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RAIO X
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SUMÁRIO
DIREITO PENAL..........................................................................................................................4
DIREITO DO TRABALHO.....................................................................................................132
DIREITO PENAL1
1. Direito Penal: conceito, evolução histórica, fontes, objetivos. As escolas penais. O Direito Penal
e o Estado Democrático de Direito. 2. A ciência conjunta do Direito Penal: dogmática penal, política
criminal e criminologia. Sistema penal e controle social. As escolas criminológicas. Política criminal e
penitenciária no Brasil. O encarceramento no Brasil: dados e perspectivas teóricas. O sistema penal
brasileiro. Processo de criminalização. Criminalização primária e secundária. Vitimologia e vitimização.
Polícia e Sistema Penal. Policização e militarização. Prisionização e relações de poder penitenciárias. A
prisão na sociedade moderna. Prisão e capitalismo. Foucault e a questão prisional. A economia política
da pena. Iluminismo, Revoluções burguesas e suas repercussões no pensamento criminológico. Escola
clássica. Positivismo criminológico. O positivismo criminológico no Brasil.
Pessoal, nossos dois primeiros pontos de Direito Penal, são temas afetos à disciplina de CRIMINOLOGIA, e quanto
a eles, somente há estudo pela doutrina.
Utilize o seu material próprio de Criminologia, ou veja as FUCS de criminologia, sobretudo os docs. 1, 2,4 e 7.
Criminologia, é uma ciência do “ser”, empírica, na medida em que seu objeto (crime, criminoso, vítima e controle
social) é visível no mundo real e não no mundo dos valores, como ocorre com o direito, que é uma ciência
do “dever-ser”, portanto normativa e valorativa.
A interdisciplinaridade da criminologia decorre de sua própria consolidação histórica como ciência dotada de
autonomia, à vista da influência profunda de diversas outras ciências, tais como a sociologia, a psicologia, o direito,
a medicina legal etc.
*Retirado do livro de Rogério Sanches – Manual de Direito Penal, 2014, Ed. JusPodivm, página 36.
#DICADEPROVA: As bancas costumam trazer o conceito de Criminologia, misturando seus termos e mesclando
os com outros que são característicos da Política Criminal ou do Direito Penal.
Então fique bem atento e lembre-se sempre: Criminologia é ciência (portanto, autônoma, não subordinada);
empírica (não-normativa, preocupada com o “ser” e não com o “dever-ser”); e interdisciplinar (envolve conceitos
de diversas ciências: psicologia, sociologia, direito, ciência política, economia).
2. OBJETOS DA CRIMINOLOGIA
3. DELITO
De acordo com a criminologia, o delito é a conduta de incidência massiva na sociedade, capaz de causar
dor, aflição e angústia, persistente no espaço e no tempo.
Reiteração na sociedade
O delito não pode ser um fato isolado, deve acontecer com expressividade na popula-
Incidência massiva ção. Em 1987, a Lei 7.643, criou o tipo penal de molestar cetáceo, em razão de um caso
na população isolado em que uma pessoa provocou a morte de um golfinho que encalhou na Praia
de Copacabana. Tal lei é extremamente criticada pela criminologia, uma vez que não se
trata de um caso de incidência massiva na população.
Produção de dor à vítima e à sociedade
O delito deve causar dor, angústia, sofrimento à vítima individualizada ou à sociedade
como um todo. Por exemplo, lavagem de capitais, homicídios, furtos.
Incidência aflitiva
No Brasil, há uma lei que criminaliza a utilização da expressão couro sintético, pois se
é sintético não pode ser couro. Tal criminalização não deveria ocorrer, pois, na visão da
criminologia, não causa dor, sofrimento ou angústia.
#SELIGA! Para o estudo da criminologia, é preciso ter em mente que crime NÃO é um conceito ontológico, ou
seja, não é uma conduta mal em si, em sua essência, mas foi tida, em determinado momento-temporal, local e
sociedade como algo que deve ser taxado como crime.
O crime é um fenômeno humano e cultural, só existe em nosso meio; na natureza não há a figura do delito. É
dizer, para a criminologia o crime é um fenômeno social, a exigir ampla observação para ser compreendido em
seus diversos prismas.
3. DELINQUENTE
A abordagem sobre o delinquente foi muito modificada ao longo da evolução da criminologia. As diversas esco-
las existentes, tanto as surgidas no âmbito da criminologia tradicional quanto da criminologia moderna,
apresentam diferentes elementos sobre o delinquente.
Ser humano é visto como algo sublime – Ideal do ser humano como centro do univer-
so e senhor absoluto de si mesmo e de seus atos – o livre arbítrio
Normalidade do criminoso
CRIMINOLOGIA
MODERNA Estudo do criminoso passa a segundo plano, como uma superação dos enfoques
individualistas em atenção aos objetivos político-criminais. Salienta Sérgio Salomão
Shecaira (2008, p. 54) que “o criminoso é um ser histórico, real, complexo e enigmá-
tico, um ser absolutamente normal, pode estar sujeito às influências do meio (não
aos determinismos)”. E arremata: “as diferentes perspectivas não se excluem; antes,
completam-se e permitem um grande mosaico sobre o qual se assenta o direito penal
atual”.
4. VÍTIMA
Inicialmente, deixada de lado no estudo da Criminologia, que a considerava como algo insignificante na existência
do delito, passou por 03 (três) grandes momentos nos estudos penais:
FASES DEFINIÇÃO
5. CONTROLE SOCIAL
Família, escola, religião, clubes recreativos, Polícia, Ministério Público, Poder Judiciário,
AGENTES
opinião pública etc. administração penitenciária.
Costuma ser mais efetivo, porque é ininter- A eficaz prevenção do crime não depende
rupto e onipresente, o que ajuda a explicar tanto da maior efetividade do controle social
os níveis mais baixos de criminalidade nas formal, senão da melhor integração do con-
pequenas cidades do interior, onde é mais trole social formal e informal.
EFETIVIDADE forte.
O controle razoável e eficaz da criminalidade
O atual enfraquecimento dos laços familia- não pode depender exclusivamente da efeti-
res e comunitários explica em boa medida vidade das instâncias do controle social, pois
a escassa confiança depositada na sua efe- a intervenção do sistema legal não incide nas
tividade raízes do delito.
• Sanções formais (aplicadas pelo Estado podendo ser cíveis, administrativas e/ou penais) e sanções infor-
mais (que não tem força coercitiva);
• Controle interno (autocoerção) e controle externo (ação da sociedade ou do Estado, como multas e penas pri-
vativas de liberdade).
Assim temos: “Quando as formas de controle social informal falham, agem as formas de controle social
formal”.
6. VITIMIZAÇÃO
Pessoal, é importante não confundir os conceitos de vitimização. Nas provas é recorrente a utilização de um dos
conceitos com a denominação do outro, então #FOCANATABELA. Já a vitimização, também estudada pela Crimi-
nologia Crítica, é classificada em três grandes grupos
A lei em comento tem por objetivo central reprimir e prevenir a chamada vitimização secundária. Com a nova lei,
busca-se evitar exatamente esse cenário de revitimização durante a instrução criminal, justamente no momento em
que a vítima e a as testemunhas são questionadas quanto ao crime, com um olhar mais incisivo direcionado aos
crimes contra a dignidade sexual.
7. ESCOLA CLÁSSICA
Surgiu no Século XVIII e teve sua denominação criada pelos positivistas com a finalidade de lhe atribuir um tom
pejorativo. Defende que o homem é livre para escolher entre o bem e o mal, devendo a pena ser aplicada como
forma de retribuição para o mal causado. O principal nome dessa escola é o de Cesare Benesana, o Marquês de
Beccaria.
ESCOLA CLÁSSICA
A burguesia em ascensão procurava afastar o arbítrio e a opressão do poder soberano com a
Contexto manifestação desses seus representantes através da junção do jusnaturalismo e do contratua-
Histórico lismo que, embora distintas, igualavam-se no fundamental, isto é, a existência de um sistema
de normas anterior e superior ao Estado, em oposição à tirania e violência reinantes.
- Cesare Beccaria, com seu livro “Dos delitos e das penas” #TEMQUESABER
Teóricos - Francesco Carrara (dogmática penal) e
- Giovanni Carmignani.
• O crime é um ente jurídico; não é uma ação, mas sim uma infração (Carrara) – é uma
criação jurídica!
Fundamen-
tos Básicos • A punibilidade deve ser baseada no livre-arbítrio; homem é racional e livre em suas
ações. Portanto, se escolheu cometer um crime, é essa liberdade de escolha que permite
aplicar a ele uma pena.
• A pena deve ter nítido caráter de retribuição pela culpa moral do delinquente (malda-
de), de modo a prevenir o delito com certeza, rapidez e severidade e a restaurar a ordem
externa social;
8. ESCOLA POSITIVISTA
Decorre da etapa cientifica da criminologia, partindo da ideia de que existe um criminoso nato, afastando-se da
ideia do livre-arbítrio defendido pela escola clássica. #NÃOCONFUNDA: Já existia a aplicação de elementos cien-
tíficos por outras teorias, tais como a escola cartográfica, desenvolvida por Quetelet e como a frenologia, porém
entende-se que só houve a sua consolidação com a escola positivista.
A escola positivista se divide em 3 fases: Antropológica (Lombroso), Sociológica (Ferri) e jurídica (Garofálo).
ESCOLA POSITIVA
Contexto Deita suas raízes no início do século XIX na Europa, influenciada no campo das ideias pelos
Histórico princípios desenvolvidos pelos fisiocratas e iluministas no século anterior
Antropológica de Cesare Lombroso (1835-1909): publicou em 1876 o livro O homem
delinquente, que instaurou um período científico de estudos criminológicos. Acabou por
examinar com intensa profundidade as características fisionômicas e as comparou com
os dados estatísticos de criminalidade. Nesse sentido, dados como estrutura torácica, es-
tatura, peso, tipo de cabelo, comprimento de mãos e pernas foram analisados com detalhes.
Lombroso também buscou informes em dezenas de parâmetros frenológicos, decorrentes
Fases/Teóricos de exames de crânios, traçando um viés científico para a teoria do criminoso nato. Ademais,
Lombroso propôs a utilização de método empírico-indutivo ou indutivo-experimental, que
se ajustava ao causalismo explicativo defendido pelo positivismo. Embora Lombroso não
tenha afastado os fatores exógenos da gênese criminal, entendia que eram apenas aspectos
motivadores dos fatores endógenos. Assim, o clima, a vida social etc. apenas desencadea-
riam a propulsão interna para o delito, pois o criminoso nasce criminoso (determinismo
biológico).
9. POLICIZAÇÃO E MILITARIZAÇÃO
2 https://universo.ufes.br/blog/2013/08/uma-discussao-sobre-a-policia/
CRIMINALIZAÇÃO DEFINIÇÃO
#APOSTACICLOS – Pessoal, dando continuidade aos assuntos de Criminologia, se aplicam as mesmas ins-
truções dadas acima, devendo ser ressaltado que esses pontos costumam ter ainda mais incidência em provas, e
por isso são nossa aposta.
1. TEORIAS SOCIOLÓGICAS
As teorias sociológicas surgem como forma de superação da análise individualista do fenômeno, que pautou as
correntes tradicionais, em especial a Positivista. Ainda há nas primeiras teorias um forte elemento etiológico (explo-
ração das causas do crime), contudo elementos sociais são gradativamente incluídos no estudo. As primeiras ver-
tentes se baseiam na noção de que a sociedade se constitui por um consenso (tácito) no que toca suas as decisões
fundamentais.3 São, portanto, “teorias do consenso”.
Em reação a essa linha de pensamento, surgem, em especial a partir dos anos 1970, as “teorias do conflito”, as
quais enxergam o elemento constitutivo do corpo social no dissenso (no conflito) e não em uma série de acordos
tácitos. Assim, é o embate entre grupos culturais, no viés não-marxista, ou classes econômicas, no viés marxista,
que gera a síntese capaz de conformar a sociedade.
Exemplos:
Exemplos
Escola de Chicago
Labelling Approach (Interacionismo Simbólico/Rotu-
Anomia
lação Social/Etiquetamento
Associação Diferencial
Teoria Crítica
Subcultura Delinquente
Todas elas têm em comum o fato de estudar o crime sob um viés mais sociológico do que biológico ou psico-
lógico. Partem do princípio de que os fatores sociais são mais relevantes do que os fatores individuais do criminoso
para explicar o crime ou os processos de criminalização.
3 Contrato social (ou contratualismo) indica uma classe de teorias que tentam explicar os caminhos que levam as pessoas a formarem Estados e/ou mante-
rem a ordem social. Essa noção de contrato traz implícito que as pessoas abrem mão de certos direitos para um governo ou outra autoridade a fim de obter as
vantagens da ordem social. Nesse prisma, o contrato social seria um acordo entre os membros da sociedade, pelo qual reconhecem a autoridade, igualmente
sobre todos, de um conjunto de regras, de um regime político ou de um governante.
Atenta ao impacto da mudança social, especialmente das grandes cidades norte-americanas no começo do
século XX (explosão demográfica, industrialização, imigração, conflitos sociais etc.); interessada pelos grupos
minoritários, conflitivos;
Estuda a criminalidade urbana (claramente diferenciada, sob todos os pontos de vista, da criminalidade pro-
duzida fora dos núcleos urbanos);
A cidade “produz” a delinquência – dentro da grande cidade pode se verificar a existência de zonas muito
definidas (o gangland, zona das quadrilhas; as delinquency areas) onde aquela se concentra;
A deterioração da família, a superficialidade das relações interpessoais, a alta mobilidade de pessoas, a conse-
quente perda de raízes no lugar da residência, a crise dos valores tradicionais, a superpopulação, a tentadora
proximidade às áreas comerciais e industriais onde se acumula riqueza e o enfraquecimento do controle social
criam um meio desorganizado e criminógeno.
3. CRIMINOLOGIA CRÍTICA
CRIMINOLOGIA CRÍTICA
Fundamento causal da desviação – crime é resposta ao conflito social;
Máxima relevância da denominada desviação secundária – processo de etiquetamento e estigmatização do
infrator pelo controle social;
Justiça de classe – as agências oficiais do controle atuam de forma seletiva e discriminatória, prescindindo das
características do fato e dos merecimentos objetivos do autor, tese já formulada pelo labbelling approach;
Atitude empática, de apreço, em relação ao desviado, pregada já com anterioridade por Matza, e sobretudo,
pela Escola de Chicago. Pelo contrário, propugna-se uma atitude hostil e beligerante com relação ao delin-
quente poderoso.
Abolicionismo – rechaça-se frontalmente não já o controle social, porém o papel que desempenham as ins-
tâncias punitivas e seu funcionamento real – iníquo. O Direito Penal não é compatível com a justiça social e a
diminuição das desigualdades. Thomas Mathiesen e Louk Hulsman.
Neorrealismo de esquerda: a solução para o crime consistiria na transformação revolucionária e na elimina-
ção da exploração do homem pelo homem. São propostas: a) criminalização dos atos que proliferam a explo-
ração; b) minimalização da repressão penal sobre as classes exploradas; c) criação de uma nova criminalidade
e diminuição da velha criminalidade de massa. Juarez Cirino dos Santos.
• Cultura: são os valores dominantes em uma certa sociedade e que são passados de geração
para geração.
• Subcultura: é a cultura dentro da cultura, mas com valores opostos ou divergentes e que
não pretende substituir a cultura dominante.
Aspectos O crime seria normal porque não teria sua origem em nenhuma patologia individual nem
Principais social, senão no normal e regular funcionamento de toda ordem social.
• A teoria não explica a criminalidade de colarinho branco, praticada por aqueles que pos-
Críticas suem os meios institucionais para atingir as metas culturais.
Não é uma etiologia geral da criminalidade, mas representa o estudo de crimes come-
tidos no âmbito de grupos sociais específicos, vale dizer, no seio de subculturas nas
quais o valor dominante é o descumprimento da lei.
As minorias possuem subculturas que diferem e se chocam com as maiorias. Baseiam-se
principalmente no jovem delinquente, sob o ponto de vista da rebeldia contra os valores
Aspectos
estabelecidos pela classe média dominante, razão pela qual passam a professar outros valo-
Principais
res e metas, ou legitimando práticas ilegais para alcançar as metas gerais.
Assim, se tenta explicar o porquê de jovens das classes mais baixas e de determinados bair-
ros tenderem à delinquência, afirmando que por causa da estruturação das classes sociais,
é muito difícil para os membros da classe baixa terem acesso aos valores professados pelas
classes dominantes. Disso deriva um estado de frustração que culmina com a delinquência.
REAÇÃO • Critica o antigo paradigma etiológico das outras escolas, que analisavam o criminoso
por suas características individuais. Aqui, o estudo é direcionado ao sistema penal e
SOCIAL controle social;
ETIQUETAMENTO • O criminoso é fruto de uma construção social. A criminalidade não existe na nature-
za, mas é uma construção social que depende de juízos adscritivos que produzem a
OU qualidade de criminoso na pessoa, que provém não das normas de Direito Penal, mas
de meta-regras que condicionam a atividade das instâncias de controle;
ROTULAÇÃO
• As meta-regras expressam preconceitos e estereótipos que as instâncias de controle
SOCIAL) social utilizam na definição do crime e do delinquente a fim de selecionar e recrutar
a população marginalizada;
• Não basta desrespeitar a lei, é necessário que o criminoso seja “selecionado” ou estar
dentro das “etiquetas”, os chamados criminalizados.
• Os criminalizados não conseguem se desprender dessa imagem, gerando um status
social negativo;
• As condutas não são criminosas por sua própria natureza. É adquirido o caráter de
criminosa por meio da escolha do Estado, que rotula condutas como crimes com ob-
jetivo de perpetuação da estrutura social de poder, praticadas com maior frequência
pelas classes mais baixas, os “etiquetados”;
• O crime não é um fenômeno social, mas um fenômeno normativo.
A criminologia chega à investigação das funções simbólicas e reais do sistema penal, bem
como, a uma desconstrução individual e mais planejada da ideologia da defesa social. Essa
nova criminologia parte do pressuposto de uma sociedade de classes, entendendo que o
Marxistas
sistema punitivo está organizado ideologicamente para proteger os conceitos de interes-
ses próprios da classe dominante. Portanto, o sistema acaba se destinando a conservar a
estrutura vertical de dominação do poder existente na sociedade.
Busca uma radical inversão no eixo de atuação do Direito Penal. Isto é, percebendo a con-
centração da atuação do sistema penal sobre os indivíduos pertencentes às classes mar-
ginalizadas, os adeptos dessa nova linha compreensiva determinam que a resposta à crise
Esquerda Puni- de legitimidade do sistema jurídico-penal tem por objeto o redirecionamento da atuação
tiva do aparato repressivo-estatal da “criminalidade de rua” para a “criminalidade dourada”,
tudo com vistas à consecução de uma realidade social aparentemente libertária, refletida,
pois, no estabelecimento de uma justiça que, desembaraçado dos grilhões do capitalismo,
tornar-se-ia sensível aos anseios e demandas das classes marginalizadas
Tem como eixo a reclamação por uma extinção de todo sistema penal e tudo que é
associado a ele. O sistema penal não é uma solução, mas, ao contrário, um problema
não só associado às suas precariedades e ineficiência, mas também por ser servil a outras
funções escusas.
Como solução, indica que o modelo punitivo poderia ser substituído por modelos de
justiça participativa e comunitária, mais próximas das relações privadas e não dos
sistemas sancionatórios. A reparação ou indenização do dano causado ganha espaço
Abolicionismo no lugar das sanções.
#APOSTACICLOS É importante saber que existem díspares tipos de abolicionismo, com diferentes fun-
damentações metodológicas para abolição. Não há apenas um ideário acerca da ideia
abolicionista, ou uma teoria totalizadora que abranja todos os aspectos de suas distintas
variantes. Seus líderes foram Foucault (vigiar e punir), Thomas Mathiesen, Louk Hulsman e
Nils Christie.
Entre as críticas mais recorrentes ao abolicionismo penal é taxá-lo enquanto uma teoria
utópica, pois não apresentaria soluções para substituir a função exercida pelo di-
reito penal
Não defende a supressão total e imediata do sistema penal. Esta teoria defende a abolição
a longo prazo, de forma mediata. Assim como o abolicionismo penal, o minimalismo pre-
ga a abolição do direito penal, mas de maneira graduada.
Minimalismo Isso seria fruto de um contexto de mudanças e transformações sociais, sobretudo com
base na melhoria de direitos fundamentais básicos como saúde, educação, lazer, moradia,
emprego, enfim uma evolução no padrão de vida da população. O Direito Penal se man-
teria existente, mas somente para agir no interesse de alguns bens sociais.
Surge após a segunda guerra mundial, como uma forte reação humanista e humanitária
contra os abusos praticados pelos regimes totalitários do nazismo e fascismo.
Esse viés não tem propriamente uma unidade de pensamento, nem está filiado a qualquer
escola filosófica. Tem uma concepção crítica do fenômeno criminal entendendo-o como o
resultado de uma imoralidade social, que deve ser curada racionalmente, através de uma
política que respeite a dignidade da pessoa e resguarde os direitos do homem.
A sociedade internacional de defesa social como órgão de movimento busca influir na po-
NOVA DEFESA lítica criminal, bem como defende e pressupõem aceitas as seguintes ideias: a luta contra
SOCIAL a criminalidade deve ser reconhecida como uma das tarefas mais importantes que cabem
a sociedade; nessa luta a sociedade deve recorrer a diversos meios de ação, quer pré-
-criminosos, quer pós-criminosos. O direito criminal deve ser considerado como um dos
meios de que a sociedade pode servir-se para fazer diminuir a criminalidade; e os meios
de ação empregados para esses fins devem ser considerados não só na ótica da proteção
dos membros da sociedade contra o risco de cair no crime.
Compreende a pena como uma reação da sociedade com objetivo de proteção do cida-
dão.
8. CRIMINOLOGIA CULTURAL
- Também em apertada síntese, a CRIMINOLOGIA CULTURAL busca compreender a convergência entre cultura e
crime na vida contemporânea (Ferrell e Sanders), conceituando o comportamento do homem como o reflexo das
dinâmicas individuais e de grupo, das tramas e traumas sociais e de suas representações culturais (Becker).
– Um exemplo é a violência vendida como entretenimento, como experiência de consumo pelo jornalismo policial
(sensacionalista).
– Para Salo de Carvalho, a CRIMINOLOGIA CULTURAL configura-se, portanto, como uma tendência do pensamen-
to criminológico crítico que se preocupa com a análise dos processos de mercantilização do desvio e da violência,
transformados, pelas agências configuradoras do sistema penal, notadamente a grande mídia, em ícones e sím-
bolos da cultura contemporânea.
– No mesmo sentido é a CRIMINOLOGIA CULTURAL, como derivação da CRIMINOLOGIA CRÍTICA, que insere no-
vos temas, ícones e símbolos criminais na interpretação do processo de seleção de condutas humanas como típicas
e suas formas de resposta ao delito.
- Jock Young – “a Criminologia Cultural revela quase exatamente o oposto da vida do crime mundano, enfatizando
a natureza sensual do crime, o ímpeto de adrenalina de se correr riscos – a voluntária assunção de risco ilícito e
a dialética do medo e prazer. Quer dizer, regras são transgredidas porque elas estão postas, o risco é um desafio
e não um dissuasivo e o firme crescimento no controle, a assustadora criminalização da vida cotidiana, provoca
transgressão ao invés de conformidade.”
9. CRIMINOLOGIA FEMINISTA
a) O gênero não é um fato natural derivado da diferença sexual biológica ou das capacidades reprodu-
tivas, mas sim um produto histórico, social e cultural;
d) A produção de conhecimento é reflexo da visão de mundo dos homens, do que se afirma que o
conhecimento é “gendrado”;
e) Deve haver a centralização das mulheres nas pesquisas intelectuais, deixando-se de se situar de forma
periférica ou invisibilizada pelos homens.
A perspectiva feminista na Criminologia contempla, assim, duas vertentes (FONTES; HOFFMANN, 2018, p.
273):
b) Analítica: Apresenta proposições analíticas acerca dos temas centrais da Criminologia, fomentando a
introdução de novas questões em sua agenda teórica e política.
9. PANOPTISMO
Representando esse modelo, tem-se como figura arquitetural o panóptico de Bentham, consistente na orga-
nização das unidades especiais que propicia um sistema de vigilância de efeitos permanentes, mesmo que
descontínua a sua ação, induzindo o detento a um estado consciente e perene de visibilidade, de sorte
a assegurar o funcionamento do poder, que deve ser visível (observação constante pelo detento da torre
central de onde é vigiado) e inverificável (o detento não deve ter a certeza de que está sendo vigiado,
mas sim da possibilidade de sê-lo). Assim, importa que o prisioneiro se sinta vigiado, ainda que
De acordo com Foucault (2017, p. 194), a construção arquitetônica é assim estruturada: “na periferia uma
construção em anel; no centro, uma torre; esta é vazada de largas janelas que se abrem sobre a face
interna do anel; a construção periférica é dividida em celas, cada uma atravessando toda a espessura da
construção; elas têm duas janelas, uma para o interior, correspondendo às janelas da torre; outra, que dá
para o exterior, permite que a luz atravesse a cela de lado a lado”.
Nesse quadro, cada prisioneiro pode ser visto de sua cela frontalmente pelo vigia. Todavia, os muros laterais
impedem que entre em contato com seus companheiros, garantindo a ordem.
Nas palavras de Foucault (2011:194), o panóptico “deve ser compreendido como um modelo generalizável de fun-
cionamento; uma maneira de definir as relações de poder com a vida cotidiana dos homens”. Ele se insere em uma
nova proposta de tecnologia política e representa um marco nas técnicas de vigilância que pretendem substituir o
exercício pesado, custoso e inútil de poder que sustentou a soberania monárquica.
Dessa forma, o panoptismo não deve ser avaliado, quanto à sua implementação e reforço, a partir da existência ou
inexistência de prédios que guardem proximidade ao que foi delineado por Bentham. O panoptismo deve servir
como categoria de análise, como ferramenta de compreensão de uma forma específica de “economia política”, de
tecnologia e economia do controle e da punição.
3. Princípios constitucionais aplicáveis ao Direito Penal. Aplicação e interpretação da lei penal no tempo
e no espaço. 3.Imunidades penais. 4. Teoria do delito: evolução histórica, elementos do crime. Bem
jurídico-penal.
Esse é um ponto amplamente doutrinário, que deve ser estudado pelo seu material de base em conjunto
com a análise da jurisprudência (especialmente quanto aos princípios). Por esse motivo, sugerimos a leitura da FUC
1 e FUC 2 de Direito Penal ou material próprio.
Em relação aos princípios, foco no princípio da legalidade, subsidiariedade, intervenção mínima, ofensivi-
dade, e lesividade, com especial atenção ao princípio da insignificância, incluindo aqui o estudo OBRIGATÓRIO da
jurisprudência correlata.
#APOSTACICLOS - Atenção também no que se refere à integração da norma penal e à lei penal no
tempo e no espaço, são temas que apresentam uma grande quantidade de questões nos concursos pretéritos.
Nesse ponto em específico, temos previsão legal no Código Penal, portanto, além do estudo doutrinário, a leitura
da lei seca é indispensável.
Atenção para as teorias relacionadas ao tempo e lugar do crime, abolitio criminis e seus efeitos, bem
como lei penal no espaço (muito importante - saber os critérios e requisitos).
#MAPEIAOVADE:
Somente a lei pode criar delitos e cominar penas. A doutrina consagrou, corretamente, as expressões reserva legal
e estrita legalidade, pois somente se admite lei em sentido material (matéria constitucionalmente reservada à lei) e
formal (lei editada em consonância com o processo legislativo previsto na Constituição Federal).
#CUIDADO: Em regra, é vedada a edição de medidas provisórias sobre matéria relativa a Direito Penal (CF, art.
62, § l.°, I, alínea b), seja ela prejudicial ou mesmo favorável ao réu. Nada obstante, o Supremo Tribunal Federal
historicamente firmou jurisprudência no sentido de que as medidas provisórias podem ser utilizadas na esfera
penal, desde que benéficas ao agente. Ex.: MP 417 que prorrogou a “atipicidade temporária” no crime de posse
de armas previsto no Estatuto do Desarmamento.
- Princípio da legalidade = reserva legal (não há crime sem lei) + princípio da anterioridade (exige lei anterior).
Lei escrita: é proibido o costume incriminador. #SELIGANOSINÔNIMO: os costumes contrários às leis são chama-
dos de DESUETUDO.
Lei certa: é proibida a criação de tipos penais vagos e indeterminados. Aqui reside a crítica às normas penais in-
completas (dependem de complemento normativo e/ou valorativo).
Lei prévia: é proibida a aplicação da lei penal incriminadora a fatos - não considerados crimes - praticados antes de
sua vigência. Engloba aqui o da anterioridade, cláusula pétrea.
2. MANDADOS DE CRIMINALIZAÇÃO
São matérias sobre as quais o legislador ordinário não tem a faculdade de legislar, mas sim a obrigatoriedade de
criar tipos penais, protegendo determinados bens ou interesses de forma adequada e, dentro do possível, integral
(vedação a proteção deficiente-uma das vertentes do Princípio da Proporcionalidade). Por exemplo: racismo e
tortura.
#OLHAOGANCHO #APOSTACICLOS:
O Plenário do Supremo Tribunal Federal, no julgamento conjunto da Ação Direta de Inconstitucionalidade por
Omissão n.º 26/DF e do Mandado de Injunção 4.733/DF, decidiu pela aplicabilidade das disposições contidas
na Lei 7.716/1989 - Crimes de Preconceito e Discriminação aos delitos envolvendo homofobia e transfo-
bia. Até que sobrevenha lei emanada do Congresso Nacional destinada a implementar os mandados de crimi-
nalização definidos nos incisos XLI e XLII do art 5.° da Constituição da República, as condutas homofóbicas
e transfóbicas, reais ou supostas, que envolvem aversão odiosa à orientação sexual ou à identidade de gênero
de alguém, por traduzirem expressões de racismo, compreendido este em sua dimensão social, ajustam-se,
por identidade de razão e mediante adequação típica, aos preceitos primários de incriminação definidos na Lei
n° 7.716, de 08.01.1989, constituindo, também, na hipótese de homicídio doloso, circunstância que o qualifica, por
configurar motivo torpe (Código Penal, art. 121, § 2.°, I, “in fine”);
O Direito Penal não deve se ocupar de condutas insignificantes, incapazes de lesar ou pelo menos de colocar em
perigo o bem jurídico protegido pela lei penal.
- Possui natureza jurídica de causa supralegal de exclusão da tipicidade material, devendo ser analisado em
conexão com os postulados da fragmentariedade e da intervenção mínima.
Requisitos:
• Objetivos: consagrados pelo STF (M I R A): a) mínima ofensividade da conduta do agente; b) ausência de
periculosidade social da ação; c)reduzido grau de reprovabilidade do comportamento do agente; d) inex-
pressividade da lesão jurídica causada.
• Subjetivos: importância do bem para a vítima (STF) e condições do agente (nem a reincidência, nem
a reiteração criminosa, tampouco a habitualidade delitiva, são suficientes, por si sós, para afastar a aplicação
do princípio da insignificância STF - Info 793).
#SELIGA - Pode ser reconhecido mesmo após o trânsito em julgado da sentença condenatória.
#NÃOCONFUNDA #SELIGANATABELA:
INSIGNIFICÂNCIA X PROPORCIONALIDADE
▪ A reincidência não impede, por si só, que o juiz da causa reconheça a insignificância penal da conduta, à luz
dos elementos do caso concreto.
No entanto, com base no caso concreto, o juiz pode entender que a absolvição com base nesse princípio é penal
ou socialmente indesejável. Nesta hipótese, o magistrado condena o réu, mas utiliza a circunstância de o bem
furtado ser insignificante para fins de fixar o regime inicial aberto. Desse modo, o juiz não absolve o réu, mas
utiliza a insignificância para criar uma exceção jurisprudencial à regra do art. 33, § 2º, “c”, do CP, com base no
princípio da proporcionalidade STF. 1ª Turma. HC 135164/MT, Rel. Min. Marco Aurélio, red. p/ ac. Min. Alexandre
de Moraes, julgado em 23/4/2019 (Info 938).
▪ Em regra, o reconhecimento do princípio da insignificância gera a absolvição do réu pela atipicidade material.
Em outras palavras, o agente não responde por nada. Em um caso concreto, contudo, o STF reconheceu a in-
significância do bem subtraído, mas, como o réu era reincidente em crime patrimonial, em vez de absolvê-lo, o
Tribunal utilizou esse reconhecimento para conceder a substituição da pena privativa de liberdade por restritiva
de direitos. Em razão da reincidência, o STF entendeu que não era o caso de absolver o condenado, mas, em
compensação, determinou que a pena privativa de liberdade fosse substituída por restritiva de direitos.
STF. 1ª Turma. HC 137217/MG, Rel. Min. Marco Aurélio, red. p/ ac. Min. Alexandre de Moraes, julgado em 28/8/2018
(Info 913).
Princípio da insignificância e crimes contra administração pública: Súmula 599-STJ: O princípio da insig-
nificância é inaplicável aos crimes contra a administração pública.
Princípio da insignificância e Crimes contra a fé pública: Ainda que seja apenas uma nota e de pequeno
valor, não se aplica o princípio por tratar-se de delito contra a fé pública, havendo interesse estatal na sua re-
pressão. O bem violado é a fé pública, a qual é um bem intangível e que corresponde à confiança
que a população deposita em sua moeda, não se tratando, assim, da simples análise do valor material por ela
representado. STJ. 6ª Turma. AgRg no AREsp 558.790/SP, Rel. Min. Sebastião Reis Júnior, julgado em 15/10/2015.
Não se aplica o princípio da insignificância para crimes contra a fé pública, como é o caso do delito de falsificação
de documento público. STF. 2ª Turma. HC 117638, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 11/03/2014.
O princípio da insignificância não se aplica ao crime previsto no art. 34, caput c/c parágrafo único, II, da
Lei 9.605/98:
Art. 34. Pescar em período no qual a pesca seja proibida ou em lugares interditados por órgão competente:
Pena - detenção de um ano a três anos ou multa, ou ambas as penas cumulativamente.
Parágrafo único. Incorre nas mesmas penas quem:
II - pesca quantidades superiores às permitidas, ou mediante a utilização de aparelhos, petrechos, técnicas e
métodos não permitidos;
Caso concreto: realização de pesca de 7kg de camarão em período de defeso com o uso de método não per-
mitido.
STF. 1ª Turma. HC 122560/SC, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 8/5/2018 (Info 901).
Princípio da insignificância e Estelionato previdenciário: A jurisprudência NÃO aplica o princípio sob o ar-
gumento de que esse tipo de conduta contribui negativamente com o déficit da Previdência. Defende-se que,
não obstante ser ínfimo o valor obtido com o estelionato praticado, se a prática de tal crime se tornar comum,
sem qualquer repressão penal da conduta, certamente se agravará a situação da Previdência, responsável pelos
pagamentos das aposentadorias e dos demais benefícios dos trabalhadores brasileiros. Daí porque se conclui
que é elevado o grau de reprovabilidade da conduta praticada. Desse modo, o princípio da insignificância não
pode ser aplicado para abrigar conduta cuja lesividade transcende o âmbito individual e abala a esfera coletiva.
STF. 1ª Turma. HC 111918, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 29/05/2012.STJ. 5ª Turma. AgRg no AREsp 627891/RN,
Rel. Min. Jorge Mussi, julgado em 17/11/2015.
Princípio da insignificância e moeda falsa: Ainda que seja apenas uma nota e de pequeno valor, não se aplica
o princípio por tratar-se de delito contra a fé pública, havendo interesse estatal na sua repressão.
O bem violado é a fé pública, a qual é um bem intangível e que corresponde à confiança que a população de-
posita em sua moeda, não se tratando, assim, da simples análise do valor material por ela representado.
STJ. 6ª Turma. AgRg no AREsp 558790/SP, Rel. Min. Sebastião Reis Júnior, julgado em 15/10/2015.
Princípio da insignificância e roubo: Não se aplica ao crime de roubo porque se trata de delito complexo que
envolve patrimônio, grave ameaça e a integridade física e psicológica da vítima, havendo, portanto, interesse
estatal na sua repressão.
Assim, tal conduta não pode ser considerado como de mínima ofensividade, desprovido de periculosidade so-
cial, de reduzido grau de reprovabilidade e de inexpressividade.
STJ. 6ª Turma. RHC 56431/SC, Rel. Min. Maria Thereza de Assis Moura, julgado em 18/06/2015.
A lei só deve prever as penas e condutas estritamente necessárias. A missão do Direito Penal moderno consiste em
tutelar os bens jurídicos mais relevantes. Em decorrência disso, a intervenção penal deve ter o caráter fragmentário,
protegendo apenas os bens jurídicos mais importantes e em casos de lesões de maior gravidade.
É o fundamento do Direito Penal Mínimo. Atua como forma de limitação ao princípio da reserva legal.
• Princípio da fragmentariedade: em razão de seu caráter fragmentário, o Direito Penal é a última etapa de
proteção do bem jurídico. Esse princípio deve ser utilizado no plano abstrato (destina-se ao legislador),
para o fim de permitir a criação de tipos penais somente quando os demais ramos do Direito tiverem falhado
na tarefa de proteção de um bem jurídico.
Art. 4º - Considera-se praticado o crime no momento da ação ou omissão, ainda que outro seja
o momento do resultado.
Art. 111, I - A prescrição, antes de transitar em julgado a sentença final, começa a correr:
I - do dia em que o crime se consumou.
• Para regular o LUGAR DO CRIME adota-se a TEORIA MISTA/UBIQUIDADE: considera-se o crime praticado no
lugar da conduta ou do resultado.
Art. 6º, CP. Considera-se praticado o crime no lugar em que ocorreu a ação ou omissão, no todo ou em
parte, bem como onde se produziu ou deveria produzir-se o resultado.
#ATENÇÃO1: Não se aplica a teoria da ubiquidade nos seguintes casos: a) crimes conexos (aqueles que de
algum modo estão relacionados entre si); b) crimes plurilocais (aqueles em que a conduta e o resultado ocorrem
em comarcas diversas, mas no mesmo país); c) infrações de menor potencial ofensivo (o art. 63 da Lei 9.099/1995
adotou a teoria da atividade); d)crimes falimentares (Será competente o foro do local em que foi decretada a fa-
lência, concedida a recuperação judicial ou homologado o plano de recuperação extrajudicial); e) atos infracionais
(será competente a autoridade do lugar da ação ou da omissão - Lei 8.069/1990 - ECA, art. 147, § l.°).
#ATENÇÃO2: Na hipótese de crimes dolosos contra a vida, aplica-se a teoria da atividade, segundo pacífica
jurisprudência, em razão da conveniência para a instrução criminal em juízo, possibilitando a descoberta da ver-
dade real. De fato, é mais fácil e seguro produzir provas no local em que o crime se realizou. Além disso, não é
possível obrigar as testemunhas do fato a comparecerem ao plenário do Júri em outra comarca.
#NÃOCONFUNDA: crimes plurilocais são aqueles que envolvem comarcas diversas de um mesmo país. O art. 70
do CPP adota, nesses casos, como regra, a teoria do resultado.
A regra geral é a irretroatividade da lei penal, salvo lei posterior mais benéfica, em que se opera a retroatividade.
#NÃOSABOTEASSÚMULAS:
Súmula 711-STF: A lei penal mais grave aplica-se ao crime continuado ou ao crime permanente, se a sua vigên-
cia é anterior à cessação da continuidade ou da permanência;
Súmula 611-STF: Transitada em julgado a sentença condenatória, compete ao juízo das execuções a
aplicação de lei mais benigna;
Súmula 501-STJ: É cabível a aplicação retroativa da Lei n. 11.343/2006, desde que o resultado da
incidência das suas disposições, na íntegra, seja mais favorável ao réu do que o advindo da aplicação da Lei n.
6.368/1976, sendo vedada a combinação de leis.
A regra geral é a do “tempus regit actum”, segundo a qual se aplica a lei penal que estava em vigor no momento
em que o fato foi praticado.
Contudo, há algumas exceções, como a RETROATIVIDADE BENÉFICA, que pode ocorrer por meio de:
a) Abolitio criminis - é a nova lei que exclui do âmbito do Direito Penal um fato até então considerado criminoso.
Encontra previsão legal no art. 2.°, caput, do Código Penal e tem natureza jurídica de causa de extinção da punibi-
lidade (art. 107, III). São necessários dois requisitos para a caracterização da abolitio criminis: (a) revogação formal
do tipo penal; e (b) supressão material do fato criminoso;
B) Novatio legis in mellius - é a que se verifica quando, ocorrendo sucessão de leis penais no tempo, o fato
previsto como crime ou contravenção penal tenha sido praticado na vigência da lei anterior, e o novel instrumento
legislativo seja mais vantajoso ao agente, favorecendo-o de qualquer modo. A retroatividade é automática, dispen-
sa cláusula expressa e alcança inclusive os fatos já definitivamente julgados.
Art. 2º - Ninguém pode ser punido por fato que lei posterior deixa de considerar crime, cessando em vir-
tude dela a execução e os efeitos penais da sentença condenatória.
Parágrafo único - A lei posterior, que de qualquer modo favorecer o agente, aplica-se aos fatos anterio-
res, ainda que decididos por sentença condenatória transitada em julgado.
Obs.: Pode ocorrer, ainda, ultratividade da lei mais benéfica. Tal se verifica quando o crime foi praticado durante a
vigência de uma lei, posteriormente revogada por outra prejudicial ao agente. Subsistem, no caso, os efeitos da lei
anterior, mais favorável. Isso porque, a lei penal mais grave jamais retroagirá.
Essa é a regra geral: uma lei somente é revogada por outra lei.
Há exceções no Direito Penal. As leis temporárias e excepcionais são AUTORREVOGÁVEIS, ou seja, não precisam
ser revogadas por outra lei. Além disso, possuem ULTRATIVIDADE, pois se aplicam ao fato praticado durante sua
vigência, embora esgotado o período de sua duração (temporária) ou cessadas as circunstâncias que a determina-
ram (excepcional). Em outras palavras, ultratividade significa a aplicação da lei mesmo depois de revogada.
Lei excepcional ou temporária: Lei penal temporária é aquela que tem um prazo de validade, isto é, tem uma
vigência predeterminada no tempo Ex.: art. 36 da Lei 12.663/12 (copa de 2014). Ela vigora somente numa situação
de anormalidade.
Lei penal excepcional, por outro lado, é a que se verifica quando a sua duração está relacionada a situações de
anormalidade. Exemplo: É editada uma lei que diz ser crime, punido com reclusão de seis meses a dois anos, tomar
banho com mais de dez minutos de duração durante o período de racionamento de energia.
Art. 3º - A lei excepcional ou temporária, embora decorrido o período de sua duração ou cessadas as
circunstâncias que a determinaram, aplica-se ao fato praticado durante sua vigência.
A regra geral é a territorialidade, que consiste na aplicação da lei brasileira aos crimes praticados no Brasil (art.
5o, CP). Há exceções que ocorrem quando brasileiro pratica crime no exterior ou um estrangeiro comete delito no
Brasil. Fala-se, assim, que o Código Penal adotou o princípio da territorialidade temperada ou mitigada.
#ATENÇÃO: Às contravenções só se aplica a territorialidade. Não se admite a aplicação da lei penal brasileira
às contravenções penais praticadas no estrangeiro, de acordo com a regra estabelecida pelo art. 2,° do De-
creto-lei 3.688/1941 - Lei das Contravenções Penais.
Saiba diferenciar a extraterritorialidade incondicionada (art. 7o, I, CP), condicionada (art. 7o, II, CP), hiper-
condicionada (art. 7o, §3o, CP).
PRINCÍPIO DA Ocorre nos casos em que a vítima é brasileira. O autor do delito que se encontrar
PERSONALIDADE em território brasileiro, embora seja estrangeiro, deverá ser julgado de acordo
PASSIVA com nossa lei penal. Art. 7º, §3º, CP.
PRINCÍPIO DO O agente deve ser julgado de acordo com a lei do país em que for domiciliado,
DOMICÍLIO pouco importando a sua nacionalidade. Art. 7º, I, “d”, CP.
Deve ser aplicada a lei brasileira aos crimes cometidos em aeronaves ou embar-
cações brasileiras, mercantes ou de propriedade privada quando estivarem em
PRINCÍPIO DA território estrangeiro e aí não sejam julgados. Art. 7º, II, “c”, CP.
REPRESENTAÇÃO ou
PAVILHÃO ou BANDEIRA #EXCEÇÃO: se a aeronave ou embarcação brasileira for pública ou estiver a ser-
viço do governo brasileiro. Vamos aplicar o princípio da territorialidade com base
no art. 5º, §1º, CP.
#NÃOCONFUNDA:
4 STF declarou a atipicidade da conduta do agente que furta sinal de TV a cabo, asseverando ser impossível a analogia (in malam partem) com o crime
de furto de energia elétrica.
5. Tipicidade: tipo penal, conduta (ação e omissão), nexo de causalidade, resultado. Iter criminis.
Desistência voluntária e arrependimento eficaz. Dolo. Culpa. Imputação objetiva. 8. Arrependimento
posterior. Crime impossível.
Com esses pontos, entramos no estudo da teoria geral do crime. Desde já, lembro que esse é assunto em
que o estudo da doutrina é indissociável, sendo fundamental que você recorra à sua principal fonte de consulta.
(Para as Fucs: leitura dos docs, 3, 5 e 7 de Direito Penal).
• Tipicidade - É suficiente que você tenha uma noção geral das escolas penais. #APOSTACICLOS - 1) Foco na
análise da conduta (teorias); 2) Foco no estudo da OMISSÃO e suas formas de conduta (própria e imprópria);
3) É importante que você tenha bem definido em sua mente, uma linha histórica acerca da evolução da teoria
do crime, compreendendo principalmente as contribuições dos Sistemas Clássico e Finalista.
• Sobre a nexo de causalidade, tenha atenção redobrada às teorias que estudam o nexo causal, especial-
mente a equivalência dos antecedentes (adotada pelo CP), e à situação que trata da concausas superve-
nientes relativamente independentes que produzem por si sós o resultado (teoria da causalidade adequada).
Ainda nas teorias, é importante ter em mente as noções básicas da imputação objetiva.
• Iter criminis: #APOSTACICLOS - O instituto da tentativa, é um tema sempre presente nas provas da FCC.
É fundamental identificar as fases do iter criminis, sabendo quando o agente ingressa na fase de execução,
bem como as teorias que estudam a tentativa (Teoria ojetiva/dualista – adotada). Não esqueça ainda de
checar a natureza jurídica da tentativa (causa obrigatória de diminuição da pena), a distinção entre delitos
formais, materiais e de mera conduta, as infrações que não admitem tentiva e a diferença entre tentaiva e
crime impossível.
#MAPEIAOVADE:
Art. 16 Art. 17
Art. 18 Art. 19
Para a teoria causalista, o conceito analítico de crime é composto por três partes: fato típico, antijuridicidade e cul-
pabilidade. É, portanto, tripartite.
SISTEMA CLÁSSICO
FATO TÍPICO ILICITUDE CULPABILIDADE
▪ Conduta: movimento corporal
voluntário; ▪ Imputabilidade
▪ Resultado naturalístico; ▪ Relação de contrariedade entre ▪ Dolo (normativo) inclui a
o fato e o direito consciência atual da ilicitude ou
▪ Relação de causalidade;
culpa
▪ Tipicidade.
CAUSALISMO
CRIME É ato voluntário contrário ao direito, culpável e sancionado com uma pena
ESTRUTURA DO
Fato típico + Antijuridicidade + Culpabilidade
CRIME
A ação integra o fato típico e é definida como movimento corporal voluntário que causa
FATO TÍPICO
modificação no mundo exterior. É elemento objetivo, não admitindo qualquer valoração
ANTIJURIDICIDA- Elemento objetivo. É a conduta típica sobre a qual não incide nenhuma causa de justifi-
DE cação (valoração objetiva de um fato natural)
Elemento subjetivo. Constituída por dolo e culpa (suas espécies), além da imputabili-
CULPABILIDADE
dade (culpabilidade psicológica – valoração psicológica do autor do fato)
A teoria clássica não distingue a conduta dolosa da conduta culposa, pois ambas são
analisadas objetivamente, uma vez que não se faz nenhuma indagação sobre a relação
psíquica do agente para com o resultado.
Da mesma forma, não explica de modo idôneo os crimes omissivos próprios, nem os
CRÍTICAS formais, nem os de mera conduta.
Ainda, não convence no que diz respeito aos crimes tentados, pois em todos eles não
há resultado naturalístico apto a possibilitar a fotografia do delito.
Existia a figura do dolus malus, que compreendia a vontade e a consciência do ilícito.
Criada por Hans Welzel em meados do século XX (1930-1960), a teoria finalista concebe a conduta como com-
portamento humano voluntário psiquicamente dirigido a um fim.
SISTEMA FINALISTA
FATO TÍPICO ILICITUDE CULPABILIDADE
FINALISMO
É o comportamento humano voluntário dirigido a uma finalidade, antijurídico e
CRIME
reprovável.
ESTRUTURA DO
Fato típico + antijuridicidade + culpabilidade
CRIME
A ação deixa de ser concebida como mero processo causal (mero movimento corporal,
FATO TÍPICO cego) para ser enfocada como exercício de uma atividade finalista (exercício vidente).
O dolo e a culpa migram da culpabilidade para o fato típico.
Contrariedade do fato a todo o ordenamento jurídico (desvalor da conduta – análise
ANTIJURIDICIDADE
subjetiva)
Passa a ser normativa pura (a culpabilidade é considerada vazia, pois foi esvaziada
em relação aos elementos psicológicos - dolo e culpa - sendo integrada apenas por
CULPABILIDADE substratos normativos) - Teoria normativa pura da culpabilidade.
Acrescida de potencial consciência da ilicitude
A finalidade não explica os crimes culposos (sendo frágil também nos crimes omissi-
CRÍTICAS
vos); a teoria se centralizou no desvalor da conduta, ignorando o desvalor do resultado.
#OLHAOGANCHO – DOLO:
▪ Ao se destacar da consciência da ilicitude, alotada como elemento próprio na culpabilidade, o dolo perde o seu
elemento normativo. Por este motivo é que, no finalismo, o dolo é natural (despido de valoração), é o dolos
bonus. Tal dolo, livre da consciência da ilicitude, é chamado de dolo natural, incolor ou avalorado.
▪ Já o dolo, revestido da consciência da ilicitude do fato, era chamado de dolo normativo, também conhecido
como dolo colorido ou valorado.
Em síntese, o dolo normativo está umbilicalmente ligado ao sistema penal clássico, ao passo que o dolo
natural se vincula ao sistema finalista.
Desenvolvida por Karl Larenz (1927) e Richard Honig (1930) — e atualmente reapresentada por Claus Roxin e
Günther Jakobs —, a teoria da imputação objetiva, “ apesar do que sugere sua denominação, não se pro-
põe a atribuir objetivamente o resultado ao agente, mas justamente delimitar essa imputação, evitando
o regresso ao infinito gerado pela causalidade simples” (teoria da equivalência dos antecedentes causais) e
aprimorando a causalidade adequada (da qual se aproxima sem com ela se confundir).
A imputação objetiva determina que sejam considerados além do nexo físico (causa/efeito) também
critérios normativos no momento da atribuição do resultado, pois, de acordo com a causalidade vigente, si-
tuações absurdas proporcionadas pela conditio sine qua non (e, não raras vezes, pela causalidade adequada)
somente eram evitadas em razão da análise do dolo e da culpa.
Responsabilidade Penal
Causalidade simples Causalidade na Teoria da
Causalidade
(FINALISMO) imputação objetiva
Teoria da equivalência
teoria da eliminação
Para haver causa, não basta o nexo
Causalidade objetiva Existe causa quando há nexo físico: físico, sendo imprescindível o nexo
Gera a imputação objetiva mera relação de causa e efeito (isso normativo.
do resultado leva o regresso ao infinito). Limita a própria causalidade objeti-
va.
Causalidade psíquica
Gera a imputação subjeti- Análise de dolo e culpa Análise de dolo e culpa
va do resultado
4. OMISSÃO
• Omissão penalmente relevante – O Código Penal (13, § 2°) adotou a TEORIA NORMATIVA, segundo a qual, a
omissão é um indiferente penal, pois o nada não produz efeitos jurídicos, contudo, aceita a responsabilização do
omitente pela produção do resultado, desde que seja a ele atribuído, por uma norma, o dever jurídico de agir.
Nexo normativo: Trata-se do nexo de evitação. Ou seja, deve-se empregar um juízo hipotético e pensar se o resul-
tado teria ocorrido caso a mãe tivesse dado alimento ao filho. Em se verificando que o resultado teria sido evitado
com a alimentação, a mãe será responsável pelo crime, estando previsto o nexo de evitação.
Não é suficiente o dever de agir: É necessário que o agente tenha se omitido quando devia e podia agir de forma
a impedir o resultado. Por essa razão, a possibilidade de agir tem sido considerada elemento ou pressuposto do
conceito de omissão, que surge como a não realização de conduta possível e esperada. Assim, o poder de agir é
a possibilidade real e efetiva de alguém, na situação concreta e em conformidade com o padrão do homem médio,
evitar o resultado penalmente relevante.
#TABELASALVANDOVIDAS:
Dever de agir decorre do próprio tipo legal. Dever de agir (e evitar resultado) decorre de cláusula
Basta a não realização da conduta. geral (art. 13, §2º, CP).
5. NEXO CAUSAL
• Regra - O art. 13 do Código Penal acolheu como regra a teoria da equivalência das condições, ou da con-
ditio sine qua non, sendo considerada causa a condição sem a qual o resultado não teria ocorrido, o que limita a
amplitude do conceito de causa com a superveniência de causa independente.
- Causa, pois, é todo o comportamento humano, comissivo ou omissivo, que de qualquer modo concorreu para
a produção do resultado naturalístico. Pouco importa o grau de contribuição. Basta que tenha contribuído para o
resultado material, na forma e quando ocorreu.
- Não há diferença entre causa, condição (fator que autoriza à causa a produção de seu efeito) ou ocasião (circuns-
tância acidental que estimula favoravelmente a produção da causa).
- A relação de causalidade SÓ interessa aos crimes materiais consumados. Nesses delitos, o tipo penal des-
creve uma conduta e um resultado naturalístico, exigindo a produção desse último para a consumação. É aí que
entra em cena o nexo causal, para ligar a conduta do agente ao resultado material.
- Nos crimes de atividade, o resultado naturalístico pode ocorrer (formais) ou não (de mera conduta). De qualquer
forma, é dispensável, pois se consumam com a simples prática da conduta ilícita.
#OLHAOGANCHO – Por serem crimes de mera conduta, para os crimes omissivos próprios, não há relevância
o estudo do nexo causal. Ex.: Omissão de socorro (art. 135, CP), nesses casos a lei prevê e pune a inação. Para
haver o crime, basta o agente não agir. Não se questiona nexo de causalidade pois não há resultado naturalístico
• Excepcionalmente, o Código Penal adota, no § l.° do art. 13, a teoria da causalidade adequada. Considera
causa a pessoa, fato ou circunstância que, além de praticar um antecedente indispensável à produção do resultado,
realize uma atividade adequada à sua concretização.
6. CONCAUSAS
Identificados quais antecedentes podem figurar como causa dentro de uma linha de eventos que se sucedem,
nota-se que, no caso concreto, é possível que haja mais de uma causa concorrendo para o resultado (concausas).
Em outras palavras, concausa é a convergência de uma causa externa à vontade do autor da conduta e que influi
na produção do resultado naturalístico por ele desejado.
Nessa espécie, a causa efetiva do resultado não se origina, direta ou indiretamente, do comportamento con-
corrente. Constituem a chamada “causalidade antecipadora”.
7. TENTATIVA
• Norma de extensão temporal (amplia a proibição para alcançar fatos humanos realizados de forma incompleta);
• Causa obrigatória de diminuição da pena - 1/3 A 2/3 (incide na terceira fase de aplicação da pena privativa de
liberdade, e sempre a reduz). Para o Supremo Tribunal Federal: “A quantificação da causa de diminuição de pena
relativa à tentativa (art. 14, II, CP) há de ser realizada conforme o iter criminis percorrido pelo agente: a redução será
inversamente proporcional à maior proximidade do resultado almejado”
• Prevalece no Brasil o entendimento favorável ao cabimento da tentativa nos crimes cometidos com dolo eventual;
• Em geral, os crimes dolosos são compatíveis com a tentativa, pouco importando sejam materiais, formais ou
de mera conduta. #OBS.: A tentativa perfeita (aquele em que se esgotam todos os atos executórios) somente é
compatível com os crimes materiais porque no crime formal e no crime de mera conduta esgotando-se os atos
executórios, não há crime tentado, já há crime consumado;
• A admissibilidade ou não da tentativa tem a ver com o caráter plurissubsistente do delito, isto é, com a composi-
ção da conduta em diversos atos executórios, podendo, consequentemente, ser fracionada.
• Crimes formais e de mera conduta comportam o conatus, desde que sejam plurissubsistentes.
• Três elementos compõem a estrutura da tentativa: (1) início da execução do crime; (2) ausência de consuma-
ção por circunstâncias alheias à vontade do agente; e (3) dolo de consumação (O dolo da tentativa é igual ao
dolo da consumação. A resolução do indivíduo é idêntica no crime consumado e no crime tentado. Este último, em
verdade, é perfeito na esfera subjetiva do agente, embora imperfeito no campo objetivo, relacionado ao resultado
que deveria ser produzido com a conduta criminosa).
• Em caso de crime tentado, para analisar se o seu responsável deve ou não ser processado e julgado no Juizado
Especial Criminal, a causa de diminuição de pena deve ser aplicada em sua fração mínima sobre a pena máxima
cominada. Se o resultado daí advindo for superior a dois anos, o Juizado não é o competente para o julgamento
da causa.
#SELIGANOSTERMOS: Crime falho: é a tentativa perfeita (cai em prova!). Tentativa inidônea: é o crime im-
possível. Tentativa fracassada: quando o agente desiste de prosseguir na execução, não porque voluntariamen-
te quer que a consumação não ocorra, mas por supor que não conseguirá a consumação com os meios que tem
a sua disposição. Tentativa abandonada ou qualificada: consiste na desistência voluntaria e arrependimento
eficaz.
#VAICAIR: não cabe tentativa nos crimes (CHOUP REI): Culposos, Habituais, Omissivos próprios (lembrando que
nos impróprios cabe), Unissubsistentes, Preterdolosos, de Resultado condicionado, Empreendimento (aqui o le-
gislador pune com a mesma pena consumado e tentado), Impossível. Nas contravenções, apesar de faticamente
ser possível tentativa, ela não é punida. OBS: NA CULPA IMPRÓPRIA ADMITE-SE TENTATIVA (CAI MUITO).
9 Não se admite a tentativa por expressa previsão legal (art. 4º, LCP). Não é
CONTRAVENÇÃO PENAL
que faticamente não exista, mas que juridicamente não interessa.
9 O crime habitual não admite a tentativa porque, ou existe a reiteração de
CRIME HABITUAL
atos e o delito está consumado, ou há um só ato e o fato é atípico.
9 A tentativa é incompatível com o crime omissivo próprio porque basta a
CRIMES OMISSIVOS
omissão para a configuração do crime, não havendo espaço para a tentati-
PRÓPRIOS
va. O tipo penal não exige resultado naturalístico.
9 Nos crimes unissubsistentes, a execução não admite fracionamento. Exem-
CRIME plos: I) delito omissivo puro; e II) delito de mera conduta (cuidado, pois a
UNISSUBSISTENTE violação de domicílio, na modalidade “entrar”, é um crime de mera conduta
que admite a tentativa, por sua execução poder ser fracionada).
DESISTÊNCIA VOLUNTÁRIA
ARREPENDIMENTO POSTERIOR
E ARREPENDIMENTO EFICAZ
- ART. 16, CP -
- ART. 15, CP -
PONTE DE OURO PONTE DE PRATA
O agente retoma a situação de licitude e desiste
Aqui o agente não retoma a situação de licitude, não
de dar continuidade ao que se propôs, por circuns-
sendo beneficiado pela excludente da tipicidade, mas
tâncias inerentes à sua vontade (diferente da tenta-
terá sua pena reduzida.
tiva).
NÃO HOUVE CONSUMAÇÃO HOUVE CONSUMAÇÃO
REQUISITOS:
Desistência voluntária: O agente desiste, mas ainda
tem meios executórios disponíveis 1- Crime sem violência ou grave ameaça à pessoa;
Arrependimento eficaz: o agente desiste após esgo- 2- Reparação do dano ou restituição da coisa;
tar todos os meios executórios disponíveis
3- Até o recebimento da denúncia ou queixa.
• A desistência voluntária e o arrependimento eficaz são incompatíveis com os crimes culposos, salvo na culpa
imprópria.
- Prevalece o entendimento de que a desistência voluntária e o arrependimento eficaz são comunicáveis ao par-
tícipe, pois a sua conduta é acessória, não podendo ser punido se não houve crime.
- O art. 15 do Código Penal revela ser o arrependimento eficaz possível somente no tocante aos crimes ma-
teriais, pela análise da expressão “impede que o resultado se produza”.
9. ARREPENDIMENTO POSTERIOR
• O arrependimento posterior configura-se como causa de diminuição de pena e ocorre nos crimes cometidos
sem violência ou grave ameaça à pessoa, em que o agente, voluntariamente, repara o dano ou restitui até o RE-
CEBIMENTO da denúncia ou queixa.
- Quanto mais rápida for a reparação do dano (sempre antes do RECEBIMENTO da denúncia), maior será a
redução da pena.
- Se a reparação do dano ocorrer após o recebimento da inicial, mas antes do julgamento, aplica-se a atenuante
genérica do CP, art. 65, III, “b”, in fine, CP.
- A violência contra a coisa ou a violência culposa não excluem o benefício. #ATENÇÃO: Isso mesmo, em caso de
violência culposa, é cabível o arrependimento posterior.
- Essa atitude deve ser voluntária (sem coação física ou moral e não precisa ser espontânea), pessoal (salvo em
comprovada impossibilidade. Ex. agente preso) e integral, pois a reparação ou restituição de modo parcial não se
encaixa no conceito apresentado pelo art. 16 do Código Penal. O Supremo Tribunal Federal, todavia, já admitiu o
arrependimento posterior na reparação parcial do dano. Ademais, independe da vontade da vítima (em aceitar
ou não).
- #ATENÇÃO: O arrependimento posterior alcança qualquer crime que com ele seja compatível, e não apenas os
delitos contra o patrimônio. Em outras palavras, o arrependimento posterior é cabível nos crimes patrimoniais e
também em delitos diversos, desde que apresentem efeitos de índole patrimonial.
#OLHAOGANCHO:
- No peculato CULPOSO (art. 312, § 3.°), a reparação do dano, se anterior à sentença irrecorrível, extin-
gue a punibilidade, e, se lhe for posterior, reduz de metade a pena imposta.
- Apropriação indébita previdenciária. No crime tipificado pelo art. 168-A do Código Penal, dispõe seu § 2.°: “É
extinta a punibilidade se o agente, espontaneamente, declara, confessa e efetua o pagamento das contribuições,
importâncias ou /valores e presta as informações devidas à previdência social, na forma definida em lei ou regula-
mento, antes do início da ação fiscal”.
Também denominado “quase-crime “, “crime oco” ou tentativa inidônea, o crime impossível está previsto no artigo
17 do Código Penal:
Art. 17 - Não se pune a tentativa quando, por ineficácia absoluta do meio ou por absoluta impropriedade
do objeto, é impossível consumar-se o crime
O crime impossível tem como elementos (A) o início da execução, (B) a não consumação por circunstâncias
alheias à vontade do agente, (C) o dolo de consumação, e (D) resultado absolutamente impossível de ser
alcançado. Atente-se para o fato de que os três primeiros elementos estão também presentes na tentativa simples
(art. 14, II), de modo que a impossibilidade de alcançar o resultado pretendido é justamente o que faz desta
conduta uma tentativa inidônea.
Enquanto no crime tentado a consumação deixa de ocorrer pela interferência de causa alheia à vontade do
agente, no crime impossível a consumação jamais ocorrerá, e, assim sendo, a ação não se configura como
tentativa do crime, que se pretendia cometer, por ausência de tipicidade
Teorias:
Subjetiva: analisa a intenção para restar configurada a tentativa. Equipara o crime impossível ao crime tentado.
Sintomática: a tentativa é aferida com base na periculosidade do agente. Seria direito penal do autor.
A teoria objetiva subdivide-se em: a) Teoria objetiva pura: a ausência, absoluta ou relativa, de risco ao bem jurí-
dico impede a punição; b) Teoria objetiva temperada ou intermediária: a inidoneidade relativa configura crime
tentado, enquanto que a absoluta configura o crime impossível. É a teoria adotada no Brasil. - Para a configuração
do crime impossível, e, por corolário, para o afastamento da tentativa, os meios empregados e o objeto do crime
devem ser absolutamente inidôneos a produzir o resultado idealizado pelo agente. Se a inidoneidade for relativa,
haverá tentativa.
#OLHAATABELINHA:
Súmula 145-STF: Não há crime, quando a preparação do flagrante pela polícia torna impossível a sua
consumação.
6. Ilicitude: conceito. O injusto penal. Direito Penal e moral. Excludentes da ilicitude. 7. Culpabilidade:
conceito, evolução histórica, estrutura. Princípio da culpabilidade. Culpabilidade e liberdade.
Culpabilidade e periculosidade. Direito Penal do fato e Direito Penal do autor. Imputabilidade.
Inexigibilidade de conduta diversa. Excludentes da culpabilidade. 8. Concurso de agentes. Erro no Direito
Penal. Punibilidade. Concurso de crimes.
Ilicitude: Foco especialmente nas causas de exclusão de ilicitude (arts. 23, 24 e 25). Estado de necessi-
dade - Teoria unitária e Teoria diferenciadora (#NÃOCONFUNDIR), requisitos e classificação (exculpante e
justificante). Legítima defesa - Aqui é super importante conhecer as espécies de legítima defesa e os requi-
sitos para a configuração da reação legítima. Atenção ainda para: Legítima defesa X atos de animais;
Legítima defesa X agressão de inimputável; legítima defesa X legítima defesa; Excessos - intensivo e extensivo,
e suas consequências.
Culpabilidade: estude o conceito e as teorias da culpabilidade, com ênfase na teoria normativa pura e suas
duas subdivisões (extremada e limitada). Dominem os elementos e as dirimentes da culpabilidade. Chamamos
a atenção ainda para embriaguez e a “teoria da actio libera in causa” e a “valoração paralela da esfera do
profano” (desconhecimento profano do injusto; ignorância de que o agir é proibido). Especialmente no estudo
a imputabilidade, saiba identificar o critério e o sistema adotado pelo CP, além das causas de inimputabilidade,
fazendo uma leitura atenta dos arts. 26, 27 e 28 do Código Penal.
Teoria do erro: #APOSTACICLOSEMODOBRO - Associado ao estudo detalhado dos dispositivos legais (ARTS.
20, 21, 73 e 74 do CP), é INDISPENSÁVEL que você recorra ao seu principal material de apoio ou à FUC 6 de
Direito Penal, a fim de identificar corretamente as espécies de erro, e as consequências para cada umas delas.
Para não esquecer, verifique: a) erro de tipo essencial (escusável e inescusável) e erro de tipo acidental (erro sobre
a pessoa, erro sobre o objeto material, erro sobre a qualificadora, erro sobre o nexo causal, erro na execução e
resultado diverso do pretendido b) erro de proibição inevitável versus erro de proibição evitável (análise do art.
21 do CP); c) tratamento das descriminantes putativas.
#NÃODEIXEDELER #MAPEIAOVADE
ILICITUDE E CULPABILIDADE
Art. 22 Art. 23 Art. 24, caput e parágrafos
Art. 25, caput e parágrafo Art. 26 Art. 27
Art. 28 - -
TEORIA DO ERRO
Art. 20 § 1º, § 2º e §3º Art. 21 Art. 73
Art. 74 - -
CONCURSO DE PESSOAS - CP
Art. 29 Art. 30 Art. 31
CONCURSO DE CRIMES – CP
Art. 69 Art. 70 Art. 71
1. ESTADO DE NECESSIDADE
Art. 24 - Considera-se em estado de necessidade quem pratica o fato para salvar de perigo atual, que não provo-
cou por sua vontade, nem podia de outro modo evitar, direito próprio ou alheio, cujo sacrifício, nas circunstâncias,
não era razoável exigir-se.
§ 1º - Não pode alegar estado de necessidade quem tinha o dever legal de enfrentar o perigo.
§ 2º - Embora seja razoável exigir-se o sacrifício do direito ameaçado, a pena poderá ser reduzida de um
a dois terços.
• Risco atual:
Causado por conduta humana, comportamento de animal ou fato da natureza. Não
tem destinatário certo.
• A situação de perigo não tenha sido causada voluntariamente pelo agente:
Não pode invocar estado de necessidade aquele que “provocou por sua vontade” o
perigo. Prevalece o entendimento que o termo “voluntariamente” refere-se ao agente
que causa dolosamente o perigo, não abrangendo a culpa em sentido estrito.
• Salvar direito próprio ou alheio:
Não pode ser usado para salvar o que seja ilícito.
Autorização do terceiro:
1ª Corrente (prevalece): na salvaguarda do interesse de terceiro é dispensável a autori-
zação do titular do direito ameaçado.
2ª Corrente: na salvaguarda do interesse de terceiro somente é dispensável a autoriza-
ção do titular do direito ameaçado quando se tratar de bem indisponível. Se disponível,
REQUISITOS é imprescindível a autorização.
OBJETIVOS • Inexistência do dever legal de enfrentar o perigo:
Conforme preceitua o §1 ° do artigo 24 do Código Penal: “Não pode alegar estado de
necessidade quem tinha o dever legal de enfrentar o perigo”
1ª Corrente: por “dever legal” entende-se apenas aquele derivado de mandamento
legal (13, §2º, “a”, CP).
2ª Corrente (majoritária): toma a expressão (dever legal) no seu sentido amplo, abar-
cando, assim, o conceito de dever jurídico de agir, abrangendo todas as hipóteses do
art. 13, §2º, CP (letras “a”, “b” e “c”) – lei, contrato ou se responsabilizou de alguma forma.
• Inevitabilidade do comportamento lesivo:
Commodus discessus. O único meio para salvar direito próprio ou de terceiro é o
cometimento do fato lesivo. Se o caso concreto permite o afastamento do perigo por
outro meio, por ele deve optar o agente.
• Não razoabilidade de exigência do sacrifício do interesse ameaçado:
No estudo do fato necessitado, impõe-se a análise da ponderação de bens, leia-se, a
proporcionalidade entre o bem protegido e o bem sacrificado.
ESPÉCIES
• Estado de necessidade real: a situação de perigo existe efetivamente. Exclui a
ilicitude.
Entendido como o furto praticado para saciar a fome, o furto famélico tem sido
reconhecido pela jurisprudência como exemplo típico de conduta praticada em esta-
Furto famélico é
crime? do de necessidade, desde que presentes os seguintes requisitos: (A) que o fato seja
praticado para mitigar a fome; (B) que seja o único e derradeiro recurso do agente
(inevitabilidade do comportamento lesivo); (C) que haja a subtração de coisa capaz de
diretamente contornar a emergência; (D) a insuficiência dos recursos adquiridos pelo
agente com o trabalho ou a impossibilidade de trabalhar.
2. LEGÍTIMA DEFESA
Art. 25 - Entende-se em legítima defesa quem, usando moderadamente dos meios necessários, repele injusta
agressão, atual ou iminente, a direito seu ou de outrem.
Parágrafo único. Observados os requisitos previstos no caput deste artigo, considera-se também em legítima de-
fesa o agente de segurança pública que repele agressão ou risco de agressão a vítima mantida refém durante a
prática de crimes.(Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
• Agressão injusta: conduta humana (ação ou omissão) contrária ao direito, que ata-
ca ou coloca em perigo bens jurídicos de alguém. Esse ataque pode ser doloso ou
culposo.
#OBS: é possível legítima defesa contra ataque de inimputável, pois a injustiça da agres-
são deve ser conhecida do agredido, não importando a consciência do agressor.
Injusta é a agressão contrária ao direito, não necessariamente típica. O «furto de
uso”, por exemplo, atípico por ausência de dolo (vontade de apoderamento defi-
nitivo da coisa) pode ser rebatido, com moderação, pelo dono da coisa ameaçada
ou atacada injustamente.
Uma vez constatada a injusta agressão, o agredido pode rebatê-la, não se lhe exigindo
a fuga do local, ainda que esta seja viável. Pode-se concluir que o “commodus
discessus” (saída mais cômoda) é obrigação presente apenas no estado de neces-
sidade, em que a inevitabilidade do dano é um dos requisitos objetivos.
• Atual ou iminente: agressão atual é a que está ocorrendo, enquanto a agressão
iminente está prestes a ocorrer.
#OBS: Se a agressão for futura + certa a sua ocorrência, se trata de legítima defesa
antecipada, sendo fato típico, ilícito, mas não culpável, pois caracteriza inexigibilidade
de conduta diversa.
REQUISITOS
OBJETIVOS • Uso moderado dos meios necessários: Meios menos lesivos à disposição do agre-
dido no momento da agressão, porém capazes de repelir o ataque com eficiência.
Comporta
ponderação, a ser aferida no caso concreto, levando em conta a natureza e a gravi-
dade
da agressão, a relevância do bem ameaçado, o perfil de cada um dos envolvidos e as
características dos meios empreendidos para a defesa.
#OBS: excesso da legítima defesa: três hipóteses:
1. Meio desnecessário
2. Imoderadamente meios necessários
3. Imoderadamente meios desnecessários.
• Salvar direito próprio ou alheio
Consentimento do terceiro: Apenas quando se tratar de bem disponível, se possível.
#OBS: Os bens jurídicos supraindividuais, cujo portador é a sociedade (ex. fé pública,
saúde pública, segurança do tráfego) ou o Estado, como órgão do poder soberano (ex.
segurança exterior e interior do Estado), não são suscetíveis de legítima defesa. Somen-
te quando o Estado atuar como pessoa jurídica serão seus bens jurídicos (propriedade,
p. ex.) suscetíveis de legítima defesa.
#OBS: É possível a legítima defesa contra pessoa jurídica, uma vez que esta exterioriza a
sua vontade por meio da conduta de seres humanos, permitindo a prática de agressões
injustas.
#OBS: Legítima defesa com erro na execução?
1ª Corrente (prevalece): o art. 73, CP manda considerar a vítima pretendida, não des-
naturando a legítima defesa.
2ª Corrente: não havendo reação contra o injusto agressor, atingindo um inocente,
alega estado de necessidade.
- Mais classificações:
ESPÉCIES
• Legítima defesa agressiva ou ativa: pratica um fato previsto em lei.
• Legítima defesa defensiva ou passiva: apenas se defende, sem praticar fato típico.
- Legítima defesa real contra legítima defesa culposa (putativa): Possível. A agres-
são é injusta.
- Legítima defesa recíproca: Não é possível duas pessoas simultaneamente agirem
uma contra a outra em legítima defesa. Todavia, é possível legítima defesa putativa de
legítima defesa putativa – legítima defesa putativa recíproca.
CASOS
- Legítima defesa contra estado de necessidade ou outra excludente real: Não é
ESPECÍFICOS
possível (não pode ser encarado como agressão injusta).
- Legítima defesa real em face de legítima defesa subjetiva: É possível, pois há o
excesso, que se configura como agressão injusta.
- Legítima defesa em face de conduta amparada por excludente de culpabilida-
de: sempre possível. Agressão de inimputável é um exemplo.
#NÃOCONFUNDA:
• É perfeitamente admissível estado de necessidade recíproco, que ocorre quando duas ou mais pessoas es-
tejam, simultaneamente, em estado de necessidade, umas contra as outras. Ex.: Dois náufragos disputam uma
tábua, que só servirá a um deles.
• Não é cabível Legítima defesa real recíproca (legítima defesa real contra legítima defesa real), pois o pressu-
posto da legítima defesa é a existência de uma agressão injusta. E, se a agressão de um dos envolvidos é injusta,
automaticamente a reação do outro será justa.
• O que não se confunde com Legítima defesa sucessiva, quando alguém reage contra o excesso de legítima
defesa. É possível essa espécie legítima defesa, pois o excesso sempre representa uma agressão injusta.
3. #NOVIDADELEGISLATIVA #PACOTEANTICRIME
A Lei 13.964/2019, também conhecida como “Pacote Anticrime”, acrescentou o parágrafo único no art. 25 do Có-
digo Penal, com a seguinte redação:
Art.25, Parágrafo único: “Observados os requisitos previstos no caput deste artigo, considera-se também
em legítima defesa o agente de segurança pública que repele agressão ou risco de agressão a vítima
mantida refém durante a prática de crimes”.
(Como “agente de segurança pública”, destinatário desta norma, incluem-se os agentes públicos indicados no art.
144 da Constituição Federal.)
Elementos da
Dirimentes
culpabilidade
Doença mental
Menoridade
Imputabilidade Desenvolvimento mental retardado
Desenvolvimento mental incompleto
Embriaguez acidental completa
▪ Excludentes da potencial consciência de ilicitude: o erro de proibição inevitável, escusável ou invencível (art.
21, caput, CP). Isenta o agente de pena.
Art. 21 - O desconhecimento da lei é inescusável. O erro sobre a ilicitude do fato, se inevitável, isenta de
pena; se evitável, poderá diminui-la de um sexto a um terço.
Analisa-se pela valoração paralela na esfera do profano. O que deve ser avaliado é se o agente possuía o conhe-
cimento do profano, diga-se, do homem leigo na sociedade (sua compreensão).
▪ Hipóteses de inexigibilidade de conduta diversa: coação moral irresistível (lembrem-se que a coação física ex-
clui a conduta em si, não havendo crime) e obediência hierárquica (ordem não manifestamente ilegal). Em ambos,
a consequência é a isenção de pena, por ausência de culpabilidade.
Art. 22 - Se o fato é cometido sob coação irresistível ou em estrita obediência a ordem, não manifestamente ilegal,
de superior hierárquico, só é punível o autor da coação ou da ordem.
#ATENÇÃO! Causas supralegais de inexigibilidade de conduta diversa: cláusula de consciência (caso das
testemunhas de Jeová. Não pode ser garante, senão praticará crime: será chamado autor por convicção), de-
sobediência civil, conflito de deveres, excesso intensivo exculpante, legítima defesa preordenada diante de uma
ameaça factível (também chamada de legítima defesa potencial, mas na verdade não é legítima defesa, pois a
agressão é futura), estado de necessidade exculpante (não é adotada no ordenamento pátrio).
COCULPABILIDADE: Para Zaffaroni, pessoas com baixo nível educacional, social, cultural e econômico e aqui-
sitivo devem receber amenização da pena ao cometerem crimes, uma vez que o Estado teria uma parcela de
responsabilidade em vista desse indivíduo, porquanto não propiciou situação diversa. O resultado prático é que
o indivíduo, nesse caso, deve ter a pena atenuada (atenuante inominada, para parte da doutrina).
5. IMPUTABILIDADE PENAL
É um dos elementos da culpabilidade, juntamente com a inexigibilidade de conduta diversa e a potencial consciên-
cia de ilicitude.
CAUSAS DE INIMPUTABILIDADE
▪ embriaguez completa proveniente de caso fortuito ou força maior (art. 28, § l.°).
Critério biológico - Em relação à menoridade (menores de 18 anos de idade) adotou-se o sistema biológico para
a constatação da inimputabilidade.
Critério biopsicológico - sob a perspectiva biopsicológica, considera-se inimputável aquele que, em razão de
sua condição mental (por doença mental ou desenvolvimento mental incompleto ou retardado), era, ao tempo
da conduta, inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse
entendimento. Conclusão: não basta ser portador de anomalia psíquica para ser inimputável
Embriaguez acidental (caso fortuito ou força maior): Aqui, a embriaguez decorre de caso fortuito (o sujeito
desconhece o efeito inebriante da substância que ingere) ou força maior (o sujeito é obrigado a ingerir a subs-
tância inebriante).
Se incompleta, não exclui a culpabilidade, mas diminui a pena (art. 28, §2º , do CP).
Note que a embriaguez, para gerar a inimputabilidade do ébrio, pressupõe os seguintes requisitos: causal (pro-
veniente de caso fortuito ou força maior), quantitativo (completa), cronológico (ao tempo da ação ou omissão)
e consequencial (inteira incapacidade intelectiva ou volitiva).
Embriaguez culposa: Seguindo a orientação do nosso Código Penal, a embriaguez culposa jamais exclui a
imputabilidade (art. 28, II), seja ela completa ou incompleta.
Teoria da actio libera in causae: para evitar a responsabilidade objetiva, o agente só responderá pelo crime
praticado durante o estado de embriaguez completa se, no momento da ingestão da substância (estado anterior
de capacidade de culpabilidade), era esse crime: a) previsto e perseguido pelo agente (dolo direto); b) previsto e
o agente tenha assumido o risco de produzi-lo (dolo eventual); c) previsto, mas o agente esperava levianamente
que não iria ocorrer ou que poderia evitá-lo (culpa consciente); d) previsível (culpa inconsciente).
Inimputáveis: recebem uma sentença absolutória imprópria para cumprir medida de segurança.
Semi-imputáveis: adota-se o sistema vicariante ou unitário (ou aplica uma pena reduzida ou uma medida de
segurança, nunca os dois). Contrapõe-se ao sistema do duplo binário.
Parágrafo único. A pena pode ser reduzida de 1 (um) a 2/3 (dois terços), se o agente, em virtude de perturbação de
saúde mental ou por desenvolvimento mental incompleto ou retardado não era inteiramente capaz de entender o
caráter ilícito do fato ou de determinar--se de acordo com esse entendimento.
Demonstrado pericialmente nos autos que o réu é fronteiriço, isto é, limítrofe entre a imputabilidade e a inimpu-
tabilidade, o magistrado, na terceira fase de aplicação da pena, deve obrigatoriamente reduzi-la, de 1 (um) a 2/3
(dois terços).
Cuidado: a sentença endereçada ao semi-imputável responsável pela prática de um fato típico e ilícito sempre é
condenatória. A operação é realizada em três etapas:
1) juiz condena;
3) finalmente, se o réu necessitar de especial tratamento curativo, o magistrado substitui a pena diminuída por
medida de segurança.
6. ERRO DE TIPO
#COLANARETINA:
O erro de tipo ESSENCIAL SEMPRE EXCLUI O DOLO – recai sobre elementos constitutivos do tipo penal. O
erro de tipo essencial pode ser escusável ou inescusável.
Se ESCUSÁVEL: Exclui dolo e culpa.
Se INESCUSÁVEL: Exclui o dolo, mas permite a punição por crime culposo.
Erro de tipo ACIDENTAL – o erro recai sobre elementos subsidiários da figura penal (objeto, pessoa, nexo causal,
resultado, execução), não excluindo o crime.
#NÃOCONFUNDA - o crime putativo por erro de tipo, ou delito putativo por erro de tipo, é o imaginário
ou erroneamente suposto, que existe exclusivamente na mente do agente. Ele quer praticar um crime, mas, por
erro, acaba por cometer um fato penalmente irrelevante. Exemplo: “A” deseja praticar o crime de tráfico de dro-
gas (Lei 11.343/2006, art. 33, caput), mas por desconhecimento comercializa talco.
Má interpretação sobre os FATOS Não há erro sobre a situação fática, mas não há a
exata compreensão sobre os LIMITES JURÍDICOS DA
LICITUDE da conduta
9. CRIME CONTINUADO
#ATENÇÃO: Faltando o liame subjetivo, desaparece o concurso de pessoas, podendo configurar AUTORIA
COLATERAL ou INCERTA.
• Para a caracterização do concurso de pessoas, adotou-se, como regra a TEORIA MONISTA, de modo que todos
os autores e participes se sujeitam a um único tipo penal (Unidade de infração penal para todos os agentes).
• Excepcionalmente, contudo, o Código Penal abre espaço para a teoria pluralista, pluralística, da cumplicidade do
crime distinto ou autonomia da cumplicidade, pela qual se separam as condutas, com a criação de tipos penais
diversos para os agentes que buscam um mesmo resultado.
• Para o conceito de autor, o Código Penal adotou a teoria restritiva sob o prisma objetivo-formal: Autor é
aquele que realiza o núcleo do tipo; Partícipe é quem de qualquer modo concorre para o crime.
• Teoria do domínio do fato: autor é aquele que tem o controle finalístico do fato. Amplia o conceito de autor.
#APOSTACICLOS #DEOLHONAJURIS - A teoria do domínio do fato não permite, isoladamente, que se faça
uma acusação pela prática de qualquer crime, eis que a imputação deve ser acompanhada da devida descrição,
no plano fático, do nexo de causalidade entre a conduta e o resultado delituoso. A teoria do domínio do fato
funciona como uma ratio, a qual é insuficiente, por si só, para aferir a existência do nexo de causalidade entre o
crime e o agente. É equivocado afirmar que um indivíduo é autor porque detém o domínio do fato se, no plano
intermediário ligado à realidade, não há nenhuma circunstância que estabeleça o nexo entre sua conduta e o
resultado lesivo. Não há como considerar, com base na teoria do domínio do fato, que a posição de gestor, dire-
tor ou sócio administrador de uma empresa implica a presunção de que houve a participação no delito, se não
houver, no plano fático-probatório, alguma circunstância que o vincule à prática delitiva. Em decorrência disso,
também não é correto, no âmbito da imputação da responsabilidade penal, partir da premissa ligada à forma
societária, ao número de sócios ou ao porte apresentado pela empresa para se presumir a autoria, sobretudo
porque nem sempre as decisões tomadas por gestor de uma sociedade empresária ou pelo empresário indivi-
dual, - seja ela qual for e de que forma esteja constituída - implicam o absoluto conhecimento e aquiescência
com os trâmites burocráticos subjacentes, os quais, não raro, são delegados a terceiros. STJ. 6ª Turma. REsp
1854893-SP, Rel. Min. Rogerio Schietti Cruz, julgado em 08/09/2020 (Info 681).
#NÃOESQUEÇA:
As circunstâncias e condições subjetivas não se comunicam.
As elementares, quer sejam subjetivas ou objetivas, comunicam-se aos comparsas, desde que te-
nham entrado em sua esfera de conhecimento.
5 Existe uma exceção a esta regra, relativa ao crime de falsa perícia (CP, art. 342) praticado em concurso por dois ou mais peritos, contadores, tradutores ou
intérpretes, como na hipótese em que dois peritos subscrevem dolosamente o mesmo laudo falso. Trata-se de crime de mão própria cometido em coautoria.
Ademais, para a teoria do domínio do fato, os crimes de mão própria admitem a coautoria: o sujeito pode ser autor do delito sem realizar o núcleo do tipo.
Basta que tenha o controle final do fato.
O STF já responsabilizou advogado como coautor do crime de falso testemunho.
9. Pena: evolução histórica, espécies, função, dosimetria. Teorias justificadoras da pena. Extinção da
punibilidade. Suspensão condicional da pena. Reabilitação.
Pessoal, de início, o mais importante é dominar o conhecimento da LEI e estar muito afiado na JURISPRU-
DÊNCIA.
É preciso ter amplo conhecimento acerca das noções gerais sobre de dosimetria da pena e regimes de cum-
primento da pena, priorizando os artigos que tratam das circunstâncias judiciais (art. 59 do CP), cálculo da pena
(sistema trifásico), circunstâncias agravantes e atenuantes (foco doutrinário na reincidência) e regras para o
concurso de causas de aumento e diminuição;
Também é importante não sabotar o estudo acerca da Medida de Segurança, hein?! Especialmente saber
as modalidades, prazos (súmula nova aqui) e prescrição da medida de segurança.
Extinção da punibilidade #APOSTAEMDOBRO- domine prescrição. Saiba a diferença entre anistia, graça
e indulto. Consequências da abolitio e do perdão judicial (esse último, mera sentença que declara extinta a
punibilidade).
#MAPEIAOVADE:
CÓDIGO PENAL
Art.32 Art. 33 Art. 34 Art.42 Art.43
Art.44 Art.45 Art.46 Art.47 Art.48
Art. 49 Art. 51. Art. 52 Art. 53 Art.59
Art.60 Art.61 Art.63 Art.64 Art.65
Art.66 Art.67 Art.68 Art.75 Art.76
Art.77 Art.78 Art.79 Art.80 Art.81
Art.82 Art.83 Art.84 Art.85 Art.86
Art.87 Art.88 Art.89 Art.90 Art. 91
Art. 91 - A Art. 92
DAS MEDIDAS DE SEGURANÇA
Art. 96 ao Art. 99
DA EXTINÇÃO DA PUNIBILIDADE
Art.109 Art.110 Art.111 Art.112 Art.113
Art.114 Art.115 Art.116 Art.117 Art.119
• Pena privativa de liberdade: Critério trifásico (pena-base será fixada atendendo-se aos critérios do art. 59;
em seguida serão consideradas as circunstâncias atenuantes e agravantes; por último, as causas de diminuição e
de aumento);
• Pena de multa: Critério bifásico (CP, art. 49, caput e § l.° - Fixa-se inicialmente o número de dias-multa e, após,
calcula-se o valor de cada dia-multa).
Cálculo da PPL
Art. 68 - A pena-base será fixada atendendo-se ao critério do art. 59 deste Código; em seguida serão con-
sideradas as circunstâncias atenuantes e agravantes; por último, as causas de diminuição e de aumento
APLICAÇÃO DA PENA
Análise sobre a substituição da pena privativa de liberdade por restritiva de direitos ou multa
Não sendo cabível a substituição, a análise sobre a concessão ou não da suspensão condicional da pena
(sursis), se presentes os requisitos legais.
2. 1ª FASE DA DOSIMETRIA:
Art. 59 - O juiz, atendendo à culpabilidade, aos antecedentes, à conduta social, à personalidade do agente, aos
motivos, às circunstâncias e conseqüências do crime, bem como ao comportamento da vítima, estabelecerá, con-
forme seja necessário e suficiente para reprovação e prevenção do crime.
Culpabilidade #DEOLHONAJURIS: Segundo o STJ, o fato de o agente ter se aproveitado, para a práti-
ca do crime, da situação de vulnerabilidade emocional e psicológica da vítima decorren-
te da morte de seu filho em razão de erro médico pode constituir motivo idôneo para a
valoração negativa de sua culpabilidade (Info 579).
São maus antecedentes as condenações anteriores transitadas em julgado que, por al-
guma razão, não podem ser enquadradas no conceito de reincidência (agravante ge-
nérica).
#DEOLHONASÚMULA:
Antecedentes
Súmula 444 do STJ: “É vedada a utilização de inquéritos policiais e ações penais em curso
para agravar a pena-base”
Súmula n. 636 do STJ: A folha de antecedentes criminais é documento suficiente a com-
provar os maus antecedentes e a reincidência.
Conduta social #ATENÇÃO Segundo o STF, os antecedentes sociais do réu não se confundem com
os seus antecedentes criminais. Assim, não se mostra correto o magistrado utilizar as
condenações anteriores transitadas em julgado como “conduta social desfavorável” (Info
825).
A valoração negativa da personalidade, embora possa prescindir de laudos técnicos de
Personalidade do
especialistas da área de saúde, exige uma análise mais ampla da índole do réu, do
agente
seu comportamento e do seu modo de vida.
Motivos do crime Análise dos fatos que motivaram o agente a praticar o crime.
Circunstâncias do
São os aspectos objetivos e subjetivos de natureza acidental que envolvem o delito.
crime
Súmula 444-STJ: É vedada a utilização de inquéritos policiais e ações penais em curso para agravar a pena-base.
Esse é também o entendimento do STF: A existência de inquéritos policiais ou de ações penais sem trânsito em
julgado não podem ser considerados como maus antecedentes para fins de dosimetria da pena. STF. Plenário.
RE 591054/SC, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 17/12/2014 (repercussão geral) (Info 772).
• Atos infracionais
Atos infracionais não podem ser considerados maus antecedentes para a elevação da pena-base, tampouco
podem ser utilizados para caracterizar personalidade voltada para a prática de crimes ou má conduta social. Há
impropriedade na majoração da pena-base pela consideração negativa da personalidade do agente em razão
da prévia prática de atos infracionais, pois é incompossível exacerbar a reprimenda criminal com base em passa-
gens pela Vara da Infância. STJ. 5ª Turma. HC 499987/SP, Rel. Min. Felix Fischer, julgado em 30/05/2019.
REGISTRO DE ATOS INFRACIONAIS PRETÉRITOS
Decretar prisão Anotações de atos infracionais podem ser utilizadas para amparar juízo concreto e
preventiva: cautelar de risco de reiteração delitiva, de modo a justificar a necessidade e adequa-
ção da prisão preventiva.
SIM STJ. 6ª Turma. AgRg no HC 572.617/SP, Rel. Min. Nefi Cordeiro, julgado em 09/06/2020.
Negar o princípio Não se mostra possível reconhecer um reduzido grau de reprovabilidade na conduta
da insignificância: de quem, de forma reiterada, comete habitualmente atos infracionais.
SIM STJ. 6ª Turma. AgRg no AREsp 1550027/SP, Rel. Min. Laurita Vaz, julgado em 26/05/2020.
1) Transação penal
(Lei 9.099/1995, art. 76, § 6.° - A imposição da sanção de que trata o § 4º deste artigo não constará de certidão de
antecedentes criminais);
(CPP, art. 28-A, §12 A celebração e o cumprimento do acordo de não persecução penal não constarão de certidão
de antecedentes criminais, exceto para os fins previstos no inciso III do § 2º deste artigo.)
Além das previsões legais de que não caracterizam maus antecedentes, em tais situações não há condenação penal
com trânsito em julgado.
• Da mesma forma, não podem ser considerados maus antecedentes os inquéritos já arquivados e as ações
penais nas quais o réu tenha sido absolvido.
#DEOLHONATABELA #MUDANÇADEENTENDIMENTO:
STJ e STF
#SAINDODOFORNO #DEOLHONAJURIS - Vale ressaltar, contudo, que o STJ possui o entendimento no sen-
tido de que, quando os registros da folha de antecedentes do réu são muito antigos, admite-se o afasta-
mento de sua análise desfavorável, em aplicação à teoria do direito ao esquecimento:
Quando os registros da folha de antecedentes do réu são muito antigos, como no presente caso, admite-se o
afastamento de sua análise desfavorável, em aplicação à teoria do direito ao esquecimento.
Não se pode tornar perpétua a valoração negativa dos antecedentes, nem perenizar o estigma de criminoso
para fins de aplicação da reprimenda, pois a transitoriedade é consectário natural da ordem das coisas. Se o
transcurso do tempo impede que condenações anteriores configurem reincidência, esse mesmo fundamento - o
lapso temporal - deve ser sopesado na análise das condenações geradoras, em tese, de maus antecedentes.
STJ. 6ª Turma. HC 452.570/PR, Rel. Min. Antonio Saldanha Palheiro, julgado em 02/02/2021.
4. 2ª FASE DA DOSIMETRIA
Analisa-se a presença de agravantes (arts. 61 e 62) e atenuantes (arts. 65 e 66) genéricas, ou seja, aquelas pre-
vistas na parte geral do Código Penal.
#SELIGANASÚMULA
Súmula 231, STJ: A incidência da circunstância atenuante não pode conduzir à redução da pena abaixo do míni-
mo legal.
AGRAVANTES ATENUANTES
O rol de atenuantes é exemplificativo por força da ate-
nuante inominada do art. 66, do CP.
O rol de agravantes (arts. 61 e 62) é taxativo. Ve-
dação da analogia in malam partem. Art. 66, CP. A pena poderá ser ainda atenuada em razão
de circunstância relevante, anterior ou posterior ao cri-
me, embora não prevista expressamente em lei.
#DEOLHONAJURIS:
É possível, a depender do caso concreto, que o juiz reconheça a teoria da coculpabilidade como sendo uma
atenuante genérica prevista no art. 66 do Código Penal. STJ. 5ª Turma. HC 411.243/PE, Rel. Min. Jorge Mussi,
julgado em 07/12/2017.
Reincidência:
• As agravantes genéricas do art. 61, II, somente se aplicam aos crimes dolosos ou preterdolosos.
→ Não configura reincidência quando a infração anterior é uma contravenção penal e a posterior, um crime.
→Também não configura reincidência quando a contravenção penal é praticada no exterior.
5. 3ª FASE DA DOSIMETRIA
• Uma na parte especial + uma na parte especial = juiz PODE aplicar somente uma delas, mas se o fizer tem que
ser a causa que mais aumente/diminua.
#OBS1: As causas de aumento podem superar o máximo da pena abstrata e as causas de diminuição podem re-
duzir a pena abaixo do mínimo previsto.
Súmula n° 442, STJ: É inadmissível aplicar, no furto qualificado, pelo concurso de agentes, a majorante do roubo.
Súmula n° 443, STJ: O aumento na terceira fase de aplicação da pena no crime de roubo circunstanciado exige
fundamentação concreta, não sendo suficiente para a sua exasperação a mera indicação do número de majoran-
tes.
Crime doloso: Pena privativa de liberdade não superior a 4 anos + crime cometido
Requisitos para sem violência ou grave ameaça à pessoa
conversão da PPL
em PRD Crime culposo: qualquer que seja a pena aplicada
Não reincidente em crime doloso **
(cumulativos)
Circunstâncias judiciais favoráveis
** Nos termos do art. 44, § 3.°, do Código Penal, o reincidente em crime doloso pode ser beneficiado pela subs-
tituição quando estiverem presentes dois requisitos cumulativos:
1. A medida seja socialmente recomendável: cuida-se de análise subjetiva, a ser minuciosamente desenvolvida
pelo magistrado, levando em conta as condições do caso concreto, tais como as circunstâncias do delito e, princi-
palmente, os dados pessoais do condenado.
2. Não se tratar de reincidente específico: a lei foi clara ao definir a reincidência específica como a repetição do
mesmo crime, ou seja, da conduta apresentada pelo mesmo tipo penal.
a) Se a condenação for igual ou inferior a 1 ano = substitui por multa OU 1 pena restritiva de direitos.
#ATENÇÃO: A PPL só pode ser substituída por pena de multa se a condenação for até 6 meses. Por outro lado,
tratando-se de condenação superior a 6 meses (até 1 ano), necessariamente deverá ser substituída por 1 pena
restritiva de direitos.
b) Se a condenação for superior a 1 ano = substitui por 1 pena restritiva de direitos + multa OU 2 penas restritivas
de direitos.
#OBS: § 5o Sobrevindo condenação a pena privativa de liberdade, por outro crime, o juiz da execução penal decidirá
sobre a conversão, podendo deixar de aplicá-la se for possível ao condenado cumprir a pena substitutiva anterior.
Nesse caso, a conversão da pena restritiva de direitos em pena privativa de liberdade só será obrigatória se não
for possível cumprir simultaneamente a PRD e a nova pena imposta.
7. EXTINÇÃO DA PUNIBILIDADE
Trata-se da perda do direito de punir do Estado com aplicação em todos os tipos de ação penal. Há alguns
crimes que o ordenamento jurídico considera como imprescritíveis, em razão do importante bem jurídico violado
e necessariamente tutelado pelo Estado (art. 5º, XLII e XLIV, CF). São eles: Crime de racismo (Lei nº 7.716/89); crimes
cometidos por grupos armados, civis ou militares, contra a ordem constitucional e o Estado Democrático (Lei nº
12.850/13).
Formas de extinção da punibilidade: (art. 107, CP) morte do agente, anistia, graça e indulto, abolitio criminis,
decadência, perempção6 (somente se aplica na ação privada), renúncia (decorre do princípio da oportunidade
da ação penal privada), perdão do ofendido (ato bilateral decorrente do princípio da disponibilidade da ação
penal privada), retratação (exemplo: calúnia, difamação e falso testemunho/falsa perícia) e perdão judicial (inde-
pende de aceitação).
Extinção da punibilidade em caso de concurso de crimes: no caso de concurso de crimes, a extinção da puni-
bilidade incidirá sobre a pena de cada um, isoladamente (art. 119, CP).
Súmula 631-STJ: O indulto extingue os efeitos primários da condenação (pretensão executória), mas não atinge
os efeitos secundários, penais ou extrapenais.
#Não confundir:
Efeitos secundários extrapenais: NÃO são extintos seja pela anistia, graça, indulto ou abolitio crimi-
nis.
(Ex.: tornar certa a obrigação de indenizar, perda da função pública).
Os efeitos de natureza civil permanecem íntegros
#DEOLHONALEI:
Art. 120. A sentença que conceder perdão judicial não será considerada para efeitos de reincidência.
(Súmula 18-STJ: A sentença concessiva do perdão judicial é declaratória da extinção da punibilidade, não subsis-
tindo qualquer efeito condenatório.)
Art. 108. Nos crimes conexos, a extinção da punibilidade de um deles não impede, quanto aos outros, a
agravação da pena resultante da conexão.
#MUDANÇADEENTENDIMENTO:
• Antes: A extinção da punibilidade independe do pagamento da pena de multa STJ. 3ª Seção. REsp 1.519.777-SP,
Rel. Min. Rogerio Schietti Cruz, julgado em 26/8/2015 (recurso repetitivo) (Info 568) - SUPERADO.
• Entendimento atual (STF e STJ): O inadimplemento da pena de multa obsta a extinção da punibilidade
do apenado. O STF, ao julgar a ADI 3.150/DF, declarou que, à luz do preceito estabelecido pelo art. 5º, XLVI, da
Constituição Federal, a multa, ao lado da privação de liberdade e de outras restrições – perda de bens, presta-
ção social alternativa e suspensão ou interdição de direitos –, é espécie de pena aplicável em retribuição e em
prevenção à prática de crimes, não perdendo ela sua natureza de sanção penal.
Diante da eficácia erga omnes e do vinculante dessa decisão, não se pode mais declarar a extinção da
punibilidade pelo cumprimento integral da pena privativa de liberdade quando pendente o pagamento da multa
criminal.
STJ. 5ª Turma. AgRg no REsp 1850903-SP, Rel. Min. Reynaldo Soares da Fonseca, julgado em 28/04/2020
(Info 671).
8. PRESCRIÇÃO
PRESCRIÇÃO PENAL
PRESCRIÇÃO
DA PRETENSÃO Ocorre antes de haver sentença condenatória transitada em julgado para a acusação
PUNITIVA e, por isso, usa como parâmetro para a aferição do lapso prescricional o máximo da
PROPRIAMENTE pena privativa de liberdade abstratamente cominada ao crime, segundo a tabela
DITA OU EM do art. 109 do Código Penal.
ABSTRATO
Leva em consideração a pena cominada em concreto e nos obriga a percorrer no-
PRESCRIÇÃO vamente apenas o percurso entre a data do recebimento da denúncia ou queixa até a
DA PRETENSÃO sentença penal condenatória recorrível.
PUNITIVA #SELIGA: A Lei nº 12.234/2010 eliminou a prescrição retroativa no intervalo entre a
RETROATIVA consumação do crime e recebimento da denúncia. Todavia, tal alteração só vale para
os crimes praticados após 5 de maio de 2010.
PRESCRIÇÃO
DA PRETENSÃO
Leva em consideração a pena cominada em concreto e conta-se a prescrição da
PUNITIVA
publicação da sentença condenatória até a data do trânsito julgado final (para ambas
SUPERVENIENTE
as partes).
OU
INTERCORRENTE
Ocorre quando o juiz, verificando que já se passaram muitos anos desde o dia em que
o prazo prescricional começou ou voltou a correr, entende que mesmo que o inquérito
ou processo continue, ele não terá utilidade porque muito provavelmente haverá a
prescrição pela pena em concreto.
Para isso, o juiz analisa a possível pena que aplicaria para o réu se ele fosse condenado
PRESCRIÇÃO e, a partir daí, examina se, entre os marcos interruptivos presentes no processo, já se
VIRTUAL passaram mais anos do que o permitido pela lei. A prescrição virtual é também chama-
da de prescrição “em perspectiva”, “por prognose”, “projetada” ou “antecipada”.
O STF e o STJ afirmam que é inadmissível a prescrição virtual por dois motivos princi-
pais: a) em virtude da ausência de previsão legal; b) porque representaria uma afronta
ao princípio da presunção de não-culpabilidade. O STJ tem, inclusive, um enunciado
proibindo expressamente a prática (Súmula 438-STJ).
CÓDIGO PENAL
Antes da Lei 13.964/2019 ATUALMENTE
Art. 116. Antes de passar em julgado a sentença final,
Art. 116. (...)
a prescrição não corre:
II - enquanto o agente cumpre pena no estrangeiro. II - enquanto o agente cumpre pena no exterior;
#SELIGA: semi-imputáveis, via de regra, não são isentos de pena. Incidirá uma causa de diminuição da pena (1/3
a 2/3). Contudo, admite-se que a pena privativa de liberdade seja substituída pela internação ou tratamento am-
bulatorial, pelo prazo mínimo de 1 a 3 anos. NÃO HÁ CUMULAÇÃO (Sistema vicariante).
#OBS: Se durante a execução da pena, o condenado passe a sofrer de doença mental, o juiz pode substituir a pena
por medida de segurança.
Espécies de medida de segurança: a) internação (penas de reclusão); b) tratamento ambulatorial (penas de de-
tenção).
Duração: prazo mínimo de 1 a 3 anos. Em relação ao prazo máximo, há divergência entre os tribunais:
O STF possui julgados afirmando que a medida de Súmula 527-STJ: O tempo de duração da medida
segurança deverá obedecer a um prazo máximo de segurança não deve ultrapassar o limite má-
de 40 anos*, estabelecendo uma analogia ao art. ximo da pena abstratamente cominada ao delito
75 do CP, e considerando que a CF/88 veda as pe- praticado.
nas de caráter perpétuo.
Ex.: João, inimputável, pratica fato previsto como furto
Art. 75. O tempo de cumprimento das penas simples (art. 155, caput, do CP); o juiz aplica a ele me-
privativas de liberdade não pode ser superior dida de segurança de internação; após 4 anos cum-
a 40 (quarenta) anos. (redação dada pela Lei prindo medida de segurança, o magistrado deverá
13.964/2019) determinar a desinternação de João, considerando
que foi atingido o máximo da pena abstratamente co-
§ 1º Quando o agente for condenado a penas minada para o furto (“reclusão, de um a quatro anos,
privativas de liberdade cuja soma seja superior a e multa”).
40 (quarenta) anos, devem elas ser unificadas para
atender ao limite máximo deste artigo. (redação
dada pela Lei 13.964/2019) A conclusão do STJ é baseada nos princípios da iso-
nomia e proporcionalidade (proibição de excesso).
Não se pode tratar de forma mais gravosa o infrator
(...) Esta Corte já firmou entendimento no sentido inimputável quando comparado ao imputável. Ora, se
de que o prazo máximo de duração da medida de o imputável somente poderia ficar cumprindo a pena
segurança é o previsto no art. 75 do CP (...) (STF. 1ª até o máximo previsto na lei para aquele tipo penal, é
Turma. HC 107432, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, justo que essa mesma regra seja aplicada àquele que
julgado em 24/05/2011) recebeu medida de segurança.
* o art. 75 do CP previa o prazo máximo de 30 anos de cumprimento de pena. Este dispositivo foi, contudo, alte-
rado pela Lei nº 13.964/2019, de sorte que o prazo passou a ser de 40 anos:
CÓDIGO PENAL
Antes da Lei 13.964/2019 ATUALMENTE
Art. 75. O tempo de cumprimento das penas pri- Art. 75. O tempo de cumprimento das penas privati-
vativas de liberdade não pode ser superior a 30 vas de liberdade não pode ser superior a 40 (quaren-
(trinta) anos. ta) anos.
§ 1º - Quando o agente for condenado a penas § 1º Quando o agente for condenado a penas privativas
privativas de liberdade cuja soma seja superior a de liberdade cuja soma seja superior a 40 (quarenta)
30 (trinta) anos, devem elas ser unificadas para anos, devem elas ser unificadas para atender ao limite
atender ao limite máximo deste artigo. máximo deste artigo.
Essa liberação é sempre condicional, eis que averiguada a cessação da periculosidade, deve ser determi-
nada a desinternação (se internado) ou a liberação (se tratamento ambulatorial) do agente pelo período de 1 ano.
Se dentro de 1 ano, o agente pratica fato indicativo de persistência de sua periculosidade, a medida de segurança
é restabelecida.
Este fato não precisa ser típico, podendo ser fato atípico, desde que indique a persistência de sua periculosidade
(ex.: furto de uso, autolesão etc.).
Determina-se a desinternação ou liberação a título de ensaio. Isso significa que durante um ano ele fica sob ob-
servação.
A jurisprudência dos Tribunais Superiores tem admitido a desinternação progressiva, consistente na passagem da
internação para o tratamento ambulatorial antes da definitiva liberação do agente. Neste caso, antes de conseguir
a desinternação, o agente passa para o tratamento ambulatorial para somente depois receber a liberação.
9. Lei de Execução Penal (Lei nº 7.210/84). Objetivos da execução penal. Execução penal e economia
política da pena. Execução penal, encarceramento em massa e dano social. Direitos do sistema
progressivo. Progressão de regime. Livramento condicional. Remição. Autorizações de saída. Indulto e
comutação Disciplina na execução penal. execução penal e Direitos Humanos. Tutela individual e coletiva
de direitos na execução penal. Direitos sociais e execução penal. Execução penal e realidade concreta:
as penas ilícitas. Superlotação prisional e consequências jurídicas. Regras mínimas para o tratamento de
pessoas presas: plano nacional e internacional de proteção. Indulto e comutação (Decreto 8.380/14). 10.
Direito Penal e saúde mental. Medidas de segurança: evolução histórica, conceito, espécies, execução.
Lei nº 10.216/01. Reforma psiquiátrica. Lei 13.146/15
#APOSTACICLOS:
Fala galera, o edital trouxe nesses pontos toda a parte que envolve EXECUÇÃO PENAL.
COLA muito nesse ponto que ele É O CAMPEÃO DE AUDIÊNCIA nas provas da FCC.
A sua PRINCIPAL ESCOLHA aqui é: LEITURA DA LEI + JURISPRUDÊNCIA. No mais, não dá para sacrificar
nada! TODOS os institutos acima previstos são IMPORTANTES e DESPENCAM nas provas de Defensoria. Assim,
façam uma leitura cuidadosa da lei, e estejam afiados na Jurisprudência, ok?! Faz aquele belo check list, que dá
tudo certo!
#MAPEIAOVADE:
(na íntegra)
(na íntegra)
Da Disciplina, do RDD
Art. 59
DEMAIS ARTIGOS
Art. 200
A execução provisória da pena significa o réu cumprir a pena imposta na decisão condenatória mesmo sendo ainda
uma decisão provisória (ainda sujeita a recursos). Execução provisória da pena é, portanto, o início do cumprimento
da pena imposta, mesmo que a decisão condenatória ainda não tenha transitado em julgado.
#SAIBACRITICAR: O principal argumento daqueles que são contrários à execução provisória da pena é a ale-
gação de que ela violaria o princípio da presunção de inocência, previsto no art. 5º, LVII, da CF/88 e que diz:
Art. 5º (...)
LVII - ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado de sentença penal condenatória;
Para o STF, é possível o início do cumprimento da pena caso somente reste o julgamento de recurso
sem efeito suspensivo (ex: só falta julgar Resp ou RE)?
É possível a execução provisória da pena?
No dia 07/11/2019, o STF, ao julgar as ADCs 43, 44 e 54 (Rel. Min. Marco Au-
rélio), retornou para a sua segunda posição e afirmou que o cumprimento da
pena somente pode ter início com o esgotamento de todos os recursos.
Assim, é proibida a execução provisória da pena.
Vale ressaltar que é possível que o réu seja preso antes do trânsito em julgado
(antes do esgotamento de todos os recursos), no entanto, para isso, é neces-
sário que seja proferida uma decisão judicial individualmente fundamentada na
qual o magistrado demonstre que estão presentes os requisitos para a prisão
preventiva previstos no art. 312 do CPP.
Dessa forma, o réu até pode ficar preso antes do trânsito em julgado, mas
4º Período: cautelarmente (preventivamente), e não como execução provisória da pena.
Entendimento atual: Principais argumentos:
• O art. 283 do CPP, com redação dada pela Lei nº 12.403/2011, prevê que
NÃO
“ninguém poderá ser preso senão em flagrante delito ou por ordem escrita e
NÃO é possível a fundamentada da autoridade judiciária competente, em decorrência de sen-
execução provisória da tença condenatória transitada em julgado ou, no curso da investigação ou do
pena processo, em virtude de prisão temporária ou prisão preventiva.”. Esse artigo é
plenamente compatível com a Constituição em vigor.
• O inciso LVII do art. 5º da CF/88, segundo o qual “ninguém será considerado
culpado até o trânsito em julgado de sentença penal condenatória”, não deixa
margem a dúvidas ou a controvérsias de interpretação.
• É infundada a interpretação de que a defesa do princípio da presunção de
inocência pode obstruir as atividades investigatórias e persecutórias do Estado.
A repressão a crimes não pode desrespeitar e transgredir a ordem jurídica e os
direitos e garantias fundamentais dos investigados.
• A Constituição não pode se submeter à vontade dos poderes constituídos
nem o Poder Judiciário embasar suas decisões no clamor público.
#FAZOGANCHO #DIZERODIREITO:
Pacote anticrime. O que fez a Lei nº 13.964/2019? Alterou o art. 492 do CPP para dizer que, se o réu for conde-
nado, pelo Tribunal do Júri, a uma pena igual ou superior a 15 anos de reclusão, será possível a execução provisória
da pena.
Em outras palavras, se o réu for condenado no Tribunal do Júri a uma pena igual ou superior a 15 anos de reclusão,
ele terá que iniciar o cumprimento da pena privativa de liberdade, mesmo que ele tenha interposto apelação contra
essa sentença, ou seja, mesmo antes do trânsito em julgado da condenação.
Art. 492. (...)
Art. 492. Em seguida, o presidente proferirá sen- I – (...)
tença que:
e) mandará o acusado recolher-se ou recomendá-lo-á
I – no caso de condenação: à prisão em que se encontra, se presentes os requisi-
(...) tos da prisão preventiva, ou, no caso de condenação
a uma pena igual ou superior a 15 (quinze) anos de
e) mandará o acusado recolher-se ou recomendá- reclusão, determinará a execução provisória das pe-
-lo-á à prisão em que se encontra, se presentes os nas, com expedição do mandado de prisão, se for o
requisitos da prisão preventiva; caso, sem prejuízo do conhecimento de recursos que
vierem a ser interpostos;
Art. 492. (...)
§ 3º O presidente poderá, excepcionalmente, deixar de autorizar a execução provisória das penas de que trata
a alínea e do inciso I do caput deste artigo, se houver questão substancial cuja resolução pelo tribunal ao qual
competir o julgamento possa plausivelmente levar à revisão da condenação. (Incluído pela Lei 13.964/2019)
Se a condenação do Júri for igual ou superior a 15 anos, a apelação interposta terá, em regra, efeito meramente
devolutivo:
Art. 492. (...)
§ 4º A apelação interposta contra decisão condenatória do Tribunal do Júri a uma pena igual ou superior a 15
(quinze) anos de reclusão não terá efeito suspensivo. (Incluído pela Lei 13.964/2019)
§ 5º Excepcionalmente, poderá o tribunal atribuir efeito suspensivo à apelação de que trata o § 4º deste artigo,
quando verificado cumulativamente que o recurso:
I - não tem propósito meramente protelatório; e
II - levanta questão substancial e que pode resultar em absolvição, anulação da sentença, novo julgamento ou
redução da pena para patamar inferior a 15 (quinze) anos de reclusão.
(Incluído pela Lei 13.964/2019)
Art. 492. (...)
§ 6º O pedido de concessão de efeito suspensivo poderá ser feito incidentemente na apelação ou por meio de
petição em separado dirigida diretamente ao relator, instruída com cópias da sentença condenatória, das razões
da apelação e de prova da tempestividade, das contrarrazões e das demais peças necessárias à compreensão da
controvérsia. (Incluído pela Lei 13.964/2019)
A constitucionalidade deste dispositivo será analisada em breve. Isso porque o STF irá decidir, agora em 2020, se a
soberania dos vereditos do Tribunal do Júri, prevista na Constituição Federal, autoriza a imediata execução de pena
imposta pelo Conselho de Sentença. O tema será apreciado no Recurso Extraordinário 1235340.
A execução da pena em nosso país funda-se no sistema progressivo, com a flexibilização da possibilidade de
transferência entre regimes. A progressão de regime constitui direito público subjetivo, portanto exigível do Estado
sempre que preenchidos os requisitos objetivos e subjetivos à sua concessão.
Com o advento do Pacote Anticrime houve mudança substancial em relação ao requisito objetivo da progressão
de regime.
2. PROGRESSÃO DE REGIME
Art. 112. A pena privativa de liberdade será executada em forma progressiva com a transferência para regime me-
nos rigoroso, a ser determinada pelo juiz, quando o preso tiver cumprido ao menos:
REQUISITO OBJETIVO
Gestante ou que for mãe ou res-
Crimes HEDIONDOS
Crimes “COMUNS” ponsável por crianças ou pesso-
ou equiparados
as com deficiência
40% Primário + Crime Hediondo/
Equiparado
50% Primário + Crime Hediondo/ Cumulativamente:
Equiparado, com resultado morte,
I - não ter cometido crime com
VEDADO O LIVRAMENTO CONDI-
violência ou grave ameaça a pes-
CIONAL.
16% Primário + sem violência soa;
ou grave ameaça 50% Exercer o comando, indivi-
II - não ter cometido o crime
dual ou coletivo, de organização
20% Reincidente + sem violên- contra seu filho ou dependente;
criminosa estruturada para a práti-
cia ou grave ameaça
ca de crime hediondo ou equipara- III - ter cumprido ao menos 1/8
25% Primário + com violência do da pena no regime anterior;
ou grave ameaça
50% Crime de constituição de mi- IV - ser primária e ter bom com-
30% Reincidente + com violên- lícia privada portamento carcerário, compro-
cia ou grave ameaça vado pelo diretor do estabeleci-
60% Reincidente + crime hedion-
mento;
do/equiparado
V - não ter integrado organiza-
70% Reincidente + crime he-
ção criminosa.
diondo/equiparado, com resultado
morte, VEDADO O LIVRAMENTO
CONDICIONAL.
§ 6º O cometimento de falta grave durante a execução da pena privativa de liberdade interrompe o prazo para
a obtenção da progressão no regime de cumprimento da pena, caso em que o reinício da contagem do requisito
objetivo terá como base a pena remanescente.
§ 7º O bom comportamento é readquirido após 1 (um) ano da ocorrência do fato, ou antes, após o cumpri-
mento do requisito temporal exigível para a obtenção do direito. #COLANARETINA
ATENÇÃO: O parágrafo 7º havia sido vetado pelo Presidente da República. Todavia, no dia 19/04/2021, o Congres-
so Nacional rejeitou o veto presidencial, seguindo o dispositivo para promulgação.
Nos termos do art. 112 da Lei de Execuções Penais (Lei n. 7.210/84), as regras para a progressão de regime e
a obtenção de livramento condicional são mais severas para os delitos hediondos com resultado morte, do
que em relação aos outros crimes hediondos. Tais regras se aplicam ao latrocínio consumado (crime hediondo
com resultado morte):
Os incisos VII e VIII do art. 112 exigem a reincidência específica. Diante da ausência de previsão legal, deve-se
fazer analogia in bonam partem e a ele deverá ser aplicada a mesma fração do condenado primário, ou seja, a
regra do inciso VI, “a”, do art. 112 (50%): Art. 112. A pena privativa de liberdade será executada em forma progressiva
com a transferência para regime menos rigoroso, a ser determinada pelo juiz, quando o preso tiver cumprido ao
menos: VI - 50% (cinquenta por cento) da pena, se o apenado for: a) condenado pela prática de crime hediondo
ou equiparado, com resultado morte, se for primário, vedado o livramento condicional;
Resumindo:
• art. 2º, § 2º, da Lei nº 8.072/90: a fração mais grave deveria ser aplicada tanto ao reincidente específico como ge-
nérico. A Lei de Crimes Hediondos não fazia distinção entre a reincidência genérica e a específica para estabelecer
o cumprimento de 3/5 da pena para fins de progressão de regime
• incisos VII e VIII do art. 112 da LEP: a fração mais grave só se aplica para o reincidente específico. O condenado
pela prática de crime hediondo, com resultado morte, mas reincidente em crime comum irá progredir como se
fosse primário. No exemplo dado, a Lei nº 13.964/2019 foi mais favorável porque o réu progredia com 3/5 (= 60%)
e agora a fração é de 50% (art. 112, VI, “a”, da LEP). Logo, ela se aplica, neste ponto, aos fatos ocorridos antes da
sua vigência. STJ. 6ª Turma. HC 581315-PR, Rel. Min. Sebastião Reis Júnior, julgado em 06/10/2020 (Info 681).
4. LIVRAMENTO CONDICIONAL:
#SELIGA: Para que o condenado tenha direito ao livramento condicional, deverá atender aos seguintes requisitos:
• requerimento do sentenciado;
#NÃOSABOTESÚMULAS:
Súmula 441-STJ: A falta grave não interrompe o prazo para obtenção do livramento condicional.
Qual é o fundamento desta súmula? Por que a falta grave não interrompe o prazo para obtenção do li-
vramento condicional? Porque em nenhum momento a lei previu isso. Assim, a falta grave não interfere no livra-
mento condicional por ausência de previsão legal, ou seja, porque a LEP não determinou essa consequência (STJ.
5ª Turma. HC 263.361/SP, Rel. Min. Laurita Vaz, julgado em 07/05/2013).
Pacote anticrime
A Lei nº 13.964/2019 alterou o inciso III do art. 83 do Código Penal, que trata sobre os requisitos para a concessão
do livramento condicional. Veja:
CÓDIGO PENAL
Antes da Lei 13.964/2019 ATUALMENTE
Art. 83. O juiz poderá conceder livramento con- Art. 83. O juiz poderá conceder livramento condicional
dicional ao condenado a pena privativa de liber- ao condenado a pena privativa de liberdade igual ou
dade igual ou superior a 2 (dois) anos, desde que: superior a 2 (dois) anos, desde que:
(...) (...)
III - comprovado:
a) bom comportamento durante a execução da pena;
III - comprovado comportamento satisfatório
durante a execução da pena, bom desempenho b) não cometimento de falta grave nos últimos 12 (doze)
no trabalho que lhe foi atribuído e aptidão para meses;
prover à própria subsistência mediante trabalho
c) bom desempenho no trabalho que lhe foi atribuído; e
honesto;
d) aptidão para prover a própria subsistência mediante
trabalho honesto;
Com essa alteração operada pela Lei nº 13.964/2019, a falta grave passou a interromper o prazo para ob-
tenção do livramento condicional? A Lei nº 13.964/2019 fez com que o entendimento da súmula 441 do STJ
fique superado?
NÃO. A súmula 441 do STJ continua válida. Praticada a falta grave, o apenado terá que aguardar 12 meses para
poder gozar do livramento condicional. O prazo do art. 83, I, do CP, contudo, não é interrompido (não é “zerado”).
Essa é a lição de Rogério Sanches:
“A falta grave interrompe o prazo para o livramento? Não. Embora o cometimento de falta grave interrompa o pra-
zo para a progressão de regime (Súmula 534 STJ), não o faz para fins de concessão de livramento condicional, pois
não há previsão legal a esse respeito. Nesse sentido é a súmula nº 441 do STJ, cujo conteúdo não é incompatível
com a regra imposta pela Lei 13.964/19. Embora o condenado não possa obter o livramento se houver cometido
falta grave nos doze meses anteriores à sua pretensão, o prazo do benefício não volta a correr do começo quando
cometida a infração. Praticada a falta grave, nos 12 meses seguintes o reeducando não pode ser beneficiado com
a liberdade antecipada, mesmo que cumpra seu requisito temporal. O prazo de 12 meses, aliás, coincide com o
prazo da reabilitação da falta grave, hoje previsto na maioria dos regimentos internos das unidades prisionais dos
vários estados brasileiros.” (Pacote anticrime. Lei 13.964/2019. Salvador: Juspodivm, 2020, p. 32).
Enunciado 2 da I Jornada de Direito Penal e Processo Penal CJF/STJ: O requisito previsto no art. 83, III, b,
do Código Penal, consistente em o agente não ter cometido falta grave nos últimos 12 (doze) meses, poderá ser
valorado, com base no caso concreto, para fins de concessão de livramento condicional quanto a fatos ocorridos
antes da entrada em vigor da Lei 13.964/2019, sendo interpretado como comportamento insatisfatório durante
a execução da pena.
1) Se o agente for condenado definitivamente à pena privativa de liberdade por crime cometido durante a vigência
do benefício.
2) Se o agente for condenado definitivamente à pena privativa de liberdade por crime anterior à vigência do
benefício.
2) Se o liberado for condenado definitivamente por crime ou contravenção e não receber pena privativa de liber-
dade
#DEOLHONAJURIS:
Súmula 617-STJ: A ausência de suspensão ou revogação do livramento condicional antes do término do perío-
do de prova enseja a extinção da punibilidade pelo integral cumprimento da pena.
5. REMIÇÃO DE PENA:
A remição consiste na compensação, como pena cumprida, do trabalho ou do estudo realizado durante a execu-
ção da pena:
Considerando também que a LEP não exige que o trabalho realizado seja contínuo, duradouro ou organizado,
deve ser admitida a remição mesmo pela prestação de trabalho esporádico ou ocasional, ainda que voluntário ou
não remunerado. De fato, a lei não faz restrições quanto à forma, natureza ou a duração da prestação laborativa,
não podendo o intérprete limitá-la em desfavor do indivíduo. Lembremos que são assegurados ao condenado
todos os direitos não atingidos pela lei (art. 3º da LEP).
#DEOLHONAJURIS:
▪ Ficando comprovado que o reeducando efetivamente exerceu o trabalho artesanal, ele tem direito à remição.
A alegação do Ministério Público no sentido de que é impossível controlar as horas trabalhadas com artesanato
não é um argumento válido. Cabe ao Estado administrar o cumprimento do trabalho no âmbito carcerário, não
sendo razoável imputar ao sentenciado qualquer tipo de desídia na fiscalização ou controle desse meio. Caso
concreto: o apenado trabalhou na confecção de tapetes por 98 dias, tendo direito à remição de 32 dias de pena.
STJ. 5ª Turma. AgRg no REsp 1720785/RO, Rel. Min. Ribeiro Dantas, julgado em 03/05/2018.
▪ O reeducando tem direito à remição de sua pena pela atividade musical realizada em coral. STJ. 6ª Turma. REsp
1666637-ES, Rel. Min. Sebastião Reis Júnior, julgado em 26/09/2017 (Info 613).
▪ Segundo o art. 33 da LEP, a jornada diária de trabalho do apenado deve ser de, no mínimo, 6 horas e, no máxi-
mo, 8 horas. Apesar disso, se um condenado, por determinação da direção do presídio, trabalha 4 horas diárias
(menos do que prevê a Lei), este período deverá ser computado para fins de remição de pena. Como esse traba-
lho do preso foi feito por orientação ou estipulação da direção do presídio, isso gerou uma legítima expectativa
de que ele fosse aproveitado, não sendo possível que seja desprezado, sob pena de ofensa aos princípios da
segurança jurídica e da proteção da confiança. Vale ressaltar, mais uma vez, o trabalho era cumprido com essa
jornada por conta da determinação do presídio e não por um ato de insubmissão ou de indisciplina do preso.
STF. 2ª Turma. RHC 136509/MG, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 4/4/2017 (Info 860).
▪ Se o preso, ainda que sem autorização do juízo ou da direção do estabelecimento prisional, efetivamente
trabalhar nos domingos e feriados, esses dias deverão ser considerados no cálculo da remição da pena. STJ. 5ª
Turma. HC 346948-RS, Rel. Min. Reynaldo Soares da Fonseca, julgado em 21/6/2016 (Info 586).
Remição pelo estudo: A remição da pena pelo estudo é possível ao condenado que cumpre pena em regime
fechado, semiaberto ou aberto, bem como àquele que esteja em liberdade condicional (art. 126, caput e §6º, da
LEP). Há remição da pena tanto no estudo presencial quanto no estudo à distância, devendo os cursos frequentados
obter certificação das autoridades educacionais competentes. Não é relevante se o dia de frequência escola era útil
ou não útil.
#DEOLHONAJURIS:
Remição é o direito que possui o condenado ou a pessoa presa cautelarmente de reduzir o tempo de cumpri-
mento da pena mediante o abatimento de 1 dia de pena a cada 12 horas de estudo ou de 1 dia de pena a cada
3 dias de trabalho. É possível computar a remição pelo estudo ainda que as aulas ocorram durante finais de
semana e dias não-úteis? SIM. A remição da pena pelo estudo deve ocorrer independentemente de a atividade
estudantil ser desenvolvida em dia não útil. O art. 126 da Lei 7.210/84 dispõe que a contagem de tempo para re-
mição da pena pelo estudo deve ocorrer à razão de 1 dia de pena para cada 12 horas de frequência escolar, não
havendo qualquer ressalva sobre a consideração apenas dos dias úteis para realização da referida contagem,
sendo, inclusive, expressamente mencionada a possibilidade de ensino à distância. STJ. 6ª Turma. AgRg no REsp
1487218-DF, Rel. Min. Ericson Maranho (Desembargador convocado do TJ/SP), julgado em 5/2/2015 (Info 556).
▪ Os Tribunais realizam interpretação extensiva da LEP de modo a permitir a remição da pena não só pelo estudo
formal, mas também por atividades complementares, como a leitura e resenha de livros:
#DEOLHONAJURIS:
O fato de o estabelecimento penal onde se encontra o detento assegurar acesso a atividades laborais e à edu-
cação formal, não impede que ele obtenha também a remição pela leitura, que é atividade complementar, mas
não subsidiária, podendo ocorrer concomitantemente, havendo compatibilidade de horários. STJ. 5ª Turma. HC
353689-SP, Rel. Min. Felix Fischer, julgado em 14/6/2016 (Info 587).
É possível computar a remição pelo simples fato de o apenado ficar lendo livros (sem fazer um curso formal)?
SIM. A atividade de leitura pode ser considerada para fins de remição de parte do tempo de execução da pena.
STJ. 6ª Turma. HC 312486-SP, Rel. Min. Sebastião Reis Júnior, julgado em 9/6/2015 (Info 564).
▪ Recentemente, o STJ entendeu que o tempo excedido, na frequência escolar, ao limite legal de 12 horas a cada
3 dias deve ser considerado para fins de remição da pena:
#DEOLHONAJURIS:
O art. 126 da Lei de Execuções Penais prevê duas hipóteses de remição da pena: por trabalho ou por estudo.
Para fins de remição da pena pelo trabalho, a jornada não pode ser superior a 8 horas. O STJ, contudo, entende
que eventuais horas extras devem ser computadas quando excederem a oitava hora diária, hipótese em que se
admite o cômputo do excedente para fins de remição de pena. No caso da remição pelo estudo, o reeducando
poderá remir 1 dia de pena a cada 12 horas de atividade, divididas, no mínimo, em 3 dias. O STJ entende que,
se o reeducando estudar mais que 12 horas, isso deverá ser considerado para fins de remição da pena. STJ. 5ª
Turma. AgRg no AREsp 1720688/SC, Rel. Min. Reynaldo Soares da Fonseca, julgado em 06/10/2020. STJ. 6ª Turma.
HC 461047-SP, Rel. Min. Laurita Vaz, julgado em 04/08/2020 (Info 677).
Como incentivo à persistência nos estudos, a LEP prevê a possibilidade de acréscimo de 1/3 do tempo a remir
nos casos de conclusão do ensino fundamental, médio ou superior durante o cumprimento da pena, desde
que certificada pelo órgão competente do sistema de educação (art. 126, §3º).
• O preso provisório também tem direito à remição de pena, seja por trabalho ou por estudo (art. 126,
§7º). Neste caso, a remição será posteriormente considerada na detração no caso de condenação.
• Remição da pena pelo trabalho em prisão domiciliar: É possível a remição de pena com base no trabalho
exercido durante o período em que o apenado esteve preso em sua residência (prisão domiciliar). A fim de evitar
uma interpretação restritiva da norma, impõe-se o reconhecimento dos dias trabalhados, ainda que em prisão
domiciliar. Em se tratando de remição da pena é possível fazer uma interpretação extensiva em prol do preso e
da sociedade. STJ. 6ª Turma. AgRg no REsp 1689353/SC, Rel. Min. Sebastião Reis Júnior, julgado em 06/02/2018.
Remição ficta é aquela em que, apesar de não haver, efetivamente, a concretização do trabalho ou do estudo, há
a declaração dos dias remidos. Existe uma hipótese de remição ficta assegurada pela própria LEP:
Art. 126, § 4o O preso impossibilitado, por acidente, de prosseguir no trabalho ou nos estudos continuará a be-
neficiar-se com a remição.
#DEOLHONAJURIS:
Não se admite a remição ficta da pena. Embora o Estado tenha o dever de prover trabalho aos internos que
desejem laborar, reconhecer a remição ficta da pena, nesse caso, faria com que todas as pessoas do sistema
prisional obtivessem o benefício, fato que causaria substancial mudança na política pública do sistema carcerário,
além de invadir a esfera do Poder Executivo. O instituto da remição exige, necessariamente, a prática de atividade
laboral ou educacional. Trata-se de reconhecimento pelo Estado do direito à diminuição da pena em virtude de
trabalho efetuado pelo detento. Não sendo realizado trabalho, estudo ou leitura, não há que se falar em direito
à remição. STF. 1ª Turma. HC 124520/RO, rel. Min. Marco Aurélio, red. p/ ac. Min. Roberto Barroso, julgado em
29/5/2018 (Info 904). STJ. 5ª Turma. HC 421425/MG, Rel. Min. Felix Fischer, julgado em 27/02/2018. STJ. 6ª Turma.
HC 425155/MG, Rel. Min. Nefi Cordeiro, julgado em 06/03/2018.
AUTORIZAÇÃO DE SAÍDA
PERMISSÃO DE SAÍDA SAÍDA TEMPORÁRIA
APENAS aos condenados que cumprem pena no
SEMIABERTO.
Para os condenados que cumprem pena no REGIMES: Obs2: os presos provisórios que já foram condena-
FECHADO, SEMIABERTO e PRESOS PROVISÓRIOS dos (ainda sem trânsito em julgado) e estão cum-
(temporária ou preventiva) prindo a pena no regime semiaberto podem ter di-
reito ao benefício da saída temporária, desde que
preencham os requisitos legais que veremos abaixo.
Competência: DIRETOR DO ESTABELECIMENTO ou
Competência: JUIZ DA EXECUÇÃO
em caso de recusa cabe ao juiz conceder.
MEDIANTE ESCOLTA SEM ESCOLTA/VIGILÂNCIA
HIPÓTESES:
HIPÓTESES: ▪ Visita familiar;
▪ Falecimento ou doença grave: CADI (cônjuge, com- ▪ Frequência de curso supletivo profissionalizante,
panheira, ascendente, descendente ou irmão); de ensino médio ou superior;
▪ Tratamento médico ▪ Atividades que concorram para o retorno ao con-
vívio social;
Obs.: o juiz pode determinar que, durante a saída temporária, o condenado fique utilizando um equipa-
mento de monitoração eletrônica (tornozeleira eletrônica).
#APOSTACICLOS - Há compatibilidade entre o benefício da saída temporária e prisão domiciliar por falta de es-
tabelecimento adequado para o cumprimento de pena de reeducando que se encontre no regime semiaberto.
STJ. 6ª Turma. HC 489106-RS, Rel. Min. Nefi Cordeiro, julgado em 13/08/2019 (Info 655).
Regras gerais:
• Cada preso terá o máximo de 5 saídas temporárias por ano (1 mais 4 renovações).
• Cada saída temporária tem duração máxima de 7 dias. Em outras palavras, o preso receberá a autorização
para ficar 7 dias fora do estabelecimento prisional.
#ATENÇÃO! Respeitado o limite anual de 35 dias, estabelecido pelo art. 124 da LEP, é cabível a concessão de
maior número de autorizações de curta duração. STJ. 3ª Seção. REsp 1.544.036-RJ, Rel. Min. Rogerio Schietti Cruz,
julgado em 14/9/2016 (recurso repetitivo) (Info 590).
Peculiaridade: no caso da saída temporária para estudo, o prazo será igual ao que for necessário para o exercício
das atividades discentes (ex: pode ser autorizada a saída temporária todos os dias).
STF. 1ª Turma. HC 130502/RJ, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 21/6/2016 (Info 831).
STF. 2ª Turma. HC 128763, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 04/08/2015.
Atual posição do STJ: Para fins de recurso repetitivo, o STJ firmou duas teses que sintetizam o raciocínio acima
exposto:
#DEOLHONAJURIS:
Primeira tese: É recomendável que cada autorização de saída temporária do preso seja precedida de decisão
judicial motivada. Entretanto, se a apreciação individual do pedido estiver, por deficiência exclusiva do aparato
estatal, a interferir no direito subjetivo do apenado e no escopo ressocializador da pena, deve ser reconhecida,
excepcionalmente, a possibilidade de fixação de calendário anual de saídas temporárias por ato judicial único,
observadas as hipóteses de revogação automática do art. 125 da LEP. Segunda tese: O calendário prévio das
saídas temporárias deverá ser fixado, obrigatoriamente, pelo Juízo das Execuções, não se lhe permitindo delegar
à autoridade prisional a escolha das datas específicas nas quais o apenado irá usufruir os benefícios.
STJ. 3ª Seção. REsp 1.544.036-RJ, Rel. Min. Rogerio Schietti Cruz, julgado em 14/9/2016 (recurso repetitivo) (Info
590).
Revogação
1. praticar fato definido como crime doloso (não se exige condenação; basta a notícia);
2. for punido por falta grave (aqui se exige que o condenado tenha recebido punição disciplinar);
Se o benefício for revogado por uma das causas acima listadas, o condenado só poderá recuperar o direito à saída
temporária se:
8. FALTA GRAVE
Art. 50. Comete falta grave o condenado à pena privativa de liberdade que:
I - incitar ou participar de movimento para subverter a ordem ou a disciplina;
II - fugir;
III - possuir, indevidamente, instrumento capaz de ofender a integridade física de outrem;
IV - provocar acidente de trabalho;
V - descumprir, no regime aberto, as condições impostas;
VI - inobservar os deveres previstos nos incisos II e V, do artigo 39, desta Lei.
VII – tiver em sua posse, utilizar ou fornecer aparelho telefônico, de rádio ou similar, que permita a comunicação
com outros presos ou com o ambiente externo. (Incluído pela Lei nº 11.466, de 2007)
VIII - recusar submeter-se ao procedimento de identificação do perfil genético. (Incluído pela Lei nº 13.964, de
2019)
Parágrafo único. O disposto neste artigo aplica-se, no que couber, ao preso provisório.
Art. 51. Comete falta grave o condenado à pena restritiva de direitos que:
I - descumprir, injustificadamente, a restrição imposta;
II - retardar, injustificadamente, o cumprimento da obrigação imposta;
III - inobservar os deveres previstos nos incisos II e V, do artigo 39, desta Lei.
Enunciado 16 da I Jornada de Direito Penal e Processo Penal CJF/STJ - O rol trazido pelo art. 50 da Lei de
Execução Penal é taxativo, não comportando interpretação extensiva ou equiparação analógica.
Não confundir:
• Apenado que descumpre o perímetro (zona) estabelecido para tornozeleira eletrônica: configura a prática de
falta grave.
• Apenado que, durante saída temporária, descumpre o perímetro estabelecido para tornozeleira eletrônica: não
configura a prática de falta grave (há um julgado da 6ª Turma do STJ que afirma que, neste caso, não há previsão
no rol do art. 50 da LEP).
• Apenado que rompe a tornozeleira eletrônica ou mantém a bateria sem carga suficiente: configura falta grave
(art. 50, VI, da LEP).
PENAS PRIVATIVAS DE
Autoridade administrativa Faltas leves, médias e graves
LIBERDADE
9. FALTA GRAVE
EXECUÇÃO PENAL
Consequências decorrentes da prática de FALTA GRAVE:
Î PROCEDIMENTO DE APURAÇÃO DE FALTA DISCIPLINAR: Praticada a falta disciplinar, deverá ser instau-
rado o procedimento para sua apuração, assegurado o direito de defesa, cuja decisão deverá ser motivada
(art. 59).
#DEOLHONAJURIS - A oitiva do condenado pelo Juízo da Execução Penal, em audiência de justificação reali-
zada na presença do defensor e do Ministério Público, afasta a necessidade de prévio Procedimento Administra-
tivo Disciplinar (PAD), assim como supre eventual ausência ou insuficiência de defesa técnica no PAD instaurado
para apurar a prática de falta grave durante o cumprimento da pena. STF. Plenário. RE 972598, Rel. Roberto
Barroso, julgado em 04/05/2020 (Repercussão Geral – Tema 941) (Info 985 – clipping).
#DEOLHONALEI:
Art. 187. Concedida a anistia, o Juiz, de ofício, a requerimento do interessado ou do Ministério Público, por proposta
da autoridade administrativa ou do Conselho Penitenciário, declarará extinta a punibilidade.
Art. 188. O indulto individual poderá ser provocado por petição do condenado, por iniciativa do Ministério Público,
do Conselho Penitenciário, ou da autoridade administrativa.
Art. 189. A petição do indulto, acompanhada dos documentos que a instruírem, será entregue ao Conselho Peni-
tenciário, para a elaboração de parecer e posterior encaminhamento ao Ministério da Justiça.
Art. 190. O Conselho Penitenciário, à vista dos autos do processo e do prontuário, promoverá as diligências que
entender necessárias e fará, em relatório, a narração do ilícito penal e dos fundamentos da sentença condenatória,
a exposição dos antecedentes do condenado e do procedimento deste depois da prisão, emitindo seu parecer sobre
o mérito do pedido e esclarecendo qualquer formalidade ou circunstâncias omitidas na petição.
Art. 191. Processada no Ministério da Justiça com documentos e o relatório do Conselho Penitenciário, a petição
será submetida a despacho do Presidente da República, a quem serão presentes os autos do processo ou a certidão
de qualquer de suas peças, se ele o determinar.
Art. 192. Concedido o indulto e anexada aos autos cópia do decreto, o Juiz declarará extinta a pena ou ajustará a
execução aos termos do decreto, no caso de comutação.
Art. 193. Se o sentenciado for beneficiado por indulto coletivo, o Juiz, de ofício, a requerimento do interessado, do
Ministério Público, ou por iniciativa do Conselho Penitenciário ou da autoridade administrativa, providenciará de
acordo com o disposto no artigo anterior.
GRAÇA INDULTO
ANISTIA
(ou indulto individual) (ou indulto coletivo)
Extingue os efeitos penais (principais e Só extinguem o efeito principal do crime (a sanção pe-
secundários) do crime. nal).
Os efeitos de natureza civil permanecem ín- Os efeitos penais secundários e os efeitos de natureza civil
tegros. permanecem íntegros.
O réu condenado que foi anistiado, se co- O réu condenado que foi beneficiado por graça ou indulto,
meter novo crime, não será reincidente. se cometer novo crime, será reincidente.
É um benefício individual É um benefício coletivo
É um benefício coletivo que, por referir-se (com destinatário certo). (sem destinatário certo).
somente a fatos, atinge apenas os que o
cometeram. Depende de pedido do sen- É concedido de ofício (não
tenciado. depende de provocação).
11. Crimes contra a pessoa. Crimes contra o patrimônio. Crimes contra a propriedade imaterial. Crimes
contra a organização do trabalho. Crimes contra o sentimento religioso e contra o respeito aos mortos.
Crimes contra a dignidade sexual. Crimes contra a família. Crimes contra a incolumidade pública. Crimes
contra a paz pública. Crimes contra a fé pública. Crimes contra a administração pública.
Pessoal, com esse ponto, entramos no estudo dos crimes em espécie. E aqui vai uma DICA GERAL para o estudo
da parte penal especial: PRIORIZEM A LEI E A JURISPRUDÊNCIA. Gaste mais tempo no estudo da lei, e da Jurispru-
dência (foco nas mais recentes) do que em qualquer outra coisa. Os de maior incidência são:
• Crimes contra a pessoa: Atenção especial para homicídio, aborto e incitação ao suicídio. Dominem TODAS as
espécies de homicídio, certificando-se de ter em mente cada uma das qualificadoras e causas de aumento de pena
tanto para o homicídio doloso, como para o culposo (cuidado para não confundir). Saiba identificar a natureza
de cada qualificadora – se objetiva ou subjetiva - e a possibilidade de acumulação (#homicídiohíbrido). Destaque
especial para o FEMINICÍDIO.
• Crimes contra o patrimônio. - Em especial, o furto, roubo, extorsão, apropriação indébita e estelionato. Dos
crimes em espécie, os crimes contra o patrimônio são os que mais possuem incidência nas provas. Por isso, use
tudo o que tem direito: LEITURA DA LEI (sendo o mais importante) + MATERIAL DE APOIO + JURISPRUDÊNCIA.
Fundamental saber quais as causas de aumento do furto e roubo. Não esqueça das escusas absolutórias.
EEEIIII, ATENÇÃO: Os crimes contra o patrimônio, principalmente o furto, roubo e estelionato, sofreram sensíveis
alterações com o advento do Pacote Anticrime e mais recentemente pela Lei nº 14.155, de 2021, esteja muito atento
a essas mudanças legislativas, BELEZA?
• Crimes contra a Administração Pública, merecendo destaque: conceito de funcionário, peculato doloso,
peculato culposo, prevaricação, concussão, corrupção ativa, corrupção passiva (exceção pluralística à teoria
monística) e prevaricação. Contrabando e descaminho (entendimentos jurisprudenciais quanto à natureza
- formal ou material - e princípio da insignificância) Atenção, ainda, para falso testemunho, falsa perícia e ex-
ploração de prestígio.
Art. 121 CP
Art. 124
(na íntegra)
Art. 154-A, CP
Arts. 147-A e 148-B, CP (Novidades)
(Alteração legislativa)
Art. 183 -
Art. 343
1. HOMICÍDIO
HOMICÍDIO Em regra, não é crime hediondo, salvo quando praticado em atividade de grupo de ex-
SIMPLES termínio, ainda que por só um agente (art. 1º, I, 1ª parte, Lei nº 8.072/90).
O homicídio é privilegiado quando o agente comete o crime impelido por motivo de rele-
vante valor social ou moral, ou sob o domínio de violenta emoção, logo em seguida
a injusta provocação da vítima. Nesse caso, o juiz pode reduzir a pena de um sexto a um
terço. As hipóteses legais do privilégio apresentam caráter subjetivo.
#NÃOESQUECER são de natureza objetiva, portanto admitem o homicídio privile-
giado-qualificado, as hipóteses do art. 121, §2º, III e IV, (referentes aos meios e modos de
execução), com exceção da traição.
OBJETIVAS:
INCISO III – Com emprego de veneno, fogo, explosivo, asfixia, tortura ou outro meio insi-
dioso ou cruel, ou de que possa resultar perigo comum;
HOMICÍDIO
PRIVILEGIADO INCISO IV — À traição, de emboscada, ou mediante dissimulação ou outro recurso que
dificulte ou torne impossível a defesa do ofendido
INCISO VI – Feminicídio
As demais qualificadoras, nos demais incisos, são de natureza subjetiva.
#MEMORIZAR as objetivas, por exclusão ( já que são em menor quantidade).
#ATENÇÃO O homicídio privilegiado não é crime hediondo por ausência de previsão
legal. Lembrem que o rol dos crimes hediondos é um rol taxativo.
#CONCURSO DE AGENTES: em caso de concurso de agentes as causas privilegiadas
não se comunicam, uma vez que são circunstâncias subjetivas do crime (e não elemen-
tares). Art. 30, CP.
9 MOTIVO TORPE = motivo vil, repugnante. Ex.: matar um parente para ficar com sua
herança.
9 MOTIVO FÚTIL = insignificante, desproporcional à natureza do crime praticado.
9 Obs.: a ausência de motivo não se equipara a motivo fútil.
9 MEIO INSIDIOSO: agente usa de fraude para cometer crime sem que a vítima per-
ceba.
9 MEIO CRUEL: é aquele que proporciona à vítima um intenso (e desnecessário) sof-
rimento físico ou mental quando a morte poderia ser ocasionada de forma menos
dolorosa.
HOMICÍDIO 9 TORTURA: o agente usa da tortura como meio para conseguir a morte da vítima,
QUALIFICADO ou seja, trata-se de morte dolosa. Vai responder por crime de homicídio qualificado.
OBS: tortura com resultado morte (art. 1º, §3º, Lei nº 9.455/97): crime essencial-
mente preterdoloso. O agente tem o dolo de torturar a vítima e, por excesso, finda
por causar-lhe a morte, culposamente.
9 A Lei nº 13.142/2015 alterou o Código Penal com escopo de criar uma nova qualifica-
dora ao crime de homicídio.
9 Considera-se homicídio funcional quando o agente passivo for autoridade ou agente
descrito nos artigos 142 e 144 da Constituição Federal, integrantes do sistema pri-
HOMICÍDIO
sional e da Força Nacional de Segurança Pública, no exercício da função ou em
FUNCIONAL
decorrência dela, ou contra seu cônjuge, companheiro ou parente consanguíneo até
terceiro grau, em razão dessa condição.
#DEOLHONASÚMULA:
Súmula 18, STJ: A sentença concessiva do perdão judicial é declaratória da extinção da
punibilidade, não subsistindo qualquer efeito condenatório.
#NÃOCONFUNDA:
§ 1º Se resulta:
I - Incapacidade para as ocupações habituais, por mais de trinta
dias;
NATUREZA GRAVE
II - perigo de vida;
III - debilidade permanente de membro, sentido ou função;
IV - aceleração de parto.
§ 2° Se resulta:
I - Incapacidade permanente para o trabalho;
II - enfermidade incurável;
NATUREZA GRAVÍSSIMA
III perda ou inutilização do membro, sentido ou função;
IV - deformidade permanente;
V – aborto.
Reconhecimento da gravidade da lesão corporal pode ser feito por outros meios além de perícia: a ausên-
cia do laudo pericial não impede que a materialidade do delito de lesão corporal de natureza grave seja reconhe-
cida por outros meios, como testemunhas e relatórios de atendimento hospitalar (STJ, HC 114567/ES – Info 684).
ATENÇÃO! A qualificadora prevista no art. 129, §9º, CP também se aplica às lesões corporais cometidas contra
HOMEM no âmbito das relações domésticas (STJ, RHC 27.622/RJ, de 2012). Não confunda com a aplicação da Lei
Maria da Penha, que é voltada exclusivamente para crimes praticados contra a mulher em contexto de violência
doméstica.
==
A Lei nº 14.188/2021, que instituiu o programa de “Sinal Vermelho” contra a Violência Doméstica como uma das
medidas de enfrentamento da violência doméstica e familiar contra a mulher, tratou sobre quatro assuntos. Dentre
eles, incluiu uma nova qualificadora para a lesão corporal simples cometida contra a mulher por razões da
condição do sexo feminino:
§ 13. Se a lesão for praticada contra a mulher, por razões da condição do sexo feminino, nos termos do § 2º-A do
art. 121 deste Código: (Incluído pela Lei nº 14.188, de 2021)
Depende:
Pena - detenção, de 3 (três) meses a 3 (três) 2) Nos demais casos (ex: vítima homem): a conduta con-
anos. tinua sendo tipificada no § 9º do art. 129 do CP.
Aplica-se o § 1º (grave), § 2º (gravíssima) ou o § 3º (lesão seguida de morte) cumulada com a causa de aumento
de pena do § 10:
O novo § 13 do art. 129 do CP, inserido pela Lei nº 14.188/2021, pune apenas a lesão corporal praticada no
contexto de violência doméstica?
§ 13. Se a lesão for praticada contra a mulher, por razões da condição do sexo feminino, nos termos do § 2º-A do
art. 121 deste Código:
Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro anos).
O legislador previu, no § 2º-A do art. 121, uma norma penal interpretativa, ou seja, um dispositivo para esclarecer
o que significa “razões de condição de sexo feminino”:
Desse modo, o novo § 13 do art. 129 do CP, inserido pela Lei nº 14.188/2021, pune duas situações distintas:
b) Lesão corporal praticada contra mulher em razão de menosprezo ou discriminação ao seu gênero.
4. FURTO PRIVILEGIADO
O agente (criminoso) deve ser primário. Segundo a jurisprudência, para os fins do § 2º do art.
155, coisa de pequeno valor é aquela cujo preço, no
Primário é o indivíduo que não é reincidente, nos ter- momento do crime, não seja superior a 1 salário-mí-
mos do art. 63 do CP. nimo.
FURTO HÍBRIDO:
De acordo com atual jurisprudência do STF e STJ, é possível que um furto seja, ao mesmo tempo, privilegiado (§ 2º)
e qualificado (§ 4º). Em outras palavras, é possível aplicar o privilégio previsto no § 2º aos casos de furto qualificado.
Em regra, para parte da doutrina e jurisprudência, o abuso de confiança é a única qualificadora que deve ser
considerada como de natureza subjetiva, sendo as demais, todas de ordem objetiva.
#DEOLHONAJURIS:
• se o furto for qualificado por concurso de pessoas (qualificadora de índole objetiva), será possível o privilégio
(STJ. 6ª Turma. REsp 1370395/DF, Rel. Min. Assusete Magalhães, julgado em 12/11/2013).
• se o furto for qualificado por abuso de confiança (qualificadora subjetiva), não será possível o privilégio (STJ. 5ª
Turma. AgRg no REsp 1392678/MG, Rel. Min. Laurita Vaz, julgado em 17/12/2013).
5. ROUBO
• ou depois de havê-la, por qualquer meio, reduzido à impossibilidade de resistência → VIOLÊNCIA IMPRÓPRIA
#NÃOCONFUNDIR - Não confundir violência imprópria com roubo impróprio (art. 157, §1°).
#NÃOCONFUNDA:
6. LATROCÍNIO:
• O latrocínio se verifica quando a violência física empregada pelo agente, durante e em razão do roubo,
provoca a morte da vítima.
• Nem todo roubo qualificado é latrocínio. Latrocínio é somente o roubo qualificado pela morte.
• CONSUMAÇÃO: Súmula 610-STF: Há crime de latrocínio, quando o homicídio se consuma, ainda que não realize
o agente a subtração de bens da vítima.
Comete tentativa de latrocínio, o agente que usa de violência com intenção matar a vítima, mas não consegue atin-
gir seu intento, provocando-lhe lesão de natureza grave. A expressão “lesão grave” deve ser entendida em sentido
amplo, de modo a abranger tanto a lesão grave propriamente dita (art. 129, §1º, do CP), como a lesão gravíssima
(art. 129, §2º, do CP). A lesão leve é absorvida pelo roubo.
• COMPETÊNCIA: Súmula n. 603 do STF “a competência para o processo e julgamento de latrocínio é do juiz
singular e não do Tribunal do Júri”
• As qualificadoras — lesão grave ou morte — aplicam-se tanto ao roubo próprio quanto ao impróprio.
Tratando-se de crime qualificado pelo resultado, estará consumado com a produção de lesão grave/gravíssima na
vítima, ainda que a subtração não se aperfeiçoe.
• Lembre-se: O reconhecimento das figuras qualificadas afasta a possibilidade de aplicação das causas de aumen-
to do §§ 2º e 2º-A e B. Justifica-se esse entendimento pelo fato de as penas em abstrato das formas qualifi-
cadas já serem muito maiores.
#DEOLHONAJURIS:
Ademais, as majorantes do crime de roubo aplicam-se somente aos roubos próprios e impróprios.
Os roubos qualificados pela lesão corporal grave (inciso I, do § 3.º do art. 157) e pelo resultado morte – latrocínio
(inciso seguinte) constituem tipos derivados do roubo simples (próprio ou impróprio), com cominações particu-
lares de penas mínimas e máximas (7 a 18 anos mais multa e 20 a 30 anos mais multa, respectivamente).
Por isso, o Código Penal dispôs esses tipos derivados do tipo básico no § 3.º do art. 157, após as majorantes
(causas especiais de aumento), previstas no § 2.º do referido artigo.
Assim, não há, no Código Penal, a previsão do que seria o “roubo qualificado circunstanciado”.
STJ. 6ª Turma. HC 554.155/SP, Rel. Min. Laurita Vaz, julgado em 16/03/2021.
• As figuras qualificadas do §3º só existem quando o roubo é praticado com violência dolosa à pessoa (vio-
lência própria). Logo, não incidem as qualificadoras quando a lesão grave ou morte resultam da grave ameaça ou
violência imprópria – impossibilidade de resistência - (é o caso do ataque cardíaco) – devendo o agente responder
por roubo agravado pelo emprego de arma em concurso formal com homicídio culposo.8
• CRIMES HEDIONDOS - A figura do roubo qualificado pela lesão grave passou a ter natureza hedionda com a
entrada em vigor da Lei n. 13.964/2019.
Assim, tanto o roubo qualificado pela morte como pela lesão grave são considerados crimes hediondos.
8 #LEMBRAR: mediante grave ameaça ou violência a pessoa [VIOLÊNCIA PRÓPRIA], ou depois de havê-la, por qualquer meio, reduzido à impossibilida-
de de resistência [VIOLÊNCIA IMPRÓPRIA]
PERDA DO CARGO, FUNÇÃO PÚBLICA - crimes praticados com violação de dever para com a Administra-
OU MANDATO ELETIVO ção Pública: aqui se encaixa a conduta do policial militar.
#PECULATOCULPOSO #REPARAÇÃODODANO:
REPARAÇÃO DO DANO
ARREPENDIMENTO POSTERIOR
ATÉ O RECEBIMENTO DA DENÚNCIA
REPARAÇÃO DO DANO
E ANTES DO JULGAMENTO
#SELIGANADIFERENÇA:
9 #PEDRADETOQUE: para saber se o funcionário público será beneficiado pela extinção da punibilidade ou pela aplicação da minorante, o marco crucial
será visualizar a recorribilidade da sentença condenatória. Isso porque se irrecorrível somente poderemos falar em causa de diminuição da pena.
#CONSUMAÇÃO:
MODALIDADE Ocorrerá a consumação quando o agente, sem que tenha feito qualquer solicitação, rece-
“RECEBER” ber vantagem indevida.
MODALIDADE
O agente tão somente aceita promessa de tal vantagem.
“ACEITAR”
AUMENTO DE PENA: art. 317, §1º, CP (se o funcionário retarda ou deixa de praticar qualquer ato de ofício ou o
pratica infringindo dever funcional).
#OLHAOGANCHO: CORRUPÇÃO PASSIVA PRATICADA POR JURADOS: O art. 445 do CPP diz que o jurado,
no exercício da função ou a pretexto de exercê-la, será responsável criminalmente nos mesmos termos em que
são os juízes togados, a exemplo do que ocorre com o crime de corrupção passiva. #CUIDADO!
#CONSUMAÇÃO:
MODALIDADE O delito se consuma quando o agente, efetivamente, não pratica o ato a que estava
“REALIZAR” obrigado.
MODALIDADE O delito se consuma quando o sujeito pratica o ato contra disposição expressa de
“PRATICAR” lei.
EM TODAS AS MODALIDADES:
O agente deve atuar com a finalidade de satisfazer interesse ou sentimento pessoal.
PREVARICAÇÃO IMPRÓPRIA: nome dado pela doutrina à hipótese do art. 319-A, CP.
12. Legislação penal especial: crime organizado (Lei nº 9.034/95), crimes de trânsito (Lei nº 9.503/97),
crimes ambientais (Lei nº 9.605/98), Estatuto do desarmamento (Lei nº 10.826/03 e Decreto nº
5.123/04), crimes hediondos (Lei nº 8.072/90 e modificações posteriores), crimes falenciais (Lei nº 11.
101/05), lei de tortura (Lei nº 9.455/97), lei de drogas (Lei nº 11.343/06), crimes contra o consumidor
(Lei nº 8.078/90), crimes contra a economia popular (Lei nº 1.521/51), crimes contra a ordem tributária
(Leis nos 8.137/90, 9.249/95, 9.430/96, 10.684/03 e 12.382/11), lavagem de dinheiro (Lei nº 9.613/98),
crimes resultantes de preconceito de raça ou de cor (Lei nº 7.716/89), abuso de autoridade (Lei nº
13.869/2019), crimes de licitação (Lei nº 8.666/93), estatuto do idoso (Lei nº 10.741/03), crimes contra
o parcelamento do solo urbano (Leis nos 6.766/79 e 10.932/04), crime de corrupção de menores (Lei
nº 2.252/54), violência doméstica (Lei nº 11.340/06), crimes previstos no Estatuto da Criança e do
Adolescente (Lei nº 8.069/90), lei das contravenções penais (Decreto-Lei nº 3.688/41)
Galera, chegamos na parte da leis penais especiais. Muita atenção, porque elas correspondem à grande parte do
edital, e algumas delas inclusive são campeãs em matéria de incidência nas provas.
Sem dúvida o nosso maior foco aqui será sempre a #LEISECA, seguida da análise da JURISPRUDÊNCIA correlata.
Na dúvida: sempre escolha a lei! A maior parte das questões envolvendo a legislação extravagante, conseguem ser
resolvidas com bom domínio da lei e conhecimento dos principais julgados envolvendo essas matérias.
• Lei de Drogas (Lei nº 11.343/06), é uma das mais importantes. É a nossa #APOSTACICLOS. Assim, a leitura
da Lei 11.343/2006 é imprescindível. Dê ênfase aos arts. 27 a 53 (são os dispositivos que mais aparecem em
questões de prova). Domine os arts. 28, 33, 35 e 40.
• Na Lei de Crimes Hediondos, apesar de ser relativamente pequena, tem alta incidência em provas e por isso a
lei precisa ser lida na íntegra, tendo atenção a todos os artigos. É obrigatório ter em mente o rol #ATUALIZADO
dos crimes hediondos e quais as consequências da hediondez. Não deixe a JURISPRUDÊNCIA de fora!
• Lei Maria da Penha - Lei nº 11.340/06. Na Lei Maria da Penha, faça a leitura completa da lei, focando especial-
mente nas novidades legislativas. Chamo atenção para as formas de violência contra a mulher, as medidas proteti-
vas de urgência, disposições procedimentais e atuação da defesa(DEFENSORIA).
• Estatuto do desarmamento - Lei nº 10.826/2003: O direcionamento, deve ficar por conta da lei seca e juris-
prudência. O principal foco deve ser as disposições legais acerca dos crimes e das penas, conhecendo a diferença
entre posse e porte, e distinção de tratamentos para arma de fogo de uso restrito, de uso proibido e de uso per-
mitido. Não deixem de ver alguns importantes entendimentos dos Tribunais sobre armas.
#MAPEIAOVADE:
#MAPEIAOVADE (os artigos indicados incluem além do caput, os parágrafos e incisos eventualmente pre-
vistos)
#MAPEIAOVADE (os artigos indicados incluem além do caput, os parágrafos e incisos eventualmente pre-
vistos)
#MAPEIAOVADE (os artigos indicados incluem além do caput, os parágrafos e incisos eventualmente pre-
vistos)
#MAPEIAOVADE (os artigos indicados incluem além do caput, os parágrafos e incisos eventualmente pre-
vistos)
#MAPEIAOVADE (os artigos indicados incluem além do caput, os parágrafos e incisos eventualmente pre-
vistos)
#MAPEIAOVADE (os artigos indicados incluem além do caput, os parágrafos e incisos eventualmente pre-
vistos)
#MAPEIAOVADE (os artigos indicados incluem além do caput, os parágrafos e incisos eventualmente pre-
vistos)
#MAPEIAOVADE (os artigos indicados incluem além do caput, os parágrafos e incisos eventualmente pre-
vistos)
Art. 1º ao Art. 28
#MAPEIAOVADE (os artigos indicados incluem além do caput, os parágrafos e incisos eventualmente pre-
vistos)
#MAPEIAOVADE (os artigos indicados incluem além do caput, os parágrafos e incisos eventualmente pre-
vistos)
Art. 61 ao Art. 80
Art. 66 Art. 67 Art. 68
Art. 75 Art. 78 Art. 79
#MAPEIAOVADE (os artigos indicados incluem além do caput, os parágrafos e incisos eventualmente pre-
vistos)
#MAPEIAOVADE (os artigos indicados incluem além do caput, os parágrafos e incisos eventualmente pre-
vistos)
#MAPEIAOVADE (os artigos indicados incluem além do caput, os parágrafos e incisos eventualmente pre-
vistos)
O Brasil adotou o sistema legal de definição dos crimes hediondos. Isso significa que é a lei quem define, de
forma exaustiva (taxativa, numerus clausus), quais são os crimes hediondos. Os crimes equiparados a hediondos,
por estarem previstos na Constituição, não podem deixar de ter natureza hedionda, o que também ocorre com os
delitos arrolados no art. 1º da Lei 8.072/90. No entanto, nada impede que o legislador inclua novos crimes ao rol,
passando a conferir-lhes tratamento hediondo.
A Lei nº 13.964/2019- Pacote anticrime, modificou as regras para o livramento condicional no caso de prática de
crimes hediondos com resultado morte:
SAÍDA TEMPORÁRIA
Art. 122... § 2º Não terá direito à SAÍDA TEMPORÁRIA a que se refere o caput deste artigo o condenado
que cumpre pena por praticar crime hediondo com resultado morte.”
III - o crime de comércio ilegal de armas de fogo, previsto no art. 17 da Lei nº 10.826, de 22 de dezembro
de 2003;
IV - o crime de tráfico internacional de arma de fogo, acessório ou munição, previsto no art. 18 da Lei nº
10.826, de 22 de dezembro de 2003;
V - o crime de organização criminosa, quando direcionado à prática de crime hediondo ou equipara-
do.(NR)
- O homicídio simples (art. 121, caput do CP) somente é hediondo em uma única hipótese: quando praticado em
atividade típica de grupo de extermínio.
- Na modalidade do roubo, antes do Pacote Anticrime (Lei 13.964/19), apenas o latrocínio (roubo com morte)
era considerado hediondo.
- Provocar a epidemia, por si só, não é crime hediondo. Para ser hediondo, é preciso que essa epidemia tenha
resultado em morte. Além disso a provocação da epidemia deve ser dolosa.
- O parágrafo único foi alterado pelo Pacote Anticrime (Lei 13.964/19). Antes, apenas constavam como he-
diondos, fora do Código Penal, o genocídio e a posse ou o porte ilegal de arma de fogo de uso restrito.
Agora, além do genocídio, três crimes do Estatuto do Desarmamento (Lei 10.826/03) são hediondos: posse ou
porte ilegal de arma de fogo de uso proibido (art. 16), comércio ilegal (art. 17) e tráfico internacional (art. 18).
Além disso, o Pacote Anticrime incluiu como hediondo um crime contra a paz pública: organização cri-
minosa (Lei 12.850/13), quando direcionada à prática de delito hediondo ou equiparado.
3. ESTATUTO DO DESARMAMENTO
POSSE PORTE
A autorização para posse é concedida por meio de A autorização para o porte de arma de fogo de uso
certificado expedido pela Polícia Federal, precedi- permitido é de competência da Polícia Federal e so-
do de cadastro no Sinarm. mente será concedida após autorização do Sinarm.
É necessário que o interessado cumpra os requisitos É necessário que o interessado cumpra os requisitos
previstos no art. 4º da Lei nº 10.826/2003. previstos no art. 10, § 1º, da Lei nº 10.826/2003.
O titular deste direito recebe um documento cha- O titular deste direito recebe um documento chama-
mado “certificado de registro de arma de fogo”. do “porte de arma de fogo”.
O indivíduo que possui ou mantém arma de fogo, O indivíduo que é encontrado com arma de fogo,
acessório ou munição (de uso permitido) em sua acessório ou munição (de uso permitido) fora de sua
residência ou trabalho, sem que tivesse autoriza- residência ou local de trabalho sem que tivesse au-
ção para isso (sem que tivesse certificado da Polí- torização para isso (sem que tivesse porte de arma),
cia Federal), comete o crime de posse irregular de comete o crime de porte ilegal de arma de fogo (art.
arma de fogo (art. 12 da Lei nº 10.826/2003). 14 da Lei nº 10.826/2003).
• Tipo misto alternativo: A norma prevê mais de uma conduta. Caso o agente pratique mais de uma, terá
praticado um único crime.
• Consumo imediato da droga: O ato de consumir, usar a droga, não constitui núcleo do tipo penal. Logo,
Para o STF, não caracteriza o crime de porte de drogas a conduta do agente que recebendo de terceiro a
droga, para uso próprio, a consome, incontinenti, pois a incriminação do porte de tóxicos para uso próprio
só se pode explicar como delito contra a saúde pública (HC 79189). O uso apenas representa autolesão,
exaurindo-se o perigo na figura do próprio agente.
• Elemento normativo do tipo: Só haverá crime se houver a prática de um dos núcleos verbais sem autoriza-
ção ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar. Se houver autorização (por exemplo, para
fins medicinais), será fato atípico.
• Elemento subjetivo especial: é imprescindível o fim de especial de possuir droga para consumo pessoal,
sob pena de incorrer no crime de tráfico.
• Critério para averiguação se a droga é para consumo pessoal ou tráfico: Há dois sistemas. 1º Sistema da
quantificação legal: leva em conta o consumo diário; 2º Sistema do reconhecimento judicial ou policial (ado-
tado no Brasil): Análise do caso concreto pela autoridade policial e posteriormente pela autoridade policial.
• à natureza e à quantidade da substância apreendida (OBS: Em que pese os critérios natureza e quan-
tidade da droga serem quase de observância obrigatória, eles individualmente considerados não têm
o condão de suprimir a análise dos demais)
#DEOLHONAJURIS: O réu não tem o dever de demonstrar que a droga encontrada consigo seria utilizada
apenas para consumo próprio. Cabe à acusação comprovar os elementos do tipo penal, ou seja, que a droga
apreendida era destinada ao tráfico. Ao Estado-acusador incumbe demonstrar a configuração do tráfico, que
não ocorre pelo simples fato dos réus terem comprado e estarem na posse de entorpecente. Em suma, se a
pessoa é encontrada com drogas, cabe ao Ministério Público comprovar que o entorpecente era destinado ao
tráfico. Não fazendo esta prova, prevalece a versão do réu de que a droga era para consumo próprio. STF. 1ª
Turma. HC 107448/MG, red. p/ o acórdão Min. Marco Aurélio, 18.6.2013 (Info 711). STJ. 6ª Turma. REsp 1.769.822,
Rel. Min. Rogério Schietti Cruz, julgado em 27/11/2018.
Nos termos do art. 28, § 2º, da Lei n. 11.343/2006, não é apenas a quantidade de drogas que constitui fator deter-
minante para a conclusão de que a substância se destinava a consumo pessoal, mas também o local e as condi-
ções em que se desenvolveu a ação, as circunstâncias sociais e pessoais, bem como a conduta e os antecedentes
do agente. STJ. 6ª Turma. AgRg no AREsp 1740201/AM, Rel. Min. Rogerio Schietti Cruz, julgado em 17/11/2020.
• Figura equiparada: quem, para seu consumo pessoal, semeia, cultiva ou colhe plantas destinadas à pre-
paração de pequena quantidade de substância ou produto capaz de causar dependência física ou psíquica.
OBS: Não confundir com o crime do art. 33, §1º, II (“semeia, cultiva ou faz a colheita, sem autorização ou em desa-
cordo com determinação legal ou regulamentar, de plantas que se constituam em matéria-prima para a prepara-
ção de drogas”). Há, na figura equiparada, 2 elementos: a finalidade de consumo pessoal, e as plantas devem ser
destinadas à preparação de PEQUENA QUANTIDADE de substância entorpecente. Se for para grande quantida-
de, já configura tráfico.
• Prescrição: Prescreve em 2 ANOS (prazo especial da lei de drogas), mas aplicam-se as causas de inter-
rupção do CP.
• Penas: Uma das principais novidades introduzidas pela Lei n° 11.343/06 diz respeito à mudança da política
criminal em relação ao usuário de drogas. Se, à época da vigência do art. 16 da Lei n° 6.368/76, o usuário de
drogas estava sujeito a uma pena de detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e pagamento de 20 (vinte)
a 50 (cinquenta) dias-multa, com o advento da Lei n° 11.343/06, o preceito secundário do art. 28 passou a
cominar as seguintes penas: advertência sobre os efeitos das drogas, prestação de serviços à comunidade
e medida educativa de comparecimento a programa ou curso educativo. Logo, afastou a pena privativa
de liberdade. O STF (info. 456) considera que a conduta descrita nesse artigo continua sendo crime, tendo
ocorrido apenas uma “DESPENALIZAÇÃO” (não descriminalização). Para alguns autores, a expressão corre-
ta deveria ser “descarcerização”, porque o tipo continua prevendo penas, só não mais privativas de liberdade.
#DEOLHONAJURIS: O porte de droga para consumo próprio, previsto no art. 28 da Lei nº 11.343/2006, pos-
sui natureza jurídica de crime. O porte de droga para consumo próprio foi somente despenalizado pela Lei nº
11.343/2006, mas não descriminalizado. Obs.: despenalizar é a medida que tem por objetivo afastar a pena como
tradicionalmente conhecemos, em especial a privativa de liberdade. Descriminalizar significa deixar de considerar
uma conduta como crime. Mesmo sendo crime, o STJ entende que a condenação anterior pelo art. 28 da Lei nº
11.343/2006 (porte de droga para uso próprio) NÃO configura reincidência. Argumento principal: se a contra-
venção penal, que é punível com pena de prisão simples, não configura reincidência, mostra-se desproporcional
utilizar o art. 28 da LD para fins de reincidência, considerando que este delito é punido apenas com “advertên-
cia”, “prestação de serviços à comunidade” e “medida educativa”, ou, seja, sanções menos graves e nas quais
não há qualquer possibilidade de conversão em pena privativa de liberdade pelo descumprimento. Há de se
considerar, ainda, que a própria constitucionalidade do art. 28 da LD está sendo fortemente questionada. STJ. 5ª
Turma. HC 453437/SP, Rel. Min. Reynaldo Soares da Fonseca, julgado em 04/10/2018. STJ. 5ª Turma. AgRg-AREsp
1.366.654/SP, Rel. Min. Ribeiro Dantas, julgado em 13/12/2018. STJ. 6ª Turma. REsp 1672654/SP, Rel. Min. Maria
Thereza de Assis Moura, julgado em 21/08/2018 (Info 632).
#IMPORTANTE! O art. 28 da Lei nº 11.343/2006 prevê o crime de porte de drogas para consumo pessoal. Art.
28. Quem adquirir, guardar, tiver em depósito, transportar ou trouxer consigo, para consumo pessoal, drogas
sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar será submetido às seguintes penas:
I - advertência sobre os efeitos das drogas; II - prestação de serviços à comunidade; III - medida educativa de
comparecimento a programa ou curso educativo. Em regra, as penas dos incisos II e III só podem ser aplicadas
pelo prazo máximo de 5 meses. O § 4º prevê que: “em caso de reincidência, as penas previstas nos incisos II e III
do caput deste artigo serão aplicadas pelo prazo máximo de 10 (dez) meses.” A reincidência de que trata o § 4º
é a reincidência específica. Assim, se um indivíduo já condenado definitivamente por roubo, pratica o crime do
art. 28, ele não se enquadra no § 4º. Isso porque se trata de reincidente genérico. O § 4º ao falar de reincidente,
está se referindo ao crime do caput do art. 28. STJ. 6ª Turma. REsp 1771304-ES, Rel. Min. Nefi Cordeiro, julgado
em 10/12/2019 (Info 662).
• Retroatividade: Como tratou de maneira mais branda o usuário, a norma do art. 28 retroage (lei penal in
mellius).
• Crime de ínfimo potencial ofensivo: é crime de menor potencial ofensivo. Há autores que atribuem a no-
menclatura ao crime do art. 28 como sendo de ínfimo potencial ofensivo, haja vista não prever pena privativa
de liberdade.
• Prevalece que as penas poderão ser aplicadas pelo prazo máximo de 10 meses em casos de reincidência
específica (no crime de porte de drogas para consumo pessoal). Para Renato Brasileiro, basta reincidência
genérica, já que a lei fala em reincidência de forma genérica.
• Como vimos, a pena também pode ser substituída a qualquer tempo. Tal substituição tem de respeitar o
contraditório e a ampla defesa, haja vista poder acarretar situação desfavorável ao apenado.
• Para garantia do cumprimento das medidas educativas acima, a que INJUSTIFICADAMENTE se recuse o
agente, poderá o juiz submetê-lo, SUCESSIVAMENTE a: I - admoestação verbal; II - multa.
#SELIGA: a admoestação verbal e a multa não são penas, mas sim medidas de coerção, que visam compelir o
acusado ao cumprimento das penas previstas no art. 28. As medidas são aplicadas sucessivamente: primeiro, a
admoestação, depois, a multa.
5. TRÁFICO PRIVILEGIADO
§ 4º Nos delitos definidos no caput e no § 1o deste artigo, as penas poderão ser reduzidas de um sexto a dois
terços, vedada a conversão em penas restritivas de direitos, desde que o agente seja primário, de bons anteceden-
tes, não se dedique às atividades criminosas nem integre organização criminosa.
• Apesar de o §4º falar que se aplica apenas ao caput e §1º do 33, a doutrina majoritária entende que, devido
ao princípio da proporcionalidade, se aplica também ao 34.
LEP, art. 112, § 5º Não se considera hediondo ou equiparado, para os fins deste artigo, o crime de tráfico de drogas
previsto no § 4º do art. 33 da Lei nº 11.343, de 23 de agosto de 2006. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
• Direito subjetivo do réu: se ele preencher os requisitos, deverá ter sua pena reduzida.
• O STF (HC 97256/RS) declarou a inconstitucionalidade da expressão “vedada a conversão em penas restriti-
vas de direito”. Priorizou-se a individualização da pena e a dignidade da pessoa humana.
• É possível a incidência concomitante das causas de diminuição do §4º e das causas de aumento do art. 40.
• Veda-se a combinação de leis (lex tertia - #SELIGANOSINÔNIMO): Essa causa de diminuição é uma
norma mais benéfica. Não era prevista na lei anterior. Por outro lado, a lei 11.343 aumentou a pena mínima
do tráfico de 3 para 5 anos. Logo, a lei 11.343 tem a causa de diminuição como norma mais benéfica e o
aumento da pena mínima como prejudicial ao réu. Começou uma discussão quanto a se seria possível aplicar
a pena mínima da lei antiga juntamente com a privilegiadora da lei 11.343 para beneficiar o réu. Os tribunais
entendem que é vedada tal combinação de leis. Ou se aplica a lei anterior na íntegra, com sua pena mínima
e sem aplicar a causa de diminuição, ou se aplica a pena mínima da 11.343 (5 anos), com a privilegiadora.
#SELIGANASÚMULA: Súmula 501 do STJ: É cabível a aplicação retroativa da Lei n. 11.343/2006, desde que o
resultado da incidência das suas disposições, na íntegra, seja mais favorável ao réu do que o advindo da aplica-
ção da Lei n. 6.368/1976, sendo vedada a combinação de leis.
• 4 requisitos CUMULATIVOS:
PRIMÁRIO
BONS ANTECEDENTES
• Critério para quantificar o benefício: o juiz deve se valer dos critérios indicados pelo art. 42 (natureza e
quantidade da droga, personalidade e conduta social do agente).
A prática anterior de atos infracionais pode ser utilizada para afastar a causa de diminuição do art. 33,
§ 4º, da Lei de Drogas? Atualmente, temos uma divergência no STF. Para a 1ª Turma do STF: SIM. É possível a
utilização da prática de atos infracionais para afastar a causa de diminuição, quando se pretendeu a aplicação do
redutor de pena do § 4º do art. 33 da Lei 11.343/2006. Isso não significa que foram considerados, como crimes,
os atos infracionais praticados. Significa, apenas, que o contexto fático pode comprovar que o requisito de não
dedicação a atividades criminosas não foi preenchido. Isto porque, tudo indica que a intenção do legislador, ao
inserir a redação foi distinguir o traficante contumaz e profissional daquele iniciante na vida criminosa, bem como
daquele que se aventura na vida da traficância por motivos que, por vezes, confundem-se com a sua própria
sobrevivência e/ou de sua família. STF. 1ª Turma. HC 192147, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 24/02/2021. Para a
2ª Turma do STF: NÃO. A prática anterior de atos infracionais pelo paciente não configura fundamentação idô-
nea a afastar a minorante do § 4º do art. 33 da Lei 11.343/2006. Constata-se que a prática de atos infracionais
não é suficiente para afastar a minorante, visto que adolescente não comete crime nem lhe é imputada pena.
Nos termos do Estatuto da Criança e do Adolescente, as medidas aplicadas são socioeducativas e objetivam a
proteção do adolescente que cometeu infração. Assim, a menção a atos infracionais praticados pelo paciente
não configura fundamentação idônea para afastar a minorante. STF. 2ª Turma. HC 191992, Rel. Min. Edson Fachin,
julgado em 08/04/2021.
A previsão da redução de pena contida no § 4º do art. 33 da Lei nº 11.343/2006 tem como fundamento distinguir
o traficante contumaz e profissional daquele iniciante na vida criminosa, bem como do que se aventura na vida
da traficância por motivos que, por vezes, confundem-se com a sua própria sobrevivência e/ou de sua família.
Assim, para legitimar a não aplicação do redutor é essencial a fundamentação corroborada em elementos ca-
pazes de afastar um dos requisitos legais, sob pena de desrespeito ao princípio da individualização da pena e
de fundamentação das decisões judiciais. Desse modo, a habitualidade e o pertencimento a organizações
criminosas deverão ser comprovados, não valendo a simples presunção. Não havendo prova nesse senti-
do, o condenado fará jus à redução de pena. Em outras palavras, militará em favor do réu a presunção de que
é primário e de bons antecedentes e de que não se dedica a atividades criminosas nem integra organização cri-
minosa. O ônus de provar o contrário é do Ministério Público. Assim, o STF considerou preenchidas as condições
da aplicação da redução de pena, por se estar diante de ré primária, com bons antecedentes e sem indicação de
pertencimento a organização criminosa. STF. 2ª Turma. HC 154694 AgR/SP, rel. orig. Min. Edson Fachin, red. p/ o
ac. Min. Gilmar Mendes, julgado em 4/2/2020 (Info 965).
É possível que o juiz negue o benefício do § 4º do art. 33 da Lei de Drogas pelo simples fato de o acusado
ser investigado em inquérito policial ou réu em outra ação penal que ainda não transitou em julgado?
É possível que o juiz negue o benefício do § 4º do art. 33 da Lei de Drogas com base no fato de o acusado ser
investigado em inquérito policial ou ser réu em outra ação penal que ainda não transitou em julgado? • STJ:
SIM. É possível a utilização de inquéritos policiais e/ou ações penais em curso para formação da convicção de
que o réu se dedica a atividades criminosas, de modo a afastar o benefício legal previsto no art. 33, § 4º, da Lei
n.º 11.343/2006. STJ. 3ª Seção. EREsp 1.431.091-SP, Rel. Min. Felix Fischer, julgado em 14/12/2016 (Info 596). STJ. 6ª
Turma. AgRg no HC 539.666/RS, Rel. Min. Nefi Cordeiro, julgado em 05/03/2020. • STF: NÃO. Não se pode negar
a aplicação da causa de diminuição pelo tráfico privilegiado, prevista no art. 33, § 4º, da Lei nº 11.343/2006, com
fundamento no fato de o réu responder a inquéritos policiais ou processos criminais em andamento, mesmo
que estejam em fase recursal, sob pena de violação ao art. 5º, LIV (princípio da presunção de não culpabilidade).
Não cabe afastar a causa de diminuição prevista no art. 33, § 4º, da Lei nº 11.343/2006 (Lei de Drogas) com base
em condenações não alcançadas pela preclusão maior (coisa julgada). STF. 1ª Turma. HC 173806/MG, Rel. Min.
Marco Aurélio, julgado em 18/2/2020 (Info 967). STF. 1ª Turma. HC 166385/MG, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado
em 14/4/2020 (Info 973). STF. 2ª Turma. HC 144309 AgR, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, julgado em 19/11/2018.
6. DEFESA PRÉVIA:
Art. 55. Oferecida a denúncia, o juiz ordenará a notificação do acusado para oferecer defesa prévia, por escrito, no
prazo de 10 (dez) dias.
DEFESA PRÉVIA
Prazo de até 10 dias
Arrolamento de até 5 testemunhas.
Se entender imprescindível, o juiz, no prazo máximo de 10 (dez) dias, determinará a apresentação do preso,
realização de diligências, exames e perícias.
A falta de indicação de testemunhas no momento da defesa preliminar não enseja preclusão, pois o acusado
terá nova oportunidade de indicá-las em sede de resposta à acusação.
Se a resposta não for apresentada no prazo, o juiz nomeará defensor para oferecê-la em 10 dias, conceden-
do-lhe vista dos autos no ato de nomeação
Prevalece o entendimento de que o juiz não está obrigado a fundamentar a decisão de recebimento da peça
acusatória. Contudo, a situação é diferente nos procedimentos com defesa preliminar, como é o caso da Lei de
drogas. Nesses casos, os Tribunais impõem a necessidade de motivação do ato de recebimento.
Possíveis decisões do juiz após a defesa preliminar (deverá decidir em ATÉ 5 DIAS).
• Recebimento da denúncia: o juiz designará dia e hora para a audiência de instrução e julgamento, orde-
nará a CITAÇÃO PESSOAL DO ACUSADO, a intimação do MP, do assistente, se for o caso, e requisitará os
laudos periciais.
• Afastamento cautelar do funcionário público: a lei autorizou que seja o funcionário público, cautelar-
mente, desde o recebimento da denúncia, afastado de suas funções. Atenção: a medida cautelar só pode
recair sobre o agente que tiver se aproveitado de suas funções públicas para a prática dos crimes previstos
nos arts. 33, caput, e §1º, e 34 a 37 da LD.
• Audiência de instrução e julgamento: será realizada dentro dos 30 dias seguintes ao recebimento da
denúncia, salvo se determinada a realização de avaliação para atestar dependência de drogas, quando se
realizará em 90 dias.
• Interrogatório do réu: O art. 400 do CPP prevê que o interrogatório será realizado ao final da instrução cri-
minal. Este dispositivo se aplica: • aos processos penais militares; • aos processos penais eleitorais e • a todos
os procedimentos penais regidos por legislação especial (ex: lei de drogas). STF. Plenário. HC 127900/AM,
Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 3/3/2016 (Info 816). STJ. 6ª Turma. HC 403.550/SP, Rel. Min. Maria Thereza de
Assis Moura, julgado em 15/08/2017.
• Sentença: encerrados os debates, o juiz proferirá sentença de imediato, ou o fará em 10 dias, ordenando que
os autos para isso lhe sejam conclusos.
7. LEI DE TORTURA:
A lei de tortura foi criada para atender mandado de criminalização. O crime de tortura é equiparado a hedion-
do.
#SELIGANACLASSIFICAÇÃO:
• TORTURA PROBATÓRIA: “Com o fim de obter informação, declaração ou confissão da vítima ou de terceira
pessoa”. Não importa a natureza da informação prestada. Admite tentativa. É crime formal.
• TORTURA CRIME: “Para provocar ação ou omissão de natureza criminosa” – Aplica-se apenas para o co-
metimento de crime e não contravenção. Considera-se que o torturado cometeu o crime sob coação moral
irresistível, sendo hipótese de inexigibilidade de conduta diversa, excludente da culpabilidade. O torturador
responde por ambos os crimes (tortura, como autor imediato, e delito cometido pelo torturado, como autor
mediato), em concurso material. Admite tentativa. É crime formal.
A causa de aumento, prevista no art.1º §4, II, quando o crime é cometido contra criança, gestante, portador de
deficiência, adolescente ou maior de 60 anos, revogou o dispositivo do ECA. Assim, o crime de tortura praticado
contra criança e adolescente, está tipificado na Lei 9.455 e não no ECA.
#DEOLHONAJURIS – No caso de crime de tortura praticado contra criança em que há prevalência de relações
domésticas, não configura bis in idem a aplicação conjunta da causa de aumento prevista no art.1º §4, II da Lei
de tortura, e a agravante genérica do art. 61, II, f do Código Penal. (INFO 589 – STJ)
8. EFEITO DA CONDENAÇÃO
- agente público,
- seja ele servidor ou não,
- que, no exercício de suas funções ou a pretexto de exercê-las,
- abuse do poder que lhe tenha sido atribuído.
Crimes próprios: Os crimes previstos na Lei nº 13.869/2019 são próprios, ou seja, só podem ser praticados
por “agentes públicos”, nos termos do art. 2º.
Art. 2º É sujeito ativo do crime de abuso de autoridade qualquer agente público, servidor ou não, da administração
direta, indireta ou fundacional de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Municípios
e de Território, compreendendo, mas não se limitando a:
I - servidores públicos e militares ou pessoas a eles equiparadas;
II - membros do Poder Legislativo;
III - membros do Poder Executivo;
IV - membros do Poder Judiciário;
V - membros do Ministério Público;
VI - membros dos tribunais ou conselhos de contas.
Concurso de pessoas
Embora sejam crimes próprios, os delitos previstos na Lei nº 13.869/2019 admitem a coautoria e a parti-
cipação. Isso porque a qualidade de “agente público”, por ser elementar do tipo, comunica-se aos demais agentes,
nos termos do art. 30 do Código Penal, desde que eles tenham conhecimento dessa condição pessoal do autor:
Art. 30. Não se comunicam as circunstâncias e as condições de caráter pessoal, salvo quando elementares do
crime.
#ATENÇÃO: Todos os delitos previstos na Lei de Abuso de Autoridade (Lei nº 13.869/2019)são dolosos.
Eventual conduta culposa do agente público poderá caracterizar ilícito administrativo ou civil, mas não
infração penal.
Além disso, exige-se um elemento subjetivo especial (especial fim de agir, “dolo específico”).
O agente só comete
• prejudicar alguém; ou
crime de abuso de
autoridade se:
• beneficiar a si mesmo ou a terceiro; OU
2) tiver praticado a conduta por mero capricho ou satisfação pessoal.
§ 1º As condutas descritas nesta Lei constituem crime de abuso de autoridade quando praticadas pelo agente com
a finalidade específica de prejudicar outrem ou beneficiar a si mesmo ou a terceiro, ou, ainda, por mero
capricho ou satisfação pessoal.
- Tal qual está previsto no Código Penal (parágrafo único do artigo 92), os efeitos referidos no art. 4º não são
automáticos, devendo ser motivadamente declarados na sentença.
Art.5º As penas restritivas de direitos substitutivas das privativas de liberdade previstas na Lei são:
I - prestação de serviços à comunidade ou a entidades públicas;
II - suspensão do exercício do cargo, da função ou do mandato, pelo prazo de 1 (um) a 6 (seis) meses, com a perda
dos vencimentos e das vantagens;
Parágrafo único. As penas restritivas de direitos podem ser aplicadas autônoma ou cumulativamente.
DIREITO DO TRABALHO1011
E aí, pessoal, como vocês estão?? Hoje é dia do Raio-X de Direito do Trabalho para a tão aguardada DPE/
CE (e não é que saiu mesmo, minha gente)!!! Como uma boa cearense, quero dizer a vocês que o Ceará é bom
demais e tenho absoluta certeza de que depois que vocês passarem nessa prova, não vão querer mais ir embora!!!
Por isso vamos dar aquele gás final nessa preparação pós edital, porque nada melhor do que morar nessa terrinha!!
Estou aqui torcendo por cada um de vocês, e agora é foco&força&café porque quero todos vocês gabaritando
Direito do Trabalho.
Eu sei que Direito do Trabalho não é uma matéria comum em provas de Defensorias, mas vou tentar ao má-
ximo facilitar a compreensão de vocês!! Direito do Trabalho não é esse “bicho de 7 cabeças”, o que importa aqui vai
ser a leitura dos artigos que vou colocar ao longo do raio-x #LEISECANAVEIA, junto com algumas súmulas do TST.
Como Direito do Trabalho é uma matéria incomum nas provas de Defensoria, é justamente aqui que temos
#OPULODOGATO, pois se você se comprometer a estudar o que for proposto, vai conseguir um grande diferencial
dos outros candidatos que deixarem essa matéria de lado, afinal mesmo sendo apenas 2 questões, elas podem ser
essenciais para a sua aprovação na DPE/CE #QUEMNUNCAREPROVOUPORUMAQUESTÃO #TAREPREENDI-
DO. Por isso vamos dar o nosso melhor para aprender essa matéria e garantir essas duas questões!
Por fim, quero fazer o meu pedido de sempre, nada de autossabotagem nessa reta final ok?! Agora é hora
de respirar e concentrar sua energia em dar o melhor de si. Outra coisa, não se cobrem tanto, todos temos dias
bons e ruins, ninguém é uma máquina para ter 100% de produtividade todos os dias. Então quando não estiver
rendendo, entenda que é apenas um dia, outro dia virá e você vai compensar o que não conseguiu fazer no dia
anterior, nada de desespero!
Quero lembrar vocês de que o primeiro passo rumo a sua aprovação é você acreditar que vai conseguir,
então deixe de lado o pessimismo, combinado? Acredite em você e faça a sua parte, e saiba que estaremos com
vocês e não vamos soltar a sua mão!!!
Através desse Raio-X queremos te dar aquele direcionamento especial, analisando os pontos que mais me-
recem sua atenção nessa reta final, e que com certeza ajudarão a otimizar o seu estudo durante esse período. É
importante que você esteja sempre acompanhando as orientações do Raio-X durante a preparação.
• ATENÇÃO: Pessoal, considerando a pesquisa da banca e a análise das provas anteriores, fiquem ligados na
hashtag #APOSTACICLOS. Ela vai ser utilizada no decorrer desse raio X sempre que forem identificados os
assuntos que se relacionam com áreas de interesse da banca.
Vamos agora analisar os pontos mais cobrados pela FCC em Direito do Trabalho nos últimos 03 anos
(2021/2020/2019)?! #OEXAMINADORAMA!
Esse é um dos únicos pontos do edital que demanda conhecimento doutrinário, mas não é nada muito com-
plexo, sendo suficiente a leitura dos capítulos iniciais do seu livro já adotado, ou das FUCs 2 e 3.
É importante que o aluno o entenda os princípios do direito do trabalho para compreender a jurisprudência
do TST. Já no que se refere aos direitos constitucionais dos trabalhadores, aqui é essencial a leitura do Art. 7º #LEI-
SECANAVEIA. Em conjunto com a leitura desse artigo, prestem atenção em quais direitos são aplicáveis aos traba-
lhadores domésticos (inclusive diferenciando quais são autoaplicáveis e quais dependem de regulamentação legal
#FCCJÁCOBROU). Por fim, também é essencial saber quais incisos do Art.7º da CF/88 são aplicáveis aos servidores
públicos #MEMORIZEM!
#MAPEIAOVADE
O princípio da proteção ao trabalhador tem por finalidade estabelecer o equilíbrio que falta à relação de emprego,
estando ligado à própria origem do Direito do Trabalho, que surgiu com a finalidade de impedir a exploração do
trabalho humano pelo capital e assegurar aos trabalhadores melhores condições de vida.
A ideia que lhe é subjacente é a de que o polo mais vulnerável da relação de emprego precisa de um tratamento
jurídico mais favorável, por meio de normas que o protejam, de maneira a se alcançar uma igualdade substancial.
Subdivide-se em:
#OLHAATABELINHA #APOSTACICLOS
No Direito do Trabalho, é vedada qualquer alteração contratual lesiva ao empregado, AINDA que haja o consenti-
mento deste (Art. 468 da CLT). Este princípio não impede alterações contratuais trabalhistas, que são comuns na
prática. O que se restringe são as alterações lesivas em que o empregado é prejudicado.
#DEOLHONALEI – CLT
Art. 444. As relações contratuais de trabalho podem ser objeto de livre estipulação das partes interessadas em
tudo quanto não contravenha às disposições de proteção ao trabalho, aos contratos coletivos que lhes
sejam aplicáveis e às decisões das autoridades competentes.
(...)
Art. 468. Nos contratos individuais de trabalho só é lícita a alteração das respectivas condições por mútuo con-
sentimento, e ainda assim desde que não resultem, direta ou indiretamente, prejuízos ao empregado, sob
pena de nulidade da cláusula infringente desta garantia.
#ATENÇÃO - O Princípio da Inalterabilidade Contratual Lesiva é mitigado pelo chamado jus variandi con-
ferido ao empregador em decorrência do poder diretivo, pois é lícito ao empregador efetuar pequenas
alterações não substanciais no contrato de trabalho, de forma a melhor organizar, sob critérios objetivos,
o seu empreendimento. São permitidas, em geral, alterações do horário de trabalho, definição da cor e do
modelo do uniforme dos empregados, entre outras.
#DEOLHONAJURIS
EXCEÇÃO AO PRINCÍPIO:
OJ nº 159, SDI-I: Diante da inexistência de previsão expressa em contrato ou em instrumento normativo, a al-
teração de data de pagamento pelo empregador não viola o art. 468, desde que observado o parágrafo
único, do art. 459, ambos da CLT.
OJ nº 244, SDI-I: A redução da carga horária do professor, em virtude da diminuição do número de alunos, não
constitui alteração contratual, uma vez que não implica redução do valor da hora-aula.
Segundo esse princípio, a realidade desse se sobrepor às disposições contratuais escritas. Sendo assim, o que in-
teressa é o que aconteceu no plano da realidade, não obstante eventual conteúdo de documento confeccionado
durante a relação (cartão de ponto, contrato trabalho, recibo de pagamento, TRCT etc.).
#DEOLHONALEI – CLT
Art. 9º. Serão nulos de pleno direito os atos praticados com o objetivo de desvirtuar, impedir ou fraudar a apli-
cação dos preceitos contidos na presente Consolidação.
Em regra, o contrato de trabalho é firmado por tempo indeterminado, ou seja, NÃO há prazo previamente fixado
para o seu fim. Em razão desse princípio, a obrigação de provar a ruptura do contrato de trabalho é do
empregador, isto é, em regra, presume-se que o empregado não deu causa ao término do contrato de
trabalho.
#DEOLHONASÚMULA
Súmula nº 212 do TST: O ônus de provar o término do contrato de trabalho, quando negados a prestação de
serviço e o despedimento, é do empregador, pois o princípio da continuidade da relação de emprego constitui
presunção favorável ao empregado.
Segundo esse princípio, não é possível a redução dos salários dos trabalhadores, exceto convenção ou acordo
coletivo.
#DEOLHONALEI
CF/88
Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à melhoria de sua condição
social: (...)
VI - irredutibilidade do salário, salvo o disposto em convenção ou acordo coletivo;
CLT:
Art. 611-A (...)
§ 3º Se for pactuada cláusula que reduza o salário ou a jornada, a convenção coletiva ou o acordo coletivo
de trabalho deverão prever a proteção dos empregados contra dispensa imotivada durante o prazo de
vigência do instrumento coletivo.
Este princípio veda os descontos no salário dos empregados, exceto nos casos previstos em lei ou norma coletiva.
#DEOLHONALEI – CLT
Art. 462 - Ao empregador é vedado efetuar qualquer desconto nos salários do empregado, salvo quando este
resultar de adiantamentos, de dispositivos de lei ou de contrato coletivo.
#DEOLHONAJURIS
OJ nº 251, SDI-I: É lícito o desconto salarial referente à devolução de cheques sem fundos, quando o frentista
não observar as recomendações previstas em instrumento coletivo.
Súmula 342, TST: Descontos salariais efetuados pelo empregador, com a autorização prévia e por escrito
do empregado, para ser integrado em planos de assistência odontológica, médico-hospitalar, de seguro, de
previdência privada, ou de entidade cooperativa, cultural ou recreativo-associativa de seus trabalhadores, em seu
benefício e de seus dependentes, não afrontam o disposto no art. 462 da CLT, salvo se ficar demonstrada a
existência de coação ou de outro defeito que vicie o ato jurídico.
Na vigência do contrato de trabalho, os direitos trabalhistas são, em regra, IRRENUNCIÁVEIS, pois presu-
me-se a subordinação do empregado frente ao empregador.
No entanto, a Reforma Trabalhista ampliou significativamente a possibilidade de ajuste individual entre empregado
e empregador, sendo permitida a livre negociação em determinadas matérias.
#OLHAATABELINHA #APOSTACICLOS
10) Eficácia liberatória do Plano de Demissão Voluntária (Art. 477-B, parte final, CLT)
As fontes do Direito do Trabalho consistem no meio pelo qual nasce a norma jurídica. Podem dividir-se em Fontes
Materiais e Fontes Formais.
#OLHAA TABELINHA
#SELIGA – Tanto as fontes formais autônomas quanto as heterônomas possuem força obrigatória, dife-
rentemente das fontes materiais, que tratam apenas de reivindicações dos trabalhadores e empregados.
1) Convenção X Acordo Coletivo: deve prevalecer o acordo coletivo por expressa previsão do Art. 620 da CLT.
#DEOLHONALEI - CLT
Art. 620. As condições estabelecidas em acordo coletivo de trabalho sempre prevalecerão sobre as estipuladas
em convenção coletiva de trabalho.
2) Instrumento coletivo de trabalho X Lei: em regra, deve prevalecer o instrumento coletivo de trabalho, por
determinação do Art. 611-A da CLT.
#DEOLHONALEI - CLT
Art. 611-A. A convenção coletiva e o acordo coletivo de trabalho têm prevalência sobre a lei quando, entre ou-
tros, dispuserem sobre (...)
#ATENÇÃO – A negociação coletiva tem limites que devem ser observados. Os direitos assegurados pela
Constituição Federal, excepcionadas as hipóteses que o próprio texto constitucional permite, NÃO são
passíveis de flexibilização por meio de negociação coletiva, pois a Reforma Trabalhista foi aprovada como
lei ordinária, tendo status de lei infraconstitucional. Além disso, foi acrescentado o Art. 611-B à CLT, que
estabelece direitos que não podem ser suprimidos ou reduzidos, pois constituem objeto ilícito de norma
coletiva.
3) Demais conflitos entre fontes formais do Direito do Trabalho: Irá prevalecer a Teoria do Conglobamento,
que é a mais aceita pela Doutrina e jurisprudência. Essa teoria defende a aplicação de apenas uma fonte em sua
totalidade. Assim sendo, o intérprete deve analisá-la no conjunto. Se o acordo coletivo for o mais favorável ao tra-
balhador, será aplicado como um todo
#OLHAATABELINHA
Além de possuir princípios próprios, anteriormente expostos, o Direito do Trabalho também é orientado pelos
princípios constitucionais do trabalho contidos na CF/88, que funcionam como base para a disciplina da matéria. O
artigo 7º da CF/88 estabelece os direitos dos trabalhadores urbanos e trabalhadores rurais.
#DEOLHONALEI – CF
Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à melhoria de sua condição
social:
I - Relação de emprego protegida contra despedida arbitrária ou sem justa causa, nos termos de lei com-
plementar, que preverá indenização compensatória, dentre outros direitos;
II – SEGURO-DESEMPREGO, em caso de desemprego involuntário;
III – FGTS (fundo de garantia do tempo de serviço);
IV – SALÁRIO-MINIMO, fixado em lei, nacionalmente unificado, capaz de atender a suas necessidades vitais
básicas e às de sua família com moradia, alimentação, educação, saúde, lazer, vestuário, higiene, transporte e
previdência social, com reajustes periódicos que lhe preservem o poder aquisitivo, sendo vedada sua vincula-
ção para qualquer fim;
#SELIGA
Não é possível atrelar-se ao salário-mínimo o valor alusivo a benefício social e os respectivos critérios de admis-
são. (STF. Plenário. ADI 4726/AP, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 10/11/2020) (Info 998).
#DEOLHONAJURIS #VAICAIR: O patamar mínimo diferenciado de remuneração aos presos previsto no art.
29, caput, da Lei nº 7.210/84 (Lei de Execução Penal - LEP) não representa violação aos princípios da dignidade
humana e da isonomia, sendo inaplicável à hipótese a garantia de salário-mínimo prevista no art. 7º, IV,
da Constituição Federal. STF. Plenário. ADPF 336/DF, Rel. Min. Luiz Fux, julgado em 27/2/2021 (Info 1007).
XII – SALÁRIO-FAMÍLIA pago em razão do dependente do trabalhador de baixa renda nos termos da lei;
XIII - Duração do trabalho normal não superior a oito horas diárias e quarenta e quatro semanais, facul-
tada a compensação de horários e a redução da jornada, mediante acordo ou convenção coletiva de trabalho;
XIV - Jornada de seis horas para o trabalho realizado em turnos ininterruptos de revezamento, salvo negociação
coletiva;
XV - Repouso semanal remunerado, preferencialmente aos domingos;
XVI - Remuneração do serviço extraordinário superior, no mínimo, em 50% à do normal;
XVII - Gozo de FÉRIAS ANUAIS REMUNERADAS com, pelo menos, 1/3 a mais do que o salário normal;
XVIII – LICENÇA À GESTANTE, sem prejuízo do emprego e do salário, com a duração de 120 dias;
#ATENÇÃO - Os prazos da licença-adotante não podem ser inferiores ao prazo da licença-gestante, o mesmo
valendo para as respectivas prorrogações. Em relação à licença-adotante, não é possível fixar prazos diversos em
função da idade da criança adotada. STF. Plenário. RE 778889/PE (repercussão geral) (Info 817).
#DEOLHONAJURIS - O artigo 927, parágrafo único, do Código Civil é compatível com o artigo 7º, XXVIII, da
Constituição Federal, sendo constitucional a responsabilização objetiva do empregador por danos decorrentes
de acidentes de trabalho, nos casos especificados em lei, ou quando a atividade normalmente desenvolvida, por
sua natureza, apresentar exposição habitual a risco especial, com potencialidade lesiva e implicar ao trabalhador
ônus maior do que aos demais membros da coletividade. (STF. RE 828.040, rel. min. Alexandre de Moraes, j. 12-
3-2020, P, DJE de 26-6-2020, Tema 932).
XXIX - Ação, quanto aos créditos resultantes das relações de trabalho, com PRAZO PRESCRICIONAL de cinco
anos para os trabalhadores urbanos e rurais, até o limite de dois anos após a extinção do contrato de tra-
balho;
XXX - Proibição de diferença de salários, de exercício de funções e de critério de admissão por motivo de sexo,
idade, cor ou estado civil;
XXXI - Proibição de qualquer discriminação no tocante a salário e critérios de admissão do trabalhador portador
de deficiência;
XXXII - Proibição de distinção entre trabalho manual, técnico e intelectual ou entre os profissionais respectivos;
XXXIII - Proibição de trabalho noturno, perigoso ou insalubre a menores de dezoito e de qualquer traba-
lho a menores de dezesseis anos, salvo na condição de aprendiz, a partir de quatorze anos;
XXXIV - Igualdade de direitos entre o trabalhador com vínculo empregatício permanente e o trabalhador avulso;
#DEOLHONAJURIS - Sempre que for pago ao trabalhador com vínculo permanente, o adicional de riscos é de-
vido, nos mesmos termos, ao trabalhador portuário avulso. (STF. RE 597.124, rel. min. Edson Fachin, j. 3-6-2020,
P, DJE de 23-10-2020, Tema 222).
Parágrafo único. São assegurados à categoria dos trabalhadores domésticos os direitos previstos nos incisos
IV, VI, VII, VIII, X, XIII, XV, XVI, XVII, XVIII, XIX, XXI, XXII, XXIV, XXVI, XXX, XXXI e XXXIII e, atendidas as condições
estabelecidas em lei e observada a simplificação do cumprimento das obrigações tributárias, principais e acessó-
rias, decorrentes da relação de trabalho e suas peculiaridades, os previstos nos incisos I, II, III, IX, XII, XXV e XXVIII,
bem como a sua integração à previdência social.
#OLHAATABELINHA #APOSTACICLOS
VII – GARANTIA DE SALÁRIO, nunca inferior ao mínimo, para os que percebem remuneração variável;
VIII – DÉCIMO TERCEIRO SALÁRIO com base na remuneração integral ou no valor da aposentadoria;
XII – SALÁRIO FAMÍLIA pago em razão do dependente do trabalhador de baixa renda nos termos da lei;
XIII - Duração do trabalho normal não superior a oito horas diárias e quarenta e quatro semanais,
facultada a compensação de horários e a redução da jornada, mediante acordo ou convenção coletiva de
trabalho;
XV – REPOUSO SEMANAL REMUNERADO, preferencialmente aos domingos;
XVI – (HORA EXTRA – 50% MÍN.) Remuneração do serviço extraordinário superior, no mínimo, em cinquenta
por cento à do normal;
XVIII – LICENÇA À GESTANTE, sem prejuízo do emprego e do salário, com a duração de cento e vinte dias;
XXII - Redução dos riscos inerentes ao trabalho, por meio de normas de saúde, higiene e segurança;
XXX - Proibição de diferença de salários, de exercício de funções e de critério de admissão por motivo de
sexo, idade, cor ou estado civil;
PONTO 3 Relação de trabalho e relação de emprego: requisitos e distinção; relações de trabalho lato
sensu (trabalho autônomo, eventual, temporário e avulso).
PONTO 4. Sujeitos do contrato de trabalho stricto sensu: empregado e empregador (conceito e
caracterização); poderes do empregador no contrato de trabalho.
PONTO 5. Grupo econômico; sucessão de empregadores; responsabilidade solidaria.
Nesse tópico, exige-se uma leitura atenta da letra da lei e do entendimento sumulado do TST. Além de serem
pontos muito cobrados nas provas objetivas, são essenciais para o entendimento de outros institutos.
#APOSTACICLOS – Grupo econômico é um assunto que o #EXAMINADORAMA, então leia com muita
atenção os artigos que tratam sobre o tema, e conjugue a leitura com as súmulas e OJ’s sobre o tema!
#MAPEIAOVADE
Art. 3º Art. 10
Art. 2º Art. 4º
Art. 9º Art. 10 e 11
#OLHAATABELINHA
Sempre remunerada.
Trabalhador avulso
Trabalhador autônomo
RELAÇÃO DE TRABALHO: Trabalhador eventual
Estagiário
etc.
Empregado urbano
Empregado rural
RELAÇÃO DE EMPREGO: Empregado doméstico
Aprendiz
etc.
ATENÇÃO! O trabalhador avulso não possui vínculo empregatício, mas a CF equiparou os direitos do trabalhador
avulso aos direitos dos empregados.
2. TRABALHADOR AUTÔNOMO
Segundo Henrique Correia, o trabalhador autônomo é o prestador de serviços que atua como patrão de si
mesmo, ou seja, é a pessoa física que presta serviços por conta própria, assumindo os riscos do empreendimento.
Desse modo, o trabalho autônomo é modalidade de relação de trabalho em que não há subordinação jurídica
entre o trabalhador e o tomador de seus serviços. Logo, ainda que preste o serviço com pessoalidade, onerosidade
e não eventualidade, não se configurará relação de emprego.
São exemplos de trabalhadores autônomos: o médico; o pedreiro; o taxista; o veterinário, a diarista etc.
#DEOLHONALEI - CLT
Art. 442-B. A contratação do autônomo, cumpridas por este todas as formalidades legais, com ou sem exclu-
sividade, de forma contínua ou não, afasta a qualidade de empregado prevista no art. 3º desta Consolidação.
#ATENÇÃO - Ainda que tenham sido observadas as formalidades legais presentes no citado dispositivo,
eventual conduta fraudulenta do empregador, com o objetivo de desvirtuar, impedir ou fraudar a aplica-
ção da legislação protetiva que rege a relação de emprego, deve ser descaracterizada, em homenagem ao
princípio da Primazia da realidade (art. 9° da CLT).
3. TRABALHADOR EVENTUAL
O trabalhador eventual é aquele que, mediante remuneração e sem subordinação, presta serviços de curta
duração a diversos tomadores distintos, atuando, portanto, de forma esporádica, descontínua, ou seja, sem habi-
tualidade. Ademais no trabalho eventual, a natureza do trabalho tende a ser concernente a evento certo, deter-
minado e episódico no tocante à regular dinâmica do empreendimento tomador de serviços.
a) descontinuidade da prestação do trabalho: entendida como a não permanência em uma organização com
ânimo definitivo;
b) não fixação jurídica a uma única fonte de trabalho, com pluralidade variável de tomadores de serviços;
c) curta duração do trabalho prestado;
d) natureza do trabalho tende a ser concernente a evento certo, determinado e episódico no tocante à
regular dinâmica do empreendimento tomador dos serviços;
e) em consequência, a natureza do trabalho prestado tenderá a não corresponder, também, ao padrão
dos fins normais do empreendimento.
Exemplo: Faculdade de direito contrata programador de sistemas por 3 dias, para atualizar os computadores da
empresa. Repare que este trabalho não é uma atividade permanente da faculdade, e, ainda, não há repetição das
atividades desse profissional.
4. TRABALHADOR TEMPORÁRIO
O trabalho temporário é disciplinado pela Lei nº 6.019/1974, que prevê, em seu art. 2º, que ele se destina a
“atender a necessidade de substituição transitória de pessoal regular e permanente ou à demanda com-
plementar de serviços”.
No contrato de trabalho temporário, identificamos três atores sociais envolvidos: a empresa de trabalho tem-
porário, o trabalhador temporário e o tomador de serviços ou cliente.
Conforme disposição da Lei 6.019/1974, o contrato de trabalho temporário somente pode ser utilizado no meio
urbano, não sendo aplicável no meio rural.
TRABALHADOR TEMPORÁRIO:
O trabalho temporário somente pode ser contratado quando tiver por finalidade
(art. 2º, §2º):
•Substituir transitoriamente pessoal permanente do tomador dos serviços
REQUISITOS: (ex.: afastamento do empregado permanente em razão de férias); OU
•Atender demanda complementar de serviços, sendo assim considerada
aquela “oriunda de fatores imprevisíveis” ou “decorrente de fatores previsíveis,
tenha natureza intermitente, periódica ou sazonal”.
#SELIGA – Se constatada FRAUDE no trabalho temporário, como por exemplo, no caso de contratação fora das
hipóteses legais ou, ainda, em caso de extrapolação do prazo máximo de 180 dias, prorrogáveis por até 90 dias,
será declarado VÍNCULO DIRETO DO TRABALHADOR TEMPORÁRIO COM A EMPRESA TOMADORA. Nesse caso a
empresa tomadora irá responder solidariamente pelo pagamento das verbas ao temporário.
#JÁCAIU #SAINDODOFORNO
#JÁCAIU
Ano: 2016 Banca: FCC Órgão: TRT - 23ª REGIÃO (MT) - Analista Judiciário - Área Judiciária14
A relação de trabalho temporário é desenvolvida entre uma empresa tomadora de serviços, uma empresa de
trabalho temporário e o trabalhador temporário. Há, portanto, uma intermediação de mão de obra que rompe
com a tradicional simetria da relação mantida entre empregado e empregador. Nesse contexto, considere:
I. O contrato entre a empresa de trabalho temporário e o trabalhador temporário pode conter cláusula de re-
serva proibindo a contratação deste pela empresa tomadora ou cliente ao fim do prazo em que esteve à sua
disposição.
II. O trabalho é prestado indistintamente em favor da empresa de trabalho temporário e da empresa tomadora
ou cliente
III. A direção da prestação pessoal de serviços fica a cargo da tomadora dos serviços.
IV. A responsabilidade pelo pagamento dos salários e pelos direitos assegurados em lei ao trabalhador tempo-
rário permanece com a empresa de trabalho temporário.
V. Ao colocar à disposição da empresa tomadora ou cliente a mão de obra do trabalhador temporário, a empre-
sa de trabalho temporário abre mão do vínculo de subordinação, não havendo possibilidade de caracterização
de prática de justa causa pelo trabalhador em relação a ela.
Está correto o que consta APENAS em
A) III e IV.
B) II, III e V.
C) I e II.
D) I, III e V.
E) II e V.
5. TRABALHADOR AVULSO
Não haverá vínculo empregatício entre o trabalhador avulso e a entidade fornecedora de mão de obra,
nem entre aquele e o tomador dos serviços.
Segundo Maurício Godinho Delgado, na tradição histórica brasileira, esse tipo de contratação e intermediação de
trabalho existia, essencialmente, no setor portuário, sendo que o sindicato de trabalhadores portuários é que rea-
lizava a intermediação de tal mão de obra perante os empresários operadores portuários (empresas exportadoras,
empresas importadoras, armazéns portuários em geral, empresas de logística portuária etc.). No entanto, em 2009,
surgiu a Lei nº 12.023, regulando o trabalho avulso não portuário.
A categoria dos avulsos tem, historicamente, obtido conquistas por meio de movimentos sindicais e organização
coletiva, tanto é que têm direito a uma série de proteções e direitos não estendidos a categorias cujos vínculos não
sejam de emprego.
Deste modo, os avulsos, apesar de não constituírem vínculo empregatício (pela eventualidade de seu trabalho) têm
direito a FGTS, repouso semanal, 13º, adicional de trabalho noturno etc.
Quanto à igualdade de direitos, é importante destacar o entendimento do STF de que se, em determinado
porto, houver o pagamento de adicional de risco a trabalhadores com vínculos permanentes, os trabalha-
dores avulsos também têm direito ao mesmo adicional de risco. Assim, fixou-se a seguinte tese:
#DEOLHONAJURIS #APOSTACICLOS
Sempre que for pago ao trabalhador com vínculo permanente, o adicional de riscos é devido, nos mes-
mos termos, ao trabalhador portuário avulso.
O art. 7º, XXXIV, da CF/88 tem nítido caráter protetivo da igualdade material. Se há o pagamento do adicional de
riscos como direito do trabalhador portuário com vínculo permanente que labora em condições adversas, essa
previsão também deve ser reconhecida aos trabalhadores portuários avulsos submetidos às mesmas condições.
STF. Plenário. RE 597124/PR, Rel. Min. Edson Fachin, julgado em 3/6/2020 (Repercussão Geral – Tema 222) (Info
980).
Por fim, cumpre ressaltar que a Lei nº 12.815/2013 trouxe uma regra peculiar acerca da prescrição traba-
lhista para os trabalhadores avulsos portuários:
Art. 37 (...)
§ 4º As ações relativas aos créditos decorrentes da relação de trabalho avulso prescrevem em 5 (cinco) anos até o
limite de 2 (dois) anos após o cancelamento do registro ou do cadastro no órgão gestor de mão de obra.
O Plenário do STF, por maioria, julgou improcedente o pedido formulado em ação direta e declarou a constitu-
cionalidade do art. 37, § 4º, da Lei nº 12.815/2013. Segundo o STF, a relação laboral avulsa se caracteriza pelo
liame estabelecido entre o trabalhador avulso e o Órgão Gestor de Mão de Obra (OGMO), responsável por realizar
a interposição da força de trabalho avulsa em face dos distintos tomadores de serviço, por arrecadar os valores
correspondentes à prestação de serviços e satisfazer o respectivo pagamento do trabalhador avulso. Caso o prazo
de prescrição bienal fosse contado da cessação do trabalho prestado ao tomador de serviços, haveria, na prática, a
não aplicação do prazo quinquenal, porquanto, a cada prestação de trabalho, em regra, o trabalhador permanece
a serviço do tomador por um curto período.
#DEOLHONAJURIS #SAINDODOFORNO
A disposição relativa ao termo inicial do prazo prescricional a que submetido o trabalhador avulso, prevista no
art. 37, § 4º, da Lei nº 12.815/2013, é compatível com a Constituição Federal.
STF. Plenário. ADI 5132/DF, Rel. Min. Gilmar Mendes, redator do acórdão Min. Edson Fachin, julgado em 26/3/2021
(Info 1011).
6. EMPREGADO
#DEOLHONALEI – CLT
Art. 3º. Considera-se empregado toda pessoa física que prestar serviços de natureza não eventual a empre-
gador, sob a dependência deste e mediante salário.
Parágrafo único - Não haverá distinções relativas à espécie de emprego e à condição de trabalhador, nem
entre o trabalho intelectual, técnico e manual.
EMPREGADO:
O empregado é pessoa física. Assim, excluem-se da figura do em-
Pessoa Física:
pregado a pessoa jurídica (empresa, associação, cooperativa etc.).
Pessoalidade:
A relação de emprego é marcada pela natureza intuitu personae do
empregado em relação ao empregador. Isso quer dizer que o em-
#JÁCAIUEMPROVA #ATENÇÃO!!! pregador contrata o empregado para que este lhe preste ser-
Para a FCC infungibilidade é sinô- viços pessoalmente, sendo vedado ao empregado se fazer subs-
nimo de pessoalidade, logo um tituir por outro, exceto em caráter esporádico, e ainda assim com a
requisito caracterizador da relação aquiescência do empregador.
de emprego.
7. EMPREGADOR
#DEOLHONALEI – CLT
Art. 2º - Considera-se empregador a empresa, individual ou coletiva, que, assumindo os riscos da atividade
econômica, admite, assalaria e dirige a prestação pessoal de serviço.
§ 1º - Equiparam-se ao empregador, para os efeitos exclusivos da relação de emprego, os profissionais li-
berais, as instituições de beneficência, as associações recreativas ou outras instituições sem fins lucrativos, que
admitirem trabalhadores como empregados.
(...)
Art. 448. A mudança na propriedade ou na estrutura jurídica da empresa não afetará os contratos de trabalho
dos respectivos empregados.
O conceito de empregador decorre do conceito de empregado, isto é, sempre que um trabalhador ofereça a ou-
trem sua energia de trabalho, nos limites da relação de emprego (com pessoalidade, não eventualidade, onerosida-
de, subordinação e alteridade), o tomador de seus serviços será empregador, independentemente de sua natureza
jurídica (pessoa física, pessoa jurídica ou mesmo ente despersonificado).
Alteridade:
#DEOLHONALEI – CLT
art. 2º - Considera-se empregador a empresa, individual ou coletiva, que, assumindo os riscos da atividade
econômica, admite, assalaria e dirige a prestação pessoal de serviço.
8. PODERES DO EMPREGADOR
Segundo Henrique Correia, o poder do empregador está previsto no artigo 2º da CLT, pois o empregador “dirige
a prestação pessoal de serviços”. Como ele assume, exclusivamente, os riscos da atividade econômica, há necessi-
dade de organizar e controlar a prestação de serviços, mesmo que, para isso, seja necessária a aplicação de pena-
lidades aos trabalhadores. Se de um lado há presença do Poder de Direção, por parte do empregado há também
a presença da subordinação.
#ATENÇÃO - Esses poderes conferidos ao empregador NÃO são absolutos. Há limites previstos na CLT e na CF/88.
Portanto, se for transmitida uma ordem ilegal, alheia ao contrato, ou desproporcional, o empregado poderá se
recusar a cumprir a ordem dada.
PODERES DO EMPREGADOR
9. GRUPO ECONÔMICO
O grupo econômico é instituto trabalhista que prevê a solidariedade das empresas integrantes de um conglo-
merado empresarial em relação aos créditos trabalhistas dos empregados de qualquer das empresas do grupo.
Ressalta-se que a CLT não exige que haja um documento ou uma prova específica para a configuração do grupo
econômico, sendo essencial apenas que se demonstre a existência de interesse integrado, a comunhão de
interesses e a atuação conjunta das empresas dele integrantes.
#DEOLHONALEI – CLT
Art. 2º (...)
§2º Sempre que uma ou mais empresas, tendo, embora, cada uma delas, personalidade jurídica própria, es-
tiverem sob a direção, controle ou administração de outra, OU ainda quando, mesmo guardando cada
uma sua autonomia, integrem grupo econômico, serão responsáveis solidariamente pelas obrigações
decorrentes da relação de emprego.
§ 3º Não caracteriza grupo econômico a mera identidade de sócios, sendo necessárias, para a configuração
do grupo, a demonstração do interesse integrado, a efetiva comunhão de interesses e a atuação conjunta
das empresas dele integrantes.
ATENÇÃO - O efeito da solidariedade ativa no grupo econômico é também chamado de “teoria do empre-
gador único”, no sentido de que todas as empresas integrantes do grupo econômico são empregadoras
(ou mesmo um único empregador) de todos os empregados de quaisquer delas, tanto sob o aspecto
passivo (garantir os créditos trabalhistas) quanto sob o aspecto ativo (usufruir da energia de trabalho do
empregado).
A partir da reforma trabalhista, o legislador deixa claro que para que reste caracterizado o grupo por coordenação
para fins trabalhistas, deve haver:
#DEOLHONASÚMULA
Súmula nº 129 do TST: A prestação de serviços a mais de uma empresa do mesmo grupo econômico, durante
a mesma jornada de trabalho, não caracteriza a coexistência de mais de um contrato de trabalho, salvo
ajuste em contrário.
Com a Reforma Trabalhista, houve a inclusão do Art. 448-A à CLT, para prever a responsabilidade do su-
cessor e do sucedido caso configurada a sucessão de empresas:
Art. 448-A. Caracterizada a sucessão empresarial ou de empregadores prevista nos arts. 10 e 448 desta
Consolidação, as obrigações trabalhistas, inclusive as contraídas à época em que os empregados traba-
lhavam para a empresa sucedida, são de responsabilidade do sucessor.
Parágrafo único. A empresa sucedida responderá solidariamente com a sucessora quando ficar compro-
vada fraude na transferência.
De acordo com a redação do artigo acima transcrito, as obrigações trabalhistas, inclusive aquelas contraídas à
época em que os empregados trabalhavam para a empresa sucedida são de responsabilidade do sucessor. Por-
tanto, o sucessor terá a responsabilidade sobre todos os débitos trabalhistas, ainda que a verba se refira
ao momento da prestação dos serviços para o sucedido.
O parágrafo único do artigo 448-A da CLT estabelece uma única exceção para que haja responsabilidade tanto do
sucessor como do sucedido, que é justamente quando ficar constatada fraude na transferência das empresas.
#ATENÇÃO – O acordo entre sucessor e sucedido para exclusão da responsabilidade trabalhista não tem
efeito na Justiça do Trabalho, pois há previsão expressa em lei sobre a sucessão.
#TABELALOVERS
CASOS DE SUCESSÃO:
A formação do grupo econômico gera responsabilidade solidária
entre as pessoas jurídicas que compõem o grupo. Desse modo,
há discussão em torno da responsabilidade solidária do suces-
sor (novo empregador) que adquiriu APENAS UMA das empresas
pertencentes ao grupo.
SEGUNDO O TST, NÃO HÁ RESPONSABILIDADE SOLIDÁRIA
DO NOVO EMPREGADOR NO GRUPO ECONÔMICO, EXCETO
SUCESSÃO EM GRUPO ECONÔMICO: SE FICAR COMPROVADA A MÁ-FÉ OU FRAUDE NA SUCES-
SÃO.
#DEOLHONAJURIS
OJ nº 411, SDI-1: O sucessor não responde solidariamente
por débitos trabalhistas de empresa não adquirida, integrante do
mesmo grupo econômico da empresa sucedida, quando, à época,
a empresa devedora direta era solvente ou idônea economica-
mente, ressalvada a hipótese de má-fé ou fraude na sucessão.
Nesse ponto é essencial a leitura da lei em conjunto com a doutrina, para uma melhor compreensão do
assunto.
#MAPEIAOVADE
Art.469 Art.131
O contrato individual de trabalho é o acordo de vontades, tácito ou expresso, pelo qual uma pessoa física (em-
pregado) coloca seus serviços à disposição de uma pessoa física, jurídica ou ente despersonalizado (empregador),
mediante pagamento de uma contraprestação (salário), sendo estes serviços pessoais, não eventuais, onerosos e
subordinados.
#DEOLHONALEI – CLT
Art. 442. Contrato individual de trabalho é o acordo tácito ou expresso, correspondente à relação de emprego.
(...)
Art. 443. O contrato individual de trabalho poderá ser acordado tácita ou expressamente, verbalmente ou por
escrito, por prazo determinado ou indeterminado, ou para prestação de trabalho intermitente
#DEOLHONATABELA
Os elementos essenciais são aqueles fundamentais para a formação do contrato de trabalho. Assim, a sua ausência
ou irregularidade pode comprometer a própria existência ou validade do contrato de trabalho.
Para ser lícito, o contrato de trabalho tem que ter (Art. 104, CC):
O objeto do contrato de trabalho deve ser lícito, não sendo válido o contrato
de trabalho que tenha por objeto trabalho ilícito, sendo assim considerado
aquele que configura tipo penal ou concorre para a realização desse. Em rela-
ção ao objeto lícito, impende diferenciar trabalho proibido de trabalho ilícito.
Trabalho ilícito: O objeto do contrato é ilícito, não produzindo o contrato
qualquer efeito, por ser nulo. Nesse diapasão, não seria possível, em face da
ilicitude do objeto do contrato. (Ex: Jogo do bicho; Tráfico de drogas).
Em regra, nessas situações o contrato é nulo e não há reconhecimento
de verbas trabalhistas.
#DEOLHONAJURIS – OJ nº 199, SDI-1: É nulo o contrato de trabalho
celebrado para o desempenho de atividade inerente à prática do jogo do
bicho, ante a ilicitude de seu objeto, o que subtrai o requisito de validade para
a formação do ato jurídico.
3) OBJETO LÍCITO:
Trabalho proibido: Em regra o trabalho é lícito, no entanto a lei, para sal-
vaguardar o próprio trabalhador ou o interesse público, proíbe o trabalho
em determinados casos. (Ex: Trabalho do menor de 14 anos). Nesse caso, o
contrato é nulo e cessa imediatamente, sendo reconhecidas as verbas
do período. O trabalho proibido costuma merecer a integral proteção traba-
lhista, desde que o trabalho não caracterize, também, tipo penal.
#DEOLHONASÚMULA – Súmula nº 386 do TST: Preenchidos os requisitos
do art. 3° da CLT, é legítimo o reconhecimento de relação de emprego entre
policial militar e empresa privada, independentemente do eventual cabimento
de penalidade disciplinar prevista no Estatuto do Policial Militar.
#SELIGA - A contratação pela administração direta ou indireta, sem a
realização do concurso público, também se constitui em um trabalho
proibido, pois o art. 37, II, da CF/1988, proíbe a investidura em cargo ou
emprego público, sem a prévia realização do concurso.
Em regra, os contratos de trabalho são pactuados por prazo indeterminado, atendendo-se, assim, ao Prin-
cípio da Continuidade da Relação de Emprego. Em virtude deste princípio, ao se estabelecer um vínculo de
emprego, presume-se tenha sido pactuado um contrato de trabalho por prazo indeterminado, cabendo ao empre-
gador a prova em contrário, conforme entendimento consubstanciado na Súmula 212 do TST.
#DEOLHONASÚMULA
Súmula nº 212 do TST: O ônus de provar o término do contrato de trabalho, quando negados a prestação de
serviço e o despedimento, é do empregador, pois o princípio da continuidade da relação de emprego constitui
presunção favorável ao empregado.
Em contrapartida, o contrato por prazo determinado tem seu termo final pré-definido. De acordo com o art.
443, §2º, da CLT, há três hipóteses do contrato por prazo determinado:
a) Serviços cuja natureza ou transitoriedade justifique a predeterminação do prazo. Nesse caso, em virtude
de situações excepcionais na empresa, contrata-se o empregado apenas para realizar serviços transitórios. Além
dessas situações, há possibilidade desse contrato para substituição de pessoal permanente da empresa. Exemplo:
épocas festivas, como natal e Dia das Crianças; ou para substituição de empregado durante as férias ou no período
de licença gestante.
PRAZO DE DURAÇÃO:
O prazo de duração desses 2 contratos é de no MÁXIMO 2 ANOS. Poder ser prorrogado uma única vez, desde
que respeitado o limite de 2 anos.
#SELIGA - Se for desrespeitado o limite máximo de 2 anos ou se houver mais de uma prorrogação, o
contrato passará a vigorar, automaticamente, por prazo indeterminado.
c) Contrato de experiência. Esse contrato é outra hipótese de contrato por prazo determinado, previsto na CLT.
Esse contrato tem por finalidade uma avaliação recíproca entre as partes envolvidas.
PRAZO DE DURAÇÃO:
O prazo de duração será de 90 dias, havendo possibilidade de apenas uma prorrogação, desde que respei-
tados os 90 dias.
#SELIGA – Se extrapolado o prazo de 90 dias ou efetuada mais de uma prorrogação, o contrato se tornará,
automaticamente, por prazo indeterminado (Art. 451 da CLT).
1) INICIATIVA DO EMPREGADOR:
O empregador que romper o contrato por prazo determinado antes do ter-
mo final pagará ao obreiro metade dos salários que seriam devidos até o
final do contrato (CLT, art. 479), além da multa de 40% do FGTS.
EXTINÇÃO ANTECIPADA:
2) INICIATIVA DO EMPREGADO:
Quando a rescisão antecipada for formalizada pelo empregado, fica este
obrigado a indenizar o empregador pelos prejuízos sofridos, não po-
dendo o valor máximo exceder àquele que teria direito o obreiro em
idênticas condições.
#DEOLHONALEI - CLT:
Art. 443. (...)
§ 1º - Considera-se como de prazo determinado o contrato de trabalho cuja vigência dependa de termo pre-
fixado ou da execução de serviços especificados ou ainda da realização de certo acontecimento suscetível de
previsão aproximada.
§ 2º - O contrato por prazo determinado só será válido em se tratando:
a) de serviço cuja natureza ou transitoriedade justifique a predeterminação do prazo;
b) de atividades empresariais de caráter transitório;
c) de contrato de experiência.
(...)
Art. 445 - O contrato de trabalho por prazo determinado não poderá ser estipulado por mais de 2 (dois)
anos, observada a regra do art. 451.
(...)
Art. 451 - O contrato de trabalho por prazo determinado que, tácita ou expressamente, for prorrogado mais de
uma vez passará a vigorar sem determinação de prazo.
Art. 452 - Considera-se por prazo indeterminado todo contrato que suceder, dentro de 6 (seis) meses, a
outro contrato por prazo determinado, salvo se a expiração deste dependeu da execução de serviços especiali-
zados ou da realização de certos acontecimentos
#DEOLHONAJURIS
Recurso de revista interposto pela reclamante. Acórdão regional publicado na vigência das leis nº 13.015/2014
e 13.467/2017. Despacho de admissibilidade publicado na vigência da instrução normativa nº 40/2016. 1. Esta-
bilidade provisória. Contrato por prazo determinado. Gravidez no curso do contrato por prazo deter-
minado. Súmula nº 244, III, do TST. Tema 497 da repercussão geral do STF. Efeito vinculante e eficácia
erga omnes. Aplicação obrigatória da tese até a estabilização da coisa julgada (tema 360 da repercussão geral).
Ausente a transcendência da causa.
I.(...)
III. A decisão do Supremo Tribunal Federal no Tema 497 é de clareza ofuscante quanto elege como pres-
supostos da estabilidade da gestante (1) a anterioridade do fator biológico da gravidez à terminação do
contrato e (2) dispensa sem justa causa, ou seja, afastando a estabilidade das outras formas de termi-
nação do contrato de trabalho. Resta evidente que o STF optou por proteger a empregada grávida contra a
dispensa sem justa causa – como ato de vontade do empregador de rescindir o contrato sem imputação de justa
causa à empregada -, excluindo outras formas de terminação do contrato, como pedido de demissão, a
dispensa por justa causa, a terminação do contrato por prazo determinado, entre outras. (...)
Assim, na hipótese de admissão mediante contrato por prazo determinado, NÃO HÁ DIREITO À GARAN-
TIA PROVISÓRIA DE EMPREGO prevista no art. 10, inciso II, alínea “b”, do ADCT. Superação do item III da
Súmula 244 do TST pelo advento da tese do Tema 497 da repercussão geral do Supremo Tribunal Federal, em
julgamento realizado no RE 629.053, na Sessão Plenária de 10/10/2018. (...)
VII. Recurso de revista de que não se conhece. TST-RR-1001345-83.2017.5.02.0041, 4ª Turma, rel. Min.
Alexandre Luiz Ramos, julgado em 24/11/2020.)
A reforma trabalhista criou a modalidade de trabalho intermitente, que é o contrato de trabalho por escrito no qual
a prestação de serviços não é contínua. Nesta modalidade, há alternância de períodos de trabalho e de inatividade,
independentemente do tipo de atividade do empregador ou da função do empregado.
#DEOLHONALEI – CLT
Art. 443. (...)
§3º Considera-se como intermitente o contrato de trabalho no qual a prestação de serviços, com subor-
dinação, não é contínua, ocorrendo com alternância de períodos de prestação de serviços e de inativi-
dade, determinados em horas, dias ou meses, independentemente do tipo de atividade do empregado
e do empregador, exceto para os aeronautas, regidos por legislação própria.
#DEOLHONATABELA #APOSTACICLOS
O §6º do art. 452-A da CLT dispõe o rol de direitos que deverão ser
pagos ao trabalhador logo ao final de cada período de prestação de
serviço:
DIREITOS DO EMPREGADO a) Remuneração;
EM TRABALHO b) Férias proporcionais com acréscimo de um terço;
INTERMITENTE:
c) 13º salário proporcional;
d) Repouso Semanal Remunerado;
e) Adicionais legais.
5. JUS VARIANDI
#OLHAATABELINHA #APOSTACICLOS
JUS VARIANDI:
A Reforma Trabalhista trouxe uma nova hipótese de Jus Variandi. De acordo com o art. 75-C, §2º, da CLT,
a alteração do regime de teletrabalho para o presencial pode ocorrer por determinação do empregador,
desde que garantido o prazo mínimo de 15 dias de transição e que a alteração conste em aditivo contra-
tual. Não se exige, portanto, a concordância do empregado para essa alteração.
#DEOLHONALEI - CLT
Art. 75-C. A prestação de serviços na modalidade de teletrabalho deverá constar expressamente do contrato
individual de trabalho, que especificará as atividades que serão realizadas pelo empregado. (...)
§2º Poderá ser realizada a alteração do regime de teletrabalho para o presencial por determinação do
empregador, garantido prazo de transição mínimo de quinze dias, com correspondente registro em aditivo
contratual.
#SELIGA - Com a Reforma Trabalhista, a CLT passou a deixar claro que a reversão não enseja direito à in-
corporação da gratificação de função recebida, qualquer que tenha sido o tempo de exercício da função
ou o motivo da destituição.
#NÃOCONFUNDIR – Antes da Reforma Trabalhista, apesar de a reversão não ser considerada rebaixamento de
função, por ser lícita, quando a gratificação, decorrente de cargo de confiança, fosse recebida por mais de 10 anos
e o empregador o revertesse a seu cargo efetivo, SEM JUSTO MOTIVO, era possível a incorporação do valor da
função ao patrimônio do empregado. (Súmula 372 do TST).
Ocorre que a Lei nº 13.467/2017 excluiu essa possibilidade de incorporação após 10 anos. Portanto, não há
mais direito à incorporação da gratificação de função, qualquer que seja o tempo de exercício da função
de confiança.
#DEOLHONALEI – CLT
Art. 468 (...)
§1º Não se considera alteração unilateral a determinação do empregador para que o respectivo empregado
reverta ao cargo efetivo, anteriormente ocupado, deixando o exercício de função de confiança.
§ 2º A alteração de que trata o §1º deste artigo, com ou sem justo motivo, não assegura ao empregado o direito
à manutenção do pagamento da gratificação correspondente, que não será incorporada, independentemente
do tempo de exercício da respectiva função.
#JÁCAIU #SAINDODOFORNO
De acordo com a CLT, cumpridas as demais formalidades, pode o empregador determinar a alteração do regime
de teletrabalho para o presencial, respeitado o prazo de transição de
A) dois dias.
B) cinco dias.
C) dez dias.
D) quinze dias.
6. TRANSFERÊNCIA DE EMPREGADOS:
Dentre as hipóteses do Jus Variandi, está a transferência de empregados, que possui como requisitos primordiais a
configuração de MUDANÇA DE DOMICÍLIO (residência) e a ANUÊNCIA do empregado.
#DEOLHONALEI - CLT
Art. 469 - Ao empregador é vedado transferir o empregado, sem a sua anuência, para localidade diversa da
que resultar do contrato, não se considerando transferência a que não acarretar necessariamente a mu-
dança do seu domicílio.
#DEOLHONASÚMULA
Súmula 29 do TST: Empregado transferido, por ato unilateral do empregador, para local mais distante de sua
residência, tem direito a suplemento salarial correspondente ao acréscimo da despesa de transporte.
a) Empregados que exerçam cargo de confiança ou empregados cujo contrato tenha como condição im-
plícita ou explícita a necessidade de transferência:
Apesar de não necessitar da anuência do empregado, necessário que o empregador demonstre a real neces-
sidade de serviço. Ou seja, para a transferência em cargos de confiança ou decorrente da natureza do próprio
contrato é necessário que a transferência seja fundamentada para evitar abusos e perseguições.
#DEOLHONALEI - CLT
Art. 469 (...)
§ 1º Não estão compreendidos na proibição deste artigo: os empregados que exerçam cargo de confiança e
aqueles cujos contratos tenham como condição, implícita ou explícita, a transferência, quando esta decorra de
real necessidade de serviço.
#DEOLHONASÚMULA
Súmula n. 43 do TST: Presume-se abusiva a transferência de que trata o § 1º do art. 469 da CLT, SEM compro-
vação da necessidade do serviço
b) Extinção do estabelecimento:
Nesse caso, a transferência unilateral é permitida para evitar o término do contrato de trabalho. E, se o emprega-
do se negar a essa transferência, ocorrerá o pedido de demissão. É a ratificação do princípio da continuidade da
relação de emprego.
#DEOLHONALEI - CLT
Art. 469 (...)
§ 2º É lícita a transferência quando ocorrer extinção do estabelecimento em que trabalhar o empregado
Nesse caso, com fundamento no princípio da lealdade contratual, caberá ao empregado colaborar com a empresa.
A transferência será lícita quando cumprir os 2 requisitos a seguir: real necessidade de serviço e caráter provi-
sório.
Será concedida com adicional nunca inferior a 25% da remuneração que recebia anteriormente cuja parcela
terá natureza salarial. A transferência tem caráter transitório “enquanto durar essa situação”.
#ATENÇÃO – A jurisprudência majoritária defende o pagamento desse adicional somente no caso de transferência
provisória. Assim sendo, se ocorrer transferência definitiva, o empregado não terá direito ao adicional.
#DEOLHONALEI – CLT
Art. 469 (...)
§ 3º - Em caso de necessidade de serviço o empregador poderá transferir o empregado para localidade diversa
da que resultar do contrato, não obstante as restrições do artigo anterior, mas, nesse caso, ficará obrigado a
um pagamento suplementar, nunca inferior a 25% (vinte e cinco por cento) dos salários que o empregado
percebia naquela localidade, enquanto durar essa situação.
#DEOLHONAJURIS
OJ n. 113 da SDI-1: O fato de o empregado exercer cargo de confiança ou a existência de previsão de trans-
ferência no contrato de trabalho NÃO exclui o direito ao adicional. O pressuposto legal apto a legitimar a
percepção do mencionado adicional é a transferência provisória.
#SELIGA - É vedada a transferência do empregado eleito para dirigente sindical, conforme previsto no art.
543 da CLT.
Tanto na suspensão quanto na interrupção do contrato de trabalho, garante-se ao empregado o retorno ao cargo
anteriormente ocupado, e os direitos alcançados pela categoria durante o período de afastamento. Ao longo dos
períodos de suspensão e interrupção o empregador não poderá rescindir o contrato de trabalho, salvo em caso de
extinção da empresa ou em caso de justa causa cometida pelo empregado.
INTERRUPÇÃO: SUSPENSÃO:
Consiste na ausência provisória da prestação de ser- Consiste na ausência provisória da prestação de ser-
viços, em que são devidos o pagamento de salário viços, sem que haja o pagamento de salário, nem
e a contagem do tempo. Cessa a obrigação do em- a contagem do tempo. Nesse caso, cessa a obri-
pregado, mas persiste a obrigação da empresa. gação tanto da empresa como do empregado.
#MACETE:
Sem trabalho
Suspensão Sem salário
Sem tempo de serviço
Inclui salário
Interrupção
Inclui tempo de serviço
#ATENÇÃO - Para os contratos de trabalho por tempo determinado, prevalece o entendimento de que
o período de afastamento será computado normalmente até o final do término do contrato. Ou seja, o
prazo de afastamento do empregado será computado nos contratos por prazo determinado, SALVO DIS-
POSIÇÃO EM CONTRÁRIO.
#DEOLHONALEI – CLT
Art. 471 - Ao empregado afastado do emprego, são asseguradas, por ocasião de sua volta, todas as van-
tagens que, em sua ausência, tenham sido atribuídas à categoria a que pertencia na empresa.
Art. 472 - O afastamento do empregado em virtude das exigências do serviço militar, ou de outro en-
cargo público, não constituirá motivo para alteração ou rescisão do contrato de trabalho por parte do
empregador.
§ 1º - Para que o empregado tenha direito a voltar a exercer o cargo do qual se afastou em virtude de exigências
do serviço militar ou de encargo público, é indispensável que notifique o empregador dessa intenção, por
telegrama ou carta registrada, dentro do prazo máximo de 30 (trinta) dias, contados da data em que se
verificar a respectiva baixa ou a terminação do encargo a que estava obrigado.
§ 2º - Nos contratos por prazo determinado, o tempo de afastamento, se assim acordarem as partes interes-
sadas, não será computado na contagem do prazo para a respectiva terminação.
Conforme já foi dito, na interrupção persistem as obrigações patronais como o pagamento dos salários e seus
acessórios, como o FGTS. Ademais, há contagem de tempo de serviço para todos os efeitos. As causas de inter-
rupção são situações alheias à vontade do empregado, normalmente para a realização de um encargo, higiene e
segurança do trabalho ou incapacidade laborativa.
#DEOLHONATABELA
c) 01 dia por ano para acompanhar filho de até 6 anos em consulta médica e é válido tanto para o em-
pregado como para a empregada;
e) 02 dias consecutivos por FALECIMENTO do conjugue, ascendente, descendente, irmão ou pessoa decla-
rada na CTPS como dependente econômica
h) tempo necessário:
para REALIZAR VESTIBULAR para ingresso em estabelecimento de ensino SUPERIOR;
para CUMPRIR SERVIÇO MILITAR;
para COMPARECER EM JUÍZO;
para participar de reunião oficial de organismo internacional do qual o Brasil seja membro, em sendo re-
presentante sindical;
k) até 03 dias, em cada 12 meses de trabalho, em caso de realização de exames preventivos de câncer
devidamente comprovado;
l) férias;
o) tempo necessário para a empregada gestante realizar consultas médicas (no mínimo 6 consultas) e
demais exames complementares;
#JÁCAIU #SAINDODOFORNO
Ano: 2021 Banca: CESPE Órgão: PG-DF - Analista Jurídico - Direito e Legislação16
Na suspensão do contrato de trabalho NÃO há prestação de serviços pelo trabalhador. Aqui não ocorre o pagamento
de salário nem a contagem do tempo de serviço do empregado. Portanto, na suspensão as obrigações assumidas.
#OLHAATABELINHA #APOSTACICLOS
b) MANDADO SINDICAL;
d) GREVE;
f ) Empregado eleito para ocupar vaga de DIRETOR DE S/A (Súmula nº 269 do TST);
i) VIOLÊNCIA DOMÉSTICA (O juiz pode determinar, para preservar a integridade física e psicológica da mu-
lher, o afastamento do local de trabalho com a manutenção do vínculo empregatício, por até 06 meses – Art.
9º, §2º, II, da Lei nº 11.340/06);
a) LICENÇA MATERNIDADE:
A licença maternidade é um benefício previdenciário pago por 120 dias. Nesse período, o pagamento de salário é
efetuado pelo empregador, mas será reembolsado, posteriormente, pela Previdência Social. O tempo de serviço é
contado para todos os fins, como se a empregada estivesse trabalhando. Cabe ao empregador efetuar os depó-
sitos do FGTS.
O afastamento em razão do abordo não criminoso consiste em um benefício previdenciário pago durante o
período de 02 semanas. Nesse período há o pagamento de salário à empregada, efetuado pelo empregador,
posteriormente reembolsado pela Previdência Social. O tempo de serviço é contado para todos os fins. Cabe ao
empregador efetuar os depósitos do FGTS.
#DEOLHONALEI – CLT
Art. 131 - Não será considerada falta ao serviço, para os efeitos do artigo anterior, a ausência do empregado: (...)
Il - durante o licenciamento compulsório da empregada por motivo de maternidade ou aborto, observados os
requisitos para percepção do salário-maternidade custeado pela Previdência Social;
Durante a prestação do serviço militar obrigatório, o empregador não está obrigado a pagar salário, mas a obri-
gatoriedade dos depósitos do FGTS persiste.
Prevalece o entendimento que defende hipótese de SUSPENSÃO do contrato de trabalho, porque o em-
pregado não recebe salário (Art. 4º, §2º e Art. 472, ambos da CLT).
#ATENÇÃO #NÃOCONFUNDIR
Serviço militar obrigatório: suspensão
Prazo de 30 dias para notificar o empregador da intenção de voltar ao emprego
Quando verificado um desses dois casos, os quinze primeiros dias consistem em hipótese de interrupção, pois
cabe ao empregador o pagamento de salário. A discussão consiste no afastamento após os 15 primeiros dias, em
que o empregado ficará em gozo de benefício previdenciário. Nesse período não há pagamento de salário, mas o
empregador ficará obrigado ao pagamento do FGTS.
PONTO 9. Rescisão do contrato de trabalho: justa causa; rescisão indireta; dispensa arbitraria; culpa
recíproca; indenização.
PONTO 10. Aviso prévio.
PONTO 11. Estabilidade e garantias provisórias de emprego: formas de estabilidade; despedida e
reintegração de empregado estável.
Nesses pontos, mais uma vez a leitura da letra da lei é essencial. Deve-se priorizar os artigos destacados e
as súmulas e OJ’s. A maior parte das questões decorre da lei, mas a jurisprudência pode ser cobrada, além de o
estudo jurisprudencial facilitar o entendimento dos dispositivos.
#MAPEIAOVADE
O contrato de trabalho extingue-se normalmente quando alcançado o termo prefixado nos contratos por
prazo determinado. Neste caso, não há propriamente surpresa para qualquer das partes em decorrência da ex-
tinção do contrato, pois já se sabia, de antemão, a data do término contratual, daí a ausência de necessidade de
pré-avisar o empregado da extinção contratual.
- Saldo de salários;
- Saque do FGTS.
#ATENÇÃO!!
NÃO há aviso prévio, porque ambas as partes já sabiam antecipadamente que o contrato terminaria, e quando
isso se daria. Também NÃO há seguro-desemprego, porque o contrato a termo é PRECÁRIO, ao passo que o
seguro-desemprego visa à manutenção temporária do empregado demitido sem justa causa.
A extinção antecipada do contrato a termo por iniciativa do EMPREGADOR implica o pagamento de indenização
ao empregado, no valor de metade da remuneração devida até o termo fixado para término do contrato.
Parcelas devidas:
Saldo de salários;
Férias integrais, se for o caso;
Férias proporcionais (ao tempo trabalhado até a data da ruptura);
Décimo terceiro proporcional (ao tempo trabalhado até a data da ruptura);
Indenização do art. 479 da CLT;
Multa compensatória do FGTS (40%);
Saque do FGTS.
#DEOLHONALEI - CLT:
Art. 479 - Nos contratos que tenham termo estipulado, o empregador que, sem justa causa, despedir o empre-
gado será obrigado a pagar-lhe, a título de indenização, e por metade, a remuneração a que teria direito até o
termo do contrato.
Parágrafo único - Para a execução do que dispõe o presente artigo, o cálculo da parte variável ou incerta dos
salários será feito de acordo com o prescrito para o cálculo da indenização referente à rescisão dos contratos
por prazo indeterminado.
#DEOLHONASÚMULA
Súmula n. 125 do TST: O art. 479 da CLT aplica-se ao trabalhador optante pelo FGTS admitido mediante con-
trato por prazo determinado, nos termos do art. 30, § 3º, do Decreto nº 59.820, de 20.12.1966.
No caso da rescisão antecipada pelo EMPREGADO, este deve indenizar o empregador pelos prejuízos experimen-
tados em decorrência da antecipação da extinção contratual.
Parcelas devidas:
Saldo de salários;
Indenização do art. 480 da CLT, desde que comprovados os prejuízos, e até o limite da indenização do art. 479.
#DEOLHONALEI - CLT
Art. 480 - Havendo termo estipulado, o empregado não se poderá desligar do contrato, sem justa causa, sob
pena de ser obrigado a indenizar o empregador DOS PREJUÍZOS que desse fato lhe resultarem.
§ 1º - A indenização, porém, NÃO poderá exceder àquela a que teria direito o empregado em idênticas condi-
ções.
Existente a cláusula, a rescisão antecipada por uma das partes faz com que sejam aplicadas as regras da rescisão
do contrato por prazo indeterminado.
Parcelas devidas:
#DEOLHONALEI - CLT
Art. 481 - Aos contratos por prazo determinado, que contiverem cláusula assecuratória do direito recíproco de
rescisão antes de expirado o termo ajustado, aplicam-se, caso seja exercido tal direito por qualquer das partes,
os princípios que regem a rescisão dos contratos por prazo indeterminado.
#ATENÇÃO - O sistema do art. 481 substitui a indenização do art. 479, NÃO HAVENDO QUE SE FALAR EM
CUMULAÇÃO.
A dispensa sem justa causa se verifica quando o empregador decide extinguir o contrato de trabalho,
independentemente da vontade do empregado e de eventual falta por esse cometida, sendo tida como
regra. Assim, salvo quando for incontroversa hipótese distinta ou quando existir prova em sentido contrário, pre-
sume-se que a extinção do contrato de trabalho ocorreu sem justa causa, por iniciativa do empregador (Súmula
nº 212 do TST).
Inexistindo fator impeditivo, o empregador é livre para dispensar o empregado. Porém, caso o faça, deverá pagar
indenização compensatória (art. 7º, I, da CR/88) correspondente a 40% dos depósitos efetuados na conta do FGTS
daquele durante o contrato de trabalho, atualizados monetariamente e acrescidos de juros (art. 18, §1º, da Lei nº
8.036/1990).
Parcelas devidas:
A dispensa por justa causa tem natureza punitiva e decorre de falta grave cometida pelo empregado, que
torna impossível a manutenção do contrato de trabalho.
O empregado dispensado por justa causa perderá o direito à percepção do aviso prévio, da multa de 40% do
FGTS, do 13º salário proporcional e das férias proporcionais acrescidas de 1/3.
A dispensa por justa causa somente é possível naquelas hipóteses expressamente previstas na lei.
- Saldo de salários;
#OLHAATABELINHA
Ato de improbidade;
Incontinência de conduta;
Mau procedimento;
Desídia;
Embriaguez;
Indisciplina ou insubordinação;
Abandono de emprego;
Perda da habilitação ou dos requisitos estabelecidos em lei para o exercício da profissão, em decorrência de
conduta dolosa do empregado (inserido pela Reforma Trabalhista).
#DEOLHONALEI – CLT
Art. 482 - Constituem justa causa para rescisão do contrato de trabalho pelo empregador:
a) ato de improbidade;
b) incontinência de conduta ou mau procedimento;
c) negociação habitual por conta própria ou alheia sem permissão do empregador, e quando constituir ato
de concorrência à empresa para a qual trabalha o empregado, ou for prejudicial ao serviço;
d) condenação criminal do empregado, passada em julgado, caso não tenha havido suspensão da execução da
pena;
e) desídia no desempenho das respectivas funções;
f ) embriaguez habitual ou em serviço;
g) violação de segredo da empresa;
h) ato de indisciplina ou de insubordinação;
i) abandono de emprego;
j) ato lesivo da honra ou da boa fama praticado no serviço contra qualquer pessoa, ou ofensas físicas, nas
mesmas condições, salvo em caso de legítima defesa, própria ou de outrem;
k) ato lesivo da honra ou da boa fama ou ofensas físicas praticadas contra o empregador e superiores
hierárquicos, salvo em caso de legítima defesa, própria ou de outrem;
5. RESCISÃO INDIRETA
Ocorre a rescisão indireta do contrato de trabalho sempre que o EMPREGADOR agir descumprindo suas
obrigações decorrentes do contrato de trabalho. É exatamente por isso que a modalidade é também deno-
minada EXTINÇÃO DO CONTRATO DE TRABALHO POR JUSTA CAUSA DO EMPREGADOR, pois este comete falta
grave capaz de romper o vínculo.
Em caso de falta grave do empregador, cabe ao trabalhador ingressar perante a Justiça do Trabalho com ação de
rescisão indireta do contrato de trabalho. Julgada procedente tal ação, estará extinto o vínculo e, como punição,
será o empregador condenado a pagar todas as verbas que seriam devidas em caso de despedida imotivada; ou
seja, os efeitos são os mesmos da demissão sem justa causa.
Verbas devidas:
Saldo de salário;
13º salário proporcional;
6. CULPA RECÍPROCA
Ocorre a extinção contratual por CULPA RECÍPROCA quando ambas as partes têm culpa na extinção do
contrato.
Somente é possível a configuração desta modalidade de extinção contratual mediante decisão judicial.
Quanto às verbas rescisórias, o art. 484 da CLT prevê que a antiga indenização por tempo de serviço seria paga
pela metade no caso de culpa recíproca.
#DEOLHONALEI – CLT
Art. 484. Havendo culpa recíproca no ato que determinou a rescisão do contrato de trabalho, o tribunal de
trabalho reduzirá a indenização à que seria devida em caso de culpa exclusiva do empregador, por me-
tade.
#DEOLHONASÚMULA
Súmula n. 14 do TST: Reconhecida a culpa recíproca na rescisão do contrato de trabalho (art. 484 da CLT), o
empregado tem direito a 50% (cinquenta por cento) do valor do aviso prévio, do décimo terceiro salário e
das férias proporcionais.
A Reforma Trabalhista passou a prever uma nova modalidade de término do contrato de trabalho, que consiste na
rescisão do contrato de trabalho de comum acordo entre empregado e empregador - o chamado “distrato”.
Nesta modalidade, tanto empregado quanto empregador desejam pôr fim ao contrato e o fazem por acordo de
vontades.
A rescisão por mútuo consentimento PODE ocorrer SEM a assistência sindical ou ministerial.
- Saldo de salário;
#DEOLHONALEI – CLT
Art. 484-A. O contrato de trabalho poderá ser extinto por acordo entre empregado e empregador, caso em que
serão devidas as seguintes verbas trabalhistas:
I - por metade:
a) o aviso prévio, se indenizado; e
b) a indenização sobre o saldo do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço, prevista no § 1o do art. 18 da
Lei no 8.036, de 11 de maio de 1990;
II - na integralidade, as demais verbas trabalhistas.
§ 1º A extinção do contrato prevista no caput deste artigo permite a movimentação da conta vinculada do tra-
balhador no Fundo de Garantia do Tempo de Serviço na forma do inciso I-A do art. 20 da Lei no 8.036, de 11
de maio de 1990, limitada até 80% (oitenta por cento) do valor dos depósitos.
§ 2º A extinção do contrato por acordo prevista no caput deste artigo não autoriza o ingresso no Programa
de Seguro-Desemprego.
8. ESTABILIDADE #APOSTACICLOS
A estabilidade é a garantia assegurada ao empregado de não ser dispensado se não houver uma causa,
prevista em lei, que justifique a sua dispensa, podendo ser definitiva, quando produz efeitos ao longo de
toda a relação de emprego, ou provisória, quando se fundamenta em uma causa específica e somente
produz efeitos enquanto essa causa existir.
O empregado detentor de estabilidade provisória não poderá dispensado sem justa causa. Caso isso ocorra, terá
o direito de pleitear a sua reintegração no emprego. Porém, exaurido o período de estabilidade, não será possível
a reintegração, mas apenas o pagamento dos salários e direitos relativos ao período de estabilidade, conforme
entendimento pacificado pelo Tribunal Superior do Trabalho.
O empregado estável, porém, poderá pedir demissão. Contudo, o pedido de demissão feito pelo empregado es-
tável só será válido quando feito com a assistência do respectivo Sindicato e, se não o houver, perante autoridade
local competente Secretaria de Trabalho do Ministério da Economia ou da Justiça do Trabalho (art. 500 da CLT).
#DEOLHONASÚMULA
Súmula nº 396 do TST:
I - Exaurido o período de estabilidade, são devidos ao empregado apenas os salários do período compreendido
entre a data da despedida e o final do período de estabilidade, não lhe sendo assegurada a reintegração no
emprego.
II - Não há nulidade por julgamento “extra petita” da decisão que deferir salário quando o pedido for de reinte-
gração, dados os termos do art. 496 da CLT.
OJ Nº 24 DA SDI-2:
Rescinde-se o julgado que reconhece estabilidade provisória e determina a reintegração de empregado, quan-
do já exaurido o respectivo período de estabilidade. Em juízo rescisório, restringe-se a condenação quanto aos
salários e consectários até o termo final da estabilidade.
ESTABILIDADE:
Recurso de revista interposto pela reclamante. Acórdão regional publicado na vigência das leis nos 13.015/2014
e 13.467/2017. Despacho de admissibilidade publicado na vigência da instrução normativa nº 40/2016.
1. Estabilidade provisória. Contrato por prazo determinado. Gravidez no curso do contrato por prazo
determinado. Súmula nº 244, III, do TST. Tema 497 da repercussão geral do STF. Efeito vinculante e
eficácia erga omnes. Aplicação obrigatória da tese até a estabilização da coisa julgada (tema 360 da reper-
cussão geral). Ausente a transcendência da causa.
I. Segundo o entendimento consagrado no item III da Súmula n° 244 do TST, “a empregada gestante tem
direito à estabilidade provisória prevista no art. 10, inciso II, alínea “b”, do Ato das Disposições Constitucionais
Transitórias, mesmo na hipótese de admissão mediante contrato por tempo determinado”.
Sobre o tema, a jurisprudência desta Corte Superior é no sentido de que a circunstância de ter sido a empre-
gada admitida mediante contrato de aprendizagem, por prazo determinado, não constitui impedimento para
que se reconheça a estabilidade provisória de que trata o art. 10, II, “b”, do ADCT.
II. A discussão quanto ao direito à estabilidade provisória à gestante contratada por prazo determi-
nado, na modalidade de contrato de aprendizagem, encontra-se superada em virtude da tese firma-
da pelo Supremo Tribunal Federal quando do julgamento do RE 629.053/SP, em 10/10/2018, com a
seguinte redação: A incidência da estabilidade prevista no art. 10, inc. II, do ADCT, somente exige a
anterioridade da gravidez à dispensa sem justa causa.
III. A decisão do Supremo Tribunal Federal no Tema 497 é de clareza ofuscante quanto elege como pressu-
postos da estabilidade da gestante (1) a anterioridade do fator biológico da gravidez à terminação do
contrato e (2) dispensa sem justa causa, ou seja, afastando a estabilidade das outras formas de ter-
minação do contrato de trabalho. Resta evidente que o STF optou por proteger a empregada grávida
contra a dispensa sem justa causa – como ato de vontade do empregador de rescindir o contrato sem
imputação de justa causa à empregada -, excluindo outras formas de terminação do contrato, como
pedido de demissão, a dispensa por justa causa, a terminação do contrato por prazo determinado,
entre outras. (...)
Assim, na hipótese de admissão mediante contrato por prazo determinado, não há direito à garantia
provisória de emprego prevista no art. 10, inciso II, alínea “b”, do ADCT. Superação do item III da Sú-
mula 244 do TST pelo advento da tese do Tema 497 da repercussão geral do Supremo Tribunal Fede-
ral, em julgamento realizado no RE 629.053, na Sessão Plenária de 10/10/2018. (...)
VII. Recurso de revista de que não se conhece. TST-RR-1001345-83.2017.5.02.0041, 4ª Turma, rel. Min. Alexan-
dre Luiz Ramos, julgado em 24/11/2020.)
Recurso de revista. Lei nº 13.015/2014. CPC/2015. Instrução normativa nº 40 do TST. Lei 13.467/2017. Estabilida-
de do empregado acidentado. Contratos de trabalho simultâneos. Extensão do benefício. Observância
da previsão contida no artigo 118 da lei nº 8.213/91. Nova interpretação. Transcendência jurídica da causa re-
conhecida.
Nos termos do artigo 118, caput, da Lei nº 8.213/91, será garantida a manutenção do contrato de
trabalho do segurado que, afastado por mais de 15 dias do emprego, em decorrência de acidente
de trabalho, tiver percebido o auxílio-doença acidentário, somente não sendo exigido tal requisito
nos casos em que, após a despedida, for constatada a existência de doença profissional que guarde
relação de causalidade com a execução do contrato (Súmula nº 378, II, do TST). Trata-se da garantia
de emprego do trabalhador acidentado, concedida pelo prazo mínimo de 12 meses após a cessação
do aludido benefício. Logo, dispensado o reclamante no período por ela alcançado, deverá ser reintegrado,
salvo “quando a reintegração do empregado estável for desaconselhável, dado o grau de incompatibilidade
resultante do dissídio, especialmente quando for o empregador pessoa física, o tribunal do trabalho poderá
converter aquela obrigação em indenização devida nos termos do artigo seguinte” (artigo 496 da CLT).
É de se observar, contudo, que o mencionado dispositivo é claro ao vincular a manutenção do contrato
de trabalho do acidentado à empresa em que ocorrido o infortúnio, inclusive em se tratando de
acidente de trajeto (artigo 21, IV, da Lei nº 8.213/91).
Nesse contexto, ao reconhecer a estabilidade do autor em face de empresa alheia ao acidente ocorri-
do, com quem mantinha um contrato de trabalho simultâneo, a decisão ofendeu literalmente o artigo
118 da Lei nº 8.213/91. Recurso de revista conhecido e provido.
TST-36-40.2016.5.22.0003, 7ª Turma, rel. Min. Cláudio Mascarenhas Brandão, julgado em 4.12.2019 Info 214
Recurso de revista regido pela lei 13.467/2017. Transcendência reconhecida. Estabilidade provisória. Empre-
gado membro da CIPA. Encerramento da obra. Marco final. Habite-se.
1. A jurisprudência desta Corte tem entendido que o encerramento da obra para a qual a CIPA foi
constituída equivale à extinção do estabelecimento de que trata a Súmula 339, II, do TST, de modo
que a eventual despedida dos trabalhadores cipeiros não constitui dispensa arbitrária. Precedentes.
2. No caso, a controvérsia cinge-se em saber se permanência de alguns trabalhadores para execução de repa-
ros ou acabamento finais, não obstante a concessão do habite-se, resulta na continuidade da obra.
3. Inicialmente, cumpre destacar o sentido teológico da norma, registrado na própria Súmula 339, II, do TST, de
que a estabilidade provisória do cipeiro não constitui vantagem pessoal, mas garantia para as atividades dos
membros da CIPA. Nessa esteira, e tendo por norte a natureza desses pequenos reparos e acabamentos
finais, cujo risco de acidente é bem diferente e menor do aquele ao que o empregado está exposto
durante a obra em si, e levando em conta que a concessão do habite-se é precedida de vistoria para
averiguar a real
conclusão da obra, bem como pressupõe o preenchimento de uma série de requisitos, notadamente
de segurança, entendo que há o encerramento da obra com a expedição do habite-se, para efeito de
se definir o marco final da estabilidade dos membros da CIPA, independente da permanência de al-
guns empregados para a execução de reparos ou acabamentos finais, uma vez que o grau de risco de
acidentes que exigiu a criação da comissão não mais subsiste. Recurso de revista não conhecido.
(TST-RR-1632- 62.2016.5.08.0128, 2ª Turma, rel. Min. Delaíde Miranda Arantes, julgado em 4.12.2019).
Info 214
#JÁCAIU #SAINDODOFORNO
Ano: 2021 Banca: CESPE Órgão: PG-DF - Analista Jurídico - Direito e Legislação17
Se o empregador dispensa arbitrariamente um empregado protegido por garantia de emprego, este ato
é nulo, razão pela qual deverão retornar as partes ao status quo ante, isto é, à situação anterior ao ato
desprezado pelo direito. Nas hipóteses em que não seja possível o retorno à situação anterior, seja pela
incompatibilidade gerada entre as partes em virtude da demanda, seja pela extinção do estabelecimento,
a questão será resolvida com o pagamento de indenização compensatória ao obreiro.
O primeiro ponto fundamental para que se entendam os efeitos jurídicos da dispensa arbitrária do empregado
estável é que a lei garante ao trabalhador o emprego, e não o valor correspondente ao período estabilitário. Logo,
a regra é a reintegração, e não a indenização, que surgiria apenas nos casos isolados.
#DEOLHONALEI - CLT
Art. 496. Quando a reintegração do empregado estável for desaconselhável, dado o grau de incompati-
bilidade resultante do dissídio, especialmente quando for o empregador pessoa física, o tribunal do trabalho
poderá converter aquela obrigação em indenização devida nos termos do artigo seguinte.
c) hipóteses em que a reintegração seja desaconselhável, a critério do juiz (art. 496 da CLT);
d) no caso da empregada doméstica, se o empregador não concordar com a reintegração, visto que a casa
é asilo inviolável do indivíduo (art. 5°, XI, CRFB/88).
- Nestes casos, só será possível a indenização, que será paga de forma simples (salários do período).
Conforme já foi dito, o empregado detentor de estabilidade provisória não poderá dispensado sem justa
causa. Caso isso ocorra, terá o direito de pleitear a sua reintegração no emprego. Porém, exaurido o perío-
do de estabilidade, não será possível a reintegração, mas apenas o pagamento dos salários e direitos rela-
tivos ao período de estabilidade, conforme entendimento pacificado pelo Tribunal Superior do Trabalho.
#DEOLHONASÚMULA
Súmula nº 396 do TST:
I - Exaurido o período de estabilidade, são devidos ao empregado apenas os salários do período compreen-
dido entre a data da despedida e o final do período de estabilidade, não lhe sendo assegurada a reintegração
no emprego.
II - Não há nulidade por julgamento “extra petita” da decisão que deferir salário quando o pedido for de
reintegração, dados os termos do art. 496 da CLT.
OJ nº399, SDI-1:
O ajuizamento de ação trabalhista após decorrido o período de garantia de emprego não configura abuso do
exercício do direito de ação, pois este está submetido apenas ao prazo prescricional inscrito no art. 7º,
XXIX, da CF/1988, sendo devida a indenização desde a dispensa até a data do término do período estabilitário.
Conforme se denota da OJ nº 399 da SBDI-I, ainda que ajuizada a ação após o término do período de garantia no
emprego, não será possível falar em abuso de direito.
#ATENÇÃO - O empregado estável, porém, poderá pedir demissão. Contudo, o pedido de demissão feito
pelo empregado estável só será válido quando feito com a assistência do respectivo Sindicato e, se não
o houver, perante autoridade local competente Secretaria de Trabalho do Ministério da Economia ou da
Justiça do Trabalho (art. 500 da CLT).
PONTO 12 Duração do trabalho; jornada de trabalho; períodos de descanso; intervalo para repouso e
alimentação; descanso semanal remunerado; trabalho noturno e trabalho extraordinário; sistema de
compensação de horas.
PONTO 13. Salário-mínimo: irredutibilidade e garantia.
PONTO 14. Férias: direito a férias e sua duração; concessão e época das férias; remuneração e abono de
férias. PONTO 15. Salário e remuneração: conceito e distinções; composição do salário; modalidades de
salário; formas e meios de pagamento do salário; 13º salário.
PONTO 16. Equiparação salarial; princípio da igualdade de salário; desvio de função.
Nesse ponto o foco deve ser a #LEISECA, não sendo necessário um estudo doutrinário, pois a lei aqui é de
fácil compreensão.
No que concernente à insalubridade e periculosidade, deve-se conciliar a leitura da lei com os julgados sobre
o tema. #EXAMINADORAMA
#MAPEIAOVADE
Art. 611-B
1. DURAÇÃO DO TRABALHO
É o lapso temporal em que o empregado presta serviços ao empregador ou se coloca à sua disposição, em
virtude do contrato de trabalho. Também integram a jornada de trabalho, além do trabalho prestado e do
tempo à disposição do empregador, os intervalos remunerados previstos em lei.
Atualmente, a duração máxima restringe-se a 8 horas diárias e 44 horas semanais, conforme previsto no
art. 7º, XIII, da Constituição Federal. Faculta-se, porém, a adoção de regime de compensação, o que permite,
por exemplo, que as 44 horas semanais sejam distribuídas de segunda a sexta-feira, suprimindo-se o labor no
sábado.
No tocante à jornada de trabalho, o legislador trabalhista brasileiro adotou a teoria do tempo à disposição,
conforme se denota do art. 4º da CLT, que prevê que se considera como serviço efetivo o período em que o em-
pregado esteja à disposição do empregador, aguardando ou executando ordens, salvo disposição especial expres-
samente consignada.
Art. 4º. Considera-se como de serviço efetivo o período em que o empregado esteja à disposição do emprega-
dor, aguardando ou executando ordens, salvo disposição especial expressamente consignada.
Ocorre que com a Reforma Trabalhista essa regra foi mitigada pela inserção do §2º no art. 4º, que estabeleceu que
não se considera tempo à disposição do empregador o período em que o empregado, por escolha própria, bus-
car proteção pessoal, bem como adentrar ou permanecer nas dependências da empresa para exercer atividades
particulares.
Art.4º, §2° Por NÃO SE CONSIDERAR tempo à disposição do empregador, não será computado como pe-
ríodo extraordinário o que exceder a jornada normal, ainda que ultrapasse o limite de 5 minutos previsto no
§ 1º do art. 58 desta Consolidação, quando o empregado, POR ESCOLHA PRÓPRIA, buscar proteção pessoal,
em caso de insegurança nas vias públicas ou más condições climáticas, bem como adentrar ou permanecer nas
dependências da empresa para exercer atividades particulares, entre outras (rol exemplificativo):
I – práticas religiosas;
II – descanso;
III – lazer;
IV – estudo;
V – alimentação;
VI – atividades de relacionamento social;
VII – higiene pessoal;
VIII – troca de roupa ou uniforme, quando não houver obrigatoriedade de realizar a troca na empresa.
O trabalho em regime de tempo parcial é aquele cuja duração não exceda a 30 semanais, SEM a possibilidade
de horas suplementares semanais, OU, ainda, aquele cuja duração não exceda a 26 horas semanais, COM a
possibilidade de acréscimo de até 6 horas suplementares semanais (art. 58-A da CLT).
#DEOLHONALEI - CLT
Art. 58-A. Considera-se trabalho em regime de tempo parcial aquele cuja duração não exceda a trinta
horas semanais, sem a possibilidade de horas suplementares semanais, ou, ainda, aquele cuja duração não
exceda a vinte e seis horas semanais, com a possibilidade de acréscimo de até seis horas suplementares
semanais. (...)
§ 4º Na hipótese de o contrato de trabalho em regime de tempo parcial ser estabelecido em número inferior a
vinte e seis horas semanais, as horas suplementares a este quantitativo serão consideradas horas extras
para fins do pagamento estipulado no §3º, estando também limitadas a seis horas suplementares semanais.
Portanto, com a nova redação dada ao artigo 58-A da CLT, foram previstas duas modalidades distintas de regime
de tempo parcial:
Se houver trabalho acima de 30 horas semanais permitidas, o empregador está obrigado ao pagamento do valor
da hora normal acrescida do respectivo adicional de, no mínimo, 50%, pois os empregados não podem sofrer o
prejuízo. Ademais, a empresa deverá ser multada pela fiscalização do trabalho por descumprimento da legislação
trabalhista.
Se previstas jornadas de até 26 horas semanais, é possível a prestação de até 6 horas extras semanais.
#SELIGA - Ainda que o empregado tenha sido contratado para cumprir jornada inferior a 26 horas se-
manais, não poderá realizar mais de 6 horas extras semanais, sendo assim consideradas todas aquelas
que ultrapassarem a jornada contratada (art. 58-A, §4º, da CLT).
COMPENSAÇÃO DE JORNADA:
As horas extras prestadas pelo empregado contratado para cumprir regime de tempo parcial poderão ser compen-
sadas diretamente até a semana imediatamente posterior à da sua execução ou quitadas na folha de pagamento
do mês subsequente. O limite para a compensação também deve ser limitado a 6 horas extras semanais (art. 58-A,
§§4º e 5º, da CLT).
SALÁRIO PROPORCIONAL:
O salário pago aos empregados contratados sob o regime de tempo parcial será proporcional à sua jornada, em
relação aos empregados que cumpram, nas mesmas funções, tempo integral (art. 58-A, §1º, da CLT). Assim, será
lícito o pagamento inferior ao salário-mínimo ou ao piso salarial da categoria, salvo quando se tratar de empregado
público.
O empregado contratado para cumprir a jornada normal poderá optar por migrar para o regime de tempo parcial,
“mediante opção manifestada perante a empresa, na forma prevista em instrumento coletivo”. (art. 58-A, §2º, da
CLT).
FÉRIAS:
As férias dos empregados em regime de tempo parcial sujeitam-se à mesma duração dos demais empregados. A
duração das férias está intimamente ligada às faltas injustificadas cometidas pelo empregado ao longo do período
aquisitivo.
Ademais, o empregado tem o direito de converter 1/3 de férias em abono pecuniário, no valor da remuneração que
lhe seria devida nos dias correspondentes (o empregado não poderá se opor ao pagamento do abono pecuniário,
desde que solicitado dentro do prazo de até 15 dias antes do término do período aquisitivo. O pagamento das
férias, bem como do abono pecuniário deverá ocorrer em até 2 dias antes do início das férias).
A Reforma trabalhista modificou significativamente a disciplina das horas in itinere, de modo que, atualmente, o
tempo despendido pelo empregado desde a sua residência até a efetiva ocupação do posto de trabalho e para o
seu retorno não será computado na jornada de trabalho, ainda que o empregador forneça o transporte, por não
ser tempo à disposição do empregador (CLT, art. 58, §2º).
#DEOLHONALEI – CLT
Art. 4º Considera-se como de serviço efetivo o período em que o empregado esteja à disposição do emprega-
dor, aguardando ou executando ordens, salvo disposição especial expressamente consignada.
§ 1º Computar-se-ão, na contagem de tempo de serviço, para efeito de indenização e estabilidade, os períodos
em que o empregado estiver afastado do trabalho prestando serviço militar e por motivo de acidente do traba-
lho.
§ 2º Por não se considerar tempo à disposição do empregador, NÃO SERÁ COMPUTADO como período ex-
traordinário o que exceder a jornada normal, ainda que ultrapasse o limite de cinco minutos previsto no § 1º do
art. 58 desta Consolidação, quando o empregado, por escolha própria, buscar proteção pessoal, em caso de in-
segurança nas vias públicas ou más condições climáticas, bem como adentrar ou permanecer nas dependências
da empresa para exercer atividades particulares, entre outras:
I - práticas religiosas;
II - descanso;
III - lazer;
IV - estudo;
V - alimentação;
VI - atividades de relacionamento social;
VII - higiene pessoal;
VIII - troca de roupa ou uniforme, quando não houver obrigatoriedade de realizar a troca na empresa.
(...)
Art. 58, §2º. O tempo despendido pelo empregado desde a sua residência até a efetiva ocupação do posto
de trabalho e para o seu retorno, caminhando ou por qualquer meio de transporte, inclusive o fornecido pelo
empregador, NÃO SERÁ COMPUTADO na jornada de trabalho, por não ser tempo à disposição do empregador.
4. SOBREAVISO X PRONTIDÃO
#OLHAATABELINHA #TABELALOVERS
SOBREAVISO PRONTIDÃO
Aqui o empregado permanece em sua casa ou em Aqui o empregador fica nas dependências da em-
outro local aguardando ordens. presa aguardando ordens.
Será remunerado à razão de 1/3 (um terço) da hora Será remunerado à razão de 2/3 (dois terços) do
normal de trabalho. valor da hora normal de trabalho.
#ATENÇÃO - Os regimes de prontidão e sobreaviso eram destinados apenas aos ferroviários (art. 244, § 2º, da
CLT), mas atualmente são aplicados, por analogia, a outros trabalhadores.
Por fim, se o empregado for convocado para o serviço, a remuneração passa a ser integral. Por outro lado,
se o empregado permanecer em sobreaviso ou prontidão, por período superior ao permitido, 24h ou 12h,
respectivamente, não são devidas horas extras por ausência de previsão legal.
#DEOLHONAJURIS #APOSTACICLOS
INFO Nº 219 DO TST: Viagens para participação em cursos e treinamentos exigidos pela empresa. Tem-
po de espera para o embarque no aeroporto e tempo efetivo de voo. Horas extras. Devidas. Tempo à
disposição do empregador. Art. 4º da CLT.
Na hipótese de viagens para participação em cursos de treinamento e capacitação exigidos pelo empregador
e realizados em cidades estranhas ao local da prestação de serviços, considera-se tempo à sua disposição o
período de trânsito aéreo, bem como aquele expendido no aeroporto aguardando o embarque, limita-
do este último a uma hora. Inteligência do art. 4º da CLT. Entendeu-se, ainda, que não devem ser computados
como tempo à disposição nenhum dos períodos de deslocamento até o aeroporto, seja ao de origem, na ida,
seja ao de destino, na volta, e nem aquele gasto em trânsito do aeroporto ao hotel em que ficaria hospedado na
cidade de realização dos cursos. Com esses fundamentos, a SBDI-I decidiu, por maioria, conhecer dos embargos
por divergência jurisprudencial, vencido o Ministro Breno Medeiros, e, no mérito, nos termos do voto médio do
Ministro Alexandre Luiz Ramos, dar-lhes provimento parcial para assegurar à reclamante o pagamento das horas
de espera em aeroporto para embarque e desembarque, vencidos, totalmente, os Ministros Maria Cristina Pe-
duzzi, Breno Medeiros e Aloysio Corrêa da Veiga e, parcialmente, os Ministros Augusto César Leite de Carvalho,
relator, Hugo Carlos Scheuermann, Cláudio Mascarenhas Brandão, João Batista Brito Pereira, Lelio Bentes Corrêa,
Luiz Philippe Vieira de Mello Filho e Walmir Oliveira da Costa, na parte em que também davam provimento aos
embargos para julgar procedente o pedido de cômputo como horas extraordinárias do tempo de traslado entre
aeroportos e hotéis, quando extrapoladas da jornada ordinária. (TST-E-RR-770-74.2011.5.03.0106, SBDI-I, rel.
Min. Augusto César Leite de Carvalho, red. p/ acórdão Min. Alexandre Luiz Ramos, 21/5/2020).
5. JORNADA NOTURNA
#TABELALOVERS
#DEOLHONALEI – CLT
Art. 73. Salvo nos casos de revezamento semanal ou quinzenal, o trabalho noturno terá remuneração superior
a do diurno e, para esse efeito, sua remuneração terá um acréscimo de 20% (vinte por cento), pelo menos,
sobre a hora diurna.
§ 1º A hora do trabalho noturno será computada como de 52 minutos e 30 segundos.
§ 2º Considera-se noturno, para os efeitos deste artigo, o trabalho executado entre as 22 horas de um dia e
as 5 horas do dia seguinte.
§ 3º O acréscimo, a que se refere o presente artigo, em se tratando de empresas que não mantêm, pela natureza
de suas atividades, trabalho noturno habitual, será feito, tendo em vista os quantitativos pagos por trabalhos
diurnos de natureza semelhante. Em relação às empresas cujo trabalho noturno decorra da natureza de suas
atividades, o aumento será calculado sobre o salário-mínimo geral vigente na região, não sendo devido quando
exceder desse limite, já acrescido da percentagem.
§ 4º Nos horários mistos, assim entendidos os que abrangem períodos diurnos e noturnos, aplica-se às
horas de trabalho noturno o disposto neste artigo e seus parágrafos.
Caso cumpra horário misto, isto é, trabalhe em horário diurno e noturno, o empregado fará jus ao adicional no-
turno no tocante às horas cumpridas em horário noturno. Em se tratando, porém, de empregado que cumpre
horário noturno, caso haja necessidade de prorrogação da jornada, com a realização de horas extras em horário
diurno, deve-se remunerar essas como horas extras noturnas.
#DEOLHONASÚMULA
Súmula nº 60 do TST
I - O adicional noturno, pago com habitualidade, integra o salário do empregado para todos os efeitos.
II - Cumprida integralmente a jornada no período noturno e prorrogada esta, devido é também o adi-
cional quanto às horas prorrogadas. Exegese do art. 73, § 5º, da CLT.
Súmula nº 265 do TST
A transferência para o período diurno de trabalho implica a perda do direito ao adicional noturno.
OJ nº 395, SDI-I: O trabalho em regime de turnos ininterruptos de revezamento não retira o direito à hora no-
turna reduzida, não havendo incompatibilidade entre as disposições contidas nos arts.73, § 1º, da CLT e 7º, XIV,
da Constituição Federal.
6. PERÍODOS DE DESCANSO
São normas destinadas à proteção da saúde do trabalhador, compreendendo os intervalos, o descanso se-
manal remunerado (DSR), feriados e férias. Importante destacar que com a Reforma Trabalhista, as regras
sobre intervalos não são mais consideradas como normas de segurança, higiene e saúde do trabalhador,
podendo ser pactuadas por negociação coletiva.
#DEOLHONALEI
Art. 66. Entre 2 (duas) jornadas de trabalho haverá um período mínimo de 11 (onze) horas consecutivas para
descanso.
Art. 67. Será assegurado a todo empregado um descanso semanal de 24 (vinte e quatro) horas consecutivas, o
qual, salvo motivo de conveniência pública ou necessidade imperiosa do serviço, deverá coincidir com o domin-
go, no todo ou em parte.
Art. 71. Em qualquer trabalho contínuo, cuja duração exceda de 6 (seis) horas, é obrigatória a concessão de um
intervalo para repouso ou alimentação, o qual será, no mínimo, de 1 (uma) hora e, salvo acordo escrito ou
contrato coletivo em contrário, não poderá exceder de 2 (duas) horas.
§ 1º Não excedendo de 6 (seis) horas o trabalho, será, entretanto, obrigatório um intervalo de 15 (quinze)
minutos quando a duração ultrapassar 4 (quatro) horas.
§ 2º Os intervalos de descanso não serão computados na duração do trabalho. (...)
§4º A não concessão ou a concessão parcial do intervalo intrajornada mínimo, para repouso e alimenta-
ção, a empregados urbanos e rurais, implica o pagamento, de natureza indenizatória, apenas do período
suprimido, com acréscimo de 50% (cinquenta por cento) sobre o valor da remuneração da hora normal de
trabalho.
(...)
Art. 611-A. A convenção coletiva e o acordo coletivo de trabalho têm prevalência sobre a lei quando, entre
outros, dispuserem sobre:
III - intervalo intrajornada, respeitado o limite mínimo de trinta minutos para jornadas superiores a seis horas.
(...)
Art. 611-B. Constituem objeto ilícito de convenção coletiva ou de acordo coletivo de trabalho, exclusiva-
mente,
a supressão ou a redução dos seguintes direitos:
IX - repouso semanal remunerado;
XI - número de dias de férias devidas ao empregado;
XII - gozo de férias anuais remuneradas com, pelo menos, um terço a mais do que o salário normal;
Parágrafo único. Regras sobre duração do trabalho e intervalos não são consideradas como normas de saúde,
higiene e segurança do trabalho para os fins do disposto neste artigo.
#TABELALOVERS
INTERVALO INTRAJORNADA:
Ocorre durante a jornada de trabalho. É o período destinado ao descanso e refeição.
JORNADA DE 04 HORAS: Não há previsão em lei de intervalo intrajornada.
Intervalo de 15 minutos. Se o empregador exigir horas extras ha-
JORNADA QUE EXCEDE 04 HORAS,
bituais, excedendo a jornada de 06 horas diárias, deverá conceder
COM LIMITE DE 06 HORAS:
intervalo mínimo de 01 hora.
#JÁCAIU #SAINDODOFORNO
Ano: 2019 Banca: FCC Órgão: SANASA Campinas - Analista Administrativo - Serviços Jurídicos18
7. FÉRIAS #APOSTACICLOS
18 Gabarito: A.
#SELIGA
Durante as férias o empregado não pode prestar serviços a outro empregador, salvo se estiver obrigado a fazê-lo
em virtude de contrato de trabalho regularmente mantido com aquele (art. 138 da CLT).
Fracionamento de Férias:
Em até 3 períodos.
Um dos períodos não pode ser inferior a 14 dias corridos e os demais não podem ser inferiores a 5 dias corri-
dos.
Fim da obrigação de concessão de férias em único período para menores de 18 anos e maiores de 50 anos (revo-
gação do §2º do art. 134 da CLT).
É vedado o início das férias no período de 2 dias que antecede feriado ou dia de repouso semanal remu-
nerado (art. 134, §3º, da CLT).
Possibilidade de conversão do período de férias também para os empregados em regime de tempo parcial.
Abono de Férias:
a) O empregador não poderá suprimir integralmente as férias do empregado, substituindo-as por parcela em di-
nheiro.
b) Por disposição expressa de lei, o abono pecuniário tem natureza indenizatória, razão pela qual não é base de
cálculo para as demais parcelas trabalhistas.
c) O abono inclui o terço constitucional de férias (cuidado para não confundir 1/3 de férias convertidas em pecúnia
com o 1/3 de férias, ou seja, com o terço constitucional).
d) O abono de férias (no caso das férias individuais) é direito potestativo do empregado, pelo que o empregador
não pode a ele se opor. No caso de férias coletivas, somente poderá haver abono pecuniário se houver previsão
em acordo coletivo.
e) O empregado, porém, poderá converter 1/3 do período de férias em abono pecuniário equivalente à remune-
ração que lhe seria devida nos dias correspondentes (art. 143 da CLT).
f ) O abono de férias deverá ser pago no mesmo prazo que o pagamento da remuneração das férias e não inte-
grará a remuneração do empregado para os efeitos da legislação trabalhista (art. 144 da CLT).
Aquisição do direito:
Após cada período de 12 meses de vigência do contrato de trabalho, o empregado terá direito a um período de
férias.
Como regra, as férias terão 30 dias de duração. Contudo, essa poderá ser reduzida em razão do número de
faltas injustificadas que o empregado possua durante o período aquisitivo.
I - 30 (trinta) dias corridos, quando não houver faltado ao serviço mais de 5 (cinco) vezes;
II - 24 (vinte e quatro) dias corridos, quando houver tido de 6 (seis) a 14 (quatorze) faltas;
III - 18 (dezoito) dias corridos, quando houver tido de 15 (quinze) a 23 (vinte e três) faltas;
IV - 12 (doze) dias corridos, quando houver tido de 24 (vinte e quatro) a 32 (trinta e duas) faltas.
#SELIGA - A lei não é explícita, mas, se, com até 32 faltas injustificadas, o empregado tem direito ao mí-
nimo de férias (12 dias), com mais de 32 faltas, ele perderá o direito às férias. Isso é pacífico na doutrina
e na jurisprudência.
As férias deverão ser concedidas nos 12 meses subsequentes ao término do período aquisitivo, no chamado perío-
do concessivo (art. 134 da CLT).
Ao empregador cabe, desde que respeitado o período concessivo, definir a época da concessão das férias (art. 136
da CLT), comunicando-a por escrito ao empregado, com antecedência mínima de 30 dias (art. 135 da CLT).
#FICADEOLHO - As férias proporcionais não serão devidas na hipótese de dispensa por justa causa (Sú-
mula nº 171 do TST), devendo ser quitadas na proporção de 50% quando se tratar de extinção por culpa
recíproca (Súmula nº 14 do TST).
#TABELALOVERS:
FÉRIAS – PRAZOS:
É vedado o início das férias no período de 2 dias que antecede feriado ou DSR.
#JÁCAIU #SAINDODOFORNO
Ano: 2021 Banca: CESPE Órgão: PG-DF - Analista Jurídico - Direito e Legislação19
8. REMUNERAÇÃO E SALÁRIO
SALÁRIO:
Além da importância fixa estipulada, integram o salário as gratificações legais e as comissões pagas pelo
empregador (art. 457, §1º, da CLT).
Ademais, além do pagamento em dinheiro, compreende-se no salário, para todos os efeitos legais, a alimenta-
ção, habitação, vestuário e outras prestações in natura que a empresa, por força do contrato ou do costu-
me, fornecer habitualmente ao empregado (art. 458 da CLT).
#DEOLHONALEI – CLT
Art. 457. Compreendem-se na remuneração do empregado, para todos os efeitos legais, além do salário devi-
do e pago diretamente pelo empregador, como contraprestação do serviço, as gorjetas que receber.
Pela redação do art. 457 da CLT, remuneração é o salário, acrescido da gorjeta, enquanto o salário é a
contraprestação devida e paga diretamente pelo empregador em face do contrato de trabalho. Por sua
vez, gorjeta é a importância paga por terceiro, de forma espontânea ou cobrada pela empresa na nota de
serviço.
Súmula nº 354 do TST: As gorjetas, cobradas pelo empregador na nota de serviço ou oferecidas esponta-
neamente pelos clientes, integram a remuneração do empregado, NÃO servindo de base de cálculo para as
parcelas de aviso-prévio, adicional noturno, horas extras e repouso semanal remunerado.
#SELIGA - Os empregados também receber gueltas, que são prêmios pagos pelos fornecedores ou distribuidores
dos produtos aos empregados da empresa a título de incentivo de vendas. A diferença entre estas e as gorjetas,
é que as gorjetas são pagas pelos clientes, ao passo que as gueltas são pagas por fornecedores do empregador,
com o consentimento deste.
#JÁCAIU - Na prova da DPU 2015 CESPE, foi considerada correta a seguinte alternativa: “Configura-se
a guelta quando, em uma relação empregatícia, o empregado recebe retribuição para estimular a venda
ou a comercialização de um produto ou serviço”.
#ATENÇÃO - As importâncias pagas a título de ajuda de custo, auxílio-alimentação, desde que não seja pago em
dinheiro, diárias para viagem, prêmios e abonos, ainda que habituais, não integram a remuneração do empregado,
não se incorporam ao contrato de trabalho e não constituem base de incidência de qualquer outro direito ou en-
cargo trabalhista e previdenciário, ainda que superem 50% da remuneração mensal do empregado.
Para que se possa falar em equiparação salarial é preciso que estejam presentes os seguintes requisitos:
A) identidade de funções;
C) mesmo empregador; e
#DEOLHONALEI – CLT
Art. 461. Sendo idêntica a função, a todo trabalho de igual valor, prestado ao mesmo empregador, no mes-
mo estabelecimento empresarial, corresponderá igual salário, sem distinção de sexo, etnia, nacionalidade
ou idade.
§ 1º Trabalho de igual valor, para os fins deste Capítulo, será o que for feito com igual produtividade e com a
mesma perfeição técnica, entre pessoas cuja diferença de tempo de serviço para o mesmo empregador
não seja superior a quatro anos e a diferença de tempo na função não seja superior a dois anos.
§ 2º Os dispositivos deste artigo não prevalecerão quando o empregador tiver pessoal organizado em quadro de
carreira ou adotar, por meio de norma interna da empresa ou de negociação coletiva, plano de cargos e salários,
dispensada qualquer forma de homologação ou registro em órgão público.
§ 3º No caso do § 2o deste artigo, as promoções poderão ser feitas por merecimento e por antiguidade, ou por
apenas um destes critérios, dentro de cada categoria profissional.
§ 4º O trabalhador readaptado em nova função por motivo de deficiência física ou mental atestada pelo
órgão competente da Previdência Social não servirá de paradigma para fins de equiparação salarial.
§ 5º A equiparação salarial só será possível entre empregados contemporâneos no cargo ou na função,
ficando vedada a indicação de paradigmas remotos, ainda que o paradigma contemporâneo tenha obtido
a vantagem em ação judicial própria.
§ 6º No caso de comprovada discriminação por motivo de sexo ou etnia, o juízo determinará, além do pa-
gamento das diferenças salariais devidas, multa, em favor do empregado discriminado, no valor de 50%
(cinquenta por cento) do limite máximo dos benefícios do Regime Geral de Previdência Social.
Haverá identidade de funções sempre que os empregados desempenhem as mesmas atividades, ainda que ocu-
pem cargos com denominações diversas. Já o trabalho de igual valor é aquele feito com igual produtividade e com
a mesma perfeição técnica, por pessoas cuja diferença de tempo de serviço para o mesmo empregador não
seja superior a 4 anos e a diferença de tempo na função não seja superior a 2 anos (do art. 461, §1º, da CLT).
A equiparação demanda ainda que o empregado e o paradigma trabalhem para o mesmo empregador.
Os empregados precisam também trabalhar “no mesmo estabelecimento empresarial”. Se trabalharem em es-
tabelecimentos empresariais distintos, ainda que na mesma cidade, não farão jus à equiparação salarial.
A equiparação salarial só será possível entre empregados contemporâneos no cargo ou na função, isto é que
atuem simultaneamente, ficando vedada a indicação de paradigmas remotos, ainda que o paradigma contempo-
râneo tenha obtido a vantagem em ação judicial própria.
Ainda que preenchidos os requisitos legais, a equiparação salarial não será possível quando o empregador
tiver pessoal organizado em quadro de carreira ou adotar, por meio de norma interna da empresa ou de
negociação coletiva, plano de cargos e salários, dispensada qualquer forma de homologação ou registro
em órgão público (art. 461, §2º, da CLT).
3) MESMO EMPREGADOR;
O trabalhador readaptado em nova função por motivo de deficiência física ou mental atestada pelo órgão com-
petente da Previdência Social não poderá servir de paradigma para fins de equiparação salarial (art. 461, §4º,
da CLT).
Para os empregados públicos, o art. 37, XIII, da CR/88 impede a equiparação salarial (OJ nº 297 da SBDI-I
do TST).
OJ nº 297 da SBDI-I do TST: O art. 37, inciso XIII, da CF/1988, veda a equiparação de qualquer natureza para
o efeito de remuneração do pessoal do serviço público, sendo juridicamente impossível a aplicação da norma
infraconstitucional prevista no art. 461 da CLT quando se pleiteia equiparação salarial entre servidores públi-
cos, independentemente de terem sido contratados pela CLT.
#OLHAOGANCHO - Essa restrição, porém, não se aplica às empresas públicas e sociedades de economia
mista.
Súmula nº 455 do TST: À sociedade de economia mista não se aplica a vedação à equiparação prevista no
art. 37, XIII, da CF/1988, pois, ao admitir empregados sob o regime da CLT, equipara-se a empregador privado,
conforme disposto no art. 173, § 1º, II, da CF/1988.
#ATENÇÃO - A Lei nº 13.467/2017 excluiu a exigência de que as promoções previstas no quadro de carreira
ou plano de cargos e salários obedeçam a critérios de antiguidade e merecimento alternadamente.
As parcelas salariais são devidas em razão da contraprestação a que o empregador está obrigado em
virtude da relação de emprego. Assim, o salário é pago com intuito retributivo aos serviços prestados. As
parcelas salariais podem ser extraídas do § 1º do art. 457 da CLT, segundo o qual:
Art. 457, §1º: Integram o salário a importância fixa estipulada, as gratificações legais e as comissões pagas pelo
empregador.
Observa-se que a Reforma Trabalhista alterou a caracterização da natureza salarial de algumas parcelas. Além do
salário-base, permanecem como parcelas salariais apenas as descritas no § 1º do art. 457 da CLT.
Art. 457, § 2º As importâncias, ainda que habituais, pagas a título de ajuda de custo, auxílio alimentação,
vedado seu pagamento em dinheiro, diárias para viagem, prêmios e abonos não integram a remuneração
do empregado, não se incorporam ao contrato de trabalho e não constituem base de incidência de qualquer
encargo trabalhista e previdenciário.
Segundo o § 2º do mesmo dispositivo, restam excluídas dessa característica as importâncias ainda que habituais,
pagas a título de:
1) Ajuda de custo;
Antes da reforma, como regra, entendia-se que o auxílio-alimentação possuía natureza salarial, exceto quando se-
guia as regras do Programa de Alimentação do Trabalhador (OJ n. 133 da SDI-1). Agora, com a Reforma, não mais
possui natureza salarial. Atenção à parte que alerta ser “vedado o pagamento do auxílio-alimentação em dinheiro”.
#TABELALOVERS 20
20 Tabela retirada do livro “Resumo de Direito do Trabalho”, Henrique Correia, 2020, p. 589
A prescrição e a decadência no Direito do Trabalho é um tema muuuuuuuito importante, que despenca nas
provas!! Então muita atenção com esse tópico! Aqui é essencial a leitura dos artigos #LEISECANAVEIA junto com o
entendimento jurisprudencial sobre o assunto! #COLANARETINA as hipóteses de prescrição total e de prescrição
parcial #NÃOCAIDESPENCA!
Também quero pedir uma atenção especial ao último ponto do edital, que é a proteção do trabalho do
menor e da mulher #LEISECANAVEIA, nesse ponto foquem principalmente nas mudanças trazidas pela Reforma
Trabalhista!! Já no que tange à estabilidade gestante, é necessário que vocês conciliem o estudo da lei seca com a
jurisprudência e as súmulas sobre o tema, pois esse tema #DESPENCA nas provas!!
#NÃOCONFUNDA a recente mudança de entendimento do TST, pois agora a estabilidade gestante NÃO se
aplica mais aos contratos de trabalho por prazo determinado!!!
#MAPEIAOVADE
Todos os empregados urbanos e rurais contratados a partir de 1988 se inserem no regime do FGTS.
No tocante aos trabalhadores domésticos o direito ao FGTS passou a ser reconhecido a partir da Emenda Consti-
tucional nº 72/2013.
O empregado transferido para o exterior terá direito ao FGTS, que será calculado com base nas parcelas de na-
tureza salarial que lhe sejam pagas em virtude da prestação de serviços no exterior (OJ nº 232 da SBDI-I do TST).
O FGTS é regulamentado pela Lei nº 8.036, que prevê, em seu art. 15, que “os empregadores ficam obrigados a
depositar, até o dia 7 de cada mês, em conta bancária vinculada, a importância correspondente a 8 % da
remuneração paga ou devida, no mês anterior, a cada trabalhador”.
Para fins de apuração dos valores a serem depositados na conta vinculada do FGTS deverão ser consideradas como
remuneração todas as verbas previstas no art. 457, §1º, da CLT, assim como o salário-utilidade, o 13º salário, as
horas extras e os adicionais eventuais (Súmula nº 63 do TST).
Não integram a base de cálculo do FGTS o pagamento do período de aviso prévio, trabalhado ou não, as parcelas
previstas no art. 457, §2º, da CLT, o valor pago a título de participação nos lucros ou resultados, o abono de férias
e as férias indenizadas.
PRESCRIÇÃO:
O prazo prescricional para a cobrança judicial dos valores devidos relativos ao FGTS é de 5 anos. Isso
porque a verba de FGTS tem natureza trabalhista, devendo ser aplicado o art. 7º, XXIX, da CF/88.
Antes, entendia-se que esse prazo era de 30 anos. Como houve uma mudança brusca da jurisprudência, o STF,
por razões de segurança jurídica, modulou os efeitos desta decisão. Assim, esse novo prazo prescricional de 5
anos somente vale a partir do julgamento do STF que alterou a jurisprudência anterior (ARE 709212/DF).
Dessa forma, o STF decidiu que:
• para aqueles casos cujo termo inicial da prescrição – ou seja, a ausência de depósito no FGTS – ocorrer
após a data do julgamento da ARE 709212/DF, aplica-se, desde logo, o prazo de 5 anos.
• Por outro lado, para os casos em que o prazo prescricional já estava em curso antes do julgamento da
ARE 709212/DF, aplica-se o que ocorrer primeiro: 30 anos, contados do termo inicial, ou 5 anos, a partir
do julgamento da ARE 709212/DF.
O art. 23, § 5º, da Lei nº 8.036/90 e o art. 55 do Decreto 99.684/90, que previam o prazo prescricional de 30
anos, são inconstitucionais.
STF. Plenário. ARE 709212/DF, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 13/11/2014 (repercussão geral) (Info 767).
STF. Plenário. RE 522897/RN, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 16/3/2017 (Info 857)
A prescrição torna inexigível a pretensão que emerge da violação de um direito subjetivo material, em razão da
inércia do titular desse direito.
Tanto a CLT, como a Constituição Federal preveem o prazo de 2 anos, após o término do contrato de tra-
balho, para que o empregado ingresse na Justiça do Trabalho (PRESCRIÇÃO BIENAL). Após esse período, o
empregado perde o direito de exigir judicialmente o pagamento de verbas e demais direitos trabalhistas.
Além disso, o trabalhador poderá pleitear os direitos trabalhistas dos últimos 5 anos a contar do ajuiza-
mento da reclamação (PRESCRIÇÃO QUINQUENAL). Ressalta-se que o pedido dos últimos 5 anos não conta
da extinção do contrato de trabalho, mas do ingresso da reclamação trabalhista.
#DEOLHONALEI – CLT
Art. 11. A pretensão quanto a créditos resultantes das relações de trabalho prescreve em cinco anos para os
trabalhadores urbanos e rurais, até o limite de dois anos após a extinção do contrato de trabalho.
(...)
§ 2º Tratando-se de pretensão que envolva pedido de prestações sucessivas decorrente de alteração ou des-
cumprimento do pactuado, a prescrição é total, exceto quando o direito à parcela esteja também assegu-
rado por preceito de lei.
§ 3º A interrupção da prescrição somente ocorrerá pelo ajuizamento de reclamação trabalhista, mesmo que
em juízo incompetente, ainda que venha a ser extinta sem resolução do mérito, produzindo efeitos apenas
em relação aos pedidos idênticos.
Art. 11-A. Ocorre a PRESCRIÇÃO INTERCORRENTE no processo do trabalho no prazo de dois anos.
§ 1º A fluência do prazo prescricional intercorrente inicia-se quando o exequente deixa de cumprir determinação
judicial no curso da execução.
§ 2º A declaração da prescrição intercorrente pode ser requerida ou declarada de ofício em qualquer grau de
jurisdição.
Art. 440 - Contra os menores de 18 (dezoito) anos não corre nenhum prazo de prescrição.
Art. 625-G. O prazo prescricional será suspenso a partir da provocação da Comissão de Conciliação
Prévia, recomeçando a fluir, pelo que lhe resta, a partir da tentativa frustrada de conciliação ou do esgotamento
do prazo previsto no art. 625-F.
Além disso:
✓ A prescrição intercorrente, por ser assunto de ordem pública, pode ser declarada pelo próprio juiz da
causa (prescrição “de ofício”) ou requerida pela outra parte no processo judicial;
✓ O reconhecimento de ofício pode se dar em qualquer grau de jurisdição (não apenas pelo juiz do trabalho da
1ª instância).
✓ O TST fixou entendimento, em junho de 2018, de que a prescrição intercorrente se aplica apenas aos
descumprimentos de determinações judiciais feitas após o início da vigência da reforma trabalhista
(11/11/2017) – Art.2º da IN TST 41/2018.
A prescrição bienal será sempre total, enquanto a prescrição quinquenal pode ser total ou parcial.
A prescrição total e parcial refere-se à lesão do direito e decurso do prazo enquanto o empregado estiver prestan-
do serviços. Se o contrato estiver em curso, o empregado terá o prazo de 5 anos para ingressar com a
Em resumo, se a alteração for contratual (contrato individual ou instrumento coletivo), a prescrição é TOTAL.
Se a alteração afrontar texto de lei, a prescrição será PARCIAL, contando-se o início a cada parcela lesionada
(mês a mês). Na prescrição parcial, portanto, inicia-se a contagem do prazo do ajuizamento da ação, e não do ato
único do empregador.
#OLHAATABELINHA21
1. Alteração ou supressão de comissão (OJ 175 SDI) 1. Equiparação salarial (Súm. 6, IX)
7. Substituição dos avanços trienais por quinquênios 7. Horas extras ajustadas em momento posterior à
(OJ 76 SDI) contratação do bancário (Informativo 81 do TST)
8. Redução do número de horas-aula do professor 8. Pedido de diferenças de parcela variável com pre-
(Informativo 92 do TST) visão de cláusula contratual (Informativo 125 do TST)
#DEOLHONAJURIS
Entre as medidas que o empregador deve adotar para assegurar a proteção à saúde e à segurança do empregado
está a constituição de órgãos de segurança e medicina do trabalho, de acordo com as normas do Ministério do
Trabalho.
A CIPA tem como objetivo a prevenção de acidentes e doenças decorrentes do trabalho, de modo a tornar com-
patível permanentemente o trabalho com a preservação da vida e a promoção da saúde do trabalhador.
Devem constituir CIPA, por estabelecimento, as empresas privadas, públicas, sociedades de economia
mista, órgãos da administração direta e indireta, instituições beneficentes, associações recreativas, coope-
rativas, bem como outras instituições que admitam trabalhadores como empregados.
Serão consideradas atividades ou operações perigosas aquelas que, por sua natureza ou métodos de trabalho,
impliquem risco acentuado em virtude de exposição permanente do trabalhador a:
(II) roubos ou outras espécies de violência física nas atividades profissionais de segurança pessoal ou pa-
trimonial (art. 193 da CLT).
Além disso, são também consideradas perigosas as atividades de trabalhador em motocicleta (§4º).
O TST, porém, reconhece que a “exposição do empregado à radiação ionizante ou à substância radioativa
enseja a percepção do adicional de periculosidade” (OJ nº 345 da SBDI-I).
O empregado que trabalhar submetido a condições perigosas terá direito ao recebimento de um adicional de
remuneração equivalente a 30% do salário, sem os acréscimos resultantes de gratificações, prêmios ou partici-
pações nos lucros da empresa, ou seja, do salário básico (art. 193, §1º, da CLT).
Para ter direito ao adicional de periculosidade, o empregado não precisa manipular o agente perigoso, nem ter
contato direto com esse, bastando que ingresse na área considerada de risco.
Para a apuração da existência de periculosidade deverá ser realizada perícia por Médico do Trabalho ou Engenheiro
do Trabalho. Caso, porém, o empregador, por mera liberalidade, realize o pagamento de adicional de periculosida-
de, ficará dispensada a realização da perícia, pois o pagamento realizado pelo empregador “torna incontroversa a
existência do trabalho em condições perigosas” (Súmula nº 453 do TST).
#DEOLHONALEI
Art. 193. São consideradas atividades ou operações perigosas, na forma da regulamentação aprovada pelo
Ministério do Trabalho e Emprego, aquelas que, por sua natureza ou métodos de trabalho, impliquem risco
acentuado em virtude de exposição permanente do trabalhador a:
I - inflamáveis, explosivos ou energia elétrica;
II - roubos ou outras espécies de violência física nas atividades profissionais de segurança pessoal ou patri-
monial.
§ 1º - O trabalho em condições de periculosidade assegura ao empregado um adicional de 30% (trinta por
cento) sobre o salário sem os acréscimos resultantes de gratificações, prêmios ou participações nos lucros da
empresa.
§ 2º - O empregado poderá optar pelo adicional de insalubridade que porventura lhe seja devido.
§ 3º Serão descontados ou compensados do adicional outros da mesma natureza eventualmente já concedidos
ao vigilante por meio de acordo coletivo.
§ 4º São também consideradas perigosas as atividades de trabalhador em motocicleta.
Art.195 - A caracterização e a classificação da insalubridade e da periculosidade, segundo as normas do
Ministério do Trabalho, far-se-ão através de perícia a cargo de Médico do Trabalho ou Engenheiro do Tra-
balho, registrados no Ministério do Trabalho. (...)
#DEOLHONAJURIS
OJ nº 385, da SBDI-I, do TST: É devido o pagamento do adicional de periculosidade ao empregado que
desenvolve suas atividades em edifício (construção vertical), seja em pavimento igual ou distinto daquele onde
estão instalados tanques para armazenamento de líquido inflamável, em quantidade acima do limite legal,
considerando-se como área de risco toda a área interna da construção vertical.
Súmula nº 364 do TST:
I - Tem direito ao adicional de periculosidade o empregado exposto permanentemente ou que, de forma in-
termitente, sujeita-se a condições de risco. Indevido, apenas, quando o contato dá-se de forma eventual, assim
considerado o fortuito, ou o que, sendo habitual, dá-se por tempo extremamente reduzido.
II - Não é válida a cláusula de acordo ou convenção coletiva de trabalho fixando o adicional de periculosidade
em percentual inferior ao estabelecido em lei e proporcional ao tempo de exposição ao risco, pois tal parcela
constitui medida de higiene, saúde e segurança do trabalho, garantida por norma de ordem pública (arts. 7º,
XXII e XXIII, da CF e 193, §1º, da CLT).
São consideradas insalubres aquelas atividades que, por sua natureza, condições ou métodos de trabalho, expo-
nham os empregados a agentes nocivos à saúde, acima dos limites de tolerância, fixados em razão da nature-
za e da intensidade do agente, assim como do tempo de exposição aos seus efeitos (art. 189 da CLT).
Para configuração da insalubridade, porém, não basta que o trabalhador tenha sido exposto ao agente nocivo à
saúde, essa exposição deve ter sido acima dos limites de tolerância fixados pelo órgão competente.
O contato intermitente com o agente insalubre não retira do empregado o direito à percepção do adicio-
nal de insalubridade (Súmula nº 47 do TST).
Verificada a insalubridade, o empregado fará jus ao pagamento do adicional de insalubridade, que corresponde-
rá a 10% do salário-mínimo para a atividade considerada insalubre em grau mínimo, 20% em caso de atividade
considerada insalubre em grau médio e 40% caso se trate de atividade insalubre em grau máximo.
#DEOLHONALEI
Art. 189 - Serão consideradas atividades ou operações insalubres aquelas que, por sua natureza, condições ou
métodos de trabalho, exponham os empregados a agentes nocivos à saúde, acima dos limites de tolerância
fixados em razão da natureza e da intensidade do agente e do tempo de exposição aos seus efeitos.
Art. 190 - O Ministério do Trabalho aprovará o quadro das atividades e operações insalubres e adotará normas
sobre os critérios de caracterização da insalubridade, os limites de tolerância aos agentes agressivos, meios de
proteção e o tempo máximo de exposição do empregado a esses agentes
(...)
Art. 192 - O exercício de trabalho em condições insalubres, acima dos limites de tolerância estabelecidos pelo
Ministério do Trabalho, assegura a percepção de adicional respectivamente de 40% (quarenta por cento),
20% (vinte por cento) e 10% (dez por cento) do salário-mínimo da região, segundo se classifiquem nos
graus máximo, médio e mínimo.
#JÁCAIU #SAINDODOFORNO
Ano: 2021 Banca: CESPE Órgão: PG-DF - Analista Jurídico - Direito e Legislação22
A respeito de atividades insalubres e perigosas, julgue o item subsequente, com base no entendimento jurispru-
dencial do TST.
Empregado que exerça atividades consideradas insalubres e perigosas, ainda que decorrentes de fatos gerado-
res distintos e autônomos, não pode cumular o recebimento dos respectivos adicionais.
ADICIONAL DE INSALUBRIDADE:
Súmula 47 do TST: O trabalho executado em condições insalubres, em caráter intermitente, não afasta, só por
essa circunstância, o direito à percepção do respectivo adicional.
Súmula 139 do TST: Enquanto percebido, o adicional de insalubridade integra a remuneração para todos os
efeitos legais.
Súmulas 248 do TST: A reclassificação ou a descaracterização da insalubridade, por ato da autoridade com-
petente, repercute na satisfação do respectivo adicional, sem ofensa a direito adquirido ou ao princípio da
irredutibilidade salarial.
Súmula 289 do TST: O simples fornecimento do aparelho de proteção pelo empregador não o exime do
pagamento do adicional de insalubridade. Cabe-lhe tomar as medidas que conduzam à diminuição ou elimi-
nação da nocividade, entre as quais as relativas ao uso efetivo do equipamento pelo empregado.
Súmula 293 do TST: A verificação mediante perícia de prestação de serviços em condições nocivas, conside-
rado agente insalubre diverso do apontado na inicial, não prejudica o pedido de adicional de insalubridade.
OJ Nº 47, SDI-II: A base de cálculo da hora extra é o resultado da soma do salário contratual mais o adicional
de insalubridade.
A Constituição Federal, em seu art. 5º, I, assegura igualdade de tratamento entre homens e mulheres.
Entretanto, há diferenças em relação às mulheres que justificam tratamento diferenciado, em especial à
proteção à maternidade. É, nesse caminho, que a CF/88 assegura, em seu art. 5º, XX, “proteção do merca-
do de trabalho da mulher, mediante incentivos específicos, nos termos da lei”.
#DEOLHONALEI – CF/88
Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à melhoria de sua condição
social: (...)
XVIII - licença à gestante, sem prejuízo do emprego e do salário, com a duração de cento e vinte dias; (...)
XX - proteção do mercado de trabalho da mulher, mediante incentivos específicos, nos termos da lei; (...)
XXV - assistência gratuita aos filhos e dependentes desde o nascimento até 5 (cinco) anos de idade em creches
e pré-escolas; (...)
XXX - proibição de diferença de salários, de exercício de funções e de critério de admissão por motivo de sexo,
idade, cor ou estado civil;
#ATENÇÃO - A Reforma Trabalhista deixou claro que estão proibidas negociações capazes de reduzir ou
suprimir alguns direitos relacionados à proteção do trabalho da mulher:
#DEOLHONALEI - CLT
Art. 611-B. Constituem objeto ilícito de convenção coletiva ou de acordo coletivo de trabalho, exclusivamente, a
supressão ou a redução dos seguintes direitos: (..)
XXX – as disposições previstas nos arts. 373-A (normas contra a discriminação da mulher no mercado de traba-
lho), 390 (limite de força da mulher), 392 (licença-maternidade), 392-A, 394 (rompimento de compromisso por
mulher grávida), 394-A (afastamento da gestante/lactante em atividades insalubres), 395 (repouso por abordo
não criminoso), 396 (descansos para amamentação do filho) e 400 (estrutura do local para amamentação) desta
Consolidação.
As empregadas grávidas ou lactantes (que estão amamentando) podem trabalhar em atividades insalu-
bres? #AJUDAMARCINHO #APOSTACICLOS
CF/88: não disciplina o tema de forma expressa. Não existe no texto constitucional um dispositivo, como o art. 7º,
XXXIII, proibindo textualmente que empregadas grávidas ou lactantes possam trabalhar em atividades insalubres.
E a CLT?
Em 2016, foi editada a Lei nº 13.287/2016, que inseriu o art. 394-A na CLT proibindo que a empregada gestante ou
lactante exerça trabalho insalubre.
Ocorre que um ano depois, foi publicada a Lei nº 13.467/2017 (conhecida como Reforma Trabalhista), que alterou
a redação do art. 394-A e permitiu expressamente que empregadas grávidas ou lactantes pudessem trabalhar em
atividades insalubres, desde que cumpridos alguns requisitos e precauções.
CLT
Antes da Lei nº 13.467/2017 Depois da Lei nº 13.467/2017
Art. 394-A. Sem prejuízo de sua remuneração, nesta
incluído o valor do adicional de insalubridade, a em-
pregada deverá ser afastada de:
I - atividades consideradas insalubres em grau
máximo, enquanto durar a gestação;
Art. 394-A. A empregada gestante ou lactante ser II - atividades consideradas insalubres em grau
afastada, enquanto durar a gestação e a lactação, de médio ou mínimo, quando apresentar atestado de
quaisquer atividades, operações ou locais insalubres, saúde, emitido por médico de confiança da mulher,
devendo exercer suas atividades em local salubre. que recomende o afastamento durante a gestação;
(Incluído pela Lei nº 13.287/2016) (ADI 5938/DF)
III - atividades consideradas insalubres em qual-
quer grau, quando apresentar atestado de saúde,
emitido por médico de confiança da mulher, que
recomende o afastamento durante a lactação. (ADI
5938/DF)
ADI: A Confederação Nacional dos Trabalhadores Metalúrgicos ajuizou ADI contra o art. 394-A da CLT, com reda-
ção da pela Lei nº 13.467/2017, alegando que essa permissão para o trabalho insalubre seria inconstitucional por
violar a proteção que a Constituição Federal atribui à maternidade, à gestação, à saúde, à mulher ao nascituro, aos
recém-nascidos ao trabalho e ao meio ambiente do trabalho equilibrado.
SIM.
É inconstitucional a expressão “quando apresentar atestado de saúde, emitido por médico de confiança da
mulher, que recomende o afastamento”, contida nos incisos II e III do art. 394-A da CLT, inseridos pelo art. 1º da
Lei nº 13.467/2017.
Essa expressão, inserida no art. 394-A da CLT, tinha como objetivo autorizar que empregadas grávidas ou lac-
tantes pudessem trabalhar em atividades insalubres.
Ocorre que o STF entendeu que o trabalho de gestantes e de lactantes em atividades insalubres viola a
Constituição Federal.
O art. 6º da CF/88 proclama importantes direitos, entre eles a proteção à maternidade, a proteção do
mercado de trabalho da mulher e redução dos riscos inerentes ao trabalho, por meio de normas de saú-
de, higiene e segurança. A proteção para que a gestante e a lactante não sejam expostas a atividades
insalubres caracteriza-se como importante direito social instrumental que protege não apenas a mulher
como também a criança (art. 227 da CF/88).
A proteção à maternidade e a integral proteção à criança são direitos irrenunciáveis e não podem ser
afastados pelo desconhecimento, impossibilidade ou a própria negligência da gestante ou lactante em
apresentar um atestado médico, sob pena de prejudicá-la e prejudicar o recém-nascido.
Em suma, é proibido o trabalho da gestante ou da lactante em atividades insalubres.
STF. Plenário. ADI 5938/DF, Rel. Min. Alexandre de Moraes, julgado em 29/5/2019 (Info 942).
O art. 10, II, b, do ADCT, veda a dispensa arbitrária ou em justa causa da empregada gestante, desde a
confirmação da gravidez até 5 meses após o parto.
#DEOLHONALEI – ADCT
Art. 10. Até que seja promulgada a lei complementar a que se refere o art. 7º, I, da Constituição:
II - fica vedada a dispensa arbitrária ou sem justa causa:
b) da empregada gestante, desde a confirmação da gravidez até cinco meses após o parto.
Apesar de o dispositivo em questão prever que o termo inicial da estabilidade provisória da gestante será “a con-
firmação da gravidez”, o STF, ao julgar o RE nº 629.053, fixou a tese de que “a incidência da estabilidade prevista
no art. 10, inc. II, do ADCT, somente exige a anterioridade da gravidez à dispensa sem justa causa”. Assim, o desco-
nhecimento do estado gravídico, seja pela empregada, seja pelo empregador, não afasta o direito à estabilidade.
Quanto ao termo inicial da estabilidade, o Plenário do STF, na ADI nº 6.327, estabeleceu exceção à regra geral, ao
referendar liminar que considerava “como termo inicial da licença-maternidade e do respectivo salário-maternida-
de a alta hospitalar do recém-nascido e/ou de sua mãe, o que ocorrer por último, quando o período de internação
exceder as duas semanas previstas”.
#TABELALOVERS23
ESTABILIDADE DA GESTANTE:
Inicia-se com a confirmação da gravidez e permanece até 05 meses
DURAÇÃO:
após o parto.
DESCONHECIMENTO DA GRAVIDEZ
Não afasta o direito à estabilidade.
PELO EMPREGADDOR:
GRAVIDEZ DURANTE O
A gravidez durante o aviso prévio gera direito à estabilidade (Art.
AVISO PRÉVIO, INCLUSIVE O
391-A da CLT).
INDENIZADO:
a) Reintegração:
somente se a decisão ocorrer durante o período estabilitário.
DISPENSA SEM JUSTA CAUSA:
b) Indenização:
se a decisão for dada após o período estabilitário.
#SELIGA - No caso de aborto espontâneo, a jurisprudência tem entendido que a empregada fará jus ao reconhe-
cimento do direito à estabilidade somente no tocante ao período em que esteve grávida, gozando ainda de “um
repouso remunerado de 2 (duas) semanas, ficando-lhe assegurado o direito de retornar à função que ocupava
antes de seu afastamento”, nos termos do art. 395 da CLT. Havendo, no entanto, a morte da criança após o parto,
garante-se a estabilidade até o quinto mês após o parto.
#DEOLHONAJURIS
Assim, na hipótese de admissão mediante contrato por prazo determinado, não há direito à garantia
provisória de emprego prevista no art. 10, inciso II, alínea “b”, do ADCT. Superação do item III da Súmula
244 do TST pelo advento da tese do Tema 497 da repercussão geral do Supremo Tribunal Federal, em julgamen-
to realizado no RE 629.053, na Sessão Plenária de 10/10/2018. (...)
VII. Recurso de revista de que não se conhece. TST-RR-1001345-83.2017.5.02.0041, 4ª Turma, rel. Min. Alexandre
Luiz Ramos, julgado em 24/11/2020.)
O TST já reconheceu o direito à estabilidade a empregada que comprovou ter sido dispensada grávida, mas não
comprovou o nascimento da criança, afirmando que “os dispositivos que a asseguram - artigos 7º, XVIII, da
Constituição Federal e 10, II, b, do ADCT - estabelecem como único requisito ao direito à estabilidade
que a empregada esteja gestante no momento da dispensa imotivada”, pelo que “é inexigível a juntada
da certidão de nascimento da criança para fins de concessão da estabilidade da empregada” (TST-
-RR-100896-70.2016.5.01.0282 – Informativo 217 do TST).
É considerado trabalho infantil aquele desenvolvido antes da idade permitida. Assim, de acordo com o art. 7º, XXXIII,
da CF/88, é considerado trabalho infantil o exercício de qualquer trabalho por crianças ou adolescentes com idade
inferior a 16 anos, salvo na condição de aprendiz, quando a idade mínima permitida passa a ser de 14 anos.
Além disso, a CF/88 proíbe o trabalho noturno, perigoso ou insalubre aos menores de 18 anos e a CLT e o ECA ve-
dam o trabalho dos adolescentes em locais que possam prejudicar a formação e desenvolvimento físico, psíquico,
moral e social e a frequência à escola (art. 403, da CLT e 67 do ECA).
Em regra, o maior de 16 anos e menor de 18 anos, possui capacidade relativa, devendo estar assistido por seu
representante legal para prática dos atos da vida civil (art. 4º, I, do Código Civil), o que incluiria a assinatura do con-
trato de trabalho. Entretanto, a doutrina e jurisprudência majoritárias se posicionam no sentido de que os maiores
de 16 e menores de 18 anos podem contratar, independentemente de assistência dos pais ou representante legal,
uma vez que para a expedição da CTPS é necessária a apresentação de declaração expressa dos pais ou respon-
sáveis legais (art. 17, § 1° da CLT).
Ao menor de 18 anos é vedado noturno e o trabalho em local insalubre ou perigoso (art. 7º, XXXIII, CRFB; art. 404
e 405, I, CLT).
#DEOLHONALEI
CF/88
Art. 7°. XXXlll - proibição de trabalho noturno, perigoso ou insalubre a menores de dezoito e de qualquer traba-
lho a menores de dezesseis anos, salvo na condição de aprendiz, a partir de quatorze anos.
CLT
Art. 404. Ao menor de 18 (dezoito) anos é vedado o trabalho noturno, considerado este o que for executado no
período compreendido entre as 22 (vinte e duas) e as 5 (cinco) horas.
Art. 405. Ao menor não será permitido o trabalho:
I - nos locais e serviços perigosos ou insalubres, constantes de quadro para esse fim aprovado pelo Diretor-geral
do Departamento de Segurança e Higiene do Trabalho;
ECA
Art. 67. Ao adolescente empregado, aprendiz, em regime familiar de trabalho, aluno de escola técnica, assistido
em entidade governamental ou não-governamental, é vedado trabalho:
I - noturno, realizado entre as vinte e duas horas de um dia e as cinco horas do dia seguinte;
II - perigoso, insalubre ou penoso;
Quanto ao local de trabalho, a CLT veda o trabalho do menor de 18 anos em locais que sejam prejudiciais
à sua moralidade.
#DEOLHONALEI - CLT
Art. 405. Ao menor não será permitido o trabalho:
II - em locais ou serviços prejudiciais à sua moralidade. (...)
§ 3º Considera-se prejudicial à moralidade do menor o trabalho:
a) prestado de qualquer modo em teatros de revista, cinemas, boates, cassinos, cabarés, dancings e estabeleci-
mentos análogos;
b) em empresas circenses, em funções de acrobata, saltim banco, ginasta e outras semelhantes;
c) de produção, composição, entrega ou venda de escritos, impressos, cartazes, desenhos, gravuras, pinturas,
emblemas, imagens e quaisquer outros objetos que possam, a juízo da autoridade competente, prejudicar sua
formação moral;
d) consistente na venda, a varejo, de bebidas alcoólicas.
#ATENÇÃO - O Juiz da Infância e Juventude poderá autorizar o trabalho do menor em teatro de revista,
cinema, análogos, bem como nas empresas circenses e semelhantes (hipóteses da alínea “a” e “b”) ou em
praças e logradouros públicos (art. 405, §2º da CLT), excepcionalmente, desde que, não causando nenhum
prejuízo a sua formação moral, incida em uma das duas exceções previstas no art. 406 da CLT:
2. se certifique ser a ocupação do menor indispensável à própria subsistência ou à de seus pais, avós ou
irmãos.
#TABELALOVERS
Por este motivo, o foco em provas da FCC é na legislação e no Código de Processo Civil. As súmulas tam-
bém não podem ser esquecidas, pois utilizadas em diversas questões.
No que tange ao perfil da FCC, com relação a Defensoria Pública, sabemos que os pontos em que mais se
concentram questões é o de PROCEDIMENTO COMUM e PROCESSOS NOS TRIBUNAIS.
Para a Defensoria, é importante focar em temas modernos e que tenham relação com a atuação do Defen-
sor Público, como por exemplo, a atuação da DP como “custus vulnerabilis”. #APOSTACICLOS #SANGUEVERDE
ASSUNTO Porcentagem
Processos nos Tribunais - Recursos e meios de im-
19,8%
pugnação
Provas 7,2%
Competência 3,6%
PONTO 1: Jurisdição e ação. 1.1 Conceito, natureza e características. 1.2 Condições da ação.
PONTO 6: Competência. 6.1 Em razão do valor e da matéria. 6.2 Competência funcional e territorial. 6.3
Modificações de competência e declaração de incompetência.
PONTO 25: MEDIAÇÃO: 25.1 Teoria do conflito e os mecanismos autocompositivos. 25.2 Técnicas de
negociação e mediação. Procedimentos, posturas, condutas e mecanismos aptos a obter a solução
conciliada dos conflitos. 25.3 Teoria dos Jogos. 25.4 Fundamentos de negociação. 25.5 Competências
autocompositivas. Qualidade em processos autocompositivos. 25.6 Panorama do processo de mediação.
25.7 A sessão de mediação. 25.8 A mediação e o processo judicial. 25.9 Lei nº 13.140 de 26 de junho de
2015.
No que tange ao ponto de jurisdição, vale a leitura em “rolagem automática” do seu material próprio ou FUC
02 (JURISDIÇÃO). Atente-se as páginas 8 a 12 e 36 a 40.
Quanto à competência, leitura somente da letra de lei e súmulas, quanto a esse tema #NÃOSABOTEASSÚ-
MULAS, pois a FCC adora cobrar a redação expressa dos enunciados, retirando ou inserindo uma expressão ou
palavra para tornar a questão certa ou errada.
Na parte da legislação, leitura dos arts. 16 a 25, 165 a 175 e 42 a 66 do CPC e leitura integral da Lei 13.140/15.
Art. 66
1. CARACTERÍSTICAS DA JURISDIÇÃO
- Substitutividade: Desde que o Estado assumiu para si a incumbência de, por meio da jurisdição, aplicar
a lei para solucionar os conflitos em caráter coercitivo, pode-se dizer que ele substituiu as partes na resolução dos
litígios para corresponder à exigência da imparcialidade. É a substituição das partes pelo Estado-juiz que permite
uma solução imparcial, muito mais adequada para a pacificação social.
- Definitividade: Somente as decisões judiciais adquirem, após certo momento, caráter definitivo, não po-
dendo mais ser modificadas.
- Inafastabilidade: A lei não pode excluir da apreciação do Poder Judiciário nenhuma lesão ou ameaça a
direito (CF, art. 5º, inciso XXXV). Mesmo que não haja lei que se possa aplicar, de forma específica, a determinado
caso concreto, o juiz não se escusa de julgar invocando lacuna (vedação ao non ligue).
- Inelegibilidades: A função jurisdicional só pode ser exercida pelo Poder Judiciário, não podendo haver
delegação de competência, sob pena de ofensa ao princípio constitucional do juiz natural.
- Inércia: Em regra, a jurisdição é inerte, isto é, ela não se mobiliza senão mediante provocação do inte-
ressado (Fundamentos: O Estado não pode transformar conflito individual em conflito social; a jurisdição forçada
sacrificaria meios alternativos de solução de conflitos; imparcialidade do juiz).
- Investidura: Só exerce jurisdição quem ocupa o cargo de juiz, tendo sido regularmente investido nessa
função por meio de concurso público ou de nomeação de ordem pública (pressuposto processual da própria exis-
tência do processo).
- Territorialidade: O princípio da aderência ao território diz respeito a uma forma de limitação do exercício
legítimo da jurisdição. O juiz devidamente investido de jurisdição só pode exercê-la dentro do território nacional,
como consequência da limitação da soberania do Estado brasileiro ao seu próprio território.
- Autotutela: Sacrifício integral do interesse de uma das partes envolvida no conflito em razão do exercício
da força pela parte vencedora. É excepcional. Como exemplos, é possível lembrar a legítima defesa (art. 188, I, do
CC); apreensão do bem com penhor legal (art. 1.467, I, do CC); desforço imediato no esbulho (art. 1.210, § 1.º, do
CC). Insta salientar que a autotutela é a única forma de solução alternativa de conflitos que pode ser amplamente
revista pelo Poder Judiciário.
a) Transação: Há um sacrifício recíproco de interesses, sendo que cada parte renuncia parcialmente de sua
pretensão para que se atinja a solução do conflito.
b) Renúncia: O titular do pretenso direito renuncia a este, fazendo desaparecer o direito pretendido e o
conflito.
c) Submissão/reconhecimento: O sujeito se submete à pretensão contrária, ainda que fosse legítima sua
resistência.
- Mediação: Fundada no exercício da vontade das partes. Na mediação, o mediador facilita o diálogo entre
as pessoas para que elas mesmas proponham soluções. Para conflitos subjetivos, nos quais exista relação entre os
envolvidos ou desejo de que tal relacionamento perdure, indica-se a mediação.
- Conciliação: O terceiro facilitador da conversa interfere de forma mais direta no litígio e pode sugerir
opções de solução para o conflito. Para conflitos objetivos, mais superficiais, nos quais não existe relacionamento
duradouro entre os envolvidos, aconselha-se o uso da conciliação.
- Arbitragem: É o acordo de vontades entre pessoas maiores e capazes que, preferindo não se submeter
à decisão judicial, confiam a árbitros a solução de litígios, desde que relativos a direitos patrimoniais disponíveis.
A decisão do árbitro é impositiva, o que significa que resolve o conflito independentemente da vontade das
partes.
3. JUSTIÇA MULTIPORTAS
#APOSTACICLOS:
O modelo multi-door justice, também chamado de sistema multiportas de justiça, constitui uma visão contempo-
rânea que sustenta que a mediação a conciliação e a arbitragem não são meios alternativos de solução de con-
flitos, mas que, na verdade, devem estar integrados à Jurisdição e, por isso, compõem um sistema de múltiplos
meios de solução de conflitos, de modo que as diferentes espécies de conflitos sociais encontrem solução no
ordenamento jurídico. Ante a integração de mediação e da conciliação como etapas do procedimento comum
no novo Código de Processo Civil, pode-se afirmar que a nova ordem processual civil brasileira adotou um sis-
tema multiportas de justiça.
4. CONCILIAÇÃO X MEDIAÇÃO
CONCILIAÇÃO MEDIAÇÃO
Art. 165, §3º - O mediador, que atuará preferencial-
Art. 165, §2º - O conciliador, que atuará preferen-
mente nos casos em que houver vínculo anterior
cialmente nos casos em que não houver vínculo
entre as partes, auxiliará aos interessados a compre-
anterior entre as partes, poderá sugerir soluções
ender as questões e os interesses em conflito, de modo
para o litígio, sendo vedada a utilização de qual-
que eles possam, pelo restabelecimento da comunica-
quer tipo de constrangimento ou intimidação para
ção, identificar, por si próprios, soluções consensuais
que as partes conciliem.
que gerem benefícios mútuos.
#DEOLHONAJURIS:
A declaração de nulidade da sentença arbitral pode ser pleiteada, judicialmente, por duas vias: a) ação declara-
tória de nulidade de sentença arbitral (art. 33, § 1º, da Lei nº 9.307/96); ou b) impugnação ao cumprimento de
sentença arbitral (art. 33, § 3º, da Lei nº 9.307/96). O § 1º do art. 33 verá que ele fala em um prazo de 90 dias
para ajuizar a ação declaração de nulidade. O § 3º do mesmo artigo não prevê prazo. Diante disso, indaga-se:
o prazo de 90 dias do § 1º do art. 33 também se aplica para a hipótese do § 3º? A impugnação ao cumprimento
de sentença arbitral também deve ser apresentada no prazo de 90 dias? Depende: • se a parte executada quiser
alegar algum dos vícios do art. 32 da Lei nº 9.307/96: ela possui o prazo de 90 dias. Assim, se já tiver se passado
90 dias da notificação da sentença, ela não poderá apresentar impugnação alegando um dos vícios do art. 32.
• mesmo que já tenha se passado o prazo de 90 dias, a parte ainda poderá alegar uma das matérias do § 1º
do art. 525 do CPC. STJ. 3ª Turma. REsp 1900136/SP, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 06/04/2021 (Info 691).
8. CONEXÃO E CONTINÊNCIA
CONEXÃO
Requisitos: mesma causa de pedir ou pedido (art. 55)
Efeito: reunião dos processos para decisão conjunta, salvo se um deles já houver sido sentenciado (§1º)
Exemplos: Execução de título extrajudicial e ação de conhecimento relativa ao mesmo ato jurídico (art. 55, §2º,
I); e execuções fundadas no mesmo título executivo (art. 55, §2º, II).
Atenção: serão reunidos para julgamento conjunto processos que possam gerar risco de prolação de decisões
conflitantes ou contraditórias, caso decididos separadamente, mesmo sem conexão entre eles (art. 55, §3º).
Duas hipóteses: a) mesma relação jurídica está sendo discutida. Ex: ação de despejo por falta de pagamento
e ação de consignação em pagamento dos mencionados aluguéis; b) diversas relações jurídicas estão sendo
discutidas, mas entre elas há um vínculo de prejudicialidade ou preliminaridade. Ex: investigação de paterni-
dade e alimentos.
CONTINÊNCIA:
Requisitos: mesmas partes e causa de pedir, mas o pedido de uma ação é mais amplo e abrange o das demais
(art. 56). Exemplo: na ação A, pede-se anulação de contrato e, na ação B, anulação de uma das cláusulas do
mesmo contrato. A ação A (continente) engloba a ação B (contida).
#CEREJADOBOLO: A continência é exemplo de conexão:
Ação continente (maior) proposta antes da ação Ação contida (menor) proposta antes da ação conti-
contida (menor): será proferida sentença sem exame nente (maior): as ações serão necessariamente reu-
do mérito da contida (menor). nidas.
PONTO 2: Partes e procuradores. 2.1 Capacidade processual e postulatória. 2.2 Deveres e substituição
das partes e procuradores.
PONTO 3: Litisconsórcio e assistência.
PONTO 4: Intervenção de terceiros. 4.1 Oposição, nomeação à autoria, denunciação à lide e chamamento
ao processo.
PONTO 5: Prerrogativas processuais da Defensoria Pública.
Essa é uma das partes mais importantes do edital, pois traz assuntos relativos à atuação da Defensoria Pú-
blica.
Não se preocupem, o ponto 5 será mais bem visto na matéria de princípios institucionais.
#ATENÇÃO Não deixe de ler o Informativo 657 que traz tudo sobre a atuação da Defensoria Pública no
papel de “custos vulnerabilis”. #APOSTACICLOS #NÃOFAÇAAPROVASEMLER
1. LITIGÂNCIA DE MÁ-FÉ
A litigância de má-fé consiste na qualificação jurídica da conduta, legalmente sancionada, daquele que atua
em juízo convencido de não ter razão, com ânimo de prejudicar o adversário ou terceiro, ou criar obstáculos ao
exercício do seu direito.
A sanção processual que objetiva o combate à litigância de má-fé tem caráter reparatório, sendo revertida
em favor da parte contrária.
Assinala-se ainda que o rol do art. 80 não é taxativo, ou seja, as condutas consideradas como litigância de
má-fé não estão previstas apenas no art. 80, podendo também ser encontradas em outros artigos do CPC, como
exemplos: art. 77, I, II e III; art. 702, §§ 10 e 11; art. 536, § 3º.
Em relação ao quantum da multa, a litigância de má-fé, independentemente da conduta, será sempre san-
cionada com multa em valor superior a 1% e inferior a 10% do valor corrigido da causa, ou em até 10 vezes o valor
do salário-mínimo nos casos em que o valor da causa for irrisório:
Art. 81. De ofício ou a requerimento, o juiz condenará o litigante de má-fé a pagar multa, que deverá ser superior
a um por cento e inferior a dez por cento do valor corrigido da causa, a indenizar a parte contrária pelos pre-
juízos que esta sofreu e a arcar com os honorários advocatícios e com todas as despesas que efetuou.
§ 1º Quando forem 2 (dois) ou mais os litigantes de má-fé, o juiz condenará cada um na proporção de seu respec-
tivo interesse na causa ou solidariamente aqueles que se coligaram para lesar a parte contrária.
§ 2º Quando o valor da causa for irrisório ou inestimável, a multa poderá ser fixada em até 10 (dez) vezes o valor
do salário-mínimo.
§ 3º O valor da indenização será fixado pelo juiz ou, caso não seja possível mensurá-lo, liquidado por arbitramento
ou pelo procedimento comum, nos próprios autos.
Considera-se ato atentatório à dignidade da jurisdição todo e qualquer comportamento, comissivo ou omis-
sivo, que possa atrapalhar, retardar, tentar fraudar ou fraudar, reduzir a respeitabilidade e a importância social do
sistema judiciário.
As condutas caracterizadas como ato atentatório são sancionadas por multa revertidas em favor do Estado,
por ser o Poder Judiciário o diretamente prejudicado.
Isso porque não se prejudica diretamente a parte contrária, mas antes o Estado (Poder Judiciário), posto que
a prática do ato atentatório impede que o judiciário realize a sua devida atuação e aplique o direito ao processo.
As condutas consideradas como ato atentatório à dignidade da justiça estão espalhadas pelo Código de
Processo Civil, como exemplos: art. 77, incisos IV e VI; art. 100, parágrafo único; art. 161, parágrafo único; art. 334,
§ 8º; art. 903, § 6º.
Em relação ao valor da multa, o quantum difere dependendo da conduta praticada. Vejamos exemplos:
Art. 77, CPC: Além de outros previstos neste Código, são deveres das partes, de seus procuradores e de todos
aqueles que de qualquer forma participem do processo:
[...] IV - cumprir com exatidão as decisões jurisdicionais, de natureza provisória ou final, e não criar embaraços à
sua efetivação;
[...] VI - não praticar inovação ilegal no estado de fato de bem ou direito litigioso.
§ 2º A violação ao disposto nos incisos IV e VI constitui ato atentatório à dignidade da justiça, devendo o juiz, sem
prejuízo das sanções criminais, civis e processuais cabíveis, aplicar ao responsável multa de até vinte por cento do
valor da causa, de acordo com a gravidade da conduta.
Art. 334, § 8º O não comparecimento injustificado do autor ou do réu à audiência de conciliação é considerado ato
atentatório à dignidade da justiça e será sancionado com multa de até dois por cento da vantagem econômica
pretendida ou do valor da causa, revertida em favor da União ou do Estado.
Observa-se nos exemplos acima, que a violação das condutas estabelecidas nos incisos IV e VI do art. 77 do
CPC é sancionada com multa de até 20% do valor da causa, enquanto à conduta do § 8º do art. 334 é aplicada
multa de até 2% do valor da causa.
Ou seja, o legislador previamente fixou os percentuais da multa para cada conduta, que, dependendo do
caso e da gravidade do ato, poderá ser arbitrada no mínimo ou no máximo estabelecido na lei, a critério do jul-
gador.
#OLHAAEXCEÇÃO: O art. 774 e art. 903, § 6º do CPC, embora disponham condutas classificadas como ato
atentatório à dignidade da justiça, não são revertidas em favor do Estado, mas sim do exequente.
No rol das intervenções de terceiros típicas (previstas na lei), houve considerável alteração na nova legislação
processual civil, ao passo que a oposição e a nomeação à autoria não são mais consideradas modalidades
interventivas, bem como que foram inseridas duas novas categorias:
CPC/1973 CPC/2015
5. CHAMAMENTO AO PROCESSO
Nas ações para fornecimento de medicamentos, apesar de a obrigação ser solidária entre Municípios,
Estados e União, caso o autor tenha proposto a ação apenas contra o Estado-membro, não cabe o chamamento
ao processo da União, medida que apenas iria protelar a solução da causa. STJ. 1ª Seção. REsp 1203244-SC, Rel.
Min. Herman Benjamin, julgado em 9/4/2014 (Recurso Repetitivo - Tema 686) (Info 539).
#OLHAOGANCHO:
6. ASSISTÊNCIA
7. CUSTOS VULNERABILIS
#APOSTACICLOS:
Na definição de Maurílio Casas Maia, maior especialista sobre o tema no Brasil, ‘custos vulnerabilis’ representa
uma forma interventiva da Defensoria Pública em nome próprio e em prol de seu interesse institucional (cons-
titucional e legal) – atuação essa subjetivamente vinculada aos interesses dos vulneráveis e objetivamente aos
direitos humanos – representando a busca democrática do progresso jurídico-social das categorias mais vulne-
ráveis no curso processual e no cenário jurídico-político” (Legitimidades institucionais no Incidente de Resolução
de Demandas Repetitivas (IRDR) no Direito do Consumidor: Ministério Público e Defensoria Pública: similitudes &
distinções, ordem & progresso. Revista dos Tribunais. vol. 986. ano 106. págs. 27-61. São Paulo: Ed. RT, dezembro
2017, p. 45).
A intervenção defensorial como custos vulnerabilis tem o objetivo de trazer, para os autos, argumentos,
documentos e outras informações que reflitam o ponto de vista das pessoas vulneráveis, permitindo que o juiz
ou tribunal tenha mais subsídios para decidir a causa. É uma atuação da Defensoria Pública para que a voz dos
vulneráveis seja amplificada.
Este pedido poderá ser feito: • pela parte; ou • pelo Ministério Público (quando lhe couber intervir no pro-
cesso).
Art. 185. A Defensoria Pública exercerá a orientação jurídica, a promoção dos direitos humanos e a defesa dos
direitos individuais e coletivos dos necessitados, em todos os graus, de forma integral e gratuita.
Art. 186. A Defensoria Pública gozará de prazo em dobro para todas as suas manifestações processuais.
§ 1o O prazo tem início com a intimação pessoal do defensor público, nos termos do art. 183, § 1o.
§ 2o A requerimento da Defensoria Pública, o juiz determinará a intimação pessoal da parte patrocinada
quando o ato processual depender de providência ou informação que somente por ela possa ser realizada
ou prestada.
§ 3o O disposto no caput aplica-se aos escritórios de prática jurídica das faculdades de Direito reconhecidas na
forma da lei e às entidades que prestam assistência jurídica gratuita em razão de convênios firmados com a
Defensoria Pública.
§ 4o Não se aplica o benefício da contagem em dobro quando a lei estabelecer, de forma expressa, prazo próprio
para a Defensoria Pública.
Art. 187. O membro da Defensoria Pública será civil e regressivamente responsável quando agir com dolo ou
fraude no exercício de suas funções.
PONTO 7: O juiz.
PONTO 8: Atos processuais. 8.1 Forma dos atos. 8.2 Prazos. 8.3 Comunicação dos atos. 8.4 Nulidades.
PONTO 9: Formação, suspensão e extinção do processo.
PONTO 10: Processo e procedimento. 10.1 Procedimentos ordinário e sumário.
PONTO 11: Procedimento ordinário. 11.1 Petição inicial. 11.2 Requisitos, pedido e indeferimento.
PONTO 12: Resposta do réu. 12.1 Contestação, exceções e reconvenção.
PONTO 13: Revelia.
PONTO 14: Julgamento conforme o estado do processo.
PONTO 16: Audiência. 16.1 Conciliação, instrução e julgamento.
PONTO 17: Sentença e coisa julgada.
PONTO 23: Procedimentos especiais. 23.1 Mandado de segurança e ação de improbidade administrativa.
No ponto7,8 e 9, cabe uma leitura rápida do seu material próprio ou da FUC 04 (TEORIA DA AÇÃO) e FUC
05 (PRESSUPOSTOS PROCESSUAIS).
Quanto ao ponto 8, leitura somente dos artigos do Código de Processo Civil. #ATENÇÃO #INOVAÇÃO-
LEGISLATIVA muito cuidado com as alterações realizadas pela lei 14.195/21, pois provocou diversas disposições
relacionadas a esse tema. Atenção as modificações dos arts. 231 (#APOSTACICLOS) 238, 246, 247.
O ponto 10 é muito importante para as provas da FCC de uma maneira geral. O ponto 23 também englo-
bou os procedimentos especiais, o que torna o tema ainda mais importante.
Nesse tópico, se houver tempo sobrando, vale a leitura do material próprio ou da FUCS 08 (PETIÇÃO
INCIAL E AUDIÊNCIA DE CONCILIAÇÃO) 09 (RESPOSTAS DO RÉU E IMPEDIMENTO E SUSPEIÇÃO DO JUIZ) ,10
(PROVIDÊNCIAS PRELIMINARES E JULGAMENTO CONFORME O ESTADO DO PROCESSO), 13 (SENTENÇA, COISA
JULGADA E REMESSA NECESSÁRIA) e 22 (NEGÓCIOS JURÍDICOS PROCESSUAIS E PROCEDIMENTOS ESPECIAIS).
Caso não tenha, foque somente nos arts. da letra de lei.
#DEOLHONALEI A grande cobrança desse ponto é o estudo da lei seca. Porém, sempre que estiver indicado
um informativo ao lado do art. fique ligado no julgado, pois pode cair algo relacionado com o artigo de letra de
lei. #CONFIANAPROF
Na parte da legislação, leitura dos arts. 188 a 275; 291 a 293 e 319 a 368; 485 a 512 e 539 a 770 do Código
de Processo Civil.
Art. 491 (Info 634) Art. 494, I Art. 496 (Info 658)
No que tange a legislação de procedimentos especiais vamos separá-las para melhor organização e com-
preensão porque nosso aluno ciclos merece. #SÓOCICLOSSALVA
Art. 562
Art. 698
Art. 733
Art. 735
Art. 743
Art. 760
As ações de Mandado de segurança e de improbidade administrativa serão mais bem vistas em Constitucio-
nal e Administrativo.
1. TEORIA DA ASSERÇÃO
As condições da ação, segundo a teoria da asserção, são aferidas pelo julgador com os elementos afirmados
pelo autor na petição inicial, sem desenvolvimento cognitivo. É um juízo de cognição sumária, uma vez que, ao
aprofundar a matéria, o juiz adentraria o mérito.
2. CURADOR ESPECIAL
Art. 72. O juiz nomeará curador especial ao:
I - Incapaz, se não tiver representante legal ou se os interesses deste colidirem com os daquele, enquanto
durar a incapacidade;
II - Réu preso revel, bem como ao réu revel citado por edital ou com hora certa, enquanto não for constituído
advogado.
Parágrafo único. A curatela especial será exercida pela Defensoria Pública, nos termos da lei.
3. PRECLUSÃO
Espécies de preclusão:
Preclusão temporal: Refere-se à impossibilidade de certo sujeito praticar determinado ato, dada a circuns-
tância de já haver sido esgotado o prazo para que o ato seja praticado. Ela se dá, pois, quando a parte deixa de
exercitar um poder processual no prazo para tanto estipulado, ficando, por isto, impossibilitada de exercitá-lo. É
fruto da inércia da parte. Exemplo: perda do prazo para recorrer.
Preclusão lógica: Refere-se à impossibilidade de certo sujeito praticar determinado ato, dada a circunstância
de outro ato, incompatível com o ato que ele quer praticar, haver sido anteriormente levado a cabo por ele pró-
prio. Exemplo: sujeito que pratica ato incompatível com o direito de recorrer, não pode posteriormente apresentar
recurso.
Preclusão consumativa: Refere-se à impossibilidade de certo sujeito praticar determinado ato, dada a cir-
cunstância de haver ele praticado um ato anterior que esgotou os efeitos do ato que ele quer praticar. Exemplo:
sujeito que já apelou de sentença, não pode apelar novamente da mesma decisão, já que o primeiro recurso es-
gotou os efeitos do primeiro.
Os membros da Defensoria Pública também gozarão de prazo em dobro para todas as suas manifestações
processuais, cuja contagem se iniciará de sua intimação pessoal, feita por carga, remessa ou meio eletrônico (arts.
186, caput e § 1º, e 183, § 1º). Essa prerrogativa aplica-se aos escritórios de prática jurídica das faculdades de Direito
reconhecidas na forma da lei e às entidades que prestam assistência jurídica gratuita em razão de convênios firma-
dos com a Defensoria Pública (art. 186, § 3º).
5. INDEFERIMENTO DA INICIAL
Art. 330. A petição inicial será indeferida quando:
I - for inepta;
II - a parte for manifestamente ilegítima;
III - o autor carecer de interesse processual;
IV - não atendidas as prescrições dos arts. 106 e 321 .
6. INTERDITOS POSSESSÓRIOS
a) Esbulho: pressupõe que a vítima seja desapossada do bem, que o perca para o autor da agressão. Cabível
a ação de reintegração de posse.
b) Turbação: pressupõe a prática de atos materiais concretos de agressão à posse, mas sem desapossamen-
to da vítima. Cabível a ação de manutenção de posse.
c) Ameaça: não há atos materiais concretos, mas o agressor manifesta a intenção de consumar a agressão.
Cabível o interdito proibitório.
7. INVENTÁRIO E PARTILHA
O art. 610, § 1º, do CPC autoriza que o inventário e a partilha sejam feitos sem a instauração de processo,
por escritura pública, desde que todos os interessados estejam de acordo, e não haja incapazes, nem testamento.
Ou seja, são casos em que o inventário pode ser feito por escritura pública, dispensando-se o inventário judicial.
REQUISITOS:
a) Consenso
Contudo, ainda que o inventário e a partilha sejam feitos por escritura, é indispensável que todos estejam
assistidos por advogado ou defensor público, que pode ser comum ou não, nos termos do § 2º do art. 610.
8. EMBARGOS DE TERCEIRO
Os embargos de terceiro são a ação atribuída àquele que não é parte, para fazer cessar a constrição judicial
que indevidamente recaiu sobre bens do qual é proprietário ou possuidor.
Requisitos de admissibilidade:
- Que sejam interpostos por terceiro que invoque a condição de proprietário ou possuidor
9. AÇÕES DE FAMÍLIA
Dispõe o art. 694 do CPC que nas ações de família todos os esforços serão empreendidos para a solução
consensual da controvérsia, devendo o juiz dispor do auxílio de profissionais de outras áreas de conhecimento para
a mediação e conciliação. O mandado de citação virá desacompanhado de cópia da petição inicial, tendo a ideia
de que, sem o conhecimento do que consta na inicial, o réu possa comparecer com o espírito desarmado para
audiência, o que poderia facilitar a conciliação.
PONTO 15: Provas. 15.1 Ônus da prova. 15.2 Depoimento pessoal. 15.3 Confissão. 15.4 Provas documental
e testemunhal.
PONTO 22: Processo cautelar e medidas cautelares. 22.1 Disposições gerais. 22.2 Procedimentos
cautelares específicos (arresto, sequestro, busca e apreensão). 22.3 Exibição e produção antecipada de
provas.
Ponto de pouca incidência em provas, porém já foi cobrado em provas da FCC o tema de teoria geral da pro-
va. Então, não custa nada dar uma lida rápida na FUCS 11 (TEORIA GERAL DA PROVA) e 12 (PROVAS EM ESPÉCIE).
Os destaques desses assuntos são: ônus da prova, produção antecipada da prova, prova testemunhal e pe-
ricial.
2. CLASSIFICAÇÕES
a) Prova direta: Mantém uma relação imediata/direta com o fato probando. Na análise da prova direta, ob-
tém-se automaticamente o fato que se deseja provar (Ex.: recibo, instrumento contratual, etc.).
b) Prova indireta: Há demonstração de fato distinto do que se deseja provar, mas que, por questão lógica,
chega-se a ele. São indícios, rastros (Ex.: derrapada na pista é indício de alta velocidade).
Em regra, não se prova o direito propriamente dito, pois adotamos o princípio do jura novit curia, ou seja, o
juiz conhece o direito. Contudo, a parte que alegar direito municipal, estadual, estrangeiro ou consuetudiná-
rio provar-lhe-á o teor e a vigência, se assim o juiz determinar.
I - notórios;
- Prova legal ou tarifada: A própria lei estabelece o valor da prova. O juiz é um mero operador matemático.
No Brasil, temos resquícios desse modelo, mas não é a regra.
Art. 406. Quando a lei exigir instrumento público como da substância do ato, nenhuma outra prova, por mais
especial que seja, pode suprir-lhe a falta.
- Convencimento puro (ou convicção íntima): O julgador interpreta a prova da maneira que quiser, sem
necessidade de motivação. Era o sistema utilizado na Idade Média pelos reis. Também não é a regra, mas há res-
quícios. Ex: Tribunal do Júri.
- (Livre) convencimento motivado (ou persuasão racional): O juiz tem a possibilidade de, sem amarras
legais, valorar a prova. Contudo, para mostrar que a valoração é racional, o juiz precisa expor as razões do seu
convencimento (art. 489, §1º). A razoabilidade é o limite da atuação do juiz.
6. ÔNUS DA PROVA
Sua função é indicar qual dos litigantes sofrerá as consequências negativas advindas da falta de comprova-
ção.
Em regra, aplica-se a distribuição estática do ônus da prova, ou seja, ao autor incumbe o ônus da prova
quanto ao fato constitutivo de seu direito, e ao réu, quanto à existência de fato impeditivo, modificativo ou extintivo
do direito do autor.
• Convencional: A distribuição diversa do ônus da prova também pode ocorrer por convenção das partes,
salvo quando recair sobre direito indisponível da parte ou quando tornar excessivamente difícil a uma parte
o exercício do direito.
• Judicial: quando houver lei que a autorize ou em razão das peculiaridades da causa relacionadas à im-
possibilidade ou à excessiva dificuldade de cumprir o encargo nos termos do caput, do art. 373 ou à maior
facilidade de obtenção de prova.
8. PROVA DIABÓLICA
PROVA DIABÓLICA é aquela extremamente difícil ou mesmo impossível de ser produzida pela parte. O
maior exemplo é a chamada prova de fato negativo, ex.: na ação de usucapião, o autor ter de provar que não é
proprietário de nenhum imóvel no território nacional; para isso, deveria ter de percorrer todos os cartórios de re-
gistro de imóveis do Brasil na busca de certidões negativas.
Este tipo de prova, portanto, não pode ser exigido no processo. Em uma ação de usucapião, por exemplo, o
autor não precisa comprovar que não possui outro imóvel no Brasil; este fato é presumido, até prova em contrário.
Todavia, caso o fato negativo seja delimitado no tempo e no espaço, seria possível de se exigir a sua prova; ex.:
comprovar que não é titular de nenhum imóvel em determinado município.
a) PROVA UNILATERALMENTE DIABÓLICA: aquela impossível ou de dificílima produção para uma das
partes, mas perfeitamente possível à outra;
b) PROVA BILATERALMENTE DIABÓLICA: aquela impossível ou de dificílima solução para ambas as partes,
por isso também é chamada de “situação de inesclarecibilidade”.
#AJUDAMARCINHO:
A prova pode ser emprestada mesmo que a parte contra a qual será utilizada não tenha participado do processo
originário onde foi produzida? Ex.: no processo 1, foi produzida determinada prova. Em uma ação de “A” contra
“B” (processo 2), “A” deseja trazer essa prova emprestada. Ocorre que “B” não participou do processo 1. Será pos-
sível trazer essa prova mesmo assim? SIM. É admissível, assegurado o contraditório, a prova emprestada vinda de
processo do qual não participaram as partes do processo para o qual a prova será trasladada. A prova empres-
tada não pode se restringir a processos em que figurem partes idênticas, sob pena de se reduzir excessivamente
sua aplicabilidade sem justificativa razoável para isso.
Quando se diz que deve assegurar o contraditório, significa que a parte deve ter o direito de se insurgir contra
a prova trazida e de impugná-la. STJ. Corte Especial. EREsp 617428-SP, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em
4/6/2014 (Info 543).
Pessoal, na última prova esse ponto não foi cobrado, mas execução e cumprimento de sentença costumam
ter uma incidência razoável em provas de defensoria.
Nesse tema, leitura em “rolagem automática” das FUCS 20 (PROCESSO DE EXECUÇÃO) e 21 (LIQUIDAÇÃO
E CUMPRIMENTO DE SENTENÇA).
A boa e a má notícia é que o mais costuma cair em provas da FCC é a literalidade da lei! #FOCANALETRA-
DELEI
Na parte da legislação, leitura dos arts. 513 a 538 e 771 a 925 do CPC.
Art. 513 Art. 515 (Info 599) Art. 516 (Info 663)
Art. 521 Art. 523 (Info 619/663/636) Art. 525 (Info 671)
1. OBRIGAÇÃO ALIMENTAR
Art. 528. No cumprimento de sentença que condene ao pagamento de prestação alimentícia ou de decisão
interlocutória que fixe alimentos, o juiz, a requerimento do exequente, mandará intimar o executado pessoal-
mente para, em 3 (três) dias, pagar o débito, provar que o fez ou justificar a impossibilidade de efetuá-lo.
§ 1º Caso o executado, no prazo referido no caput, não efetue o pagamento, não prove que o efetuou ou não
apresente justificativa da impossibilidade de efetuá-lo, o juiz mandará protestar o pronunciamento judicial, apli-
cando-se, no que couber, o disposto no art. 517.
§ 2º Somente a comprovação de fato que gere a impossibilidade absoluta de pagar justificará o inadimplemento.
§ 3º Se o executado não pagar ou se a justificativa apresentada não for aceita, o juiz, além de mandar protestar
o pronunciamento judicial na forma do § 1º, decretar-lhe-á a prisão pelo prazo de 1 (um) a 3 (três) meses.
§ 4º A prisão será cumprida em regime fechado, devendo o preso ficar separado dos presos comuns.
§ 5º O cumprimento da pena não exime o executado do pagamento das prestações vencidas e vincendas.
§ 6º Paga a prestação alimentícia, o juiz suspenderá o cumprimento da ordem de prisão.
§ 7º O débito alimentar que autoriza a prisão civil do alimentante é o que compreende ATÉ as 3 (três)
prestações anteriores ao ajuizamento da execução e as que se vencerem no curso do processo.
§ 8º O exequente pode optar por promover o cumprimento da sentença ou decisão desde logo, nos termos do
disposto neste Livro, Título II, Capítulo III, caso em que não será admissível a prisão do executado, e, recaindo
a penhora em dinheiro, a concessão de efeito suspensivo à impugnação não obsta a que o exequente levante
mensalmente a importância da prestação.
§ 9º Além das opções previstas no art. 516, parágrafo único, o exequente pode promover o cumprimento da sen-
tença ou decisão que condena ao pagamento de prestação alimentícia no juízo de seu domicílio.
O CPC/15 autoriza de um modo geral o protesto dos títulos judiciais relacionados à obrigação de pagar
quantia: CPC, art. 517: “A decisão judicial transitada em julgado poderá ser levada a protesto, nos termos da lei, de-
pois de transcorrido o prazo para pagamento voluntário previsto no art. 523” – de acordo com a Lei n. 9.492/97, o
protesto é gratuito para o credor, mas o devedor deverá arcar com os emolumentos.
→ Observações:
O rol do CPC, art. 515 é taxativo, mas existe uma exceção no capítulo que trata da monitória: CPC, art. 701,
§ 2º: “Constituir-se-á de pleno direito o título executivo judicial, independentemente de qualquer formalidade, se
não realizado o pagamento e não apresentados os embargos previstos no art. 702, observando-se, no que couber,
o Título II do Livro I da Parte Especial”.
Em regra, o cumprimento de sentença é feito nos mesmos autos do processo de conhecimento, no modelo
do processo sincrético. O local do cumprimento de sentença é o local da ação, mas há exceções.
Há exceções:
Legais: causas que existem em qualquer processo e que estão previstas no art. 43 do CPC:
Extinção da unidade.
Voluntárias: São cinco opções: quatro gerais e uma especial (cumprimento de sentença de alimentos). Veja
artigos 516, parágrafo único e 528, § 9º do CPC.
Gerais:
Jurisprudenciais: O cumprimento de sentença poderá ser feito no domicílio de determinadas partes hi-
possuficientes. A competência será alterada, por exemplo, em prol de idosos, ou de menores, etc.
5. CUMPRIMENTO PROVISÓRIO
Trata-se da possibilidade de permitir que a parte possa, na pendência de um recurso, dar início ao cumpri-
mento de sentença.
Hipóteses:
– Títulos judiciais sujeitos a recurso sem efeito suspensivo (CPC, arts. 520 e 995)
– Decisões relacionadas à antecipação de tutela provisória (arts. 297, parágrafo único e 519 do CPC).
Obs1: Títulos extrajudiciais: a execução é sempre definitiva (fim dos artigos 587 e 739-A do CPC/73) (resta-
belecimento da Súmula 317 STJ).
Obs2:É possível a execução provisória de obrigação de fazer/não fazer contra a Fazenda Pública, mas não é
possível para a obrigação de pagar (CF, art. 100). Afinal, o precatório só pode ser levantado após a sentença tran-
sitar em julgado.
6. CUMPRIMENTO DE SENTENÇA
#SELIGANASÚMULA:
Súmula 517-STJ: São devidos honorários advocatícios no cumprimento de sentença, haja ou não impugnação,
depois de escoado o prazo para pagamento voluntário (15 dias), que se inicia após a intimação do advogado da
parte executada.
Súmula 519-STJ: Na hipótese de rejeição da impugnação ao cumprimento de sentença, não são cabíveis hono-
rários advocatícios.
7. PRINCÍPIOS
O princípio da máxima efetividade é uma proposta política-processual do Código de Processo Civil (do
novo e do antigo). A proposta é que a execução se dá em benefício do credor e, portanto, todas as regras do
CPC relacionadas à execução devem ser interpretadas em favor do credor, pois ele é o detentor do título executivo
(presume-se que esteja correto).
O princípio do menor sacrifício somente incidirá após o atendimento à regra da máxima efetividade. Art.
805, “caput”: “Quando por vários meios o exequente puder promover a execução, o juiz mandará que se faça pelo
modo menos gravoso para o executado”.
8. IMPENHORABILIDADE
O art. 5º, XXVI, da CF/88 e o art. 833, VIII, do CPC preveem que é impenhorável a pequena propriedade rural,
assim definida em lei, desde que trabalhada pela família. Assim, para que o imóvel rural seja impenhorável, são
necessários dois requisitos: 1) que seja enquadrado como pequena propriedade rural, nos termos definidos pela
lei; e 2) que seja trabalhado pela família. Quem tem o encargo de provar esses requisitos? Quem tem o en-
cargo de provar os requisitos da impenhorabilidade da pequena propriedade rural?
3ª Turma do STJ: o devedor. Para o reconhecimento da impenhorabilidade, o devedor tem o ônus de compro-
var que além de pequena, a propriedade destina-se à exploração familiar. STJ. 3ª Turma. REsp 1843846/MG, Rel.
Min. Nancy Andrighi, julgado em 02/02/2021. STJ. 3ª Turma. REsp 1913236/MT, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado
em 16/03/2021 (Info 689).
4ª Turma do STJ: • Requisito 1: comprovar que o imóvel se trata de pequena propriedade rural: trata-se de
ônus do executado (devedor). • Requisito 2: comprovar que a propriedade rural é trabalhada pela família: não
é necessário que o executado faça prova disso. Existe uma presunção juris tantum (relativa) de que a pequena
propriedade rural é trabalhada pela família. STJ. 4ª Turma. REsp 1408152-PR, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, julga-
do em 1/12/2016 (Info 596). STJ. 4ª Turma. AgInt no REsp 1826806/RS, Rel. Min. Antonio Carlos Ferreira, julgado
em 23/03/2020.
O inadimplemento é uma situação de fato (e não de direito), em que uma pessoa tem um título executivo
judicial ou extrajudicial e o devedor, provocado, não cumpre sua obrigação.
Diferentemente do inadimplemento, que é uma situação de fato externa ao título, o título executivo é uma
situação de direito, pois depende de o indivíduo possuir o título, regulamentado em lei, para propor a execução. A
previsão dos títulos executivos extrajudiciais está contida nos artigos 783 e 784.
CERTEZA (quem deve, para quem deve, como deve e o que deve)
- Objeção/exceção de executividade (CPC, art. 803, parágrafo único): É plenamente possível ao devedor
apresentar a qualquer tempo a exceção de pré-executividade ou objeção de executividade (esta terminologia é
mais adequada, pois objeção é matéria que o juiz pode conhecer de ofício).
- Embargos à execução (CPC, arts. 914 a 920): Constituem o meio de defesa por excelência na execução
fundada em título extrajudicial. Não são um incidente da execução, mas uma ação autônoma vinculada à execução,
destinada a permitir que o executado apresente as defesas que tiver. Embora sejam ação autônoma e constituam
processo autônomo, estão estreitamente vinculados à execução, não sendo possível opô-los, senão para permitir
ao executado defender-se.
#ATENÇÃO:
Enquanto nos embargos à execução a cognição é ampla, ou seja, a defesa pode discutir qualquer questão, na
impugnação ao cumprimento de sentença a cognição é restrita, só podendo alegar as matérias previstas no art.
525, §1º, do CPC.
PONTO 12: Normas processuais civis e medidas tutelares: 12.1. No Estatuto da Criança e Adolescente;
12.2. No Estatuto do Idoso; 12.3. No Estatuto das Cidades; 12.4. Na Lei de Proteção e Defesa aos Portadores
de Deficiência; 12.5. No Código de Defesa aos Consumidores. 12.6. Na Lei de violência doméstica.
Esse ponto trata de normas processuais presentes em algumas leis especiais! Estudem pelo material próprio
de vocês, enfatizando os pontos específicos, dentro do material dessas leis, referente aos procedimentos no âmbito
cível.
Não se preocupe se você não tem um material específico para cada uma dessas leis. A cobrança é basica-
mente a letra da lei referente aos procedimentos previstos na legislação esparsa! Por isso, nossa #RAPIDINHA será
especial, mapeando os dispositivos que vocês precisam ficar ligados em cada uma dessas leis!
A previsão dos procedimentos do ECA está entre os artigos 152 a 197-F e a proteção judicial dos interesses
individuais, difusos e coletivos se encontra entre os artigos 208 a 224.
#ATENÇÃO:
Fiquem ligados especialmente nos procedimentos de perda e suspensão do poder familiar, destituição da tutela,
colocação em família substituta, habilitação de pretendentes à adoção e a proteção judicial dos interesses indi-
viduais, difusos e coletivos.
2. PRAZOS
#ALERTAMÁXIMO:
O §2º do artigo 152 do ECA é campeão de incidência nas provas neste ponto!
Art. 152, § 2º Os prazos estabelecidos nesta Lei e aplicáveis aos seus procedimentos são contados em dias corri-
dos, excluído o dia do começo e incluído o dia do vencimento, vedado o prazo em dobro para a Fazenda Pública
e o Ministério Público. (Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017)
- os procedimentos são contados em dias corridos, ou seja, não se aplica a previsão de dias úteis do CPC
- a vedação dos prazos em dobro se refere apenas à Fazenda Pública e ao Ministério Público. Ou seja, a
Defensoria Pública não se enquadra na vedação, podendo ter seus prazos contados em dobro, mesmo nos proce-
dimentos do ECA! #DPLOVERS #SANGUEVERDE
Atenção especial aos seguintes artigos: 69, 70, 71, 75, 77, 79 a 92.
#OBS: faz menção ao procedimento sumário, o qual foi extinto pelo CPC/15.
4. PRIORIDADE DE TRAMITAÇÃO
O art. 71 do Estatuto do Idoso prevê a prioridade dos idoso na tramitação dos processos e procedimentos e
na execução dos atos e diligências judiciais... Neste ponto, importante frisar que a chamada “super prioridade”, ou
seja, uma prioridade especial aos maiores de 80 anos, se estende à tramitação dos processos judiciais.
Observem que o §3º estabelece que essa prioridade se estende ao atendimento preferencial junto à Defen-
soria Pública da União, dos Estados e do Distrito Federal, em relação aos Serviços de Assistência Judiciária.
Já que estamos falando na Defensoria Pública, tenham cuidado com o art. 81 do Estatuto do Idoso! Ele trata
dos legitimados ativos para o ajuizamento de ações cíveis fundadas em interesses difusos, coletivos, individuais
indisponíveis ou homogêneos. Todavia, não há previsão expressa da Defensoria Pública.
Na prova objetiva, caso seja perguntado a respeito dessa legitimidade ativa da DP de acordo com a litera-
lidade do Estatuto do Idoso, de fato não está prevista. Mas atentem que a legitimidade da DP pode ser extraída
de outras normas que tutelam os direitos coletivos, especialmente a Lei da Ação Civil Pública, em atenção ao Mi-
crossistema de Processo Coletivo e, especial, por serem os idosos grupo vulnerável o que enseja a atuação da DP.
#AJUDAMARCINHO:
A Defensoria Pública tem legitimidade para propor ação civil pública em defesa de interesses in-
dividuais homogêneos de consumidores idosos que tiveram plano de saúde reajustado em razão
da mudança de faixa etária, ainda que os titulares não sejam carentes de recursos econômicos.
A atuação primordial da Defensoria Pública, sem dúvida, é a assistência jurídica e a defesa dos necessitados
econômicos. Entretanto, também exerce suas atividades em auxílio a necessitados jurídicos, não necessariamente
carentes de recursos econômicos. A expressão “necessitados” prevista no art. 134, caput, da CF/88, que qualifica
e orienta a atuação da Defensoria Pública, deve ser entendida, no campo da Ação Civil Pública, em sentido am-
plo. Assim, a Defensoria pode atuar tanto em favor dos carentes de recursos financeiros como também em prol
do necessitado organizacional (que são os “hipervulneráveis”). STJ. Corte Especial. EREsp 1192577-RS, Rel. Min.
Laurita Vaz, julgado em 21/10/2015 (Info 573)
Não há a previsão de uma parte específica sobre os procedimentos nesta lei. Então revisem as diretrizes
gerais (art. 1º a 3º) e os instrumentos da política urbana (art. 4º a 38).
6. USUCAPIÃO
O principal procedimento no Estatuto da Cidade se refere à ação de usucapião! Fiquem atentos aos artigos
10 a 14 da Lei, especialmente ao §2º do artigo 12, que traz a previsão da justiça gratuita e da assistência judiciária
gratuita!
#AJUDAMARCINHOO:
Estatuto da Cidade, ao tratar sobre a ação de usucapião especial urbana, prevê que “o autor terá os benefícios
da justiça e da assistência judiciária gratuita, inclusive perante o cartório de registro de imóveis.”
Isso significa que o autor da ação de usucapião especial urbana gozará sempre da gratuidade da justi-
ça? Há uma presunção absoluta de que este autor não tem recursos suficientes para pagar as custas? NÃO.
O art. 12, § 2º da Lei nº 10.257/2001 (Estatuto da Cidade) estabelece uma presunção relativa de que o autor da
ação de usucapião especial urbana é hipossuficiente. Isso significa que essa presunção pode ser ilidida (refutada)
a partir da comprovação inequívoca de que o autor não é considerado “necessitado”.
STJ. 3ª Turma. REsp 1517822-SP, Rel. Min. Ricardo Villas Bôas Cueva, julgado em 21/2/2017 (Info 599).
Obs: faz menção ao procedimento sumário, o qual foi extinto pelo CPC/15.
Com relação ao Estatuto da Pessoa com Deficiência, foquem o estudo no título do Acesso à Justiça (Arts. 79
a 87).
A Lei 7.853/89, por vezes não é lembrada, mas é extremamente importante na tutela dos direitos das pessoas
com deficiência, pois prevê a tutela jurisdicional de interesses coletivos ou difusos dessas pessoas. Atenção especial
aos artigos 3º e 7º.
8. LEI 7.853/98
O artigo 3º da Lei 7.853/89 trata do procedimento específico à proteção dos direitos coletivos lato sensu das
pessoas com deficiência! Há previsão expressa da atuação da Defensoria Pública, ou seja, atenção redobrada para
este dispositivo!! #APOSTACICLOS #SANGUEVERDE
Art. 3o As medidas judiciais destinadas à proteção de interesses coletivos, difusos, individuais homogêneos e in-
dividuais indisponíveis da pessoa com deficiência poderão ser propostas pelo Ministério Público, pela Defensoria
Pública, pela União, pelos Estados, pelos Municípios, pelo Distrito Federal, por associação constituída há mais de
1 (um) ano, nos termos da lei civil, por autarquia, por empresa pública e por fundação ou sociedade de economia
mista que inclua, entre suas finalidades institucionais, a proteção dos interesses e a promoção de direitos da pessoa
com deficiência.
Aqui é uma das leis mais importantes neste ponto, pois há uma normatização dos procedimentos para a
defesa dos direitos dos consumidores.
Estudem o título DA DEFESA DO CONSUMIDOR EM JUÍZO (art. 81 a 104). Todos esses artigos são superim-
portantes!!! #ATENÇÃOMÁXIMA
O princípio da atipicidade dos meios executivos permite que o juiz utilize meios executivos mesmo quan-
do não exista expressa previsão legal a seu respeito. Está consagrado nos arts. 84, § 5.º, do CDC. O legislador, ao
descrever medidas necessárias à obtenção da tutela específica, indica um rol meramente exemplificativo, o que é
incontestável diante da expressão “tais como”, utilizada antes da indicação da “multa por atraso, busca e apreensão,
remoção de pessoas e coisas, desfazimento de obras e impedimento de atividade nociva”.
Atentem, ainda, que o art. 82 do CDC não prevê a legitimidade ativa da Defensoria Pública. Mas aqui apli-
ca-se a mesma orientação dada no estudo do Estatuto do Idoso, caso perguntem de acordo com a literalidade do
CDC, não há previsão da legitimidade da DP. Mas não se esqueçam da possibilidade de atuação da DP com base
nas outras normas de direito coletivo, em especial, a Lei da Ação Civil Pública, bem como pelo entendimento do STJ
que considera que os consumidores podem sim ser considerados como vulneráveis, ensejando proteção pela DP.
Galera, esse é um ponto importante a sua prova e sempre cai uma questão sobre recursos, logo, esse tema
é bastante queridinho pela FCC.
A boa notícia é que como boa FCC que é o combo LEI + JURIS é o segredo do sucesso aqui!
Somente se tiver dificuldade no tema leia seu material próprio ou as FUCS 15 (TEORIA GERAL DO RECURSO)
e 16 (RECURSOS EM ESPÉCIE).
Quanto ao art. 1.015 e agravo de instrumento, não deixe de ler todos os informativos sobre cabimento ou
não do AI, essa parte é muito cobrada em prova!
Art. 1.035, §5º (Info 650) Art. 1.036 Art. 1.037 (Info 650/662/658)
#DEOLHONAJURIS:
A extensão do efeito devolutivo da apelação é definida pelo pedido do recorrente e qualquer julgamento fora
desse limite não pode comprometer a efetividade do contraditório, ainda que se pretenda aplicar a teoria da
causa madura. STJ. 4ª Turma. REsp 1909451-SP, Rel. Min. Luís Felipe Salomão, julgado em 23/03/2021 (Info 690).
Não é possível se valer da teoria da causa madura, prestigiada de modo explícito no § 3º do art. 1.013 do
CPC/2015, se não houve contraditório acerca da questão decidida.
Para se considerar que a causa está madura não basta que a questão de mérito a ser decidida seja apenas
de direito. Assim, mesmo que não haja prova a ser produzida, o Tribunal não poderá aplicar o § 3º do art. 1.013
e julgar diretamente a causa se uma das partes ainda não teve oportunidade processual adequada de debater a
questão de mérito.
Se ainda não houve contraditório, não se pode dizer que a causa esteja madura, ou seja, em condições de
imediato julgamento.
de 2016, será possível o arbitramento de honorários sucumbenciais recursais, na forma do art. 85, § 11, do novo
CPC”. No caso concreto, a sentença foi proferida durante a vigência do CPC/1973, porém, o acórdão do Tribunal
de Justiça foi publicado já durante a vigência do CPC/2015. Logo, o pagamento de honorários advocatícios re-
cursais é devido. STJ. 1ª Seção. EAREsp 1402331-PE, Rel. Min. Mauro Campbell Marques, julgado em 09/09/2020
(Info 679).
5. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO
São cabíveis embargos de declaração, com efeitos infringentes, para que a decisão embargada seja reajustada
de acordo com a jurisprudência firmada em teses que o Supremo Tribunal Federal e o Superior Tribunal de Justiça
adotarem. STF. 1ª Turma. Rcl 15724 AgR-ED/PR, rel. orig. Min. Rosa Weber, red. p/ o ac. Min. Alexandre de Moraes,
julgado em 5/5/2020 (Info 976).
7. PREPARO DO RECURSO
Art. 1.007. No ato de interposição do recurso, o recorrente comprovará, quando exigido pela legislação pertinen-
te, o respectivo preparo, inclusive porte de remessa e de retorno, sob pena de deserção.
§ 1º São dispensados de preparo, inclusive porte de remessa e de retorno, os recursos interpostos pelo Ministério
Público, pela União, pelo Distrito Federal, pelos Estados, pelos Municípios, e respectivas autarquias, e pelos que
gozam de isenção legal.
§ 2º A insuficiência no valor do preparo, inclusive porte de remessa e de retorno, implicará deserção se o recor-
rente, intimado na pessoa de seu advogado, não vier a supri-lo no prazo de 5 (cinco) dias.
§ 3º É dispensado o recolhimento do porte de remessa e de retorno no processo em autos eletrônicos.
§ 4º O recorrente que não comprovar, no ato de interposição do recurso, o recolhimento do preparo, inclusive
porte de remessa e de retorno, será intimado, na pessoa de seu advogado, para realizar o recolhimento em
dobro, sob pena de deserção.
§ 5º É vedada a complementação se houver insuficiência parcial do preparo, inclusive porte de remessa e de
retorno, no recolhimento realizado na forma do § 4º.
§ 6º Provando o recorrente justo impedimento, o relator relevará a pena de deserção, por decisão irrecorrível,
fixando-lhe prazo de 5 (cinco) dias para efetuar o preparo.
§ 7º O equívoco no preenchimento da guia de custas não implicará a aplicação da pena de deserção, cabendo
ao relator, na hipótese de dúvida quanto ao recolhimento, intimar o recorrente para sanar o vício no prazo de 5
(cinco) dias.
#DEOLHONAJURIS:
Tendo em vista os princípios do contraditório e da ampla defesa, o recurso interposto pela Defensoria Pública, na
qualidade de curadora especial, está dispensado do pagamento de preparo. STJ. Corte Especial. EAREsp 978895-
SP, Rel. Min. Maria Thereza de Assis Moura, julgado em 18/12/2018 (Info 641).
9. DISTINGUINSHING
Distinguinshing: Ocorre quando o caso concreto em julgamento apresenta particularidades que não per-
mitem aplicar adequadamente a jurisprudência do tribunal pacificada em um precedente normativo. É, portanto, a
não adoção de um precedente normativo pelo julgador, em razão de o caso concreto possuir certas peculiaridades
que permitem ao magistrado excepcionar a tese fixada pela jurisprudência, de forma a restringir sua aplicação ou
afastá-la completamente.
#ATENÇÃO: Percebam que o juízo de distinção não é um juízo que revoga o precedente. Ao distin-
guir, o juiz não está negando a tese, apenas dizendo que a tese não se aplica ao caso.
Método. Método de confronto entre um caso e um precedente. Proceder a distinção é proceder a um confron-
to entre o caso e o precedente.
Distinção-Resultado. É o resultado que se chega a partir do confronto. Percebe-se que o precedente se dis-
tingue e, portanto, não se aplica.
Há overriding quando o Tribunal apenas limita o âmbito de incidência de um precedente, em função da su-
perveniência de uma regra ou princípio legal. No overriding, portanto, não há superação total do precedente,
mas apenas uma SUPERAÇÃO PARCIAL. É uma espécie de REVOGAÇÃO PARCIAL, pois o entendimento novo
não tem por objeto da exata questão de Direito de que trata o posicionamento núcleo do precedente judicial, mas
nela influência, pois reduz as hipóteses fáticas de sua incidência.
No overruling, por outro lado, a alteração é da própria ratio decidendi, que é superada, construindo-se uma
nova norma jurisprudencial para substitui-la. Não implica na substituição da norma no precedente. Entretanto, um
novo posicionamento restringe a sua incidência.
PONTO 20: PROCESSO CIVIL COLETIVO. 24.1 Teoria geral do processo civil coletivo. A tutela coletiva
e o acesso à justiça dos necessitados. 24.2. Princípios gerais do processo civil coletivo. A nova ordem
constitucional dos direitos materiais. Sistema Processual Civil coletivo Brasileiro. 24.3. Instrumentos
processuais coletivos: Ação Civil Pública (Lei nº 7.347/85), Mandado de Segurança Coletivo (Lei nº
12.016/09), Mandado de Injunção, Habeas Data Coletivo (Lei nº 9.507/97) e Ação Popular (Lei nº
4.717/65). A arguição do descumprimento de preceito fundamental como instrumento para tutela
dos direitos difusos e coletivos. 24.4. Classificação dos direitos coletivos em sentido amplo. Direitos
difusos, coletivos em sentido estrito e individuais homogêneos. 24.5. Legitimidade ativa e passiva das
ações coletivas. Legitimidade da Defensoria Pública. Ação coletiva passiva. 24.6. Competência em ações
coletivas. 24.7. Litisconsórcio em ações coletivas. 24.8. Ônus da prova em ações coletivas. Inversão
do ônus da prova em ações coletivas. 24.9. Litispendência, conexão e continência em ações coletivas.
24.10. Antecipação de tutela e medidas de urgência em ações coletivas. 24.11. Recursos em ações
coletivas. 24.12. Coisa Julgada em ações coletivas. Limites objetivos e subjetivos. 24.13. Liquidação
e Execução em ações coletivas. Multa liminar e multa condenatória. Execução específica (fazer e não
fazer). 24.14. As ações individuais em face das ações coletivas. 24.15. Acordo em ações coletivas e termo
de ajustamento de conduta. Natureza jurídica e limites de sua realização. Legitimidade da Defensoria
Pública. 24.16. Controle difuso de constitucionalidadee Ação Civil Pública. A súmula vinculante do STF.
O reflexo do efeito erga omnes e vinculante nas lides individuais. Repercussão geral. 24.17. Processo
coletivo e participação popular. Audiência pública (extrajudicial e judicial). Intervenção do amicus curiae.
Intervenção do cidadão, isoladamente ou em grupo. A legitimidade do cidadão eleitor para a propositura
de Ação Popular. A legitimidade do indivíduo para a propositura de ações de direito de vizinhança com
reflexos na esfera coletiva. 24.18. Instrumentos administrativos de resolução extrajudicial de conflitos de
natureza coletiva. Inquérito civil. Poder de requisição do(a) Defensor(a) Público(a) em matéria coletiva.
24.19. Tutela coletiva dos direitos fundamentais sociais. Controle das políticas públicas pelo Poder
Judiciário. Direito-garantia ao mínimo existencial. Reserva do possível. Princípio da Separação dos
Poderes. Priorização da resolução extrajudicial dos conflitos em matéria de políticas públicas sociais.
24.20. Tutela coletiva do direito à saúde. Lei do Sistema Único de Saúde (Lei nº 8.080/90). Direito à saúde
de grupos sociais vulneráveis: portadores de deficiência, crianças e adolescentes, idosos, portadores
de SIDA, vítimas de violência sexual e familiar, pessoas privadas de liberdade, índios, etc. Resolução
nº 107/2010 do Conselho Nacional de Justiça. 24.21. Tutela coletiva do direito à educação. Lei de
Diretrizes e Bases da Educação Nacional (Lei nº 9.394/96). 24.22. Tutela coletiva do direito à cidade e do
direito à moradia. Competência legislativa e administrativa em matéria urbanística. A política urbana na
Constituição Federal. Funções sociais da cidade e da propriedade urbana. O direito à moradia digna como
direito fundamental. A segurança na posse como garantia da efetividade do direito à moradia. Estatuto
da Cidade (Lei nº 10.257/2001). Diretrizes gerais e princípios da Política Urbana no Estatuto da Cidade.
Instrumentos da política urbana no Estatuto da Cidade. Concessão de uso especial para fins de moradia
(Medida Provisória nº 2.220/01). Regularização Fundiária de interesse social e de interesse específico
(Lei nº 11.977/09). Proibição de despejos forçados semprévia alternativa de moradia. Proteção jurídica
da moradia nos cortiços. Política Nacional para a População em Situação de Rua (Decreto nº 7.053/09).
24.23. Tutela coletiva do direito ao saneamento básico. Conceito de saneamento básico. O Saneamento
básico como direito fundamental. Política Nacional de Saneamento Básico (Lei nº 11.445/2007 e Decreto
nº 7.217/2010). 24.24. Tutela coletiva do direito à alimentação. O direito à alimentação como direito
fundamental social. Emenda Constitucional nº 64/2010. Sistema Nacional de Segurança Alimentar
e Nutricional (Lei nº 11.346/06). 24.25. Tutela coletiva do direito ao transporte público. O direito ao
transporte público como expressão do direito à cidade. 25.26. Tutela coletiva dos direitos das pessoas
com deficiência (Lei nº 7.853/89). 25. Tutela coletiva dos direitos das pessoas privadas de liberdade. (Lei
nº 7.210/84, com as alterações trazidas pela Lei nº 12.313/2010). 24.28. Tutela coletiva dos direitos dos
idosos. Estatuto do Idoso (Lei nº 10.741/2003).
Pessoal, esse ponto engloba todo o conteúdo de processo coletivo. O que vale aqui é a leitura dos artigos
de letra de lei indicados e da jurisprudência correlata! Não deixe de ler a FUC de processo coletivo para um apro-
fundamento necessário.
Quanto as legislações esparsas citadas, pela amplitude do tema e o reduzido número de questões no Edital,
são suficientes a leitura dos principais artigos e discussões que envolvem a tutela coletiva dos direitos sociais. Além
disso, os principais julgados já consolidados sobre o tema também são uma boa aposta!
LEI Nº 8.080/90
Art. 2º Art. 7º Art. 19-I e 19-J
LEI Nº 10.216/01
Integralmente
CONSTITUIÇÃO FEDERAL
Art. 6º Art. 182 e 183 Art. 225
Lei 10.257/01
Art. 2º Art. 11
Art. 4º Art. 21 a 24
Art. 5º Arts 25 a 27
Art. 9º Art. 28 a 31
Art. 10 Art. 39 a 45
MP 2.220/01
Integralmente
LEI 13.465/2017
Art. 9º Art. 13 Art. 19
Art. 10 Art. 14 Art. 23
Art. 11 Art. 15 Art. 25
LEI 11.977/2009
Art. 1º
DECRETO 7.053/2009
Integralmente
LEI Nº 11.346/2006
Art. 1º ao 6º Art. 7 e 8º
LEI 12.587/2012
Art. 2º Art. 3º Art. 4º
Art. 5º Art. 6º Art. 7º
LEI 8.987/1995
Art. 2º Art. 6º Art. 7º
LEI 7.853/1989
Art. 2º Art. 3º e 4º Art.6º
Outros temas como ADPF, ADI e Estatuto do Idos serão mais bem vistos em Direito Constitucional ou outras
matérias.
2. AÇÃO POPULAR
Art. 18. A sentença terá eficácia de coisa julgada oponível “erga omnes”, exceto no caso de haver sido a ação jul-
gada improcedente por deficiência de prova; neste caso, qualquer cidadão poderá intentar outra ação com idêntico
fundamento, valendo-se de nova prova.
Art. 19. A sentença que concluir pela carência ou pela improcedência da ação está sujeita ao duplo grau de juris-
dição, não produzindo efeito senão depois de confirmada pelo tribunal; da que julgar a ação procedente caberá
apelação, com efeito suspensivo. (Redação dada pela Lei nº 6.014, de 1973)
§ 1º Das decisões interlocutórias cabe agravo de instrumento. (Redação dada pela Lei nº 6.014, de 1973)
§ 2º Das sentenças e decisões proferidas contra o autor da ação e suscetíveis de recurso, poderá recorrer qualquer
cidadão e o Ministério Público. (Redação dada pela Lei nº 6.014, de 1973)
3. HABEAS DATA
Art. 1º (VETADO)
Parágrafo único. Considera-se de caráter público todo registro ou banco de dados contendo informações que se-
jam ou que possam ser transmitidas a terceiros ou que não sejam de uso privativo do órgão ou entidade produtora
ou depositária das informações.
Art. 2° O requerimento será apresentado ao órgão ou entidade depositária do registro ou banco de dados e será
deferido ou indeferido no prazo de quarenta e oito horas.
Parágrafo único. A decisão será comunicada ao requerente em vinte e quatro horas.
Art. 3° Ao deferir o pedido, o depositário do registro ou do banco de dados marcará dia e hora para que o reque-
rente tome conhecimento das informações.
Parágrafo único. (VETADO)
Art. 4° Constatada a inexatidão de qualquer dado a seu respeito, o interessado, em petição acompanhada de
documentos comprobatórios, poderá requerer sua retificação.
§ 1° Feita a retificação em, no máximo, dez dias após a entrada do requerimento, a entidade ou órgão depositário
do registro ou da informação dará ciência ao interessado.
§ 2° Ainda que não se constate a inexatidão do dado, se o interessado apresentar explicação ou contestação sobre
o mesmo, justificando possível pendência sobre o fato objeto do dado, tal explicação será anotada no cadastro do
interessado.
4. MANDADO DE SEGURANÇA
Art. 22. No mandado de segurança coletivo, a sentença fará coisa julgada limitadamente aos membros do grupo
ou categoria substituídos pelo impetrante. (Vide ADIN 4296)
§ 1o O mandado de segurança coletivo não induz litispendência para as ações individuais, mas os efeitos da coisa
julgada não beneficiarão o impetrante a título individual se não requerer a desistência de seu mandado de segu-
rança no prazo de 30 (trinta) dias a contar da ciência comprovada da impetração da segurança coletiva.
§ 2o No mandado de segurança coletivo, a liminar só poderá ser concedida após a audiência do representante judi-
cial da pessoa jurídica de direito público, que deverá se pronunciar no prazo de 72 (setenta e duas) horas. (Vide
ADIN 4296)
§ 1º No caso de ação possessória em que figure no polo passivo grande número de pessoas, serão feitas a citação
pessoal dos ocupantes que forem encontrados no local e a citação por edital dos demais, determinando-se, ainda,
a intimação do Ministério Público e, se envolver pessoas em situação de hipossuficiência econômica, da Defensoria
Pública.
É um princípio explícito. Previsão legal: arts. 103, §§ 3 e 4º do CDC. Exceção: art. 94 do CDC.
Art. 103. Nas ações coletivas de que trata este código, a sentença fará coisa julgada:
§ 3° Os efeitos da coisa julgada de que cuida o art. 16, combinado com o art. 13 da Lei n° 7.347, de 24 de julho de
1985, não prejudicarão as ações de indenização por danos pessoalmente sofridos, propostas individualmente ou na
forma prevista neste código, mas, se procedente o pedido, beneficiarão as vítimas e seus sucessores, que poderão
proceder à liquidação e à execução, nos termos dos arts. 96 a 99.
§ 4º Aplica-se o disposto no parágrafo anterior à sentença penal condenatória.
Mas há uma exceção: art. 94 do CDC:
Art. 94. Proposta a ação, será publicado edital no órgão oficial, a fim de que os interessados possam intervir no
processo como litisconsortes, sem prejuízo de ampla divulgação pelos meios de comunicação social por parte dos
órgãos de defesa do consumidor.
8. LEI DO SUS
Art. 2º A saúde é um direito fundamental do ser humano, devendo o Estado prover as condições indispensáveis
ao seu pleno exercício.
§ 1º O dever do Estado de garantir a saúde consiste na formulação e execução de políticas econômicas e sociais
que visem à redução de riscos de doenças e de outros agravos e no estabelecimento de condições que assegurem
acesso universal e igualitário às ações e aos serviços para a sua promoção, proteção e recuperação.
§ 2º O dever do Estado não exclui o das pessoas, da família, das empresas e da sociedade.
Art. 3o Os níveis de saúde expressam a organização social e econômica do País, tendo a saúde como determinantes
e condicionantes, entre outros, a alimentação, a moradia, o saneamento básico, o meio ambiente, o trabalho, a
renda, a educação, a atividade física, o transporte, o lazer e o acesso aos bens e serviços essenciais. (Redação
dada pela Lei nº 12.864, de 2013)
Parágrafo único. Dizem respeito também à saúde as ações que, por força do disposto no artigo anterior, se desti-
nam a garantir às pessoas e à coletividade condições de bem-estar físico, mental e social.
9. LEI Nº 10.216/2001
Art. 6o A internação psiquiátrica somente será realizada mediante laudo médico circunstanciado que caracterize
os seus motivos.
Parágrafo único. São considerados os seguintes tipos de internação psiquiátrica:
I - internação voluntária: aquela que se dá com o consentimento do usuário;
II - internação involuntária: aquela que se dá sem o consentimento do usuário e a pedido de terceiro; e
III - internação compulsória: aquela determinada pela Justiça.
Art. 7o A pessoa que solicita voluntariamente sua internação, ou que a consente, deve assinar, no momento da
admissão, uma declaração de que optou por esse regime de tratamento.
Parágrafo único. O término da internação voluntária dar-se-á por solicitação escrita do paciente ou por determi-
nação do médico assistente.
O edital foi bem resumido nessa parte. Temos apenas 13 pontos pra estudar! Então é uma matéria que dá
pra vocês revisarem BASTANTE, pra não dizer, toda! Essa matéria cai em todas as etapas desse concurso, então, o
estudo de primeira fase vai ajudar vocês também na discursiva e na oral (#VEMAÍ).
Na primeira fase, teremos nada mais nada menos do que DEZ questões sobre essa matéria. Assim como
Direito Constitucional, ela será um importante diferencial pra vocês.
Pra prova objetiva, a memorização vai ser a maior aliada! Geralmente, nesse tema, as questões não cobram
taaaanto casos práticos, mas o conteúdo puro e simples da legislação, doutrina e jurisprudência.
Atenção! Como a divisão dos pontos acaba se repetindo, agrupamos alguns temas que têm maior corre-
lação entre si pra podermos ter uma visão sistematizada do edital. Para que vocês possam se localizar melhor no
material, é só digitar “control + F” e buscar o item que vocês desejam. Vamos lá!
Pessoal, o edital não especificou nada aqui. Por isso, vamos combinar que vocês vão estudar a evolução his-
tórica da assistência jurídica no mundo, no Brasil e no Ceará. Não vamos deixar nenhum ponto descoberto! Essa
parte é bem doutrinária, não tem como fugir.
1. Hamurabi
Considerava certas pessoas, pela posição de fortuito em que eram deixadas, como carentes de proteção
especial. Por esse fato o rei da Babilônia fez insculpir em seu monumento: “Eu sou o governador guardião. Em meu
seio trago povo das terras de Sumer e Acad. Em minha sabedoria eu os refreio, para que o forte não oprima o
fraco e para que seja feita justiça à viúva e ao órfão. Que cada homem oprimido compareça diante de mim, como
rei que sou da justiça.”.
2. Atenas
Aqui, houve a cristalização normativa da assistência judiciária aos necessitados respaldada no princípio de
que “todo o direito ofendido deve encontrar defensor e meios de defesa”. Anualmente, eram nomeados dez advo-
gados para defenderem os pobres perante os tribunais civis e criminais.
3. Império Romano
Atribui-se a Constantino (288-337) a primeira iniciativa de ordem legal que veio a se incorporar na legislação
de Justiniano (483-565), de dar advogado a quem não possuísse meios de fortuna para constituir patrono. A regra
foi estabelecida no Digesto.
4. Cristianismo
Com a disseminação dos ideais cristãos, pautados na caridade e na proteção aos pobres, impôs-se aos ad-
vogados o dever da defesa, sem honorários, e aos juízes o de julgar, renunciando às custas.
5. Idade Média
Nesse período, a então garantia de patrocínio profissional aos indigentes, viúvas e órfãos perdeu espaço,
salvo em alguns países como Inglaterra e França que asseguravam esse direito.
O artigo X da Declaração Universal dos Direitos do Homem afirma que “toda a pessoa tem direito, em con-
dições de plena igualdade, de ser ouvida publicamente e com equidade, por um tribunal independente e imparcial,
para a determinação de seus direitos e obrigações, ou para o exame de qualquer acusação contra ela dirigida, em
matéria penal.”.
7. Ordenações Filipinas
Asseguravam o direito à isenção de custas para a impetração de agravo e livravam os presos pobres do pa-
gamento dos feitos em que fossem condenados.
8. Constituição de 1981
Assegurou a mais plena defesa, com todos os recursos e meios essenciais, mas não tratou da gratuidade de
justiça.
9. Decreto nº 1.030
Voltado à organização da justiça do Distrito Federal pós-Proclamação da República, esse diploma normativo
previa que a defesa dos pobres seria realizada pelos “curadores gerais”, por “requisição do presidente do Jury ou
da câmara criminal” e autorizava o Ministro da Justiça “a organizar uma comissão de patrocínio gratuito dos pobres
no crime e cível”.
Estabeleceu que a União e os Estados deveriam conceder “aos necessitados assistência judiciária, criando,
para esse efeito, órgãos especiais assegurando, a isenção de emolumentos, custas, taxas e selos”.
Pessoal, aqui, além de um conhecimento de doutrina institucional, precisamos inserir também o estudo da
legislação, já que o edital indica o tratamento constitucional da assistência jurídica e Defensoria Pública nas Consti-
tuições Brasileiras. Isso significa que vocês precisam revisar não só a evolução do tratamento dado pela Constitui-
ção de 1988, ou seja, a redação original e as sucessivas emendas constitucionais que trataram sobre o tema (EC 45,
EC 74, EC 80), mas também o tratamento dado nas constituições brasileiras pretéritas (1821, 1891, 1934, 1937, 1946,
1967 e 1969). Não se esqueçam da leitura da FUC 2 de Princípios Institucionais.
1. Constituição de 1937
Não previu qualquer direito relativo à assistência judiciária, voltando a matéria a ser regulada unicamente
pela legislação infraconstitucional.
2. Constituição de 1946
Novamente elevou à estatura constitucional o tema da assistência judiciária sua, sendo, no entanto, omissa
quanto à forma de prestação desse direito.
3. Constituição de 1967
A assistência judiciária “passou a ser entendida como órgão de estado incumbido da postulação e da defesa
em todas as instâncias, dos direitos dos juridicamente necessitados”.
4. Constituição de 1988
Colocou a assistência jurídica integral e gratuita no rol dos direitos fundamentais (art. 5º, LXXIV), com sua
natureza autoaplicável (art. 5º, § 1º). Adotou o modelo de salaried staff ao instituir a Defensoria Pública como a
instituição vocacionada à prestação do serviço de assistência jurídica gratuita.
Refere-se ao patrocínio da causa por advogado, que pode ser prestado tanto por
ASSISTÊNCIA
órgãos estatais, quanto por entidades não estatais. Ocorre somente dentro do pro-
JUDICIÁRIA
cesso.
Foram estendidos para a Defensoria Pública do Distrito Federal a autonomia e as demais regras aplicáveis às
Defensorias Públicas dos Estados.
Fez uma série de alterações, entre as quais a mudança na redação do art. 134 da CRFB/88, que passou a de-
finir a Defensoria Pública como instituição permanente, essencial à função jurisdicional do Estado, incumbindo-lhe,
como expressão e instrumento do regime democrático, fundamentalmente, a orientação jurídica, a promoção dos
direitos humanos e a defesa, em todos os graus, judicial e extrajudicial, dos direitos individuais e coletivos, de forma
integral e gratuita, aos necessitados, na forma do inciso LXXIV do art. 5º desta Constituição Federal.
Foi criada por meio da Lei Complementar no 06/1997. Apesar de o Estado do Ceará possuir 132 comarcas
regularmente instaladas, a DPE-CE se encontra presente em apenas 48 comarcas, representando 36,4% do quan-
titativo total.
LEI ARTIGO
CRFB/88 134
PONTO 4: Acesso à Justiça formal e material: atuação individual, coletiva e meios extrajudiciais de
solução de conflitos.
Pessoal, essa parte é, novamente, bastante doutrinária. Deem uma lida no material de vocês ou na FUC 1
de Princípios Institucionais. É sempre importante correlacionar esse tema com os casos da Corte Interamericana.
Abaixo, eu menciono alguns pra vocês que são os mais essenciais.
No tema do acesso à justiça, vale à pena revisar as teorias a respeito de quem pode ser assistido da Defen-
soria no processo criminal (acesso restritivo, intermediário e universal), porque se relaciona bastante com a garantia
do acesso à justiça.
Não se esqueçam de revisar, ainda, as novas ondas renovatórias de acesso à justiça elencadas pela doutrina
institucional.
Quanto aos meios extrajudiciais de solução de conflitos, é imprescindível revisar a decisão do STJ que deu
interpretação ampla à atuação da Defensoria Pública no processo coletivo, permitindo que ela defenda não só os
economicamente vulneráveis, mas também os hipervulneráveis.
1. Acesso à justiça
A expressão “acesso à justiça” é reconhecidamente de difícil definição, mas serve para determinar duas fina-
lidades básicas do sistema jurídico – o sistema pelo qual as pessoas podem reivindicar seus direitos e/ ou resolver
seus litígios sob os auspícios do estado. Primeiro o sistema deve ser igualmente acessível a todos; segundo, ele
deve produzir resultados que sejam individual e socialmente justos26.
Tradicionalmente, entendia-se que ter direito de acessar a justiça significava tão somente ter direito de in-
gressar em juízo e de se defender em uma demanda judicial. Tinha-se, assim, uma concepção puramente formal,
liberal e individualista desse direito. O acesso formal à justiça correspondia a uma igualdade formal na realidade
social.
Com o avanço das Constituições sociais, porém, a teoria constitucional passou a reconhecer a necessidade
de se assegurar de maneira efetiva os direitos fundamentais, entre os quais se inclui o acesso à justiça, conferindo-
-lhe, então, uma dimensão material, preocupada com os obstáculos a serem transpostos para a sua concretização.
Portanto, consolidou-se a noção de que acesso à justiça não se identifica estritamente com acesso ao Judiciário.
Goiburú e outros vs. Paraguai: o caso versa sobre uma série de desaparecimentos forçados perpetrados
pelos agentes do Estado do Paraguai durante a conhecida “Operação Condor”. Ele é importante já que a Corte
reconheceu o acesso à justiça como norma de jus cogens.
Caso Ruano Torres vs. El Salvador: o caso trata da prisão de Ruano Torres, jovem que, supostamente, teria se
envolvido no sequestro de um senhor de nome Marroquín. A Polícia chegou até ele através de informações presta-
das por um colaborador, que afirmou que Ruano era conhecido por El Chopo e era o responsável pelo delito. Um
dos principais pontos desse caso diz respeito à importância e à extensão do direito de defesa, considerado pela
Corte IDH um componente central do devido processo legal e uma garantia mínima a todo acusado. Para a Cor-
te, a CADH não condiciona o direito à assistência jurídica gratuita no processo penal à hipossuficiência financeira,
bastando a inatividade do acusado para nomear advogado. Afirmou-se, também nesse julgamento, que a defesa
técnica prestada pela Defensoria Pública não deve ser concebida apenas como uma formalidade processual, exi-
gindo-se, ao contrário, que o defensor público atue de forma diligente em favor do acusado. Para tanto, é preciso
que o defensor seja dotado de garantias suficientes para uma atuação eficiente e em posição de igualdade de
armas com a acusação.
26 CAPPELLETTI, Mauro; GARTH, Bryant. Acesso à Justiça. Tradução e revisão de Ellen Gracie Northfleet. 1. ed. Porto Alegre: Fabris, 2002 c 1988, p. 8
O processo de interiorização da Defensoria está previsto no art. 98, §1º do ADCT, segundo o qual, no prazo
de oito anos, a contar da edição da Emenda Constitucional nº 80/2014, a União, os Estados e o Distrito Federal
deverão contar com Defensores(as) Públicos(as) em todas as unidades jurisdicionais. Isso significa que esse prazo
se encerra em 2022. Determina o art. 98 do ADCT, ainda, que o número de Defensores(as) Públicos(as) em cada
unidade jurisdicional deve ser proporcional à efetiva demanda pelo serviço da Defensoria Pública e à respec-
tiva população.
A jurisprudência do STF tem entendido que a exigibilidade de atendimento integral da população pela
Defensoria Pública está condicionada ao transcurso do prazo estabelecido na EC 80/201427.
9. Definição das atribuições enquanto a Defensoria não está instalada em todas as unidades
O STJ, no mesmo sentido, declarou a nulidade dos atos decisórios que determinaram a designação de De-
fensor Público para atuação perante a Auditoria Militar do DF, reconhecendo a impossibilidade de renovação de
comandos semelhantes em discordância com os critérios de alocação de Defensores Públicos estipulados pelo
Conselho Superior da Defensoria Pública do DF, pelo menos até que decorra o prazo para instalação de serviços
mínimos prestados pela Defensoria estipulado no art. 98 do ADCT28. Ou seja, reconheceu o déficit, mas determinou
que o Judiciário não pode fazer escolhas alocativas em nome da instituição. Assim, a designação de Defen-
sores Públicos deve obedecer aos parâmetros fixados pelo próprio Conselho Superior da Defensoria.
1ª onda renovatória: preocupada com os custos para se acessar a justiça, a primeira onda renovatória buscou
a universalização desse direito, através mecanismos para que a insuficiência de recursos não constituísse óbice à
27 RE 810.883, Rel. Min. EDSON FACHIN, julgado em 30/11/2017, publicado em 04/12/2017.
28 RMS 59.413/DF, Rel. Ministro REYNALDO SOARES DA FONSECA, QUINTA TURMA, julgado em 07/05/2019, DJe 20/05/2019.
busca pela prestação jurisdicional. O principal deles foi a garantia de assistência jurídica aos economicamente ne-
cessitados.
2ª onda renovatória: preocupada com a tutela dos interesses difusos e coletivos, buscou-se, nesse momento,
o desenvolvimento de instrumentos que possibilitassem a resolução dos conflitos de massa. Demandava-se uma
solução para o problema da representação jurídica para os interesses coletivos.
3ª onda renovatória: preocupada com a efetividade do procedimento, buscaram-se novas formas efetivas de
tornar a justiça mais acessível. Com isso, surgiram novas técnicas processuais e formas de tutela aptas a atender de
forma específica os direitos protegidos.
A 4ª onda já não foi desenvolvida por Garth e Cappelletti, mas pelo seu discípulo, Kim Economides. Para o
doutrinador, um entrave no acesso à justiça é a ausência de eticidade dos operadores do Direito. Desta forma, deve
ocorrer a sensibilização das carreiras jurídicas, priorizando a ética e capacitação daqueles que o praticam, assim
como simplificando o acesso às carreiras jurídicas, como no caso da criação dos cargos de conciliador e de juiz lei-
go, além dos programas de residência jurídica na DPE. Neste contexto também se insere o que André de Carvalho
Ramos indica como justiça de transição de um regime autoritário (ditadura militar) para um regime democrático,
e seu último estágio de transição é justamente a mudança das instituições, com a capacitação de seus agentes,
mormente dos agentes policiais, provocando sua desmilitarização #OLHAOGANCHO.
Um outro exemplo institucional é a DPE como educadora em direitos. Ou seja, a partir de uma atuação tam-
bém extrajudicial, a DPE pode atuar não enquanto instituição que irá judicializar determinada demanda, mas sim
de maneira preventiva, ensinando a população quais são seus direitos, orientando-os a tomar as melhores atitudes
possíveis, até porque a orientação jurídica é uma de nossas atribuições.
A 5ª onda aborda a tendência do acesso à justiça internacional, quando o sistema interno é insuficiente.
Exemplos: Defensoria pública interamericana; e petições individuais ao Comitê de direitos humanos e à Comissão
IDH. A doutrina moderna ainda cita uma 6ª onda, cuja finalidade é superar obstáculos tecnológicos e promover a
inclusão digital. A título de ilustração, pode-se citar o tratamento de dados sensíveis, atendimento virtual aos assis-
tidos, envio de documentos por e-mail
Pessoal, o edital foi bem genérico aqui né! É até difícil dar alguma orientação de estudo mais específica.
Acredito que ao indicar esses tópicos no edital, o examinador espera que vocês consigam correlacionar o papel
institucional da Defensoria com a promoção da democracia, dos direitos humanos e a sua necessária interlocução
com a sociedade.
Em relação às resoluções da OEA, a dica é a leitura na íntegra. São bem curtinhas, não tem muita dificuldade!
A Constituição coloca a Defensoria como uma instituição permanente, o que significa que ela não pode
ser suprimida do texto nem mesmo por via de emenda constitucional.
Art. 134. A Defensoria Pública é instituição permanente, essencial à função jurisdicional do Estado, incumbindo-lhe,
como expressão e instrumento do regime democrático, fundamentalmente, a orientação jurídica, a promoção
dos direitos humanos e a defesa, em todos os graus, judicial e extrajudicial, dos direitos individuais e coletivos, de
forma integral e gratuita, aos necessitados, na forma do inciso LXXIV do art. 5º desta Constituição Federal.
A doutrina institucional nos explica que, como expressão do regime democrático, a Defensoria é projetada
pelo constituinte como a representação desse sistema, já que, ao proporcionar o acesso à justiça, permite a conso-
lidação de uma democracia forte. Por sua vez, como instrumento do regime democrático, atua, no cumprimento
das suas funções institucionais, de modo a realizar os valores democráticos – supremacia da vontade popular, pre-
servação da liberdade e igualdade de direitos.
Afirma que o acesso à justiça, como direito humano fundamental, é, ao mesmo tempo, o meio que possibilita
que se restabeleça o exercício dos direitos que tenham sido ignorados ou violados.
Afirma a importância fundamental do serviço de assistência jurídica gratuita para a promoção e a proteção
do direito ao acesso à justiça de todas as pessoas, em especial daquelas que se encontram em situação especial
de vulnerabilidade.
Recomendar aos Estados membros que já disponham do serviço de assistência jurídica gratuita que adotem
medidas que garantam que os defensores públicos oficiais gozem de independência e autonomia funcional.
Incentivar os Estados membros que ainda não disponham da instituição da defensoria pública que conside-
rem a possibilidade de criá-la em seus ordenamentos jurídicos.
A Resolução nº 2714 de 2012 é o segundo documento normativo aprovado pela Assembleia Geral da OEA
que aborda diretamente a questão da importância da Defensoria Pública para a promoção do acesso à justiça no
Continente.
De acordo com o art. 4º, XX, da LC nº 80/1994, também constitui função institucional da Defensoria Pública
“participar, quando tiver assento, dos conselhos federais, estaduais e municipais afetos às funções institucionais da
Defensoria Pública, respeitadas as atribuições de seus ramos”.
Maurilio Casas Maia e Daniel Gerhard , estudiosos do tema, afirmam que o Defensor Público atua como o
deus grego Hermes, levando mensagens entre realidades diferentes e aparentemente distantes. Exerce, assim, o
papel de amicus communitas, garantidor de representatividade, pluralismo e democracia nas instâncias de debate
público.
Custos vulnerabilis representa uma forma interventiva da Defensoria Pública em nome próprio e em prol de
seu interesse institucional, vinculada aos interesses dos vulneráveis e objetivamente aos direitos humanos, repre-
sentando a busca democrática do progresso jurídico-social das categorias mais vulneráveis no curso processual e
no cenário jurídico-político.
Pessoal, mais um tema bastante doutrinário. Temos várias FUCs que tratam desses temas e a sua revisão é
imprescindível. A leitura da Constituição Federal, aqui, também é importante. Não deixem de comparar a redação
original do texto com a redação atual, após as sucessivas emendas que alteraram o regime jurídico da Defensoria.
Na parte do estatuto constitucional do servidor público, cabe a revisão do art. 37 da Constituição Federal,
que traz uma série de normas aos servidores públicos que se aplicam aos Defensores, como é o caso do teto cons-
titucional, da vedação de acumulação de cargos, os deveres éticos etc.
#TABELALOVERS:
5. Princípios institucionais
- Indivisibilidade: os Defensores podem substituir uns aos outros, desde que seja de forma oficial e com base
em critérios objetivos.
6. Garantias constitucionais
II - requerer, advogar, ou praticar em Juízo ou fora dele, atos que de qualquer forma colidam com as funções ine-
rentes ao seu cargo, ou com os preceitos éticos de sua profissão;
III - receber, a qualquer título e sob qualquer pretexto, honorários, percentagens ou custas processuais, em razão
de suas atribuições;
IV - exercer o comércio ou participar de sociedade comercial, exceto como cotista ou acionista;
V - exercer atividade político-partidária, enquanto atuar junto à Justiça Eleitoral.
LEI ARTIGO
CRFB/88 22, XVII; 24, XIII; 134
LC 80/94 4º-A, 127 ao 135
PONTOS 10 e 11: 10. Defensoria Pública da União e do Distrito Federal e Territórios. 11. Lei Orgânica
Nacional da Defensoria Pública (Lei Complementar n. 80/94).
1. Direitos do assistido
Art. 4º-A. São direitos dos assistidos da Defensoria Pública, além daqueles previstos na legislação estadual ou em
atos normativos internos: (Incluído pela Lei Complementar nº 132, de 2009).
I – a informação sobre: (Incluído pela Lei Complementar nº 132, de 2009).
a) localização e horário de funcionamento dos órgãos da Defensoria Pública; (Incluído pela Lei Complementar
nº 132, de 2009).
b) a tramitação dos processos e os procedimentos para a realização de exames, perícias e outras providências
necessárias à defesa de seus interesses; (Incluído pela Lei Complementar nº 132, de 2009).
II – a qualidade e a eficiência do atendimento; (Incluído pela Lei Complementar nº 132, de 2009).
III – o direito de ter sua pretensão revista no caso de recusa de atuação pelo Defensor Público; (Incluído pela Lei
Complementar nº 132, de 2009).
IV – o patrocínio de seus direitos e interesses pelo defensor natural; (Incluído pela Lei Complementar nº 132,
de 2009).
V – a atuação de Defensores Públicos distintos, quando verificada a existência de interesses antagônicos ou coli-
dentes entre destinatários de suas funções.
3. Objetivos da Defensoria
Art. 3º-A. São objetivos da Defensoria Pública: (Incluído pela Lei Complementar nº 132, de 2009).
I – a primazia da dignidade da pessoa humana e a redução das desigualdades sociais; (Incluído pela Lei Com-
plementar nº 132, de 2009).
II – a afirmação do Estado Democrático de Direito; (Incluído pela Lei Complementar nº 132, de 2009).
III – a prevalência e efetividade dos direitos humanos; e (Incluído pela Lei Complementar nº 132, de 2009).
IV – a garantia dos princípios constitucionais da ampla defesa e do contraditório.
4. Composição da DPU
Art. 5º A Defensoria Pública da União compreende:
I - órgãos de administração superior:
a) a Defensoria Público-Geral da União;
b) a Subdefensoria Público-Geral da União;
c) o Conselho Superior da Defensoria Pública da União;
d) a Corregedoria-Geral da Defensoria Pública da União;
II - órgãos de atuação:
a) as Defensorias Públicas da União nos Estados, no Distrito Federal e nos Territórios;
b) os Núcleos da Defensoria Pública da União;
III - órgãos de execução:
a) os Defensores Públicos Federais nos Estados, no Distrito Federal e nos Território.
6. Atribuições do DPGU
Art. 8º São atribuições do Defensor Público-Geral, dentre outras:
I - dirigir a Defensoria Pública da União, superintender e coordenar suas atividades e orientar-lhe a atuação;
II - representar a Defensoria Pública da União judicial e extrajudicialmente;
III - velar pelo cumprimento das finalidades da Instituição;
IV - integrar, como membro nato, e presidir o Conselho Superior da Defensoria Pública da União;
V – submeter ao Conselho Superior proposta de criação ou de alteração do Regimento Interno da Defensoria Pú-
blica-Geral da União;
VI - autorizar os afastamentos dos membros da Defensoria Pública da União;
VII - estabelecer a lotação e a distribuição dos membros e dos servidores da Defensoria Pública da União;
VIII - dirimir conflitos de atribuições entre membros da Defensoria Pública da União, com recurso para
seu Conselho Superior;
IX - proferir decisões nas sindicâncias e processos administrativos disciplinares promovidos pela Corregedoria-Ge-
ral da Defensoria Pública da União;
X - instaurar processo disciplinar contra membros e servidores da Defensoria Pública da União, por recomendação
de seu Conselho Superior;
XI - abrir concursos públicos para ingresso na carreira da Defensoria Pública da União;
XII - determinar correições extraordinárias;
XIII - praticar atos de gestão administrativa, financeira e de pessoal;
XIV - convocar o Conselho Superior da Defensoria Pública da União;
XV - designar membro da Defensoria Pública da União para exercício de suas atribuições em órgão de atuação
diverso do de sua lotação ou, em caráter excepcional, perante Juízos, Tribunais ou Ofícios diferentes dos estabele-
cidos para cada categoria;
XVI - requisitar de qualquer autoridade pública e de seus agentes, certidões, exames, perícias, vistorias, diligên-
cias, processos, documentos, informações, esclarecimentos e demais providências necessárias à atuação da De-
fensoria Pública;
XVII - aplicar a pena da remoção compulsória, aprovada pelo voto de dois terços do Conselho Superior da
Defensoria Pública da União, assegurada ampla defesa;
XVIII - delegar atribuições a autoridade que lhe seja subordinada, na forma da lei.
XIX – requisitar força policial para assegurar a incolumidade física dos membros da Defensoria Pública da União,
quando estes se encontrarem ameaçados em razão do desempenho de suas atribuições institucionais;
XX – apresentar plano de atuação da Defensoria Pública da União ao Conselho Superior.
VI – praticar atos e decidir sobre situação funcional e administrativa do pessoal, ativo e inativo da Carreira, e dos
serviços auxiliares, organizados em quadros próprios;
VII – exercer outras competências decorrentes de sua autonomia.
8. Autonomia orçamentária
Art. 97-B. A Defensoria Pública do Estado elaborará sua proposta orçamentária atendendo aos seus princípios, às
diretrizes e aos limites definidos na lei de diretrizes orçamentárias, encaminhando-a ao Chefe do Poder Executivo
para consolidação e encaminhamento ao Poder Legislativo. (Incluído pela Lei Complementar nº 132, de 2009).
§ 1º Se a Defensoria Pública do Estado não encaminhar a respectiva proposta orçamentária dentro do prazo es-
tabelecido na lei de diretrizes orçamentárias, o Poder Executivo considerará, para fins de consolidação da proposta
orçamentária anual, os valores aprovados na lei orçamentária vigente, ajustados de acordo com os limites estipu-
lados na forma do caput. (Incluído pela Lei Complementar nº 132, de 2009).
§ 2º Se a proposta orçamentária de que trata este artigo for encaminhada em desacordo com os limites estipu-
lados no caput, o Poder Executivo procederá aos ajustes necessários para fim de consolidação da proposta orça-
mentária anual. (Incluído pela Lei Complementar nº 132, de 2009).
§ 3º Durante a execução orçamentária do exercício, não poderá haver a realização de despesas que extrapolem
os limites estabelecidos na lei de diretrizes orçamentárias, exceto se previamente autorizadas, mediante a abertura
de créditos suplementares ou especiais. (Incluído pela Lei Complementar nº 132, de 2009).
§ 4º Os recursos correspondentes às suas dotações orçamentárias próprias e globais, compreendidos os créditos
suplementares e especiais, ser-lhe-ão entregues, até o dia 20 (vinte) de cada mês, na forma do art. 168 da Consti-
tuição Federal. (Incluído pela Lei Complementar nº 132, de 2009).
§ 5º As decisões da Defensoria Pública do Estado, fundadas em sua autonomia funcional e administrativa, obede-
cidas as formalidades legais, têm eficácia plena e executoriedade imediata, ressalvada a competência constitucio-
nal do Poder Judiciário e do Tribunal de Contas. (Incluído pela Lei Complementar nº 132, de 2009).
§ 6º A fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial da Defensoria Pública do Estado,
quanto à legalidade, legitimidade, aplicação de dotações e recursos próprios e renúncia de receitas, será exercida
pelo Poder Legislativo, mediante controle externo e pelo sistema de controle interno estabelecido em lei.
LEI ARTIGO
LC 84 Íntegra
PONTOS 12 e 13: 12. Lei Orgânica da Defensoria Pública do Estado do Ceará (Lei Complementar 06/97).
13. Resoluções do Conselho Superior da Defensoria Pública do Estado do Ceará.
Pessoal, aqui, a dica é ler e reler um milhão de vezes a legislação. Não tem outro jeito!
1. Necessitado na LC 06
Art. 2º. A Defensoria Pública é instituição essencial à função jurisdicional do Estado, incumbindo-lhe prestar gratui-
ta e integral assistência jurídica, judicial e extrajudicial, aos necessitados, compreendendo a orientação, postulação
e defesa de seus direitos e interesses, em todos os graus e instâncias, compreendido entre estes, o juízo das peque-
nas causas, na forma do inciso LXXIV, do Art. 5º, da Constituição Federal.
§ 1º. Considera-se juridicamente necessitado, o declaradamente pobre na forma da lei.
§ 2º. À Defensoria Pública é conferido o direito de apurar o estado de carência dos seus assistidos.
§ 3º. Na gratuidade da assistência jurídica aos necessitados, de que trata o caput deste artigo, incluem-se
a proibição de cobranças de taxas, emolumentos ou depósitos judiciais, ou outras cobranças de qualquer
tipo ou natureza.
2. Funções institucionais
Art. 3º. São funções institucionais da Defensoria Pública, dentre outras:
I - promover, extrajudicialmente, a conciliação entre as partes em conflito de interesses;
II - patrocinar ação penal privada e a subsidiária da pública;
III - patrocinar ação civil;
3. Participação em Conselhos
Art. 5º (...)
(...)
§ 3º. A Defensoria Pública participará necessariamente:
I - do Conselho de Segurança Pública Estadual;
II - do Conselho Estadual de Política Criminal;
III - do Conselho Penitenciário do Estado;
IV - do Conselho Estadual de Entorpecentes;
V - do Conselho Estadual de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana;
VI - do Conselho Estadual de Trânsito;
4. Estrutura da DPECE
I - ÓRGÃOS DE ADMINISTRAÇÃO SUPERIOR:
a) a Defensoria Pública-Geral do Estado;
b) a Subdefensoria Pública-Geral do Estado;
c) o Conselho Superior da Defensoria Pública Geral do Estado;
d) a Corregedoria-Geral da Defensoria Pública do Estado.
II - ÓRGÃOS DE ATUAÇÃO:
a) as Defensorias Públicas do Estado;
b) os Núcleos da Defensoria Pública do Estado.
III - ÓRGÃOS DE EXECUÇÃO:
a) os Defensores Públicos do Estado.
IV - órgão auxiliar: Ouvidoria-Geral da Defensoria Pública do Estado.
6. Defensor Público-Geral
Art. 8º A Defensoria Pública do Estado é organizada em carreira, com ingresso de seus integrantes na classe inicial,
mediante concurso público de provas e títulos, tendo por chefe o Defensor Público-Geral, nomeado pelo Gover-
nador do Estado dentre membros estáveis da Carreira e maiores de 35 (trinta e cinco) anos, escolhidos em lista
tríplice formada pelo voto direto, secreto, plurinominal e obrigatório de seus membros, para mandato de 2 (dois)
anos, permitida uma recondução.
§ 1º O Defensor Público-Geral será substituído em suas faltas, licenças, férias e impedimentos pelo Subdefensor
Público-Geral.
§ 2º No caso de não haver número suficiente de candidatos à formação da lista tríplice, serão considerados como
tais todos os conselheiros Defensores Públicos eleitos do Conselho Superior em efetivo exercício, com idade igual
ou superior a 35 (trinta e cinco anos) anos na data da eleição.
§ 3º Caso o Chefe do Poder Executivo não efetive a nomeação do Defensor Público-Geral nos 15 (quinze) dias que
se seguirem ao recebimento da lista tríplice, será investido automaticamente no cargo o Defensor Público mais
votado para exercício do mandato.
§ 4º A destituição do Defensor Público-Geral do Estado obedecerá ao disposto no art. 147, § 2º da Constituição
Estadual.
7. RESOLUÇÃO N° 021/2008
INSTITUI E REGULAMENTA, NO ÂMBITO DA DEFENSORIA PÚBLICA DO ESTADO DO CEARÁ, O NÚCLEO DE
AÇÕES COLETIVAS E DÁ OUTRAS PROVIDÊNCIAS
Art. 3° A atuação da Defensoria Pública em matéria de direitos e interesses transindividuais, preceder-se-á sem-
pre da instauração de Procedimento Preparatório, processo administrativo interno, solene e escrito, presidido
por Defensor Público de carreira, que seguirá o modelo contido no Anexo I da presente Resolução. As decisões
serão sempre fundamentadas, ainda que sucintamente, e o procedimento será público, facultando-se às partes
interessadas, bem como à população em geral, ter acesso a seu conteúdo, ressalvadas as hipóteses legais e cons-
titucionais que autorizam o sigilo. Nessa hipótese, deverá o órgão de atuação motivar expressamente o sigilo no
despacho inicial, ou, durante o curso do procedimento, se o motivo for superveniente, devendo constar na capa do
processo que se trata de caso sob sigilo.
8. Resolução n. 169/2019
Regula a atuação do Defensor Público na hipótese de indevida nomeação judicial em autos processuais de natu-
reza cível.
Art. 1º. Cabe ao Defensor Público como órgão de execução defensorial, em qualquer hipótese, mesmo nos casos
de indevida nomeação judicial em autos processuais cíveis, avaliar se a parte preenche os requisitos legais
necessários a obtenção do patrocínio de sua causa pela Defensoria Pública.
9. Resolução nº 193/2021
Disciplina a prestação da função institucional dos membros da Defensoria Pública do Estado no que se refere ao
ajuizamento das revisões criminais e dá outras providências.
Art. 2º. As revisões criminais serão elaboradas pelos Defensores Públicos com atribuição perante a respectiva
unidade jurisdicional.
§ 1º No caso de processo-crime de decisão condenatória ou absolutória imprópria com recurso ao Tributal de
Justiça ou Tribunais Superiores, será proposta pela Defensoria Criminal do 2º Grau onde transitou em julgado
o processo, distribuído, respectivamente, de modo equitativo entre os membros da Câmara Criminal e entre os
membros com atuação nos Tribunais Superiores.
§ 2º No caso de processo-crime de decisão condenatória ou absolutória imprópria sem recurso à segunda ins-
tância, a revisão criminal será proposta diretamente à Presidência do Tribunal Justiça do Estado, pelo Defensor
Público com atribuição para oficiar no juízo da condenação.
§ 3º Em se apresentando necessária a justificação judicial prévia para fins de propositura da revisão criminal, esta
deve ser ajuizada pelo Defensor Público com atribuição no juízo da condenação.
§ 4º Será competente o Defensor Público da execução penal, tanto para a justificação judicial quanto para a
revisão criminal, no caso de pessoa condenada cuja execução foi transferida de uma comarca para outra, se na
comarca da ação penal originária não tiver Defensoria Pública estruturada, ressalvada a hipótese do § 1º deste
artigo.
LEI ARTIGO
LC 06/97 Íntegra
DIREITO CIVIL29
E aí futuros (as) defensores (as)!!! Chegamos na matéria queridinha de Direito Civil!!!
Vamos começar pelo levantamento de questões feitas pela FCC para ficarmos atentos aos temas queridinhos
da banca! #DEOLHONABANCA
Contratos 29 12,28%
Sucessões 24 10,16%
LINDB 5 2,1%
Bens 3 1,2%
Os temas de maiores incidência em Direito Civil geralmente são: Direito de Família, Direitos Reais, Sucessões
e Responsabilidade Civil.
PONTO 01: 1. Moral, religião, regras de trato social, justiça e direito. Fontes do direito. Lei de Introdução
às normas do Direito brasileiro. Eficácia, conflito e interpretação das normas.
PONTO 02: 2. Pessoa natural. Aquisição e extinção da personalidade. Direitos da personalidade. Nascituro.
Embrião excedentário. Nome. Estado. Registro das pessoas naturais. Domicílio e residência.
Pessoal, esse é um ponto que tem mais doutrina e teoria. Não costuma cair muito nas provas da defensoria,
não sendo objeto de questões nas últimas provas.
Quanto a LINDB, trata-se de um ponto que costuma cair em provas de banca de FCC, inclusive porque,
29 Por Thais Kronemberger.
Nesse ponto faça a leitura do seu material próprio ou da FUC 0 (LINDB – LEI DE INTRODUÇÃO AS NORMAS
DO DIREITO BRASILEIRO).
No restante, cabe a revisão do seu próprio material de base ou a FUC 2 (DIREITO DA PPERSONALIDADE,
DESCONSIDERAÇÃO DA PERSONALIDADE JURÍDICA E DOMICÍLIO) das páginas 3 a 28. Mas para esse ponto, o
que vale mesmo é estar atento aos últimos julgados sobre direito constitucional e saber conceitos e pontos gerais
de direito civil que vamos passar aqui nas rapidinhas.
Aqui #FOCANALEI
1. DIREITO SUBJETIVO
Cuida-se da faculdade de um sujeito realizar uma conduta comissiva (ação) ou omissiva (omissão) ou exigi-la
de outro sujeito. Por se tratar de faculdade, o exercício efetivo de um direito subjetivo depende da vontade do
próprio sujeito; ninguém pode forçar outrem a exercer direito subjetivo. O art. 1.517 do Código Civil é uma norma,
e, por conseguinte, de direito objetivo. Segundo esse dispositivo, “o homem e a mulher com dezesseis anos podem
casar”. Juliana, com dezoito anos e João com dezenove têm incorporado a suas esferas jurídicas o direito subjetivo
de se casar, o qual pode ser exercido ou não, dependendo da vontade do casal, porquanto se trata de faculdade.
“Embora a divisão do direito objetivo em público e privado remonte ao direito romano, até hoje não há
consenso sobre seus traços diferenciadores. Vários critérios foram propostos, sem que todos eles estejam imunes
a críticas. Essa dicotomia tem, efetivamente, sua origem no direito romano, como se depreende das palavras de
Ulpiano: “Direito público é o que corresponde às coisas do Estado; direito privado, o que pertence à utilidade das
pessoas”. Pelo critério adotado, da utilidade ou do interesse visado pela norma, o direito público era o direito do
Estado romano, o qual dizia respeito aos negócios de interesse deste. O direito privado, por sua vez, disciplinava
os interesses particulares dos cidadãos”.
“Na realidade, o direito deve ser visto como um todo, sendo dividido em direito público e privado somente
por motivos didáticos. A interpenetração de suas normas é comum, encontrando-se, com frequência, nos diplo-
mas reguladores dos direitos privados as atinentes ao direito público e vice-versa. Do direito civil, que é o cerne do
direito privado, destacaram-se outros ramos, especialmente o direito comercial, o direito do trabalho, o direito do
consumidor e o direito agrário”. (Carlos Roberto Gonçalves)
Princípio da Eticidade – Trata-se da valorização da ética e da boa-fé, principalmente daquela que existe no
plano da conduta de lealdade das partes (boa-fé objetiva). Pelo Código Civil de 2002, a boa-fé objetiva tem função
de interpretação dos negócios jurídicos em geral (art. 113 do CC). Serve ainda como controle das condutas huma-
nas, eis que a sua violação pode gerar o abuso de direito, nova modalidade de ilícito (art. 187). Por fim, a boa-fé
objetiva tem a função de integrar todas as fases pelas quais passa o contrato (art. 422 do CC).
Princípio da Socialidade – Segundo apontava o próprio Miguel Reale, um dos escopos da nova codifica-
ção foi o de superar o caráter individualista e egoísta da codificação anterior. Assim, a palavra “eu” é substituída
por “nós”. Todas as categorias civis têm função social: o contrato, a empresa, a propriedade, a posse, a família, a
responsabilidade civil.
Princípio da Operabilidade – Esse princípio tem dois sentidos. Primeiro, o de simplicidade ou facilitação das
categorias privadas, o que pode ser percebido, por exemplo, pelo tratamento diferenciado da prescrição e da de-
cadência. Segundo, há o sentido de efetividade ou concretude, o que foi buscado pelo sistema aberto de cláusulas
gerais adotado pela atual codificação material.
A Teoria Tridimensional parte do pressuposto de que o fenômeno jurídico deva ser analisado e compreendi-
do sob uma visão que englobe os três aspectos epistemológicos mais utilizados pelos juristas e filósofos ao longo
da História: o fato jurídico (a experiência), o valor e a norma propriamente dita. FATO – VALOR – NORMA.
Esta teoria surgiu na Alemanha, na década de 50, por meio de um magistrado do Tribunal Federal do Traba-
lho, chamado Hans Carl Nipperdey.
Nos termos da proposta da teoria da eficácia direta ou imediata, como o próprio nome sugere, alguns direi-
tos fundamentais podem ser aplicados diretamente às relações privadas, ou seja, sem a necessidade da intervenção
legislativa.
Eficácia transversal ou diagonal dos direitos fundamentais: A eficácia diagonal dos Direitos Fundamentais
aplicar-se-ia nas relações entre particulares onde houvesse um cenário de desequilíbrio entre as partes. Ou seja,
quando um particular detivesse uma relação de maior poder que a outra parte. A teoria é amplamente aceita e
positivada nas relações consumeristas, onde reconhece-se a hipossuficiência do consumidor (Artigo 4º, §2º, do
CDC). A Justiça do Trabalho tem também amplamente aceito essa teoria, entendendo que na relação do trabalho,
deve o direito salvaguardar a parte mais fraca da relação.
6. NATUREZA DA LINDB
A Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro - LINDB (Decreto-Lei n° 4.657/1942) é uma regra
de superdireito ou sobredireito (E. ZITELMANN utiliza o termo, que é assimilado pelo direito hermenêu-
tico), que contém normas que definem a aplicação de outras normas. A LINDB preocupa-se com a própria
norma jurídica, ou seja, o seu conteúdo interessa mais à Teoria Geral do Direito do que ao Direito Civil propria-
mente dito. Trata-se de um diploma legal multidisciplinar que se aplica universalmente a qualquer ramo do direito.
É, portanto, um código geral sobre a elaboração e aplicação das normas jurídicas, tendo por objetivo a elaboração,
vigência e aplicação de leis.
7. PROJETO DE LEI
A corrente majoritária entende que o projeto de lei se torna lei com a sanção ou com a rejeição do
veto. Segundo essa posição, a promulgação apenas promulga uma lei já existente. Neste sentido, Gilmar Mendes
afirma que “com a promulgação se atesta a existência da lei, que passou a existir com a sanção ou com a rejeição do
veto, e se ordena a sua aplicação”. #ATENÇÃO: existência é diferente de vigência.
8. VACATIO LEGIS
Vacatio legis – lapso temporal necessário para que as pessoas tenham conhecimento da sua existência,
contado após a publicação da lei. A Lei somente terá vigência após decorrido o prazo de vacatio legis.
Art. 1º - Salvo disposição contrária, a lei começa a vigorar em todo o país quarenta e cinco dias depois
de oficialmente publicada. § 1o Nos Estados, estrangeiros, a obrigatoriedade da lei brasileira, quando
admitida, se inicia três meses depois de oficialmente publicada. #ANOTEQUECAI
O artigo 2º dispõe acerca da do princípio da continuidade das leis (“art. 2º não se destinando à vigência
temporária, a lei terá vigor até que outra a modifique ou revogue”), contudo, é possível que haja a revogação da
de uma lei por outra, de maneira expressa ou tácita. Na primeira, a lei informa expressamente os dispositivos
revogados (vontade do legislador), enquanto que, na segunda, a revogação ocorre de maneira indireta, em face
da incompatibilidade da lei nova ou da superveniência de lei nova que regule inteiramente a matéria. Ademais, a
revogação pode ser TOTAL (ABROGAÇÃO) ou PARCIAL (DERROGAÇÃO).
10. REPRESTINAÇÃO
Art. 2º § 3º. Salvo disposição em contrário, a lei revogada não se restaura por ter a lei revogadora perdido a vigência.
Via de regra o fenômeno é vedado, somente sendo permitido se a lei revogadora assim expressamente o
prever.
Sobre esses pontos, cabe a leitura da FUC 01 (PERSONALIDADE JURÍDICA E PESSOA JURÍDICA) e FUC 02
(DIREITOS DA PERSONALIDADE, DESCONSIDERAÇÃO DA PERSONALIDADE JURÍDICA E DOMÍCILIO).
Quanto à direitos da personalidade, o importante é focar na leitura sistematizada dos últimos informativos
desse tema lá no buscador do dizer o direito.
Nome e Registro Civil são temas que estão na moda pelas possibilidades de alterações do nome chanceladas
pela jurisprudência. #FOCANAJURIS
Domicílio é um tema que basta tão somente ler os artigos 70 a 78 do Código Civil.
Desconsideração da personalidade jurídica é um tema que tem sempre a possibilidade de ser cobrado, então
foca no art. 50 do CC/02.
O estatuto da pessoa com deficiência pode ser cobrado nesses pontos ou também em direitos difusos e
coletivos.
1. AQUISIÇÃO DA PERSONALIDADE
a) Teoria Natalista (Vicente Ráo, Sílvio Rodrigues, Eduardo Espínola): a personalidade somente seria
adquirida a partir do nascimento com vida independentemente da forma humana e de um tempo mínimo de so-
brevida, de maneira que o nascituro, por não ser considerado pessoa, teria mera expectativa de direto.
OBS.: Ainda que se adote a primeira teoria, é importante frisar, à luz do princípio da dignidade da pessoa
humana e na perspectiva da eficácia horizontal dos direitos fundamentais, que a aquisição da personalidade inde-
pende da forma humana e de um tempo mínimo de sobrevida.
b) Teoria da personalidade condicional (Serpa Lopes): o nascituro gozaria de uma personalidade ma-
terial para efeito de titularizar direitos personalíssimos (a exemplo do direito à vida), mas somente consolidaria
direitos materiais, econômicos ou patrimoniais sob a condição de nascer com vida. Em outras palavras, o nascituro
somente consolidaria a sua plena personalidade sob a condição de nascer com vida. O nascituro seria pessoa no
que tange o direito à vida (direitos personalíssimos), mas não seria para adquirir direitos materiais.
*Maria Helena Diniz diz que o nascituro tem uma personalidade material (mantém relação com direitos pa-
trimoniais e o nascituro só a adquire com o nascimento com vida) e uma personalidade formal (relacionada com
os direitos da personalidade, o que o nascituro já tem desde a concepção).
Na prática, se o nascituro morre dentro do ventre não adquire direitos sucessórios. Ele tem direito à vida,
pré-natal. É mais aplicada na jurisprudência. Ela é confusa, pois considera o nascituro pessoa para certos direitos e
para outros não.
c) Teoria concepcionista (Clóvis Beviláqua, Silmara Chinelato): A terceira teoria, ao longo do tempo, vem
ganhando mais espaço no Brasil. É a mais corajosa. Considera o nascituro pessoa desde a concepção, inclusive em
face de direitos materiais . Essa teoria ganhou grande força a partir da aprovação da Lei n.º 11.804/08 – Lei dos
alimentos gravídicos – na medida em que o nascituro é, expressa e imediatamente, contemplado por um impor-
tante direito material, mesmo não tendo ainda nascido com vida. Você pode fazer uma doação ao nascituro, e
quando ele nasce essa doação é consolidada. O nascimento apenas consolida direitos que já existem. Nos últimos
anos, a Teoria Concepcionista vem ganhando ainda mais força, conforme podemos notar nas decisões do STJ que
admitem em favor do nascituro o reconhecimento do dano moral (REsp 399028/SP). Exemplo: perdeu o pai e não
pode conhecê-lo. Recebe indenização no mesmo valor que os irmãos que conheceram o pai (Nancy). Reforçando
ainda mais a linha concepcionista, o STJ também tem admitido o pagamento da indenização do seguro DPVAT
(independente de culpa) em favor dos pais pela morte do nascituro (noticiário de 15 de maio de 2011, REsp 1120676
de Santa Catarina).
#ATENÇÃO: Parte da doutrina entende que o Código Civil teria adotado a teoria natalista. #JÁCAIU #FCC
2. #DEOLHONAJURIS
Ainda que se trate de pessoa pública, o uso não autorizado da sua imagem, com fins exclusivamente econômi-
cos e publicitários, gera danos morais. Assim, a obrigação de indenizar, tratando-se de direito à imagem, decorre
do próprio uso indevido desse direito, não sendo necessário provar a existência de prejuízo. Trata-se de dano in
re ipsa (STJ. 3ª Turma. REsp 1.102.756-SP, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 20/11/2012).
3. #DEOLHONAJURIS
É admissível o retorno ao nome de solteiro do cônjuge ainda na constância do vínculo conjugal. Exemplo hipoté-
tico: Regina Andrade Medina casou-se com João da Costa Teixeira. Com o casamento, ela passou a ser chamada
de Regina Medina Teixeira. Ocorre que, após anos de casada, Regina arrependeu-se da troca e deseja retornar
ao nome de solteira. Ela apresentou justas razões de ordem sentimental e existencial. O pedido deve ser aco-
lhido a fim de ser preservada a intimidade, a autonomia da vontade, a vida privada, os valores e as crenças das
pessoas, bem como a manutenção e perpetuação da herança familiar. STJ. 3ª Turma. REsp 1873918-SP, Rel. Min.
Nancy Andrighi, julgado em 02/03/2021 (Info 687).
4. NOME SOCIAL30
Decreto nº 8727/16
Art. 1º Este Decreto dispõe sobre o uso do nome social e o reconhecimento da identidade de gênero de
pessoas travestis ou transexuais no âmbito da administração pública federal direta, autárquica e fundacional.
Parágrafo único. Para os fins deste Decreto, considera-se:
I - nome social - designação pela qual a pessoa travesti ou transexual se identifica e é socialmente reco-
nhecida; e
II - identidade de gênero - dimensão da identidade de uma pessoa que diz respeito à forma como se
relaciona com as representações de masculinidade e feminilidade e como isso se traduz em sua prática
social, sem guardar relação necessária com o sexo atribuído no nascimento.
5. ENUNCIADOS
O exercício dos direitos da personalidade pode sofrer limitação voluntária, desde que não seja permanente nem
geral. Enunciado 139: Os direitos da personalidade podem sofrer limitações, ainda que não especificamente pre-
vistas em lei, não podendo ser exercidos com abuso de direito de seu titular, contrariamente à boa-fé́ objetiva
e aos bons costumes.
“O exercício dos direitos da personalidade pode ser objeto de disposição voluntária, desde que não permanente
nem geral, estando condicionado à prévia autorização do titular e devendo sua utilização estar de acordo com
o contrato estabelecido entre as partes. STJ. 3ª Turma. REsp 1.630.851-SP, Rel. Min. Paulo de Tarso Sanseverino,
julgado em 27/4/2017 (Info 606)” #SELIGA #JÁCAIU #FCC
6. ARTS. 3º E 4º DO CC
#CAMPEÃODEBILHETERIA #CAIMUITO:
ARTIGO 3º São absolutamente incapazes de exercer pessoalmente os atos da vida civil os menores de 16 (de-
zesseis) anos.
ARTIGO 4º São incapazes, relativamente a certos atos ou à maneira de os exercer:
I - os maiores de dezesseis e menores de dezoito anos;
II - os ébrios habituais e os viciados em tóxico;
III - aqueles que, por causa transitória ou permanente, não puderem exprimir sua vontade;
IV - os pródigos.
#OLHAOGANCHO #AJUDAMARCINHO
Não se admite a declaração de incapacidade absoluta às pessoas com enfermidade ou deficiência men-
tal
Depois do Estatuto da Pessoa com Deficiência (Lei no 13.146/2015), que alterou os arts. 3o e 4o do Código Civil,
não é mais possível declarar como absolutamente incapaz o maior de 16 anos que, em razão de enfermidade
permanente, encontra-se inapto para gerir sua pessoa e administrar seus bens de modo voluntário e consciente.
A Lei no 13.146/2015 teve por objetivo assegurar e promover a inclusão social das pessoas com deficiência física
ou psíquica e garantir o exercício de sua capacidade em igualdade de condições com as demais pessoas.
A partir da entrada em vigor da referida lei, só podem ser considerados absolutamente incapazes os menores de
16 anos, ou seja, o critério passou a ser apenas etário, tendo sido eliminadas as hipóteses de deficiência mental
ou intelectual anteriormente previstas no Código Civil.
O instituto da curatela pode ser excepcionalmente aplicado às pessoas com deficiência, ainda que agora sejam
consideradas relativamente capazes, devendo, contudo, ser proporcional às necessidades e às circunstâncias de
cada caso concreto (art. 84, § 3o, da Lei no 13.146/2015). STJ. 3a Turma. REsp 1.927.423/SP, Rel. Min. Marco Aurélio
Bellizze, julgado em 27/04/2021 (Info 694).
• são absolutos, isto é, são oponíveis contra todos (erga omnes), impondo à coletividade o dever de respei-
tá-los;
• generalidade, os direitos da personalidade são outorgados a todas as pessoas, pelo simples fato de existi-
rem;
• indisponibilidade, nem por vontade própria do indivíduo o direito da personalidade pode mudar de titular;
• imprescritibilidade, inexiste um prazo para seu exercício, não se extinguindo pelo seu não-uso;
• vitaliciedade, os direitos da personalidade são inatos e permanentes, acompanhando a pessoa desde seu
nascimento até sua morte.
9. PESSOAS JURÍDICAS
#DEOLHONAJURISPRUDÊNCIA:
O STJ entende que apenas pessoas jurídicas de direto privado podem sofrer dano moral (empresas). Pessoa
jurídica de direito público não (Informativo 534), como regra. #SELIGANAEXCEÇÃO: no Informativo 684, o STJ
entendeu que, excepcionalmente, a pessoa jurídica tem direito à indenização por danos morais relacionados à
violação da honra ou da imagem, quando a credibilidade institucional for fortemente agredida e o dano reflexo
sobre os demais jurisdicionados em geral for evidente (STJ. 2ª Turma. REsp 1.722.423-RJ, Rel. Min. Herman Ben-
jamin, julgado em 24/11/2020).
10. ART. 50 DO CC
Art. 50. Em caso de abuso da personalidade jurídica, caracterizado pelo desvio de finalidade ou pela confusão
patrimonial, pode o juiz, a requerimento da parte, ou do Ministério Público quando lhe couber intervir no processo,
desconsiderá-la para que os efeitos de certas e determinadas relações de obrigações sejam estendidos aos bens
particulares de administradores ou de sócios da pessoa jurídica beneficiados direta ou indiretamente pelo abuso.
(desconsideração da pessoa jurídica).
§ 1º Para os fins do disposto neste artigo, desvio de finalidade é a utilização da pessoa jurídica com o propósito
de lesar credores e para a prática de atos ilícitos de qualquer natureza.
§ 2º Entende-se por confusão patrimonial a ausência de separação de fato entre os patrimônios, caracterizada
por:
I - cumprimento repetitivo pela sociedade de obrigações do sócio ou do administrador ou vice-versa;
II - transferência de ativos ou de passivos sem efetivas contraprestações, exceto os de valor proporcionalmente
insignificante; e
PONTO 06: Fatos jurídicos: Conceito e Classificação. Aquisição, modificação, defesa e extinção de direitos.
Negócio jurídico. Situações jurídicas. Atos jurídicos – elementos essenciais, classificação e modalidades.
Defeitos e invalidade dos atos.
PONTO 07: Função social das relações jurídicas. Prescrição e decadência.
PONTO 08: Atos ilícitos. Abuso do direito. Enriquecimento ilícito. Causas excludentes de ilicitude. Prova.
Pessoal, esses pontos são mais doutrinários e decoreba da letra de lei. Na FCC costuma cair a redação ex-
pressa de alguns artigos referente aos temas.
Defeitos do negócio jurídico é um ponto obrigatório para todas as provas da FCC. Sempre cai uma questão
sobre o assunto. No ponto, leitura da FUC 06 (TEORIA GERAL DO NEGÓCIO JURIDICO).
Quanto ao ato ilícito e abuso de direito, ler o seu material próprio ou a FUC 13 (RESPONSABILIDADE CIVIL)
e foco no art. 186 do CC/02. Esse artigo deve estar tatuado na pele do concurseiro.
Para prescrição e decadência, leitura do seu material próprio ou da FUC 07 (PRESCRIÇÃO E DECADÊNCIA).
Art. 232
Vício de consentimento: o defeito está na formação da vontade (vontade interna) e o prejudicado é um dos
contratantes. Ex.: Erro, Dolo, Coação, Lesão ou Estado de Perigo.
Vício social: o defeito está na manifestação da vontade (vontade externa) e o prejudicado é sempre um
terceiro. Ex.: fraude contra credores e simulação.
NULIDADE ANULABILIDADE
Negócio é nulo. No CC/16 se falava em nulidade ab- Negócio é anulável. No CC/16 se falava em nulidade
soluta. No CC/02 nulidade é sempre absoluta. relativa. No CC/02 anulabilidade é sempre relativa
Ação declaratória de nulidade – (1) majoritária - im-
prescritível, com base no art. 169 do CC, jurisprudên- Ação anulatória – prazo especial. Estão espalhados
cia e doutrina. (2) Prescreve em 10 anos, que é prazo no Código Civil. Há um prazo geral, quando não
geral de prescrição no art. 205 CC. Caio Mário. (3) houver prazo específico – art. 179, CC – 2 anos. Ex.:
Declaração de nulidade é imprescritível, mas para a anulação da venda de ascendente para descente.
desfazer os efeitos patrimoniais teria um prazo de 10 Art. 496. Súmula 494 do STF está superada. Ex nunc.
anos. – Stolze e enunciado 536/CJF. Ex tunc.
Hipóteses: (1) art. 166 + 167; (2) casos expressos es-
palhados pelo CC (nulidades expressas); (3) quando Hipóteses: art. 171 – (1) incapacidade do agente; (2)
a lei proíbe a prática de um ato e não estabelece vícios do CC; e (3) casos expressos.
sanção – nulidade virtual. Art. 166, VII.
Interesse público (norma de ordem pública). Coisa Interesse particular (norma de ordem privada).
julgada erga omnes. Coisa julgada inter partes.
Juiz deve declarar de ofício. Juiz não pode declarar de ofício.
Pode ser suprido/sanado – confirmação ou assenti-
Não pode ser sanado/suprido/convalidado, mas
mento/convalidado (gênero). Ex.: simples decurso do
pode ser objeto de conversão.
tempo.
3. ENUNCIADO 37
Enunciado 37 da I Jornada de Direito Civil: Art. 187. A responsabilidade civil decorrente do abuso do direito
INDEPENDE DE CULPA, e fundamenta-se no critério objetivo-finalístico.
É possível o reconhecimento do abuso do direito pelo exercício inadmissível de posição jurídica por ofensa
à boa-fé objetiva, como ocorre nas hipóteses de venire contra factum proprium, supressio, surrectio e tu quoque.
Enunciado 24 da I Jornada de Direito Civil: Art. 422: em virtude do princípio da boa-fé, positivado no art. 422 do
novo Código Civil, a violação dos deveres anexos constitui espécie de inadimplemento, independentemente de
culpa. #OLHAOGANCHO #BOA-FÉ-OBJETIVA
4. #DEOLHONAJURIS
A simulação provoca a nulidade absoluta do negócio jurídico. É o que prevê o caput do art. 167 do CC. Diante
disso, como se trata de matéria de ordem pública, a simulação pode ser declarada até mesmo de ofício pelo
juiz da causa (art. 168, parágrafo único, do CC). Como negócio jurídico simulado é nulo, o reconhecimento des-
sa nulidade pode ocorrer de ofício, até mesmo incidentalmente em qualquer processo em que for ventilada a
questão. Logo, é desnecessário o ajuizamento de ação específica para se declarara nulidade de negócio jurídico
simulado. Dessa forma, não há como se restringir o seu reconhecimento em embargos de terceiro. Para casos
posteriores ao Código Civil de 2002, não é mais possível aplicar o entendimento da Súmula 195 do STJ às hipó-
teses de simulação. STJ. 3ª Turma. REsp 1927496/SP, Rel. Min. Moura Ribeiro, julgado em 27/04/2021 (Info 694).
5. PRESCRIÇÃO X DECADÊNCIA
PRESCRIÇÃO DECADÊNCIA
Põe fim à pretensão. Põe fim ao direito
Relacionada aos direitos subjetivos (cunho prestacio- Relacionada aos direitos potestativos (aqueles que
nal. Aqueles que se opõem a um dever jurídico). se opõem a um estado de sujeição)
Pode ser prevista em lei(decadência legal) ou atra-
Somente pode ser prevista em lei.
vés de contrato(decadência convencional).
Prazo de decadência não pode ser impedido, sus-
penso ou interrompido (em regra –art. 207 do CC:
Prazo da prescrição pode ser impedido, suspenso ou “Salvo disposição legal em contrário, não se aplicam
interrompido. à decadência as normas que impedem, suspendem
ou interrompem a prescrição”). Exceção (disposição
legal em contrário): art. 26, § 2º, do CDC
6. PRAZOS PRESCRICIONAIS
PRAZOS PRESCRICIONAIS
01 ANO Segurado contra o segurador, ou deste contra aquele.
03 ANOS (i) Aluguéis de prédios; (ii) enriquecimento sem causa; (iii) reparação civil.
7. #DEOLHONAJURIS
É decenal o prazo prescricional aplicável às hipóteses de pretensão fundamentadas em inadimplemento contra-
tual. É adequada a distinção dos prazos prescricionais da pretensão de reparação civil advinda de responsabili-
dades contratual e extracontratual. Nas controvérsias relacionadas à responsabilidade CONTRATUAL, aplica-se a
regra geral (art. 205 CC/2002) que prevê 10 anos de prazo prescricional e, quando se tratar de responsabilidade
extracontratual, aplica-se o disposto no art. 206, § 3º, V, do CC/2002, com prazo de 3 anos. Para fins de prazo
prescricional, o termo “reparação civil” deve ser interpretado de forma restritiva, abrangendo apenas os casos
8. ART. 197 DO CC
Art. 197. Não corre a prescrição:
I - entre os cônjuges, na constância da sociedade conjugal;
II - entre ascendentes e descendentes, durante o poder familiar;
III - entre tutelados ou curatelados e seus tutores ou curadores, durante a tutela ou curatela.
Art. 198. Também não corre a prescrição:
I - contra os incapazes de que trata o art. 3o ; (absolutamente incapaz)
II - contra os ausentes do País em serviço público da União, dos Estados ou dos Municípios;
III - contra os que se acharem servindo nas Forças Armadas, em tempo de guerra.
Art. 199. Não corre igualmente a prescrição:
I - pendendo condição suspensiva;
II - não estando vencido o prazo;
III - pendendo ação de evicção.
Art. 200. Quando a ação se originar de fato que deva ser apurado no juízo criminal, não correrá a prescrição antes
da respectiva sentença definitiva.
Art. 206-A. A prescrição intercorrente observará o mesmo prazo de prescrição da pretensão, observadas as
causas de impedimento, de suspensão e de interrupção da prescrição previstas neste Código e observado o
disposto no art. 921 da Lei nº 13.105, de 16 de março de 2015 - Código de Processo Civil. (Redação dada
Pela Medida Provisória nº 1.085, de 2021)
9. #DEOLHONAJURIS
A ação de indenização por danos materiais proposta por consumidor contra construtora em virtude de vícios de
qualidade e de quantidade do imóvel adquirido tem prazo prescricional de 10 anos, com fundamento no art. 205
do CC/2002. Não se aplica o prazo decadencial do art. 26 do CDC. O art. 26 trata do prazo que o consumidor
possui para exigir uma das alternativas previstas no art. 20 do CDC. Não se trata de prazo prescricional. Não se
aplica o prazo do art. 27 do CDC porque este se refere apenas a fato do produto. STJ. 3ª Turma. REsp 1.534.831-
DF, Rel. Min. Ricardo Villas Bôas Cueva, Rel. Acd. Min. Nancy Andrighi, julgado em 20/02/2018 (Info 620).
10. #DEOLHONAJURIS
A ação de repetição de indébito por cobrança indevida de valores referentes a serviços não contratados de
telefonia fixa tem prazo prescricional de 10 (dez) anos. STJ. Corte Especial. EAREsp 738.991-RS, Rel. Min. Og Fer-
nandes, julgado em 20/02/2019 (Info 651).
PONTO 09: Responsabilidade civil. Da Indenização por Danos. Liquidação dos danos. Responsabilidade
civil por perda de uma chance.
Pessoal, ponto sempre importante para direito civil. Aqui o importante mesmo é ler a jurisprudência corre-
lata.
Se tiver tempo, leitura do material próprio ou FUC 13 (RESPONSABILIDADE CIVIL), focando sempre nos
julgados.
#CAMPEÃDEBILHETERIA:
Art. 928. O incapaz responde pelos prejuízos que causar, se as pessoas por ele responsáveis não tiverem obrigação
de fazê-lo ou não dispuserem de meios suficientes, ou seja, responsabilidade subsidiaria.
“A responsabilidade civil do incapaz pela reparação dos danos é SUBSIDIÁRIA, CONDICIONAL, MITIGADA e
EQUITATIVA. A vítima de um ato ilícito praticado por menor pode propor ação somente contra o pai do garoto,
não sendo necessário incluir o adolescente no polo passivo. Não há como afastar a responsabilização do pai
do filho menor simplesmente pelo fato de que ele não estava fisicamente ao lado de seu filho no momento da
conduta.” (STJ, REsp 1436401/MG, 2017, Info. 599).
da responsabilidade civil, em regra não é indenizável (REsp 1.104.665-RS, Rel. Min. Massami Uyeda, julgado em
9/6/2009).
A teoria da perda de uma chance visa à responsabilização do agente causador não de um dano emergente, tam-
pouco de lucros cessantes, mas de algo intermediário entre um e outro, precisamente a perda da possibilidade
de se buscar posição mais vantajosa, que muito provavelmente se alcançaria, não fosse o ato ilícito praticado.
(REsp 1190180/RS, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, Quarta Turma, julgado em 16/11/2010)
Enunciado 444, CJF: “A responsabilidade civil pela perda de chance não se limita à categoria de danos extrapatri-
moniais, pois, conforme as circunstâncias do caso concreto, a chance perdida pode apresentar também a natu-
reza jurídica de dano patrimonial. A chance deve ser séria e real, não ficando adstrita a percentuais apriorísticos”.
3. SÚMULAS
Súmula 132-STJ: A ausência de registro da transferência não implica a responsabilidade do antigo proprietário
por dano resultante de acidente que envolva o veículo alienado.
Súmula 362-STJ: A correção monetária do valor da indenização do dano moral incide desde a data do arbitra-
mento.
Súmula 491-STF: É indenizável o acidente que cause a morte de filho menor, ainda que não exerça trabalho
remunerado.
Súmula 221-STJ: São civilmente responsáveis pelo ressarcimento de dano, decorrente de publicação pela im-
prensa, tanto o autor do escrito quanto o proprietário do veículo de divulgação.
A responsabilidade civil dos profissionais liberais da área da saúde, em regra, é subjetiva (ex.: médico, enfer-
meiro, dentista). Como exceção, há a teoria do Demogue, que hoje é muito criticada na doutrina brasileira, mas que
é muito adotada pelo STJ (foi trazida por Washington de Barros Monteiro). Ela diz que quando houver obrigação
de resultado, haverá culpa presumida ou mesmo responsabilidade objetiva. Ex.: O exame ultrassonográfico para
controle de gravidez implica obrigação de resultado. Dano material e moral. Disse que eram gêmeos e, na verdade,
tratava-se de apenas um bebê. STJ. Ex.: Cirurgia plástica estética (reparadora não) – obrigação de resultado.
5. RESPONSABILIDADE OBJETIVA
Hipóteses:
-dano ambiental;
-dano nuclear;
6. PREJUÍZO DE AFEIÇÃO
7. #DEOLHONAJURIS
O ajuizamento de sucessivas ações judiciais, desprovidas de fundamentação idônea e intentadas com propósito
doloso, pode configurar ato ilícito de abuso do direito de ação ou de defesa, o denominado assédio processual.
STJ. 3ª Turma. REsp 1817845-MS, Rel. Min. Paulo de Tarso Sanseverino, Rel. Acd. Min. Nancy Andrighi, julgado em
10/10/2019 (Info 658).
Trata-se daquilo que, nos Estados Unidos, ficou conhecido como “sham litigation” (litigância simulada), ou seja,
a “ação ou conjunto de ações promovidas junto ao Poder Judiciário, que não possuem embasamento sólido,
fundamentado e potencialidade de sucesso, com o objetivo central e disfarçado de prejudicar algum concor-
rente direto do impetrante, causando-lhe danos e dificuldades de ordem financeira, estrutural e reputacional.”
8. #DEOLHONAJURIS
Facebook não é obrigado a fornecer os dados de todos os usuários que compartilharam post conten-
do fake news: É vedado ao provedor de aplicações de internet fornecer dados de forma indiscriminada dos
usuários que tenham compartilhado determinada postagem, em pedido genérico e coletivo, sem a especificação
mínima de uma conduta ilícita realizada. STJ. 4a Turma. REsp 1.859.665/SC, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, julgado
em 09/03/2021 (Info 688).
9. #DEOLHONAJURIS
A omissão voluntária e injustificada do pai quanto ao amparo MATERIAL do filho gera danos morais, passíveis de
compensação pecuniária. O descumprimento da obrigação pelo pai, que, apesar de dispor de recursos, deixa de
prestar assistência MATERIAL ao filho, não proporcionando a este condições dignas de sobrevivência e causando
danos à sua integridade física, moral, intelectual e psicológica, configura ilícito civil, nos termos do art. 186 do Có-
digo Civil. STJ. 4ª Turma. REsp 1.087.561-RS, Rel. Min. Raul Araújo, julgado em 13/6/2017 (Info 609).
PONTO 10: Dos bens. Bens considerados em si mesmos. Bens imóveis. Bens móveis. Bens fungíveis
e consumíveis. Bens divisíveis. Bens singulares e coletivos. Bens reciprocamente considerados. Bens
públicos.
Para esse ponto, vale apenas uma leitura em “rolagem automática” do seu material próprio ou da FUC 03
(BENS JURÍDICOS E BEM DE FAMÍLIA).
Quanto ao tema bem de família, cabe ler as súmulas que tratam sobre o assunto, pois a FCC gosta de co-
brar o conhecimento desse tema por elas.
No que tange a legislação fazer a leitura dos arts. 79 a 103 do Código Civil.
1. BENS IMÓVEIS
Bens Imóveis: são aqueles que não podem ser removidos ou transportados. Transporte e remoção implicam
destruição ou deterioração. Existem quatro modalidades de bens imóveis:
-Bens imóveis por natureza: a imobilidade decorre de sua essência. Ex.: árvore natural.
-Bens imóveis por acessão física industrial: a imobilidade decorre da atuação humana, concreta e efetiva.
Ex.: construções e plantações.
- Bens imóveis por acessão física intelectual (Tartuce): são os bens móveis incorporados ao bem imóvel
pela vontade do proprietário. Ex.: trator na fazenda, TV agregada à rede LFG.
- Bens imóveis por determinação legal (art. 80, CC): os direitos reais sobre imóveis e as ações que os as-
seguram e o direito à sucessão aberta.
2. BENS MÓVEIS
Bens Móveis: são aqueles que podem ser removidos ou transportados. Existem três modalidades:
- Bens móveis por natureza: a mobilidade decorre de sua essência, sendo possível a remoção por força
alheia ou por força própria (semoventes).
-Bens móveis por antecipação: eram imóveis, mas foram mobilizados por uma atuação humana concreta
e efetiva. Ex.: plantação colhida e prédio demolido.
- Bens móveis por determinação legal (art. 83, CC): as energias que tenham valor econômico; os direitos
reais sobre objetos móveis (ex.: penhor) e as ações correspondentes; os direitos pessoais de caráter patrimonial (ex.:
direitos autorais) e respectivas ações.
O art. 92, CC, consagra o princípio da gravitação jurídica cujo teor preconiza que “o acessório segue o
principal”.
Frutos: são bens que saem do principal sem diminuir sua quantidade.
Produtos: são bens que saem do principal diminuindo esse. Ex.: pepita de ouro de uma mina.
Pertenças: não constituem partes integrantes, servem de modo duradouro ao uso, serviço ou embelezamento
de outro bem. Como não são partes integrantes são independentes. Podem ser bens móveis incorporados a bens
imóveis ou incorporados a bens móveis, ambos pela vontade do homem (acessão intelectual). Em regra, a pertença
não segue o bem principal, salvo se resultar da lei, manifestação da vontade ou circunstâncias do caso.
Partes integrantes: são bens acessórios que estão unidos ao bem principal formando com o último um
todo indivisível. Não tem autonomia (diferente das pertenças), ou seja, só tem funcionalidade com o principal. Ex.:
lâmpada no lustre.
Benfeitorias: são acréscimos e melhoramentos introduzidos no bem principal, sendo certo que podem ser
de três tipos:
5. ART 97 DO CC
Art. 97.CC. Não se consideram benfeitorias os melhoramentos ou acréscimos sobrevindos ao bem sem a intervenção
do proprietário, possuidor ou detentor.
6. BENS PÚBLICOS
Art. 99. CC. São bens públicos: #JÁCAIU
I - os de uso comum do povo, tais como rios, mares, estradas, ruas e praças;
II - os de uso especial, tais como edifícios ou terrenos destinados a serviço ou estabelecimento da administração
federal, estadual, territorial ou municipal, inclusive os de suas autarquias;
III - os dominicais, que constituem o patrimônio das pessoas jurídicas de direito público, como objeto de direito
pessoal, ou real, de cada uma dessas entidades.
Parágrafo único. Não dispondo a lei em contrário, consideram-se dominicais os bens pertencentes às pessoas
jurídicas de direito público a que se tenha dado estrutura de direito privado.
Art. 100. Os bens públicos de uso comum do povo e os de uso especial são inalienáveis, enquanto conservarem
a sua qualificação, na forma que a lei determinar.
Art. 101. Os bens públicos dominicais podem ser alienados, observadas as exigências da lei.
Art. 102. Os bens públicos não estão sujeitos a usucapião.
7. ENUNCIADO
Enunciado n. 287 do CJF/STJ que “O critério da classificação de bens indicado no art. 98 do Código Civil
não exaure a enumeração dos bens públicos, podendo ainda ser classificado como tal o bem pertencen-
te à pessoa jurídica de direito privado que esteja afetado à prestação de serviços públicos”.
8. #DEOLHONAJURIS
A jurisprudência do STJ é no sentido de que imóvel da Caixa Econômica Federal relacionado ao Sistema Finan-
ceiro de Habitação, por configurar-se nessa situação como bem público, tendo em vista a atuação da CEF como
agente financeiro dos programas oficiais de habitação e órgão de execução da política habitacional (STJ - AgInt
no REsp n.1.513.476/AL. Rel. Min. Luís Felipe Salomão. DJ. 09/10/2018).
Súmula 549-STJ: É válida a penhora de bem de família pertencente a fiador de contrato de locação.31
Súmula 364-STJ: O conceito de impenhorabilidade de bem de família abrange também o imóvel pertencente
a pessoas solteiras, separadas e viúvas.
Súmula 449-STJ: A vaga de garagem que possui matrícula própria no registro de imóveis não constitui bem de
família para efeito de penhora.
Súmula 486-STJ: É impenhorável o único imóvel residencial do devedor que esteja locado a terceiros, desde
que a renda obtida com a locação seja revertida para a subsistência ou a moradia da sua família.
Súmula 205-STJ: A Lei 8.009/90 aplica-se à penhora realizada antes de sua vigência.
10. #JURISSAINDODOFORNO
É possível a penhora de fração ideal de bem de família, nas hipóteses legais, desde que possível o desmem-
bramento do imóvel sem sua descaracterização. Isto é, torna-se possível a penhora de fração ideal de bem de
família, desde que o imóvel possa ser desmembrado sem ser descaracterizado (não inviabilize a residência da
família). STJ. 4ª Turma. AgInt no AREsp 1704667/SP, Rel. Min. Raul Araújo, julgado em 22/03/2021. STJ. 3ª Turma.
AgInt no AREsp 1655356/SPS, Rel. Min. Ricardo Villas Boas Cueva , julgado em 19/04/2021.
PONTO 11: Do direito das coisas. Posse e propriedade: classificação, aquisição, perda e proteção. Função
social e ambiental da posse e da propriedade.
PONTO 12: Direito das coisas. Direitos de vizinhança. Condomínio geral. Condomínio edilício (Código
Civil, artigos 1.331 a 1.358; Lei nº 4.591/64). Direitos sobre coisa alheia: uso, usufruto, habitação e
servidão. Direito de Superfície. Direito de Sobrelevação.
PONTO 13: Propriedade resolúvel. Propriedade fiduciária. Alienação fiduciária em garantia.
PONTO 14: Compromisso de venda e compra.
PONTO 15: Garantias de dívidas: penhor e hipoteca.
Direitos Reais é um tema de muita importância para a defensoria, na última prova foram cobradas questões
acerca do tema. Ainda, conforme já citado na introdução, direito de laje foi um assunto que estava na moda na
época da realização da prova e foi alvo de questionamento na prova.
Nesse ponto, o mais importante é saber os conceitos do assunto e ainda estar antenado com os temas
da moda. Uma das #APOSTACICLOS é o tema da multipropriedade. Portanto, neste tópico, leitura da FUC 10
(DIREITOS REAIS) das páginas 78 a 90.
31 STF: É constitucional a penhora de bem de família pertencente a fiador de contrato de locação, seja comercial, seja residencial.: https://www.conjur.com.
br/2022-mar-09/stf-permite-penhora-bem-familia-fianca-aluguel-comercial
Vale a leitura do seu próprio material ou da FUC 10 (DIREITOS REAIS) e FUC 11 (DIREITOS REAIS DE GARAN-
TIA).
Na parte da legislação, leitura dos arts. 1.196 a 1.510 do CC e Lei 13.465/2017 (REURB) dos art. 9º ao 54.
Art. 1.245 (Info 645) Art. 1.261 (Info 667) Art. 1.268
a) Teoria Subjetivista ou Subjetiva (Savigny). Posse = Corpus + Animus Domini. Não foi a adotada como
regra (o Animus Domini é relevante na usucapião).
b) Teoria Objetivista ou Objetiva (Ihering). Posse = Corpus. Teoria adotada na visão clássica.
c) Teoria da Função Social da Posse (Saleilles, Perozzi e Gil). Posse é função social (posse-trabalho). Ten-
dência contemporânea. #SANGUEVERDE
O nosso direito protege não só a posse correspondente ao direito de propriedade e outros direitos reais,
como também a posse como figura autônoma e independentemente da existência de um título. Assim, se alguém
se instala em um imóvel e nele se mantém, mansa e pacificamente, por mais de ano e dia, cria situação possessória,
que lhe proporciona direito à proteção. Tal direito é chamado jus possessionis ou posse formal, derivado de uma
posse autônoma, independentemente de qualquer título. É tão somente o direito fundado no fato da posse. Já o
direito à posse, conferido ao portador de título devidamente transcrito, bem como ao titular de outros direitos reais,
é denominado jus possidendi ou posse causal. Neste caso, a posse não tem qualquer autonomia, constituindo-se
em conteúdo do direito real.
3. POSSE X DETENÇÃO
O detentor tem a posse não em nome próprio, mas em nome daquele ao qual ele está subordinado, seguin-
do ordens e instruções (art. 1198).
O detentor exerce sobre o bem não uma posse própria, mas uma posse em nome de outrem. Como não tem
posse, não lhe assiste o direito de invocar, em nome próprio, as ações possessórias. O art. 1.208, primeira parte, do
CC acrescenta que não induzem posse os atos de mera permissão ou tolerância.
4. SÚMULAS NOVAS
Súmula nº 619-STJ: A ocupação indevida de bem público configura mera detenção, de natureza precária, insus-
cetível de retenção ou indenização por acessões e benfeitorias.
Súmula 637-STJ: O ente público detém legitimidade e interesse para intervir, incidentalmente, na ação possessória
entre particulares, podendo deduzir qualquer matéria defensiva, inclusive, se for o caso, o domínio.
A refundação do direito de propriedade prende-se a três princípios: o bem comum, a participação e a soli-
dariedade. A função social da propriedade tem dupla função (José de Oliveira Ascensão):
a) Função limitadora: impõe um não fazer. Ex.: a propriedade não pode ser exercida em abuso de direito.
Art. 1228, §2º, do CC – vedação dos atos emulativos ou chicaneiros.
§ 2o São defesos os atos que não trazem ao proprietário qualquer comodidade, ou utilidade, e sejam animados
pela intenção de prejudicar outrem.
b) Função impulsionadora: impõe condutas. A coisa cumpre a sua função social quando é utilizada em um
sentido positivo. “Usa o bem para o bem” (Lucas Abreu Barroso).
O artigo 186/CF traz parâmetro da função social da propriedade agrária. Esses parâmetros são simultâneos.
Esses parâmetros também servem para a propriedade urbana.
6. REURB – LEGITIMADOS
Art. 14. Poderão requerer a Reurb:
I - a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, diretamente ou por meio de entidades da administração
pública indireta;
II - os seus beneficiários, individual ou coletivamente, diretamente ou por meio de cooperativas habitacionais, as-
sociações de moradores, fundações, organizações sociais, organizações da sociedade civil de interesse público ou
outras associações civis que tenham por finalidade atividades nas áreas de desenvolvimento urbano ou regulari-
zação fundiária urbana;
III - os proprietários de imóveis ou de terrenos, loteadores ou incorporadores;
IV - a Defensoria Pública, em nome dos beneficiários hipossuficientes; e
V - o Ministério Público.
§ 1º Os legitimados poderão promover todos os atos necessários à regularização fundiária, inclusive requerer os
atos de registro.
§ 2º Nos casos de parcelamento do solo, de conjunto habitacional ou de condomínio informal, empreendidos por
particular, a conclusão da Reurb confere direito de regresso àqueles que suportarem os seus custos e obrigações
contra os responsáveis pela implantação dos núcleos urbanos informais.
§ 3º O requerimento de instauração da Reurb por proprietários de terreno, loteadores e incorporadores que tenham
dado causa à formação de núcleos urbanos informais, ou os seus sucessores, não os eximirá de responsabilidades
administrativa, civil ou criminal.
INSTRUMENTOS
Art. 15. Poderão ser empregados, no âmbito da Reurb, sem prejuízo de outros que se apresentem adequados, os
seguintes institutos jurídicos:
I - a legitimação fundiária e a legitimação de posse, nos termos desta Lei;
II - a usucapião, nos termos dos arts. 1.238 a 1.244 da Lei nº 10.406, de 10 de janeiro de 2002 (Código Civil) , dos
arts. 9º a 14 da Lei nº 10.257, de 10 de julho de 2001 , e do art. 216-A da Lei nº 6.015, de 31 de dezembro de 1973 ;
III - a desapropriação em favor dos possuidores, nos termos dos §§ 4º e 5º do art. 1.228 da Lei nº 10.406, de 10 de
janeiro de 2002 (Código Civil);
IV - a arrecadação de bem vago, nos termos do art. 1.276 da Lei nº 10.406, de 10 de janeiro de 2002 (Código Civil) ;
V - o consórcio imobiliário, nos termos do art. 46 da Lei nº 10.257, de 10 de julho de 2001 ;
VI - a desapropriação por interesse social, nos termos do inciso IV do art. 2º da Lei nº 4.132, de 10 de setembro de
1962;
VII - o direito de preempção, nos termos do inciso I do art. 26 da Lei nº 10.257, de 10 de julho de 2001;
VIII - a transferência do direito de construir, nos termos do inciso III do art. 35 da Lei nº 10.257, de 10 de julho de
2001 ;
IX - a requisição, em caso de perigo público iminente, nos termos do § 3º do art. 1.228 da Lei nº 10.406, de 10 de
janeiro de 2002 (Código Civil) ;
X - a intervenção do poder público em parcelamento clandestino ou irregular, nos termos do art. 40 da Lei nº
6.766, de 19 de dezembro de 1979 ;
XI - a alienação de imóvel pela administração pública diretamente para seu detentor, nos termos da alínea f do
inciso I do art. 17 da Lei nº 8.666, de 21 de junho de 1993 ;
XII - a concessão de uso especial para fins de moradia;
XIII - a concessão de direito real de uso;
XIV - a doação; e
XV - a compra e venda.
7. DIREITO DE VIZINHANÇA
Acerca da regulamentação da criação de animais pela convenção condominial, podem surgir três situações: a) Se
a convenção não regular a matéria: o condômino pode criar animais em sua unidade autônoma, desde que não
viole os deveres previstos no art. 1.336, IV, do CC e no art. 19 da Lei nº 4.591/64. b) Se a convenção veda apenas
a permanência de animais causadores de incômodos aos demais moradores: essa norma condominial é válida
(não apresenta nenhuma ilegalidade). c) Se a convenção proíbe a criação e a guarda de quaisquer espécies de
animais: essa restrição se mostra desarrazoada, considerando que determinados animais não apresentam risco
à incolumidade e à tranquilidade dos demais moradores e dos frequentadores ocasionais do condomínio. O
impedimento de criar animais em partes exclusivas (unidades autônomas) somente se justifica para a preserva-
ção da segurança, da higiene, da saúde e do sossego. Se tais aspectos não estão em risco, não há motivo para
a proibição. Assim, é ilegítima a restrição genérica contida em convenção condominial que proíbe a criação e
guarda de animais de quaisquer espécies em unidades autônomas STJ. 3ª Turma. REsp 1.783.076-DF, Rel. Min.
Ricardo Villas Bôas Cueva, julgado em 14/05/2019 (Info 649).
8. MULTIPROPRIEDADE
Art. 1.358-C. Multipropriedade é o regime de condomínio em que cada um dos proprietários de um mesmo
imóvel é titular de uma fração de tempo, à qual corresponde a faculdade de uso e gozo, com exclusividade, da
totalidade do imóvel, a ser exercida pelos proprietários de forma alternada.
Parágrafo único. A multipropriedade não se extinguirá automaticamente se todas as frações de tempo forem do
mesmo multiproprietário. (Incluído pela Lei nº 13.777, de 2018) (Vigência)
Art. 1.358-D. O imóvel objeto da multipropriedade: (Incluído pela Lei nº 13.777, de 2018) (Vigência)
I - é indivisível, não se sujeitando a ação de divisão ou de extinção de condomínio; (Incluído pela Lei nº 13.777,
de 2018) (Vigência)
II - inclui as instalações, os equipamentos e o mobiliário destinados a seu uso e gozo. (Incluído pela Lei nº
13.777, de 2018) (Vigência)
Art. 1.358-E. Cada fração de tempo é indivisível. (Incluído pela Lei nº 13.777, de 2018) (Vigência)
§ 1º O período correspondente a cada fração de tempo será de, no mínimo, 7 (sete) dias, seguidos ou interca-
lados, e poderá ser: (Incluído pela Lei nº 13.777, de 2018) (Vigência)
I - fixo e determinado, no mesmo período de cada ano; (Incluído pela Lei nº 13.777, de 2018) (Vigência)
II - flutuante, caso em que a determinação do período será realizada de forma periódica, mediante procedimento
objetivo que respeite, em relação a todos os multiproprietários, o princípio da isonomia, devendo ser previamente
divulgado; ou (Incluído pela Lei nº 13.777, de 2018) (Vigência)
III - misto, combinando os sistemas fixo e flutuante. (Incluído pela Lei nº 13.777, de 2018) (Vigência)
§ 2º Todos os multiproprietários terão direito a uma mesma quantidade mínima de dias seguidos durante o ano,
podendo haver a aquisição de frações maiores que a mínima, com o correspondente direito ao uso por períodos
também maiores.
9. DIREITO DE LAJE
Art. 1.510-A. O proprietário de uma construção-base poderá ceder a superfície superior ou inferior de sua cons-
trução a fim de que o titular da laje mantenha unidade distinta daquela originalmente construída sobre o solo.
(Incluído pela Lei nº 13.465, de 2017)
§ 1 O direito real de laje contempla o espaço aéreo ou o subsolo de terrenos públicos ou privados, tomados em
projeção vertical, como unidade imobiliária autônoma, não contemplando as demais áreas edificadas ou não per-
tencentes ao proprietário da construção-base. (Incluído pela Lei nº 13.465, de 2017)
§ 2 O titular do direito real de laje responderá pelos encargos e tributos que incidirem sobre a sua unidade. (Incluído
pela Lei nº 13.465, de 2017)
§ 3 Os titulares da laje, unidade imobiliária autônoma constituída em matrícula própria, poderão dela usar, gozar
e dispor. (Incluído pela Lei nº 13.465, de 2017)
§ 4 A instituição do direito real de laje não implica a atribuição de fração ideal de terreno ao titular da
laje ou a participação proporcional em áreas já edificadas. (Incluído pela Lei nº 13.465, de 2017)
§ 5 Os Municípios e o Distrito Federal poderão dispor sobre posturas edilícias e urbanísticas associadas ao direito
real de laje. (Incluído pela Lei nº 13.465, de 2017)
§ 6 O titular da laje poderá ceder a superfície de sua construção para a instituição de um sucessivo direito
real de laje, desde que haja autorização expressa dos titulares da construção-base e das demais lajes,
respeitadas as posturas edilícias e urbanísticas vigentes. (Incluído pela Lei nº 13.465, de 2017)
10. SERVIDÃO
É a relação jurídica real por meio da qual o proprietário vincula o seu imóvel, dito serviente, a prestar certa
utilidade a outro prédio, dito dominante, pertencente a dono distinto. Obriga-se, em consequência, a não praticar
determinados atos dominiais no prédio serviente ou a não impedir que neste o proprietário do imóvel dominante
pratique atos de extração da utilidade que lhe foi concedida.
PONTO 16: Direito das obrigações. Definição, fontes e classificação. Modalidades. Obrigação e
solidariedade.
PONTO 17: Transmissão das obrigações. Cessão de Crédito. Assunção de dívida.
PONTO 18: Extinção das obrigações. Adimplemento: pagamento, pagamento em consignação; pagamento
com sub-rogação; dação em pagamento, novação com sub-rogação, dação em pagamento; novação;
compensação; remissão; confusão. Pagamento indevido. Inadimplemento das Obrigações. Mora. Juros.
Correção monetária. Cláusula penal. Arras. Morte. Incapacidade superveniente. Prisão Civil.
PONTO 19: Atos unilaterais. Promessa de recompensa. Gestão de negócios.
Esse tema costuma ser muito cobrado em provas da FCC. Isso porque, é um assunto recheado de artigos de
lei cheios de possibilidades de pegadinha. Aqui a banca FCC adora inserir ou retirar uma palavra da redação do
artigo para tornar a questão certa ou errada.
Aqui cabe fazer uma leitura em rolagem automática do seu material próprio ou da FUC 05 (DIREITO DAS
OBRIGAÇÕES). Não perca muito tempo com a leitura da doutrina, pois é extensa e não costuma ser muito cobrada
em provas da FCC.
Importante é saber diferenciar as diversas modalidades de obrigação e fique ligado nos temas relativos ao
inadimplemento e extinção das obrigações. O combo LEGISLAÇÃO + JURISPRUDÊNCIA é o que melhor funciona
por aqui.
No que tange ao Título IV – Do inadimplemento das obrigações, vale focar na leitura dos últimos julgados
sobre o tema, pois esse assunto é repleto de jurisprudência importante.
Art. 410 (Info 651) Art. 411 (Info 651) Art. 412 (Info 640)
1. OBRIGAÇÕES SOLIDÁRIAS
Art. 264. CC. Há solidariedade, quando na mesma obrigação concorre mais de um credor, ou mais de um devedor,
cada um com direito, ou obrigado, à dívida toda.
A solidariedade não se presume, mas resulta da lei (solidariedade legal) ou da vontade das partes (solidariedade
convencional).
Art. 270, CC – Se um dos credores solidários falecer deixando herdeiros, cada um destes só terá direito a exigir e
receber a quota do crédito que corresponder ao seu quinhão hereditário, salvo se a obrigação for indivisível.
No caso de morte, desaparece a solidariedade em relação àquele que faleceu (refração do crédito), persistindo
ainda entre os credores sobreviventes. #ANOTAQUECAI
Art. 271, CC – Convertendo-se a prestação em perdas e danos, subsiste, para todos os efeitos, a solidariedade.
Esse efeito diferencia a solidariedade da indivisibilidade. Nesse sentido, se a prestação de 30mil é convertida em
perdas e danos no valor de 60mil, cada um dos credores pode exigir do devedor o pagamento dos 60mil.#ANO-
TAQUECAI
#OLHAOGANCHO #NÃOCONFUNDA
Art. 201. Suspensa a prescrição em favor de um dos credores solidários, só aproveitam os outros se a obrigação
for indivisível.
X
Art. 204. A interrupção da prescrição por um credor não aproveita aos outros; semelhantemente, a interrupção
operada contra o co-devedor, ou seu herdeiro, não prejudica aos demais coobrigados.
§ 1 o A interrupção por um dos credores solidários aproveita aos outros; assim como a interrupção efetuada contra
o devedor solidário envolve os demais e seus herdeiros.
§ 2 o A interrupção operada contra um dos herdeiros do devedor solidário não prejudica os outros herdeiros ou
devedores, senão quando se trate de obrigações e direitos indivisíveis.
Súmula nº 492 – “A empresa locadora de veículos responde, civil e solidariamente com o locatário, pelos
danos por este causados a terceiro, no uso do carro locado”.
3. NOVAÇÃO
Trata-se da substituição de uma obrigação antiga por uma obrigação nova, diante da substituição de seus
elementos. É modo extintivo não satisfatório. Principal efeito: todos os elementos da obrigação antiga, em regra,
são extintos, caso dos acessórios da dívida ( juros, multa, garantias, fiança). A novação pode ser parcial = novação
atípica.
#MUITOIMPORTANTE:
Súmula 286 STJ, a qual dispõe que “a renegociação de contrato bancário ou a confissão da dívida não impede a
possibilidade de discussão sobre eventuais ilegalidades dos contratos anteriores. Na ação revisional de negócios
bancários, pode-se discutir a respeito de contratos anteriores, que tenham sido objeto de novação”.
- Devem ser previstos no contrato, estipulados pelos - Podem ser convencionados (“juros moratórios con-
contratantes. vencionais”) ou não (“juros moratórios legais”).
A Teoria do Adimplemento Substancial tem aplicação nos casos em que o contrato tiver sido cumprido quase
que na sua totalidade, sendo a mora relativa à parcela de menos importância no conjunto de obrigações do de-
vedor. Nesses casos, não caberá a extinção contratual, mas apenas os demais efeitos jurídicos, como o pedido de
indenização por perdas e danos, a cobrança judicial, por exemplo.
Enunciado nº. 361 CJF/STJ: “O adimplemento substancial decorre dos princípios gerais contratuais, de modo a fa-
zer preponderar a função social do contrato e o princípio da boa-fé objetiva, balizando a aplicação do art. 475”.
#JURIS
Não se aplica a teoria do adimplemento substancial aos contratos de alienação fiduciária em garantia regidos
pelo Decreto-Lei 911/69. STJ. 2ª Seção. REsp 1.622.555-MG, Rel. Min. Marco Buzzi, Rel. para acórdão Min. Marco
Aurélio Bellizze, julgado em 22/2/2017 (Info 599).
A teoria do adimplemento substancial não tem incidência nos vínculos jurídicos familiares, revelando-se inade-
quada para solver controvérsias relacionadas a obrigações de natureza alimentar. STJ. Quarta Turma. Rel. Min.
Luis Felipe Salomão, Rel. Acd. Min. Antonio Carlos Ferreira, por maioria, julgado em 16/08/2018, DJe 04/09/2018
(info 632).
6. DO LUGAR DO PAGAMENTO
Em regra: no domicílio do devedor, que são em regra quesíveis ou querable (=exequível no domicílio do
devedor).
Exceção: no domicílio do credor, que podem ser com exceção portáveis ou portable (=exequível no domicílio
do credor).
Artigo 327.CC. Efetuar-se-á o pagamento no domicílio do devedor, salvo se as partes convencionarem diversamen-
te, ou se o contrário resultar da lei, da natureza da obrigação ou das circunstâncias.
ARTIGO 330.CC. O pagamento reiteradamente feito em outro local faz presumir renúncia do credor relativamente
ao previsto no contrato. #OLHAOGANCHO #SURRECTIO #BOA-FÉOBJETIVA
7. #DEOLHONAJURIS
A cláusula penal moratória tem a finalidade de indenizar pelo adimplemento tardio da obrigação, e, em regra,
estabelecida em valor equivalente ao locativo, afasta-se sua cumulação com lucros cessantes. STJ. 2ª Seção. REsp
1498484-DF, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, julgado em 22/05/2019 (recurso repetitivo) (Info 651).
Observação: Em 28/12/2018, entrou em vigor a Lei nº 13.786/2018, que dispõe sobre a resolução do contrato por
inadimplemento do adquirente de unidade imobiliária.
A Lei nº 13.786/2018 acrescentou o art. 43-A na Lei nº 4.591/64 para tratar sobre o inadimplemento (parcial ou
absoluto) em contratos de compra e venda, promessa de venda, cessão ou promessa de cessão de unidades
autônomas integrantes de incorporação imobiliária ou de loteamento.
As regras da Lei nº 13.786/2018 não podem ser aplicadas os contratos anteriores à sua vigência.
A nova lei só poderá atingir contratos celebrados posteriormente à sua entrada em vigor.
Observação 2 (se não houver cláusula penal): O atraso na entrega do imóvel enseja pagamento de indeniza-
ção por lucros cessantes durante o período de mora do promitente vendedor, sendo presumido o prejuízo do
promitente comprador. Os lucros cessantes serão devidos ainda que não fique demonstrado que o promitente
comprador tinha finalidade negocial na transação. STJ. 2ª Seção. EREsp 1341138-SP, Rel. Min. Maria Isabel Gallotti,
julgado em 09/05/2018 (Info 626).
8. #DEOLHONAJURIS
A cobrança de juros remuneratórios superiores aos limites estabelecidos pelo Código Civil é excepcional e deve
ser interpretada restritivamente. Apenas às instituições financeiras, submetidas à regulação, controle e fiscali-
zação do Conselho Monetário Nacional, é permitido cobrar juros acima do teto legal. A previsão do art. 2º da
Lei nº 6.463/77 faz referência a um sistema obsoleto, em que a aquisição de mercadorias a prestação dependia
da atuação do varejista como instituição financeira e no qual o controle dos juros estava sujeito ao escrutínio
dos próprios consumidores e à regulação e fiscalização do Ministério da Fazenda. O art. 2º da Lei 6.463/77 não
possui mais suporte fático apto a sua incidência, sendo, portanto, ineficaz, não podendo ser interpretado exten-
sivamente para permitir a equiparação dos varejistas a instituições financeiras e não autorizando a cobrança de
encargos cuja exigibilidade a elas é restrita. STJ. 3ª Turma. REsp 1720656-MG, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado
em 28/04/2020 (Info 671).
9. #DEOLHONAJURIS
Se o contrato, ao tratar sobre os encargos, menciona a taxa de juros mensal e anual, mas não prevê qual é a
taxa diária dos juros, há abusividade. Viola o dever de informação, o contrato que somente prevê uma cláusula
genérica de capitalização diária, sem informar a taxa diária de juros remuneratórios. A informação acerca da
capitalização diária, sem indicação da respectiva taxa diária, subtrai do consumidor a possibilidade de estimar
previamente a evolução da dívida, e de aferir a equivalência entre a taxa diária e as taxas efetivas mensal e anual.
A falta de previsão da taxa diária, portanto, dificulta a compreensão do consumidor acerca do alcance da capi-
talização diária, o que configura descumprimento do dever de informação trazido pelo art. 46 do CDC. STJ. 2ª
Seção. REsp 1826463-SC, Rel. Min. Paulo de Tarso Sanseverino, julgado em 14/10/2020 (Info 682).
10. SÚMULAS
Súmula 159-STF: Cobrança excessiva, mas de boa-fé, não dá lugar às sanções do art. 1.531 do Código Civil.
Súmula 245-STJ: A notificação destinada a comprovar a mora nas dívidas garantidas por alienação fiduciária
dispensa a indicação do valor do débito.
Súmula 298-STJ: O alongamento de dívida originada de crédito rural não constitui faculdade da instituição
financeira, mas, direito do devedor nos termos da lei.
PONTO 20: Contratos. Generalidades. A função social dos contratos. Cláusulas Gerais dos Contratos
e deveres anexos. Princípio da equivalência. Formação dos contratos: fases. Contrato preliminar.
Classificações dos contratos. Contratos atípicos. Interpretação dos Contratos. Vícios redibitórios. Evicção.
PONTO 21: Extinção dos contratos. Exceção de contrato não cumprido. Teoria da imprevisão. Teoria
da resolução por onerosidade excessiva. Teoria da Base objetiva do Negócio Jurídico. Adimplemento
Substancial.
PONTO 22: Contratos em espécie. Compra e venda. Troca. Venda com reserva de domínio. Doação.
Locação de coisas. Empréstimo, comodato e mútuo. Prestação de serviço. Empreitada. Depósito. Mandato.
Corretagem. Transporte. Seguro. Fiança. Locação predial. Contrato de prestação de serviço de assistência
e contrato privado de seguro de assistência à saúde.
Pessoal, a FCC gosta bastante do assunto e costuma realizar a cobrança em questões. Como boa FCC que
é, o que cai mais é letra de lei com um pouco de jurisprudência.
No ponto, vale fazer a leitura do seu material próprio ou da FUC 08 (TEORIA GERAL DOS CONTRATOS) e
FUC 09 (CONTRATOS EM ESPÉCIE). Bastante atenção entre as páginas 38 a 46 da FUC 09, porque a FCC adora o
contrato de fiança.
Art. 710 Art. 722 (Info 644) Art. 725 (Info 645)
No Código Civil, para que se dê a resolução contratual por onerosidade excessiva, será preciso o preenchi-
mento dos requisitos seguintes:
2- a onerosidade excessiva a uma das partes deve corresponder a extrema vantagem à outra;
A lei nº 8.078/1990 adotou a “teoria do rompimento da base objetiva do negócio jurídico” que, diferentemen-
te do que preconiza a teoria da imprevisão, adotada pelo Código Civil de 2002, não exige que o fato seja impre-
visível e, ainda, que exista vantagem exagerada em prol de uma das partes para a revisão do contrato. Por outro
lado, a legislação consumerista, com supedâneo nos princípios da boa-fé objetiva e do equilíbrio do contrato (art.
4º, III), da vulnerabilidade do consumidor (art. 4º, I), que decorre da necessidade de aplicação concreta do princípio
constitucional da isonomia (art. 5º, caput, da CF), garante o direito de modificação das cláusulas contratuais que
estabeleçam prestações desproporcionais, bem como assegura o direito à revisão das cláusulas em função de fatos
supervenientes que as tornem excessivamente onerosas.
3. #DEOLHONAJURIS #OLDBUTGOLD
Tratando-se de relação contratual paritária – a qual não é regida pelas normas consumeristas –, a maxidesva-
lorização do real em face do dólar americano ocorrida a partir de janeiro de 1999 não autoriza a aplicação da
teoria da imprevisão ou da teoria da onerosidade excessiva, com intuito de promover a revisão de cláusula de
indexação ao dólar americano (STJ. 3ª Turma. REsp 1.321.614-SP, Rel. originário Min. Paulo de Tarso Sanseverino,
Rel. para acórdão Min. Ricardo Villas Bôas Cueva, julgado em 16/12/2014 (Info 556).
4. #DEOLHONAJURIS
É lícito à parte lesada optar pelo cumprimento forçado ou pelo rompimento do contrato, não lhe cabendo,
todavia, o direito de exercer ambas a alternativas simultaneamente. O art. 475 do Código Civil afirma que, “...a
parte lesada pelo inadimplemento pode pedir a resolução do contrato, se não preferir exigir-lhe o cumprimento,
cabendo, em qualquer dos casos, indenização por perdas e danos...” Note-se, portanto, que esse artigo dá o
direito de a parte lesada optar pelo cumprimento forçado do contrato ou então pelo seu rompimento. É um ou
outro (e não os dois). A escolha, uma vez feita, pode ser alterada, desde que antes da sentença. STJ. 4ª Turma.
REsp 1907653-RJ, Rel. Min. Maria Isabel Gallotti, julgado em 23/02/2021 (Info 686).
5. CONTRATO ALEATÓRIO
ARTIGO 458. CC. Se o contrato for aleatório, por dizer respeito a coisas ou fatos futuros, cujo risco de não
virem a existir um dos contratantes assuma, terá o outro direito de receber integralmente o que lhe foi prometido,
desde que de sua parte não tenha havido dolo ou culpa, ainda que nada do avençado venha a existir.
7. DOAÇÃO
Art. 557.CC. Podem ser revogadas por ingratidão as doações:
I - se o donatário atentou contra a vida do doador ou cometeu crime de homicídio doloso contra ele;
II - se cometeu contra ele ofensa física;
III - se o injuriou gravemente ou o caluniou;
IV - se, podendo ministrá-los, recusou ao doador os alimentos de que este necessitava.
Art. 558. Pode ocorrer também a revogação quando o ofendido, nos casos do artigo anterior, for o cônjuge, ascen-
dente, descendente, ainda que adotivo, ou irmão do doador.
Art. 544. CC. A doação de ascendentes a descendentes, ou de um cônjuge a outro, importa adiantamento do que
lhes cabe por herança.
8. FIANÇA
Art. 818. Pelo contrato de fiança, uma pessoa garante satisfazer ao credor uma obrigação assumida pelo devedor,
caso este não a cumpra.
Art. 819. A fiança dar-se-á por escrito, e não admite interpretação extensiva.
Art. 820. Pode-se estipular a fiança, ainda que sem consentimento do devedor ou contra a sua vontade.
#DEOLHONAJURISPRUDÊNCIA:
A jurisprudência do STJ firmou-se no sentido de que, prorrogado o contrato de locação, e havendo cláusula
expressa de responsabilidade do fiador até a entrega das chaves, responderá o garantidor pelas obrigações pos-
teriores, nos termos do art. 39 da Lei 8.245/91, salvo se exonerar-se da fiança na forma do art. 835 do CC/2002.
(...). (STJ - AgInt no REsp 1703400/SC, Rel. Ministro MARCO BUZZI, QUARTA TURMA, julgado em 24/08/2020,
DJe 28/08/2020)
9. PRESTAÇÃO DE SERVIÇO
#DEOLHONAJURIS:
O Código de Ética e Disciplina da OAB (CED-OAB), ao dispor sobre as relações entre cliente e advogado, asse-
vera expressamente que o fundamento que as norteia é a confiança recíproca.
Assim, em razão da relação de fidúcia (confiança) entre advogado e cliente (considerando se tratar de contrato
personalíssimo), o Código de Ética prevê, em seu art. 16, que o mandato perdura enquanto houver confiança
recíproca entre cliente e advogado. Como existe a possibilidade de quebra da fidúcia (confiança) entre cliente/
advogado, há o direito potestativo do patrono em renunciar ao patrocínio (sem prejuízo do cliente ser reparado
por eventuais danos sofridos), bem como do cliente em revogar o mandato outorgado (sem prejuízo do causí-
dico em receber verba remuneratória pelos serviços então prestados).Dessa forma, a revogação unilateral, pelo
cliente, do mandato outorgado ao advogado é causa lícita de rescisão do contrato de prestação de serviços
advocatícios, não ensejando o pagamento de multa prevista em cláusula penal. A mesma lógica pode e deve ser
aplicada também quando ocorrer o inverso, na hipótese de renúncia do mandato pelo causídico. Vale ressaltar,
por fim, que é possível a existência de cláusula penal nos contratos de prestação de serviços advocatícios, con-
tudo adstrita às situações de mora e/ou inadimplemento, desde que respeitada a razoabilidade, sob pena de
interferência judicial. STJ. 3ª Turma. REsp 1882117-MS, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 27/10/2020 (Info 682).
10. #DEOLHONAJURIS
O contrato de previdência privada com plano de pecúlio por morte assemelha-se ao seguro de vida, estenden-
do-se às entidades abertas de previdência complementar as normas aplicáveis às sociedades seguradoras, nos
termos do art. 73 da LC 109/2001. O mero atraso no pagamento de prestação do prêmio do seguro não
importa em desfazimento automático do contrato. Exige-se, ao menos, a prévia constituição em mora
do contratante pela seguradora, mediante interpelação. Essa é a inteligência da súmula 616 do STJ. Esse
entendimento também se aplica para a previdência privada com pecúlio. Assim, em regra, seria necessária a
prévia interpelação. No entanto, diante de um longo período de inadimplemento (aproximadamente sete
anos), sem prova de circunstância excepcional que se afigure apta a justificar o descumprimento da
obrigação, entende-se que ocorreu mais que um “mero inadimplemento”. O que houve foi a inequívoca
PONTO 23: Entidades familiares. Origem e conceitos. Relações familiares plurais - fundamentos da
diversidade. Princípios constitucionais da família. Princípios constitucionais aplicáveis às relações
familiares. 24. Esponsais. Casamento - habilitação, celebração, eficácia, direitos e deveres. Dissolução de
sociedade conjugal e do vínculo matrimonial. Responsabilidade civil decorrente das relações familiares.
Regime de bens, meação e sucessão. A teoria da desconsideração na partilha. Posse do estado de casado.
PONTO 24: Esponsais. Casamento - habilitação, celebração, eficácia, direitos e deveres. Dissolução de
sociedade conjugal e do vínculo matrimonial. Responsabilidade civil decorrente das relações familiares.
Regime de bens, meação e sucessão. A teoria da desconsideração na partilha. Posse do estado de casado.
PONTO 25: União estável. Aspectos constitucionais e normas da legislação infraconstitucional.
Características, estado, impedimentos, direitos e deveres. Meação e sucessão. A teoria da desconsideração
na partilha.
PONTO 26: União de pessoas do mesmo sexo ou Direito Homoafetivo.
PONTO 27: Relações de parentesco. Parental. Princípio da paternidade responsável. Usufruto e
administração de bens de filhos incapazes.
PONTO 28: Filiação. Proteção das pessoas dos filhos. Adoção. Reconhecimento de filhos. Denominações.
Estado de filiação e origem genética. Princípio da afetividade. Alienação.
PONTO 29: O Estatuto da Criança e do Adolescente (Lei nº 8.069/90).
PONTO 30: Poder familiar.
PONTO 31: Direitos sexuais e reprodutivos. Reprodução medicamente assistida. Planejamento familiar.
PONTO 32: Alimentos. Conceito. Natureza. Classificação dos alimentos. Características do direito
alimentar. Características da obrigação alimentar. Origens e sujeitos das obrigações alimentares.
Alimentos Gravídicos.
Pessoal, parte de direito de família a FCC gosta e gosta MUITO! Trata-se dos pontos mais importantes para a
prova da DPE. Tudo que é de mais importante está aqui! Além do que, resoluções de conflitos familiares faz parte
da rotina de um Defensor, por este motivo, as provas da defensoria prezam muito por esses temas.
Já que estamos no começo dos nossos estudos de reta final, vale focar bastante no conteúdo de todos esses
pontos. #SEJOGA
Aqui não tem jeito pessoal, cabe a leitura do seu material próprio ou da FUC 14 (DIREITO DE FAMÍLIA). Sabe-
mos que são muitas páginas, por isso, nos temas de maior domínio faça a leitura em “rolagem automática”, já nos
assuntos de maior dificuldade separe um tempo maior.
Quanto aos alimentos, esse é um ponto que merece toda a sua atenção. Não deixe de ler as páginas 121 a
155 da FUC 14.
A jurisprudência costuma ser cobrada junto com a doutrina nesses pontos. Desta forma, vale também fazer
uma leitura sistematizada dos julgados sobre os temas lá no buscador do dizer o direito.
Na parte da legislação, recomenda-se a leitura dos arts. 1.511 a 1.710 do Código Civil e arts. 1.723 a 1.783-A.
Lei 11.804/2008 (Alimentos Gravídicos). Lei 12.318/10 (Alienação Parental) e Lei 8.560/92 (Investigação de Paternida-
de).
Art. 1.667 (Info 670) Art. 1.697 Art. 1.698 (Info 638)
Art. 6º Art. 7º
Art. 7º
1. FAMÍLIA MULTIESPÉCIE
Segundo Maria Berenice Dias, família multiespécie é aquela constituída pelos donos e seus animais de es-
timação, membros não humanos. É cada vez mais comum a existência de decisões judiciais que, após o fim da
convivência entre os tutores do animal, fixam guarda compartilhada, inclusive com a fixação de alimentos. Nesse
sentido, destaca-se o enunciado nº 11 do IBDFAM: “na ação destinada a dissolver o casamento ou união estável,
pode o juiz disciplinar a custódia do animal de estimação do casal.”
#SELIGANAJURIS#OLHAOGANCHO:
A Lei Nº 14.138, DE 16 DE ABRIL DE 2021 acrescenta o § 2º ao art. 2º-A da Lei nº 8.560, de 29 de dezembro
de 1992, para permitir, em sede de ação de investigação de paternidade, a realização do exame de pareamento do
código genético (DNA) em parentes do suposto pai, nos casos em que especifica.
§ 2º Se o suposto pai houver falecido ou não existir notícia de seu paradeiro, o juiz determinará, a expensas do
autor da ação, a realização do exame de pareamento do código genético (DNA) em parentes consanguíneos,
preferindo-se os de grau mais próximo aos mais distantes, importando a recusa em presunção da pater-
nidade, a ser apreciada em conjunto com o contexto probatório.
4. ADOÇÃO À BRASILEIRA
#DEOLHONAJURIS:
O filho tem direito de desconstituir a denominada “adoção à brasileira” para fazer constar o nome de seu pai
biológico em seu registro de nascimento, ainda que preexista vínculo socioafetivo de filiação com o pai registral.
STJ. 3ª Turma. REsp 1.417.598-CE, Rel. Min. Paulo de Tarso Sanseverino, julgado em 17/12/2015 (Info 577).
5. SÚMULAS IMPORTANTES
#SELIGA #SÚMULAS:
Súmula 301 do STJ: Em ação investigatória, a recusa do suposto pai a submeter-se ao exame de DNA induz
presunção juris tantum de paternidade.
Súmula 1 do STJ: O foro do domicílio ou da residência do alimentando é o competente para a ação de investi-
gação de paternidade, quando cumulada com a de alimentos.
Súmula 149 do STF: É imprescritível a ação de investigação de paternidade, mas não o é a de petição de
herança.
Súmula 277 do STJ: Julgada procedente a investigação de paternidade, os alimentos são devidos a partir da
citação.
6. ALIMENTOS GRAVÍDICOS
#ANOTAQUEJÁCAIU #FCC
ARTIGO 6º Convencido da existência de indícios da paternidade, o juiz fixará alimentos gravídicos que per-
durarão até o nascimento da criança, sopesando as necessidades da parte autora e as possibilidades da parte
ré. Parágrafo único. Após o nascimento com vida, os alimentos gravídicos ficam convertidos em pensão
alimentícia em favor do menor até que uma das partes solicite a sua revisão.
A ação de alimentos gravídicos não se extingue ou perde seu objeto com o nascimento da criança, pois os
referidos alimentos ficam convertidos em pensão alimentícia até eventual ação revisional em que se solicite a
exoneração, redução ou majoração de seu valor ou até mesmo eventual resultado em ação de investigação
ou negatória de paternidade. Atenção: essa conversão é automática. STJ. 3ª Turma. REsp 1.629.423-SP, Rel. Min.
Marco Aurélio Bellizze, julgado em 6/6/2017 (Info 606).
#JÁCAIUFCC:
Art. 1783-A. CC A tomada de decisão apoiada é o processo pelo qual a pessoa com deficiência elege pelo menos
2 (duas) pessoas idôneas, com as quais mantenha vínculos e que gozem de sua confiança, para prestar-lhe apoio
na tomada de decisão sobre atos da vida civil, fornecendo-lhes os elementos e informações necessários para que
possa exercer sua capacidade.
A lei prevê que a única pessoa legitimada para ajuizar pedido de TDA e indicar os apoiadores é aquela que
será apoiada (§2º do art. 1.783-A do Código Civil). Dessa forma, busca-se garantir a autonomia e a capacidade
plena da pessoa com deficiência neste novo paradigma. Trata-se de procedimento de jurisdição voluntária.
No processo, o juiz, assistido por equipe multidisciplinar, oportunizará manifestação do Ministério Público e,
após, ouvirá pessoalmente o requerente e os apoiadores para confirmar a vontade do apoiado e garantir a inten-
ção altruística dos apoiadores.
A pessoa apoiada poderá, a qualquer tempo, solicitar o término do acordo firmado em TDA.
*#NOVIDADELEGISLATIVA: Lei nº 13.811, de 12.3.2019 - Confere nova redação ao art. 1.520 da Lei nº 10.406, de
10 de janeiro de 2002 (Código Civil), para suprimir as exceções legais permissivas do casamento infantil.
Art. 1º: O art. 1.520 da Lei nº 10.406, de 10 de janeiro de 2002 (Código Civil), passa a vigorar com a seguinte re-
dação:
“Art. 1.520. Não será permitido, em qualquer caso, o casamento de quem não atingiu a idade núbil, observado o
disposto no art. 1.517 deste Código.” (NR).
PONTO 36: Sucessão. Sucessão Legítima e Sucessão testamentária. Herança jacente. Herança vacante.
Inventário. Partilha de bens e direitos.
Pessoal, a FCC costuma cobrar algumas questões sobre o tema, porém a banca acaba sempre cobrando a
letra da lei, mesmo que dentro de um caso concreto a ser resolvido.
32 #CAIU na DPE/SC realizada pela FCC.
Vale uma leitura “rolagem automática” do seu material próprio ou da FUC 15 (SUCESSÕES). Lembre-se de
estar em dia com a jurisprudência sobre o tema, e ainda, foque nas decisões relacionadas a sucessão em união
estável.
1. HERDEIROS NECESSÁRIOS
#ATENÇÃO: E O Companheiro?
O STF, em embargos de declaração, afirmou que “não houve discussão a respeito da integração do companheiro
ao rol de herdeiros necessários” (STF. Plenário. RE 878694 ED, Rel. Min. Roberto Barroso, julgado em 26/10/2018).
Em outras palavras, o STF não analisou o art. 1.845 do CC. Não houve uma declaração expressa se o compa-
nheiro sobrevivente é ou não herdeiro necessário. A posição doutrinária majoritária é pelo reconhecimento do
companheiro como herdeiro necessário. #SEMPRECAI #FCC
2. LIBERDADE DE TESTAR
Art. 1.789. Havendo herdeiros necessários, o testador só poderá dispor da metade da herança.
#VAICAIR #APOSTACICLOS
Não herdará: Regime da Comunhão Universal, Separação obrigatória ou comunhão parcial de bens quando não
houver bens particulares.
Herdará: Regime de separação convencional e comunhão parcial de bens quando houver bens particulares.
Concorrência com os descendentes: quinhão igual os dos filhos, sendo reservada a ¼ parte se concorrer
com os próprios descendentes.
4. PRINCÍPIO DA SAISINE
Princípio da Saisine: Art. 1.784. Aberta a sucessão, a herança transmite-se, desde logo, aos herdeiros legítimos e
testamentários.
#SELIGANAJURISPRUDÊNCIA:
Saisine e transmissão da posse: Informativo 315 do STJ (REsp 650.821/AM) – se o falecido deixar quotas de uma
sociedade aos seus herdeiros, todos eles, em condomínio, são detentores das ações, possuindo legitimidade
para postular a dissolução da sociedade familiar.
Saisine e composse: Informativo 431 STJ – os herdeiros podem defender a sua posse dos demais herdeiros (REsp
537.363/RS). Informativo 405 – legitima o espólio a ser réu em dissolução de sociedade de fato (REsp 1.080.614/
SP).
Saisine e indivisibilidade da herança: só é possível a divisão da herança com a partilha, não podendo haver de-
sapropriação de parte do patrimônio (REsp 1.204.905/ES). A herança transfere-se como um todo unitário, então,
muito embora, a penhora tenha recaído sobre a universalidade de bens, é possível a tutela possessória de um
bem específico (REsp 1.092.798/DF).
5. COLAÇÃO
Colação é...
- no sentido de que, se eles receberam alguma doação do falecido quando este ainda era vivo,
#JURISPRUDÊNCIA:
É prescindível (dispensável) que o herdeiro necessário traga à colação o valor correspondente à ocupação e
ao uso a título gratuito de imóvel que pertencia ao autor da herança. Ex: Pedro possuía três filhos (Alberto,
Rodrigo e Vanessa). Enquanto estava vivo, Pedro permitiu que sua filha ficasse morando, gratuitamente, em um
apartamento que estava em seu nome. Pedro faleceu. Vanessa (herdeira necessária) não precisa trazer à colação
o valor dos “aluguéis” que ela deixou de pagar pelo fato de ter morado gratuitamente no imóvel. O art. 2.002
do CC, ao tratar sobre a colação, fala em “doação”, o que não se confunde com comodato. Da mesma forma, o
empréstimo gratuito não pode ser considerado gasto, para os fins do art. 2.010 do CC, na medida em que o au-
tor da herança nada despendeu em favor da herdeira a fim de justificar a necessidade de colação. STJ. 3ª Turma.
REsp 1722691-SP, Rel. Min. Paulo de Tarso Sanseverino, julgado em 12/03/2019 (Info 644).
6. SÚMULA
Súmula 112 do STF: O IMPOSTO DE TRANSMISSÃO “CAUSA MORTIS” É DEVIDO PELA ALÍQUOTA VIGENTE AO
TEMPO DA ABERTURA DA SUCESSÃO.
7. #DEOLHONAJURIS
No arrolamento sumário não se condiciona a entrega dos formais de partilha ou da carta de adjudicação à prévia
quitação dos tributos concernentes à transmissão patrimonial aos sucessores. Assim, a homologação da partilha
no procedimento do arrolamento sumário não pressupõe o atendimento das obrigações tributárias principais e
tampouco acessórias relativas ao imposto sobre transmissão causa mortis. Isso não significa que no arrolamento
sumário seja possível homologar a partilha mesmo sem a quitação dos tributos relativos aos bens do espólio e às
suas rendas. A inovação normativa do § 2º do art. 659 do CPC/2015 em nada altera a condição estabelecida no
art. 192 do CTN, de modo que, no arrolamento sumário, o magistrado deve exigir a comprovação de quitação
dos tributos relativos aos bens do espólio e às suas rendas para homologar a partilha e, na sequência, com o
trânsito em julgado, expedir os títulos de transferência de domínio e encerrar o processo, independentemente do
pagamento do imposto de transmissão. STJ. 1ª Turma. REsp 1704359-DF, Rel. Min. Gurgel de Faria, julgado em
28/08/2018 (Info 634). STJ. 1ª Turma. REsp 123980-DF, Rel. Min. Benedito Gonçalves, julgado em 17/02/2020 STJ.
2ª Turma. REsp 1751332-DF, Rel. Min. Mauro Campbell Marques, julgado em 25/09/2018 (Info 636).
8. TESTAMENTO VITAL
O CFM, no Brasil, editou resolução sobre o assunto (Resolução 1.995), mas ainda não há lei nacional versando
sobre o tema. Embora não haja lei nacional versando sobre o tema, isso não quer dizer que não se encontre fun-
damento em nossa legislação para chancelar sua realização. Assim, embora não haja fundamento legal direto,
por ausência de lei sobre o tema, pode-se indicar 3 fundamentos constitucionais:
1) Dignidade da pessoa humana (art. 1 °, inciso III, da Constituição Federal);
2) Cláusula geral de proteção da pessoa humana (art. 12, parágrafo único, do Código Civil de 2002); e
3) Art. 15, também do Código Civil.
9. OLHAOGANCHO
Art. 1.857 - CC- Toda pessoa capaz pode dispor, por testamento, da totalidade dos seus bens, ou de parte deles,
para depois de sua morte.
§ 1o A legítima dos herdeiros necessários não poderá ser incluída no testamento.
§ 2o São válidas as disposições testamentárias de caráter não patrimonial, ainda que o testador somente a elas se
tenha limitado.
10. #DEOLHONAJURIS
O art. 1.876, § 2º do Código Civil afirma que um dos requisitos do testamento particular é que ele seja assinado
pelo testador. Vale ressaltar, contudo, que o STJ decidiu que: É válido o testamento particular que, a despeito
de não ter sido assinado de próprio punho pela testadora, contou com a sua impressão digital. Caso
concreto: a falecida deixou um testamento particular elaborado por meio mecânico; o testamento foi lido na
presença de três testemunhas, que o assinaram; vale ressaltar, no entanto, que esse testamento não foi assinado
pela testadora em razão de ela se encontrar hospitalizada na época e estar com uma limitação física que a im-
pedia assinar; para suprir essa falta de assinatura, a testadora colocou a sua impressão digital no testamento; as
testemunhas, ouvidas em juízo, confirmaram o cumprimento das demais formalidades e, sobretudo, que aquela
era mesmo a manifestação de última vontade da testadora; o STJ considerou válido o testamento. STJ. 2ª Seção.
REsp 1.633.254-MG, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 11/03/2020 (Info 667).
PONTO 34: O Direito de Empresa no Código Civil. Da Empresa e Do Empresário. Ato empresarial.
PONTO 35: Da Sociedade Empresarial. Sociedade não personificada. Sociedade Personificada. Sociedade
Simples. Sociedade em nome coletivo. Sociedade em comandita simples. Sociedade Limitada. Sociedade
Cooperativa. Sociedades Coligadas. Registro das sociedades. Transformação, incorporação, fusão e
liquidação. Do Estabelecimento. Nome Empresarial. Dos Prepostos. Desconsideração da personalidade
jurídica.
PONTO 36: Dos Títulos de Crédito: Disposições Gerais, Títulos ao Portador, Títulos à Ordem e Títulos
Nominativos. Títulos em Espécie: Da Letra de Câmbio. Da Nota Promissória. Da Duplicata de Compra e
Venda Mercantil e de Prestação de Serviços. Do Cheque.
PONTO 37: Contratos bancários: conceito, características, classificação, espécies e interpretação. Dos
Juros Remuneratórios e Moratórios. Anatocismo. Cartão de crédito. Aplicação do Código de Defesa do
Consumidor aos contratos bancários. Comércio eletrônico.
PONTO 38: Arrendamento mercantil: evolução histórica, conceito, elementos do contrato, obrigações
dos sujeitos, modalidades, revisão e cláusulas abusivas.
PONTO 39: Da alienação fiduciária em garantia.
PONTO 40: Da Falência e da Concordata: Lei Federal nº 11.101, de 2005. Recuperação Judicial e Falência.
Disposições comuns. As obrigações contratuais na recuperação judicial e na falência. Administrador
Judicial. Comitê de Credores. Assembleia Geral de Credores. Plano e procedimento de recuperação
judicial. Convolação da recuperação judicial em falência. Disposições gerais. Procedimento de decretação.
Direitos e deveres do falido. Habilitação e classificação dos créditos. Atos anteriores à falência, ineficácia
e revogação. Arrecadação e realização do ativo. Pagamento dos credores. Encerramento da falência e
extinção das obrigações do falido. Recuperação extrajudicial. O plano de recuperação. Credores sujeitos
ao plano. A homologação judicial, requisitos e procedimento.
Pessoal, esses pontos serão mais bem vistos em direito empresarial! Já preparamos um raio-x bem com-
pleto para vocês! O edital de direito civil repetiu praticamente todo o edital de empresarial! Dessa forma, não teria
motivo pra expor aqui tudo novamente!