁREA JUDICIÁRIA) José, João e Mario


praticam um determinado delito. Contudo, José, um dos concorrentes, queria participar de
delito menos grave daquele cometido pelos agentes. Neste caso, para José, será aplicada a
pena do crime
a) menos grave, aumentada de 1/6 a 2/3, independentemente da previsibilidade do resultado
mais grave.
b) mais grave diminuída de 1/6 a 1/3.
c) mais grave em qualquer hipótese.
d) menos grave, que será aumentada até metade, na hipótese de ter sido previsível o resultado
mais grave.
e) menos grave, em qualquer hipótese, sem nenhuma majoração ou redução

Mais uma vez o assunto é o art. 29, §2º do CP, sobre o indivíduo que quis praticar de delito
menos grave. Conforme estudamos, nesse caso o concorrente que queria participar de delito
menos gravo deve receber a pena menos grave, que será aumentada até a metade, na hipótese
de o resultado mais grave ser previsível.
Letra d.

020. (FCC/2011/TRE-PE/ANALISTA JUDICIÁRIO/ÁREA JUDICIÁRIA) De acordo com o Có-


digo Penal brasileiro,
a) não há distinção entre autores, coautores e partícipes, que incidem de forma idêntica nas
penas cominadas ao delito.
b) os autores, coautores e partícipes incidem nas penas cominadas ao delito na medida de sua
culpabilidade.
c) ao autor principal será obrigatoriamente imposta pena mais alta que a dos coautores e
partícipes.
d) ao autor principal e aos coautores será obrigatoriamente imposta pena mais alta que a dos
partícipes.
e) ao autor principal será imposta a pena prevista para o delito, sendo que os coautores e os
partícipes terão obrigatoriamente a pena reduzida de um sexto a um terço.

Questão simples. É claro que autores, coautores e partícipes incidem nas penas cominadas ao
delito na medida de sua culpabilidade. Simples assim!
Letra b.

021. (FCC/2011/TRT - 1ª REGIÃO - RJ/TÉCNICO JUDICIÁRIO/SEGURANÇA) João instigou


José a praticar um crime de roubo. Luiz forneceu-lhe a arma. Pedro forneceu-lhe todas as infor-

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mações sobre a residência da vítima e sobre o horário em que esta ficava sozinha. No dia es-
colhido, José, auxiliado por Paulo, ingressou na residência da vítima. José apontou-lhe a arma,
enquanto Paulo subtraiu-lhe dinheiro e joias. Nesse caso, são considerados partícipes APENAS
a) Luiz e Pedro.
b) João, Luiz, Pedro e Paulo.
c) João, Luiz e Pedro.
d) José, Pedro e João.
e) João, José, Luiz e Pedro.

Vejamos:
João instigou José a praticar o delito de roubo. Sua conduta foi acessória, de forma que deverá
ser considerado como partícipe da infração penal.
Luiz forneceu a arma. Sua conduta foi de auxiliar materialmente na pratica do delito. Também
praticou conduta acessória, pois não executou o núcleo do tipo penal de roubo, sendo, portan-
to, partícipe.
Pedro forneceu informações sobre a residência e horários. Sua conduta também foi acessória,
portanto, deve ser tido como partícipe.
Paulo, por sua vez, praticou o núcleo do tipo penal de roubo, subtraindo dinheiro e joias com sua
conduta. Não é partícipe, e sim coautor.
O examinador tentou te induzir em erro ao dizer que Paulo auxiliou José em sua conduta de-
lituosa. Por isso, muito cuidado: É sempre necessário analisar qual o tipo de auxílio que foi
prestado. Se a conduta envolver a prática de um verbo descrito no tipo penal, estamos diante
de uma conduta principal, e não acessória, mesmo que o examinador utilize o termo auxiliar
para causar confusão.
Letra c.

022. (FCC/2010/TRE-RS/Analista Judiciário/Área Judiciária) “A”, médico, determina à enfer-


meira que seja ministrado veneno ao paciente, e ela o faz, acreditando tratar-se de medicamen-
to, verificando-se a morte da vítima. Nesse caso há
a) cooperação dolosamente distinta.
b) participação sucessiva, em relação à enfermeira.
c) concurso de agentes.
d) autoria imediata, em relação ao médico.
e) autoria mediata, em relação ao médico.

Na situação acima, o médico utiliza de terceiro para realizar seu intento. A enfermeira não sabe
estar ministrando veneno (acredita estar medicando a vítima). Dessa forma, temos a chamada

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DIREITO PENAL
Concurso de Pessoas
Douglas Vargas

autoria MEDIATA praticada pelo médico, que utilizou de terceira pessoa para praticar a con-
duta almejada por ele.
Letra e.

023. (FCC/2014/DPE-CE/Defensor Público) de Entrância Inicial No concurso de pessoas,


a) há autoria colateral quando os concorrentes se comportam para o mesmo fim, conhecendo
a conduta alheia.
b) a infração penal não precisa ser igual, objetiva e subjetivamente, para todos os concorrentes.
c) é necessário que cada concorrente tenha consciência de contribuir para a atividade delituo-
sa de outrem, dispensada a prévia combinação entre eles.
d) os concorrentes devem necessariamente realizar o fato típico.
e) dispensável a adesão subjetiva à vontade do outro.

De fato, no concurso de pessoas, é necessário o liame subjetivo, a consciência de cada concor-


rente manifestada para contribuir para a atividade delituosa de um terceiro. Entretanto, confor-
me estudamos, não é necessário acerto prévio – motivo pelo qual a assertiva C está correta.
Letra c.

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Douglas Vargas
Agente da Polícia Civil do Distrito Federal, aprovado em 6º lugar no concurso realizado em 2013. Aprovado
em vários concursos, como Polícia Federal (Escrivão), PCDF (Escrivão e Agente), PRF (Agente), Ministério
da Integração, Ministério da Justiça, BRB e PMDF (Soldado – 2012 e Oficial – 2017).

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