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O que vestir para seu próprio noivado? Beatrice pensou, com uma
estranha sensação clínica de distanciamento. Algo branco? Ela
escolheu um vestido de renda cremosa de mangas compridas e
sapatos de salto combinando.
— Você está linda — Connor disse assim que ela entrou no
corredor e começou a atravessar o palácio em direção à Ala Leste
— Qual é a ocasião?
Ela sentiu a cor subindo para suas bochechas. — Nenhum
motivo.
Beatrice estava em uma turbulência silenciosa e gritando desde a
conversa com seu pai alguns dias atrás. Todas as manhãs, ela
acordava ao lado de Connor com um raio de felicidade – e então o
conhecimento da doença de seu pai a atingia de novo, inundando
seu corpo com ondas excruciantes de dor. As notícias de ontem
sobre Jeff namorando a amiga de Sam, Nina, não foram o suficiente
para tirá-la dessa situação.
Ela e Connor tinham acabado de chegar na Sala Carvalho quando
uma figura apareceu na extremidade oposta do corredor. Bem na
hora, é claro.
— Você não me disse que essa reunião seria com Theodore
Eaton.
— Connor... — disse ela, impotente.
— Estou brincando, Bee — ele se virou para ela com um sorriso
tão genuíno, tão intimamente confiante, que bateu o ar em seu peito
— Eu prometo que não serei mais um idiota ciumento. Eu sei o que
é real e o que é apenas farsa.
Ele se inclinou para frente, abaixando a boca em direção à dela –
momentaneamente esquecendo que Teddy estava bem ali, no meio
do corredor e mais perto a cada segundo, porque Beatrice sabia
pelo olhar em seus olhos que ele iria beijá-la.
Ela fez um som estrangulado no fundo da garganta. Connor se
assustou com a consciência. Ele conseguiu transformar o
movimento em uma reverência abreviada, como se estivesse
respondendo a algum comando dela. Com o rosto impassível, ele
parou perto da porta.
Beatrice se obrigou a sorrir para Teddy. — Obrigada por vir.
— Claro que eu vim. Você não ignora exatamente uma
convocação da futura rainha — ele disse isso levemente, mas as
palavras se torceram como uma faca em seu estômago.
Com a postura rígida de uma bailarina, Beatrice entrou na Sala
Carvalho e Teddy a seguiu.
Ela escolheu a Sala Carvalho por sua privacidade. Ela poderia ter
convidado Teddy para sua sala de estar, mas parecia muito íntimo –
o que era ridículo, na verdade, dada a conversa que eles estavam
prestes a ter. Mas a Sala Carvalho era o tipo de lugar que os
cortesãos do século XIX poderiam ter ido para sussurrar segredos
traiçoeiros. Tinha apenas uma janela e era forrada com pesados
painéis de carvalho da cor do mel escuro, tão espessos que nenhum
som escapava.
Essa conversa já seria dolorosa o suficiente, sem que Beatrice
precisasse se preocupar com a possibilidade de Connor ouvir do
corredor.
Ela havia abordado esse assunto com o pai outro dia, assim que
sua onda inicial de choque começou a diminuir. Qualquer proposta
teria que vir de Beatrice. Como tantas rainhas antes dela – a rainha
Victoria britânica, a Imperatriz Maria Theresa da Áustria,
supostamente até mesmo Mary, rainha da Escócia – ela mesma
teria de fazer a pergunta. Isso era apenas parte de ser o próximo na
linha de sucessão ao trono. Ela era tão estratosférica na hierarquia
que ninguém ousava pedir sua mão em casamento.
— Teddy — Beatrice começou, soando formal e tensa até mesmo
para seus próprios ouvidos — há algo que eu queria te perguntar.
— Ok — ele disse hesitantemente.
Quão diferente ele era de Connor, que tinha olhado para ela
naquela manhã com um amor tão claro e vibrante. Comparado a
isso, Teddy era um estranho. No entanto, ela estava prestes a pedir-
lhe para passar o resto de sua vida com ela.
Ela cravou as unhas nas palmas das mãos, tentando se lembrar
das palavras que havia memorizado. Pense nisso como um
discurso, ela se lembrou, como se você estivesse se dirigindo ao
Congresso.
— Teddy, no tempo que passamos juntos, sinto como se tivesse
te conhecido. Ou pelo menos, eu sei as coisas mais importantes.
Seu amor por sua família, seu carinho, sua consideração.
Ele estava olhando para ela com tanta atenção que Beatrice teve
que fechar os olhos. Ela não podia dizer o que precisava, não sob o
escrutínio daquele olhar.
— Eu sei de todas as coisas importantes — ela repetiu, sua voz
oscilando um pouco, — e é por isso que estou pronta para te
perguntar isso. Eu sei que pode parecer... rápido ou apressado. Mas
acredite em mim quando digo que tenho motivos para perguntar
agora.
— Estar comigo não seria a decisão mais fácil da sua vida, ou a
mais simples — ela disse seriamente, — então, eu quero que você
realmente pense sobre isso. Você não tem que responder
imediatamente. Teddy...
Ela praticou essa parte diante de um espelho, lutando para
encontrar seu próprio olhar. Mas não importa quantas vezes ela
disse isso, a frase não fazia sentido. Simplesmente não parecia que
tinha nada a ver com ela.
— Você quer se casar comigo?
Teddy a encarava com visível incredulidade. — Tem certeza? —
ele disse finalmente.
— Você acreditaria mais em mim se eu me ajoelhasse?
Ela ficou curiosamente feliz quando Teddy riu disso. — Desculpe
— ele disse rapidamente — eu simplesmente não pensei…
Eu também não, Beatrice concordou silenciosamente. Não tão
cedo – na verdade, nunca.
Ela sustentou seu olhar. — Eu acredito que você e eu podemos
realizar grandes coisas juntos. Que poderíamos ser um time
fantástico. Mas eu entendo que é um sacrifício se casar com a
Coroa. Estar casado comigo, quando ambos sabemos que não nos
amamos.
Ela não insultou Teddy ao lembrá-lo das implicações de sua
decisão. Ele sabia disso tão bem quanto ela. Se ele dissesse sim,
se eles continuassem com isso, seria para o resto da vida. Como
sua avó sempre dizia, o divórcio era algo que apenas a realeza
europeia fazia.
Teddy ficou em silêncio. Ele parecia estar tomando alguma
decisão dentro de si mesmo, vários pesos e copos se encaixando
em sua mente. Seus olhos encontraram os dela, e Beatrice viu que
ele adivinhou o que estava acontecendo: talvez não tudo, porque ele
não poderia saber sobre seu relacionamento com Connor, mas o
suficiente.
Ele estendeu a mão para pegar as dela. O choque de seu toque
foi como uma mordida.
Para sua consternação, Teddy se ajoelhou diante dela e abaixou a
cabeça. Um raio de sol cortou a janela para tocar em seu cabelo
dourado.
— Você não precisa… — Beatrice começou, mas ficou em
silêncio com as próximas palavras de Teddy.
— Eu, Lorde Theodore Eaton, juro solenemente que sou seu
suserano. Vou honrá-la e servi-la com fé e lealdade, de hoje em
diante e por todos os dias da minha vida, se Deus quiser.
Teddy tinha acabado de fazer o Juramento de Homenagem a
Vassal. As palavras que os membros da nobreza recitavam sobre a
ascensão de um novo rei.
Ele estava falando com ela não como uma mulher com quem iria
se casar, mas como sua futura soberana.
Beatrice olhou para baixo, maravilhada com a sensação estranha
e desajeitada de seu aperto, como se suas mãos fossem peças de
um quebra-cabeça que não se encaixavam direito. Parecia
profundamente errado, mas ela supôs que se acostumaria com o
tempo.
Houve um roteiro de resposta ao juramento – aceito
humildemente e com gratidão seu serviço – mas não parecia certo.
Beatrice decidiu puxar gentilmente as mãos de Teddy para colocá-lo
de pé.
Seus olhos azuis encontraram os dela e ele assentiu. Beatrice
soube naquele momento que eles se entendiam, ambos conscientes
da promessa que estavam fazendo – e do que estavam desistindo.
— Obrigado por me confiar sua felicidade futura. Juro que tentarei
ser digno da honra que você está me prestando — Teddy parecia
estar aceitando uma oferta de trabalho, o que, ela supôs, ele estava.
Teddy poderia não ser o amor de sua vida, mas ele era muitas
outras coisas – honrado e verdadeiro, confiável e estável. Ele era o
tipo de homem em quem uma garota poderia se apoiar em um
mundo em constante mudança.
Ela só esperava que fosse o suficiente para construir uma vida.
— Então, posso interpretar isso como um sim? — ela perguntou.
— Sim — ele a assegurou.
Lentamente, com uma reverência silenciosa, Teddy a beijou.
Beatrice percebeu que isso estava por vir e tentou não pensar
muito nisso – não pensar em nada. Mas levou cada grama de sua
força de vontade para não recuar ao sentir os lábios de Teddy nos
dela.
Ainda esta manhã ela estava enroscada na cama com Connor,
seus beijos tão eletrificados que chiaram por todo o caminho até
cada uma de suas terminações nervosas, enquanto esse beijo
parecia tão vazio quanto um pedaço de papel em branco. Ela se
perguntou se Teddy percebeu sua relutância, se foi por isso que ele
manteve o beijo tão rápido e casto.
Beatrice pigarreou. — Mais uma coisa. Sei que ambos
compartilharemos a notícia com nossas famílias, mas você se
importaria se não contássemos a ninguém, apenas até o anúncio
para a imprensa? Não quero correr o risco de um vazamento de
mídia.
Ela não queria que Connor descobrisse mais cedo do que ele
absolutamente precisava. Talvez fosse egoísmo, mas ela queria
tanto tempo quanto possível com ele antes que ele soubesse.
Ela não achava que ele iria olhar para ela da mesma maneira
quando soubesse o que ela tinha feito.
— Anúncio para a imprensa? — Teddy olhou para as mãos deles
e seus olhos se arregalaram — Devo trazer um anel para você?
— Você pode escolher um da coleção de joias da coroa e dar
para mim na entrevista coletiva — Beatrice ofereceu, e conseguiu
sorrir.
Teddy concordou. Normalmente, quando o herdeiro do trono a
pedia em casamento, ele trazia para sua noiva um anel do cofre
real. Exceto que todo herdeiro do trono até agora tinha sido um
homem.
Beatrice tinha considerado levar um anel para Teddy hoje, mas
honestamente, ela não tinha sido capaz de enfrentar a ideia de ir até
o cofre para escolher um. Isso faria tudo parecer real demais.
— Isso parece ótimo. Vou ligar para meus pais agora com as boas
notícias, mas não se preocupe, vou fazê-los jurar discrição —
respondeu Teddy.
Beatrice acenou em agradecimento. Ela teve que se esforçar para
não chegar aos lábios, onde aquele beijo desconhecido ainda
permanecia, agora frio.
Nina passou as mãos para cima e para baixo nos braços nus para
se proteger do frio. As asas do palácio se espalharam para cada
lado dela, inundadas com a luz da lua. Ela estava na varanda,
aquela com o ninho dos pássaros, onde ela e Jeff haviam assistido
aos fogos de artifício semanas atrás.
Desta vez, Nina não se surpreendeu quando seus passos soaram
atrás dela.
— Aí está você — a voz de Jeff era calorosa, mas então ele
pareceu perceber sua palidez, o olhar sombrio em seu rosto, e ele
se apressou para diminuir a distância entre eles.
— Precisamos conversar — Nina disse pesadamente.
Jeff tirou a jaqueta como se fosse colocá-la sobre os ombros dela,
mas ela se afastou. Ele deixou seus braços caírem para os lados,
castigado.
— Nina, você está bem? O que aconteceu?
Sua ex-namorada aconteceu. Ela apertou seu aperto nas grades
de ferro forjado.
— Eu estava tão animada com esta noite — ela começou — Estar
aqui com você, em um evento que é importante para sua família.
Pensei que estávamos prontos para isso.
— Estamos prontos para isso, Nina. Espero que saiba o quanto
significa para mim que você esteja aqui.
Ela balançou a cabeça. — Você pode estar pronto para isso, mas
eu não. Todas as mentiras e fingimentos, aquele salão de baile
cheio de pessoas com duas caras… eu não consigo fazer isso.
— Eu te disse, esqueça os comentaristas da internet — insistiu
Jeff — Minha família te ama; todos os que importam te amam.
— Tem certeza de que sua família me aprova? — Nina avançou
antes que ele pudesse interromper — Eu não estou falando sobre
Sam, estou falando sobre seus pais. Você honestamente acha que
eles nos dariam permissão para nos casar?
Ela meio que esperava que Jeff a defendesse, mas ele se
encolheu. — Não é um pouco cedo para falar sobre casamento?
— Seria, se fôssemos um casal normal e eu não precisasse me
preocupar se sou adequada ou não! — Nina se odiava por
papaguear Daphne. Mas, como todos os bons insultos, as palavras
de Daphne continham um fundo de verdade. É por isso que
cortavam tão fundo.
— Eu não estou tentando assustar você, ou ser irracional —
acrescentou ela, impotente — Mas também não desejo entrar em
um relacionamento que está condenado desde o início. Eu não
quero namorar alguém cujos pais têm vergonha de mim.
Jeff pegou a mão dela, e desta vez Nina o deixou pegá-la. — De
onde vem isso?
Ela soltou um suspiro. — Daphne me encurralou no banheiro
feminino e me disse para terminar com você. Ela sempre quis me
pegar desde o início. Ela sabotou meu vestido...
— O que aconteceu com o seu vestido? — Jeff interrompeu,
confuso.
— …e ela é quem plantou aquelas fotos nossas nos tablóides,
aquelas tiradas fora do meu dormitório! Ela mandou os paparazzi
para lá naquela noite!
— Daphne não tinha ideia sobre nós. Ninguém sabia, lembra?
— Tem certeza de que não disse a ela no Ano Novo? — Nina não
conseguiu esconder o ciúme de sua voz — Eu vi vocês dois
conversando no pátio do Smuggler's. Vocês pareciam muito
próximos.
— O que você quer que eu diga? Sim, Daphne deu em cima de
mim no Ano Novo, mas eu recusei, disse a ela que eu estava com
outra pessoa agora — ele balançou a cabeça em desapontamento
— Vamos, Nina. Achei que você seria pelo menos graciosa na
vitória.
— Ser graciosa — Nina disse sombriamente —, parece mais uma
das muitas coisas que Daphne pode fazer e eu não.
A escuridão parecia tensa e pesada, e de alguma forma mais
sinistra do que antes. Nina lutou para respirar. Então, algo que Jeff
disse se encaixou.
— Você contou a Daphne. Mesmo você não tendo contado meu
nome a ela — ela insistiu — depois que você disse a ela que estava
saindo com alguém, ela claramente percebeu que era eu. Então ela
enviou a imprensa para o meu dormitório!
— Você percebe o quão paranóica você está parecendo? — Jeff
perguntou, incrédulo — Daphne odeia a imprensa. Ela nunca faria
isso. Eu sei que ela pode parecer uma valentona, especialmente
para alguém como você, mas ela não me machucaria assim.
Não passou despercebido por Nina que ele disse me machucar.
Não nos.
— Para 'alguém como eu'? — ela repetiu, atordoada — Você quer
dizer uma plebeia?
— Claro que não. Eu só quis dizer, alguém que não conhece
Daphne há anos.
— Você me conheceu quando tínhamos seis anos — ela o
lembrou. Ela não precisava acrescentar que era muito mais tempo
do que ele conhecia Daphne. Jeff olhou para a ponta do sapato de
Nina, espiando por baixo de seu vestido.
— Daphne e eu terminamos em bons termos. Ainda somos
amigos. O que quer que ela tenha dito a você, tenho certeza de que
foi bem intencionado.
Ele estava seriamente tomando o lado dela? — Eu não posso
acreditar que você já saiu com ela. Ela é horrível.
— Por que você está agindo assim? Eu estou com você agora. O
que importa o que aconteceu no passado?
— Porque eu não acho que esteja realmente apenas no passado!
— Nina explodiu — Daphne claramente não desistiu de você – e da
maneira como você a está defendendo, talvez você também não
tenha desistido dela!
Ela tirou a mão do aperto de Jeff. — Ela é uma manipuladora,
Jeff. Ela tem mentido para você desde o início.
— Nina...
— É um absurdo que, supostamente, sou eu quem está atrás de
fama, quando na verdade é Daphne. Eu gosto de você, apesar de
sua posição, e Daphne gosta de você por causa disso!
A mandíbula do príncipe apertou. — Daphne e eu namoramos por
quase três anos — disse ele. Nina recuou um pouco com o
lembrete. — Acho que saberia se ela estivesse mentindo para mim
todo esse tempo.
— Não. Você está cego demais pela aparência dela para ver —
Nina insistiu — Ela está brincando com você, Jeff. Usando você. Ela
deveria ganhar um Oscar por isso, porque é o desempenho de uma
vida inteira – fazendo você pensar que ela se preocupa com você,
quando tudo o que importa é ser uma princesa!
— Então agora você a está acusando de ser uma sociopata —
disse ele calmamente.
— Exatamente! Ela fingiu todo o seu relacionamento, e se você
não consegue ver, você é ainda mais tolo e superficial do que eu
pensava que era!
Nina olhou fixamente para a cidade com determinação, furiosa
consigo mesma por chorar, mas era tarde demais.
Se ao menos ela tivesse provas do que aconteceu no banheiro.
Mas foi a palavra dela contra a de Daphne. E se Jeff iria escolher o
lado de Daphne ao invés do dela... bem, ela tinha sua resposta ali
mesmo.
Jeff soltou um suspiro. — Não quero fazer promessas que não
posso cumprir, sobre casamento ou para onde isso está indo. Não
estou tentando enganar você de forma alguma. Tudo que sei é que
quero nos dar uma chance justa.
— Nós nos demos uma chance justa e não funcionou — disse
Nina calmamente. — Eu não consigo lidar com tudo isso. Os
repórteres, o escrutínio constante, o fato de que sua ex-namorada
está determinada a se livrar de mim, até mesmo o fato de que seu
advogado me enviou um contrato de relacionamento por e-mail… É
demais.
Jeff não respondeu de imediato. Ele parecia atordoado com suas
palavras.
— Nina… — ele disse finalmente — Se fôssemos apenas nós, se
eu fosse um cara normal, as coisas seriam diferentes?
Claro que sim, Nina queria dizer, exceto que a própria ideia era
um absurdo. Pensar nele como um suposto cara normal, como um
dos universitários desgrenhados que trabalhava para ganhar cerveja
e pizza, era ridículo. Jeff só poderia ser o Príncipe da América.
Assim como Nina só poderia ser uma plebéia.
— Nunca seremos apenas nós, Jeff.
Ele assentiu. — Eu realmente sinto muito.
Ela virou o rosto coberto de lágrimas para ele. — Eu também.
Eles ficaram lá, ambos inclinados um para o outro, mas sem se
tocar.
— Acho que é isso, então — disse Jeff por fim — Até a próxima.
Ele deu um último beijo em sua testa, mais como um amigo se
despedindo do que um namorado. Então ele voltou para o palácio,
as portas se fechando atrás dele com um clique definitivo.
Nina apoiou os cotovelos no corrimão. Seu estômago se contraiu
em uma cãibra inegável, como se toda a dor e tristeza em seu corpo
a estivessem torcendo como uma toalha, torcendo as lágrimas de
seus olhos.
Ela precisava sair do palácio, e desta vez, ela não voltaria.
SAMANTHA