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DIREITO PENAL

SANDRO CALDEIRA
Direito Penal_
Prof. Sandro Caldeira
Sandro Caldeira
Delegado de Polícia Civil/RJ
Especialista em Direito Penal e Processo Penal @sandrocaldeira
Autor de diversas obras jurídicas.

/professorsandrocaldeira

/profsandrocaldeira

www.sandrocaldeira.com

professor@sandrocaldeira.com
Concurso de pessoas
Código Penal

Concurso de pessoas
Direito Penal
.
Concurso de pessoas

Conceito
Conceito: Configura-se quando duas ou mais pessoas concorrem
para a realização de uma mesma infração penal, todos com
identidade de propósitos.

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.
Concurso de pessoas

Base legal

Art. 29 CP - Quem, de qualquer modo, concorre para o crime incide


nas penas a este cominadas, na medida de sua culpabilidade

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Concurso de pessoas

Crimes unissubjetivos (ou monossubjetivos, ou de concurso


eventual)

Crimes plurissubjetivos (ou de concurso necessário) :

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Concurso de pessoas

Crimes unissubjetivos (ou monossubjetivos, ou de concurso


eventual) : são aqueles que podem ser praticados por
apenas um sujeito, entretanto, admite-se a coautoria e a
participação.

EX. Art. 121 CP

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Concurso de pessoas

Crimes plurissubjetivos (ou de concurso necessário) : são


aqueles que exigem dois ou mais agentes para a prática do
delito em virtude de sua conceituação típica.

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Concurso de pessoas

EX: Crimes plurissubjetivos :

Associação Criminosa
Art. 288 CP. Associarem-se 3 (três) ou mais pessoas, para o fim
específico de cometer crimes:
Pena - reclusão, de 1 (um) a 3 (três) anos.

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Concurso de pessoas

➢ Requisitos para configuração do concurso de pessoas:

• Pluralidade de pessoas e de condutas;

• Relevância causal de cada conduta;

• Liame Subjetivo entre os agentes;

• Identidade de infração penal.

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Concurso de pessoas

➢ Teorias sobre o concurso de pessoas:

Teoria Pluralista
Teorias
Teoria Dualista;

Teoria Monista
(unitária ou
igualitária);
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Concurso de pessoas

➢ Teorias adotada:
Teoria Monista

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Concurso de pessoas
➢ Exceções à teoria adotada:
Exceções:

❖ §1º do artigo 29 do CP (Teoria monista mitigada ou matizada com


a dualista);

❖ Crime de aborto(artigo 124 e 126 do CP).( teoria pluralista)

❖ Corrupção passiva - art.317 CP x corrupção ativa – art.333 CP


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Concurso de pessoas

➢ Autoria (animus auctoris)


Teorias sobre o conceito de autor:
1)Teoria unitária (não diferenciam autor de partícipe);

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Concurso de pessoas
➢ Autoria (animus auctoris)
Teorias sobre o conceito de autor:
2)Teoria Diferenciadora

a) Objetiva ou dualista: (estabelece clara distinção entre


autor e partícipe). São elas:
a.1) Objetivo-formal:

a.2)Objetivo – material:
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Concurso de pessoas

Teoria do domínio do fato

Hans Welzel:
“ Senhor do fato é aquele realiza em forma final, em razão de
sua decisão volitiva. A conformação do fato mediante a
vontade de realização que dirige em forma planificada é o
que transforma o autor em senhor do fato”.

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Concurso de pessoas
Teorias unitárias Teorias diferenciadoras
(não diferenciam autor de partícipe) (diferenciam autor de partícipe)
Teoria subjetiva: autor é todo aquele que de Objetivo - formal: autor é quem realiza a ação
alguma forma contribui para a produção do nuclear típica.
resultado

Teoria extensiva: admite várias tipos de Objetivo – material: autor é quem contribui
autores conforme a relevância da sua objetivamente de forma mais efetiva para o
contribuição resultado,

Teoria do domínio do fato


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Concurso de pessoas

Autoria

Espécies de autoria:

✓ Autoria direta (imediata);


✓ Autoria indireta (mediata);
✓ Autoria intelectual;

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Autoria Colateral

➢ Autoria colateral;

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Autoria Colateral

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Autoria Colateral

➢ Autoria colateral incerta;

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Autoria Colateral

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Concurso de pessoas

➢ Participação (animus socii)

➢ Conceito:

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Concurso de pessoas

Espécies de Participação:
Induzimento
Moral
Instigação
Participação

Material auxílio

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Concurso de pessoas

➢ Participação de menor importância:

Art. 29, § 1º CP - Se a participação for de menor importância, a


pena pode ser diminuída de um sexto a um terço.

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Concurso de pessoas

➢ Participação em crime menos grave (cooperação


dolosamente distinta; desvio subjetivo de conduta).

Art. 29, § 2º CP - Se algum dos concorrentes quis participar de


crime menos grave, ser-lhe-á aplicada a pena deste; essa pena
será aumentada até metade, na hipótese de ter sido previsível o
resultado mais grave.

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Concurso de pessoas

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Concurso de pessoas

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Concurso de pessoas

➢ Circunstâncias incomunicáveis

Art. 30 CP- Não se comunicam as circunstâncias e as condições de


caráter pessoal, salvo quando elementares do crime.

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Concurso de pessoas

➢ Concurso de pessoas nos crimes culposos:

Coautoria:
Posição majoritária: sim

Participação:
Posição majoritária: Não ( Cezar Roberto Bitencourt, Nilo Batista)

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Das penas
Código Penal

Das penas
Código Penal
Das penas
.

Conceito
É espécie de sanção penal como resposta estatal ao
infrator de uma norma penal incriminadora(crime ou
contravenção), cuja finalidade é retribuição ao
delinquente, readaptação social e prevenção de novas
transgressões pela intimidação dirigida à coletividade.

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Das penas .

Finalidade

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Das penas
.

Teorias da finalidade da pena

Teoria mista/
Teoria absoluta ou da Teoria relativa ou da
conciliatória ou
retribuição prevenção
unificadora

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Das penas
.

Teoria Adotada pelo Sistema Penal Brasileiro

Teoria mista/ conciliatória ou unificadora

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Das penas
.

Teorias da finalidade da pena


Art. 59 CP- O juiz, atendendo à culpabilidade, aos antecedentes, à
conduta social, à personalidade do agente, aos motivos, às
circunstâncias e consequências do crime, bem como ao
comportamento da vítima, estabelecerá, conforme seja necessário
e suficiente para reprovação e prevenção do crime:

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.
Espécies de pena
Art. 32 do Código Penal
Art. 32 - As penas são:
I - privativas de liberdade;
II - restritivas de direitos;
III - de multa.

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.
Das penas Penas vedadas no
ordenamento jurídico pátrio
Art. 5º, XLVII CRFB/88 - não haverá penas:
a) de morte, salvo em caso de guerra declarada,
nos termos do art. 84, XIX;
b) de caráter perpétuo;
c) de trabalhos forçados;
d) de banimento;
e) cruéis;

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Das penas em espécie
Código Penal

.
Penas privativas de liberdade
Das penas .

Penas privativas de liberdade

Reclusão

Detenção

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Das penas .

Art. 33 do Código Penal

fechado

RECLUSÃO semiaberto

aberto
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Das penas .

Art. 33 do Código Penal

semiaberto
DETENÇÃO
aberto

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Art. 33 CP - A pena de reclusão deve ser cumprida em regime fechado,
semiaberto ou aberto. A de detenção, em regime semiaberto, ou aberto, salvo
necessidade de transferência a regime fechado.
§ 1º - Considera-se:
a) regime fechado a execução da pena em estabelecimento de segurança
máxima ou média;
b) regime semiaberto a execução da pena em colônia agrícola, industrial ou
estabelecimento similar;
c) regime aberto a execução da pena em casa de albergado ou estabelecimento
adequado.
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§ 2º - As penas privativas de liberdade deverão ser executadas em forma
progressiva, segundo o mérito do condenado, observados os seguintes
critérios e ressalvadas as hipóteses de transferência a regime mais rigoroso:
a) o condenado a pena superior a 8 (oito) anos deverá começar a cumpri-la em
regime fechado;
b) o condenado não reincidente, cuja pena seja superior a 4 (quatro) anos e não
exceda a 8 (oito), poderá, desde o princípio, cumpri-la em regime semiaberto;
c) o condenado não reincidente, cuja pena seja igual ou inferior a 4 (quatro) anos,
poderá, desde o início, cumpri-la em regime aberto.

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Dos regimes de cumprimento de pena

REGIME REGIME REGIME


FECHADO SEMIABERTO ABERTO
• Pena superior a 8 • Não reincidente • Não reincidente,
(oito) anos com pena superior com pena igual ou
a 4 (quatro anos) inferior a 4
e que não supere (quatro) anos
8 (oito) anos

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Súmula 269 STJ
“É admissível a adoção do regime prisional semiaberto aos
reincidentes condenados a pena igual ou inferior a quatro anos se
favoráveis as circunstâncias judiciais.”

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§ 3º - A determinação do regime inicial de cumprimento
da pena far-se-á com observância dos critérios previstos
no art. 59 deste Código.

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Circunstâncias judiciais

CIRCUNSTÂNCIAS JUDICIAIS

Art. 59 CP- O juiz, atendendo à culpabilidade, aos antecedentes, à


conduta social, à personalidade do agente, aos motivos, às
circunstâncias e consequências do crime, bem como ao
comportamento da vítima, estabelecerá, conforme seja necessário e
suficiente para reprovação e prevenção do crime:

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Pergunta:

Se o condenado fizer jus à progressão de regime, mas não houver vag no


estabelecimento ao qual ele tem direito, ele deve permanecer no regime
mais grave?

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Súmula Vinculante nº56 STF

“A falta de estabelecimento penal adequado não autoriza a manutenção


do condenado em regime prisional mais gravoso, devendo-se observar,
nessa hipótese, os parâmetros fixados no RE 641.320/RS.”

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Da reincidência
.
Reincidência

Art. 63 CP- Verifica-se a reincidência quando o agente comete novo crime, depois de
transitar em julgado a sentença que, no País ou no estrangeiro, o tenha condenado por
crime anterior.

Art. 7º DL 3688/41( LCP) - Verifica-se a reincidência quando o agente pratica uma


contravenção depois de passar em julgado a sentença que o tenha condenado, no Brasil ou
no estrangeiro, por qualquer crime, ou, no Brasil, por motivo de contravenção.

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Da reincidência
.Hipóteses de configuração

CRIME ANTERIOR CRIME POSTERIOR RESULTADO

CRIME CRIME REINCIDENTE

CONTREVENÇÃO CONTRAVENÇÃO REINCIDENTE

CRIME CONTRAVENÇÃO REINCIDENTE

CONTRAVENÇÃO CRIME PRIMÁRIO

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Das penas
.

Art. 64 CP - Para efeito de reincidência:


I - Não prevalece a condenação anterior, se entre a data do
cumprimento ou extinção da pena e a infração posterior
tiver decorrido período de tempo superior a 5 anos,
computado o período de prova da suspensão ou do
livramento condicional, se não ocorrer revogação;

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Detração

Art. 42 CP- Computam-se, na pena privativa de liberdade e


na medida de segurança, o tempo de prisão provisória, no
Brasil ou no estrangeiro, o de prisão administrativa e o de
internação em qualquer dos estabelecimentos referidos no
artigo anterior.

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Das penas em espécie
Código Penal

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Penas restritivas de direitos
Das penas .

Penas restritivas de direito

Art. 43 CP. As penas restritivas de direitos são:


I - prestação pecuniária;
II - perda de bens e valores;
III - limitação de fim de semana.
IV - prestação de serviço à comunidade ou a entidades públicas;
V - interdição temporária de direitos;
VI - limitação de fim de semana..

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Das penas .

Substituição
Art. 44 CP. As penas restritivas de direitos são autônomas e
substituem as privativas de liberdade, quando:
I – aplicada pena privativa de liberdade não superior a quatro anos e
o crime não for cometido com violência ou grave ameaça à pessoa
ou, qualquer que seja a pena aplicada, se o crime for culposo;
II – o réu não for reincidente em crime doloso;
III – a culpabilidade, os antecedentes, a conduta social e a
personalidade do condenado, bem como os motivos e as
circunstâncias indicarem que essa substituição seja suficiente.

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Das penas

Requisitos para a Substituição da Pena


privativa de liberdade por Restritiva de
Direitos

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Das penas .

Requisitos objetivos
NATUREZA DO CRIME
Crimes culposos – todos
Crimes dolosos – somente quando não houver violência ou grave
ameaça à pessoa;

QUANTIDADE DA PENA
Crimes culposos – não importa a quantidade da pena
Crimes dolosos – não superior a quatro anos

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Das penas restritivas de direito .
Requisitos subjetivos
• O réu não for reincidente em crime doloso;

OBS: art. 44, § 3o CP - Se o condenado for reincidente, o juiz poderá


aplicar a substituição, desde que, em face de condenação anterior, a
medida seja socialmente recomendável e a reincidência não se tenha
operado em virtude da prática do mesmo crime.

• a culpabilidade, os antecedentes, a conduta social e a


personalidade do condenado, bem como os motivos e as
circunstâncias indicarem que essa substituição seja suficiente.
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Das penas .

O que acontece se a pena restritiva de direitos for


descumprida injustificadamente?

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Das penas .

Reconversão obrigatória

Art. 44, §4º CP - A pena restritiva de direitos converte-se em


privativa de liberdade quando ocorrer o descumprimento injustificado
da restrição imposta. No cálculo da pena privativa de liberdade a
executar será deduzido o tempo cumprido da pena restritiva de
direitos, respeitado o saldo mínimo de trinta dias de detenção ou
reclusão.

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Das penas .

Substituição por restritiva de Direitos na


Lei 11.343/06

Art. 44. Os crimes previstos nos arts. 33, caput e § 1º, e 34 a 37


desta Lei são inafiançáveis e insuscetíveis de sursis, graça, indulto,
anistia e liberdade provisória, vedada a conversão de suas penas em
restritivas de direitos.

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Lei de Drogas
Lei 11.343 de 23 de agosto de 2006

HC 97.256-RS (rel. Min. Ayres Britto), o Plenário do STF admitiu a


substituição de pena privativa de liberdade por restritiva de direito
no tráfico ilícito de drogas, sob o fundamento de que a restrição legal
(art. 44, Lei 11.434/06) ofendia o princípio da individualização da
pena.

E posteriormente foi publicada pelo Senado a Resolução suspensiva


nº 05, de 15/02/2012.
Lei de Drogas RESOLUÇÃO Nº 5,
Lei 11.343 de 23 de agosto de 2006
DE 2012.
Suspende, nos termos do art. 52, inciso X, da Constituição Federal, a execução de parte do
§ 4º do art. 33 da Lei nº 11.343, de 23 de agosto de 2006.

O Senado Federal resolve:

Art. 1º É suspensa a execução da expressão "vedada a conversão em penas restritivas de


direitos" do § 4º do art. 33 da Lei nº 11.343, de 23 de agosto de 2006, declarada
inconstitucional por decisão definitiva do Supremo Tribunal Federal nos autos do Habeas
Corpus nº 97.256/RS.

Art. 2º Esta Resolução entra em vigor na data de sua publicação.

Senado Federal, em 15 de fevereiro de 2012.


Espécies de restritiva de direitos
Espécies de restritiva de direitos
Prestação pecuniária
art. 45 CP
§ 1o A prestação pecuniária consiste no pagamento em dinheiro à vítima, a seus
dependentes ou a entidade pública ou privada com destinação social, de
importância fixada pelo juiz, não inferior a 1 (um) salário mínimo nem superior a
360 (trezentos e sessenta) salários mínimos. O valor pago será deduzido do
montante de eventual condenação em ação de reparação civil, se coincidentes
os beneficiários.

§ 2o No caso do parágrafo anterior, se houver aceitação do beneficiário, a


prestação pecuniária pode consistir em prestação de outra natureza.
Espécies de restritiva de direitos
Perda de bens e valores

Art. 45, § 3o A perda de bens e valores pertencentes aos condenados dar-se-á,


ressalvada a legislação especial, em favor do Fundo Penitenciário Nacional, e
seu valor terá como teto – o que for maior – o montante do prejuízo causado ou
do provento obtido pelo agente ou por terceiro, em consequência da prática do
crime.
Espécies de restritiva de direitos
Prestação de serviços à comunidade ou a entidades públicas

Art. 46 CP. A prestação de serviços à comunidade ou a entidades públicas é


aplicável às condenações superiores a seis meses de privação da liberdade.

§ 1o A prestação de serviços à comunidade ou a entidades públicas consiste


na atribuição de tarefas gratuitas ao condenado.

§ 2o A prestação de serviço à comunidade dar-se-á em entidades


assistenciais, hospitais, escolas, orfanatos e outros estabelecimentos
congêneres, em programas comunitários ou estatais.

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Espécies de restritiva de direitos
Interdição temporária de direitos

Art. 47 CP- As penas de interdição temporária de direitos são:


I - proibição do exercício de cargo, função ou atividade pública, bem como
de mandato eletivo;
II - proibição do exercício de profissão, atividade ou ofício que dependam
de habilitação especial, de licença ou autorização do poder público
III - suspensão de autorização ou de habilitação para dirigir veículo.
IV – proibição de frequentar determinados lugares.
V - proibição de inscrever-se em concurso, avaliação ou exame públicos.
Espécies de restritiva de direitos
Limitação de fim de semana

Art. 48 CP- A limitação de fim de semana consiste na obrigação de


permanecer, aos sábados e domingos, por 5 (cinco) horas diárias, em casa
de albergado ou outro estabelecimento adequado.

Parágrafo único - Durante a permanência poderão ser ministrados ao


condenado cursos e palestras ou atribuídas atividades educativas
Das penas em espécie
Código Penal

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Pena de Multa
Da pena de Multa .

Art. 49 CP- CP A pena de multa consiste no pagamento ao fundo


penitenciário da quantia fixada na sentença e calculada em dias-
multa. Será, no mínimo, de 10 (dez) e, no máximo, de 360 (trezentos
e sessenta) dias-multa.

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Das penas Diferenças entre multa e Prestação pecuniária

CRITÉRIO MULTA PRESTAÇÃO


PECUNIÁRIA
DESTINAÇÃO Fundo penitenciário Vítima, dependentes ou
entidade pública ou
privada com fim social
FIXAÇÃO 10 e 360 dias-multa 01 a 360 salários mínimos

CONSEQUÊNCIA DO Executa como dívida reconversão


DESCUMPRIMENTO

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Das penas .

Fixação da pena de multa

§ 1º - O valor do dia-multa será fixado pelo juiz


não podendo ser inferior a um trigésimo do
maior salário mínimo mensal vigente ao tempo
do fato, nem superior a 5 (cinco) vezes esse
salário.

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Das penas .

Fixação da pena de multa

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Das penas .

Fixação da pena de multa

Critérios especiais da pena de multa


Art. 60 - Na fixação da pena de multa o juiz deve
atender, principalmente, à situação econômica do
réu.
§ 1º - A multa pode ser aumentada até o triplo, se o
juiz considerar que, em virtude da situação econômica
do réu, é ineficaz, embora aplicada no máximo.
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Das penas .

Pagamento da pena de multa


Art. 50 CP- A multa deve ser paga dentro de 10 (dez) dias depois de transitada em
julgado a sentença. A requerimento do condenado e conforme as circunstâncias, o juiz
pode permitir que o pagamento se realize em parcelas mensais.

§ 1º - A cobrança da multa pode efetuar-se mediante desconto no vencimento ou


salário do condenado quando:
a) aplicada isoladamente;
b) aplicada cumulativamente com pena restritiva de direitos;
c) concedida a suspensão condicional da pena.
§ 2º - O desconto não deve incidir sobre os recursos indispensáveis ao sustento do
condenado e de sua família;

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Das penas .

Da multa
Conversão da Multa e revogação (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

Art. 51. Transitada em julgado a sentença condenatória, a multa será executada


perante o juiz da execução penal e será considerada dívida de valor, aplicáveis as normas
relativas à dívida ativa da Fazenda Pública, inclusive no que concerne às causas
interruptivas e suspensivas da prescrição. (Redação dada pela Lei nº 13.964, de 2019)

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Das penas .

Da multa

Suspensão da execução da multa

Art. 52 CP - É suspensa a execução da pena de multa, se sobrevém ao condenado doença


mental

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Das penas
Código Penal

.
Da Aplicação da Pena
Das penas .

Sistema De Dosimetria Adotado

Sistema Trifásico

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Das penas .

Sistema De Dosimetria Adotado

•O CP adotou o SISTEMA TRIFÁSICO (= Sistema Nelson Hungria, dosimetria


em 3 etapas distintas e sucessivas).

ATENÇÃO: PARA A MULTA, ADOTOU-SE O SISTEMA BIFÁSICO (fixa-se


inicialmente o número de dias multa, e, após, calcula-se o valor de cada dia-
multa).

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Das penas .

Sistema De Dosimetria Adotado

Sistema Trifásico

Art. 68 CP - A pena-base será fixada atendendo-se ao critério do art. 59


deste Código; em seguida serão consideradas as circunstâncias atenuantes e
agravantes; por último, as causas de diminuição e de aumento.

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Das penas

Sistema Trifásico

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Das penas - 1ª Fase : Pena -base
.

Circunstâncias judiciais
Art. 59 CP- O juiz, atendendo à culpabilidade, aos
antecedentes, à conduta social, à personalidade do
agente, aos motivos, às circunstâncias e consequências
do crime, bem como ao comportamento da vítima,
estabelecerá, conforme seja necessário e suficiente para
reprovação e prevenção do crime:

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Das penas - 2ª Fase : Pena -intermediária
. Circunstâncias agravantes
Art. 61 CP- São circunstâncias que sempre agravam a pena, quando não constituem ou
qualificam o crime:
I - a reincidência;
Reincidência
Art. 63 CP- Verifica-se a reincidência quando o agente comete novo crime, depois de
transitar em julgado a sentença que, no País ou no estrangeiro, o tenha condenado por
crime anterior.

Art. 7º DL 3688/41( LCP) - Verifica-se a reincidência quando o agente pratica uma


contravenção depois de passar em julgado a sentença que o tenha condenado, no Brasil ou
no estrangeiro, por qualquer crime, ou, no Brasil, por motivo de contravenção.
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Das penas - 2ª Fase : Pena -intermediária
.Circunstâncias agravantes
Art. 61 CP- São circunstâncias que sempre agravam a pena, quando não constituem ou
qualificam o crime:
I - a reincidência;

CRIME ANTERIOR CRIME POSTERIOR RESULTADO


CRIME CRIME REINCIDENTE
CONTREVENÇÃO CONTRAVENÇÃO REINCIDENTE
CRIME CONTRAVENÇÃO REINCIDENTE
CONTRAVENÇÃO CRIME PRIMÁRIO

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Das penas - 2ª Fase : Pena -intermediária
.

Art. 64 CP - Para efeito de reincidência:


I - Não prevalece a condenação anterior, se entre a data do
cumprimento ou extinção da pena e a infração posterior
tiver decorrido período de tempo superior a 5 anos,
computado o período de prova da suspensão ou do
livramento condicional, se não ocorrer revogação;

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Das penas - 2ª Fase : Pena -intermediária
.Circunstâncias agravantes
Art. 61 CP- São circunstâncias que sempre agravam a pena, quando não constituem ou
qualificam o crime:

II - ter o agente cometido o crime:


a) por motivo fútil ou torpe;
b) para facilitar ou assegurar a execução, a ocultação, a impunidade ou vantagem de outro
crime;
c) à traição, de emboscada, ou mediante dissimulação, ou outro recurso que dificultou ou
tornou impossível a defesa do ofendido;
d) com emprego de veneno, fogo, explosivo, tortura ou outro meio insidioso ou cruel, ou de
que podia resultar perigo comum;
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Das penas - 2ª Fase : Pena -intermediária
.Circunstâncias agravantes - Art. 61 CP
e) contra ascendente, descendente, irmão ou cônjuge;
f) com abuso de autoridade ou prevalecendo-se de relações domésticas, de coabitação ou
de hospitalidade, ou com violência contra a mulher na forma da lei
específica; (Redação dada pela Lei nº 11.340, de 2006)
g) com abuso de poder ou violação de dever inerente a cargo, ofício, ministério ou profissão;
h) contra criança, maior de 60 (sessenta) anos, enfermo ou mulher
grávida; (Redação dada pela Lei nº 10.741, de 2003)
i) quando o ofendido estava sob a imediata proteção da autoridade;
j) em ocasião de incêndio, naufrágio, inundação ou qualquer calamidade pública, ou de
desgraça particular do ofendido;
l) em estado de embriaguez preordenada.
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Das penas - 2ª Fase : Pena -intermediária
.Circunstâncias agravantes -
Agravantes no caso de concurso de pessoas
Art. 62 CP- A pena será ainda agravada em relação ao agente que:
I - promove, ou organiza a cooperação no crime ou dirige a atividade dos demais
agentes;
II - coage ou induz outrem à execução material do crime;
III - instiga ou determina a cometer o crime alguém sujeito à sua autoridade ou não-punível
em virtude de condição ou qualidade pessoal;

IV - executa o crime, ou nele participa, mediante paga ou promessa de recompensa.

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Das penas - 2ª Fase : Pena -intermediária

. Circunstâncias agravantes -
ATENÇÃO!

O rol das agravantes (arts. 61 e 62) é TAXATIVO, não se admite analogia in malam partem. .

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Das penas - 2ª Fase : Pena -intermediária
. Circunstâncias atenuantes -
Art. 65 CP - São circunstâncias que sempre atenuam a pena:
I - ser o agente menor de 21 (vinte e um), na data do fato, ou maior de 70 (setenta) anos, na
data da sentença;
II - o desconhecimento da lei;
III - ter o agente:
a) cometido o crime por motivo de relevante valor social ou moral;
b) procurado, por sua espontânea vontade e com eficiência, logo após o crime, evitar-lhe ou
minorar-lhe as consequências, ou ter, antes do julgamento, reparado o dano;
c) cometido o crime sob coação a que podia resistir, ou em cumprimento de ordem de
autoridade superior, ou sob a influência de violenta emoção, provocada por ato injusto da
vítima;
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Das penas - 2ª Fase : Pena -intermediária
. Circunstâncias atenuantes -
Art. 65 CP - São circunstâncias que sempre atenuam a pena:
d) confessado espontaneamente, perante a autoridade, a autoria do crime;

e) cometido o crime sob a influência de multidão em tumulto, se não o provocou.

Art. 66 CP- A pena poderá ser ainda atenuada em razão de circunstância relevante, anterior
ou posterior ao crime, embora não prevista expressamente em lei.

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Das penas - 2ª Fase : Pena -intermediária
.Circunstâncias atenuantes -
Art. 65 CP - São circunstâncias que sempre atenuam a pena:
d) confessado espontaneamente, perante a autoridade, a autoria do crime;

e) cometido o crime sob a influência de multidão em tumulto, se não o provocou.

Art. 66 CP- A pena poderá ser ainda atenuada em razão de circunstância relevante, anterior
ou posterior ao crime, embora não prevista expressamente em lei.

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Das penas - 3ª Fase : Pena -Definitiva
.

➢Causas de Aumento

➢Causas de Diminuição

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