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Mundo Novo

Benito Cuzzuol

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Copyright 2005 by Benito Cuzzuol

Texto: Benito Cuzzuol.


Desenvolvimento; Edição; Direção de Arte;
Arte; Arte da Capa; Designe da Capa;
Layout; Diagramação; Revisão: Mikael Franco de Freitas

Todos os Direitos Reservados. A reprodução sem a permissão


escrita do editor é expressamente proibida, exceto para o
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A menção de qualquer referência a qualquer companhia ou produto nessas
paginas não é uma afronta à marca registrada ou direitos autorais dos mesmos.

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À memória dos meus pais.
Com muita gratidão.
Aos meus irmãos e seus descendentes.
Aos meus amigos.
Com muito carinho.

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Sumário
A Aventura de Benito Cuzzuol pela
jornada da vida ................................................................11 - 63

Mundo Novo interior do Estado do


Espírito Santo, sua história, como
surgiu esse povoado...........................................................64 - 74

História da árvore da família


Cuzzuol nascida na Itália,
cidade de Treviso e frutificada no
Brasil .................................................................................75 - 95

No final desse livro escrevo a história


da família De Marchi .....................................................96 - 113

Glossário.................................................................................114

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Prefácio:

É muito estimulante quando vemos um homem de pouca


Instrução empreender um trabalho como esse livro. Um Mundo
Novo é um admirável relato de um homem de bem. A riqueza
da narrativa nos transporta no tempo e no espaço nos
colocando dentro de uma história povoada de elementos
humanos e que conhecemos bem: - Família, devoção e confiança
em Deus. O testemunho vivo de quem participou ativamente na
construção de uma comunidade: - Mundo Novo.
A vida manifestada na mais pura expressão flui
Ardentemente pelas linhas desse incrível trabalho, nas
Entrelinhas se vê claramente a responsabilidade, honestidade e
dignidade com que Benito sempre conduziu sua vida.

Airton Krauniski

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A Aventura de Benito Cuzzuol pela
jornada da vida

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Prólogo
“Minha vida é um livro aberto. É com muita honra que escrevo esta frase.
Para ser alguém na vida não precisa ser um estudioso, um artista, ator,
advogado, professor ou político.
Basta ter três coisas importantes na vida: Responsabilidade,
honestidade e dignidade.
São coisas importantes na vida da pessoa, para crescer e realizar seus
sonhos. Amar ao próximo, respeitar a Justiça Divina e da terra. São esses os
ensinamentos que aprendi desde a infância com meu querido pai.”
Benito Cuzzuol

Em Mundo Novo, interior do Estado do Espirito Santo, morava a família Cuzzuol,


e mais umas vinte famílias. Uns eram colonos, outros proprietários. Todas as famílias
trabalham na lavoura.
As famílias viviam da plantação do feijão, arroz, mandioca, banana, cana e café.
Cada família tinha sua própria criação, de galinha, porco, vaca, cabra, e tinha seu
cavalo e cachorro. A riqueza do lugar era o café. As famílias viviam do cultivo da terra, e
dos peixes do rio Piraquê-Açú. O lugar era de famílias muito pobres, porém muito unida, a
ponto de se considerar parente, uma ajudava a outra.
As famílias trabalhavam na lavoura de manhã até a noite, para comer e viver, era
tudo muito sacrificado. Só se via algum dinheiro uma vez por ano, na colheita do café.
Durante a colheita era tempo de muita alegria, muita cantoria o dia inteiro na roça, porque
era tempo de dinheiro.
Os proprietários ficavam muito felizes com a “meia” do café, feijão, arroz, milho e
mandioca.
Os colonos e seus filhos não podiam estudar, pois tinham que fazer as plantações
dos donos das terras.
A família Cuzzuol fazia parte desses colonos, trabalhavam de “meia” com o
proprietário da terra. Tudo que colhiam era dividido com o patrão.
Na família Cuzzuol, o pai se chamava Luiz Cuzzuol, a mãe Thereza Frigini e
juntos tinham cinco filhos: Norberto Cuzzuol (In Memorian), Benvindo Cuzzuol, Maria
Cuzzuol, Cecilio Cuzzuol e Arlindo Cuzzuol.

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No dia dois de março de 1939, eu nasci, filho de Luiz Cuzzuol e Thereza Frigini
Cuzzuol. Trouxe muita alegria, felicidade e amor para a minha família. O povo do lugar foi
visitar minha mãe, levaram açúcar, café, galinha, arroz e outras coisas, conforme as
necessidades de minha mãe.
As famílias eram todas assim, gostavam de agradar umas as outras.
Nasci muito esperto. O povo do lugar admirava tanta esperteza. Alimentei-me de
leite materno durante um tempo, quando o leite de minha mãe secou, eu mamei na vizinha,
minha ama de leite. Depois de alguns anos, comecei a me alimentar com leite de cabra e de
vaca.
A vida de minha mãe era muita dura e sacrificada. Para poder viver, tinha que
trabalhar na lavoura, ajudando o marido, de manhã à noite, de segunda a sábado na roça. Eu
passava o dia todo deitado numa rede, pendurada num pé de café, até voltar para casa à
noite.
A minha vida era ser carregado para a roça, com minha mãe do raiar do dia, até o
anoitecer. Meus pais não tinham outros recursos, a não ser, trabalhar na lavoura para se
sustentar.
Então comecei a dar meus primeiros passos aos doze meses de idade, e comecei a
falar, minhas primeiras palavras foram “mama e papa”.
No ano seguinte, eu já andava e falava quase tudo. Minha mãe se preocupava com
tanta esperteza. O pai me levava para a roça, e enquanto ele capinava o mato no meio do
cafezal, eu ficava brincando com os bichinhos e os filhotes de passarinho no ninho.
Com três anos de idade meu pai me deu uma enxadinha e começou a ensinar a
capinar o mato. Foi o primeiro ensinamento do meu pai.
Ao mesmo tempo, meu pai se preocupava com minha educação, não queria que o
filho seguisse o mesmo caminho, que fosse analfabeto.
Meu pai dizia: “Será que você vai ser um bom lavrador, um padre, ou um
médico?”.
Fazia tudo o que me vinha na cabeça, brincava de pegar passarinho na arapuca e
outras brincadeiras A preocupação de meu pai era, além de ensinar a cultura da lavoura, ter
que me ensinar a ler e a escrever, para não eu ser analfabeto.
O lugar onde morávamos, não havia escola, apenas uma sala de aula na casa de um
senhor de terras, que cedera a sala para uma professora que não era formada, só tinha
estudado até o quarto ano primário. Mas para meu pai, o importante era dar estudo ao filho,
e sendo assim me matriculou nessa escolinha.
O tempo que fiquei na escola aprendi a fazer o A,B,C,D e meu próprio nome. Além
de ir à escola, eu jogava bola, pescava e nadava no rio e brigava muito com seus
coleguinhas. Aos oito anos de idade, fui matriculado numa escola em outro lugar, muito
distante de casa. Era o “Grupo Escolar Barão de Monjardim”, lá a professora era
diplomada, estudei nesta escola, desde o primeiro ano , até o quarto ano primário.

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A diretora era a senhora Clarice Miranda e Ophelina Amorim Motta. As primeiras
professoras foram a Sra. Adilia Campagnaro, a Sra. Celita Nascimento da Ros. e a Sra.
Derly Pratti Soneguet. A Dona Derly Pratti Soneguet, foi a professora de educação religiosa
da igreja São José, em João Neiva. Ensinou o estudou religioso para fazer comunhão com
Deus. Era uma pessoa muito amável e religiosa. Foi ela quem comprou minhas roupas para
a comunhão com Deus.
Foi esta religiosa que saciou minha sede com Deus pela primeira vez. A Sra. Eloisa
Myrthis Sarcineli de Almeida, foi a professora do segundo ano, foi muito amável comigo,
era uma pessoa muito carinhosa e gostava muito de mim. Eu era o aluno predileto dela, e
toda vez que podia, eu pegava goiaba e laranja das melhores tiradas dos pés e dava para ela
como forma de carinho.
A Dona Mirian Farina, foi minha professora no terceiro ano. Era uma professora
durona nos estudos, se não estudasse direitinho como ela queria, no fim do ano era retido na
certa. Apesar disso era uma pessoa muito bondosa, amável de um coração tão grande que
quando o aluno dela não passava, ela ficava triste com o ocorrido. A dona Raquel Farina,
foi a professora do quarto ano primário. Foi uma pessoa muito amável, carinhosa, tinha
uma personalidade do tamanho de uma montanha, era meiga para falar, de modos calmos
com carinho que o aluno ficava até emocionado, ela era maravilhosamente doce. Tinha um
carinho muito especial comigo.
Eu admirava o modo dela ensinar, porque eu era do interior e me achava grosso no
modo de falar por ser um “peão da roça”. Mais com esta história que estou escrevendo
posso agradecer e homenagear cada uma, que me ensinou a ler e escrever e me ajudou a
encontrar um caminho na vida. Que Deus proteja todas elas, onde quer que estejam.
Para estudar nessa escola eu tinha que andar a pé uns quarenta minutos, era muito
sacrifício. Tinha que levantar as cinco horas da manhã, e enfrentar muitos obstáculos,
atravessar pastos com gados bravos, rios, pontes, matos e cafezais. Todos esses sacrifícios
eram observados por meu pai.
Eu estudava no horário da manhã, das sete às doze horas. Na volta da escola,
trabalhava, ia levar café na roça para meu pai e meus irmãos mais velhos, e ajudava a
capinar até o anoitecer.
A volta para casa, ao chegar da roça, tinha que moer cana no engenho para fazer o
caldo, para fazer café e depois separar os bezerros das vacas no curral para minha mãe tirar
leite das vacas no dia seguinte, depois tomava banho no longo rio perto de casa, depois
jantava e ia estudar a lição do dia seguinte, terminava dormindo com a caneta na mão, de
tão cansado.
Com todos os sacrifícios da vida, eu estudei até o quarto ano primário, além de
estudar e trabalhar na lavoura com meu pai e irmãos, de segunda a sábado, no domingo
trabalhava por mim mesmo, queria ganhar um dinheirinho para minhas despesas. Gostava
de caçar, pescar, jogar bola, montar cavalo, laçar boi e dançar aos sábados.
Eu sempre tive boa saúde, porém os nove anos de idades sofri uma enfermidade
muito grave, preocupando tanto médicos quanto minha família. Com um grande tratamento
de um curandeiro e as Graças do bom Deus, me curei e continuei com os estudos.
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Grupo Escolar Barão de Monjardim, fundado em 1936

Depois da enfermidade, eu fiquei muito revoltado até com a família, e fiquei levado
da breca. No lugar onde morávamos, eu era o mais malvado da turma. Só fazia coisas
desagradáveis
Ai fui crescendo com o princípio de ensinamento dos meus pais que eram severos
nos conceitos de educação. Quando eu errava nos conceitos dos pais, apanhava de bainha
de facão até pedir perdão aos meus pais e prometer que não ia mais cometer aqueles erros.
Com todos os sacrifícios eu consegui terminar o quarto ano primário. Eu não tinha recursos
financeiros, para estudar em outro colégio, e meu pai e irmãos mais velhos trabalhavam dia
e noite, sem educação alguma e sofriam demais, dividiam seu próprio sangue derramado
com os patrões e donos das terras. Sem melhoras na família, eu achava que não era certo o
que estava acontecendo, e comecei a me revoltar, com a família. Eu tinha um sonho a
realizar, com o diploma nas mãos, queria seguir uma carreira na vida, diferente dos meus
irmãos. Gostava de montar cavalo, laçar boi, e também queria ser cantor, tentei aprender a
tocar violão e acordeão, mas não consegui.
Eu não aceitava essa vida que levava, fazia os serviços da roça desde a horta da
mãe, até o cabo do machado, derrubando mata para cultivo das plantações, como feijão,
arroz, cana, milho, banana, mandioca, e no pasto fazia cerca de arame. Cultivava a terra,
com arado de boi, serrava madeira para fazer casa, amassava barro com os pés para
construir casa de pau a pique, tudo tinha aprendido com meu pai. Essa era a minha vida no
interior do Espirito Santo, nossa família era muito pobre e as vezes não tinha mistura para
comer no jantar. Certa vez peguei uma vara e anzol, chamei um amigo e fui pescar,

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chegando ao rio, não peguei peixe algum, e mais uma vez fiquei revoltado com a vida que
levava.
Nesse momento enquanto pensava nos ocorrido, apareceu uma pata com os
patinhos de um vizinho, nadando no rio, eu estava revoltado por não ter pescado nada,
peguei os patinhos e afundei um a um para ver se eles morriam, terminei matando todos os
patinhos deixei apenas a pata mãe viva. O dono da pata viu, mandou um empregado, falar
com a minha mãe. A minha mãe quando soube da reclamação, não quis saber de nenhuma
justificativa, pegou uma vassoura de pindaíba de varrer o terreiro, me chamou e me deu
uma surra.
Então, eu resolvi deixar a minha família para enfrentar a vida no mundo sozinho.
Antes de sair de casa, pensei muito, sobre as brigas que tinha com meus familiares, pois me
sentia muito acuado. Nessa noite dormi em casa, e na manhã seguinte levantei cedo e
comecei a arrumar as tralhas, para ir embora, fugir de casa sem a minha mãe perceber, mais
quando eu ia fugindo, ela viu a trouxa de roupa e me perguntou aonde eu iria com tudo
aquilo, eu disse: “vou embora desta casa, porque não vou levar a vida que vocês levam.” E
minha mãe respondeu: “você só sai daqui pelado, sem roupa nenhuma no corpo.” E então
respondi: “pode ficar com tudo o que está ai na trouxa, vou embora só com a roupa do
corpo”, ai ela me mandou tirar a cinta e o sapato e deixar tudo junto com a roupa.
Eu sai só com a calça, camisa e o tamanco nos pés, e falei: “nunca mais volto para
esta casa, pode chorar, pode até morrer, mais não volto mais”. E naquele momento não
pensei em nada, sai cortando a estrada de terra e fui para o sítio Prandi Irmãos, onde
morava uma família muito unida. Chegando nesse lugar, falei com o irmão mais velho da
família sobre trabalhar por lá, me perguntaram se eu conseguia levantar uma bolsa de café
de doze quarta, e eu respondi: “não sou adulto, mas estou aqui para o que der e vier”.
Então eles me empregaram me mandaram subir ao sótão para ver onde eu iria dormir, eu
subi ao sótão, e gostei muito, sem minha família para me consolar nas horas difíceis eu
segui em frente depois de ver os aposentos, eu desci as escadas e fiquei no meio da família
como se fosse um deles.
Na hora do almoço, me chamaram para almoçar na mesma mesa da família, após o
almoço, Dona Beatriz me perguntou sobre o restante das minhas coisas e eu respondi
contando o ocorrido com minha mãe. Dona Beatriz mandou a filha pegar uns retalhos de
pano que tinha em casa para fazer uma muda de roupa de trabalho, para mim. Passado o dia
que era domingo, no jantar da tarde o irmão mais velho que comandava tudo na casa,
começou a falar das tarefas do dia seguinte. Cada irmão tinha sua responsabilidade de
serviço à executar, ele falou: “eu, o menino e Silvestre, nossa tarefa vai ser mexer com a
tropa de burros de cargas, temos que levantar ao cantar do galo, juntar a tropa de burros
dar milho, raspar e colocar as cangaias nos burros, no amanhecer do dia, nós estaremos
cortando estrada”. Os primeiros dias de trabalho foram difíceis, para um menino de
catorze anos de idade, eu tinha que correr atrás de treze burros de cargas no amanhecer do
dia até o anoitecer, depois tomar banho, jantar e dormir para o dia seguinte começar tudo
novamente.
O trabalho com a família Prandi Irmãos, era mexer com tropa de burros, com a
lavoura e com o gado leiteiro. Tirava leite das vacas e vendia na vila, em cidades do
interior, depois da volta da entrega ia para a roça trabalhar em qualquer serviço, desde
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enxada, a foice, o machado e serra, serrar madeira na mata. A família era constituída por
oito pessoas, o pai já havia falecido, a mãe se chamava Dona Beatriz e os sete filhos
Benedito Prandi, Alexandre Prandi, Antônio Prandi, Rosa Prandi, Joviniano Prandi,
Francisco Prandi e Silvestre Prandi. Dona Beatriz Rossoni, ficou viúva ainda jovem, mais
sempre procurou ensinar os filhos o modo de vida que o pai levava. Era uma pessoa muito
amada por todos, muito religiosa, tinha muito poder sobre a família. Dona Beatriz gostava
muito de ajudar as pessoas, com bons conselhos. Quando se viu sem forças para lutar na
roça, porque estava doente, passou todas as responsabilidades para o filho mais velho,
Benedito, ele tomava conta da família e dos afazeres da colônia. Os outros irmãos
aceitaram com amor as sugestões de serviços à executar, que o Benedito apresentava para
cada um deles, sem divergências.
Em mil novecentos e cinquenta e quatro, ano base que começou a ser subordinado,
por essa família muito humilde e católica. Eles eram meieiros, também tomavam conta de
uma colônia, tinha muito trabalho a executar, tinha muito gado leiteiro e de corte, colhia
café, milho, mandioca, arroz, feijão e cana para fazer açúcar, vinho, rapadura e mel.
Mesmo sendo empregado, eu era muito estimado, a família começava a crescer os
seus bens capitais com muito trabalho, força de vontade e muita garra. Após a hora do
jantar, o administrador, seus irmãos e os empregados reuniam-se para uma reunião a fim de
sugerir ideias de como seria o serviço do dia seguinte.
O Alexandre Prandi, era o forte na roça, e em todo serviço, era responsável na
colheita do café e das plantações, administrava os empregados à executar os serviços.
O Antônio Prandi ajudava nos serviços da roça e executava qualquer serviço.
Casou e foi viver a sua independência com a esposa em outro lugar, construiu sua casa e
formou sua própria colônia.
A Rosa Prandi, era quem cuidava da mãe e fazia todos os serviços da casa, lavava e
passava todas as roupas da família e dos empregados, cozinhava, fazia o almoço, jantar e os
lanches, não casou até esse momento, continua cuidando dos irmãos mais velhos com
muito amor e carinho com as Graças do bom Deus.
O Joviniano Prandi trabalhava na roça com os irmãos, mais não gostava dos
serviços da roça, foi servir o Exército Brasileiro, em Vitória, Capital do Espírito Santo,
durante um ano, depois deu baixa e voltou para casa dos irmãos, foi quando resolveu
abandonar a roça e trabalhar de empregado na Companhia Vale do Rio Doce, em João
Neiva, namorou e casou com a Cizira, filha do Henrique De Marchi. Depois do casamento
ficou morando com os irmãos, quando sua filha completou cinco anos ele mudou-se para a
cidade de João Neiva, a fim de adquirir sua independência, trabalha até hoje.
O Francisco Prandi trabalhava na roça com os irmãos, executava qualquer serviço,
era a pessoa que tomava conta do gado, tirava leite das vacas e vendia. Comprava todas as
mercadorias para a família. Namorou e casou com a jovem Silvina, viveu uns tempos com a
família até fazer sua própria estrutura de vida. Comprou terras e formou seu própria pasto
para gados de corte. Hoje vive sua independência.
O Silvestre Prandi, é o caçula da família, trabalhava em qualquer serviço da roça,
com os irmãos. Trabalhava com as tropas de burros, que puxava, café, milho, feijão e arroz
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do paiol da roça dos agricultores para o setor de beneficiamento em João Neiva. Montava
em cavalo bravo para amansar. Não tinha medo de nada. Namorou e casou com a jovem
Iracema Mouro. Vive com os irmãos até esse momento. Depois de uma enfermidade que o
levou a uma cirurgia, não ficou bom, hoje vive numa cadeira de rodas, sem poder fazer
nada.
Benedito Prandi viu os dias, meses, e anos passando e com sua administração de
honra, seu capital foi crescendo.
Eu como empregado admirava as ideias e as vitórias. Foi neste momento que
aprendi a ser comandado, percebi também que poderia ser um administrador, igual a este
homem que tanto admirava.
Aos catorze anos, era um ótimo tropeiro e vaqueiro. Gostava muito de tirar leite e
mexer com tropas de burros. Trabalhava na casa, como sendo da família. Todos gostavam
de mim. Era o empregado de muita confiança da família. Trabalhava em qualquer serviço,
levantava ao cantar do galo, as três horas da manhã, e trabalhava até as vinte horas da noite.
Ganhava a quantia de quarenta cruzeiros por mês, mais comida, roupa de trabalho, roupa
lavada e passada, e dormida, para ter uma renda melhor, aos domingos no dia de descanso
da família, eu fazia trabalho extra, colhia café a meia com o patrão. O divertimento do
menino era dançar aos sábados, jogar bola nas horas de folga e pescar aos domingos. Essa
era a minha vida no interior.
Eu era muito trabalhador, tudo que queria conseguia e agia com mentalidade de
jovem adulto. Gostava muito de paquerar as meninas do lugar, me achando um verdadeiro
conquistador de corações. Aos dezesseis ano de idade, estava de folga do trabalho, num
belo dia, quando apareceu uma família de ciganos que andava cortando estrada e montando
suas cabanas nos pastos com os animais. E chamava as pessoas para tirar a sorte. Fui
chamado para ler a mão, por uma avó cigana que era a mais velha do bando. Com muito
medo fui ao encontro da avó. Ela me disse: “não tenha medo, somos gente iguais a vocês,
só não temos paradeiro e casa para morar”. O menino entrou na cabana, a avó pegou na
sua mão e disse: “você é uma pessoa muito feliz, tem muito para progredir na vida, você
namora uma moça longe daqui, mais não gosta dela, você vai acabar o namoro com ela e
vai namorar outra menina bem perto de você. Ela gosta muito de você, e você, nem
percebe, mais terá muitos obstáculos pela frente, vai parar de trabalhar na lavoura, pois
terá que servir o Exército, vai seguir carreira no Exército, vai ser um menino de muito
sucesso, vai possuir um caminhão, ter muitas aventuras e ser dono do próprio nariz, ter
comércio e muitos empregados, mas com o tempo tudo isso acabará e voltará a ser
empregado”. Quando deixei a cabana, fui logo para casa, muito perturbado e pensativo
com tudo o que a avó cigana me falou. Logo começou a pensar nesta menina.
Numa noite de Natal na missa de galo em João Neiva, na igreja de São José. A
família dela fora assistir a Missa de Galo. Eu e os patrões e os outros empregados fomos
assistir a missa também. Nesta noite começou a se concretizar o que a cigana disse. Eu
comecei a conquistar o coração da jovem Geralda De Marchi, e comecei a namorar firme
com ela. Tivemos muitos obstáculos com o pai da menina, porque ele não queria o namoro
por achar que os dois eram muito criança e empregado de família na roça.
O tempo foi passando e o menino sempre pensando em deixar de trabalhar na roça.

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Igreja de São José – Praça da Nossa Senhora do Líbano, João Neiva

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Num belo dia da semana, estava chovendo muito no lugar. O rio estava muito
cheio, a correnteza carregava tudo que estava na frente. Já tinha carregado as pinguelas
mais baixa do rio. Só tinha uma pinguela mais alta que o rio ainda não tinha levado de água
abaixo, ainda dava para atravessar o rio para o outro lado. Era um domingo, eu estava no
sótão pensando em ir servir o Exército e deixar tudo para trás, desde a namorada, ao serviço
da roça, e todos os amigos.
Da janela do sótão eu apreciava o rio que era uma beleza de tão cheio, de repente
veio em minha mente de ir ver o rio de perto. Vesti o calção de banho e desci a escada e fui
para cima de uma pedra bem grande na beira do rio e comecei a pensar como a natureza era
bela e olhando a água, a correnteza carregando tudo que encontrava pela frente, quando vi
uma senhora, com uma criança no colo e outras duas andando em direção da ponte. Eu
continuei olhando a água e a correnteza, quando ouvi os gritos de uma senhora desesperada
pedindo a Deus que salvasse sua filha, que havia caído da ponte, e a água a estava levando
para baixo. Eu levantei a cabeça e vi a menina afundando com as mãos para cima, não deu
tempo de pensar em nada, nem na morte, me joguei naquela água funda para salvar a
menina, com a ajuda de Deus e de Maria Santíssima, que me colocou naquele lugar, na
hora certa e deu toda coragem para salvar a vida daquela menina. Aquele momento, para
mim foi a glória e a felicidade. Só Deus sabe o quanto era bom um jovem garoto de
dezesseis anos salvar alguém. Quando eu tirei aquela menina da correnteza, que parecia um
dilúvio viu nos olhos da mãe um brilho de luz que iluminava aquele lugar, e todos que ali
estavam gritavam Deus abençoe este garoto. Eu fiquei muito feliz, pois até aquela idade eu
não tinha feito nada de bom, como salvar uma menina, pois era considerado um adolescente
muito pródigo e muito briguento. Os adolescentes do meu tempo eram iguais a mim. Só
que eu era muito malvado, tanto na turma da escola como no futebol. Porém exigia respeito
dos amigos porque era muito enérgico nas minhas decisões, tudo que queria conseguia.
Eu trabalhei com a família Prandi, do ano de cinquenta e quatro até o ano de
cinquenta e sete. Em cinquenta e oito fui servir o Exército Brasileiro. Ficando por um ano
adquirindo muita experiência na vida, pois agora estava no meio de pessoas de linguagem
de muita cultura. E assim minha vida foi mudando para melhor. Trabalhei com o Capitão
Zeni Veterinário do Exército. Ele foi um pai para mim, pois me fez estudar tudo sobre os
animais e os cavalos do Exército, fez também linha de tiro, acampamento, instrução de
guerra, foi um lição de vida. Estudei e tirou a carta de motorista no Exército. Entrei como
soldado Armeiro na Companhia do Capitão Doria, e sai como Soldado Veterinário no
comando do Capitão Zeni.
Tendo bom comportamento e revelando boa capacidade de trabalho, sendo muito
considerado pelos meus superiores. Fui um Soldado que lutou muito para conseguir o seu
objetivo.
Fui Soldado muito amigo do Capitão e consegui fazer curso de Cabo Veterinário,
era um grande batalhador na defesa da Pátria. Tirando algumas ideias de Soldado que era
comandado, da mesma forma que era comandado na fazenda Prandi Irmãos.
Eu via naqueles Major, Coronel, Capitão, Tenente, Sargento e Cabo, a voz de
comando igual ao administrador que ele tanto admirava. Foi neste momento que comecei a
estudar a carreira para ser líder. Como Soldado, comecei a compreender, tudo vem da boa

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vontade. Como Soldado passei a ser responsável por um grupo de Soldados que executava
serviços extraordinários para o quartel.
Era Soldado de confiança da seção, comandava os soldados, com muito prazer e
honestidade procurava compreender as ideias sugeridas de cada companheiro. Ele notava
em cada elemento uma ideia diferente da outra. Naquele momento o maior problema era
compreender as ideias porque eram comandados e subordinados a um superior. Começou a
estudar o pensamento de cada elemento, que conversava com ele. Foi quando percebeu que
para ser superior um subordinado deve existir. É a verdade. O caráter, honestidade e a voz
ativa de comando é a responsabilidade. No ano seguinte, dando baixa do Exército, para
voltar a vida civil, foi muito difícil para mim, porque eu gostava muito da vida militar. Foi
convidado pela terceira C.R., para entrar na Policia Civil, como Cabo. Não aceitei a
proposta. E sai do quartel na primeira baixa.
Entrando na vida civil, eu deixei de trabalhar na fazenda Prandi, e fui morar com o
irmão mais velho, Benvindo, combinei com ele de pagar pensão e fui procurar emprego.
Entrei em uma firma de construção do Rio de Janeiro, Construtora Guanabara, para fazer
viaduto. Trabalhando nesta firma, onde trabalhava meus primos, construindo um viaduto
entre João Neiva e o Rio Piraquê-Açú. Entrei como auxiliar, em pouco tempo consegui uma
profissão de carpinteiro, tinha uma mentalidade muito boa, para aprender as coisas. Era
muito considerado, pelo meu superior e pelo chefe da seção e também pelos meus colegas.
Enfrentava qualquer serviço das seis horas da manhã, as vinte horas da noite,
fazendo horas extras, para se libertar do emprego.
Após seis meses de serviço na Construtora Guanabara, construindo um viaduto na
estrada da linha de trem. Comecei como ajudante depois de um mês passei a carpinteiro,
fazia caixa de concreto, batia massa de concreto na mão, foi uma luta muito dura durante
um ano. O viaduto ficou pronto e os empregados foram dispensados. A firma ia voltar para
o Rio de Janeiro, eu sendo um ótimo empregado fui convidado pelo Supervisor para
trabalhar nessa firma no Rio de Janeiro, mas eu achei muito longe do lugar onde morava, e
da namorada, da qual gostava muito, e não aceitei.
Mas com as minhas economias, que tinha guardado, convidei o irmão mais velho
Benvindo, para fazer uma sociedade. Comprei um caminhão de transporte, marca Ford, ano
quarenta e dois. Eu com meu talento e minha capacidade de trabalho, consegui me libertar
do emprego e trabalhar por conta própria. Ai com esse caminhão, consegui um contrato
numa firma que era Empreiteira da Vale do Rio Doce, para puxar madeira da mata para
estação de embarque. Eu lutava com a vida, para melhorar a sua situação financeira, e
também de minha família. Trabalhava das duas horas da manhã as vinte horas da noite, não
tinha tempo nem para ver minha namorada.
O que eu queria era melhorar para conseguir se casar. No ano seguinte, eu já estava
conseguindo meu objetivo, estabilizar minha situação financeira. Mas a sorte mudou, meu
pai que era meu melhor amigo, estava sofrendo de uma enfermidade muito grave, sendo
uma doença incurável, estando inclusive desenganado pelo médico.
Eu, com todos os acontecimentos fiquei desesperado sem saber o que fazer com o
problema de seu querido pai.

~ 22 ~
Eu e meu irmão Benvindo com seu Ford

No dia doze de fevereiro de mil novecentos e sessenta, saindo de casa com meu
irmão e um empregado, com o caminhão, para trabalhar e ganhar o pão de cada dia, no
meio da estrada muito preocupado com os acontecimentos da saúde do seu pai, bati em
outro caminhão grande, e amassei o meu caminhão na frente. O desespero veio ainda
maior, mais com as Graças de Deus, não aconteceu nenhum acidente, com os ocupantes dos
dois caminhões. Eu, e o motorista do outro caminhão, nos entendemos e seguimos viagem
para a mata para buscar madeira. Eu falei: “meu Deus o que está acontecendo comigo, tudo
que faço não dá certo”.
Mas certo dia do mês de fevereiro eu tive a notícia do médico, que meu pai
precisava ser internado com urgência para ser operado. Eu sabia que o problema do meu pai
era grave, risco de morte. O pai foi internado na Santa Casa de Misericórdia em Vitória na
Capital do Espírito Santo, para fazer uma cirurgia, os médicos falaram para o meu irmão
Benvindo: “se não operar, seu pai pode vir a falecer, e se operar pode ter chance de viver
um pouco mais”. Benvindo reuniu a família para saber qual atitude tomar, todos
concordaram com a operação, e colocaram nas mãos de Deus.
A mãe e os irmãos, que estavam na roça em Mundo Novo, foram todos para João
Neiva, morar com o Benvindo, a fim de acompanhar o tratamento do pai.

~ 23 ~
Eu, com todos os acontecimentos que estava enfrentando, pedia a Deus a Graça
para meu pai viver. Eu estava sempre preocupado com a saúde do meu pai e não queria
trabalhar longe de casa, mais recebi uma ordem da firma, para retirar tora de madeira da
mata para a serralharia da cidade. Na volta o caminhão quebrou no caminho da mata, eu me
desesperei com tudo o que acontecia, no momento tão difícil da vida, fiquei consertando o
caminhão com o empregado enquanto meu irmão procurava socorro com outro motorista.
Voltando para casa, do irmão Benvindo, no caminho estava tão desesperado, que encostei o
caminhão em frente de um bar e comecei a tomar pinga, uma atrás da outra. O irmão e o
empregado falaram: “deixa disso, não adianta nada beber, todos nós temos problemas na
vida. Temos que conviver com o destino”. Saindo do bar, peguei o caminhão para seguir
viagem, o caminhão foi de encontro de uma barreira, caindo com a frente num buraco
fundo. Ao forçar o caminhão para tirar do buraco, o motor fundiu.
Eu deixei o caminhão no buraco, para voltar no outro dia com a junta de boi.
Chegando em casa para descansar e ter um pouco de paz, encontrei muita conversa fiada.
Eu resisti a todas as conversas, tomei um banho e fui dormir. No dia seguinte, iria tentar
tirar o caminhão do buraco com a ajuda do meu irmão, do empregado e com a junta de boi.
Foram logo desmontando o motor para ver o estrago, foi decepcionante, mais firmou o
pensamento em Deus, e pediu ajuda de um motorista colega e companheiro de trabalho, que
queria ajudar a consertar o motor no fundo do quintal da sua casa. Conseguiram reformar o
motor pondo em funcionamento. Eu e meu irmão, resolvemos vender o caminhão, e voltar
a trabalhar de empregado. Eu deixei a família, namorada e os colegas para trás, parti para
longe de casa, a fim de esquecer tudo que estava acontecendo em minha vida.
Partindo para uma nova aventura na vida, viajei para o Estado de Minas Gerais, em
busca de uma melhora de vida e de uma situação financeira estável. Chegando em Coronel
Fabriciano, encontrei uns amigos de infância, juntei-me a eles e consegui um emprego, na
fundação da Usiminas. Não gostando do emprego, resolvi sair em busca de algo melhor.
Entrei em outra firma, Companhia Siderúrgica Acezita, aonde fez novas amizades,
esquecendo um pouco do passado. Trabalhei uns doze meses, aprendendo a profissão de
operador de máquina. Mais o meu problema continuava, sempre pensando no meu querido
pai, que tinha deixado internado no hospital.
Um belo dia, pensando nos acontecimentos da vida, muito preocupado com minha
situação financeira, pois estava sem dinheiro, o chefe de seção, percebeu e veio ao meu
encontro. Conversei com ele sobre o meu problema, e ele falou: “vai para casa descansar
a cabeça”. Mesmo assim não estava satisfeito. Um belo dia eu estava no horário de folga,
sai um pouco para descansar do almoço, quando encontrei um amigo de infância que me
disse: “seu pai esta muito mal, a beira da morte”, então chorei muito, sozinho em cima de
uma ponte, voltei para a firma e conversei com meu chefe, expliquei o ocorrido, e ele deu
licença de uns dias, mais dinheiro para eu viajar. Eu peguei o primeiro trem que passava em
João Neiva para Vitória. Era doze horas de viagem. Chegando em Governador Valadares, o
trem quebrou, não podendo continuar a viagem, mandaram os passageiros para um hotel a
fim de pernoitar. Pela manhã, quando eu ia pegar o trem, fui barrado por policiais, acusado
de roubo no hotel. Como não tinha nada a ver com a acusação, entreguei a mala para
averiguação, os policiais pegaram a mala jogaram as roupas no chão e reviraram tudo, nada
encontrando deram ordem para prosseguir a viagem. Eu não queria acreditar em tudo que
estava acontecendo. Chegando a João Neiva, ainda encontrei o pai com vida.

~ 24 ~
~ 25 ~
Quando foi ver meu pai, ele disse: “estou indo embora para sempre, meu filho”.
Passando uns dois dias, meu pai faleceu. Depois do enterro, voltei para firma, onde fui
recebido pelos colegas e chefe com um abraço de conforto. Trabalhei um tempo e pedi
demissão, partindo para outro estado, em busca de novas aventuras.
Eu voltei para casa da minha namorada, ficando noivo no domingo, deixando a
aliança com a noiva para em seguida se despedir da noiva e da família e viajar para o
Estado de São Paulo em busca de meu objetivo.
Foi a maior aventura, quando peguei o pau de arara no Rio de Janeiro com destino
a São Paulo. A história de minha vida, teve briga, fui parar num posto policial da estação de
trem, tinha quebrado o vidro da janela do trem, porque não queria abrir e não queria pagar,
pois não tinha dinheiro. Para mim foi um divertimento, durante toda a viagem até São
Paulo.
Quando desci do trem na estação do Brás, para mim, parecia que estava num
mundo diferente. Firmei meu pensamento em Deus, pedi que meu pai me ajudasse e segui
na minha aventura. Logo fui para uma pensão, ali mesmo no Brás. Contei minhas aventuras
da viagem do Rio de Janeiro à São Paulo, ao dono da pensão. Ele disse: “hei meninão vou
te ajudar à arrumar um emprego, aqui perto tem uma fábrica de brinquedos Estrela, e os
funcionários vem almoçar aqui. Vou conversar com eles e com o chefe da seção, quem
sabe você não consegue um emprego, porque comida e dormida te garanto”. Como nada
deu certo na fábrica de brinquedo, comecei a procurar emprego, passando por diversas
firmas, que não tinham vagas. Voltando para a pensão, conversei com o dono, estou ficando
muito preocupado, o dinheiro está acabando e tenho que andar atrás de emprego. Se não
arrumar emprego logo, vou ficar devendo a pensão. O dono disse: “Primeiro você arruma
sua vida, e depois me paga”.
Então eu disse: “O Senhor é uma pessoa muito boa, me deixando ficar na pensão
estando desempregado, sem nem sequer me conhecer.” E o dono disse: “Vai dormir e
amanhã vá encontrar aquele amigo que você conheceu quando trabalhava na Acezita, ele
está trabalhando na Siderúrgica Alipertt na Água Funda, perto do Zoológico.” Eu dei boa
noite e fui dormir, pensando como iria sair do bairro do Belenzinho no Brás, sem conhecer
nada na cidade e seguir para a Água Funda, se a única referência que tinha era o Zoológico.
No outro dia, levantei cedo, lavei o rosto, tomei um cafezinho no bar. O dono
disse: “vai amigo atrás de seu colega da Acezita, espero que Deus ajude você a arrumar o
emprego, pois estais precisando. Leva o numero do meu telefone, para o caso de você se
perder na cidade”. Sai do bar, pedi a Deus que me ajudasse, peguei o bonde de Vila Maria
Alta, para a Praça da Sé, depois fui andando até a Liberdade, para pegar o ônibus que iria
ao Zoológico.
Sem conhecer nada, fui perguntando as pessoas onde era o ponto de ônibus para o
Zoológico. Até que encontrei o ponto. Ao pegar o ônibus, falei ao motorista: “preciso
descer no ponto da Siderúrgica J. L. Alipertt”, o motorista disse: “pode sentar, porque até
chegar lá, vai mais de uma hora de viagem”. Sentei, e o ônibus começou a dar voltas e
mais voltas, nunca chegava no local.

~ 26 ~
Eu comecei a me preocupar, com o destino do ônibus, será que o motorista não
estava enganando. Alegrou-me quando o motorista falou: “estamos chegando perto da
Siderúrgica”. Eu desci do ônibus, fui para a Siderúrgica, e conversei com o guarda: “o
senhor conhece o Senhor José Augusto”, o guarda falou: “ele é o Chefe Geral da Aciaria.
É ele quem manda em tudo, inclusive na Manutenção Mecânica. Vou te levar no
escritório”. Chegando no escritório conversei com o Senhor José Augusto, contei toda
minha situação, ele disse: “se você quiser pode começar a trabalhar amanhã mesmo, só
tem um problema, não temos pensão nem dormida, você vai ter que se virar”. O Sr. José
Augusto me apresentou a um amigo dele que servia comida, para os empregados da
Siderúrgica, esse amigo disse: “você pode fazer as refeições em minha casa”. Para dormir
foi mais difícil, precisou implorar para uma família que alugava quarto perto da firma. Eu
contei minha história desde a saída da Acezita até a chegada em São Paulo.
O dono da casa não queria alugar o quarto, estava desconfiado de mim, e pediu
dois meses adiantado. Eu não tinha recursos financeiros para adiantar o aluguel, falei só
tenho a mala de roupas, vou começar a trabalhar amanhã, se Deus quiser. O que posso
fazer, é penhorar a roupa, tenho um termo de casimira que vale um boa nota, posso deixar
como garantia. A mulher do homem ouviu o conversa e disse ao marido, acho que o
menino está falando a verdade, se ele está dando o terno de garantia, é porque é um ótima
pessoa. O dono da casa disse, tudo bem, o quarto é seu. Agradeci a Deus, pois as portas
estavam se abrindo. Voltei a pensão do Brás, acertei com o dono, os dias que lá tinha
ficado. Agradeci pela força e confiança que ele tivera comigo. Pedi muito a Deus, por ter
encontrado pessoa boa, igual a esse homem, que depositou tanto confiança em mim. Pegou
a mala e se despediu dele, dizendo: “as portas estarão sempre abertas quando você
precisar”. Voltando para Água Funda, onde havia deixado o termo como garantia do
aluguel. No dia seguinte foi para firma onde começou a trabalhar.
No dia dois de março de mil novecentos e sessenta e um, começou a trabalhar na
firma Siderúrgica J. L. Alipertt.
Eu entrei nessa firma, como motorista, para carregar sucata do pátio para os fornos.
Não gostando do trabalho, porque era mexer com ferro velho, não tinha nenhuma condição
de seguir carreira dentro da empresa.
Conversei com o chefe e contei-lhe minha aventura, o chefe disse: “calma
meninão, você tem tudo para vencer na vida. Começa tudo novamente, esqueça o passado,
esse não volta mais. Olha para frente, que tudo vai mudar na sua vida, vou transferir você,
para seção de manutenção mecânica, onde você pode seguir carreira”. Olhando para outra
profissão, auxiliar de mecânico, onde o ganho era melhor. Fui conversar com o Sr. José
Augusto que era o Chefe Geral da Aciaria. Era ele que mandava em tudo, inclusive no
Setor de Manutenção Mecânica, ele me levou para apresentar ao Sr. Carlos Gomes, que era
Subchefe da Manutenção, depois de apresentá-lo, o Sr. José Augusto disse ao Subchefe da
manutenção: “este capixaba quer seguir carreira dentro da firma, vamos dar uma
oportunidade para ele. Vamos ensinar o serviço de manutenção, ele vai ser um ótimo
profissional mecânico”. O Sr. José Augusto foi para o escritório e o Sr. Carlos, foi me
apresentar para os mecânicos. Depois o Sr. Carlos me levou para ver o setor que ele iria
executar o serviço. Todos os setores que ele passava , ele me apresentava como o mecânico
capixaba. Para o Dr. Tosto, Dr. Juliano que comandava a manutenção geral.

~ 27 ~
Eu e meus colegas da siderúrgica

Comecei a fazer amizade com o mecânico Arnaldo Calasans de Souza, com o


mecânico “Bigodão” e com os demais mecânicos, e o Giuseppi Demako. Ele estava no
Exército no tempo da guerra de quarenta e três, ele guerreou e ficou com a saúde abalada,
tornando-se uma pessoa perturbada com tudo que passou na guerra. Ninguém queria
trabalhar com ele. O Sr. Carlos me chamou e falou: “você não se incomoda de trabalhar
com o Sr. Giuseppi?”, então eu disse: “não vejo razão de não trabalhar com ele”.
O Sr. Carlos disse: “vocês vão trabalhar juntos agora. Você como ajudante dele,
vão em frente, mãos a obra”. Eu como neto de italiano, achava que ia me dar bem com ele.
Em todos os setores que íamos trabalhar o Sr. Giuseppi apresentava-nos para os
chefes e engenheiros de outras áreas, como também os companheiros de trabalho como
capixaba. E a vida continuou sempre com muita ambição de crescer dentro da empresa.
Depois de muito tempo, eu fiquei muito conhecido como o capixaba, na firma entre todos
os funcionários, era umas seis mil pessoas. Sempre procurava compreender as pessoas,
como elas eram. Fiz muitas amizades, e me tornei uma pessoa muito conhecida. Conheci
engenheiros como o Dr. Paulo, do alto forno, um Senhor pernambucano de muita
personalidade e de muito caráter. Dr. Miak, da Laminação, um japonês muito sério, e para
falar com ele tinha que pedir licença. Dr. Letrixo, filho de um alemão que era o chefão da
Oficina Mecânica. O filho do Sr. Hugo, estudou engenharia que o pai fez de tudo para ele
se formar. Depois de formado passou a mandar até no pai. Era uma pessoa ótima, muito
brincalhão.
~ 28 ~
O Dr. João e o Dr. Antônio, que trabalhava no escritório do Dr. Tostoi como
auxiliar, tiveram oportunidade de fazer a faculdade de engenharia industrial. Depois de
formados continuaram a prestar serviços dentro da própria empresa. Eles eram meus
amigos, e me ajudaram a me levantar dentro da empresa como profissional. De auxiliar de
mecânico cheguei ao grau mais elevado da empresa.
Eu era muito ambicioso como auxiliar de mecânico, fazia de tudo para aprender a
profissão de mecânico. Carregava caixa de ferramenta nas costas até o local de trabalho dos
mecânicos. Depois do trabalho executado, pegava todas as ferramentas que tinha usado e
limpava para o dia seguinte, foi assim que consegui chegar a profissional mecânico.
Sempre estava atento para colaborar com os mecânicos, e o Sr. Carlos e os mecânicos
perceberam minha esperteza e inteligência dentro do setor de mecânica.
O Sr. Carlos e os mecânicos em conversa acharam por bem me promover de
auxiliar de mecânica a meio oficial de mecânica. Daí para frente era chamado de mecânico
capixaba. Foi o apelido que me ajudou a crescer dentro da empresa. Todos os setores que
tinham trabalho a executar, pediam para o Sr. Carlos: “Manda o mecânico capixaba”. O
tempo foi passando e foi crescendo meu prestigio em todos os setores da empresa. Tornei-
me uma pessoa muito conhecida pelo meu esforço e amabilidade entre os companheiros
desde que fui promovido pelo Sr. Carlos.
Aguentei uns seis meses, de trabalho como meio oficial mecânico, e ganhando um
pouco mais. Com esta profissão animei-me, pensando em casar. Escrevi uma carta para
minha noiva que estava tão distante, contando todas as aventuras. Com as Graças de Deus,
no ano de sessenta e dois, meu chefe gostando muito do meu trabalho, disse: “Vou
conversar com o Sr. José Augusto e com Dr. Tostoi, para conseguir uma promoção para
você!”, fiquei muito contente.
No dia seguinte, havia uma ordem para comparecer no escritório do Dr. Tostoi, e
ele disse que naquele momento eu estava sendo promovido para segundo mecânico. Fiquei
contente e agradeci pela promoção, nisso, Dr. Tostoi disse: “Você não tem nada que
agradecer a nós, você é que fez por merecer, vai em frente, você tem muito a progredir
dentro da firma”. Entusiasmado, disse que ia fazer o possível para chegar logo lá.
Em seguida meus companheiros vieram me cumprimentar pelo progresso na
empresa. Fiquei emocionado e fui escrever uma carta para minha noiva e outra para minha
família, dizendo que meu caminho estava aberto para o ano de sessenta e dois.
Em seguida, comecei a fazer um curso no SENAI de ajustador mecânico, fazia um
grande sacrifício, pois trabalhava das seis até as dezoito em manutenção mecânica, entrava
no SENAI, das dezenove horas até às vinte e duas horas, sempre procurando me aperfeiçoar
na profissão, e no ano sessenta e dois consegui tirar o diploma do SENAI.
Eu não suportava mais ficar longe de minha noiva, só comunicava meus
sentimentos através de correspondência, então resolvi trabalhar mais, fazendo horas extras,
para juntar um pouco mais de dinheiro e mandar, afim de que a noiva comprasse o enxoval,
para casar. Trabalhei muito, consegui uma grana e mandei para a noiva comprar o vestido
de casamento e o que precisasse.

~ 29 ~
Eu e minha esposa Geralda

~ 30 ~
E antes de sair de férias aluguei uma casinha de dois cômodos, quarto e cozinha no
fundo de um quintal e comprei móveis do quarto, mesa e fogão, deixei tudo pronto para a
recepção da esposa.
Eu sai de férias, viajei para Mundo Novo, fui para casa da noiva para realizar o
casamento. Chegando à casa da noiva fui bem recebido por ela, com muito amor e carinho,
marcamos o casamento, para o dia vinte e três de junho, véspera de São João, combinamos
de fazer uma festa de recepção na casa do Cecilio meu irmão em Mundo Novo.
Convidamos as vinte e cinco famílias que moravam em Mundo Novo.
O casamento foi realizado na igreja que eu ajudei a construir quando era garoto de
escola. A igreja São José, em João Neiva, depois do casamento, reuni todo o pessoal que
estava acompanhando a cerimônia. Depois todos voltaram para a festa de recepção em
Mundo Novo, a pé. Porém todos muito alegres e emocionados, de ver os noivos como uma
procissão, cortando aquela estrada de barro a mais de quarenta minutos, da igreja para a
casa do Cecilio, isto é de João Neiva para Mundo Novo. Depois da recepção eu e minha
esposa nos despedimos dos convidados e parentes, voltamos para João Neiva para casa do
Benvindo, passamos ali à noite e no outro dia seguimos viagem para São Paulo. E
começamos a vida a dois com muito amor e carinho e tem sido assim até hoje. Quando
terminou as férias e voltei para a empresa, foi uma surpresa, para os amigos e meu chefe,
com meu casamento, ai a confiança na firma aumentou ainda mais. Meu chefe falou: “Você
terá outra promoção, só não sei se será agora.”.
No começo do ano de sessenta e três o meu chefe e o engenheiro, me chamaram no
escritório e deram uma ótima notícia, pelo meu brilhante desempenho durante o ano de
sessenta e dois, me promoveram para primeiro mecânico, ganhando um pouco mais.
Ganhando um pouco mais, eu que já era casado e morando em uma casa de dois cômodos
pequenos, no fundo de um quintal e que não tinha chuveiro, e para tomar banho precisava
pegar água no poço com um balde, aluguei uma casinha melhor para minha esposa.
Em março, nasceu meu primeiro filho (Carlos Aparecido) trazendo muita alegria,
felicidade e paz para a família. E na empresa o meu conceito aumentou ainda mais, com
meus superiores. Estando em grande expansão de montagem, e associada com uma empresa
francesa e os engenheiros franceses, e sendo esta montagem de grande porte, duraria uns
três anos. Laminação toda automática, a firma precisou de um primeiro mecânico para fazer
a montagem, e assim fui escolhido dentre todos os mecânicos da empresa para fazer a
montagem, com os encarregados e os engenheiros franceses. Tive muita sorte, para esta
tarefa, porque poderia melhorar muito minha situação financeira. Fui para esta montagem
com muito entusiasmo, também fui muito bem recebido pelos franceses e pela nova turma
de trabalho.
O ano sessenta e três foi normal, o trabalho na montagem correu tudo bem, mais no
fim de ano eu precisei ser operado, e isso atrapalhou um pouco a carreira dentro da
empresa, fiquei quase um ano parado.
Quando voltei ao trabalho, enfrentei tudo com muito amor, mostrando sempre
muito interesse pelo trabalho a executar, sempre obtendo a mesma confiança, dos
encarregados.

~ 31 ~
Eu e os chefes passamos o ano inteiro fazendo a montagem da Laminação, juntos
terminamos a tarefa em sessenta e quatro. Começamos então a preparação de inauguração
no fim do ano e funcionou.
Quando a Laminação estava funcionando, eu fui convidado pelos franceses para
ocupar o cargo de encarregado da manutenção mecânica, e ai eu não aceitei, achei que o
cargo era demais para mim, fui honesto comigo mesmo. Então fui convidado no ano de
sessenta e cinco, para fazer outra montagem de uma oficina mecânica muito grande, junto
com os engenheiros franceses, dentro da mesma empresa, com isto teve uma melhoria na
minha situação financeira. E nasceu a minha segunda filha, (Rita de Cássia), foi uma
grande alegria, muita felicidade, com amor e muita paz.
Tudo estava indo como eu pensava e queria, com as Graças de Deus e da Mãe
Santíssima. No meado do ano, eu fui promovido, de primeiro mecânico, passei a líder de
seção, com melhor salário, logo pensei numa casa própria. Foi com meu talento dentro da
empresa que consegui meu objetivo, fazer o plano da casa própria, foi com muita luta, garra
e força de vontade que consegui meu apartamento, saindo do aluguel, que era uma barra
para qualquer um.
No ano sessenta e seis, terminei a montagem da oficina mecânica. O encarregado e
os engenheiros franceses foram embora para a França para firma Sesim. E o engenheiro
sendo muito amigo meu, me convidou para ir embora para trabalhar na firma Sesim na
França, foi até minha casa, para conversar com minha esposa (Geralda), ela disse que não
compensava sair do Brasil, e ficar longe da família, e acabamos não indo embora.
Foi o passo mais errado que eu dei na vida, não aceitar a proposta de ir para França,
pois lá teria casa, carro e curso de francês, para mim e a minha família, além de escola para
as crianças, sem pensar na cultura que iria adquirir num país da Europa. “paciência, agora
é tarde e Inês é morta, como diz um velho ditado.”
Dentro da firma, fui convidado para mais uma tarefa grande, tive outra promoção,
para ser encarregado de caldeiraria, para fabricar forno de aço de sessenta toneladas de
ferro, e fazer uma reforma geral em um alto forno de cento e vinte toneladas de „gusa‟
líquida. O meu desempenho durante o ano dentro da firma foi bom.
No ano sessenta e sete, continuei na mesma função, o mesmo serviço de rotina. Na
família, mais uma grande alegria, nasceu meu terceiro filho (Geraldo Tadeu), trouxe muita
felicidade, amor e paz. A família estava crescendo de acordo com o meu progresso dentro
da firma, com as Graças do bom Deus.
No começo do ano de sessenta e oito, resolvi fazer um acordo com a firma para
trabalhar por conta própria. Não conseguindo o acordo, eu desanimei, porque queria sair.
Eu deixei de lutar dentro da empresa, caindo de produção, não era mais aquele lutador
como antes. O chefe começou a se preocupar com a situação e me chamou para uma
conversa muito séria, a fim de verificar o que estava acontecendo. Eu, sabendo que o chefe
estava muito preocupado com a situação vi que podia conseguir meu objetivo, o acordo ou
uma melhora muito grande na empresa. Eu era um grande profissional de muita
importância na empresa, sabia que podia conquistar o que queria. O chefe sabia que não
tinha mais situação entre ambos.

~ 32 ~
Eu estudando no sindicato

Marcou uma reunião com o engenheiro do departamento para resolver o problema


com uma conversa, sugeriram um plano para mim. O engenheiro ofereceu mais uma
promoção, de encarregado de seção, para supervisor de turma com melhor salário. Eu
concordei e continuei a vida normal, com meu valor e minha inteligência, dentro da
empresa. Formei o quadro de funcionários que poderia confiar com sinceridade.
Depois de todos os acontecimentos passados, consegui fazer um curso no SENAI e
no T.R.T. de Relações Humanas e de Prevenção de Acidente do Trabalho, que era muito
importante para o relacionamento com os funcionários, e a qualificar melhor cada um.
Sempre procurei compreender, desde auxiliar ao supervisor que eram comandados
por mim, de acordo com a capacidade de cada um. Sempre procurei ser honesto e humilde
com os funcionários e com as famílias deles.
No ano sessenta e nove, com minha atuação profissional e minha personalidade,
era muito admirado pelos companheiros de trabalho e pelo sindicato. A minha admiração
era tanta que fui convidado para ser delegado do Sindicato dentro da empresa, tal convite
foi recebido por mim e companheiros com muita alegria. Eu retribui a todos dizendo tudo
isso devo a vocês que sempre confiaram em mim, procurarei retribuir da melhor forma
possível. Fiz curso dentro do sindicato para melhorar sua atuação e administração junto aos
companheiros da empresa e para minha estabilidade.

~ 33 ~
No fim do ano de mil novecentos e setenta, fui convidado pela Cooperativa
Habitacional Inter Sindical Getúlio Vargas, para comparecer no local da construção dos
apartamentos, para acompanhar o sorteio do imóvel.
Eu e a família mais o primo da esposa, fomos no local com muita esperança. Antes
de começar o sorteio, deram uma volta ao redor do conjunto, tiveram na rua que dava de
frente para o aeroporto e começaram a analisar o lugar, acharam que seria o de melhor
visão, acharam também que era o ponto melhor da construção, olhou para o céu e pediu a
Deus e nossa Senhora Aparecida, que estava concorrendo a um sorteio e gostaria muito que
saísse naquela rua seu apartamento, pois estava precisando muito de um imóvel próprio, e
de preferência naquele local, feito este pedido a Deus, voltou ao local do sorteio com o
coração cheio de esperança, suplicou novamente a Deus, pois a família estava crescendo e o
aluguel era muito caro, e sem nenhum conforto.
Começou a festa do sorteio, estávamos todos ansiosos, esperando o numero e nome
ser pronunciado. A cada sorteio, que o associado saía com a chave na mão, eu ia ficando
naquele sufoco e angústia, cada vez mais o desespero aumentava, eu não aguentava mais
ver tantas pessoas sendo sorteadas e eu não. Olhava para o céu e pedia a Deus que me
ajudasse, de repente olhou para cima da mesa, onde o presidente da cooperativa estava
sorteando meu nome. Eu olhei para o céu e gritei agradecendo a Deus. Dirigi-me a mesa
para receber a chave e saber qual seria meu apartamento. Aproveitei para tirar fotos e
agradecer a nossa Senhora Aparecida, pelo recebimento da Graça. Quando o sorteio
acabou, a moça representando a Cooperativa Getúlio Vargas me levou para conhecer o
apartamento. Quando eu cheguei à porta do apartamento e peguei a chave para abrir a
porta, tirei uma foto minha e da família e da moça representante da Cooperativa. Depois
agradeci mais uma vez a Deus e disse: “só saio daqui quando Deus quiser, aqui é meu
sonho e de minha família tornando-se realidade.”
Voltando para casa com o coração cheio de alegria e felicidade, contei para os
vizinhos a Graça que Deus tinha me ofertado, o sorteio do apartamento. Os vizinhos
ficaram felizes com a notícia, e juntaram-se a mim, comemorando com vinho e
agradecendo a Deus por tamanha dádiva.
No outro dia, eu fui para a firma trabalhar, contei aos colegas e ao supervisor, os
acontecimentos do domingo, com o sorteio do apartamento. Os colegas e o supervisor
disseram que ficaram felizes por ele. Pois tinham acompanhado a minha luta, na
perseguição desse sonho que era ter um apartamento próprio. “Deus ajudou você, porque
quem tem esperança um dia consegue, receber a Graça.”
Depois eu pedi uns dias de licença ao meu chefe, para fazer a mudança, e fui para o
apartamento do jeito que ele estava. Fui sem fazer modificações, porque precisava mudar
logo, a fim de evitar o aluguel que estava destruindo minha vida financeira. Quando eu
entrei definitivamente no apartamento, percebi, que minha vida financeira e mental
sofreriam uma melhora de cem por cento. Percebi também que os vizinhos eram
maravilhosos, pessoas de cultura e modo de vida diferente, do que antes. Sempre havia
sonhado com esta hora de ficar livre do aluguel.
No ano setenta e um, morando agora em meu próprio apartamento, localizado no
Jabaquara, tive mais uma alegria na família, nasceu o quarto filho (Marcio Alexandre),

~ 34 ~
trazendo para todos, muita felicidade, amor e paz. Com as Graças do bom Criador do Céu e
da Terra, além de todos as melhorias que Deus me deu para seguir a sua religião direitinho,
como um grande Soldado de Cristo, um grande Linguista, que procurava sempre fazer o
melhor possível para a comunidade cristã. Fui promovido de Linguista, para Vice-
Presidente da liga Católica Jesus Maria José.
Recebi uma grande homenagem, dos diretores do padre e dos colegas da liga, pelo
crescimento tanto profissional e pessoal. Fui um grande batalhador dentro da comunidade
paroquial, sempre plantando uma boa semente, para colher bom fruto. Era um ótimo
semeador, sempre semeei paz para colher felicidade dentro da comunidade paroquial.
Nunca tive má colheita, sempre ótima com as Graças do bom Deus. Vou relatar aqui como
essa convivência religiosa i se deu. Hoje eu agradeço a um senhor que conheci no ano de
mil novecentos e sessenta e seis.
Uma noite na reza do terço em família um senhor me chamou para participar e
disse: “vou te apresentar uma pessoa muito amiga que conheci rezando o terço, esta
pessoa é de cor, mais muito amável com os paroquianos.”
Eu estava muito afastado da Igreja, aproveitei este convite e fui acompanhar o
amigo, porém sem muito entusiasmo. Quando chegamos à casa onde estava a imagem da
Sagrada Família, Jesus, Maria, José, tinha bastante gente esperando para rezar o terço.
Cumprimentaram todas as pessoas que ali estavam. A dona da casa falou pode sentar
porque o rezador ainda não chegou. Passado alguns minutos, ele chegou e cumprimentou
todos que ali estavam inclusive as crianças. Quando ele foi ao meu encontro o mesmo
pensou parece São Benedito, que tanto sua mãe lhe dizia. O Senhor pegou na minha mão e
deu um forte aperto, foi tão forte que meu coração sentiu neste ato muita sinceridade. Logo
o Senhor começou a rezar o terço, agradecendo a Sagrada Família , por ter iluminado mais
pessoas na comunidade. Essa reza proferida por esse Senhor levou uma hora. Quando a
reza terminou, o Senhor olhou para mim e falou: “você precisa participar da nossa Liga
Católica, Jesus, Maria, José.” Falei: “Pode deixar, na próxima reunião estarei aqui, se
Deus quiser.” Ele falou: “Sou Efigênio Souza Cruz, moro na Rua dos Democráticas, sou
Encarregado de Setor do Banco de Crédito de Minas Gerais, com sede na Praça da
Árvore.” Eu agradeci a Deus, por ter colocado em minha frente uma pessoa muito amável e
maravilhosa, um líder Comunitário na família paroquiana da Igreja Santo Afonso, da Água
Funda. O Senhor Efigênio era presidente da Liga Católica Jesus Maria José, já rezava o
terço em família há muito tempo. Na volta para casa eu conversei com minha esposa
Geralda, e disse que conheci uma pessoa muito boa e sincera durante a reza do terço, ele
me cumprimentou com um aperto de mão tão forte que senti muita sinceridade nele. A
esposa disse: “talvez ele queira ser seu amigo.”
Deste momento em diante nunca mais deixei de rezar o terço em família. Saía
correndo do serviço para chegar a casa, tomar banho, jantar e ir rezar o terço. Passei a
conhecer melhor a pessoa que me levou até a comunidade paroquial. Fez de mim um
grande Soldado de Cristo. Ele conheceu a minha família e eu a dele. Como a amizade era
de muita sinceridade, nos tornamos amigos de verdade, e juntos rezando o terço em família
por mais de cinco anos. Com as Graças da Sagrada Família, ficamos sendo compadres, o
senhor Efigênio batizou o meu filho (Geraldo). Uniu assim as famílias para sempre. Eu
considero esta família, sendo minha própria família, com muito amor e carinho.

~ 35 ~
Ele é como um pai para o mim, pois me ensinou muito na vida, ensinou inclusive a
ser uma pessoa bem sucedida. Com os ensinamentos e palestras que ele fazia nas reuniões
da Liga na Igreja Santo Afonso. Ele me fez ver a vida com mais amor ao próximo e a si
mesmo. Ele e eu, trabalhamos juntos em beneficio da Comunidade Paroquial, com muito
amor e sinceridade, um com o outro, durante muito tempo, sem nenhum atrito. Nada
separou a convivência entre as famílias, que estão unidas para sempre na vida, até Deus os
separar um do outro. A convivência religiosa, na Igreja Santo Afonso, acabou por motivo
de mudança de endereço. Ele foi embora para outro lugar, Pouso Alegre, Minas Gerais. E
eu por mudança de paróquia São João Batista, Vila Guarani. A convivência religiosa, em
suas vidas acabaram, mais a amizade entre as famílias continuam unidas, com as bênção da
Sagrada Família Jesus Maria José. Enquanto Deus quiser estarão sempre unidas as famílias
com muito amor a Sagrada Família Jesus Maria José.
No trabalho tudo corria bem, até o momento que correspondia, o tempo passou,
tudo na maior Glória, como devia correr.
No ano setenta e três nasceu a quinta filha (Regiane), mais felicidade para sua
família, Graças ao bom Deus e Maria Santíssima.
No ano setenta e seis, doze de janeiro eu consegui meu objetivo, tudo aquilo que
queria, deixar de ser empregado, e ser dono do meu nariz.
Eu fiz uma sociedade com um amigo para comprar um estabelecimento comercial,
um minimercado LEVE MEC. na Rua Um, no bairro do Butantã. O sócio e os filhos,
começaram a lutar por esse objetivo, melhorar sua situação financeira e familiar. A vida era
dura demais, mas com fé, muita garra, conseguiram conquistar a simpatia dos fregueses. Eu
com talento comecei a melhorar o meio ambiente do minimercado, dando melhor condições
aos fregueses. Montei um açougue dentro do mercado e procurando mais espaço para o
crescimento do mercado, assim também crescer meu capital. Eu e o sócio, começamos a
crescer muito no mesmo ano, até os fregueses ficaram abismados. Foi um ano de muita
luta, tanto comercial como pessoal, mas o objetivo estava sendo alcançado com o poder de
Deus. Eles começaram com pé direito sempre valorizando o capital. Cresceram muito
rápido, mais a sorte mudou. No ano seguinte, eu o meu sócio fomos surpreendidos com um
grande roubo no estabelecimento, arrombaram as portas e levaram tudo que quiseram,
limparam as prateleiras de mercadorias. Daí em diante os negócios se modificaram, foi um
furo muito grande. Mas com meu talento profissional, não desanimei, e continuei com a
mesma luta de sempre, o objetivo era crescer mais ainda.
O sócio desanimou, achando que ali não dava mais certo, eu animei o sócio e
fomos em frente, vencer todos os obstáculos, qualquer que sejam, com as Graças do bom
Deus. Mas o tempo foi passando, eles sempre na luta para melhorar as condições de vida,
em momento tão difícil de lutar, porque era tempo de muita pressão social.
Mas em seguida, tiveram outra grande surpresa, mais um roubo a mão armada,
deixando o mercado num grande prejuízo, o sócio foi ao desespero, não queria ficar mais
no pedaço, querendo vender o ponto comercial e comprar em outro lugar. Eu continuava a
falar com o sócio, não vamos entrar em colapso companheiro, a vida é assim mesmo, um
dia é da caça outro dia é do caçador. Vamos lutar para superar este prejuízo, hoje nós
perdemos amanhã nós vencemos.

~ 36 ~
Eu não me dou por vencido, procurei vencer todos os obstáculos. Passado um
tempo, foram surpreendidos novamente, este foi o maior, assalto a mão armada, onde
tiveram suas vidas ameaçadas. Sempre lutando para vencer um dia na vida e sair das
dificuldades que vinham rolando no seu caminho. O demônio parecia querer nos derrubar.
Em momento de muita luta, com meu crescimento de capital, foram avisados que em breve
poderia ter uma grande concorrência que poderia lhes atrapalhar o nosso crescimento. O
sócio pôs na cabeça que estavam perdidos. Eu com minha garra e vontade, nem levei a
sério o aviso, deixei o tempo correr. E meu sócio, sempre com a pulga atrás da orelha. Mas
um belo dia, eles viram o engenheiro de obra neste bendito lugar, procuramos nos
aproximarmos dele e nos informar, o que iria ser feito naquele lugar, o engenheiro disse,
vamos construir um supermercado, O Recanto da Economia, agradeceram ao engenheiro
pela informação. O sócio desanimou com a notícia e falou irritado: “Será que pobre não
tem vez, logo temos que vender o estabelecimento, enquanto o outro não inaugurar,
podemos pegar um bom preço.”
Eu sempre confiei no meu talento e em Deus, falei: “Não vendo, e não desanimo,
vou lutar com este supermercado, todos meus fregueses são meus amigos, não vou perder
esta parada, por uma concorrência maior e mais forte.” Meu sócio falou: “Então você fica
e eu vou embora, porque não vou pastar aqui.”
O dono do Recanto da Economia tem cinco lojas e nós só temos uma. Eu falei ao
sócio: “Eles podem ter não cinco lojas, mais de cinquenta, só que não vamos correr daqui
deixando os fregueses na mão, só saio daqui, quando vir que não dá mais para lutar contra
eles.”
O sócio falou que eu era louco, e eu respondi “Se você quiser sair tudo bem,
tomarei conta sozinho, vou enfrentar eles com a ajuda de Deus.” O sócio saiu, e comprou
uma oficina de pintura de auto. Eu fiquei lutando sozinho, com os funcionários. Eu chamei
todos os funcionários e falei: “A barra esta pesada, mas vamos lutar até quando Deus
quiser.” Os funcionários falaram: “você é um batalhador, muito corajoso, vamos lutar
contigo.” Assumi a gerência sozinho e fui a luta, parti firme com o poder de Deus.
Passando uns tempos, observei que o movimento aos poucos estava caindo, mais ou menos
trinta por cento. E comecei a me preocupar com os acontecimentos, estava vendo a minha
economia sendo queimada. A situação não era boa, mais ia continuar lutando contra maré,
no decorrer do tempo tive outra supressa a qual trouxe muita preocupação, fui assaltado por
dois bandidos armados de revólveres, colocaram o revolver na cabeça do caixa e falaram:
“o dinheiro ou a vida”, e eu falei: “Oh! Deus não me abandone, proteja a mim e aos meus
funcionários”, o bandido pôs o revólver na minha cabeça e me fez andar pelo mercado,
conversando e pondo o revólver, ora na cabeça ora na barriga, sempre exigindo dinheiro, e
gritando: “vai morrer!”, não satisfeitos, eles pegaram os funcionários e prenderam no
açougue, foi quando eu sentindo muito medo abri o cofre e eles levaram todo o dinheiro do
dia. Eu, com todo aperto que passei, com a situação muito difícil, chamei uma imobiliária e
coloquei a venda o mercadinho.
Eu continuei, o tempo passou e o ano de setenta e oito chegou. Sempre na
esperança de vender o estabelecimento e mudar de lugar para ver o resultado da luta. Foi
muito difícil para vender por conta do concorrente, que era maior. Um dia, um empregado
falou: “porque vocês não vão num centro espírita pedir ajuda para vender o mercado.”

~ 37 ~
Eu sendo muito católico, achei uma bobagem, mas várias pessoas falaram a mesma
coisa, acreditei e mandei o empregado arrumar a pessoa certa para fazer o trabalho. Ele foi
lá, nunca tinham enfrentado uma situação assim, fui com muito medo, chegando lá tinha
uma senhora que me chamou no quarto e falou: “Você veio pedir ajuda, meu guia vai
ajudar.” Ao sair ela disse: “Logo vai aparecer um comprador para o estabelecimento.”
Eu todo contente, não disse nada ao meu antigo sócio, porque ele era protestante,
não acreditava nessas coisas. Passando uns dias, logo apareceu uma imobiliária com um
comprador. Como ele queria vender o mais rápido possível e mudar de lugar, porque os
assaltos estavam demais nessa região. Eu falei com a imobiliária o valor de mil e
quinhentos cruzeiros. Eles acharam muito e fizeram uma oferta que eles acharam razoável.
Chamei o sócio e fechamos o negócio. O homem tinha cara de Santo, por dentro era o
demônio em pessoa. Depois do fechamento da venda do mercado, passado um mês, eu
recebi um telefonema anônimo falando que eu tinha caído num estelionatário.
Exigiram que a imobiliária tomasse providências contra o comprador, que garantiu,
estava tudo certo, que eu ficasse tranquilo. Mesmo assim eu fiquei com a pulga atrás da
orelha. Fomos ao contador pedir que ele verificasse se a situação do comprador estava com
os documentos legais, e depois telefonasse comunicando. O contador telefonou depois de
uns dias dizendo que os documentos eram legais, que nada tinha de errado. Eu e meu sócio
ficamos tranquilos com a situação.
Eu fui procurar um emprego no Makro Atacadista, do Butantã, e fiz um teste para
encarregado de área de alimento, passei e comecei a trabalhar, passado um mês, recebi um
telefonema anônimo falando: “vai ao seu estabelecimento e leva um policial porque você
entrou numa fria,” então eu chamei meu sócio e fomos com um policial até o mercado,
chegando lá encontramos outro dono no mercado, ele falou com o policia que tinha
comprado o mercado, o policia falou você esta preso para averiguação dos acontecimentos.
O policial voltou e falou: “você caiu numa gangue de estelionatário, procura logo um
advogado, porque vai haver processo, ele vai ficar preso.” Eu e meu sócio vimos todos os
esforços e aventuras perdidos, o que Deus tinha dado para nos, com muita luta, o demônio
levou em segundos, são coisas que acontecem com quem batalha muito para crescer na
vida. Eu voltei a tomar conta do mercado por ordem do delegado de policia, mas não
adiantava mais nada porque o bandido já tinha levado tudo de água a baixo.
Eu, o sócio e as famílias de ambos, ficaram desesperados com a situação, tudo que
Deus deu, os bandidos em poucos segundos tiraram. O sócio e sua família não se
conformavam com os acontecimentos. Só que o sócio tinha a firma de pintura de auto
dando para seguir em frente. Eu tinha meu emprego no Makro, estava ganhando só para
comer e vestir, tendo assim seus dias de muitos sacrifícios, mais nunca deixamos de
enfrentar isto com muito amor e confiança em Deus.
Procurei compreender que tudo que possuía poderia perder a qualquer momento.
Para mim só restava lutar para chegar lá novamente. Esperava que todos os problemas
passassem logo, e assim resolver com as Graças de Deus, não desanimar nunca, porque
quem tem Deus no coração, vence todos os obstáculos da vida, Deus me deu a luz para
andar na escuridão, se queria voltar a brilhar, tinha que pedir ajuda ao Pai do Céu.

~ 38 ~
~ 39 ~
Teve momentos difíceis e de muito sacrifícios, enxergando o amor, a felicidade e a
prosperidade como aventura em sua vida. Na mesma função de comercio estava muito feliz
até aquele momento.
Queria me libertar novamente, trabalhar por conta própria. Passei o ano setenta e
nove, muito feliz, com amor, saúde e felicidade, com as Graças de Deus. Tendo muita fé
em Deus vou readquirir o que perdi, e com sucesso e honestidade, porque quem trabalha
com amor a Deus vence. Quando eu achava que estava na glória, começou o processo do
estabelecimento, que o levara a falência. Os fornecedores que foram lesados, pelos
bandidos, processaram o estabelecimento. O cartório começou a me procurar para justificar
os acontecimentos. Eu com minha honestidade procurei um advogado para me justificar.
Fui procurado por mais uns oitenta fornecedores, pediam documentos do mercado como
garantia, porque os senhores não fizeram isso com o outro dono. Os fornecedores disseram:
“nós estamos errados, não fizemos o que era certo, você tem razão, tudo aconteceu por um
descuido de nossos vendedores, vamos arcar com o prejuízo.” Uns arcaram com o prejuízo
e outros prosseguiram com o processo contra mim, dono do mercadinho LEVE MEC.
O advogado disse: “Você e sua família vão sofrer muito, com este processo, vocês
vão ser muito procurado por oficiais de justiça e pelos fornecedores que foram lesados
pelos bandidos.”
Eu disse ao advogado: “Não vou fugir da responsabilidade, porque não tenho
nada a temer, vou arcar com as responsabilidades até quando Deus quiser. Poderei ser
perseguido, e não ter paz na vida, mais vou vencer todos os obstáculos.” Eu fui procurado
por um oficial de justiça, várias vezes no trabalho, ele falou: “se você quiser ficar livre
desse problema, é só soltar uma grana, e suspendemos todo esse processo.” E eu disse ao
oficial que não tinha dinheiro nem para a família comer, estávamos comendo fubá com
água, e disse ainda: “Porque você não vai atrás dos bandidos que fizeram isso comigo?” O
oficial disse: “A justiça vai perseguir você até prender os bandidos.”
No mesmo dia, chegando a casa depois do trabalho, encontrei a esposa chorando na
porta do apartamento, perguntei o que havia acontecido e ela respondeu: “O oficial disse
que a justiça vai tomar todos os nosso bens, como o apartamento.” E eu falei, calma vou
resolver isto de qualquer jeito. No dia seguinte, o oficial me procurou no trabalho, e eu
disse: “se vocês não pararem de me perseguir e a minha família, vou escrever uma carta,
falando que vocês me levaram ao suicídio, vou pegar um revólver e dar um tiro na cabeça,
e culpar vocês.” Eu não me curvei a chantagem deles, soltando dinheiro. Por uns tempo me
deixaram quieto. Eu, conversando com o gerente do Makro, me disse: “se você quer ficar
livre desta chantagem, deveria sumir por uns tempos”, perguntei como, só se eu tirar o
conta da firma, ele disse: “vou te ajudar, vou arrumar um advogado da firma para eu
defender você.” E u disse: “se o senhor quiser me ajudar, me mande embora da firma,” ele
disse: “você é um ótimo funcionário, vou ver o que posso fazer.”
Depois de uns dias, ele me chamou no escritório e disse: “consegui o que você
queria, é uma pena, mais vou te mandar embora”. Eu agradeci ao gerente e sai para me
despedir dos colegas. Descansei uns dias em casa, sai para dar uma volta, encontrei um
amigo que me falou que uma firma americana estava precisando de funcionário para
representação de cultura.

~ 40 ~
No dia seguinte fui nesta firma conversar com a gerente que me perguntou se eu
tinha conhecimento em venda de livros, eu disseque não, e ela disse que havia gostado de
mim, me encaminhou para fazer um cursinho aqui na firma, tipo de uma preparação para
sair bem na rua. Eu fiz o curso, sai-me muito bem, gostaram muito e logo me mandaram
para a rua fazer divulgação de cultura. Os primeiros quinze dias foi uma barra pesada, sem
conhecimento dos bairros e ruas de São Paulo. Eu precisei começar tudo novamente, lá de
baixo. Fazia dez divulgações por dia, para vender uma, duas, ou três Enciclopédias „Barsa‟
por mês. Era o maior sacrifício, tinha que sair de casa, às cinco horas da manhã para
trabalhar e chegava as vinte horas da noite todos os Santos dias. O ganho era bom, mas o
cansaço era maior. Trabalhei uns oito meses, vendendo livros, ganhava um bom dinheiro,
fui um dos principais vendedores. Cansado do serviço, abandonei todos os privilégios que
consegui com muita luta.
Nos anos oitenta, comecei tudo de novo, procurei serviço na indústria pesada e
encontrei vaga de mecânico de manutenção numa empresa de autopeças. Comecei tudo de
novo, como segundo mecânico de manutenção de máquina pesada. Trabalhei nesta firma
durante doze anos. E com o passar do tempo, saindo da firma como primeiro mecânico de
máquina, aposentando-me na firma, no ano de noventa e dois.
Fiquei parado mais um ano, recebendo o salário de aposentadoria.
Eu recebi o fundo de garantia, comprei um terreno no litoral na cidade de Peruíbe,
para construir minha casa de praia, que era meu maior sonho, com as Graças de Deus, esta
foi a maior luta de minha vida, no ano de noventa e dois. Terminada a construção da casa,
realizei o meu sonho, dei uma festa de bomba, muita alegria e felicidade, tudo com amor ao
bom Deus, sonho realizado.
No ano noventa e quatro, tive uma proposta de serviço de uma colega, ia trabalhar
por conta própria. Queria montar uma empresa de Galvanoplastia, e fui convidado para
fazer a montagem. Eu estava parado descansando, perguntei qual o salário, ele disse, você
faz. Eu disse tudo bem, e no mesmo dia chamei outro colega que também estava parado e
precisa trabalhar.
Comecei tudo de novo, a mesma luta de sempre, tínhamos que desmontar a firma
de um galpão, e montar em outro lugar, foi muita luta durante uns seis meses de trabalho
forçado. Terminado a montagem foi a inauguração, depois de tudo funcionando normal o
dono convidou para ficar fazendo a manutenção mecânica e geral. Conversei com o colega
e ele topou, e disse vamos em frente. Trabalhei de noventa e quatro a noventa e seis, saindo
da empresa por conta própria.
Montei uma firma de prestação de serviço. Com um amigo sócio, o tempo foi
passando, serviços de rotina, manutenção de máquinas, serviços de serralheria, carpintaria,
pedreiro, encanador em geral. A situação da empresa não andava muito boa, comecei a
atrasar o pagamento. Para contornar a situação, comprei uma serralheira e comecei a
trabalhar para a população civil, fazer portão e gradil de ferro, trabalhava junto com o
sócio. O sócio resolveu sair da sociedade, os honorários eram poucos, mal dava para o
sustento da família, e eu fiquei sozinho com a firma.

~ 41 ~
Coloquei o filho mais velho (Carlos Aparecido) casado e com três filhos, que
estava desempregado, para trabalhar comigo. O tempo passou, levaram a firma para frente,
no começo do ano de noventa e oito, eu fiquei doente, não podendo trabalhar por ordem
médica, entreguei a firma ao meu filho. Continuei com a firma funcionando, e gerenciando
os trabalhos. Durante uns tempos a firma foi muito bem, com as Graças de Deus. Mas no
decorrer do ano, a firma começou a cair, os pedidos foram baixando, não dando nem para
pagar as despesas como aluguel, luz, água e a contabilidade, quanto mais para viver.
Meu filho disse: “Pai vou embora daqui, porque não dá mais, o Senhor me
empresta uma máquina, que eu vou montar uma firma em outro lugar fora de São Paulo?”
Emprestei umas máquinas para o filho continuar o trabalho dele sozinho, em outro lugar.
Eu fiquei com a firma e o ponto, e como não podia trabalhar porque tinha feito uma
operação no coração no meado do ano noventa e nove, me senti inválido, sem saber o que
fazer, disse para a esposa: “vou vender a firma.” Chamei um amigo que era do ramo de
serralheria e falei se ele gostaria de trabalhar de sócio comigo, disse que ele teria de tocar a
firma, como aluguel, luz, água, imposto, e que no fim dividiríamos o lucro. Ele topou,
chamei a esposa e a dona do prédio, conversamos todos juntos, combinamos de passar toda
responsabilidade da firma para o sócio e fazer o possível de levar a firma para frente.
Eu garanti que a firma ia dar bastante lucro para todos. Tudo combinado, fizemos
um contrato à mão, a dona do prédio assinou, minha esposa, o sócio e eu.
No dia seguinte ele começou a trabalhar. Durante um mês foi tudo muito bem,
ganhou bastante dinheiro, acertou as despesas, tendo bastante serviço à executar, muito
contente que até me surpreendeu com tanto movimento. Depois começou a empregar
ajudante sem experiência no trabalho e a tomar umas pingas a mais, trabalhando chutado
dentro da firma, a freguesia foi diminuindo, porque o serviço não era mais de qualidade. O
movimento foi caindo novamente, e eu deixando os honorários atrasarem e não cumprindo
com as obrigações do contrato. Eu fui chamado pela dona do imóvel, para conversar a fim
de verificar o que estava acontecendo, meu sócio deu mil desculpas, falou que ia acertar
todas as despesas atrasadas, até perguntou se eu queria vender a firma que ele comprava.
Eu disse que venderia.
Eu fiquei contente com a proposta, no dia seguinte eu e a minha esposa, fomos à
firma para fechar negócio, encontramos com o ajudante, a firma estava aberta, sem chave.
O ajudante disse: “não sei o que aconteceu, ele não me falou nada.” O vizinho disse, seu
sócio saiu ontem a noite com a mudança do prédio. Eu verifiquei as máquinas e as
ferramentas, estava faltando uma „poli corte‟ e uma „esmerilhadora‟, ele levou junto com a
mudança, para outro lugar. Eu que gosto de ajudar as pessoas, falei, meu Deus o que esta
acontecendo, porque tudo da errado, as pessoas perecem santas e por dentro são os próprios
demônios. Esta pessoa foi tão ingrata, ganhou dinheiro na firma e não soube retribuir. Saiu
da firma deixando todas as despesas atrasadas, ainda roubou duas máquinas, levando-o a
uma situação muito difícil. Eu, assumi todos os prejuízos da firma, mais um vez. Como não
podia trabalhar por ordem médica, resolvi passar para outro, as responsabilidades da firma,
sem receber nenhum tostão.
Muito triste pensei: “Meu Deus, parece que vim ao mundo para ajudar o próximo
e não a mim, tudo que está acontecendo comigo, a saúde abalada devido a operação do
coração, a situação é desesperadora, tendo que pagar os prejuízos feito pelos outros.”
~ 42 ~
Paciência, não tem muitos momentos de alegria, felicidade, doçura, é só tristeza na
aventura que carrega no coração. Com amor ao meu pai que esta no céu, abençoando todos
estes momentos de minha vida, de muita luta, desde os tempos da infância, vem correndo
atrás da aventura e ela correndo de mim, Graças a Deus, não podia me entregar ao
desanimo, porque Deus me amava, aos seus cinquenta e nove anos de idade, assim era feliz,
e no fim de noventa e nove, fechou a firma e passei os maquinários para meu filho, foi um
momento feliz em minha vida, pois ia dar ao meu filho a forma de trabalhar para seu
próprio sustento.
Por tudo que passei na vida, sabia que tinha uma cruz para carregar dali para frente,
mais fazia com muito amor ao seu bondoso Deus Criador do Céu.
Tendo passado por tantos sofrimentos, com a situação financeira abalada e com a
saúde debilitada, disse a Santa Tereza: “Nada me perturba, nada me espanta, tudo passa,
só Deus não muda, a paciência tudo alcança. Quem Deus tem, nada lhe falta, só Deus
basta. E é com estas palavras, que ele vive, com força total, para poder carregar sua cruz
com resignação, sempre pedindo ao Pai, ajuda para vencer os obstáculos da vida. E que
Deus me ajude a ter bastante saúde e felicidade, para que posso voltar com toda força,
para ver seu sonho realizado, e que minha aventura seja concluída.”
Tendo muito a fazer e com muita fé em Deus, no ano de dois mil, estava com
sessenta e um anos e muito sonho a ser realizado e pedi ao meu protetor e a mãe Maria
Santíssima que derrame as bênção sobre minha cabeça, e me conduza no caminho da
felicidade, com força no trabalho para que possa ganhar o sustento da família no dia a dia.
A vida não para. Eu não podia parar, tinha muito a construir, tanto materialmente como
espiritualmente, sendo um grande batalhador iria vencer a minha aventura de infância.
Sou um homem que não afasta o pé de minha responsabilidade, seja ela qual for,
tenho certeza que Deus vai me ajudar a cumprir todos meus objetivos na terra, tenho
apartamento, uma casa de praia, tudo isso não significa nada para mim, que pedi a Deus um
pedaço de terra, para eu cultivar e tirar o meu próprio sustento, com meu suor.
No ano noventa e nove, fui convidado pela sindica do condomínio do Conjunto
Residencial Castelo Branco, onde moro, para prestar serviço de serralheria para o
condomínio. Sendo que eu estava operado e não tinha muita força para prestar este
trabalho, chamou meu filho (Carlos Aparecido) para trabalhar comigo. Eu e meu filho
construímos mil e trezentos metros quadrados de grade em volta dos prédios, Deus lhe deu
força total, para arriscar minha vida. Sendo que nem a família e nem os amigos, queriam
que eu trabalhasse, mais com as Graças e fé que tinha em Deus e Maria Santíssima,
trabalhei de setembro de noventa e nove a janeiro de dois mil, sem parar para nada.
Terminado este contrato, eu peguei a minha família e fiz uma viagem a nossa terra natal
(Vitória do Espírito Santo), para descansar um pouco a cabeça.
Em junho de dois mil, voltei novamente a prestar serviço ao condomínio.
Reformamos mais de duzentos metros de gradil linear, e fechamos um galpão de cento e
vinte metro linear por quatro metros de altura com telha alambrado. E continuei prestando
serviços ao condomínio. Hoje eu vejo que estou completamente curado de minha operação,
pois trabalhei das sete da manhã às dezoito horas da tarde, de segunda a sábado. Com muito
amor e sinceridade no trabalho e com fé em Deus e em Maria Santíssima. Sempre pedi a

~ 43 ~
Deus, muita força e saúde para continuar sendo útil à sociedade e ao Pai. No ano
dois mil continuei a trabalhar para o condomínio, fazendo qualquer serviço que aparecesse
pela frente. Com a força que recebi do Pai do Céu, estava executando um trabalho bastante
pesado, colocação de vinte e cinco postes de luz. Canos de duas polegadas, com globos e
instalações de conduítes e fiação completa, isto tudo realizando sozinho. Pedi força todos
os Santos e ao Pai do Céu, para cumprir a tarefa. Com as Graças de Deus e a mãe Maria
Santíssima, eu realizei meu objetivo e minhas aventuras, no momento me encontro com
meus sessenta e três do anos de idade, tudo correu na mais perfeita condição de vida.
Eu sou casado com a senhora Geralda De Marchi Cuzzuol, tenho cinco filhos,
sendo três homens e duas mulheres, Carlos Aparecido Cuzzuol, Rita de Cássia De Marchi
Cuzzuol, Geraldo Tadeu Cuzzuol, Márcio Alexandre Cuzzuol e Regiane De Marchi
Cuzzuol, todos foram educados e estudados dentro de meus padrões de vida.
Carlos Aparecido foi casado com a senhora Ione Cândida de Araújo, e teve três
filhos: Natália de Araújo Cuzzuol, Vanessa de Araújo Cuzzuol e Alexandre de Araújo
Cuzzuol, todos encaminhados, Natália se casou e mora com seu marido e a Vanessa teve
uma filha, minha neta chamada Giovana. Carlos Aparecido, casou-se novamente com
Lilian, e tiveram Carlos Gabriel Cuzzuol.
Regiane Cuzzuol Pereira, casou com o Sr. Adriano Carlos Pereira, tem uma filha
Larissa Cuzzuol Pereira. Separou-se. Após alguns anos, casou-se com Carlos Alberto
Siqueira quem teve mais um filho: Pedro Henrique Cuzzuol Siqueira.
Márcio Alexandre Cuzzuol, casou-se com Cristiane da Conceição dos Santos, e
tem dois filhos: Gabriel dos Santos Cuzzuol e Bárbara dos Santos Cuzzuol.
Eu só não realizei o sonho de ver todos os meus filhos casados e todos com filhos
para aumentar a família e não deixar acabar a missão, que eu vim para a terra. Que é a
palavra de Deus, crescei e multiplicai, sobre a terra. A minha missão não terminou com
Deus, porque Deus quer muito de mim ainda.
Eu tenho muito a fazer para Deus, para ver os acontecimentos da vida.
No mês de 2002, com a saúde muito abalada, o médico me disse que teria que fazer
um cateterismo, me examinou e disse que era necessário fazer uma angioplastia extensiva,
e pensei comigo: “Oh Deus, o que está acontecendo comigo? Nesse momento tão difícil de
minha vida, não deixe que eu deite naquela mesa, me cure! Pois não posso mais trabalhar, e
tenho muito a fazer, preciso muito de sua graça!” e nesse momento senti que estava
comigo.
No dia seguinte o médico voltou a avisou que não iria mais fazer a angioplastia e
sim tratar com medicação, agradeci mais uma vez a Deus e perguntei a ele se eu poderia
continuar trabalhando, mas a resposta foi negativa.
Pensei que não poderia fazer mais nada na vida, como eu iria viver? Encostado
vendo a vida passar? Pedi a Deus pra não me deixar parar, eu precisava trabalhar.
Num belo dia assistindo tevê, vi uma senhora falando sobre árvore genealógica e
ensinando como fazer, fiquei emocionado com o que vi e senti Deus mais uma vez.
~ 44 ~
Logo peguei uma caneta e comecei a rabiscar, desenhei umas arvores e coloquei
nomes dos meus antepassados e familiares, sentia muita emoção, porque era uma dádiva
que eu estava recebendo. Deus me deu poder e muita garra pra levar o projeto em frente,
até eu executar a primeira arvore e colocar no quadro. Foi pra mim a mão de Deus
conseguir juntar todos aqueles nomes e conseguir montar o quadro. Depois ofereci a
algumas pessoas da minha família como forma de agradecimento, e continuei com o projeto
que Deus havia me dado.
Assim o ano de 2003 chegou, sem que eu parasse no tempo me lamentando com o
sofrimento, aparecendo em minha vida uma pessoa e me ajudando pra que eu não parasse,
com muita responsabilidade e honestidade, a sindica do condomínio, Maria Laura Escobar,
chamou-me para trabalhar com ela, como conselheiro, e pra mim foi uma dádiva a qual fui
muito agradecido.
Chegando em 2004 eu estava pensando como iria viver só com a aposentadoria, e
recebi mais uma dádiva de Deus, quando uma amiga da família telefonou avisando sobre
uma reportagem que passava na televisão com um senhor ensinando a fazer flores de
garrafa pet. Assisti ao programa até o final e disse a minha esposa que iria fazer lindas
flores iguais aquelas pra ela, mais ela disse que talvez ele não conseguisse por não ter as
medidas exatas nem os moldes. Mas acreditando que Deus me iluminaria em meu caminho,
comecei com algumas experiências, cortando pétalas de flores e folhas, pra montar meu
primeiro vaso, o que resultaram em lindas tulipas.
Mostrei a algumas vizinhas que adoraram, e como o dia das mães estava chegando,
resolvi homenageá-las com um vaso pra cada.
Daquele momento em diante, minha vida mudou e Deus iluminou meu projeto pra
seguir em frente, comecei a reparar nas flores que Deus criou embelezando a natureza e
assim copiei a beleza para enfeitar nossos lares e jardins.
Hoje fico muito feliz por poder copiar algo que Deus criou, ainda ajuda, mesmo
que pouco a limpar a natureza das impurezas que destroem sua beleza. Sentindo-me alegre
e feliz, comecei a passar tudo o que sabia para crianças e adultos, tendo o prazer de ensinar
o que Deus me ensinou com muito amor e carinho, pra que aprendam também a
conservarem a natureza, pois a poluição só traz doenças e tristeza para a humanidade.

Eu sou o homem de hoje, e o meninão de ontem, com uma linda história de vida,
desde a infância, a juventude e o casamento. Percorri muitos caminhos na vida, cortando
barro, água e areia para trazer, paz, saúde e felicidade para a família.
Sou um homem que lutou muito na vida, para o bem social da família, com todos
os obstáculos que passei na vida desde a infância em Mundo Novo interior de Vitória do
Espírito Santo até hoje em São Paulo, sempre cumpri com minhas obrigações, sempre
consegui levar a vida em frente.

~ 45 ~
Eduquei meus filhos, dei estudos como pude, nunca “deixei a peteca cair”.
Sempre dei a volta por cima, com a proteção do Criador do Céu. Sou um pessoa
transparente e de muita dignidade em tudo à fazer, não arredo os pés em nada. Homem de
muita coragem, respeitador das leis da terra e Divina, cumpro os mandamentos conforme o
ensinamento do Pai, e as normas da vida.
Tenho muita responsabilidade e honestidade no modo de agir no trabalho, onde
todos me admiram. Sou um homem muito frágil em meus conceitos, tenho ótimo
comportamento como pessoa, faço de tudo para ajudar as pessoas, para que vejam a vida
como ela é, tanto material como espiritual. Sou uma pessoa muito religiosa, tenho muita fé
no Criador do Céu. Tive muitos momentos de alegria, felicidade e paz na vida, mais
também tive muitos momentos de tristeza, desgosto e desespero, porém tudo contornado
pela grande fé em Deus. Hoje sou um profissional aposentado, melancólico por motivo de
saúde com a cirurgia, tenho conceito de vida diferente dos tempos de juventude, onde era
muito ambicioso, vivia sonhando com a expansão da vida, queria ser uma pessoa poderosa.
No começo desta história, no ano de cinquenta e sete, falei sobre a cigana que leu
minha mão, e tudo que ela disse aconteceu, é só prestar muita atenção em todo relato.
Hoje só lhe resta como aposentado olhar a vida passar, pois a saúde já não ajuda às
novas aventuras. Fim da aventura do meninão, BENITO CUZZUOL.

Eu ganhando a condecoração dos Bons

~ 46 ~
Quando era criança
minha mãe falou.
Filho, estuda para ser
um doutor.
Para você ter paz e amor
E não igual ao seu pai, lavrador.

Estudei até o quarto primário


para alegrar minha mãe.
Sem recurso financeiro
não estudei mais não.
Terminei saindo de casa
para trabalhar de peão e
receber ordens de patrão.

Trabalhei com tropa de burro,


do raiar do dia ao anoitecer,
o que ganhava
só dava para comer.

Trabalhei como tropeiro


até tomar uma decisão,
foi embora para o exército
para roça não voltei
mais não.

~ 47 ~
Mundo Novo, terra onde nasci,
até os dezoito anos, ali vivi
foi para o exército
cumprir minha missão,
de ser brasileiro,
patriota de coração.
Ali aprendi, ser um cidadão,
para defender nossa Nação.

Aos doze meses o exército deixei.


Voltei para Mundo Novo, outra vez.
Foi parar, onde trabalhava,
pra falar que para lá,
eu não voltava.

Voltei para João Neiva,


onde morava meu irmão.
Combinei com ele
de pagar pensão.

Fui logo atrás de um emprego arranjar.


Porque meu sonho era trabalhar,
para eu poder casar.

Trabalhei numa firma de peão.


Trabalhei dia e noite
para ganhar o pão.

~ 48 ~
Fiz uma economia,
comprei um caminhão,
de sociedade com meu irmão.

Trabalhei com caminhão


uns doze meses sem parar
porque eu tinha um
sonho a realizar,
era com minha noiva
casar.

Rio Piraquê-Açu

Rio Piraquê-Açu, natureza


Que Deus criou.
Nascem na montanha,
De Santa Teresa.
É a beleza do lugar.
Passa pôr diversos municípios
Até no mar desaguar.

Este rio, no passado,


Não tinha nome.
Os índios que por ele,
Navegava.
Chamava de Peixe Grande.
Até os primeiros homens ,

~ 49 ~
Que por ele navegar,
E seu nome colocar.

Era um montão,
De águas cristalinas.
Com peixe Deus criou,
Para a população.
Sua sede saciar.

E com peixe
Se alimentar.

Era um montão
De águas que corria,
Pelos vales cobertos
De mata virgem,
Para a terra separar.

Tem uma linda


cachoeira, com mais
De sessenta a oitenta metros de altura.
É a beleza do lugar.
Só quem subisse,
Era a pé, para
o ronco dela ouvir,
e poder se encantar
a natureza que Deus criou,
para o homem amar.

~ 50 ~
Tem sessenta a oitenta
metros de altura, por
doze metros de largura.
É um fundão.
Os homens
chamam cachoeira do inferno
por causa da escuridão.

O Homem tinha medo,


De por ela passar,
E nadar.
Ela era um paraíso
Os homens não sabia
Aproveitar.

Só quem subiu,
Era a pé, por trilha,
Na mata virgem.
Escalando montanha
De pedra, pendurado no cipó.
A história podem
Contar.

Escrevo porque,
Na juventude,
Com meus colegas,
neste paraíso de puçal
lagosta nós ia pescar.

~ 51 ~
Passamos o dia inteiro
Encantado. Com o ronco

No ouvido, parecia uma


Magia de lugar,
nem para casa
pensamos em voltar.

Com caimento da
Água no fundão,

Parecia
um toque de violão.
Como uma sereia cantando
no mar, ela querendo
em hipnotizar, para
com ela ficar.

Quanto mais você ouvia,


mais emoção no coração
você sentia, querendo
na água funda se
jogar, para ali
com ela ficar.

Deus criou a natureza


Para os homens controlar.
E amar mais a Deus.

~ 52 ~
Com o coração, não
Destrua, o que ele
Criou não...

Aqui termino as frases,


Muito emocionado.
Com o coração estraçalhado

Cada vez que volto lá.


Fico muito acabado .
A beleza que Deus criou

Com o coração,
O homem destruiu
Com a própria mão.

Ah! Se eu fosse uma


Gaivota, que neste
Céu livre pudesse Voar.
Voava de rio acima
Para nesta cachoeira
funda pousar.
Construía o ninho
Para nunca mais Voltar.

~ 53 ~
Mundo novo
Interior do Estado do Espírito Santo,
sua história .
Como surgiu esse povoado.

~ 54 ~
A
história de um povo italiano, que lutava na sua terra natal para adquirir sua
independência e sua sobrevivência. Deixaram sua terra natal, família, parentes
e amigos para trás, a fim de realizar seus sonhos no Brasil.
Embarcaram num navio de imigração italiana, com destino ao Brasil. Vieram
cortando as águas, durante dias e noites, passando fome, sede, frio e más
situações, para vir ao Brasil, realizar seus sonhos e suas independências.
Aventuras: ao chegarem no Brasil, as famílias desembarcaram em Vitória e
seguiam para Santa Cruz, hoje Aracruz, onde repousaram alguns dias. Depois tomaram
canoas para Córrego Fundo, depois se acomodaram em barracas. Em seguida, abriram
picadas nas matas virgens e alcançaram as terras da vila Guaraná. Seguiram depois para
outros lugares como, Pau Gigante, hoje Ibiraçu, descoberto pode se dizer por Italianos. Os
imigrantes que tanto sofreram quando ali chegaram, abrigados em barracas, abrindo
estradas nas matas virgens, abateram as florestas, lutaram, mais venceram.
Muitos que seguiram em frente, rompendo todos os obstáculos que encontraram
pela frente, seguiram com destino para Rio Clotário, hoje Demétrio Ribeiro, Acioli,
Cavalinho, São Carlos, Alto Bergamo, João Neiva, Rio Taquaruçú, etc. Das muitas famílias
italianas, que estão relatada, subiram o Rio Piraquê-Açu e foram abrindo os caminhos nas
matas virgens, desmatando e adquirindo os lotes para construir Mundo Novo. Foram os
imigrantes italianos: Angelin Cometti, Batista Cometti, Luiz Prandi, Francisco Reali, Felipe
De Marque, Luiz Frigini, Luiz Possiol, Antônio e José Possiol, José Nossa, Juanin Nossa,
estas famílias ficaram do lado esquerdo do Rio.
Antônio Sarcinelli, João Nardi, Vicente Romano, João Bala, João Nossa, Batista
Frigini, Luigi Frigini, Angelo Rossoni, Angelini Cometti, Batista Prandi, essa famílias
ficaram do lado direito do Rio.
Os italianos imigrantes que vinham para o Brasil, já vinham com destino certo,
trabalhar nas lavouras dos tubarões que ali existiam. Cortavam as matas para fazerem
plantações, e outros tiravam as toras de madeira de lei, para os tubarões exportar para
outros países. Muitos dos italianos relatados, logo tomaram a sua decisão e foram atrás dos
seus sonhos, que era ter um pedaço de terra para sua plantações.
Trabalharam colhendo café de meia com os fazendeiros.
Quando chegaram nas matas, foram desmatando e apossando-se das terras.
Construíram suas casinhas, com madeira de primeira qualidade, as colunas e as vigas eram
trabalhadas a mão, as paredes feitas de pau a pique e barro amassado com os pés, os
telhados feitos de tabuinhas de madeira de primeira qualidade, as pinturas eram de argila
misturada com água.
De família em família, que vinham, apossavam-se das terras e construíam suas
casas. Começaram a cultivar as terras, para suas plantações, e assim começaram a construir
MUNDO NOVO, que era um lugar de matas virgens.

~ 55 ~
Essas matas eram separadas por um rio com muita água. As matas do lado direito
do rio, eram separadas por dez riachos, que desciam das montanhas e desaguavam no Rio
Grande.
As matas eram a morada dos animais selvagens: onças, macacos, pacas, cotias,
veados, antas, cobras, sapos, cachorros do mato, gatos selvagens, e muitos pássaros que
encantavam as matas.
Os italianos foram cortando as matas perto do rio e foram fazendo plantações de
milho, feijão, arroz, cana, banana, mandioca, frutas e hortaliças. Para começar a vida, de
pouco a pouco, foram espantando os animais para longe.
Essas foram as primeiras famílias que se apossaram das matas e fundaram Mundo
Novo. Também tinham como vizinhos os lugares: Santo Antônio, Rio Taquaruçú, João
Neiva, Ibiraçu, Demétrio Ribeiro e São Carlos.
Os italianos viviam da caça e da pesca no rio Piraquê-Açú. Neste rio tinha muitas
raças de peixes: cará, piaba, traíra, piau, jundiar, mandi, peixe prata, moreia, robalo, boca
de cachorro, muçum, peixe pedra, camarão, lagosta, etc.
O lugar foi crescendo e as famílias aumentando. E as matas sendo derrubadas.
Com o crescimento do lugar surgiram as famílias: Cusiolete, Souza, De Marchi,
Floresta, Borges, Pianca, Cuzzuol, Januário, Sant‟Anna, Paixão, Rampinelli.
No princípio era uma comunidade, de famílias amigas, unidas e muito católicas.
Essas famílias eram de lavradores, que trabalhavam na lavoura e viviam do cultivo das
terras.
As famílias não tinham nenhuma cultura, o que faziam de bom era cultivar as
terras. Trabalhavam de manhã à noite na roça, no cabo da enxada e da foice, preparando a
terra para plantações. As famílias tinham criações de vacas, bois, carneiros, cabritos,
galinhas, patos, porcos perus, cavalos, gatos, cachorros, etc. Também pescavam no rio que
cortava Mundo Novo, e dividiam os peixes com a comunidade do lugar.
A cor do dinheiro, só se via, um vez por ano, na colheita do café. As famílias se
reuniam na roça e faziam uma grande festa. Todos cantavam e gritavam com muita alegria,
porque estavam prestando um bem ao outro. Quando acabava a colheita do café, as famílias
se reuniam e festejavam, com danças que iam do sábado ao amanhecer do domingo. Os
proprietários das terras convidavam as meninas e as mulheres, para rezar a ladainha em
suas casas, depois da reza, tinha comes e bebes para todos. As famílias apesar de muito
pobres, tinham muita fé em Deus. A religião dominante era a católica.
No lugar só tinha uma igrejinha, onde as famílias rezavam à Deus. Em Mundo
Novo, a comunidade faziam festas em louvor a Deus, para pedir o progresso do lugar.
Também tinha um cemitério, onde as famílias sepultavam seus entes queridos.
Todas as pessoas deste lugar, quando perdia um ente querido, as outras se juntavam para
levantar a moral, a auto estima e a situação financeira.
As pessoas deste lugar, ou eram colonos, ou donos de terras ou meieiros.

~ 56 ~
Os meieiros, trabalhavam de meia com os proprietários, tudo que plantava e colhia
era divido à meia. As famílias de Mundo Novo, eram honestas e festeiras, comemoravam
os dias Santos com muita rezas e ladainhas. São João, São Pedro, Santo Antônio, São José
e dias de todos os Santos. Esses Santos eram comemorados com muitos fogos, fogueiras e
cantigas de roda no terreiro. Dançavam até o dia amanhecer. Tudo era festa para as
famílias de Mundo Novo. As famílias foram crescendo de acordo com o progresso do lugar,
e também se misturando com o casamento entre italianos e brasileiros. A mistura dos
italianos e brasileiros formaram uma comunidade de línguas enroladas, ninguém entendia o
que falavam. Os filhos que nasciam, não sabiam se falavam italiano ou português, não
aprendiam a falar nem uma, nem outra e ficavam falando frases totalmente erradas, era uma
confusão só. De pouco a pouco os italianos foram diminuindo e os brasileiros crescendo e a
comunidade mudando seus hábitos. Os donos das terras foram vendendo seus sítios para os
fazendeiros, que começaram a trazer os caboclos para trabalhar em suas plantações.

~ 57 ~
A comunidade foi se misturando cada vez mais. Com o tempo, os velhos italianos,
foram partindo desta vida para outra, e os filhos assumindo seus lugares e mudando seus
princípios de acordo com a nova mentalidade.
As famílias, começaram a se unir no casamento de cor diferente, brancos casados
com os caboclos. E o lugar ficou numa grande mistura de cor e raça.
O lugar com o passar dos tempos foi perdendo a origem italiana. As vinte e cinco
famílias que foram misturadas, não falam mais a língua italiana e mal a portuguesa, falam
as frases arrastadas do interior.
Os filhos dos velhos italianos que faleceram, casaram e tiveram seus filhos
brasileiros e cresceram como as famílias escrita aqui.
A família de João Nossa, Pai: Carmem, Olga, Ana, Jacinta, Deigmar, Maria,
Tereza, Catarina, Luzia, Manoel, Damião, filhos.
A família de Ingelin Cusioli, Pai : José, Lide, Bina, Antônio, filhos.
A família de Odorico de Souza, Pai: Clovis, Glória, Pedro, Ana, Elois Claudio,
filhos.
A família de Henrique De Marchi, Pai: Cizira, Luiza, Santa, Izaldina, Sebastião,
Geralda, Neusa, Dalva, Manoel, Pedro, filhos.
A família Luiz Borges, Pai: Maria, Lindaura, Antônio, Mercedes, filhos.
A família Richeire Pianca, Pai: Luiz, Jandira, Jarci, André, Creuza, Maria, filhos.
A família Batista Frigini, Pai: Domicio, Tereza, Maria, Carmelita, Josefa, João,
filhos.
A família de Manoel Januário, Pai: Iracema, Ermelinda, Dejanira, João, Oswaldo,
filhos.
A família João Demarque, Pai: Lúcia, Maria, Antônio, Hervira, Dometila, Jusefina,
Otávio, filhos.
A família Francisco Reali, Pai: João, César, Carola, Deolinda, Luiz, Aderico,
Antônio, filhos.
A família Luiz Prandi, Pai: Angelin, Carola, rosa, Páscoa, filhos.
A família Pedro Cometti, Pai: Lasteme, Editt, Alair, Deolinda, filhos.
A família César Cometti, Pai: Elizio, Arlindo, Hilda, Maria, filhos.
A família Beatriz Rossoni Prandi, Mãe: Benedito, Alexandre, Antônio, Rosa,
Joviliano, Francisco, Silvestre, filhos.
A família Luiz Cuzzuol, Pai: Natalina, Norberto, Benvindo, Maria, Cecilio,
Arlindo, Benito, filhos.
A família Domicio Frigini, Pai: Alair, Izaura, Ines, Altair, Pio, Batista, filhos.

~ 58 ~
A família Pedro Sant‟anna, Pai: Herene, Carmem, Jurema, Devanir, Maria, Tadeu,
Nair, filhos.
A família Emílio Sant‟anna, Pai: Luci, Nezilda, Sebastião, Osvaldo, Antônio,
Nelita, filhos.
A família Bepe Nossa, Pai: Laura, Noema, Izabel, Alzira, Carlinho, Itersidon,
filhos.
A família Ancelmo Bala, Pai: Amadeu, Olga, Domingo, Danilo, Américo, filhos.
A família Juca Paixão, Pai: João, Jessé, Jeni, Izaias, Zequinha, filhos.
A família de Izidorio Vardi, Pai: Amadeu, João, Anita, Conceição, Richeire,
Augusto, José, filhos.
A família Luiz Rampinelli, Pai: Primo, Santos, Orlando, Delicio, Havé, Pedro,
Maria, Hilda, Celita, filhos.
Todas essas famílias deram continuidade a Mundo Novo.
Eu relato esta história, porque nasci lá, a dois de março de mil novecentos e trinta e
nove, conversei muito com meus avós italianos e aprendendo com o passado deles. Tudo
que eles me contavam, eu gravava na mente, como se fosse um filme. A casa onde meus
pais moravam foi construída de madeira de boa qualidade pelos meus avós. Vivi neste lugar
até os dezoito anos de idade. Morei com meus familiares, até os catorze anos, quando saí
em busca da minha independência e de melhor situação financeira, pois esse era meu
sonho. Cada vez que volto a esse amado lugar, tenho muitas recordações. Fico muito triste
e decepcionado ao ver que o lugar onde meus pais nasceram e morreram, não tem mais
aquela alegria do passado. As rezas, as festas na comunidade, as danças aos sábados, o
futebol aos domingos, os cantos dos pássaros, o cheiro do ar puro das matas verdes, os
assovios dos macacos, os gritos das ciricorias, os roncos das cachoeiras, os gritos dos
papagaios, etc.
E tudo que era belo, inclusive o rio que cortava o lugar, e era nossa vida, e a beleza
do lugar, pois era nele que as famílias se banhavam e alimentavam-se com seus peixes.
Tudo isso está desaparecendo por pura maldade dos homens. Os fazendeiros, foram
comprando as terras e derrubando as matas perto do rio, e plantando pastos para seus gados,
matando tudo o que era amado por nós. As matas verdes morreram e o nosso amado rio está
morrendo também. Está pedindo socorro, está doente. Está precisando de remédio para
acabar com a doença. A doença do nosso rio, é o desmatamento das matas, que o homem
fez e vem fazendo nas nascentes do nosso Córrego, no meio do valões das montanhas.
Cortaram toda a floresta que cobria a nossa nascente de água. Os nossos
antepassados não deixavam as pessoas cortar uma árvore sequer, nas nascentes de água.
Cuidava da nascente com muito amor e carinho, limpando todos os obstáculos que ali
houvesse. Tirando toda as doenças que matavam a natureza, que da terra brotava, para
matar a sede da população. Depois que nossos entes queridos faleciam, os filhos que
passaram a tomar conta no lugar dos pais, não importavam com o que Deus criou, a
natureza. De pouco a pouco foram destruindo tudo que os velhos deixaram, com tanto amor

~ 59 ~
e carinho. Os dessedentes que ali ficaram foram destruindo como nada era de valor,
cortavam as árvores, matando a sobra que Deus criou para cobrir aquela beleza, que matava
a sede de seu povo.
Só em Mundo Novo, tinha mais ou menos vinte e cinco Córregos que nasciam nas
montanhas, no meio das matas virgens e desaguavam no nosso amado Rio Grande. Esse
Córrego que da montanha vinha, era a saúde do nosso amado Rio.
Os Córregos morreram, e o nosso amado Rio está morrendo também, por pura
maldade do homem que não fizeram nada para salvar a natureza tão bela que ali nascia. O
nosso amado Rio que dava vida a seus filhos, como as lontras, jacarés e os peixes que ali
viviam. E outros animais que ali existiam, muitos acabaram e outros estão em extinção.
Desde das montanhas, nas matas de Terra Fria, aonde esta natureza nasce, vem rompendo
com força com força que Deus deu. Cortando barros e areias, matos, pedras, para fazer sua
trilha, e formar esse enorme espaço de água que banha a população de terra fria, Santo
Antônio, Mundo Novo, João Neiva e outros lugares.
Vamos acordar e pensar um pouco, como os nossos antepassados de cento e
cinquenta ou mais anos atrás. Que ocupava esse espaço de terra e matas virgens que cobria
está quantidade de água como era de doze metros de largura, por dois ou mais metros de
profundidade. Aonde os nossos antepassados tomavam banhos, nadavam, pescavam e
andavam de canoas, navegando com suas famílias. Os poderosos cortavam madeira de lei,
como jacarandá, peroba, cedro, ipês, braúna, sapucaia e outras e transportavam pelo nosso
amado rio e vendia para exportador para enriquecer a sua economia sem pensar que estava
destruindo o que Deus deixou para a natureza. E a beleza que a população apreciava. Sem
pensar que um dia seus filhos pagariam por isso. A mais de cinquenta anos atrás conheci
esse espaço de água com mais de doze metros de largura, por dois de profundidade.
Hoje das lindas cachoeiras do Inferno até João Neiva, a pessoa pode atravessar,
pulando de pedra em pedra, sendo que no tempo passado, só podia atravessar esse rio, por
meio de pinguela ou nadando a braçadas. Quantas vezes atravessamos este lindo espaço de
água nadando. Quantas vezes pescamos nessas águas, pegando peixes para matar a fome
das famílias. Quantas pessoas tomavam banhos nestas águas para limpar seu corpo. E hoje
esse espaço de água limpa seu corpo, mata sua fome, sacia sua sede, não porque o rio está
doente, está precisando de remédio, ou melhor dizer, estão matando nosso Rio. É com
tristeza que afirmamos esse fato, porque com a morte do rio, também morrera Terra Fria,
Santo Antônio, Mundo Novo, João Neiva e outros lugares. No futuro se as coisas
ocorrerem como estão, certamente outras gerações encontrarão aqui só as pedras, secas
implorando um pouco de água, e vestígio de uma população que passou por aqui. É com
tristeza que podemos analisar esse fato que ocorreram a menos de cento e cinquenta anos.
Acorda homens, que administram esse espaço de terras e de águas, que ainda mata sua
fome, sacia sua sede e limpam seu corpo da sujeira.
A população de hoje vive matando sua sede com um pouco dessa água cristalina,
que brota da sua natureza e corre por quilómetro de encanamento até chegar a sua torneira.
Será que não temos parado para pensar nisso. E agora o que podemos fazer. Isso depende
de cada um de nós escolher. Ou vamos nos conscientizar e analisar a realidade do que
ocorreu ou caminhamos inexoravelmente para destruir o pouco que ainda resta. A
população inteira precisa parar para pensar no futuro.
~ 60 ~
As crianças que ali nascem, a quem o futuro pertence, terão de ser orientados a
respeitar a natureza e construir o que foi devastado. Desde os jovens, aos adultos e idosos
que vivem dela sabem que se continuarem a destruir o que ali existe, pode acabar.

~ 61 ~
Temos que conscientizar a população que podemos ter tudo de novo, das matas
verdes, dos roncos da cachoeira dos assovios dos macacos, dos cantos dos canários, dos
cantos das cericórias nas margens do rio e do sabiá da laranjeiras.
E de todos os animais que ali viviam e criavam famílias como a natureza deu.
Como podemos voltar ao passado. Sim, podemos voltar plantando as árvores que nós
destruímos com a nossa própria mão. Cada árvore cortada por nós na beira da nascente, nós
devemos plantar outra. Assim nós estamos dando vida natureza que Deus criou. E voltamos
a ver como eram no passado. A beleza das matas, os peixes que ali viviam, as lontras que
ali nadavam, os jacarés que ali se banhavam e os animais que da água bebiam.
Tudo isso pode voltar em momentos que nós continuar a dar continuidade a
natureza que Deus criou. Era tão maravilhoso você acordar de manhã e olhar para aquelas
montanhas e ver as árvores todas floridas e os pássaros se alimentando, as abelhas saciando
o seu mel. Hoje nada disso existe porque o homem devagar foi destruindo tudo por
maldade, hoje você olha de um lado para o outro só vê montanhas de pedras descobertas e
pastos para os gados. Assim vemos Mundo Novo, velho acabado, sem poder suspirar para
viver. Não vivo neste lugar a mais de quarenta anos, mais tenho muitas histórias a escrever.
No ano dois mil e dois, voltei neste amado lugar, que nasci, subi o nosso Rio acima, andei
pelo morro e encontrei pedaço de coluna de madeira da casa dos meus avôs, aonde nasci,
apodrecendo. Lembrei do meu passado. Quantas carreiras ali eu tinha dado, voltei a ver
como eu era criança, toda embananada, falando as frases todo errada. Uma das coisas que
me emocionou muito foi eu ver um colono muito animado com seu arado , arando as terras
nos pastos para fazer plantações e colonizados as terras de cafezais e de árvores frutíferas
dando o verde que Deus criou. Se todos que ali vivem, fizesse a mesma vegetação, o
mundo velho seria outro, como no passado, Mundo Novo. As famílias que construíram
Mundo Novo, com tanto carinho e amor, morreram e o lugar está morrendo também. As
antigas casas feitas por nossos antepassados foram destruídas e queimadas pois eram de
madeiras.
Das vinte e cinco famílias que nasceram ali, só restam algumas. A maioria das que
lá estão, vieram de outras regiões. Só resta algumas famílias que nasceram no lugar, de cem
anos atrás.
Mundo Novo, não é mais aquele lugar dos encantos das matas verdes, dos cafezais
floridos, do milharal, das montanhas, das águas dos riachos que cortavam as matas e dos
pássaros que cantavam ao amanhecer, do bate martelo, da araponga, dos cantos dos
canários da terra nos telhados das casas, do canto do sabiá laranjeira, dos cantos dos galos
no galinheiro ao raiar do dia, e das festas dos cabritos com as cabras em baixo dos
assoalhos das casas, os cavalos relinchando nos pastos namorando com as éguas, a cericória
cantando nas margens do rio, dos tatus fazendo buracos no pasto para criar seus filhotes.
Tudo isso era a maravilha e alegria do lugar.
As famílias que ali vivem não falam mais das raízes italianas, que fundaram
Mundo Novo. O povo italiano que ali chegaram para aventurar a vida, enfrentaram muitas

~ 62 ~
dificuldades. Mais era um povo corajoso, enfrentaram animais ferozes, cobras venenosas,
mosquitos da febre amarela, e tudo que era prejudicial a vida do homem.
Mais com força de vontade, venceram todos os obstáculos, que encontraram pela
frente. Esta é uma história de um povo italiano, que deixaram suas raízes na Itália e vieram
com a semente, cortando águas, dias e noites num navio de imigrantes, para se aventurar
em outro Continente.
Chegando nesta terra diferente, os italianos foram habitar as margens do rio
Piraquê-Açú, e plantaram a semente e a semente germinou e multiplicou.
Assim formaram um lindo e maravilhoso lugar, chamado MUNDO NOVO.
Porém este lugar hoje, é moradia de caboclos que cuidam das lavouras dos
fazendeiros.
Mundo Novo que era um lugar maravilhoso, hoje é considerado um deserto, porque
das vinte e cinco famílias que lá existiam, só restam três famílias de caboclos.

Salve, Salve, os imigrantes


que a Itália tem deixado.
Vieram para o Brasil,
para pegar, facão, foice, enxada e machado.

Tinha tudo para ser agricultor.


Pegava seu facão, para na mata entrar.
Fazendo um trilha para os homens passar.

Chegando na mata virgem.


Era só uma escuridão.
Pegava sua foice
para o mato cortar
e abrir um clarão.

Por mata adentro eles entravam,


com machado na mão.

~ 63 ~
Quando via uma árvore,
grossa de peroba
logo jogava no chão.
Sem saber que um dia,
iria chorar sem perdão.

Porque cada árvore cortada.


Era descoberta a natureza,
as matas choravam,
de muita tristeza.

Porque daquela árvore


era feita as suas florestas.

Salve, Salve os italianos


que no Rio Piraquê-Açu,
vieram navegar.
Com a sua canoa trazia
ferramentas para os homens trabalhar.

A cem anos ou mais atrás


chegaram entres serranias
as árvores opulentas na
gigantesca floresta
eles penetraram
empunhando vigorosamente
suas ferramentas.

~ 64 ~
História da árvore
da família Cuzzuol nascida na Itália,
cidade de Treviso
e frutificada no Brasil.

~ 65 ~
J
oão Cuzzuol, nascido na Itália, cidade de Treviso, casou-se com a Sr.ª Ângela Bosan,
e do matrimonio nasceu o filho Francesco Cuzzuol.
Francesco começou um romance com Giovanna Mazzutt, natural da cidade de
Treviso, e chegaram ao casamento. Tiveram quatro filhos.
Ângela, Luigi, Francesco Filho e Rosa. Francesco com 56 anos, Giovanna com 50
anos e os filhos Ângela com 16 anos e Luigi com 12, Francesco Filho com 10 e a Rosa com
8 anos, deixaram sua terra natal e família para traz, para embarcar em um navio com
destino ao Brasil, para realizar seus sonhos e independência.
Chegaram ao Brasil em 1887, na capital Vitória do Estado do Espírito Santo, e de
lá seguiram para o interior, na cidade de Santa Cruz, hoje Aracruz, onde repousaram alguns
dias. Subiram de canoa para Córrego Fundo e acomodaram-se em barracos. Logo foram
para Conde D‟Eu, que hoje é Ibiraçu. De lá foram para Pendanga. Adquiriram sua terra e
independência. Construíram uma casa de madeira, abateram a floresta e começaram com as
plantações: milho, feijão, arroz, mandioca, cana, banana e outras coisas. Iniciaram criação
de porcos, galinhas, vacas e cavalos. Os filhos cresceram, casaram e seguiram seus
caminhos.
LUIGI CUZZUOL E ITÁLIA BONARETTI, namoraram e chegaram ao
casamento. Itália filha de Luigi Bonaretti e Anunciata Gardi, italianos de Genova.
Começaram a vida a dois no povoado Rio Taquaruçú. Compraram um sítio com bastante
terras e passaram a cultivar as terras para suas plantações. Trabalhavam na roça de manhã à
noite para seus sustentos. Plantavam: milho, arroz, feijão, mandioca, banana, cana, frutas e
hortaliças. Tinham também suas criações de: galinhas, porcos, perus, gansos, galinholas,
vacas, cavalo, cachorro e gato. Viviam do seu próprio suor. Tinha o rio que cortava o sítio
de um lado para o outro, com bastante raças de peixes.
Neste povoado, Luigi Cuzzuol e Itália Bonaretti, tiveram doze filhos: Ermelinda
Cuzzuol, Francisco Cuzzuol, Herminia Cuzzuol, Constância Cuzzuol, Luiz Cuzzuol,
Leonora Cuzzuol, Joana Cuzzuol, Ricardo Cuzzuol, Maria Cuzzuol e José Cuzzuol,
Angelina Cuzzuol e Anunciata Cuzzuol.
ERMELINDA CUZZUOL (Tia - In Memorian), filha de Luigi Cuzzuol e Itália
Bonaretti, nasceu no Rio Taquaruçú. Na sua infância não estudou só ajudava os pais na
roça. Conheceu o jovem Eugênio Carlesso de outro lugar, Demetrio Ribeiro. Começou a
namorar e chegaram ao casamento. Depois de casado foram viver a vida a dois com muito
amor e carinho até a morte os separar. Tiveram oito filhos: César Cuzzuol Carlesso,
Ancelmo Cuzzuol Carlesso, Lino Cuzzuol Carlesso, Narciso Hilário Cuzzuol Carlesso,
Claudio Cuzzuol Carlesso, Elizio Cuzzuol Carlesso, Angelina Cuzzuol Carlesso e Eleonor
Cuzzuol Carlesso.
César Cuzzuol Carlesso, filho de Hermelinda Cuzzuol e Eugênio Carlesso. Nasceu
em Demetrio Ribeiro. Na sua juventude conheceu a jovem Matilde Carrareto, começaram a
namorar e chegaram ao casamento. Depois de casados foram viver a vida a dois com muito
amor com as Graças de Deus. Tiveram quatro filhos: Vaidir Carrareto Carlesso, José Luiz
Carrareto Carlesso, Maruza Carrareto Carlesso e Miguel Claudio Carrareto Carlesso.

~ 66 ~
José Luiz Carrareto Carlesso, filho de César Carlesso e Matilde Carrareto, nasceu
em Demetrio Ribeiro. Na sua juventude namorou e casou com a jovem Maria José Queiroz,
até este momento não tem filhos.
Vaidir, Maruza e Miguel Claudio, até esse momento estão solteiros.
Ancelmo Cuzzuol Carlesso, filho de Hermelinda Cuzzuol e Eugênio Carlesso,
nasceu em Demetrio Ribeiro. Na sua juventude namorou e casou com a jovem Amable
Lecche. Tiveram quatro filhos: Odette Lecche Carlesso, Ademir Lecche Carlesso, Adélio
Setembrino Lecche Carlesso e Luziente Maria Lecche Carlesso.
Odette Lecche Carlesso, filha de Ancelmo Carlesso e Amable Lecche. Nasceu em
Demetrio Ribeiro. Na sua juventude namorou e casou com jovem Artur Antônio Conti.
Tiveram dois filhos: Artur Antônio Conti Júnior e Julierme Carlesso Conti.
Ademir Anselmo Lecche Carlesso, filho de Ancelmo Carlesso e Amable Lecche.
Nasceu em Demetrio Ribeiro. Na juventude namorou e casou com a jovem Salete Maria
Giacomin. Tiveram três filhos: Leandro Giacomin Carlesso, Cássio Giacomin Carlesso e
Lucas Giacomin Carlesso.
Adélio Setembrino L. Carlesso, filho de Ancelmo Carlesso e Amable Lecche
Carlesso. Nasceu em Demetrio Ribeiro. Na sua juventude namorou e casou com a jovem
Merys Eliane Tótula. Tiveram três filhos: Naiane Tótula Carlesso, Luan Tótula Carlesso e
Letícia Tótula Carlesso.
Luziente Maria Lecche Carlesso, filha de Ancelmo Carlesso e Amable Lecche
Carlesso. Nasceu em Demetrio Ribeiro. Na sua juventude namorou e casou com o jovem
Luiz Inácio Guzzo. Tiveram dois filhos: Leoncio Carlesso Guzzo e Lorayne Carlesso
Guzzo.
Lino Cuzzuol Carlesso, filho de Hermelinda Cuzzuol e Eugênio Carlesso. Nasceu
em Demetrio Ribeiro. Na sua juventude namorou e casou com a jovem Catarina Scarpate.
Tiveram dois filhos: Cleone Scarpate Carlesso e Eleonor Scarpate Carlesso.
Cleone Scarpate Carlesso, filha Lino Cuzzuol Carlesso e Catarina Scarpate.
Nasceu em Demetrio Ribeiro. Na sua juventude namorou e casou com o jovem Amilton
Borghi. Tiveram dois filhos: Ronaldo Carlesso Borghi e Cleonice Carlesso Borghi.
Narciso Hilário Cuzzuol Carlesso, filho de Hermelinda Cuzzuol e Eugênio
Carlesso. Nasceu em Demetrio Ribeiro. Na sua juventude namorou e casou com a jovem
Maria Antonia Tonon. Tiveram cinco filhos: Hermelinda Maria Tonon Carlesso ,
Gaudêncio José Tonon Carlesso , Eugênio Carlesso Neto, Gilberto Tonon Carlesso e
Ronaldo César Tonon Carlesso.
Hermelinda Maria Tonon Carlesso, filha de Narciso Hilário Cuzzuol Carlesso e
Maria Antônio Tonon. Nasceu em Demetrio Ribeiro. Na sua juventude namorou e casou
com o jovem Valdir João Carrara. Tiveram dois filhos: Kenia Tonon Carrara e Rodrigo
Tonon Carraro.
Gaudêncio José Tonon Carlesso, filho de Narciso Hilário Carlesso e Maria
Antonia Tonon. Nasceu em Demetrio Ribeiro. Na sua juventude namorou e casou com a

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jovem Lourdes Santos. Tiveram três filhos: Wagner Luiz Santos Carlesso, Brenner Santos
Carlesso e Marcelo Santos Carlesso.
Eugênio Carlesso Neto, filho de Narciso Hilário Carlesso e Maria Antonia Tonon.
Nasceu em Demetrio Ribeiro. Na sua juventude namorou e casou com a jovem Suely da
Penha Colonna. Tiveram três filhos: Diego Michel Colonna Carlesso, Phillipy Ronaldo
Colonna Carlesso e Wanddel Colonna Carlesso.
Gilberto Tonon Carlesso, filho de Narciso Hilário Carlesso e Maria Antonia
Tonon. Nasceu em Demetrio Ribeiro. Na sua juventude namorou e casou com a jovem
Nubia do Carmo Carlesso. Tiveram dois filhos: Stephannie do Carmo Carlesso e Ianca do
Carmo Carlesso.
Ronaldo César Carlesso (In Memorian), filho de Narciso Hilário Carlesso e Maria
Antonia Tonon.
Claudio Carlesso, filho de Hermelinda Cuzzuol e Eugênio Carlesso, Nasceu em
Demetrio Ribeiro, até o momento não casou.
Elizio Carlesso, filho Hermelinda Cuzzuol e Eugênio Carlesso. Nasceu em
Demetrio Ribeiro. Na sua juventude namorou e casou com a jovem Lurdes Campagnaro.
Tiveram dois filhos: Geremias Campagnaro Carlesso e Ezequiel Campagnaro Carlesso.
Eleonor Carlesso, filha de Hermelinda Cuzzuol e Eugênio Carlesso. Nasceu em
Demetrio Ribeiro. Até esse não casou.
Angelina Carlesso, filha de Hermelinda Cuzzuol e Eugênio Carlesso. Nasceu em
Demetrio Ribeiro. Na sua juventude namorou e casou com o jovem Antônio Cometti.
Tiveram nove filhos: Braulio Cometti, Jorge Cometti, Bruno Cometti, Adagor Antônio
Cometti, Celestino Cometti, Eugênio Cometti, Angelo Cometti, Hermelinda Cometti e
Mercedes Cometti.

Braulio Cometti, filho de Angelina Carlesso e Antônio Cometti. Nasceu em


Demetrio Ribeiro. Na sua juventude namorou e casou com a jovem Dionedes Dobrovasque
Cometti. Tiveram quatro filhos: Neuso Cometti, Nivaldo Cometti, Neurizete Cometti e
Naide Cometti.
Jorge Cometti, filho de Angelina Carlesso e Antônio Cometti. Nasceu em
Demetrio Ribeiro. Na sua juventude namorou e casou com a jovem Tereza Gasparini.
Tiveram três filhos: Manoel Cometti, Ronildo Cometti e Marli Cometti.
Bruno Cometti, filho de Angelina e Antônio Cometti. Nasceu em Demetrio
Ribeiro. Na sua juventude namorou e casou com a jovem Luiza Partelli. Tiveram quatro
filhos: Tini Cometti, Creuza Cometti, Luciano Cometti e Lucinéia Cometti.
Adagor Antônio Cometti, filho de Angelina Carlesso e Antônio Cometti. Nasceu
em Demetrio Ribeiro. Na sua juventude namorou de casou Luzia Ponteleste. Tiveram
quatro filhos: Edivaldo Cometti, Deva Cometti, Elizete Cometti e Evandro Cometti.

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Celestino Cometti, filho de Angelina Carlesso e Antônio Cometti. Nasceu em
Demetrio Ribeiro. Na sua juventude namorou e casou com a jovem Penha. Tiveram três
filhos: Crenilson Cometti, Angela Cometti e Silezia Cometti (FOFA).
Angelo Cometti, filho de Angelina Carlesso e Antônio Cometti. Nasceu em
Demetrio Ribeiro. Na sua juventude namorou e casou com a jovem Lenir Evandro.
Tiveram uma filha: Angélica Cometti.
Hermelinda Cometti, filha de Angelina Carlesso e Antônio Cometti. Nasceu em
Demetrio Ribeiro. Na sua juventude namorou e casou com o jovem Miguel Rossi. Tiveram
uma filha: Renata Cometti.
Mercedes Cometti, filha de Angelina Carlesso e Antônio Cometti. Nasceu em
Demetrio Ribeiro. Na sua juventude namorou e casou com o jovem Ciro Gorzia. Tiveram
dez filhos: Jorge Gorzia, Luzia Gorzia, Penha Gorzia, Neguinha Gorzia, Angela Gorzia,
Silezia Gorzia, Camilo Gorzia, João Gorzia, Bento Gorzia e Jonas Gorzia.
FRANCISCO CUZZUOL (Tio - In Memorian), filho de Luigi Cuzzuol e Itália
Bonaretti, nasceu no Rio Taquaruçú. A sua infância e até a juventude, trabalhava na roça
com o pai e os irmãos no cabo da enxada, da foice e do machado derrubando matas para
fazer as plantações de milho, feijão, arroz, banana, mandioca e outras, como a colheita do
café. Era o braço forte da família, em tudo à executar. Era uma pessoa maravilhosa e
compreensível. Era muito seguro no seu conceito de vida, com a família. Tinha uma
palavra só. Caráter, dignidade e responsabilidade era seu lema, dava sua vida por estas três
palavras. Nunca deixou de ouvir a sua família, por nenhum motivo. Era muito considerado
por todos da família e parentes. Gostava de montar à cavalo e frequentar baile e festas.
Começou a namorar a jovem Ema Scopel e chegaram ao casamento. Tiveram cinco filhos:
Pompeu Scopel Cuzzuol, Maria Scopel Cuzzuol, Jusefina Scopel Cuzzuol, Romeu Scopel
Cuzzuol e Afonso Scopel Cuzzuol.
HERMINIA CUZZUOL (Tia - In Memorian), filha de Luigi Cuzzuol e Itália
Bonaretti, nasceu em Ibiraçu, na sua infância não estudou, porque a vida dela era na roça
de manhã a noite no cabo da enxada, fazendo plantação com o pai e os irmãos mais velhos.
Só se divertia nos sábados, domingos e dias Santos, porque o seu pai era muito severo e
não tinha regalia para viver solta. Gostava de divertir em festa, dançar e curtir a vida. Mais
seu pai estava sempre por perto. Não dava trégua. Era uma pessoa muito trabalhadora, de
muita responsabilidade no que ia executar. Gostava muito da família sem medir sacrifício
nenhum. O que queria era ver a família em boa situação. Mesmo sendo a mais prejudicada
nunca deixou de amar o seu querido pai. Namorou e casou com o jovem César Cometti.
Teve quatro filhos: Elizio Cometti, Arlindo Cometti, Hilda Cometti e Maria Cometti.
Elizio Cometti, filho de Herminia Cuzzuol e César Cometti. Nasceu em Mundo
Novo, mais não é diplomada. Desde sua infância até a juventude sempre se dedicou a
trabalhar na roça e fazia plantações de milho, feijão, arroz, banana, alho, amendoim,
abacaxi e outras. Gostava de dançar nos bailes de sábado e domingo, jogar bola, pescar e
caçar. Frequentar festas religiosas e de se divertir, paquerar as meninas e tocar violão e
cavaquinho. Era o tocador de violão do lugar. Sempre se dedicou a família, tudo para ele
era bom, mais a família em primeiro lugar. Quando seu querido pai faleceu, ele ficou sendo
o chefe da família. Namorou e casou com a jovem Nezilda Sant‟anna. Depois de casado

~ 69 ~
ficou morando com a família, nunca deixou a sua mãe por nada. Vendeu as suas terras e
foram morar em João Neiva, comprou uma casa e foi trabalhar de empregado na Vale do
Rio Doce. Tiveram três filhos: Eliane Cometti, César Cometti e Carlos Roberto Cometti.
Eliane Cometti, filha de Elizio Cometti e Nezilda Sant‟anna. Nasceu e estudou em
João Neiva, é diplomada. Namorou e casou com o jovem Luiz Alberto Soprani. Tiveram
duas filhas: Juliana Soprani e Taisla Soprani, são de menor e estão estudando.
César Cometti, filho de Elizio Cometti e Nezilda Sant‟anna. Nasceu em João
Neiva. Na sua infância estudou é diplomado. Na sua juventude namorou e casou com a
jovem Sanderly Bissi. Teve uma filha: Julia Cometti Bissi.
Carlos Roberto Cometti, filho de Elizio Cometti e Nezilda Sant‟anna. Nasceu em
João Neiva, na sua infância estudou é diplomada. Trabalha de marceneiro com o pai. Hoje é
empregado na Aracruz Celulose, é uma pessoa bem conceituada, muito honesto nos seus
deveres. Gosta muito de curtir a vida. Namorou e casou com a Célia Lozer. Teve uma filha:
Mariana Bissi Cometti.
Arlindo Cometti, filho de Herminia Cuzzuol e César Cometti. Nasceu em Mundo
Novo, na sua infância não estudou, porque trabalhava na roça com a família. No cabo da
enxada e da foice de manhã à noite. Gostava muito de jogar bola aos domingos e pegar
passarinho para prender na gaiola. Na casa dele era cheio de gaiola desde o teto da casa até
as paredes do lado de fora. Gostava de tocar cavaquinho e violão nos bailes de sábados. Era
muito briguento, gostava de caçar com estilingue. Matava os passarinhos para fazer um
fritado para comer. Abandonou a roça e foi viver em João Neiva com a família. Trabalhou
de empregado é aposentado. Hoje vive com o irmão e a família. É solteirão, não casou e
não pensa em casar. Tem seus passarinhos presos nas gaiolas até hoje.
Hilda Cometti, filha de Herminia Cuzzuol e César Cometti. Nasceu em Mundo
Novo, estudou não é diplomada. Desde da infância até a juventude trabalhava com a mãe
nos serviços do lar. Trabalhou pouco na roça. Era um a menina muito bonita. Gostava de
dançar, frequentar festas religiosas. Muito amável com a família e com os parentes, tinha
um conceito de vida mais ou menos. Era devoradora dos corações. Gostava muito de
paquerar os rapazes. Era muito namoradora, não firmava namoro sério com ninguém até
que encontrou o amor de sua vida o jovem Manoel Antônio de Jesus. Namorou e casou teve
um filho: Marcelo Cometti de Jesus.
Marcelo Cometti de Jesus, filho de Hilda Cometti e Manoel Antônio de Jesus. Não
temos maiores informações sobre sua vida pessoal ou profissional, só que namorou e casou
com a jovem Alexandra Socoloti e não tem filhos até o momento.
Maria Cometti, filha de Herminia Cuzzuol e César Cometti. Nasceu em Mundo
Novo. Na sua infância não estudou, na juventude trabalhava ajudando a mãe nos afazeres
da casa. Era uma menina meiga, tinha receio até de falar. Enquanto estava no interior, não
namorava com ninguém, tinha vergonha de se comunicar com as pessoas. Gostava de
frequentar bailes no interior, não era de muita festa. Mudou para João Neiva, deixou a
família e seguiu a sua independência, foi morar em Vitória. Começou a namorar com o
jovem Marli e chegaram ao casamento. Tiveram quatro filhos: Shelia Cometti, Zélia
Cometti, Rafael Cometti e Sandro Cometti.

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CONSTÂNCIA CUZZUOL (Tia - In Memorian), filha de Luigi Cuzzuol e Itália
Bonaretti, nasceu no Rio Taquaruçú. Na sua infância e juventude, foi muito dedicada a
família. Era uma pessoa carinhoso. A avó falava que era muito bonitona, meiga e
sorridente. Conquistava fácil o coração dos homens. Era muito sincera no seu
compromisso. Trabalhava com o pai em todos os serviços da lavoura e ajudava a mãe nos
serviços do lar. Era muito católica, frequentava as festas religiosas do lugar. Na sua
juventude namorou e casou com o jovem Angelo Pissinatti. Tiveram cinco filhos: Aldérico
Cuzzuol Pissinatti, Laura Cuzzuol Pissinatti, Deolinda Cuzzuol Pissinatti, Rita Cuzzuol
Pissinatti e Ana Cuzzuol Pissinatti.

Familia Cuzzuol

LUIZ CUZZUOL (Pai - In Memorian), filho de Luigi Cuzzuol e Itália Bonaretti,


nasceu no Rio Taquaruçú, no dia vinte e cinco de agosto de mil oitocentos e noventa e
quatro. Na sua infância, não teve tempo para estudar. Cresceu sem saber ler e nem
escrever seu próprio nome, porque tinha que trabalhar com o pai e os irmãos na roça, de
manhã à noite. Sua vida era de muito sacrifício, não tinha tempo para estudar, pois o seu pai
precisava muito dele para tocar a lavoura. Foi o braço direito da família, desde criança até o
casamento. Só se divertia aos sábados e domingos, e nos dias Santos e feriados. Dançava,
pescava, montava cavalo e laçava boi. O tempo todo era no cabo da enxada, da foice e

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machado. Aos sábados e domingos, divertia-se nas festas do lugar, namorava, até que
fisgou a mulher de sua vida, Thereza Frigini, filha de Carlos Frigini e Thereza Riva, natural
da Itália. Ela nasceu no dia dez de fevereiro de mil oitocentos e noventa e nove em Mundo
Novo, interior do Estado do Espirito Santo, no mesmo lugar, local diferente. Ele viveu com
os pais até os trinta anos de idade. Os dois jovens namoraram e chegaram ao casamento no
dia quinze de janeiro de mil novecentos e vinte quatro. Depois de casados foram viver a
vida a dois, felizes com as Graças de Deus, até a morte os separar. Os dois começaram a
vida em Mundo Novo, como meieiro, numa casinha feita de pau a pique, madeira tirada da
mata e coberta de tabuinhas feitas a mão. As paredes eram feitas de barros amassados com
os pés. Começaram a vida trabalhando de meia com o patrão, dono do sítio. Tudo que
plantava e colhia era dividido com o dono das terras. O café era a chave da lavoura, na
colheita do café era o dinheiro na mão, que trazia muita felicidade, porque podiam comprar
um par de sapatos, e uma roupinha melhor para a família, e também usufruir do mesmo
para melhorar a alimentação e cuidar da saúde.
Luiz Cuzzuol e Thereza Frigini, começaram a fazer suas criações de galinhas,
porcos, perus gansos, vacas e cavalos, e assim tocar a vida em frente. A família começou a
crescer. Tiveram sete filhos: Natalina Cuzzuol (In Memorian), Norberto Cuzzuol (In
Memorian), Benvindo Cuzzuol, Maria Cuzzuol, Cecilio Cuzzuol, Arlindo Cuzzuol e Benito
Cuzzuol.
Natalina Cuzzuol (Irmã - In Memorian), filha de Luiz Cuzzuol e Thereza Frigini,
nasceu no ano de mil novecentos e vinte e cinco, em Mundo Novo. Era uma menina muito
bonita, trouxe muita felicidade para os pais. Faleceu ainda muito criança.
Norberto Cuzzuol (Irmão - In Memorian), filho de Luiz Cuzzuol e Thereza Frigini,
nasceu no ano de mil novecentos e vinte e quatro, em Mundo Novo. O menino trouxe
muita alegria para a família. O menino nasceu com bastante saúde e era muito esperto. Na
sua infância precisou estudar, pois era muito ativo e aprendia as coisas com muita
facilidade. Não tendo escola no povoado onde morava, o pai para não ver o filho analfabeto
como ele, mandou o filho para casa dos tios em outro lugar João Neiva, onde tinha escola.
O menino só estudava, e ao chegar da escola a tia como de costume, dava logo o almoço
para ele. Um belo dia o calor estava muito forte, o menino para se refrescar, depois do
almoço sem que a tia visse, foi tomar banho na bica d‟água, num córrego atrás de casa,
sofreu uma congestão tão grande que ficou paraplégico, nunca mais ficou bom, desde de
sua infância até a morte aos sessenta e dois anos de idade.
Benvindo Cuzzuol (Irmão), filho de Luiz Cuzzuol e Thereza Cuzzuol, nasceu no
ano de mil novecentos e vinte e oito, em Mundo Novo. Trouxe muita alegria para a família
com as Graças de Deus. Na sua infância, estudou até o segundo ano primário, saiu da
escola porque precisava ajudar o pai na roça, até a sua juventude, quando foi trabalhar
numa oficina de máquina no Vale do Rio Doce, em João Neiva. Ele namorou e casou com a
jovem Dejanira Januário. Começaram a vida a dois na mais perfeita felicidade e muito
amor e saúde, até a morte os separar. Os dois não tiveram a felicidade de ter filhos. Mas
com as Graças do Bom Deus, ele pode receber uma menina recém-nascida nas mãos, para
ser pai adotivo, a qual ele pôs o nome de Maria das Graças Cuzzuol, que é o xodó dele até
hoje. Benvindo se aposentou na Empresa Vale do Rio Doce, e vive uma vida maravilhosa

~ 72 ~
com a família, até o momento. Hoje se encontra com setenta e quatro anos de idade, com as
Graças do Bom Deus.
Maria das Graças Cuzzuol, filha de Benvindo Cuzzuol e Dejanira Januário, foi
muito bem recebida na família era a rainha do lar. O pai Benvindo, fez tudo para ela estudar
e ser uma menina educada. Estudou no “Grupo Escolar Barão de Monjardim”, em João
Neiva. Depois cursou a faculdade, formando-se Professora de Línguas, trabalhou dando
aulas e ajudando muito a sua mãe. Na sua juventude namorou com o jovem Juberli Sagrillo
e chegaram ao casamento, vivem muito bem. Tiveram três filhos: Kilder Sagrillo, Deivison
Sagrillo e Leonardo Sagrillo.
Kilder Sagrillo, filho de Maria das Graças Cuzzuol Sagrillo e Juberli Sagrillo,
nasceu em João Neiva. Na infância estudou no “Grupo Escolar Barão de Monjardim”, é
diplomado, formou-se no SENAI. Na juventude trabalhou como funcionário e continua
estudando, vive com a família, está namorando até o momento e não pensa em casar. Hoje
cursa a Faculdade de Engenharia Química e trabalha na Empresa Aracruz Celulose S/A.,
como operador.
Deivison Sagrillo, filho de Maria das Graças Cuzzuol Sagrillo e Juberli Sagrillo,
nasceu em João Neiva. Na sua infância estudou no “Grupo Escolar Barão de Monjardim”,
tirou o diploma, está cursando a faculdade, e trabalhando. É um menino de boa
personalidade, vive com a família, está namorando, mais não pensa em casar até o
momento. Termina em 2003 o Curso de Processamento de Dados e trabalha também na
Empresa Aracruz Celulose S/A.
Leonardo Sagrillo, filho de Maria das Graças Cuzzuol Sagrillo e Juberli Sagrillo,
nasceu em João Neiva. Na infância estudou no “Grupo Escolar Barão de Monjardim”, tirou
o diploma, continua estudando, mora com os pais, está namorando, mais não pensa em
casar, até o momento. Hoje está cursando Automação Industrial e em 2003 fazendo estágio
na Empresa Aracruz Celulose S/A.
Maria Cuzzuol (Irmã), filha de Luiz Cuzzuol e Thereza Frigini, nasceu no ano de
mil novecentos e trinta, em Mundo Novo. Trouxe muita felicidade para a família e
parentes. Na infância, estudou numa escolinha do interior, não conseguiu tirar diploma,
porque tinha que ajudar a mãe na cozinha, para a mãe ajudar o pai na roça. Maria aprendeu
a costurar, e ficou sendo a costureira do lugar. Viveu com a família até se casar com
Delicio Rampinelli, rapaz de boa família e de excelente nível de vida e boa cultura. Gostava
muito de estudar, frequentou o “Grupo Escolar Barão de Monjardim”, em João Neiva, tirou
diploma no SENAI, era funcionário na Empresa Vale do Rio Doce. Maria Cuzzuol e
Delicio Rampinelli, tiveram sete filhos: José Luiz Rampinelli, Maria José Rampinelli,
Marilene Rampinelli, Paulo Américo Rampinelli, Geraldo Rampinelli, Terezinha
Rampinelli e Mauro Rampinelli.
José Luiz Rampinelli, filho de Maria Cuzzuol e Delicio Rampinelli, nasceu em
João Neiva. Na sua infância estudou no “Grupo Escolar Barão de Monjardim”, tirou o
diploma e se matriculou na faculdade de Teologia para ser padre, estudou até o terceiro
ano, não gostando da vida que levava no seminário, abandonou a carreira de padre, para
trabalhar em uma oficina como o pai, não conseguiu se adaptar ao serviço. Hoje mora com

~ 73 ~
os pais e irmãos, leva uma vida vulnerável, nada dá certo para ele, apesar de ser formado
em Técnico em Mecânica.
Maria José Rampinelli, filha de Maria Cuzzuol e Delicio Rampinelli, nasceu em
João Neiva. Na sua infância estudou no “Grupo Escolar Barão de Monjardim”, tirou o
diploma é professora. Namorou e casou com um jovem Empresário Rural, José Geraldo
Bravo. Tiveram dois filhos: Thierry Bravo Rampinelli, estudante, e João Henrique Bravo
Rampinelli, estudante, vivem muito bem com as Graças da Maria Santíssima.
Marilene Rampinelli, filha de Maria Cuzzuol e Delicio Rampinelli, nasceu em João
Neiva. Na sua infância estudou e tirou diploma, é professora, tem bom conceito da vida,
trabalhou como funcionária, viveu com os pais até se casar com Luiz Geraldo Modenesi,
rapaz de boa família, hoje é motorista carreteiro. Tiveram três filhos: Patrick Modenesi,
Rafaela Modenesi, Vinicius Luiz Modenesi.
Patrick Modenesi, filho de Marilene Rampinelli e Luiz Geraldo Modenesi, nasceu
em João Neiva. Na sua infância, estudou e tirou diploma. É Operador de área de secagem
da Aracruz Celulose. É um jovem bem determinado no seu ser, tem boas qualidades é um
ótimo menino até o momento.
Rafaela Modenesi, filha de Merilene Rampinelli e Luiz Geraldo Modenesi, nasceu
em João Neiva. Na sua infância estudou e tirou diploma. É Pedagoga, tem bons princípios
de vida, vive bem com os pais.
Vinícius Luiz Modenesi, filho de Merilene Rampinelli e Luiz Geraldo Modenesi,
nasceu em João Neiva. Na sua infância estudou e tirou diploma. Tem boa capacidade de
estudo e vive com a família.
Paulo Américo Rampinelli, filho de Maria Cuzzuol e Delicio Rampinelli, nasceu
em João Neiva. Na infância estudou e tirou diploma. Tem muita capacidade de estudo e
trabalho. É Empresário no ramo de confecção, é uma pessoa muito competente. Namorou e
casou com a jovem Lídia Cristina Giacomim, também Empresária no ramo de confecção.
Tiveram dois filhos: Fabiana Giacomim Rampinelli e Daniel Giacomim Rampinelli, ambos
de menor estão estudando.
Geraldo Rampinelli, filho de Maria Cuzzuol e Delicio Rampinelli, nasceu em João
Neiva. Na sua infância estudou e tirou diploma. Tem vários cursos, e excelente condições
de vida. Hoje é Assistente Técnico da Aracruz Celulose. Viveu com a família até sua
independência. Na juventude formou-se é um profissional com bons conhecimentos e
capacidade. Namorou e casou com a jovem Lucimar Lecco é pedagoga. Tiveram dois
filhos: Thiago Vinicius Lecco Rampinelli, universitário e Laisa Lecco Rampinelli,
estudante.
O jovem casal tem sua própria moradia.
Terezinha Rampinelli, filha de Maria Cuzzuol e Delicio Rampinelli, nasceu em
João Neiva. Na sua infância estudou e tirou diploma. Tem bons cursos, viveu com sua
família até sua independência é uma menina de muita personalidade. Muito boa, tem bons
conhecimentos, ajudou muito sua mãe nos afazeres domésticos, namorou dois rapazes, o
primeiro não deu certo, casou com o segundo Laerte Carvalho, bom rapaz, hoje trabalha de

~ 74 ~
Vigilante. Tiveram dois filhos: Larissa Carvalho Rampinelli e Matheus Carvalho estudante
do 2 grau.
Mauro Rampinelli, filho de Maria Cuzzuol e Delicio Rampinelli, nasceu em João
Neiva. Na sua infância estudou e tirou diploma. Viveu com sua família até sua
independência. É empregado de muito boa capacidade, é Operador de área de secagem da
Aracruz Celulose. Namorou e casou com a jovem Rosana Campagnaro é professora.
Tiveram dois filhos: André Campagnaro Rampinelli e Pedro Campagnaro Rampinelli, são
de menor, estão estudando.
Cecilio Cuzzuol (Irmão), filho de Luiz Cuzzuol e Thereza Frigini, nasceu no ano de
mil novecentos e trinta e quatro, em Mundo Novo. Quando Cecilio nasceu, trouxe muito
alegria e felicidade para a família. Na sua infância já acompanhava seu pai à roça. Estudou
numa escolinha da igreja do povoado, a professora não era formada, era professora do
interior só tinha o quarto ano primário. O menino aprendeu a ler e escrever o seu próprio
nome, não continuou os estudos porque tinha que ajudar o pai na roça, de manhã à noite no
cabo do machado, enxada e foice, quase nunca se divertia, só aos sábados e domingos saía
para dançar, jogar bola, pescar, caçar e montar cavalo. Na sua juventude gostava de
namorar as meninas, nas festa da igreja. Era um herói no trabalho, tinha fama dos melhores,
pois executava qualquer tipo de serviço na lavoura. Viveu com a família até sua
independência. Era muito dedicado em tudo que fazia. Tinha uma personalidade muito
forte. Muito honesto, e muito bravo. Namorou e casou com a jovem Catarina Gomes.
Tiveram seis filhos: Luiz Cuzzuol Gomes, Geraldo Cuzzuol Gomes, Lucimar Cuzzuol
Gomes, Maria da Penha Cuzzuol Gomes, Sonia Cuzzuol Gomes e Sandro Cuzzuol Gomes.
Com o passar do tempo comprou um terreno fabricou os tijolos com as próprias
mãos e construiu sua casa. Mesmo casado nunca abandonou os pais e os irmãos. Hoje tem
sessenta e oito anos, é um profissional pedreiro de primeira. Trabalhou de empregado, está
aposentado por idade, tem uma vida razoavelmente boa com as Graças de Deus.
Luiz Cuzzuol, filho de Cecilio Cuzzuol e Catarina Gomes, nasceu em João Neiva.
Na sua infância estudou e tirou diploma. Formou-se no SENAI, de Torneiro Mecânico, tem
boa capacidade de trabalho. Trabalhou na roça com o pai, foi empregado numa oficina
mecânica. Viveu com a família até o casamento. Construiu sua própria casa no terreno do
seu pai. Namorou e casou com a jovem Maria da Penha Zacarato. Teve um filho: Klinger
Gomes Zacarato, é de menor está estudando até o momento.
Luiz, está empregado e vive muito bem com a família e com as Graças de Deus.
Geraldo Cuzzuol Gomes, filho de Cecilio Cuzzuol e Catarina Gomes, nasceu em
João Neiva. Na sua infância estudou e tirou diploma, mas se dedicou a trabalhar na roça
com o pai. É um excelente açougueiro, trabalhou por conta própria, tem boa capacidade de
trabalho, é caprichoso em tudo que faz. Viveu com os pais até sua independência. Na sua
juventude gostava de jogar bola, montar cavalo, laçar boi e namorar. Namorou e casou
com a jovem Pedrolina Maria da Penha Paulo. Tiveram quatro filhos: Rafael Cuzzuol,
Rodrigo Cuzzuol, Ricardo Cuzzuol, Rubia Cuzzuol e Hercules Evangelista Cuzzuol.

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Construiu a sua casa no terreno do pai. Hoje tem uma vida muito sacrificada, mais
leva tudo com muita paciência e com amor ao bom Deus. É uma excelente pessoa, faz tudo
para sua família.
Rafael Cuzzuol, filho de Geraldo Cuzzuol Gomes e Pedrolina Maria da Penha
Paulo Cuzzuol, nasceu em João Neiva, na sua infância estudou e tirou diploma, mais se
dedicou aos serviços na roça com o pai. Gosta de montar cavalo, mexer com gado e jogar
bola. Com muito sacrifício da vida que levava no interior, começou aprender a lutar boxe,
e hoje está numa Academia de Boxe em Santo André, São de Paulo. Tem boa capacidade
de resolver problemas e lutar pela vida, é solteiro.
Rodrigo Cuzzuol, filho de Geraldo Cuzzuol Gomes e Pedrolina Maria da Penha
Paulo Cuzzuol, nasceu com problema de saúde, é paraplégico, na sua infância estudou. É
um menino muito estudioso, muito educado, é de menor. Tem uma personalidade
grandiosa, é muito amável, mesmo com todos os problemas que tem. Possui uma força
espiritual muito grande, pois só Deus pode iluminar sua vida, dando-lhe força e conforto.
Ricardo Cuzzuol, filho de Geraldo Cuzzuol Gomes e Pedrolina Maria da Penha
Paulo Cuzzuol, nasceu com um pequeno problema de saúde. É menos grave do que a do
Rodrigo. Ricardo estuda é de menor, é muito esperto, gosta de jogar bola e nadar. Não é
desenvolvido no estudo, porque o problema dele é na cabeça. Mais com as Graças de Deus,
pode nadar, jogar bola, andar de bicicleta, montar cavalo e trabalhar.
Rubia Cuzzuol, filha de Geraldo Cuzzuol e Pedrolina Maria da Penha Paulo
Cuzzuol, em João Neiva, na sua infância estudava e ajudava a mãe nos serviços de casa. É
de menor, é uma menina muito estudiosa. Tem boa saúde, é muito dedicada à família.
Lucimar Cuzzuol Gomes, filha de Cecilio Cuzzuol e Catarina Gomes, nasceu em
João Neiva. Na infância estudou e tirou diploma, mas sempre se dedicou aos serviços
domésticos. Viveu com os pais até o casamento. Sempre amável com os pais, irmãos e
parentes. Tem uma personalidade muito forte. Namorou e casou com o jovem José
Benedito Alves Dias. Tiveram três filhos: Brino Alves Dias, Luciano Alves Dias e João
Guilherme Alves Dias, todos menores estão estudando.
Maria da Penha Cuzzuol Gomes, filha de Cecilio Cuzzuol e Catarina Gomes,
nasceu em João Neiva, na infância estudou e tirou diploma, ajuda a mãe nos serviços de
casa. É uma menina muito querida pela família, tem uma personalidade muito forte. Viveu
com a família até sua independência. Namorou e casou com o jovem Wilson B. dos Santos.
Tiveram dois filhos: Juliana dos Santos e Ramon dos Santos, são de menor estão
estudando.
Sonia Cuzzuol Gomes, filha de Cecilio Cuzzuol e Catarina Gomes, nasceu em João
Neiva, na sua infância estudou e tirou diploma. Dedicou-se ao estudo e trabalho, é muito
família. Tem bons conhecimentos de vida, trabalhou como empregada, vive com a família,
é uma menina muito amável e tem muita responsabilidade. Namorou e casou com o jovem
Marcos Aurélio Soares da Silva, tem sua própria casa. Tem uma filha: Ester Cuzzuol
Soares, é de menor.
Sandro Cuzzuol Gomes, filho de Cecilio Cuzzuol e Catarina Gomes, nasceu em
João Neiva, na sua infância estudou e tirou diploma. Cursou faculdade, é empregado, viveu
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com a família até o casamento. Namorou e casou com a jovem Simone Valfré Daminhoz.
Até o momento não tem filhos.
Arlindo Cuzzuol (Irmão), filho de Luiz Cuzzuol e Thereza Frigini, nasceu no ano
de mil novecentos e trinta e seis, em Mundo Novo. Na sua infância estudou numa escola do
interior, não teve muita expectativa de estudo, se dedicou ao trabalho na roça. Sua infância
e juventude foi toda na roça com o pai e os irmãos mais velhos. Sempre dedicado a lavoura.
Viveu com os pais até os vinte e oito anos de idade. Namorou e casou com a jovem Nicéia
De Bortoli. Tiveram quatro filhos: Charles Cuzzuol, Fabiano Cuzzuol, Simone Cuzzuol e
Diene Cuzzuol.
Charles Cuzzuol De Bortoli, filho de Arlindo Cuzzuol e Nicéia De Bortoli, nasceu
em João Neiva, na sua infância estudou e tirou diploma. Tem boa personalidade, é um
jovem muito dedicado à família. É trabalhador, construiu a casa dos pais, é uma pessoa
maravilhosa, ainda não pensou em casar.
Fabiano Cuzzuol De Bortoli, filho de Arlindo Cuzzuol e Nicéia De Bortoli, nasceu
em João Neiva, na sua infância estudou e tirou diploma. Está estudando, vive com os pais,
trabalha com eles. É um menino muito sensível, educado, também tem um comportamento
muito carinhoso. Mora com a família até hoje.
Simone Cuzzuol De Bortoli, filha de Arlindo Cuzzuol e Nicéia De Bortoli, nasceu
em João Neiva, na sua infância estudou e tirou diploma no “Grupo Escolar Barão de
Monjardim”. Sempre se dedicou ao trabalho caseiro, tem uma personalidade maravilhosa,
tem bons conhecimentos, viveu com os pais até o casamento. Namorou e casou com o
jovem Leonardo Ferreira Manhañes até o momento não tem filhos.
Diene Cuzzuol De Bortoli, filha de Arlindo Cuzzuol e Nicéia De Bortoli, nasceu
em João Neiva, na sua infância, estudou e tirou diploma. Dedicou-se ao estudo, é uma
menina muito educada, ajuda a mãe nos afazeres domésticos, até hoje não pensou em casar.
É uma pessoa que tem tudo para vencer na vida.
Benito Cuzzuol (Eu), filho de Luiz Cuzzuol e Thereza Frigini, nasceu em mil
novecentos e trinta e nove, sua história está seguida deste relato.
Namorou e casou com Geralda De Machi. Tiveram cinco filhos: Carlos Aparecido
Cuzzuol, Rita de Cássia De Marchi Cuzzuol, Geraldo Tadeu Cuzzuol, Márcio Alexandre
Cuzzuol e Regiane De Marchi Cuzzuol.
Carlos Aparecido Cuzzuol, filho de Benito Cuzzuol e Geralda De Marchi, nasceu
em São Paulo, no dia trinta e um de março de mil novecentos e sessenta e três, trouxe
muita alegria e felicidade para a família, com as Graças de Deus. Na sua infância estudou e
tirou diploma, fez o curso de Administração de Empresas, mais abandonou no segundo
ano. Não tendo recursos financeiros para dar continuidade aos estudos, começou a trabalhar
de office-boy. É um menino muito inteligente. Na sua juventude procurou sempre ser
independente, nunca aceitou os conselhos dos pais, sempre levou a vida para frente,
baseado nos seus próprios conceitos, sempre conseguiu o que quis. Trabalhava em qualquer
serviço até de camelô, para conseguir dinheiro. Desde sua infância sempre se enrolou com
os negócios, apesar de ter muita sorte, nunca teve juízo para segurar o dinheiro. Começou a
namorar e casou com a jovem Ione Cândida de Araújo, moça também sem muito juízo.
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Tiveram três filhos: Natália de Araújo Cuzzuol, Vanessa de Araújo Cuzzuol e Alexandre de
Araújo Cuzzuol
O Carlos Aparecido já conseguiu bons momentos de felicidade na vida, teve
ótimos apartamentos, vários carros até uma empresa de lingerie. Mas tudo acabou, por falta
de juízo e não saber controlar as finanças. É uma pessoa que tem muita sorte, mais não sabe
aproveitar. No amor desde o casamento não teve muita sorte, até hoje já tiveram diversos
conflitos e várias separações. Tudo acontece porque o amor entre eles é frágil, não tem o
amor de Deus entre eles. Vejo com muita tristeza, os acontecimentos. Procuramos dar
muitos conselhos e apoio, mais eles não reagem. Assim ele vai levando a vida. Esta
trabalhando como empregado, na função de serralheiro e morando em sua própria casa.
Rita de Cássia De Marchi Cuzzuol, filha de Benito Cuzzuol e Geralda De Marchi,
nasceu em São Paulo, no dia cinco de julho de mil novecentos e sessenta e cinco, trouxe
muita alegria e felicidade para a família.
Na sua infância estudou e tirou diploma, fez o curso colegial até a sexta série. Não
podendo concluir os estudos pois precisava trabalhar, e ter sua própria independência
financeira, começou a trabalhar de Auxiliar de Escritório em uma Agência de Publicidade.
É uma menina muito inteligente, é muito família, tem seus princípios de vida. Desde
criança até sua juventude teve uma carreira brilhante na sua profissão de publicidade, é uma
pessoa bem conceituada no ambiente de trabalho. Conseguiu se profissionalizar dentro do
ramo da publicidade, sendo hoje Secretária do Gerente da firma. Vive com a família,
ajudando em tudo que é preciso. É uma pessoa sem preconceitos, é amigável com todos,
gosta muito de se divertir. Tudo que é dela, é dividido com as sobrinhas. No amor não
teve sorte, namorou um rapaz mais não chegaram ao casamento por incompatibilidade de
gênios. Talvez por ter uma personalidade muito forte, ser muito honesta e responsável em
suas obrigações, não tenho até hoje conseguido um rapaz com as mesmas características
dela, para se casar.
Geraldo Tadeu Cuzzuol, filho de Benito Cuzzuol e Geralda De Marchi, nasceu em
São Paulo, no dia vinte e sete de maio de mil novecentos e sessenta e sete, na sua infância
estudou e tirou o diploma do primário, fez o colegial completo, depois o curso técnico em
projetos elétricos, na escola federal. Na juventude fez curso de informática sendo um
excelente profissional na área. Tem cursos de mergulho e paraquedismo. É um rapaz muito
inteligente, aprende tudo com muita facilidade, sabe fazer qualquer serviço no ramo da
eletricidade. Tem uma personalidade muito forte, é muito calado, porém muito honesto e
responsável pelos seus compromissos. Trabalhou no projeto Itaú, saiu e hoje trabalha em
casa, por conta própria, com projetos de elétrica. Ganha razoavelmente bem, sabe controlar
suas economias. É muito família, ajuda os pais na manutenção da casa, inclusive nos
afazeres domésticos dando uma mãozinha para sua mãe. Gosta muito de esportes, em todas
as modalidades, mas sua paixão é o futebol. Gosta de fazer ginástica, saltar de paraquedas,
e mergulhar em caça submarina. Até o momento não pensa em casar.
Márcio Alexandre Cuzzuol, filho de Benito Cuzzuol e Geralda De Marchi, nasceu
em São Paulo, no dia quatro de fevereiro de mil novecentos e setenta e um, trouxe muita
alegria e felicidade para a família, na sua infância estudou e tirou diploma do colegial,
parou de estudar para trabalhar. Trabalhou de Office-Boy na empresa Panrota. Na
juventude trabalhou como funcionário de banco, depois foi servir o Exército Brasileiro,
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em um ano deu baixa, voltando à vida civil. Hoje continua executando o mesmo serviço
em banco, é um funcionário competente, amigos dos amigos, muito seguro no seus deveres
e muito inteligente. Gosta de apreciar as coisas boas da vida, muito namorador. É
esportista, gosta de jogar bola, dançar, e pescar em alto mar, não fuma nem bebe. Aos
contrários dos outros filhos, não gosta de ficar em casa. Não tem princípios de
independência, depende muito das pessoas, mas é muito seguro com suas economias, não
gosta de ajudar a família. É uma pessoa honesta, cumpridor dos seus deveres profissionais
e pessoais, apesar de ser muito criançola. Começou a namorar com a jovem Cristiane da
Conceição dos Santos. Tem dois filhos: Gabriel dos Santos Cuzzuol e Bárbara dos Santos
Cuzzuol. Até este momento vive com a família.
Regiane Cuzzuol Pereira, filha de Benito Cuzzuol e Geralda De Marchi, nasceu em
São Paulo, no dia dezoito de dezembro de mil novecentos e setenta e três, na sua infância
estudou e tirou o diploma do primário e do colegial. Parou de estudar para trabalhar.
Trabalhou nos Correios como Auxiliar de Caixa, com o tempo passou para o
escritório como Auxiliar da Gerência. É uma pessoa muito inteligente, amável e honesta em
tudo que faz. Gostava de curtir a vida, dançando, jogando bola, frequentando as festas da
igreja. Até hoje gosta de frequentar a missa aos domingos e dias santificados. Namorou e
casou com o jovem Adriano Carlos Pereira. Tem uma filha: Larissa Cuzzuol Pereira,
nasceu em Pouso Alegre, é de menor está estudando, é o xodó da família.
Regiane tem sua casa própria em Pouso Alegre, Minas Gerais. Gosta das coisas
boas da vida, é muito religiosa, e muito conceituada na família. Segue os princípios de
Deus e da Maria Santíssima. Com muito amor e carinho, gosta de festejar tudo de bom na
vida. Trabalha fora, para ajudar a melhorar a renda familiar. Desde da infância até o
presente momento é uma garota de bom caráter e personalidade. Adora conhecer suas
origens e manter relações de amizades com todos os parentes.
LEONORA CUZZUOL (Tia - In Memorian), filha de Luigi Cuzzuol e Itália
Bonaretti, nasceu no Rio Taquaruçú. Na sua infância estudou na escola do interior, estudou
muito pouco. Na sua juventude ajudava a mãe a executar os serviços do lar, e na lavoura
com o pai e os irmãos. Fazia de tudo na lavoura. Era uma jovem muito querida e muito
amável com todos da família. De muita responsabilidade em tudo a executar. Gostava
muito de festa da igreja. Contornava as coisas difíceis com muito amor e carinho. Era uma
conselheira na família, sempre procurava ajudar as pessoas com uma palavra de amor. Na
juventude namorou e casou com o jovem Luiz Frigini, rapaz bem sucedido na vida e de
família muito boa. Tiveram dois filhos: Carlos Frigini ( In Memorian) e Terezinha Frigini
(In Memorian). Leonora Cuzzuol, logo depois da chegada dos dois Filhos com muita vida
pela frente para se amar vê a tristeza na família, o seu amado companheiro Luiz Frigini, foi
assassinado em sua própria casa, logo ao levantar da cama de manhã, por um empregado
da família com uma tesoura na mão, sem dar pelos menos um bom dia, cravou a tesoura no
peito e o levou a morte. O tempo passou e os filhos cresceram.
Carlos Cuzzuol Frigini, filho de Leonora Cuzzuol e Luiz Frigini, cresceu com a
historia na cabeça, pensando de um dia partir para a vingança. Mais a mãe com todo o
sofrimento de perder o marido brutalmente, aconselhava seu filho a esquecer os
acontecimentos da vida, entregando tudo a Deus. Carlos Frigini, na sua infância estudou o
necessário para sua sobrevivência. Na juventude ajudava a mãe a sair da crise tão amarga
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que vinha rondando a família. Começou a namorar com a jovem Adelaide Pinhatão e
chegaram ao casamento e foram viver sua vida a dois com muito amor e carinho com as
graças de Deus. Tiveram quatro filhos: Os nomes não são citados por falta de
conhecimento.
Leonora ficando sozinha conheceu uma pessoa muito boa, começou a namorar e
chegou ao casamento, e formou outra família com muito amor e carinho, casou-se com o
jovem Luiz Zanotte. Tiveram nove filhos: Argeo Cuzzuol Zanotte, Getulio Cuzzuol
Zanotte, Dercilia Cuzzuol Zanotte, Ermelinda Cuzzuol Zanotte, Iracema Cuzzuol Zanotte,
Dianira Cuzzuol Zanotte, Maria Cuzzuol Zanotte, Norma Cuzzuol Zanotte e Helena
Cuzzuol Zanotte.
Argeo Cuzzuol Zanotte, filho de Leonora Cuzzuol e Luiz Zanotte. Nasceu em
Ibiraçu. Na infância estudou é diplomado.
Trabalhou com o pai na fazenda, ajudava a família em todos os serviços da
fazenda, é uma pessoa muito querida da família, nunca abandonou o pai, a mãe e os irmãos
por nada nesta vida. Sempre lutou com muita dignidade e responsabilidade em tudo à
executar. Era um rapaz que tinha tudo em sua vida. Sempre viveu com a família até seus
pais partirem dessa vida para outra. Era um jovem muito apreciado pelas garotas do lugar.
Namorou coma jovem Nilza Marozzi e chegaram ao casamento. Tiveram quatro filhos:
Rosana Marozzi, Daniele Marozzi, Eduardo Marozzi e Luiz Carlos Marozzi.
Vive muito bem com a família na mesma fazenda que seus pais deixaram para ele.
Vem cuidando com muito amor tudo o que construíram na vida com as Graças de Deus.
Getúlio Cuzzuol Zanotte, filho de Leonora Cuzzuol e Luiz Zanotte. Nasceu em
Ibiraçu, na infância estudou é diplomado. Na juventude viveu com a família e ajudava em
tudo a executar na fazenda. Era muito amado, sempre cumpriu com suas obrigações.
Gostava muito de curtir a vida. É uma pessoa bem conceituada na sua decisão. Tem muita
responsabilidade no seus afazeres. Viveu com os pais até se casar. Começou a namorar com
a jovem Madalena Campagnaro e chegaram ao casamento. Tiveram dois filhos: Angélica
Campagnaro e Fernanda Campagnaro. E foram viver a sua independência com muito amor
e carinho, com as Graças de Deus. Ana Luiza e Gabriel são netos de Getúlio.
Dercilia Cuzzuol Zanotte, filha de Leonora Cuzzuol e Luiz Zanote. Nasceu em
Ibiraçu, na sua infância estudou é diplomada, era uma jovem bonita. Sempre procurou
ajudar a família no seus deveres. Gostava muito de festa, era muito católica. Amava muito a
família, era uma pessoa de muita responsabilidade, conheceu uma rapaz do mesmo lugar,
Paulino Curto e começaram a namorar e chegaram ao casamento. Tiveram seis filhos:
Maria da Penha Curto, Norma Curto, Anamaria Curto, Maristela Curto, Mauro Curto e
Paulo Curto. Vinicius, Estefani, Eudes Júnior, Karem, Gustavo, Eliane, Igor e Leonardo são
netos de Dercilia.
Viveu com a família até ganhar sua independência que foi o casamento. E foram
viver a vida a dois com muito carinho e felicidade até a morte os separar.
Ermelinda Cuzzuol Zanotte, filha de Leonora Cuzzuol e Luiz Zanotte. Nasceu em
Ibiraçu. Por não conhecer mais detalhes de sua vida fica assim. Sabemos que Namorou e
casou com o jovem Augostinho Pinhatão e tiveram seis filhos: Ubirajara Luiz Pinhatão,
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Maria da Glória Pinhatão, Elinor Maria Pinhatão, Luciene Maria Pinhatão, Paulo Sérgio
Pinhatão,
Gilmar Pinhatão e Francisco Pinhatão. Carieli, Gabriel, Raiane, Priscila, Kerinstin,
Pablo, Julia e Diego são netos de Ermelinda.
Dianira Cuzzuol Zanotte, filha de Leonora Cuzzuol e Luiz Zanotte. Nasceu em
Ibiraçu, estudou é diplomada. Era uma jovem educada, muito amiga das pessoas, ajudava a
família em todos os serviços do lar. Era muito amável com a família e amigos. Era uma
pessoa muito responsável com seus compromissos. Viveu com o os pais até adquirir sua
independência, sempre sonhou com tudo de bom para a família. Namorou e casou com o
jovem Francisco Bermudes. Tive uma filha: Rogeria Bermudes. Depois do casamento foi
viver sua independência com muito amor e carinho com as Graças de Deus.
Norma Cuzzuol Zanotte, filha de Leonora Cuzzuol e Luiz Zanotte. Nasceu em
Ibiraçu, na sua infância estudou é diplomada. Na juventude se dedicou a família em todos
os princípios de sua vida. Era uma jovem muito família, com bom conceitos de vida, muito
honesta e de muito responsabilidade. Gostava de curtir a vida, apreciando as coisas boas.
Era muito querida pela família, namorou e casou com o jovem Mateus Barcelos. Tiveram
dois filhos: Peterson Barcelos e Patrícia Leonora Barcelos.
Jessica, Luciano, Leticia e Artur são netos de Norma.
Maria Cuzzuol Zanotte, filha de Leonora Cuzzuol e Luiz Zanotte. Nasceu em
Ibiraçu, estudou é diplomada. Não temos mais conhecimento de sua vida, só que namorou e
casou com o jovem Arnóbio Rocha, não tiveram filhos.
Helena Cuzzuol Zanotte (In Memorian), filha de Leonora Cuzzuol e Luiz Zanotte.
Nasceu em Ibiraçu. Não sabendo da sua vida pessoal e nem profissional. Só sabemos que
namorou e casou com o jovem Amarilio Curto. Tiveram quatro filhos: Vanderli Cuzzuol
Curto, Amauri Cuzzuol Curto, Amadeu Cuzzuol Curto e Carmem Cuzzuol Curto.
Iracema Cuzzuol Zanotte ( In Memorian), filha de Leonora Cuzzuol e Luiz
Zanotte. Nasceu em Ibiraçu. Não temos mais conhecimento sobre sua vida.
JOANA CUZZUOL (Tia - In Memorian), filha de Luigi Cuzzuol e Itália Bonarett.
Nasceu no Rio Taquaruçú. Casou e teve filhos. Não sabemos mais detalhes sobre sua vida.
RICARDO CUZZUOL (Tio - In Memorian), filho de Luigi Cuzzuol e Itália
Bonaretti. Nasceu no Rio Taquaruçú. Trabalhou na lavoura de manhã a noite, com o pai,
desde da infância até o casamento. Sempre foi dedicado a família, nunca decepcionou
ninguém desde sua juventude até a morte. Era um rapaz muito respeitador e cumpridor do
seus deveres. Muito católico e amável com as pessoas, sempre foi muito brincalhão,
risonho e contador de piadas. Começou a namorar a jovem Helena Devens, e chegaram ao
casamento. Tiveram quatro filhos: Editt Devens Cuzzuol, Lindaura Devens Cuzzuol,
Antônio Devens Cuzzuol e Ana Devens Cuzzuol.
Editt Devens Cuzzuol, filha de Ricardo Cuzzuol e Helena Devens Cuzzuol. Nasceu
no Rio Taquaruçú, desde a infância até a juventude, sempre ajudou a família em todos os
serviços do lar e da lavoura. Na infância estudou numa escola do interior, aprendeu o

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suficiente para seguir sua vida. era uma jovem muito bonita, muito católica e muito amável
com as pessoas. Começou a namorar com o jovem Alfeu Furriere e chegaram ao
casamento. Tiveram seis filhos: Maristela Furriere, Vera Lúcia Furriere, Aloisio Furriere,
Heloisa Furriere, Joana Furriere, Helena Furriere e Leila Furriere. São todos casados e com
filhos.
Lindaura Devens Cuzzuol, filha de Ricardo Cuzzuol e Helena Devens. Nasceu no
Rio Taquaruçú. Na infância estudou na escola do interior. Aprendeu o suficiente para levar
sua vida em frente. Sempre ajudou a mãe nos serviços do lar, e ao pai na lavoura de manhã
a noite, até o casamento. Era uma menina muito bonita e amável com as pessoas. Muito
católica, gostava muito de ir as festas religiosas, era muito querida pela família e parentes.
Começou a namorar com um jovem Cleber de Souza Lopes, e chegaram ao casamento.
Tiveram quatro filhos: Linda Klércia de Souza Lopes, Kleverson de Souza Lopes,
Darsielen de Souza Lopes (In Memorian) e Elen Darsi de Souza Lopes (In Memorian).
Linda Klércia de Souza Lopes, filha de Lindaura e Cleber de Souza Lopes. Casou
com Carlos Aprigio Ferreira e tiveram dois filhos: Francis Kaynir Ferreira e Brayrn
Ferreira, são de menor.
Kleverson de Souza Lopes, filho Lindaura e Cleber de Souza Lopes. Casou com a
jovem Ruth Mara Lagassa de Oliveira. Tiveram dois filhos: Davi Lagassa de Oliveira e
Natã Lagassa de Oliveira, são de menor.
Antônio Cuzzuol, filho de Ricardo Cuzzuol e Helena Devens. Nasceu no Rio
Taquaruçú. Na infância estudou. Na juventude ajudava o pai na lavoura de manhã a noite
no cabo da enxada, fazendo as plantações de milho, arroz, feijão e outras, conforme a
necessidade da família. Era um jovem muito ambicioso, gostava de dançar ir as festas.
Religioso, era muito católico e muito paquerador. Começou a namorar a jovem Dilma
Machado Ferreira. Tiveram dois filhos: Lissia Mara Ferreira Cuzzuol e João Ricardo
Ferreira Cuzzuol.
Lissia Mara Ferreira Cuzzuol, filha de Antônio Cuzzuol e Dilma Machado
Ferreira. Na sua juventude namorou e casou com o jovem Edson.
João Ricardo Ferreira Cuzzuol, filho de Antônio Cuzzuol e Dilma Machado
Ferreira. Na sua juventude namorou e casou com a jovem Andreia, até o momento não tem
filhos.
Ana Cuzzuol, filha de Ricardo e Helena. Nasceu no Rio Taquaruçú, na sua infância
estudou na escola do interior, na juventude ajudava a mãe nos serviços do lar. Era uma
menina muito carinhoso e muito bonita. Os pais tinham muito carinho por ela. Era muito
religiosa, gostava de frequentar festas da igreja, era muito cobiçada por todos os rapazes
com quem conversava. O pai para não a deixar trabalhar na roça como os outros, arrumou
um serviço na casa de família em João Neiva, a fim de ver ela em melhor situação e que
pudesse se aperfeiçoar mais nos estudos. Começou a namorar com o jovem Edson Soares
Batista, empregado do Vale do Rio Doce, em João Neiva. A família tinha o maior carinho
por ele, e ele foi um decepção, abusou da menina e não queria casar. O Ricardo o obrigou a
se casar com a Ana. Assim chegaram ao casamento e tiveram quatro filhos: Edson, Luiz
Carlos, Magnos e Edra. Por um tempo o casamento foi mil maravilhas, até os filhos

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crescerem. Depois o amor acabou e a separação chegou. Ele se tornou uma pessoa má para
a família. Os filhos não compreendia os acontecimentos. Até que um dia os dois filhos
foram para a praia, o Edson e o Luiz Carlos.
O Edson voltou para casa, e o Luiz Carlos não porque foi acidentado por um carro
de uma pessoa estranha. Desse acidente veio a falecer, foi um choque muito grande para a
mãe e os irmãos. Depois da morte de Luiz Carlos a mãe ficou doente até hoje. O tempo
passou e outra notícia chegou para a mãe, o filho Magnos também faleceu num acidente de
carro na estrada da vida. A mãe com todos os problemas que vinha enfrentando na vida
piorou ainda a sua saúde. Hoje é uma pessoa triste e sem conceito de vida, o botão de rosa
que desabrochou no Rio Taquaruçú, está murchando em João Neiva, por motivo de doença.
Edson Cuzzuol Batista, filho de Ana Cuzzuol e Edson Batista. Nasceu em João
Neiva, estudou e é diplomado. Com todos os problemas que enfrentou na família é uma
pessoa bem conceituada na vida. Hoje tem sua moradia própria, ajuda a mãe e a avó em
tudo que é preciso para tocar a vida em frente. Com a força de Deus e Maria Santíssima. É
uma pessoa muito querida da avó, da mãe e dos parentes. É uma pessoa de muito caráter e
vive de bem com a vida.
Edra Cuzzuol Batista, filha de Ana Cuzzuol e Edson Batista. Nasceu em João
Neiva, estudou e é diplomada. Com todos os problemas que passou na família é uma pessoa
muito amada por todos da família e parentes. Tem uma personalidade muito forte, contorna
tudo na família com muito amor e carinho. É uma pessoa de muita responsabilidade em
tudo à executar. Começou a namorar com o jovem Adriano Rosolene, e chegaram ao
casamento. Tiveram dois filhos: Ludinila Rosolene e Guilherme Rosolene.
A história é contada pela avó Helena com noventa e cinco anos de idade.
MARIA CUZZUOL (Tia - In Memorian), filha de Luigi Cuzzuol e Itália Bonaretti.
Nasceu no Rio Taquaruçu. trabalhava com a mãe, em todos os serviços do lar. Também
ajudava o pai e os irmãos na lavoura. Começou a namorar com um rapaz e ganhou uma
filha. Tomou o seu caminho e pegou sua independência. Criou sua filha Dejanira Cuzzuol
sozinha, ficou solteirona até a morte.
Dejanira Cuzzuol, filha de Maria Cuzzuol. Nasceu no Rio Taquaruçú. Na sua
infância viveu com sua mãe para seu sustento. Na juventude começou a namorar com o
jovem Antônio Rui e chegaram ao casamento. Tiveram filhos.
ANGELINA CUZZUOL ( Tia In Memorian), filha de Luigi Cuzzuol e Itália
Bonaretti, nasceu no Rio Taquaruçú, não teve muita infância porque Deus chamou para
junto dele. era uma menina muito bonita trouxe muita felicidade para os pais. Na infância
tinha que ajudar a mãe no serviço da casa, e levar café para o pai na roça. Um belo dia ela e
a mãe foram levar almoço para o pai e os empregados na roça e ela não voltou, porque
Deus a chamou para junto dele. Quando ela estava indo para roça, no meio do caminho uma
tora que vinha rolando do morro a baixo passou por cima da menina, vindo a falecer. Foi o
maior desespero para a família e os parentes, que não queria se conformar com o
falecimento da filha. Perderam totalmente o prazer na vida.
JOSÉ CUZZUOL (Tio - In Memorian), filho de Luigi Cuzzuol e Itália Bonarett.
Nasceu no Rio Taquaruçú. Na sua infância estudou em escola do interior. Na sua juventude
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ajudava o pai na roça em qualquer serviço, desde da enxada, a foice, o machado,
derrubando mata para plantações. Cuidava dos animais: vacas e cavalos. Era o caçula da
família, o xodó do pai. Tinha de tudo o que precisava. Era o mais sapeca da família e
também muito briguento, puxava o valho pai. Não arredava os pés em nada. Muito
responsável com os compromissos, namorador era o galante dos Cuzzuol. Gostava de
paquerar as meninas do lugar, ia muito as festas religiosas. Dançava muito nos bailes da
roça. Começou a namorar e casou com a jovem Rosa Piol. Tiveram quatro filhos: Hilário
Piol Cuzzuol, Arito Piol Cuzzuol, Irene Piol Cuzzuol e Maurilio Piol Cuzzuol.
Hilário Piol Cuzzuol, filho de José Cuzzuol e Rosa Piol, na infância estou na escola
do interior. Na juventude ajudava a família na lavoura, plantando milho, feijão, arroz,
mandioca, cana, banana, hortas e frutas e na colheita do café. Foi uma pessoa muito amada
pela família. Tinha um bom conceito de vida. Rapaz de muito caráter e responsabilidade
com seus deveres, sempre procurando compreender a família e os amigos.
Viveu sua vida toda até o casamento com o pai, a mãe e os irmãos. Quando seu pai
faleceu, ficou desbaratado com o destino, vendeu suas terras e tomou outro rumo na vida.
Comprou uma casa em outro lugar João Neiva, trabalhando de empregado. Começou a
namorar com a jovem Zeni Clemente e chegaram ao casamento. Tive um filho: Claudio
Júnior Cuzzuol. Vinicius Clemente é neto do Hilário. Hoje vive em Ibiraçu. Trabalha na
Prefeitura de empregado, tem sua própria moradia, é independente com as Graças do
Senhor Bom Deus.
Arito Cuzzuol, filho de José Cuzzuol e Rosa Piol, nasceu no Rio Taquaruçú. Na
infância estudou é diplomado. Não temos os informações sobre sua vida pessoal e
profissional só que namorou e casou com a jovem Maria da Glória Scopel e que tiveram
três filhos: Antônio Marcos Cuzzuol, Claudete Cuzzuol e Claudinéia Cuzzuol.
Paula e Sérgio Júnior são netos do Arito Cuzzuol.
Irene Cuzzuol, filha de José Cuzzuol e Rosa Piol, nasceu no Rio Taquaruçú. Na
infância estudou em escola do interior. Outras informações sobre sua vida pessoal e
profissional, não temos, só que namorou e casou com o jovem José Eustáquio F. de Souza.
Teve uma filha: Solange Cuzzuol de Souza.
ANUNCIATA CUZZUOL ( Tia In- Memorian), filha de Luigi Cuzzuol e Itália
Bonaretti. Nasceu no Rio Taquaruçú. Falta de informação sobre sua vida pessoal e
profissional, só sabemos que namorou e casou com o jovem Pedro Peruchi, e que tiveram
três filhos: Maria Peruchi, Angelina Peruchi e Ciro Peruchi.
Maria Peruchi, filha de Anunciata Cuzzuol e Pedro Peruchi. Nasceu no Rio
Taquaruçú, é solteira e mora com a família.
Ciro Peruchi (In Memorian), filha de Anunciata Cuzzuol e Pedro Peruchi, nasceu
no Rio Taquaruçú. Na sua juventude namorou e casou com a jovem Albina Furieri.
Tiveram oito filhos: Lúcia Peruchi, Roque Peruchi, Miguel Peruchi, Maria Luiza Peruchi,
Marta Peruchi, Angélica Peruchi, Luciano Peruchi e Regina Peruchi.

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Aline, Ana Paula, Gisele, Renata, Keidiane, Jeandra, Geane, Maria Luiza, Jean,
Robson, Carlos Eduardo, Jérssica, Caroline, Gabriela, Ciro e Izabela, são netos do Ciro
Peruchi.
Juliana Modenesi, é Bisneta de Ciro Peruchi.
Angelina Peruchi, filha de Anunciata Cuzzuol e Pedro Peruchi. Nasceu no Rio
Taquaruçú. Na sua juventude namorou e casou com o jovem José Carão. Tiveram seis
filhos: João Carão, José Carão, Jaime Carão, Lenir Carão, Neuza Carão e Jucilene Carão.
LUIZ CUZZUOL (Pai - In Memorian), filho de Luigi Cuzzuol e Itália Bonarett,
nasceu no Rio Taquaruçú. Homem de uma linda biografia, sua infância, sua juventude,
casamento e morte. Aos sessenta e seis anos de idade, faleceu de uma doença incurável,
câncer no esófago. Da infância até a morte foi um homem que lutou muito para ajudar o
pai a mãe e os irmãos, até o casamento. Sem nenhum estudo, mais um herói em tudo que ia
fazer, era também muito corajoso e um grande respeitador da leis da vida, com uma
honestidade e responsabilidade no trabalho, onde todos o admiravam.
Casou com Thereza Frigini e tiveram sete filhos: Natalina Cuzzuol (In Memorian),
Norberto Cuzzuol (In Memorian), Benvindo Cuzzuol, Maria Cuzzuol, Cecilio Cuzzuol,
Arlindo Cuzzuol e Benito Cuzzuol.
Trabalhou de meia com os donos da terra. Educou os filhos dentro de suas
possibilidades, sempre mostrando o caminho da verdade, da dignidade e do amor ao bom
Deus e Maria Santíssima. Teve suas plantações e suas criações de animais. Homem forte,
sempre respeitou as pessoas e a família. Aceitou com muita dignidade a vida que levava.
Nunca enganou ninguém. Desde criança lutava pela igualdade dos homens na terra.
Sonhava em vê as famílias do povoado em melhores condições de vida. Sempre falava que
antes de morrer, queria ter a sua própria colônia, para deixar para a esposa e os filhos. Mas
aos sessenta e seis anos de idade viu seus sonhos acabar, com a chegada da enfermidade
que o abateu. Lutou muito na vida, não media esforços para conquistar a felicidade para si
e a família. Mas Deus o chamou para junto Dele.
Deixou a esposa Thereza e os filhos, para dar continuidade a sua geração. Thereza
era uma mulher muito forte, fiel a família e aos semelhantes. Era trabalhadora, levou uma
vida de muito sacrifício junto com o marido. Casou todos os filhos, e ajudou a criar os
netos. Mulher de muita fibra, nunca deixou de trabalhar para dá o bom exemplo à família.
Morreu aos oitenta e um anos de idade, deixando toda a família muito triste, porém todos os
filhos, netos, noras e genros, bem encaminhados na vida. Deixou um lindo exemplo de vida
para todos. Agora deve estar junto do seu marido e ao lado de Deus, pois os dois eram
muito católicos.
Esta é a história de Luiz Cuzzuol e Thereza Frigini Cuzzuol.
Descrita por Benito Cuzzuol.

~ 85 ~
No final desse livro,
escrevo a história
da família De Marchi.

~ 86 ~
P
edro De Marchi, nasceu na Itália, na cidade, insatisfeito com a vida que levava na
sua terra natal, resolveu abandonar sua cidade, deixando tudo para trás, família,
parentes e amigos e tudo que era importante para ele e imigrou para o Brasil, para
aventurar sua sorte. Chegando no Brasil, foi para o interior do Estado do Espírito Santo,
para trabalhar na lavoura. Neste lugar, havia muita mata. E os italianos que abandonaram
suas terras de origens, vinham direto para a roça, para fazer suas plantações, apossavam-se
das terras e derrubavam as matas para construírem suas casas.
Pedro De Marchi, casou-se com Cizira Carreta, tiveram dois filhos: Henrique De
Marchi e Maria De Marchi.
MARIA DE MARCHI, filha de Pedro De Marchi e Cizira Carreta, nasceu em
Mundo Novo, na sua infância, viveu com a família até o casamento. Era uma pessoa muito
trabalhadora, ajudava o pai na roça, em todos os serviços. Ajudava também a mãe nos
afazeres da casa, era o braço direito dos pais. Era uma pessoa que gostava de dançar e curtir
a vida, gostava também de namorar os rapazes do lugar. Até que apareceu um rapaz de cor
preta, de outro lugar e começaram a namorar. O pai dela, não fazia gosto em ver ela com
essa pessoa. Mais o amor falou mais alto, passaram por cima de todos os obstáculos e
preconceitos da família, continuaram o namoro até chegar ao casamento. Casou-se com o
caboclo de cor, chamado Odorico de Souza, e foram viver sua independência trabalhando
de meieiro com o pai. O pai construiu uma casa na própria colônia para os dois. Assim
continuaram a vida a dois até a morte os separar. Tiveram cinco filhos: Clovis De Marchi
Souza, Glória De Marchi Souza, Pedro De Marchi Souza e Ana De Marchi Souza (gêmeos)
e Elois Claudio De Marchi Souza.
Educou os filhos como pode, sempre com muito amor e carinho. Os filhos
cresceram e tomaram seus destinos, eles ficaram sozinhos, não podendo tocar a roça, foram
embora para outro lugar, João Neiva, viver o resto de suas vidas. Com o passar do tempo, a
vida foi mudando, a idade chegando. Tudo que era maravilhoso, na vida de jovens mudou,
a doença chegou e começaram os problemas na família, o marido Odorico, sofreu uma
enfermidade, que o levou a morte. Com a morte do marido, a situação financeira foi
piorando, sem companheiro, passou a ver a vida diferente, com angústia e tristeza de viver
sozinha, com o filho Elois. Lembrando os momentos que passou junto com o marido, com
muita alegria, felicidade, paz e amor, com as Graças do Divino Espírito Santo. Hoje vive
com o salário de pensão que o filho Pedro, deixou para ela com sua morte. Nesse momento
ela se encontra muito doente na cama, na casa da filha Glória sem poder conversar com
ninguém. Está com noventa e um anos de idade, olhando o dia e a noite passar. Sonhando e
pedindo a Nossa Senhora da Saúde para voltar para sua casa em João Neiva, com as Graças
de Deus.
Essa é a história da Maria De Marchi e Odorico de Souza, que enfrentaram tudo e
todos e realizaram um grande sonho de amor.
Clovis De Marchi de Souza, filho de Maria De Marchi e Odorico de Souza, na sua
infância, estudou em João Neiva, no “Grupo Escolar Barão de Monjardim” é diplomado do
primário parou com os estudos, para ajudar a família na roça. Viveu com os pais até ir
servir o Exército Brasileiro, ficando um ano.
~ 87 ~
Aprendeu a ter um melhor conceito de vida e melhor comportamento pessoal.
Quando estava no Exército, foi convocado para ir lutar na Guerra do Vietnã, chegando lá
teve muita sorte, a guerra estava acabando. Logo voltou para o Brasil, ficou em alerta para
qualquer acontecimento. O tempo passou e o dia da baixa chegou. Saiu do quartel e voltou
para a vida civil. Com mais experiência de vida, voltou para Mundo Novo, para casa da
família.
Depois de um tempo resolveu abandonar a roça e procurar a sua independência.
Arrumou emprego na padaria de Sebastião Rosa Loureiro e começou a namorar com a filha
do Dr. Delegado Sr. Acásio, não dando certo o namoro, terminaram e ele partiu para São
Paulo. Ficou na casa da prima casada com o Benito, para aventurar sua sorte. O Benito
esposo de sua prima conseguiu um emprego para ele na Siderúrgica J. L. Alipertt, como
operador de máquina na Laminação Nova. Seu período de experiência consistia em
descarregar vagão de minério no Brás e descarregar o carro de carvão no silos da firma
Alipertt.
Depois de passar na experiência, ficou na Siderúrgica trabalhando de operador de
máquina, passado um tempo ele brigou com o Engenheiro Molina, chefe da seção, e foi
despedido. Ficou parado até arrumar outro emprego na Companhia Polimatic Eletro
Metalúrgica, na função de soldador a ponto. Começou a namorar com a jovem Luzia Grou.
Com o tempo chegaram ao casamento, tiveram cinco filhos: Marcelo De Marchi Grou,
André De Marchi Grou, Vagner De Marchi Grou, Rodrigo De Marchi Grou e Tiago De
Marchi Grou são gêmeos. Comprou uma casa pelo sistema financeiro em São Bernardo do
Campo. Saiu da Polimatic, porque ganhava muito pouco, e foi trabalhar na Volkswagen, na
função de controle de câmbio de carro. Ficou nesta firma até se aposentar. Hoje vive com a
família e os filhos muito bem, com as Graças de Deus nosso Pai.
Luzia Grau, nasceu no Estado do Paraná, veio para São Paulo com a família ainda
na infância. Estudou é diplomada. Era uma menina muito bonita e amável com a família.
Trabalhou ajudando a mãe nos serviços do lar. Era uma jovem bem sucedida, muito
religiosa, acompanhava a mãe nas missas aos domingos. Começou a namorou o Clovis e
chegaram ao casamento e foram viver a vida a dois com muito amor. Sempre trabalhando
com muito amor para educar os filhos como pode.
Hoje com o marido aposentado e os filhos criados, esta com cinquenta e dois anos
de idade, vive para a família. Compreendendo a vida como ela é. Sempre pedindo , paz,
amor e saúde para a família, assim vê a vida passar com as Graças de Deus. Ela aprendeu
sozinha com sua capacidade a fazer escultura de Imagem de Santo. E com a inteligência
que Deus lhe deu, ela está sempre se aperfeiçoando no trabalho de escultura e fazendo da
vida uma escola, com muito amor ao Pai. Hoje ela vive no Paraná, onde nasceu, cuidando
da família. O marido que é enfermo e aposentado. Essa é a vida da Luzia Grou até o
momento.
Marcelo Grou, filho de Clovis De Marchi e Luzia Grou, nasceu em São Bernardo
do Campo, na sua infância estudou é diplomado. Na juventude trabalhou de empregado,
estudou a profissão de marceneiro e formou-se profissional. Hoje é uma pessoa de muita
responsabilidade tanto profissional como pessoal. Começou a namorar uma menina e se
juntaram, tem uma filha: Luana, é de menor tem quatro anos.

~ 88 ~
Marcelo sempre ajudou a mãe e a família. Sempre cumpriu o ensinamento que
aprendeu com seus pais. É uma pessoa muito trabalhadora, honesta em tudo a fazer,
montou sua própria oficina de marcenaria. Trabalha por conta própria, aos vinte e nove
anos de idade vive independentemente a sua aventura sem depender dos familiares com as
Graças de Deus.
André Grou, filho de Clovis De Marchi e Luzia Grou, nasceu em São Berrando do
Campo, na sua infância estudou é diplomada. Na juventude estudou mecânica de Moto.
Sempre trabalhou por conta própria, como mecânico. É uma pessoa muito honesta e de
muita responsabilidade em tudo a fazer. Sempre ajudou a mãe em tudo. Começou a
namorar a jovem Angela uma pessoa muito boa, não tem filho. Ele aos vinte e sete anos é
uma pessoa bem sucedida na profissão. Muito amável com a família e vive com os pais até
o momento com as Graças do nosso Criador.
Wagner Grou, filho de Clovis De Marchi e Luzia Grou, nasceu em São Bernardo
do Campo, na sua infância estudou e formou-se Técnico de Eletrônica, é músico, é um
sonhador, procurando sempre se aperfeiçoar na profissão. Vive lutando com a vida para
melhorar sua situação . É muito educado e tem muita responsabilidade em seus
compromissos. Vive com a família até o momento. Namora mais não pensa em casar
enquanto não realizar seu sonho. Está com vinte e três anos de idade, pensa muito em
realizar sua independência financeira e sua situação profissional com as Graças de nosso
bom Deus.
Tiago e Rodrigo Grou, são gêmeos, filhos de Clovis De Marchi e Luzia Grou,
nascerão em São Bernardo do Campo, na suas infâncias estudaram, são diplomados, são
muitos iguais em tudo que faz. São muito carinhosos com a família, sempre procurando
ajudar a mãe em tudo. São muitíssimo inteligentes. Sempre procurando progredirem para
melhorem suas situações. Vivem com a família com muito carinho e amor, com as Graças
de nosso bom Deus.
Rafael Grou, filho de Clovis De Marchi e Luzia Grou, nasceu em São Bernardo do
Campo. Ao nascer morreu, por motivo que a mãe e o pai ainda não acharam a resposta.
Rafael ao nascer ele faleceu, porque Deus achou que ele devia subir ao Céu para ficar junto
dos Anjos e Santos e assim poder abençoar sua família que tanto esperava para da vida
viver. Deus achou melhor leva-lo do que deixa-lo na terra para sofrer.
Glória Maria de Marchi de Souza, filha de Maria De Marchi e Odorico de Souza,
na sua infância estudou em João Neiva, no “Grupo Escolar Barão de Monjardim”, não é
diplomada, parou os estudos para ajudar a mãe no afazeres da casa e na roça com o pai.
Trabalhava na roça em todos os tipos de serviços inclusive na colheita de café e nas
plantações de milho, feijão, arroz cana, mandioca e também na enxada capinando o mato de
manhã à noite, de segunda à sábado O divertimento dela era ir as festas da igreja, passear e
dançar. Era uma menina muito educada, com modos de vida bem conceituado. Viveu com a
família até sua independência, era uma pessoa muito amável e boa com os pais e avós.
Começou a namorar com o jovem Harmando Cozini e chegaram ao casamento. Tiveram
quatro filhos: Elson Vander Cozini, Márcio Antônio Cozini, Laerte Sandro Cozini e
Grasiele Cozini.

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Ela mudou de Mundo Novo, para Vitória Capital do Espírito Santo, vive muito
bem com a família com as Graças de Deus Pai.
Elson Vander Cozini, filho de Glória De Marchi Cozini e Harmando Cozini, nasceu
em João Neiva. Na sua infância estudou é diplomado. Na juventude namorou e casou com a
jovem Gerusa Teles. Tiveram dois filhos: Emile Cristina Cozini Teles e Cathle Cozini
Teles, ambos de menor estão estudando, com as Graças da Mãe Maria Santíssima.
Marcio Antônio Cozini, filho de Glória De Marchi Cozini e Harmando Cozini,
nasceu em João Neiva. Na sua infância estudou é diplomado e empregado. Na sua
juventude namorou e casou com a jovem Jusinete Alves. Teve um filho: João Vítor Cozini,
está estudando com o poder de Deus.
Laerte Sandro Cozini, filho de Glória De Marchi Cozini e Harmando Cozini,
nasceu em João Neiva. Na sua infância estudou é diplomado. Na juventude namorou mais
não casou ainda. É empregado, vive com a família até o momento, com o poder de Deus.
Grasiele Cozini, filha de Glória De Marchi Cozini e de Harmando Cozini, nasceu
em João Neiva. Na sua infância estudou é diplomada. Na adolescência trabalhava ajudando
a mãe nos serviços da casa. Na sua juventude namorou e casou com o jovem André
Querino Gomes. Teve uma filha: Bruna Gomes, está estudando com as Graças de Deus.

Pedro de Marchi de Souza (In Memorian), filho de Maria De Marchi de Souza e


Odorico de Souza, gêmeo de Ana De Marchi de Souza, na sua infância estudou em João
Neiva, no “Grupo Escolar Barão de Monjardim”, não é diplomado, parou de estudar para
ajudar a família na roça. Nas plantações de milho, mandioca, café, cana, etc. Quando não
tinha serviços na roça, ele trabalhava por dia com o patrão para ganhar um dinheirinho a
mais e assim ajudar a família financeiramente. Era uma pessoa muito boa, tinha muito
sentimento no coração. Jovem de muito valor, todas as divergências na família ele
contornava, ficando tudo em paz.
Ele era uma pessoa muito calma de muito amor no coração, amava muito a família,
dava a vida para salvar o bem estar de todos. Tinha uma fé muito grande em Deus. Por ser
muito religioso não sabia ofender ninguém. Abandonou a roça e a família, para tentar uma
melhor sorte em São Paulo. Aqui chegando foi morar com o irmão Clovis. Arrumou um
emprego na Fábrica de Móveis Lafer, em São Bernardo do Campo, trabalhava com amor na
profissão, e assim ganhar um pouco mais de dinheiro para mandar para os pais. Durante
todo tempo que trabalhou, sempre mandou dinheiro para os pais. O sonho dele era trazer os
pais para viver com ele em São Paulo.
Mas o sonho dele durou pouco, pois foi acometido de um enfermidade que o levou
a uma cirurgia na cabeça, tinha um tumor. O médico operou, mais não teve jeito, com
poucos dias de operado veio à falecer. Deus o chamou para o Céu, para aliviar a dor que
estava sofrendo. Aqui acaba a história e o sonho dele, mais no Céu, ele vive com amor do
Pai, eternamente.

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Ana de Marchi de Souza, filha de Maria De Marchi de Souza e Odorico de Souza,
nasceu em Mundo Novo. Na sua infância estudou no “Grupo Escolar Barão de
Monjardim”, em João Neiva, não é diplomado parou de estudar porque a família não tinha
condições para mantê-la na escola. Era uma menina muito inteligente, calma, muito bonita,
carinhosa com as pessoas, tinha uma simpatia, um olhar meigo. Trabalhou pouco na roça,
pois ajudava a mãe nos serviços caseiro e tomava conta da casa para a mãe trabalhar na
roça junto com o pai, que era meieiro. Começou a namorar com o jovem Izaltino Cozini e
chegaram ao casamento. Tiveram dois filhos: Laerte Cozini e Jacqueline Cozini.
Ana e os filhos foram embora de Mundo Novo para João Neiva.
Laerte Cozini, filho de Ana De Marchi Cozini e Izaltino Cozini, nasceu em João
Neiva. Na sua infância estudou é diplomado do segundo grau. É empregado, trabalha com
pintura, é uma pessoa bem conceituada nos seus afazeres. Tem muita responsabilidade, é
honesto, gosta de cumprir seus deveres. Ajudava o pai e a mãe nos compromissos do lar.
Na juventude namorou e casou com a jovem Fabiá Queiroz. Teve um filho: Gustavo
Queiroz é de menor.
Eles vivem uma vida a dois muito bem com as Graças de Mãe Maria Santíssima,
até este momento.
Jacqueline Cozini, filha de Ana De Marchi Cozini e Izaltino Cozini, nasceu em
João Neiva. Na sua infância estudou é diplomada. Na juventude ajudava a mãe nos serviços
do lar. É uma pessoa muito digna com seus compromissos, gostava de se divertir nas festas,
é muito religiosa. Tem muita responsabilidade no trabalho à executar. Namorou e casou
com o jovem Marciano. Teve um filho: Breno Cozini.
Os dois trabalham juntos no Aeroporto de Vitória, levam uma vida muito boa com
as Graças de Deus.
Elois Claudio de Marchi de Souza, filho de Maria De Marchi de Souza e Odorico
de Souza, nasceu em Mundo Novo, na infância estudou em João Neiva, no “Grupo Escolar
Barão de Monjardim”, é diplomado do primário e estudou na SENAI, a profissão de
Mecânico de Manutenção de Máquina, se formou, fez estágio na Vale do Rio Doce, não
conseguindo se empregar, ele foi procurar emprego em outro setor. Partiu para outra
profissão, não se adaptando com o serviço, saiu.
Não queria voltar para a roça para trabalhar de meia com o patrão, igual a família.
Abandonou tudo, deixando a família, parentes e amigos para trás e foi embora para São
Paulo, para casa do irmão Clovis, para aventurar a sorte e sua independência. O irmão
conseguiu empregar ele na Volkswagen como operador de máquina, ganhando um salário
razoavelmente bom, que dava para ele fazer sua independência. Trabalhou por um bom
tempo, se arrumou na vida, comprou boas roupas e sapatos. Já estava fazendo sua
independência e seu modo de vida na cidade grande. Já era outra pessoa, inclusive estava
pensando com o irmão Pedro de arrumar uma casinha para trazer os pais para viver aqui.
Mais o egoísmo subiu à cabeça, começou a andar com companheiros que não eram
de confiança, só pensavam em destruição. O irmão Clovis sempre estava na cola dele,
orientando, como ele deveria proceder na cidade grande, sempre aconselhando ele para sair
dessas maus companhias, que não eram boas para ele. O irmão Clovis disse, eu vivo aqui
~ 91 ~
em São Paulo a muito tempo, já trabalhei em várias firmas, conheço bem o ritmo dessa
cidade.
Ele não quis escutar os conselhos, achava que ele era que estava certo, e que o
irmão não devia se meter na vida dele. Um belo dia, ele se meteu em uma grande confusão,
que levou o irmão Pedro a prisão. O irmão Clovis foi a delegacia, saber os acontecimentos
e conseguiu soltar o Pedro que não tinha culpa de nada, e nem sabia do assunto, porque foi
preso. De tanta vergonha e desgosto que o Pedro passou, por causa dele, começou a passar
mal e foi internado no Hospital Nove de Julho e operado da cabeça, depois de uns dias
veio a falecer. Depois de umas semanas que o Pedro havia falecido, o irmão Elois Claudio
de desgosto, pediu demissão da firma e voltou para João Neiva, para viver com o pai e a
mãe.
Chegando em João Neiva, precisou arrumar um serviço para tocar a vida em frente.
Depois de todos esses acontecimentos na vida dele, não consegue parar em nenhum
emprego, está vivendo à custa da mãe, até esse momento.
HENRIQUE DE MARCHI, filho de Pedro De Marchi e Cizira Carreta, nasceu em
Mundo Novo. Viveu a sua infância com a família, trabalhando na roça, com o pai e a mãe.
Na juventude estudou, aprendeu a ler e escrever um pouco, tinha uma vida maravilhosa,
tinha de tudo que um jovem precisava. Não faltava nada para a família. O pai era
proprietário de terras da melhor qualidade para plantação. Tudo que plantava, dava boa
colheita. Henrique era um jovem bem apreciado pelas mulheres, ele gostava muito de
dançar, de festas e de paquerar as meninas, era um verdadeiro festeiro. Gostava também de
montar cavalo, não tinha medo de nada. Sempre teve o apoio da família, em tudo que ia
fazer.
Gostava de passear e tocar sanfona, nos bailes. Era muito namorador, até que
começou a namorar a jovem Regina Cuzzuol, e chegaram ao casamento. Mesmo depois de
casado, Henrique vivia com a família, nunca abandonou os pais, cuidou deles com muito
amor e carinho até a morte os levarem. Quanto os pais faleceram, ele tomou conta das
terras que lhe pertencia.
Henrique e Regina, tiveram onze filhos, dois faleceram e nove estão vivos, são
eles: Cizira De Marchi, Luiza De Marchi, Santa De Marchi, Izaldina De Marchi, Sebastião
De Marchi, Geralda De Marchi, Neuza De Marchi, Dalva Maria De Marchi e Manuel
Pedro De Marchi.
Eram as meninas que tocavam a lavoura, trabalhavam na roça de manhã à tarde,
ajudando o pai na enxada e na foice. As meninas foram o braço direito do velho,
trabalhavam em qualquer serviço da roça, além de tirar leite das vacas e cuidar dos
serviços da casa.
Cizira De Marchi Prandi, filha de Henrique De Marchi e Regina Cuzzuol, nasceu
em Mundo Novo, interior do Estado do Espírito Santo. Na sua infância estudou em Mundo
Novo, não é diplomada. Trabalhava na roça com o pai e as irmãs, de manhã à noite, no
cultivo das terras, para as plantações. Colhia café e trabalhava na enxada e na foice igual a
um homem. Ajudava a mãe nos serviços da casa. Era uma pessoa muito querida, pela
família. Muito honesta, no seu comportamento pessoal.

~ 92 ~
Henrique De Marchi e Regine Cuzzuol

~ 93 ~
Tinha uma grande responsabilidade em tudo que ia executar. Sempre cumpriu as
suas obrigações. Gostava muito das festas religiosa, era muito católica e tomava conta do
embelezamento da Igreja, Era a “rezadeira” do terço de nossa Senhora na igreja de Mundo
Novo. Sempre se dedicou ao povoado. Gostava muito de curtir a vida, de ir aos bailes,
dançar, namorar e passear. Começou a namorar sério com o jovem Joviniano Prandi e
chegaram ao casamento. Os dois depois de casados, foram viver a vida a dois, juntos com
os irmãos dele, na mais perfeita saúde e harmonia, com amor, carinho e felicidade com as
Graças de Nosso Bom Deus. Cizira é a filha mais velha da família, casou com Joviniano
Prandi, um moço muito bom, de família muito honesta. Depois que Cizira casou o pai
ficou sem um reforço para tocar a roça. Precisou de um camarada para ajudá-lo. O
empregado, mais Luiza, Santa e Izaldina, eram os ajudantes do velho nos trabalhos da
roça. Cizira e Joviniano, tiveram seis filhos: Maria da Penha Prandi (Neta), João Batista
Prandi (Neto), José Antônio Prandi (Neto), Paulo Henrique Prandi (Neto), Delza Prandi
(Neta) e Jacimar Benedito Prandi (Neto).
Eles viveram com a família do Joviniano Prandi por muito tempo. O Joviniano
trabalhava em João Neiva, na Vale do Rio Doce, andava a pé mais de quarenta e cinco
minutos todos os santos dias, de segunda à sábado. Ia de manhã e voltava a tarde. A Cizira
sempre o esperava com muito amor e carinho. Foram anos e anos nesta vida, até ele
comprar a sua própria moradia, que era seu sonho, e mudaram para João Neiva. Os filhos
cresceram e foram casando e seguindo seus próprios destinos. Eles foram ficando sozinhos.
O Joviniano se aposentou pela Vale do Rio Doce. Comprou uma colônia em Mundo Novo.
Leva a vida administrando a colheita do café. Ela cuida do lar até hoje com as Graças de
Mãe Maria Santíssima.
Maria da Penha Prendi (Neta), filha de Cizira De Marchi e Joviniano Prandi,
nasceu em Mundo Novo, na sua infância estudou e tirou diploma de professora. Vive com a
família. Gosta de curtir a vida. É aposentada.
João Batista Prandi (Neto), filho de Cizira De Marchi e Joviniano Prandi, nasceu
em Mundo Novo. Na sua infância estudou e formou-se em Administração de Empresas.
Trabalhou na Vale do Rio Doce. Hoje é aposentado. Namorou e casou com a jovem Maria
Luiza Morellato. Teve uma filha: Paola Morellato Prandi (Bisneta).
Paola Morellato Prandi (Bisneta), filha de João Batista Prandi e Maria Luiza
Morellato, nasceu em João Neiva. Na sua infância estudou e formou-se em Medicina, vive
com a família até hoje.
José Antônio Prandi (Neto), filho de Cizira De Marchi e Joviniano Prandi, nasceu
em Mundo Novo. Na sua infância estudou e formou-se em Técnico de Mecânica. Namorou
e casou com a jovem Rita de Cássia Scopel. Tiveram duas filhas: Juliana Scopel Prandi
(Bisneta) e Camila Scopel Prandi (Bisneta), as duas só estudam.
Paulo Henrique Prandi (Neto), filho de Cizira De Marchi e Joviniano Prandi,
nasceu em Mundo Novo. Na sua infância estudou e formou-se em Instrumentação, trabalha
na Aracruz Celulose. Namorou e casou com a jovem Maria Célia da Silva Prandi.

~ 94 ~
Tiveram dois filhos: Alexandre da Silva Prandi (Bisneto) e Marina da Silva Prandi
(Bisneta), ambos estão estudando.
Delza Prandi Campagnaro (Neta), filha de Cizira De Marchi e Joviniano Prandi,
nasceu em João Neiva. Na sua infância estudou até o segundo ano colegial. Trabalha na
Caixa Econômica. Namorou e casou com o jovem Gilson Campagnaro. Tiveram dois
filhos: Rodolfo Prandi Campagnaro (Bisneto) e Bianca Prandi Campagnaro (Bisneta),
ambos estão estudando.
Jacimar Benedito Prandi (Neto), filho de Cizira De Marchi e Joviniano Prandi,
nasceu em João Neiva. Na sua infância estudou e formou-se em Técnico de Mecânica,
trabalha na CST Companhia Siderúrgica Tubarão, em Vitória do Espírito Santo. Namorou e
casou com a jovem Elenir da Silva Prandi. Tiveram dois filhos: Natália da Silva Prandi
(Bisneta) e Arthur da Silva Prandi (Bisneto), ambos estão estudando.
Luiza De Marchi, filha de Henrique De Marchi e Regina Cuzzuol, nasceu em
Mundo Novo. Na sua infância estudou e abandonou o estudo para ajudar a mãe nos
serviços de casa, e ao pai na roça, de manhã a noite no cabo da enxada, capinando o mato e
no cabo da foice roçando pastos e na colheita do café. Era uma fera no seus compromissos,
sempre dedicada a família. Gostava muito de se divertir, de dançar e de ir as festas
religiosas. Sempre cumpriu com suas obrigações, é uma pessoa de muita sensibilidade, de
muito caráter pessoal. Na sua juventude era a mais sapeca gostava muito de paquerar os
rapazes.
Sempre procurou namorar com rapazes de outra região. Tinha muitos rapazes do
mesmo lugar que queria namorar com ela, porque ela era muito bonita, mais nunca firmou
namorou por muito tempo com ninguém do lugar. Era só passa tempo. Até que apareceu
um rapaz de Minas Gerais, era desconhecido do lugar, ninguém sabia de onde ele veio,
começou a trabalhar numa obra de barragem na cachoeira do Paraíso, com a turma do lugar
e passou a ser amigo da turma que ali trabalhava. Começou a namorar este rapaz e gostar
muito dele. Firmou o namoro com muito amor e até chegar ao conhecimento do seu querido
pai.
Quando o pai descobriu que ela estava namorando com ele, chamou atenção dela.
Pois ninguém sabia aonde ele veio. Ela não ouviu os conselhos do seu querido pai, o amor
falou mais alto. Tomou uma decisão em sua vida. Como o pai dela não queria, uma bela
noite de madrugada os dois combinaram fugir. Enquanto a família dormia ela preparou a
mala de roupas e deixou tudo para trás e foi embora com o rapaz para o Estado de Minas
Gerais. E lá os dois pombinhos se casaram sem autorização dos pais. Tiveram quatro filhos:
Tarcizo De Marchi (Neto), José Luiz De Marchi (Neto), Rosa Maria Barbosa De Marchi
(Neta) e Rosângela De Marchi (Neta).
Luiza De Marchi e José Barbosa da Silva viveram junto por um bom tempo,
depois começaram a se desentender e acabaram separando. Cada um tem sua própria vida.
Ela vivi sozinha, trabalhou até se aposentar. Hoje tem sua própria moradia, tem suas
paqueras e gosta de curtir a vida.

~ 95 ~
Tarcizio De Marchi da Silva (Neto), filho de Luiza De Marchi e José Barbosa da
Silva, nasceu em Minas Gerais, na sua infância estudou fez o curso de Técnico em
Eletrotécnica. Namorou e casou com a jovem Elizete Carvalho De Marchi. Tiveram quatro
filhos: Fernanda Carvalho De Marchi (Bisneta), Carla Carvalho De Marchi (Bisneta),
Henrique Carvalho De Marchi (Bisneto), Renata Carvalho De Marchi (Bisneta). A Renata
tem um filho: Caio De Marchi Enoque (Trineto).
José Luiz De Marchi Silva (Neto), filho de Luiza De Marchi e José Barbosa da
Silva, nasceu em Minas Gerais. Na sua infância estudou e fez o curso de Técnico em
Eletrotécnica. Namorou e casou com a jovem Maria José Campanha De Marchi. Tiveram
três filhos: André Luiz De Marchi (Bisneto), Felipe De Marchi (Bisneto) e Marcelo De
Marchi (Bisneto).

Rosa Maria Barbosa da Silva (Neta), filha de Luiza De Marchi e José Barbosa da
Silva, nasceu em Minas Gerais. Não casou, mais tem uma filha: Maria Luiza De Marchi
Caliman (Bisneta).
Rosângela De Marchi (Neta), filha de Luiza De Marchi e José Barbosa da Silva,
nasceu em Minas Gerais. Na sua infância estudou é diplomada em Técnica em
Eletrotécnica.
Santa De Marchi, filha de Henrique De Marchi e Regina Cuzzuol, nasceu em
Mundo Novo. Na sua infância estudou mais não tirou diploma, parou com os estudos para
ajudar a mãe nos serviços da casa e ao pai nos serviços da roça, junto com os irmãs,
colhendo café e plantando milho, feijão, arroz, cana e outros, roçava pasto e trabalhava na
enxada capinando o mato, de segundo à sábado, de manhã à noite. Ao chegar da roça,
tomava banho e ia jantar, depois da janta pegava na máquina de costura para fazer roupas
para família.
Era uma menina muito esperta, gostava de se divertir, passear, dançar, ir as festas
da igreja, era muito católica, ensinava reza para as crianças do lugar. Gostava de paquerar
os rapazes, era muito namoradeira. Não firmava namoro por muito tempo com ninguém, até
que encontrou o amor de sua vida Altair Frigini, namorou durante seis anos, noivaram,
mais com o passar do tempo o amor acabou e não chegaram ao casamento. Era um pessoa
muito bonita e muito honesta nos seus compromissos. Sempre lutou em beneficio da
família, pessoa franca, gosta da verdade, sempre dedicada no que vai fazer, muito amável
com as pessoas, depois que o pai vendeu as propriedades de porteira fechada, foram moram
em João Neiva.
Ela começou a namorar outro rapaz, Waldir Vieira Rosa, e chegaram ao casamento.
Tiveram dois filhos: Giovana De Marchi Rosa (Neta) e Sandro De Marchi Rosa (Neto).
Santa e Waldir, viveram juntos por muito tempo, mais o amor acabou e ele foi
embora viver sua vida. Ela ficou com os dois filhos e arrumou um emprego e tocou o barco
para frente. Educou os filhos como pode. Os filhos estudaram e chegaram a faculdade,
arrumaram emprego e levaram a vida com a mãe até o casamento. Hoje ela mora na sua
casa própria e vive uma vida maravilhosamente bem.

~ 96 ~
Giovana De Marchi Rosa Farina (Neta), filha de Santa De Marchi Rosa e Waldir
Vieira Rosa, nasceu em João Neiva. Na sua infância, estudou é diplomada, fez faculdade, é
professora. É uma pessoa de muita cultura, muito responsável pelos seus compromissos.
Ajudou a mãe, durante o tempo que moraram juntas. É amável com a família, gostava de se
divertir. Na sua juventude namorou e casou com o jovem Ronaldo Farina. Tem uma filha:
Rafhaela De Marchi Farina (Bisneta), é de menor, está estudando.
Sandro De Marchi Rosa (Neto), filho de Santa De Marchi Rosa e Waldir Vieira
Rosa, nasceu em João Neiva. Na sua infância estudou é diplomado está fazendo faculdade.
Trabalha na Aracruz Celulose, é operador de máquina. É muito conceituado com os
responsáveis da Seção. É muito trabalhador e muito responsável. É muito amado pela
família, adora o vô e a vó. Na juventude namorou e casou com a jovem Patrícia Soprani
Santório. Vive com a mãe, ajudando-a em tudo, até comprou um terreno e construiu uma
casa, onde moram juntos, ele a esposa e a mãe. Tem tudo para progredir na vida com as
Graças de Deus.
Izaltina De Marchi Sant’Anna, filha de Henrique De Marchi e Regina Cuzzuol,
nasceu em Mundo Novo. Na sua infância estudou mais não é diplomada, parou de estudar
para ajudar o pai na roça. Era a devoradora dos corações dos jovens do lugar, era uma moça
muito bonita, gostava de bailes e festas, os rapazes brigavam por ela. Começou a namorar
um rapaz, que não era bem visto pela família, o pai não queria que ela namorasse com ele.
Terminou deixando de lado. E começou a namorar outro rapaz do lugar, que era de família
muito boa, o jovem Devani Sant‟anna, e chegaram ao casamento. Tiveram seis filhos:
Ivete Sant‟anna (Neta), Maria Helena Sant‟anna (Neta), Elizete Sant‟anna (Neta), Ivanete
De Marchi Sant‟anna (Neta), Ivani Sant‟anna (Neta), Geraldo Sant‟anna (Neto).
Ivete Sant’Anna (Neta), filha de Izaldina De Marchi Sant‟anna e Devani Sant‟anna,
nasceu em João Neiva. Na sua juventude namorou e casou com o jovem Carlos Batista.
Tiveram dois filhos: Carlos Batista Filho (Bisneto) e Georgia Sant‟anna Batista (Bisneta).
Maria Helena Sant’Anna Queirós (Neta), filha de Izaldina De Marchi Sant‟anna e
Devani Sant‟anna, nasceu em João Neiva. Na sua juventude namorou e casou com o jovem
Ricardo Vassallo Queirós. Tem um filho: João Ricardo Queirós (Bisneto).
Elizete Sant’Anna Sartori (Neta), filha de Izaldina De Marchi Sant‟anna e Devani
Sant‟anna, nasceu em João Neiva. Na sua juventude namorou e casou com o jovem Neudir
Sartori. Tiveram três filhos: Flávia Sant‟anna Sartori (Bisneta), Paula Sant‟anna Sartori
(Bisneta) e Gustavo Sant‟anna Sartori (Bisneto).
Ivanete De Marchi Sant’Anna (Neta), filha de Izaldina De Marchi Sant‟anna e
Devani Sant‟anna, nasceu em João Neiva. Na sua juventude namorou e casou com o jovem
Rogério Luz Rosa. Tem um filho: Roger Sant‟anna Luz Rosa (Bisneto).
Ivani Sant’Anna Rodrigues (Neta), filha de Izaldina De Marchi Sant‟anna e Devani
Sant‟anna. Nasceu em João Neiva. Na sua juventude namorou e casou com o jovem Eloisio
Antônio Rodrigues. Tiveram dois filhos: Davi Henrique Rodrigues (Bisneto) e Bárbara
Sant‟anna Rodrigues (Bisneta).

~ 97 ~
Geraldo Sant’Anna (Neto), filho de Izaldina De Marchi e Devani Sant‟anna.
Nasceu em João Neiva. Na sua juventude namorou e casou com a jovem Sandra
Campagnaro Sant‟anna. Tiveram três filhos: Caíque Campagnaro Sant‟anna (Bisneto),
Bráulio Campagnaro Sant‟anna (Bisneto) e Murilo Campagnaro Sant‟anna (Bisneto).
Sebastião De Marchi, filho de Henrique De Marchi e Regina Cuzzuol, nasceu em
Mundo Novo. Na sua infância estudou, não é diplomado, porque não tinha jeito para os
estudos, preferiu trabalhar na roça, com o pai e as irmãs. O pai fez de tudo para ele estudar,
pois queria que ele fosse alguém na vida, mais ele não aceitou. Na juventude namorou e
casou com a jovem Inácia Nunes De Marchi, e continuou morando com a família, até o pai
construir uma casa para ele, em suas terras. E assim começaram sua independência, com a
proteção do bom Deus. Tiveram nove filhos: Luzia De Marchi Lombardi (Neta), Maria da
Penha De Marchi Campagnaro (Neta - In Memorian), Pedro Henrique De Marchi (Neto),
Sebastião Rosimar De Marchi (Neto), Marcos Erivaldo De Marchi (Neto), Maria Geralda
De Marchi (Neta), Jean Cleris De Marchi (Neto), Márcio Rogério De Marchi (Neto) e
Franciele Nunes De Marchi (Neta).
O pai com muita luta, empregou-o em uma marcenaria de fazer móveis, para
aprender a profissão. Tornou-se um marceneiro de primeira qualidade. Trabalhou por conta
própria. Hoje é aposentado, vive com a família, e tem uma vida mais ou menos tranquila.
Luzia De Marchi Lombardi (Neta), filha de Sebastião De Marchi e Inácia Nunes
De Marchi, nasceu em Mundo Novo, interior do Estado do Espírito Santo. Na sua infância
estudou o primário mais não concluiu. Na juventude ajudava a família em todos os
serviços à executar no lar. Sua família mudou de Mundo Novo, para João Neiva. Viveram
lá um bom tempo. Depois mudaram para Nova Almeida, cidadezinha perto do litoral em
Vitória. Namorou e casou com o jovem Geremias Lombardi. Tiveram dois filhos: Kit
Carson De Marchi (Bisneto) e Nanciley De Marchi (Bisneta). Vivem com a família e os
avôs no mesmo lar, até esse momento, com as Graças de Deus.
Kit Carson De Marchi (Bisneto), filho de Luzia De Marchi Lombardi e Geremias
Lombardi. Nasceu em Nova Almeida. Na infância estudou e não concluiu. Trabalha
ajudando a família em todos os serviços à executar. Vive com os pais e avôs, até esse
momento, com as Graças de Deus.
Nanciley De Marchi (Bisneta), filha de Luzia De Marchi Lombardi e Geremias
Lombardi. Nasceu em Nova Almeida, na sua infância estudou não é concursada.
Trabalhava ajudando a família nos serviços caseiros. Na adolescência, namorou o jovem
Juliano Silva. Teve um filho: Pedro Lucas Lombardi (Trineto). Não vivem juntos. Ela vive
com os pais e avôs
Maria da Penha De Marchi Campagnaro (Neta In Memorian), filha de Sebastião
De Marchi e Inácia Nunes De Marchi. Nasceu em João Neiva. Namorou e casou com
Dárcio Campagnaro. Tiveram dois filhos: Grazieli Campagnaro (Bisneta) e Tiago
Campagnaro (Bisneto).
Grazieli Campagnaro Morellato (Bisneta), nasceu em João Neiva. Namorou e
casou com o jovem Adriano Morellato. Teve um filho: Ramon Campagnaro Morellato
(Trineto).

~ 98 ~
Pedro Henrique De Marchi (Neto), filho de Sebastião De Marchi e Inácia Nunes
De Marchi, nasceu em Mundo Novo, no interior do Estado. Na sua infância estudou mais
não tirou diploma. Na sua juventude trabalhava ajudando a família em todos os serviços à
executar. Mudou de Mundo Novo, para João Neiva„. Viveu bastante tempo lá, depois
mudou para Nova Almeida, cidadezinha perto do litoral de Vitória. Namorou e casou com
a jovem Madalena Figueiredo. Teve três filhos: Francini De Marchi (Bisneta), Chieli De
Marchi (Bisneta), Jésu Figueiredo De Marchi (Bisneto). Vivem juntos com os pais no
mesmo lar, até esse momento, com as Graças de Deus. Os filhos nasceram em Nova
Almeida, estão estudando.
Francini De Marchi (Bisneta) filha de Pedro Henrique De Marchi e Madalena
Figueiredo. Nasceu em Nova Almeida, está estudando.
Chieli De Marchi (Bisneto), filho de Pedro Henrique De Marchi e Madalena
Figueiredo. Nasceu em Nova Almeida, está estudando.
Jésu De Marchi (Bisneto), filho Pedro Henrique De Marchi e Madalena
Figueiredo. Nasceu em Nova Almeida, está estudando.
Sebastião Rosimar De Marchi (Neto), filho de Sebastião De Marchi e Inácia Nunes
De Marchi, nasceu em João Neiva. Namorou e casou com a jovem Aparecida Henrique De
Marchi, tiveram duas filhas: Alana Henrique De Marchi (Bisneta) e Laísa Henrique De
Marchi (Bisneta).
Marcos Erivaldo De Marchi (Neto), filho de Sebastião De Marchi e Inácia Nunes
De Marchi, nasceu em João Neiva. Namorou e casou com a jovem Luzilene Lopes De
Marchi. Tiveram quarto filhos: Patrick Lopes De Marchi (Bisneto), Rafael Lopes De
Marchi (Bisneto), Bruno Lopes De Marchi (Bisneto) e Loraine Lopes De Marchi (Bisneta).
Maria Geralda De Marchi (Neta), filha de Sebastião De Marchi e Inácia Nunes De
Marchi, nasceu em João Neiva. Namorou e casou com o jovem Carlos Gomes dos Santos.
Tiveram dois filhos: Carlos Henrique De Marchi Santos (Bisneto) e Jeferson De Marchi
Santos (Bisneto).
Jean Cleris De Marchi (Neto) filho de Sebastião De Marchi e Inácia Nunes De
Marchi, nasceu em João Neiva. Namorou e casou com a jovem Elaine De Marchi. Tiveram
cinco filhos, sendo duas gêmeas: Jean Felipe De Marchi (Bisneto), Nícolas De Marchi
(Bisneto), Gabriela De Marchi (Bisneta), Stéfani Mendes De Marchi (Bisneta) e Estefânia
Mendes De Marchi (Bisneta).
Márcio Rogério De Marchi (Neto), filho de Sebastião De Marchi e Inácia Nunes
De Marchi, nasceu em João Neiva. Namorou e casou com a jovem Marcilene Espírito
Santo Almeida. Tem uma filha: Tariane Débora Almeida De Marchi (Bisneta).
Franciele Nunes De Marchi (Neta), filha de Sebastião De Marchi e Inácia Nunes
De Marchi, nasceu em João Neiva.
Geralda De Marchi Cuzzuol, filha de Henrique De Marchi e Regina Cuzzuol,
nasceu em Mundo Novo, interior do Estado do Espírito Santo, no dia vinte e seis de
fevereiro de mil novecentos e quarenta e três.

~ 99 ~
Trouxe muita alegria para a família e os parentes. Na sua infância, sempre procurou
ajudar o pai e a mãe, tanto na roça como nos serviços caseiros, era muito amável,
compreensível com as pessoas, era uma menina muito bonita, muito meiga, um pouco
tímida, gostava de ajudar as pessoas, isso ela faz até hoje. Devido sua timidez, não era de
muita conversa. Seu pai queria que ela estudasse e fez sua matrícula no “Grupo Escolar
Barão de Monjardim”, em João Neiva, mais para ela ir a escola tinha que andar quase uma
hora a pé, essa escola ficava longe de sua casa, assim ela tinha que atravessar os cafezais, as
matas, o rio, o pasto com gado bravo e outros obstáculos, mesmo assim estudou até o
segundo ano primário, não estudou mais, porque o pai precisava dela nos serviços da roça,
pois as irmãs mais velhas tinham se casado.
A Geralda era uma jovem muito humilde, gostava muito de ir a igreja, mais
também gostava de dançar e ir as festas, esses eram os divertimentos da menina. Era uma
menina que todos os rapazes queriam namorar, e diziam vou esperar essa menina crescer
para casar com ela.
Numa noite de fim de ano na Missa do Galo, em João Neiva, na igreja São José,
começou a namorar um rapaz, que viu ela crescer desde criança. Acompanhou os passos e a
vida dela, em todos seus momentos. Nessa primeira conversa na frente da igreja São José,
fizeram um juramento, que só a morte os separavam. Dali para frente, enfrentaram muitos
obstáculos, brigas, intrigas das famílias, separações, distância, muitos momentos de
conturbação, e perseguições, mais com as Graças da Mãe Maria Santíssima, chegaram ao
casamento. Cortando muitas estradas na vida, com muitos momentos de paz, amor, alegria,
felicidade, como também de angústia e tristeza. Hoje tem cinco filhos: Carlos Aparecido
Cuzzuol (Neto), Rita de Cássia De Marchi Cuzzuol (Neta), Geraldo Tadeu Cuzzuol (Neto),
Marcio Alexandre Cuzzuol (Neto) e Regiane De Marchi Cuzzuol (Neta), e cinco netos:
Natalia de Araújo Cuzzuol (Bisneta), Vanessa de Araújo Cuzzuol (Bisneta), Alexandre de
Araújo Cuzzuol (Bisneto), Larissa Cuzzuol Pereira (Bisneta) e Gabriel dos Santos Cuzzuol
(Bisneto). Aos cinquenta e nove anos, vive maravilhosamente bem, com seu esposo, filhos
e netos, tem boa saúde, pratica ginástica, faz natação, é muito prestativa, auxilia muito os
parentes, tem sempre uma palavra de conforto para as pessoas, é muito cuidadosa com a
casa, tem muita paz, amor e felicidade, com as Graças de Mãe Maria Santíssima.
Neusa De Marchi de Brito, filha de Henrique De Marchi e Regina Cuzzuol, nasceu
em Mundo Novo. Na sua infância ajudava a mãe na roça. Na juventude estudou, não é
diplomada. Sempre trabalhou ajudando os pais. Era uma menina muito esperta, gostava de
namorar, dançar, frequentar as festas da igreja, sempre foi muito risonha e brincalhona,
gostava de tirar sarro das pessoas mais velhas. O pai com os casamentos das filhas, e não
tendo condições de tocar a roça e a colheita de café, resolveu vender o sítio que era a vida
da família, e ir morar numa cidadezinha em João Neiva, para tocar um comercio. Com o
dinheiro recebido pela venda do sítio, chegando em João Neiva, comprou uma casa e foi
morar com a família, dona Regina, Santa, Neuza, Dalva Maria e Manuel Pedro.
A Neuza começou a namorar o jovem Odilon Britto, rapaz da vila, e chegaram ao
casamento, tiveram cinco filhos: Paulo Henrique de Britto (Neto), Adriana De Marchi
Britto (Neta), Lorraine De Marchi de Britto (Neta), Alexandre De Marchi de Britto (Neto),
Andreziely De Marchi de Britto (Neta). A Neuza foi morar na cidade grande, Vitória,
capital do Espírito Santo, com a família do rapaz Odilon.

~ 100 ~
Viveram muitos anos juntos na maior Glória do Pai do Céu, mais com o passar do
tempo a vida mudou, estão separados, levando cada um sua vida como pode. Ela vive com
os filhos e leva uma vida tranquila, com as Graças de Deus.
Paulo Henrique de Brito (Neto), filho de Neuza De Marchi de Britto e Odilon
Britto, nasceu em João Neiva. Na sua juventude namorou e casou com a jovem Adriana
Rocha de Britto. Tiveram duas filhas: Paula Rocha de Britto (Bisneta) e Júlia Rocha de
Britto (Bisneta).
Adriana De Marchi de Brito (Neta), filha de Neuza De Marchi de Britto e Odilon
Britto, nasceu em João Neiva.
Lorraine De Marchi de Brito (Neta), filha de Neusa De Marchi de Britto e Odilon
Britto, nasceu em João Neiva.
Alexandre De Marchi de Brito (Neto), filho de Neuza De Marchi de Britto e
Odilon Britto, nasceu em João Neiva.
Andreziely De Marchi de Brito (Neta), filha de Neuza De Marchi de Britto e
Odilon Britto, nasceu em João Neiva.
Dalva Maria De Marchi Lyra, filha de Henrique De Marchi e Regina Cuzzuol,
nasceu em Mundo Novo. Na sua infância foi uma menina muito amável, carinhosa,
educada e estudiosa. Na juventude ajudava a mãe no serviço da casa. Estudou no “Grupo
Escolar Barão de Monjardim”, é diplomada e costureira, não trabalhou na roça, igual aos
irmãos, teve uma vida mais modesta, com melhor conhecimento. Gostava muito de
namorar, frequentar bailes, festas da igreja. Teve bons procedimentos pessoais. Na sua
juventude namorou e casou com o jovem Ernandes Lyra, dono de uma alfaiataria. Tiveram
quatro filhos: Rosiani De Marchi Lyra (Neta), Emiliani De Marchi Lyra (Neta), Telis
Vinicios De Marchi Lyra (Neto) e Regina De Marchi Lyra (Neta). Viveram em João Neiva,
com o pai e a mãe, por muito tempo, até comprar sua própria moradia que foi sua
independência. Hoje mora em outro lugar, tem casa própria e vive maravilhosamente bem,
com os filhos. É uma pessoa muito religiosa, amável com todas as pessoas.
Rosiani De Marchi Lyra (Neta), filha de Dalva Maria De Marchi Lyra e Ernandes
Lyra, nasceu em João Neiva.
Emiliani De Marchi Lyra (Neta), filha de Dalva Maria De Marchi Lyra, nasceu em
João Neiva. Na juventude namorou e casou com o jovem Leandro Rocha.
Telis Vinicios De Marchi Lyra (Neto), filho de Dalva Maria De Marchi Lyra e
Ernandes Lyra, nasceu em João Neiva.
Regina De Marchi Lyra (Neta), filha de Dalva Maria De Marchi Lyra e Ernandes
Lyra, nasceu em João Neiva.
Manuel Pedro De Marchi, filho de Henrique De Marchi e Regina Cuzzuol, nasceu
em Mundo Novo. Na sua infância foi uma pessoa muito doente, deu muito trabalho para os
pais, mais com as Graças de Deus, ficou bom. Na juventude, estudou e tirou diploma.
Trabalhou com o pai no comercio, não se adaptando ao serviço, saiu e foi trabalhar de
empregado. Saiu de João Neiva e veio para São Paulo, para aventurar a sorte.

~ 101 ~
Minha esposa Geralda

~ 102 ~
Ficou na casa da irmã Geralda, e conseguiu arrumar um emprego na Siderúrgica J.
L. Alipertt, na Água Funda, bairro de São Paulo, onde seu cunhado Benito trabalhava.
Entrou como ajudante de caldeireiro, com o tempo passou para primeiro
caldeireiro, ganhava razoavelmente bem, ficou com saudade da família que tinha deixado
para trás, saiu da firma e voltou para João Neiva, para morar com os pais. Na volta de São
Paulo para João Neiva, conseguiu um emprego na Companhia Aracruz Celulose. Começou
a namorar a Geraldina Alborghetti, moça do lugar e chegaram ao casamento.
A Geraldina é formada em professora primária, é uma pessoa muito educada e com
bom conceito de vida. É muito trabalhadeira, responsável, honesta, de família muito boa,
luta por seus objetivos, tem uma personalidade muito grandiosa, batalhou muito para ser
independente, construiu sua moradia no terreno do pai dele, com muito suor. Tem duas
filhas: Pâmela Alborghetti De Marchi (Neta) e Isabela Alborghetti De Marchi (Neta).
Leva uma vida tranquila, é aposentado, mais ainda trabalha no mesmo ramo até o
momento.
HENRIQUE DE MARCHI E REGINA CUZZUOL, duas pessoas simples, com
muito amor, entre ambos. Tem uma linda história de vida, desde seus nascimentos até hoje
aos noventa e um anos de idade. Os dois namoraram e chegaram ao casamento, tiveram
onze filhos, dois faleceram e nove estão vivos. Os dois vivem um para o outro, com muito
amor. Trabalharam muito na vida para criar os filhos com muito amor, deu estudos e
educou os filhos dentro de suas possibilidades. Fizeram de tudo para ver a família unida na
mais perfeita felicidade. Os filhos sempre foram a razão de viver dos pais. Quando as filhas
chegavam em casa com namorados, os pais chamavam para conversar, e perguntavam se
era isso que elas queriam.
Deixava assim a pulga atrás da orelha das filhas. O Sr. Henrique, foi um homem
muito namorador, mesmo casado era paquerado pelas mulheres, nos bailes e nas festas.
Aonde fosse as mulheres davam em cima dele, mesmo quando a esposa estava por perto.
Mulher muito compreensível, sabia de tudo que ele fazia nos bailes, mais nunca fez cara
feia, ao contrário sempre que ia ter um baile no lugar, ela passava a roupa dele com muito
carinho, sempre queria vê-lo bonitão.
Os dois nunca brigaram, o amor estava sempre acima de tudo, até os dias de hoje.
Ela com noventa e um anos de idade, ele chegando aos noventa anos, vivem muito bem,
com muito carinho e amor. O velho passou alguns problemas com a operação de próstata.
Mais está numa boa, frequentando os bailes de quartas e sábados, das dez horas da noite e
vai até o dia amanhecer. Não perde tempo na vida. Vivem com o salário da aposentadoria
rural.
Quando tem baile da terceira idade durante o dia da semana, ele pega a velha e vão
dançar forró o dia inteiro. Eles tem muito amor de Deus no coração, é um belo exemplo de
vida para a família. Ela tem muito amor por ele, nunca deixou de amar, é um pessoa Santa.
Hoje os dois vivem sozinhos numa casinha de madeira, com muito amor e cercado pelos
filhos, netos, bisnetos e trinetos. Sendo nove filhos, quarenta e dois netos, cinquenta e seis
bisnetos e três trinetos.

~ 103 ~
Glossário
Cangaias: Correto Cangalha: Objeto com duas bolsas, de se colocar em cima
do burro para carregar café.

Meieiros: Quem trabalha na terra de outro proprietário e divide a colheita.


Esmerilhadeira: Máquina para esmerilhar madeira.
Puçal: arma de rede de pegar peixe.
Gusa: matéria prima do ferro.
Policorte: Máquina de corte.
Marudo: pessoa marrenta.
Auto: auto mecânica.
Cericórias: Pássaro.

~ 104 ~
~ 105 ~
Mundo Novo
Benito Cuzzuol nos leva numa viagem a um passado remoto ao
interior do Espírito Santo, onde embarcamos em diversas aventuras
em sua jornada pela vida.
Uma história emocionante e vibrante, que vale apena ser contada.
Mikael Franco de Freitas

~ 106 ~

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