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Aula 08

Legislação Penal Especial p/ Magistratura Federal (Curso Regular)

Professor: Paulo Guimarães


LEGISLA‚ÌO PENAL Ð MAGISTRATURA FEDERAL
Teoria e Quest›es
Aula 08 Ð Prof. Paulo Guimar‹es

AULA 08
CRIMES DE GENOCêDIO (LEI N. 2.889/1956).
CRIMES DE RESPONSABILIDADE DE
PREFEITOS (DECRETO-LEI N. 201/1967).
CRIMES CONTRA OS êNDIOS (LEI N.
6.001/1973).

Sum‡rio
Sum‡rio ................................................................................................. 1!
1 - Considera•›es Iniciais ......................................................................... 2!
2 Ð Lei n¼ 2.889/1956 (Crime de Genoc’dio) ............................................... 2!
3 Ð Crimes de Responsabilidade (Decreto-Lei n¼ 201/1967) .......................... 5!
3.1 Ð Defini•‹o e aspectos gerais ............................................................ 5!
3.2 Ð Tipifica•‹o de infra•›es pelo decreto-Lei n¼ 201/1967 ....................... 6!
3.3 Ð Rito de acusa•‹o e julgamento para Prefeitos e Vereadores ...............10!
4 Ð Estatuto do êndio (Lei n¼ 6.001/1973) .................................................11!
5 - Quest›es ..........................................................................................15!
5.1 - Quest›es sem Coment‡rios ...........................................................15!
5.2 Ð Gabarito .....................................................................................18!
5.3 - Quest›es Comentadas ..................................................................19!
6 - Resumo da Aula ................................................................................25!
7 - Considera•›es Finais ..........................................................................28!
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Teoria e Quest›es
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AULA 08 - CRIMES DE GENOCêDIO (LEI N.


2.889/1956). CRIMES DE RESPONSABILIDADE
DE PREFEITOS (DECRETO-LEI N. 201/1967).
CRIMES CONTRA OS êNDIOS (LEI N.
6.001/1973).
1 - Considera•›es Iniciais
Ol‡, caro amigo!
Hoje estudaremos mais tr•s leis diferentes de temas variados, mas que n‹o
trazem nada de muito complexo para o seu estudo. Vamos l‡!?
For•a! Bons estudos!

2 Ð Lei n¼ 2.889/1956 (Crime de Genoc’dio)


Esta Ž uma lei curta e de f‡cil entendimento. Sua cobran•a em concursos n‹o Ž
muito comum, mas certamente ela n‹o representar‡ uma dificuldade na sua
prepara•‹o, ok?
Embora saibamos que atos de barb‡rie relacionados ao que hoje se considera
genoc’dio sempre tenham existido, a preocupa•‹o internacional em estabelecer
mecanismos jur’dicos para sua preven•‹o e repress‹o s— surgiu com o fim da II
Guerra Mundial, como rea•‹o aos atos de exterm’nio levados a cabo pelos
nazistas, principalmente contra os judeus, poloneses e ciganos.
O termo genoc’dio foi criado em 1944 por Rafael Lemkin, polon•s que sobreviveu
aos massacres da guerra, e professor de Direito Internacional da Universidade de
Yale. O genoc’dio foi posteriormente conceituado pela Conven•‹o para a
Preven•‹o e Repress‹o do Crime de Genoc’dio da Organiza•‹o das Na•›es
Unidas, de 1948.
A defini•‹o Ž a mesma trazida pelo art. 1¼ da Lei n¼ 2.889/1956.

Art. 1¼ Quem, com a inten•‹o de destruir, no todo ou em parte, grupo nacional, Žtnico,
racial ou religioso, como tal:
a) matar membros do grupo;
b) causar les‹o grave ˆ integridade f’sica ou mental de membros do grupo;
c) submeter intencionalmente o grupo a condi•›es de exist•ncia capazes de ocasionar-lhe
a destrui•‹o f’sica total ou parcial;
d) adotar medidas destinadas a impedir os nascimentos no seio do grupo;
e) efetuar a transfer•ncia for•ada de crian•as do grupo para outro grupo.
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Será punido:
Com as penas do art. 121, § 2º, do Código Penal, no caso da letra a;
Com as penas do art. 129, § 2º, no caso da letra b;
Com as penas do art. 270, no caso da letra c;
Com as penas do art. 125, no caso da letra d;
Com as penas do art. 148, no caso da letra e;

Para cada uma dessas condutas h‡ a previs‹o de penas espec’ficas, previstas no


C—digo Penal. A tŽcnica legislativa Ž meio estranha, mas Ž importante que voc•
saiba quais s‹o essas penas, certo?

Pratica GENOCêDIO quem, com a inten•‹o de destruir, no todo ou em


parte, grupo nacional, Žtnico, racial ou religioso, pratica uma das
seguintes condutas:
CONDUTAS PENAS PREVISTAS

Mesma pena do homic’dio qualificado:


a) matar membros do grupo;
reclus‹o, de 12 a 30 anos.

b) causar les‹o grave ˆ integridade f’sica ou Mesma pena da les‹o corporal grave:
mental de membros do grupo; reclus‹o, de 2 a 8 anos.

c) submeter intencionalmente o grupo a Mesma pena para envenenamento de ‡gua


condi•›es de exist•ncia capazes de ocasionar- pot‡vel ou de subst‰ncia aliment’cia ou
lhe a destrui•‹o f’sica total ou parcial; medicinal: reclus‹o, de 10 a 15 anos.

d) adotar medidas destinadas a impedir os Mesma pena para aborto provocado por
nascimentos no seio do grupo; terceiro: reclus‹o, de 3 a 10 anos.

e) efetuar a transfer•ncia for•ada de crian•as Mesma pena para sequestro e c‡rcere privado:
do grupo para outro grupo. reclus‹o, de 1 a 3 anos.

O bem jur’dico protegido nos tipos da Lei 2889/56 Ž o direito ˆ exist•ncia de


grupos humanos, independentemente de ra•a, etnia, nacionalidade ou religi‹o j‡
que o genoc’dio se consubstancia na pr—pria nega•‹o desse direito. Trata-se,
portanto, de bem jur’dico supraindividual.
O STF se pronunciou (RE n¡ 351487-RR), num processo que tinha por objeto
delito de genoc’dio contra a tribo Yanomami da Comunidade Haximu, em
Roraima, no sentido de que a objetividade jur’dica nesse crime Ž a Òtutela penal
da exist•ncia do grupo racial, Žtnico, nacional ou religioso, a que pertence a
pessoa ou pessoas imediatamente lesionadasÓ, cuidando-se de delito de Òcar‡ter
coletivo ou transindividual. Crime contra a diversidade humanaÓ.
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Art. 2¼ Associarem-se mais de 3 (tr•s) pessoas para pr‡tica dos crimes mencionados no
artigo anterior:
Pena: Metade da cominada aos crimes ali previstos.

Este tipo penal costuma ser chamado pela doutrina de quadrilha ou bando
genocida. Talvez hoje seja chamado de associa•‹o criminosa genocida, n‹o Ž
mesmo? Trata-se de um tipo plurissubjetivo, de associa•‹o necess‡ria, o que
significa que o crime n‹o pode ser cometido por uma œnica pessoa.
A consuma•‹o ocorre no momento em que, imbu’dos do prop—sito de futura
pr‡tica de quaisquer dos crimes relacionados no art. 1¡, pelo menos quatro
pessoas se agregam, incluindo eventuais inimput‡veis.
Importante salientar ainda que todos os tipos penais previstos no art. 1¼ tambŽm
admitem concurso de pessoas.

Art. 3¼ Incitar, direta e publicamente alguŽm a cometer qualquer dos crimes de que trata
o art. 1¼:
Pena: Metade das penas ali cominadas.
¤ 1¼ A pena pelo crime de incita•‹o ser‡ a mesma de crime incitado, se este se consumar.
¤ 2¼ A pena ser‡ aumentada de 1/3 (um ter•o), quando a incita•‹o for cometida pela
imprensa.

Este crime se consuma com o ato de incitar publicamente ˆ pr‡tica de qualquer


uma das condutas tipificadas no art. 1¡ da Lei, independente da ocorr•ncia de
qualquer outro evento subsequente.
Se a incita•‹o ocorre por meio da imprensa, a consuma•‹o ocorre no momento
da publica•‹o ou transmiss‹o incitativa.

Art. 4¼ A pena ser‡ agravada de 1/3 (um ter•o), no caso dos arts. 1¼, 2¼ e 3¼, quando
cometido o crime por governante ou funcion‡rio pœblico.
Art. 5¼ Ser‡ punida com 2/3 (dois ter•os) das respectivas penas a tentativa dos crimes
definidos nesta lei.
Art. 6¼ Os crimes de que trata esta lei n‹o ser‹o considerados crimes pol’ticos para efeitos
de extradi•‹o.

Aqui temos regras gerais acerca do agravamento das penas, bem como da
possibilidade de tentativa. A regra mais importante, porŽm, Ž a do art. 6¼, que
determina que os crimes de genoc’dio n‹o s‹o considerados delitos pol’ticos. Na
pr‡tica, isso significa que quem comete esses crimes pode ser extraditado.
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3 Ð Crimes de Responsabilidade (Decreto-Lei n¼


201/1967)
3.1 Ð Defini•‹o e aspectos gerais
A Constitui•‹o Federal de 1988, alŽm de tratar dos princ’pios aplic‡veis ao Direito
Penal e Processual Penal, das garantias individuais nos procedimentos
investigativos e das atribui•›es da autoridade policial, do MinistŽrio Pœblico e do
Poder Judici‡rio, tambŽm menciona diretamente algumas modalidades de crimes,
a exemplo do tr‡fico de drogas, da tortura, do racismo, dos crimes hediondos,
etc.
Os crimes de responsabilidade tambŽm s‹o mencionados diretamente pela
Constitui•‹o, que estatui, em seu art. 85:

Art. 85. S‹o crimes de responsabilidade os atos do Presidente da Repœblica que atentem
contra a Constitui•‹o Federal e, especialmente, contra:
I - a exist•ncia da Uni‹o;
II - o livre exerc’cio do Poder Legislativo, do Poder Judici‡rio, do MinistŽrio Pœblico e dos
Poderes constitucionais das unidades da Federa•‹o;
III - o exerc’cio dos direitos pol’ticos, individuais e sociais;
IV - a seguran•a interna do Pa’s;
V - a probidade na administra•‹o;
VI - a lei or•ament‡ria;
VII - o cumprimento das leis e das decis›es judiciais.
Par‡grafo œnico. Esses crimes ser‹o definidos em lei especial, que estabelecer‡ as
normas de processo e julgamento.

Na realidade, os crimes de responsabilidade n‹o se amoldam ˆ defini•‹o de crime


que n—s estudamos no Direito Penal. Apesar do nome, esses delitos s‹o
infra•›es pol’tico-administrativas, e tanto seu processamento quanto as
penas cominadas s‹o de natureza eminentemente pol’tica.

Os crimes de responsabilidade, apesar do nome, n‹o


s‹o crimes. Sua natureza Ž de infra•‹o pol’tico-
administrativa.

Veja bem, isso n‹o quer dizer que uma conduta considerada crime de
responsabilidade (infra•‹o pol’tico-administrativa) n‹o pode ser tambŽm
tipificada como crime na legisla•‹o penal. A Lei n¼ 1.079/1950, que faz as vezes
da lei especial mencionada pela Constitui•‹o, determina expressamente que
n‹o h‡ bis in idem quando houver o processamento e julgamento do infrator por
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crime comum praticado por meio da mesma conduta tida por crime de
responsabilidade.

Art. 3¼ A imposi•‹o da pena referida no artigo anterior n‹o exclui o processo e


julgamento do acusado por crime comum, na justi•a ordin‡ria, nos termos das leis de
processo penal.

O rol trazido pelo art. 85 da Constitui•‹o Ž apenas exemplificativo, cabendo ˆ lei


especial definir os crimes de responsabilidade. O STF j‡ confirmou a
compet•ncia da Uni‹o para editar a referida lei.

Sœmula 722 do STF


S‹o da compet•ncia legislativa da uni‹o a defini•‹o dos crimes de responsabilidade e o
estabelecimento das respectivas normas de processo e julgamento

A Doutrina menciona ainda uma defini•‹o ampla de crime de responsabilidade,


que incluiria os crimes pr—prios de funcion‡rio pœblico, para os quais, em
geral, Ž cominada pena privativa de liberdade. N—s n‹o estudaremos esses crimes
hoje. O objeto na nossa aula ser‡ composto pelos crimes de responsabilidade em
sentido estrito, ou seja, as infra•›es pol’tico-administrativas.
A Lei n¼ 1.079/1950 n‹o foi completamente recepcionada pela Constitui•‹o de
1988, mas isso n‹o importa muito para n—s agora, pois o conteœdo program‡tico
do nosso concurso n‹o veio cobrando essa lei, mas sim o Decreto-Lei n¼
201/1967, que trata dos crimes praticados por Prefeitos e Vereadores.
O assunto Ž muito pouco cobrado em concursos, mas j‡ apareceu algumas vezes
em certames estaduais e municipais.

3.2 Ð Tipifica•‹o de infra•›es pelo decreto-Lei n¼


201/1967
Recomendo inicialmente a leitura do art. 1¼ do Decreto-Lei n¼ 201/1967. Antes
de entrarmos na leitura do dispositivo, porŽm, quero logo mencionar a Sœmula
n¼ 703 do STF, segundo a qual a extin•‹o do mandato do prefeito n‹o impede a
instaura•‹o de processo pela pr‡tica dos crimes previstos. Isso j‡ apareceu em
provas, ok!?

Sœmula 703 do STF


A extin•‹o do mandato do prefeito n‹o impede a instaura•‹o de processo pela pr‡tica dos
crimes previstos no art. 1¼ do decreto-lei 201/1967.
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Perceba que a sœmula somente se refere aos crimes de responsabilidade em


sentido estrito, previstos no art. 1¼ do Decreto-Lei. H‡ ainda outros dispositivos
que preveem outras condutas, que s‹o chamadas pelo pr—prio Decreto-Lei
simplesmente de infra•›es pol’tico-administrativas dos Prefeitos Municipais.

Art. 1¼ S‹o crimes de responsabilidade dos Prefeitos Municipais, sujeitos ao julgamento


do Poder Judici‡rio, independentemente do pronunciamento da C‰mara dos Vereadores:
I - apropriar-se de bens ou rendas pœblicas, ou desvi‡-los em proveito pr—prio ou alheio;
II - utilizar-se, indevidamente, em proveito pr—prio ou alheio, de bens, rendas ou servi•os
pœblicos;
III - desviar, ou aplicar indevidamente, rendas ou verbas pœblicas;
IV - empregar subven•›es, aux’lios, emprŽstimos ou recursos de qualquer natureza, em
desacordo com os planos ou programas a que se destinam;
V - ordenar ou efetuar despesas n‹o autorizadas por lei, ou realiz‡-las em desacordo com
as normas financeiras pertinentes;
VI - deixar de prestar contas anuais da administra•‹o financeira do Munic’pio a C‰mara de
Vereadores, ou ao —rg‹o que a Constitui•‹o do Estado indicar, nos prazos e condi•›es
estabelecidos;
VII - Deixar de prestar contas, no devido tempo, ao —rg‹o competente, da aplica•‹o de
recursos, emprŽstimos subven•›es ou aux’lios internos ou externos, recebidos a qualquer
titulo;
VIII - Contrair emprŽstimo, emitir ap—lices, ou obrigar o Munic’pio por t’tulos de crŽdito,
sem autoriza•‹o da C‰mara, ou em desacordo com a lei;
IX - Conceder emprŽstimo, aux’lios ou subven•›es sem autoriza•‹o da C‰mara, ou em
desacordo com a lei;
X - Alienar ou onerar bens im—veis, ou rendas municipais, sem autoriza•‹o da C‰mara, ou
em desacordo com a lei;
XI - Adquirir bens, ou realizar servi•os e obras, sem concorr•ncia ou coleta de pre•os, nos
casos exigidos em lei;
XII - Antecipar ou inverter a ordem de pagamento a credores do Munic’pio, sem vantagem
para o er‡rio;
XIII - Nomear, admitir ou designar servidor, contra expressa disposi•‹o de lei;
XIV - Negar execu•‹o a lei federal, estadual ou municipal, ou deixar de cumprir ordem
judicial, sem dar o motivo da recusa ou da impossibilidade, por escrito, ˆ autoridade
competente;
XV - Deixar de fornecer certid›es de atos ou contratos municipais, dentro do prazo
estabelecido em lei.
XVI Ð deixar de ordenar a redu•‹o do montante da d’vida consolidada, nos prazos
estabelecidos em lei, quando o montante ultrapassar o valor resultante da aplica•‹o do
limite m‡ximo fixado pelo Senado Federal; (Inclu’do pela Lei 10.028, de 2000)
XVII Ð ordenar ou autorizar a abertura de crŽdito em desacordo com os limites
estabelecidos pelo Senado Federal, sem fundamento na lei or•ament‡ria ou na de crŽdito
adicional ou com inobserv‰ncia de prescri•‹o legal; (Inclu’do pela Lei 10.028, de 2000)
XVIII Ð deixar de promover ou de ordenar, na forma da lei, o cancelamento, a amortiza•‹o
ou a constitui•‹o de reserva para anular os efeitos de opera•‹o de crŽdito realizada com
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inobserv‰ncia de limite, condi•‹o ou montante estabelecido em lei; (Inclu’do pela Lei


10.028, de 2000)
XIX Ð deixar de promover ou de ordenar a liquida•‹o integral de opera•‹o de crŽdito por
antecipa•‹o de receita or•ament‡ria, inclusive os respectivos juros e demais encargos, atŽ
o encerramento do exerc’cio financeiro; (Inclu’do pela Lei 10.028, de 2000)
XX Ð ordenar ou autorizar, em desacordo com a lei, a realiza•‹o de opera•‹o de crŽdito
com qualquer um dos demais entes da Federa•‹o, inclusive suas entidades da administra•‹o
indireta, ainda que na forma de nova•‹o, refinanciamento ou posterga•‹o de d’vida
contra’da anteriormente; (Inclu’do pela Lei 10.028, de 2000)
XXI Ð captar recursos a t’tulo de antecipa•‹o de receita de tributo ou contribui•‹o cujo fato
gerador ainda n‹o tenha ocorrido; (Inclu’do pela Lei 10.028, de 2000)
XXII Ð ordenar ou autorizar a destina•‹o de recursos provenientes da emiss‹o de t’tulos
para finalidade diversa da prevista na lei que a autorizou; (Inclu’do pela Lei 10.028, de
2000)
XXIII Ð realizar ou receber transfer•ncia volunt‡ria em desacordo com limite ou condi•‹o
estabelecida em lei. (Inclu’do pela Lei 10.028, de 2000)

Recomendo especial aten•‹o aos dispositivos que foram inclu’dos pela Lei n¼
10.028/2000. As bancas examinadoras gostam muito de cobrar regras que
passaram por mudan•as legislativas.
Perceba ainda que o caput do art. 1¼ determina que o julgamento pelos Prefeitos
por crimes de responsabilidade ser‡ feito pelo Poder Judici‡rio, sem a
participa•‹o da C‰mara de Vereadores. Isso significa que na realidade esses s‹o
crimes comuns, pr—prios dos Prefeitos, e n‹o infra•›es pol’tico-administrativas,
diferentemente dos crimes de responsabilidade mencionados pela Constitui•‹o
Federal. O Cespe inclusive j‡ formulou quest›es de acordo com esse
entendimento...! J
Na realidade estamos diante de um problema de nomenclatura. As infra•›es do
art. 1¼ s‹o chamadas pelo Decreto-Lei de crimes de responsabilidade, e s‹o
julgadas pelo Poder Judici‡rio. Por outro lado, h‡ uma outra lista de infra•›es que
s‹o chamadas pelo Decreto-Lei simplesmente de infra•›es pol’tico-
administrativas dos Prefeitos. A lista est‡ no art. 4¼.

Art. 4¼ S‹o infra•›es pol’tico-administrativas dos Prefeitos Municipais sujeitas ao


julgamento pela C‰mara dos Vereadores e sancionadas com a cassa•‹o do mandato:
I - Impedir o funcionamento regular da C‰mara;
II - Impedir o exame de livros, folhas de pagamento e demais documentos que devam
constar dos arquivos da Prefeitura, bem como a verifica•‹o de obras e servi•os municipais,
por comiss‹o de investiga•‹o da C‰mara ou auditoria, regularmente institu’da;
III - Desatender, sem motivo justo, as convoca•›es ou os pedidos de informa•›es da
C‰mara, quando feitos a tempo e em forma regular;
IV - Retardar a publica•‹o ou deixar de publicar as leis e atos sujeitos a essa formalidade;
V - Deixar de apresentar ˆ C‰mara, no devido tempo, e em forma regular, a proposta
or•ament‡ria;
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VI - Descumprir o or•amento aprovado para o exerc’cio financeiro,


VII - Praticar, contra expressa disposi•‹o de lei, ato de sua compet•ncia ou emitir-se na
sua pr‡tica;
VIII - Omitir-se ou negligenciar na defesa de bens, rendas, direitos ou interesses do
Munic’pio sujeito ˆ administra•‹o da Prefeitura;
IX - Ausentar-se do Munic’pio, por tempo superior ao permitido em lei, ou afastar-se da
Prefeitura, sem autoriza•‹o da C‰mara dos Vereadores;
X - Proceder de modo incompat’vel com a dignidade e o decoro do cargo.

Agora sim estamos falando de infra•›es punidas com a perda do mandato,


mediante julgamento pela C‰mara de Vereadores.
Para complicar um pouco mais, temos ainda o art. 6¼, que trata de situa•›es nas
quais o mandato do Prefeito deve ser extinto. Veja bem, aqui n‹o estamos
falando propriamente de infra•›es, mas sim de situa•›es que ensejam o
encerramento do mandato. Por isso mesmo a extin•‹o do mandato nesses casos
n‹o depende de delibera•‹o do Poder Judici‡rio e nem da C‰mara de Vereadores,
mas apenas da declara•‹o do fato.

Art. 6¼ Extingue-se o mandato de Prefeito, e, assim, deve ser declarado pelo Presidente
da C‰mara de Vereadores, quando:
I - Ocorrer falecimento, renœncia por escrito, cassa•‹o dos direitos pol’ticos, ou condena•‹o
por crime funcional ou eleitoral.
II - Deixar de tomar posse, sem motivo justo aceito pela C‰mara, dentro do prazo
estabelecido em lei.
III - Incidir nos impedimentos para o exerc’cio do cargo, estabelecidos em lei, e n‹o se
desincompatibilizar atŽ a posse, e, nos casos supervenientes, no prazo que a lei ou a C‰mara
fixar.
Par‡grafo œnico. A extin•‹o do mandato independe de delibera•‹o do plen‡rio e se tornar‡
efetiva desde a declara•‹o do fato ou ato extintivo pelo Presidente e sua inser•‹o em ata.

Agora vamos falar rapidamente a respeito da perda do mandato dos Vereadores.


Essas hip—teses est‹o previstas no art. 70 do Decreto-Lei. O detalhe aqui Ž que
o Decreto-Lei n‹o tipifica essas condutas nem como crimes de responsabilidade
e nem como infra•›es pol’tico-administrativas, mas apenas como hip—teses nas
quais a pr—pria C‰mara poder‡ cassar o mandato do Vereador.

Art. 7¼ A C‰mara poder‡ cassar o mandato de Vereador, quando:


I - Utilizar-se do mandato para a pr‡tica de atos de corrup•‹o ou de improbidade
administrativa;
II - Fixar resid•ncia fora do Munic’pio;
III - Proceder de modo incompat’vel com a dignidade, da C‰mara ou faltar com o decoro
na sua conduta pœblica.
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Da mesma fora que h‡ a previs‹o de hip—teses de extin•‹o do mandato do


Prefeito, tambŽm h‡ outras semelhantes para o Vereador, previstas no art. 8¼.

Art. 8¼ Extingue-se o mandato do Vereador e assim ser‡ declarado pelo Presidente da


C‰mara, quando:
I - Ocorrer falecimento, renœncia por escrito, cassa•‹o dos direitos pol’ticos ou condena•‹o
por crime funcional ou eleitoral;
II - Deixar de tomar posse, sem motivo justo aceito pela C‰mara, dentro do prazo
estabelecido em lei;
III - Deixar de comparecer, sem que esteja licenciado, a cinco sess›es ordin‡rias
consecutivas, ou a tr•s sess›es extraordin‡rias convocadas pelo Prefeito para a aprecia•‹o
de matŽria urgente;
III - deixar de comparecer, em cada sess‹o legislativa anual, ˆ ter•a parte das sess›es
ordin‡rias da C‰mara Municipal, salvo por motivo de doen•a comprovada, licen•a ou miss‹o
autorizada pela edilidade; ou, ainda, deixar de comparecer a cinco sess›es extraordin‡rias
convocadas pelo prefeito, por escrito e mediante recibo de recebimento, para aprecia•‹o de
matŽria urgente, assegurada ampla defesa, em ambos os casos.
IV - Incidir nos impedimentos para o exerc’cio do mandato, estabelecidos em lei e n‹o se
desincompatibilizar atŽ a posse, e, nos casos supervenientes, no prazo fixado em lei ou pela
C‰mara.

3.3 Ð Rito de acusa•‹o e julgamento para Prefeitos e


Vereadores
Antes de entrarmos no procedimento, Ž importante deixar claro que o art. 5¼
trata especificamente do processo de cassa•‹o do mandato de Prefeito, mas o
¤1¼ do art. 7¼ estende o mesmo procedimento tambŽm ˆ cassa•‹o de
Vereadores. A partir de agora falarei dos Prefeitos, mas as mesmas regras
tambŽm s‹o aplic‡veis ao Vereador, ok!? J
AlŽm disso, o art. 3¼ determina que o Vice-Prefeito, ou quem vier a substituir
o Prefeito, fica sujeito ao mesmo processo do substitu’do, ainda que tenha
cessado a substitui•‹o. Isso significa que essas outras pessoas podem ser
responsabilizadas nos termos do Decreto-Lei por atos praticados quando estavam
atuando em substitui•‹o ao Prefeito.
A denœncia do Prefeito em raz‹o de crime de responsabilidade pode ser feita ˆ
C‰mara Municipal por qualquer cidad‹o. Na realidade o Decreto-Lei utiliza o
termo ÒeleitorÓ. Se o denunciante for vereador, estar‡ impedido de votar acerca
do recebimento da denœncia, ou de compor a comiss‹o processante.
A denœncia ser‡ recebida mediante voto favor‡vel da maioria simples dos
componentes da C‰mara. Na mesma sess‹o ser‡ formada a comiss‹o
processante, com tr•s vereadores sorteados.
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O Presidente da comiss‹o notificar‡ o acusado para que ofere•a defesa no


prazo de 10 dias, indique as provas que pretende produzir e arrole testemunhas
num nœmero m‡ximo de 10. Decorrido o prazo da defesa, a comiss‹o
processante emitir‡ parecer opinando pelo arquivamento ou prosseguimento da
denœncia.
Caso a comiss‹o opine pelo prosseguimento, o Presidente designar‡ a instru•‹o
e determinar‡ os atos, dilig•ncias e audi•ncias necess‡rias.

Art. 5¼, V Ð conclu’da a instru•‹o, ser‡ aberta vista do processo ao denunciado, para raz›es
escritas, no prazo de 5 (cinco) dias, e, ap—s, a Comiss‹o processante emitir‡ parecer final,
pela proced•ncia ou improced•ncia da acusa•‹o, e solicitar‡ ao Presidente da C‰mara a
convoca•‹o de sess‹o para julgamento. Na sess‹o de julgamento, ser‹o lidas as pe•as
requeridas por qualquer dos Vereadores e pelos denunciados, e, a seguir, os que
desejarem poder‹o manifestar-se verbalmente, pelo tempo m‡ximo de 15 (quinze) minutos
cada um, e, ao final, o denunciado, ou seu procurador, ter‡ o prazo m‡ximo de 2 (duas)
horas para produzir sua defesa oral;

Este dispositivo teve sua reda•‹o alterada em 2009. A reda•‹o anterior


determinava que seria lido todo o processo na sess‹o de julgamento. Hoje apenas
ser‡ lido o que for requerido pelos vereadores ou pelo acusado.
A possibilidade de surgir uma quest‹o sobre esse assunto na sua prova Ž remota,
mas chamo sua aten•‹o para essa altera•‹o pontual, pois as bancas gostam
muito de altera•›es recentes na legisla•‹o.
O acusado poder‡ ser condenado pelo voto de dois ter•os dos membros da
C‰mara. O mandato do Prefeito ent‹o ser‡ cassado por meio de decreto
legislativo.

4 Ð Estatuto do êndio (Lei n¼ 6.001/1973)


Esta lei trata da situa•‹o jur’dica dos ’ndios, ou silv’colas, bem como das
comunidades ind’genas. O objetivo da lei, declarado por ela mesma, Ž preservar
a cultura ind’gena e integr‡-los, progressiva e harmoniosamente, ˆ comunh‹o
nacional.
Primeiramente h‡ alguns conceitos que Ž interessante que voc• conhe•a, e que
facilitar‹o seu entendimento acerca das normas penais trazidas pelo Estatuto.

êNDIO OU SILVêCOLA - ƒ todo indiv’duo de origem e ascend•ncia prŽ-


colombiana que se identifica e Ž identificado como pertencente a um grupo Žtnico
cujas caracter’sticas culturais o distinguem da sociedade nacional. Eles podem
ser considerados nas seguintes situa•›es:
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a)! Isolados: Quando vivem em grupos desconhecidos ou de que se possuem


poucos e vagos informes atravŽs de contatos eventuais com elementos da
comunh‹o nacional;
b)! Em vias de integra•‹o: Quando, em contato intermitente ou permanente
com grupos estranhos, conservam menor ou maior parte das condi•›es de
sua vida nativa, mas aceitam algumas pr‡ticas e modos de exist•ncia
comuns aos demais setores da comunh‹o nacional, da qual v‹o
necessitando cada vez mais para o pr—prio sustento;
c)! Integrados: Quando incorporados ˆ comunh‹o nacional e reconhecidos no
pleno exerc’cio dos direitos civis, ainda que conservem usos, costumes e
tradi•›es caracter’sticos da sua cultura.

COMUNIDADE INDêGENA OU GRUPO TRIBAL - ƒ um conjunto de fam’lias ou


comunidades ’ndias, quer vivendo em estado de completo isolamento em rela•‹o
aos outros setores da comunh‹o nacional, quer em contatos intermitentes ou
permanentes, sem contudo estarem neles integrados.

Art. 2¡ Cumpre ˆ Uni‹o, aos Estados e aos Munic’pios, bem como aos —rg‹os das
respectivas administra•›es indiretas, nos limites de sua compet•ncia, para a prote•‹o das
comunidades ind’genas e a preserva•‹o dos seus direitos:
I - estender aos ’ndios os benef’cios da legisla•‹o comum, sempre que poss’vel a sua
aplica•‹o;
II - prestar assist•ncia aos ’ndios e ˆs comunidades ind’genas ainda n‹o integrados ˆ
comunh‹o nacional;
III - respeitar, ao proporcionar aos ’ndios meios para o seu desenvolvimento, as
peculiaridades inerentes ˆ sua condi•‹o;
IV - assegurar aos ’ndios a possibilidade de livre escolha dos seus meios de vida e
subsist•ncia;
V - garantir aos ’ndios a perman•ncia volunt‡ria no seu habitat, proporcionando-lhes ali
recursos para seu desenvolvimento e progresso;
VI - respeitar, no processo de integra•‹o do ’ndio ˆ comunh‹o nacional, a coes‹o das
comunidades ind’genas, os seus valores culturais, tradi•›es, usos e costumes;
VII - executar, sempre que poss’vel mediante a colabora•‹o dos ’ndios, os programas e
projetos tendentes a beneficiar as comunidades ind’genas;
VIII - utilizar a coopera•‹o, o esp’rito de iniciativa e as qualidades pessoais do ’ndio, tendo
em vista a melhoria de suas condi•›es de vida e a sua integra•‹o no processo de
desenvolvimento;
IX - garantir aos ’ndios e comunidades ind’genas, nos termos da Constitui•‹o, a posse
permanente das terras que habitam, reconhecendo-lhes o direito ao usufruto exclusivo das
riquezas naturais e de todas as utilidades naquelas terras existentes;
X - garantir aos ’ndios o pleno exerc’cio dos direitos civis e pol’ticos que em face da
legisla•‹o lhes couberem.
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O art. 2o traz os deveres do Estado (encarado de maneira ampla, envolvendo a


Uni‹o, os Estados, o Distrito Federal e os Munic’pios) em rela•‹o aos ’ndios e ˆs
comunidades ind’genas.
AlŽm disso, o Estatuto traz disposi•›es acerca dos direitos civis e pol’ticos,
envolvendo o respeito aos usos, costumes e tradi•›es das comunidades ind’genas
e seus efeitos.
Os ’ndios e comunidades ainda n‹o integrados ficam sujeitos a uma espŽcie de
tutela, de compet•ncia da Uni‹o, que deve exerc•-la por meio de um —rg‹o
espec’fico, papel hoje desempenhado pela Funda•‹o Nacional do êndio (FUNAI).
ƒ poss’vel ainda que o pr—prio ’ndio requeira sua libera•‹o do regime tutelar, bem
como que seja declarada a emancipa•‹o da comunidade ind’gena e de seus
membros, por meio de decreto presidencial.

Art. 17. Reputam-se terras ind’genas:


I - as terras ocupadas ou habitadas pelos silv’colas, a que se referem os artigos 4¼, IV,
e 198, da Constitui•‹o;
II - as ‡reas reservadas de que trata o Cap’tulo III deste T’tulo;
III - as terras de dom’nio das comunidades ind’genas ou de silv’colas.

Lembre-se de que a lei que estamos estudando hoje Ž de 1973, e foi promulgada
sob a vig•ncia da Constitui•‹o de 1967, ok? Na realidade, parte dos dispositivos
desta lei n‹o foram recepcionados pela Constitui•‹o de 1988, mas isso n‹o Ž
importante para a sua prova.
As terras ind’genas est‹o sujeitas a um regime pr—prio, que envolve a
necessidade de demarca•‹o por meio de decreto presidencial, e n‹o podem ser
objeto de arrendamento ou de qualquer ato ou neg—cio jur’dico que restrinja o
pleno exerc’cio da posse direta pela comunidade ind’gena ou pelos ’ndios.
Agora vamos passar ˆ parte mais importante do Estatuto, que trata das normas
penais.

Art. 56. No caso de condena•‹o de ’ndio por infra•‹o penal, a pena dever‡ ser atenuada e
na sua aplica•‹o o Juiz atender‡ tambŽm ao grau de integra•‹o do silv’cola.

AlŽm de tipificar algumas condutas, considerando-as como crimes contra os


’ndios, o Estatuto traz algumas regras relacionadas aos crimes cometidos pelos
ind’genas.
A primeira regra Ž a atenua•‹o da pena quando o agente criminoso for ’ndio, a
depender do seu grau de integra•‹o. As penas privativas de liberdade devem ser
cumpridas, se poss’vel, em regime de semiliberdade, no local de
funcionamento do —rg‹o federal de assist•ncia aos ’ndios mais pr—ximo da
habita•‹o do condenado.
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AlŽm disso, o Estatuto autoriza a aplica•‹o de san•›es penais ou disciplinares


pr—prias por parte dos pr—prio grupos tribais em rela•‹o a seus membros, desde
que n‹o haja car‡ter cruel ou difamante e sempre proibida a pena de morte.

Art. 59. No caso de crime contra a pessoa, o patrim™nio ou os costumes, em que o ofendido
seja ’ndio n‹o integrado ou comunidade ind’gena, a pena ser‡ agravada de um ter•o.

Esta Ž uma agravante importante para a sua prova. Lembre-se de que ela s— se
aplica aos crimes contra a pessoa, o patrim™nio e os costumes.

Art. 58. Constituem crimes contra os ’ndios e a cultura ind’gena:


I - escarnecer de cerim™nia, rito, uso, costume ou tradi•‹o culturais ind’genas, vilipendi‡-
los ou perturbar, de qualquer modo, a sua pr‡tica.
Pena - deten•‹o de um a tr•s meses;
II - utilizar o ’ndio ou comunidade ind’gena como objeto de propaganda tur’stica ou de
exibi•‹o para fins lucrativos.
Pena - deten•‹o de dois a seis meses;
III - propiciar, por qualquer meio, a aquisi•‹o, o uso e a dissemina•‹o de bebidas alco—licas,
nos grupos tribais ou entre ’ndios n‹o integrados.
Pena - deten•‹o de seis meses a dois anos.
Par‡grafo œnico. As penas estatu’das neste artigo s‹o agravadas de um ter•o, quando o
crime for praticado por funcion‡rio ou empregado do —rg‹o de assist•ncia ao ’ndio.

Voc• precisar‡ memorizar as condutas t’picas, ok? Tome cuidado com as


ÒpegadinhasÓ que a banca pode criar. Chamo sua aten•‹o para a conduta do
inciso II, que s— Ž criminosa se houver fins lucrativos. A banca pode usar a
express‹o Òcom ou sem fins lucrativosÓ para tentar enganar voc•.
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5 - Quest›es
5.1 - Quest›es sem Coment‡rios
QUESTÌO 01 - TJ-RJ Ð Juiz de Direito Ð 2012 Ð Cetro.
Ap—s o holocausto, ocorrido no seio germ‰nico na Segunda Grande Guerra,
o crime de genoc’dio passou a ser abominado em v‡rias na•›es do mundo.
No Brasil, considera-se crime de genoc’dio, para efeitos penais, entre outras
a•›es ou omiss›es,
a) submeter, por neglig•ncia, imprud•ncia ou imper’cia, determinado grupo
nacional, Žtnico, racial ou religioso, a condi•›es de exist•ncia capazes de
ocasionar-lhe a destrui•‹o f’sica total ou parcial.
b) adotar medidas destinadas a impedir os nascimentos no seio de grupo
nacional, Žtnico, racial ou religioso, como tal.
c) matar membros de grupo em raz‹o de orienta•‹o sexual.
d) associarem-se 3 (tr•s) ou mais indiv’duos com intuito de causar les‹o
grave ˆ integridade f’sica ou mental de membros de grupo motivados por
disc—rdias desportivas.
e) praticar, induzir ou incitar a discrimina•‹o ou preconceito de ra•a, cor,
etnia, religi‹o ou proced•ncia nacional.

QUESTÌO 02 - TRF 1» Regi‹o Ð Juiz Federal Ð 2013 Ð Cespe


(adaptada).
Na legisla•‹o penal brasileira h‡ previs‹o t’pica de genoc’dio por omiss‹o e
genoc’dio culposo.

QUESTÌO 03 - TCE-RN Ð Assessor TŽcnico Jur’dico Ð 2009 Ð


Cespe.
As infra•›es penais tipificadas no Decreto-Lei n¼ 201/1967 t•m como
destinat‡rios os prefeitos municipais e os vereadores.

QUESTÌO 04 - TCE-RN Ð Assessor TŽcnico Jur’dico Ð 2009 Ð


Cespe.
Os crimes de responsabilidade dos prefeitos municipais n‹o incluem a
conduta de receber transfer•ncia volunt‡ria em desacordo com condi•‹o
estabelecida em lei.

QUESTÌO 05 - PGE-RR Ð Procurador do Estado Ð 2006 Ð FCC.


Constitui crime de responsabilidade dos prefeitos, sujeito ao julgamento do
Poder Judici‡rio, independentemente do pronunciamento da C‰mara dos
Vereadores,
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a) nomear, admitir ou designar servidor, contra disposi•‹o de lei, expressa


ou t‡cita.
b) deixar de cumprir ordem judicial, sem dar o motivo da recusa ou da
impossibilidade ˆ autoridade judici‡ria, por escrito ou verbalmente, no prazo
de lei.
c) captar recursos a t’tulo de antecipa•‹o de receita de tributo ou
contribui•‹o social, cujo fato gerador tenha ocorrido a menos de 30 (trinta)
dias.
d) deixar de prestar contas mensais da administra•‹o financeira do Munic’pio
ˆ C‰mara dos Vereadores.
e) antecipar ou inverter a ordem de pagamento a credores do Munic’pio, sem
vantagem para o er‡rio.

QUESTÌO 06 - TCE-PR Ð Auditor Ð 2016 Ð Cespe.


Assinale a op•‹o correta ˆ luz do Decreto-lei n.¼ 201/1967, que disp›e sobre
a responsabilidade dos prefeitos e vereadores.
a) Os prefeitos n‹o est‹o sujeitos aos tipos penais descritos no CP, visto que
os crimes funcionais que a eles podem ser imputados est‹o descritos
exclusivamente no decreto-lei em quest‹o.
b) O prefeito municipal, mesmo ap—s a extin•‹o do mandato, pode ser
responsabilizado por crime previsto no mencionado decreto-lei, por ato
praticado no exerc’cio do referido cargo.
c) O sujeito ativo dos crimes descritos no referido diploma Ž somente o
prefeito, n‹o sendo poss’vel imput‡-los ao vice-prefeito e ao presidente da
c‰mara municipal por ato praticado no exerc’cio, em substitui•‹o, do cargo
de prefeito durante as aus•ncias e afastamentos do titular desse cargo.
d) Em rela•‹o aos tipos penais descritos no decreto-lei em apre•o, n‹o se
admite coautoria ou participa•‹o, por serem tais tipos crimes pr—prios.
e) O referido diploma n‹o trata de crimes comuns (infra•›es penais), mas
somente crimes de responsabilidade (infra•›es pol’tico-administrativas).

QUESTÌO 07 - TCE-RN Ð Auditor Ð 2015 Ð Cespe.


A conduta de apropriar-se de bens ou rendas pœblicas, ou desvi‡-las em
proveito pr—prio ou alheio, tipificada na lei que regula os crimes de
responsabilidade dos prefeitos, Ž crime pr—prio, o qual somente pode ser
praticado por prefeito, admitindo-se, contudo, conforme o STF, participa•‹o.

QUESTÌO 08 - TRF 1» Regi‹o Ð Juiz Federal Ð 2013 Ð Cespe


(adaptada).
O Estatuto do êndio, ao tipificar crimes contra os ’ndios e contra a cultura
ind’gena, n‹o define um tipo especial de homic’dio contra o ’ndio, mas prev•
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causa especial de aumento da pena no caso de crime contra a pessoa, o


patrim™nio ou os costumes, no qual o ofendido seja ’ndio n‹o integrado ou
comunidade ind’gena.

QUESTÌO 09 - TRF 1» Regi‹o Ð Juiz Federal Ð 2013 Ð Cespe


(adaptada).
Impedir o acesso de alguŽm ou recusar-lhe atendimento em restaurantes,
bares, confeitarias ou locais semelhantes abertos ao pœblico, pelo œnico
motivo desse alguŽm ser ind’gena, Ž crime previsto no Estatuto do êndio.

QUESTÌO 10 - PC-PA Ð Delegado de Pol’cia Ð 2009 Ð Movens


(adaptada).
Ser‡ tolerada a aplica•‹o, pelos grupos tribais, de acordo com as institui•›es
pr—prias, de san•›es penais ou disciplinares contra os seus membros,
inclusive, em casos devidamente justificados, da pena de morte.

QUESTÌO 11 - MPF Ð Procurador da Repœblica Ð 2013 Ð PGR


(adaptada).
Segundo o Estatuto do êndio, penas de reclus‹o e deten•‹o do ind’gena
devem ser cumpridas, sempre que poss’vel, em regime de semiliberdade,
em —rg‹o federal de assist•ncia aos ’ndios.

QUESTÌO 12 - PC-GO - Delegado de Pol’cia Ð 2017 Ð Cespe.


Considera-se ’ndio ou silv’cola, para efeitos do Estatuto do êndio, todo
indiv’duo de origem e ascend•ncia sul-americana que se identifica como
pertencente a um grupo Žtnico cujas caracter’sticas culturais o distinguem
da sociedade nacional.
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5.2 Ð Gabarito
1. B

2. E

3. E

4. E

5. E

6. B

7. C

8. C

9. E

10. E

11. C

12. E
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5.3 - Quest›es Comentadas


QUESTÌO 01 - TJ-RJ Ð Juiz de Direito Ð 2012 Ð Cetro.
Ap—s o holocausto, ocorrido no seio germ‰nico na Segunda Grande Guerra,
o crime de genoc’dio passou a ser abominado em v‡rias na•›es do mundo.
No Brasil, considera-se crime de genoc’dio, para efeitos penais, entre outras
a•›es ou omiss›es,
a) submeter, por neglig•ncia, imprud•ncia ou imper’cia, determinado grupo
nacional, Žtnico, racial ou religioso, a condi•›es de exist•ncia capazes de
ocasionar-lhe a destrui•‹o f’sica total ou parcial.
b) adotar medidas destinadas a impedir os nascimentos no seio de grupo
nacional, Žtnico, racial ou religioso, como tal.
c) matar membros de grupo em raz‹o de orienta•‹o sexual.
d) associarem-se 3 (tr•s) ou mais indiv’duos com intuito de causar les‹o
grave ˆ integridade f’sica ou mental de membros de grupo motivados por
disc—rdias desportivas.
e) praticar, induzir ou incitar a discrimina•‹o ou preconceito de ra•a, cor,
etnia, religi‹o ou proced•ncia nacional.

Coment‡rios
Das condutas previstas na Lei n¼ 2.889/1956, apenas a alternativa B se encaixa.
A alternativa A menciona crimes culposos, cuja previs‹o n‹o existe na lei. A
alternativa C menciona a orienta•‹o sexual como raz‹o, mas tambŽm n‹o h‡
previs‹o legal para tal. A alternativa D menciona a associa•‹o criminosa
genocida, mas traz como motivo as disc—rdias desportivas, o que tambŽm n‹o
est‡ previsto na lei. A alternativa E menciona discrimina•‹o ou preconceito, que
podem constituir condutas criminosas, mas n‹o de genoc’dio.
GABARITO: B

QUESTÌO 02 - TRF 1» Regi‹o Ð Juiz Federal Ð 2013 Ð Cespe


(adaptada).
Na legisla•‹o penal brasileira h‡ previs‹o t’pica de genoc’dio por omiss‹o e
genoc’dio culposo.

Coment‡rios
N‹o essas previs›es na Lei n¼ 2.889/1956, n‹o Ž mesmo?
GABARITO: E
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QUESTÌO 03 - TCE-RN Ð Assessor TŽcnico Jur’dico Ð 2009 Ð


Cespe.
As infra•›es penais tipificadas no Decreto-Lei n¼ 201/1967 t•m como
destinat‡rios os prefeitos municipais e os vereadores.

Coment‡rios
Aqui Ž pegadinha mesmo! As infra•›es penais previstas no Decreto-Lei n¼
201/1967 dizem respeito apenas aos Prefeitos. Quanto aos vereadores, o art. 7¼
trata das infra•›es pol’tico-administrativas, mas n‹o h‡ infra•›es penais
tipificadas.
GABARITO: E

QUESTÌO 04 - TCE-RN Ð Assessor TŽcnico Jur’dico Ð 2009 Ð


Cespe.
Os crimes de responsabilidade dos prefeitos municipais n‹o incluem a
conduta de receber transfer•ncia volunt‡ria em desacordo com condi•‹o
estabelecida em lei.

Coment‡rios
Esta conduta est‡ prevista no art. 1¼, XXIII do Decreto-Lei n¼ 201/1967. Lembre-
se de que o art. 1¼ prev• infra•›es penais pr—prias dos Prefeitos, que, nesses
casos, ser‹o julgados pelo Poder Judici‡rio.
GABARITO: E

QUESTÌO 05 - PGE-RR Ð Procurador do Estado Ð 2006 Ð FCC.


Constitui crime de responsabilidade dos prefeitos, sujeito ao julgamento do
Poder Judici‡rio, independentemente do pronunciamento da C‰mara dos
Vereadores,
a) nomear, admitir ou designar servidor, contra disposi•‹o de lei, expressa
ou t‡cita.
b) deixar de cumprir ordem judicial, sem dar o motivo da recusa ou da
impossibilidade ˆ autoridade judici‡ria, por escrito ou verbalmente, no prazo
de lei.
c) captar recursos a t’tulo de antecipa•‹o de receita de tributo ou
contribui•‹o social, cujo fato gerador tenha ocorrido a menos de 30 (trinta)
dias.
d) deixar de prestar contas mensais da administra•‹o financeira do Munic’pio
ˆ C‰mara dos Vereadores.
e) antecipar ou inverter a ordem de pagamento a credores do Munic’pio, sem
vantagem para o er‡rio.
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Coment‡rios
Infelizmente as bancas ainda formulam este tipo de quest‹o com uma certa
frequ•ncia. Acho muito improv‡vel surgir algo assim na sua prova, mas Ž bom
dar uma lida no art. 1¼ do Decreto-Lei n¼ 201/1967 para n‹o se surpreender com
os absurdos. As alternativas trazem condutas previstas no dispositivo, trocando
apenas algumas palavras para tentar confundir o candidato. A œnica que est‡
estritamente de acordo com o Decreto-Lei Ž a letra E.
a) nomear, admitir ou designar servidor, contra disposi•‹o de lei, expressa ou
t‡cita (Òcontra expressa disposi•‹o de leiÓ).
b) deixar de cumprir ordem judicial, sem dar o motivo da recusa ou da
impossibilidade ˆ autoridade judici‡ria, por escrito ou verbalmente, no prazo
de lei (n‹o h‡ possibilidade de comunica•‹o verbal neste caso).
c) captar recursos a t’tulo de antecipa•‹o de receita de tributo ou contribui•‹o
social, cujo fato gerador tenha ocorrido a menos de 30 (trinta) dias (o correto
Ž Òcujo fato gerador ainda n‹o tenha ocorridoÓ). O examinador ainda ofendeu a
l’ngua portuguesa...
d) deixar de prestar contas mensais da administra•‹o financeira do Munic’pio ˆ
C‰mara dos Vereadores (o prazo para presta•‹o de contas Ž anual).
GABARITO: E

QUESTÌO 06 - TCE-PR Ð Auditor Ð 2016 Ð Cespe.


Assinale a op•‹o correta ˆ luz do Decreto-lei n.¼ 201/1967, que disp›e sobre
a responsabilidade dos prefeitos e vereadores.
a) Os prefeitos n‹o est‹o sujeitos aos tipos penais descritos no CP, visto que
os crimes funcionais que a eles podem ser imputados est‹o descritos
exclusivamente no decreto-lei em quest‹o.
b) O prefeito municipal, mesmo ap—s a extin•‹o do mandato, pode ser
responsabilizado por crime previsto no mencionado decreto-lei, por ato
praticado no exerc’cio do referido cargo.
c) O sujeito ativo dos crimes descritos no referido diploma Ž somente o
prefeito, n‹o sendo poss’vel imput‡-los ao vice-prefeito e ao presidente da
c‰mara municipal por ato praticado no exerc’cio, em substitui•‹o, do cargo
de prefeito durante as aus•ncias e afastamentos do titular desse cargo.
d) Em rela•‹o aos tipos penais descritos no decreto-lei em apre•o, n‹o se
admite coautoria ou participa•‹o, por serem tais tipos crimes pr—prios.
e) O referido diploma n‹o trata de crimes comuns (infra•›es penais), mas
somente crimes de responsabilidade (infra•›es pol’tico-administrativas).
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Coment‡rios
A alternativa A est‡ incorreta, pois, ao menos em regra, os crimes comuns
tambŽm podem ser cometidos pelos Prefeitos. Seria meio bizarro achar que um
Prefeito n‹o estaria sujeito, por exemplo, ˆ responsabiliza•‹o por homic’dio, n‹o
Ž mesmo!? J
A alternativa B est‡ correta em raz‹o da Sœmula n¼ 703 do STF, segundo a qual
a extin•‹o do mandato do prefeito n‹o impede a instaura•‹o de processo pela
pr‡tica dos crimes previstos no art. 1¼ do Decreto-Lei n¼ 201/1967.
A alternativa C est‡ incorreta porque o art. 3¼ do Decreto-Lei determina
justamente o contr‡rio: o Vice-Prefeito, ou quem vier a substituir o Prefeito, fica
sujeito ao mesmo processo do substitu’do, ainda que tenha cessado a
substitui•‹o.
A alternativa D est‡ incorreta porque mesmo crimes pr—prios podem ser
praticados em concurso de agentes, desde que o outro tenha conhecimento da
condi•‹o de Prefeito.
A alternativa E est‡ incorreta porque o art. 1¼ do Decreto-Lei traz crimes comuns,
julgados pelo Poder Judici‡rio, apesar de chama-los de crimes de
responsabilidade.
GABARITO: B

QUESTÌO 07 - TCE-RN Ð Auditor Ð 2015 Ð Cespe.


A conduta de apropriar-se de bens ou rendas pœblicas, ou desvi‡-las em
proveito pr—prio ou alheio, tipificada na lei que regula os crimes de
responsabilidade dos prefeitos, Ž crime pr—prio, o qual somente pode ser
praticado por prefeito, admitindo-se, contudo, conforme o STF, participa•‹o.

Coment‡rios
Nos crimes pr—prios tipificados pelo art. 1¼ s‹o perfeitamente poss’veis a
coautoria e a participa•‹o, conforme j‡ entendeu o STF. Guarde bem esse
entendimento, ok!? J
GABARITO: C

QUESTÌO 08 - TRF 1» Regi‹o Ð Juiz Federal Ð 2013 Ð Cespe


(adaptada).
O Estatuto do êndio, ao tipificar crimes contra os ’ndios e contra a cultura
ind’gena, n‹o define um tipo especial de homic’dio contra o ’ndio, mas prev•
causa especial de aumento da pena no caso de crime contra a pessoa, o
patrim™nio ou os costumes, no qual o ofendido seja ’ndio n‹o integrado ou
comunidade ind’gena.
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Coment‡rios
O art. 59 do Estatuto do êndio determina que, no caso de crime contra a pessoa,
o patrim™nio ou os costumes, em que o ofendido seja ’ndio n‹o integrado ou
comunidade ind’gena, a pena ser‡ agravada de um ter•o.
GABARITO: C

QUESTÌO 09 - TRF 1» Regi‹o Ð Juiz Federal Ð 2013 Ð Cespe


(adaptada).
Impedir o acesso de alguŽm ou recusar-lhe atendimento em restaurantes,
bares, confeitarias ou locais semelhantes abertos ao pœblico, pelo œnico
motivo desse alguŽm ser ind’gena, Ž crime previsto no Estatuto do êndio.

Coment‡rios
A conduta aqui mencionada Ž crime, mas se enquadra na Lei n¼ 7.716/1989, e
n‹o no Estatuto do êndio.
GABARITO: E

QUESTÌO 10 - PC-PA Ð Delegado de Pol’cia Ð 2009 Ð Movens


(adaptada).
Ser‡ tolerada a aplica•‹o, pelos grupos tribais, de acordo com as institui•›es
pr—prias, de san•›es penais ou disciplinares contra os seus membros,
inclusive, em casos devidamente justificados, da pena de morte.

Coment‡rios
H‡ toler‰ncia quanto ˆ aplica•‹o de san•›es disciplinares pelos grupos tribais,
desde que n‹o revistam car‡ter cruel ou infamante, proibida em qualquer caso a
pena de morte.
GABARITO: E

QUESTÌO 11 - MPF Ð Procurador da Repœblica Ð 2013 Ð PGR


(adaptada).
Segundo o Estatuto do êndio, penas de reclus‹o e deten•‹o do ind’gena
devem ser cumpridas, sempre que poss’vel, em regime de semiliberdade,
em —rg‹o federal de assist•ncia aos ’ndios.

Coment‡rios
ƒ verdade. Esta Ž a regra do art. 56, par‡grafo œnico, do Estatuto do êndio.
GABARITO: C
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QUESTÌO 12 - PC-GO - Delegado de Pol’cia Ð 2017 Ð Cespe.


Considera-se ’ndio ou silv’cola, para efeitos do Estatuto do êndio, todo
indiv’duo de origem e ascend•ncia sul-americana que se identifica como
pertencente a um grupo Žtnico cujas caracter’sticas culturais o distinguem
da sociedade nacional.

Coment‡rios
De acordo com o art. 3o da Lei n. 6.001/1973, êndio ou Silv’cola Ž todo indiv’duo
de origem e ascend•ncia prŽ-colombiana que se identifica e Ž identificado
como pertencente a um grupo Žtnico cujas caracter’sticas culturais o distinguem
da sociedade nacional.

GABARITO: E
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Teoria e Quest›es
Aula 08 Ð Prof. Paulo Guimar‹es

6 - Resumo da Aula

Para finalizar o estudo da matŽria, trazemos um resumo dos


principais aspectos estudados ao longo da aula. Nossa
sugest‹o Ž a de que esse resumo seja estudado sempre
previamente ao in’cio da aula seguinte, como forma de
ÒrefrescarÓ a mem—ria. AlŽm disso, segundo a organiza•‹o
de estudos de voc•s, a cada ciclo de estudos Ž fundamental
retomar esses resumos.

Os crimes de responsabilidade, apesar do nome, n‹o s‹o crimes. Sua natureza


Ž de infra•‹o pol’tico-administrativa.

Sœmula 722 do STF


S‹o da compet•ncia legislativa da uni‹o a defini•‹o dos crimes de responsabilidade e o
estabelecimento das respectivas normas de processo e julgamento

Sœmula 703 do STF


A extin•‹o do mandato do prefeito n‹o impede a instaura•‹o de processo pela pr‡tica dos
crimes previstos no art. 1¼ do decreto-lei 201/1967.

CRIMES DE RESPONSABILIDADE Ð PREFEITOS

Art. 1¼ S‹o crimes de responsabilidade dos Prefeitos Municipais, sujeitos ao


julgamento do Poder Judici‡rio, independentemente do pronunciamento da
C‰mara dos Vereadores:
I - apropriar-se de bens ou rendas pœblicas, ou desvi‡-los em proveito pr—prio
ou alheio;
II - utilizar-se, indevidamente, em proveito pr—prio ou alheio, de bens, rendas
ou servi•os pœblicos;
III - desviar, ou aplicar indevidamente, rendas ou verbas pœblicas;
IV - empregar subven•›es, aux’lios, emprŽstimos ou recursos de qualquer
natureza, em desacordo com os planos ou programas a que se destinam;
V - ordenar ou efetuar despesas n‹o autorizadas por lei, ou realiz‡-las em
desacordo com as normas financeiras pertinentes;
VI - deixar de prestar contas anuais da administra•‹o financeira do Munic’pio
a C‰mara de Vereadores, ou ao —rg‹o que a Constitui•‹o do Estado indicar, nos
prazos e condi•›es estabelecidos;
VII - Deixar de prestar contas, no devido tempo, ao —rg‹o competente, da
aplica•‹o de recursos, emprŽstimos subven•›es ou aux’lios internos ou
externos, recebidos a qualquer titulo;
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VIII - Contrair emprŽstimo, emitir ap—lices, ou obrigar o Munic’pio por t’tulos


de crŽdito, sem autoriza•‹o da C‰mara, ou em desacordo com a lei;
IX - Conceder emprŽstimo, aux’lios ou subven•›es sem autoriza•‹o da C‰mara,
ou em desacordo com a lei;
X - Alienar ou onerar bens im—veis, ou rendas municipais, sem autoriza•‹o da
C‰mara, ou em desacordo com a lei;
XI - Adquirir bens, ou realizar servi•os e obras, sem concorr•ncia ou coleta de
pre•os, nos casos exigidos em lei;
XII - Antecipar ou inverter a ordem de pagamento a credores do Munic’pio,
sem vantagem para o er‡rio;
XIII - Nomear, admitir ou designar servidor, contra expressa disposi•‹o de lei;
XIV - Negar execu•‹o a lei federal, estadual ou municipal, ou deixar de cumprir
ordem judicial, sem dar o motivo da recusa ou da impossibilidade, por escrito,
ˆ autoridade competente;
XV - Deixar de fornecer certid›es de atos ou contratos municipais, dentro do
prazo estabelecido em lei.
XVI Ð deixar de ordenar a redu•‹o do montante da d’vida consolidada, nos
prazos estabelecidos em lei, quando o montante ultrapassar o valor resultante
da aplica•‹o do limite m‡ximo fixado pelo Senado Federal; (Inclu’do pela Lei
10.028, de 2000)
XVII Ð ordenar ou autorizar a abertura de crŽdito em desacordo com os limites
estabelecidos pelo Senado Federal, sem fundamento na lei or•ament‡ria ou na
de crŽdito adicional ou com inobserv‰ncia de prescri•‹o legal; (Inclu’do pela Lei
10.028, de 2000)
XVIII Ð deixar de promover ou de ordenar, na forma da lei, o cancelamento,
a amortiza•‹o ou a constitui•‹o de reserva para anular os efeitos de opera•‹o
de crŽdito realizada com inobserv‰ncia de limite, condi•‹o ou montante
estabelecido em lei; (Inclu’do pela Lei 10.028, de 2000)
XIX Ð deixar de promover ou de ordenar a liquida•‹o integral de opera•‹o de
crŽdito por antecipa•‹o de receita or•ament‡ria, inclusive os respectivos juros
e demais encargos, atŽ o encerramento do exerc’cio financeiro; (Inclu’do pela
Lei 10.028, de 2000)
XX Ð ordenar ou autorizar, em desacordo com a lei, a realiza•‹o de opera•‹o
de crŽdito com qualquer um dos demais entes da Federa•‹o, inclusive suas
entidades da administra•‹o indireta, ainda que na forma de nova•‹o,
refinanciamento ou posterga•‹o de d’vida contra’da anteriormente; (Inclu’do
pela Lei 10.028, de 2000)
XXI Ð captar recursos a t’tulo de antecipa•‹o de receita de tributo ou
contribui•‹o cujo fato gerador ainda n‹o tenha ocorrido; (Inclu’do pela Lei
10.028, de 2000)
XXII Ð ordenar ou autorizar a destina•‹o de recursos provenientes da emiss‹o
de t’tulos para finalidade diversa da prevista na lei que a autorizou; (Inclu’do
pela Lei 10.028, de 2000)
XXIII Ð realizar ou receber transfer•ncia volunt‡ria em desacordo com limite
ou condi•‹o estabelecida em lei. (Inclu’do pela Lei 10.028, de 2000)
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Art. 4¼ S‹o infra•›es pol’tico-administrativas dos Prefeitos Municipais


sujeitas ao julgamento pela C‰mara dos Vereadores e sancionadas com a
cassa•‹o do mandato:
I - Impedir o funcionamento regular da C‰mara;
II - Impedir o exame de livros, folhas de pagamento e demais documentos que
devam constar dos arquivos da Prefeitura, bem como a verifica•‹o de obras e
servi•os municipais, por comiss‹o de investiga•‹o da C‰mara ou auditoria,
regularmente institu’da;
III - Desatender, sem motivo justo, as convoca•›es ou os pedidos de
informa•›es da C‰mara, quando feitos a tempo e em forma regular;
IV - Retardar a publica•‹o ou deixar de publicar as leis e atos sujeitos a essa
formalidade;
V - Deixar de apresentar ˆ C‰mara, no devido tempo, e em forma regular, a
proposta or•ament‡ria;
VI - Descumprir o or•amento aprovado para o exerc’cio financeiro,
VII - Praticar, contra expressa disposi•‹o de lei, ato de sua compet•ncia ou
emitir-se na sua pr‡tica;
VIII - Omitir-se ou negligenciar na defesa de bens, rendas, direitos ou
interesses do Munic’pio sujeito ˆ administra•‹o da Prefeitura;
IX - Ausentar-se do Munic’pio, por tempo superior ao permitido em lei, ou
afastar-se da Prefeitura, sem autoriza•‹o da C‰mara dos Vereadores;
X - Proceder de modo incompat’vel com a dignidade e o decoro do cargo.

Art. 58. Constituem crimes contra os ’ndios e a cultura ind’gena:


I - escarnecer de cerim™nia, rito, uso, costume ou tradi•‹o culturais ind’genas, vilipendi‡-
los ou perturbar, de qualquer modo, a sua pr‡tica.
Pena - deten•‹o de um a tr•s meses;
II - utilizar o ’ndio ou comunidade ind’gena como objeto de propaganda tur’stica ou de
exibi•‹o para fins lucrativos.
Pena - deten•‹o de dois a seis meses;
III - propiciar, por qualquer meio, a aquisi•‹o, o uso e a dissemina•‹o de bebidas alco—licas,
nos grupos tribais ou entre ’ndios n‹o integrados.
Pena - deten•‹o de seis meses a dois anos.
Par‡grafo œnico. As penas estatu’das neste artigo s‹o agravadas de um ter•o, quando o
crime for praticado por funcion‡rio ou empregado do —rg‹o de assist•ncia ao ’ndio.
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7 - Considera•›es Finais
Conclu’mos aqui a œltima aula do nosso curso! Se tiver dœvidas, utilize nosso
f—rum. Estou sempre ˆ disposi•‹o tambŽm no e-mail e nas redes sociais.

Grande abra•o!

Paulo Guimar‹es
professorpauloguimaraes@gmail.com

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