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Individuo na História,
incluímos três textos
de grande atualidade: o
primeiro, Da Filosofia da
História, analisa as diversas
concepções filosóficas da
História, culminando
com a apresentação da
concepção marxista. O
segundo, Da Concepção
Materialista da História,
analisa especificamente as
concepções materialistas,
mostrando que a única
co nsequente e' a marxista. .
E o terceiro, O Papel do
Individuo na História.
Se para a concepção
rnaterialisca "o modo de
1.,rodução da vida material
l'<>ndiciona o processo
da vida social, política
,
e.· espiritual, , se "não é a
l·o nsciência do homem
q lll' determina o seu ser,
' . o seu
111as ao contrario,
sC"r social é que determina
•A •,, aJ I
a sua consc1enc1a , qu e
t•n tão o papel do indivíduo
na h isrória? De todas as
l·c ,n rrihuições do livro, a
rc.·sposta a esta questao,.,
e, a
. .
111a1s 1mportante.
Plekhanov
Revisão
Geraldo Martins tÚ Auvedo Filho e Ricardo Nascimento Barreiros
Ilustração da Capa
llustrafão O Colosso (1809) rttrata o horror do artista em relação à guerra e à �/ámk e
a sua confiança na força do povo contra a opressão. Autor anônimo.
Impressão
Cromosete Gráfica e Editora
Dados Internacionais de Cetaloaaclo-na-Publicaçlo (CIP)
Plekhanov. 1856-1918
P724p O papel do individuo na história I Guiorgui Valentinovitch
Plekhanov .-2.ed. - SAo Paulo : Expresslo Popular, 2011.
152 p.
1. História.1. Titulo.
CDD 930.1
CatalogaçAo na Publicação: Eliane M. S. Jovanovlch CRB 9/1250
Todos os direitos reservados.
Nenhuma parte desrc livro pode ser utiliza.d.a
ou reprodu1.ida sem a aucori1.aç.io <.la editora.
Apresentação............................................................ 7
I- Da filosofia da História ......................................... 13
II - Da concepção materialista da História................. 51
III - O papel do indivíduo na História......................... 99
Apresentação
G uiorgui Valentinovitch
Plekhanov (1856-1918) pertence à primeira geração de mar
xistas russos, justamente aqueles que estiveram na origem
da difusão do marxismo na Rússia. Fundador do primeiro
grupo marxista da Rússia - Emancipação do Trabalho - foi o
principal propagandista do materialismo histórico e dialético
em sua geração e seus textos influenciaram decisivamente os
revolucionários do século 20.
Com Lenin, Plekhanov enfrentou teoricamente a corren
te chamada l'/economicista''. Tratava-se de uma corrente de
pensamento que limitava as tarefas da classe operária à luta
econômica por aumento de salários e melhorias das condições
de trabalho, idolatrando o movimento operário espontâneo e
menosprezando a teoria revolucionária. Do combate ideológico
a essa corrente surgiram as bases da concepção da organização
revolucionária.
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1 - Da filosofia da História*
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Plekhanov
seus próprios fins: cada qual lutou por sua existência ou pela
existência dos que lhe eram próximos e, no entanto, houve
um movimento de conjunto, houve aquilo que chamamos de
história do gênero humano. Se recordarmos o estado de nossos
antepassados, se figurarmos, por exemplo, a vida dos homens
dessa raça que povoava as habitações chamadas lacustres, e
se compararmos essa vida com a dos suíços de nossos dias,
percebemos uma enorme diferença. A distância que separa o
homem de seus antepassados mais ou menos antropomorfos
se ampliou; aumentou o poder dos homens sobre a natureza. E
natural, portanto, direi mesmo inevitável, perguntar-se quais
foram as causas desse movimento e desse progresso.
Este problema,.o grande problema das causas do movimen
to histórico e do progresso do_ gênero humano é o que constitui
o objeto do que se denominava no passado de Filosofia da
História e que, me parece, seria melhor designado pelo nome
de concepção da História. Isto é, da História considerada como
çiência que não se contenta em aprender como se pass�ram ªs
coisas, mas que quer saber por que se passaram de tal maneira
e não de outra qualquer.
Como tudo mais, a Filosofia da História tem sua própria his
tória. Quero dizer que, segundo as diversas épocas, os homens
que se ocupam do problema do porquê do movimento histórico
responderam de modo diferente a este grande problema. Cada
época tinha sua própria filosofia da História.
Talvez, vocês me questionem que frequentemente, numa
mesma época histórica, não havia somente uma e sim muitas
escolas de filosofia da História. De acordo. No entanto, peço-vos
que considereis que as diferentes escolas filosóficas próprias de
um período determinado da História têm sempre algo de co
mum, algo que nos permite encará-las como diferentes espécies
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Plekhanav
1
Cité de Dieu, tradução de Emile Saissetl livro V. cap. 11. pp. 292-293.
16
D papel do individuo na Historia
2
Ib., p. 301.
3
Id., T. 1, pp. 328-329.
4
Id., T. 1, p. 323.
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5
Discours, Ed. Irmãos Garnier, 1886, 3 ª parte, cap. 1, pp. 2-4.
19
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6
Ib., p. 19.
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7
Ib., pp. 20-21.
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13
Systeme social, ou principe naturel de la morale de la politique. Paris, 1822, T. II.
cap. l, p. 5.
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14
Ib., cap. 2. p. 27.
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31
Plekha110,
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18
Oeuvres, Paris, 1959, T. III, Dix ans d'études historiques, p. 348.
33
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19
Is fecit cui prodest (Fê-lo, aquele a quem o feito é útil). Antigo axioma jurídico
que afirmava que o culpado é quase sempre aquele a quem o delito ou crime
beneficia.
211
Dix ans, p. 348.
34
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21
ld., p. 54.
22
Ib., Paris, 1822, p. 544.
35
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36
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24
Histoire de la Révolution Française, Paris, 1880, vol. 1, p. 104.
25
Id., pp. 206-286.
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27
Schelling, Obras, Stuttgart e Augsburg, 1858. T. III.
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itt
Contribuição à crítica da Economia Política, de Karl Marx, tradução francesa de
Léon Remy, pp. III e IV.
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li - Da concepção materialista da História
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Achille Loria (1857-1943). Economista burguês italiano que defendia o predo
mínio indivisível do "fator econômico" na História.
51
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30
N. I. Kareiev (1850-1931). Publicista russo, historiador idealista partidário da
"escola subjetivista" em sociologia.
]. T. Rogers (1823-1890). Economista burguês da Inglaterra.
31
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32
N. K. Mikhailovski (1842-1904). Destacado ideólogo populista, partidário do
"método subjetivo" em sociologia. Lutou encarniçadamente contra o marxismo.
33
Louis Blanc (1811-1882). Socialista pequeno-burguês da França.
34 "O mestre" é Marx e os "discípulos", seus seguidores. Os "discípulos russos"
são os marxistas russos, os social-democratas russos. Empregavam-se essas
denominações convencionais na imprensa legal para enganar a censura. Com
esse objetivo, Marx aparece como "conhecido economista alemão", "autor de
O capital"; Engels aparece como "conhecido escritor"; Tchernitchevski, como
"autor dos Ensaios sobre o período gogoliano da literatura russa", ou como "autor
das Notas sobre a Economia Política de Mill''.
35
Gizot, Mignet, Thierry, Tocqueville. Historiadores burgueses da França e da
época da Restauração (1814-1830). Só consideravam como luta de classes a luta
da burguesia contra os feudais, negando a luta de classes no seio da própria
sociedade burguesa. Esses historiadores, reconhecendo o papel predominante
do "fator econômico" na História, consideravam esse próprio "fator econômico"
função da mente humana e sustentavam posições inteiramente idealistas.
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ríamos dizer: pode ser, e até agora tem sido na maioria dos
casos, uma simples variedade do mesmo.
Depois disso, compreender-se-á porque homens do tipo
de Labriola não se consideram materialistas econômicos: exa
tamente porque são materialistas consequentes e exatamente
porque suas concepções históricas são uma contraposição
direta ao idealismo histórico.
36
N. Kudrin. Pseudônimo do populista Russanov.
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37
Trata-se da obra de Marx e Engels, A sagrada família ou a Crítica da "crítica
crítica", contra Bruno Bauer e Cia. (publicada em 1845 em Frankfurt-am-Main).
O livro de Marx Contribuição à Crítica da Economia Política, em cuja introdução
está exposta, em forma concisa, a essência da teoria do materialismo dialético,
foi publicado em Berlim, em 1859.
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S. N. Krivenko (1847-1907). Publicista russo, populista.
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3g
Trata-se do folheto de Paul Lafargue: O materialismo econômico de Karl Marx.
40
l. G. ]ukovski (1822-1907). Economista burguês russo, autor do artigo Karl Marx
e seu livro sobre o capital, em que procura "refutar" Marx.
41
Labriola emprega a expressão materialismo histórico"', que tomou de Engels.
11
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Regime matriarcal.
43
Lewis Morgan (1818-1881). Etnógrafo americano, criador da história científica
da sociedade primitiva. Foi sobre a base da análise crítica da obra fundamen
tal de Morgan, A sociedade antiga, Londres, 1877, e de outros estudos sobre
a sociedade primitiva, que Engels escreveu seu livro A origem da família, da
propriedade privada e do Estado.
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44
Ensaios, p. 144.
45
Roma, 1894.
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Um dos reis caldeus dizia a respeito de si próprio: ' Estudei os segredos dos
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rios para o bem dos homens ... Levei a água dos rios ao deserto e com ela
inundei seus fossos secos ... Reguei as planícies do deserto; dei-lhes fertilidade
e abundância. Fiz delas a moradia da felicidade". O papel do Estado oriental
na organização do processo social de produção está aqui fielmente retratado,
embora em termos jactanciosos.
47
O que não o impede de ser, às vezes, resultado da conquista de u m povo por
outro. O papel da violência é apreciável na substituição das instituições por
outras. Mas essa violência não explica, em absoluto, nem a possibilidade dessa
substituição, nem seus resultados sociais.
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fora de qualquer dúvida que sua opinião não pode ser aceita
tal como foi exposta.
As tribos indígenas da América não pertencem, naturalmen
te, à mesma raça das tribos que povoavam o arquipélago grego
ou as costas do mar Báltico nos tempos pré-históricos. Não resta
dúvida de que o homem primitivo experimentava em cada um
desses territórios influência muito particular do meio natural.
Poder-se-ia esperar que a diferença dessas influências se refle
tissem nas rudimentares obras da arte dos habitantes primitivos
desses territórios. Não observamos isso, porém. Em todas as
partes da Terra, por mais que se diferenciem uma das outras, a
idênticas etapas do desenvolvimento primitivo correspondem
idênticos estágios do desenvolvimento da arte. Conhecemos a
arte da Idade da Pedra, a arte da Idade do Ferro; não conhecemos
a arte das diferentes raças: a amarela, a branca etc ... O estado das
forças produtivas reflete-se até mesmo nos detalhes. Inicialmen
te, encontramos nos objetos de cerâmica apenas linhas retas e
quebradas: quadriláteros, cruzes, ziguezagues etc ... Esses tipos
de adornos foram copiados, pela arte primitiva, dos ofícios ainda
mais primitivos: do tecido e do trançado. Na Idade do Bronze,
juntamente com a elaboração dos metais capazes de tomar todas
as formas geométricas possíveis, aparecem os adornos curvilí
neos; posteriormente, com a domesticação dos animais, surgem
suas imagens e, em primeiro lugar, a do cavalo.48
É verdade que a influência das particularidades raciais deve
manifestar-se forçosamente nos "ideais de beleza" ,,
dos artistas
primitivos ao surgir a imagem do homem. E conhecido que
cada raça, especialmente nos primórdios do desenvolvimento
48
Ver a respeito a Introdução ao Essais sur l'histoire de l'art, de Wilhelm Lübke,
traduzido por Koeller, Paris 1876-1887.
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Sobre isso, consulte-se a obra de Darwin A origem do Homem, Londres, 1883,
pp. 582-585.
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Trata-se de Karl Marx.
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faz uma reserva. Segundo sua opinião, seria grave erro supor
que os homens, sempre e em todos os casos, compreendem
bem a sua situação e veem claramente as tarefas sociais que
esta lhes impõe. "Pensar assim - diz Labriola - é admitir o
inverossímil. Mais ainda: o inexistente".
Pedimos ao leitor que preste muita atenção a essa reserva.
Labriola desenvolve da seguinte maneira seus pensamentos:
As formas do direito, as ações políticas e as tentativas de or
ganização social foram, como são ainda, ora afortunadas, ora
errôneas, ou seja, desproporcionadas e impróprias. A História
está cheia de equívocos. Isso significa que, se tudo nela foi neces
sário, dada a relativa inteligência daqueles a quem correspondia
superar certas dificuldades ou solucionar certas tarefas etc., e se
tudo nela tem uma causa suficiente, nem tudo foi razoável, no
sentido em que os otimistas empregam esta palavra. Depois de
algum tempo, as causas determinantes de todas as mutações,
ou sejam, as condições econômicas modificadas, conduziram e
conduzem, às vezes, por caminhos sinuosos, a certas formas de
direito, de organização política, de organização social mais ou
menos em correspondência com a adaptação social. Não devemos
supor., porém, que a instintiva sabedoria do animal pensante
tenha se manifestado e se manifeste, direta e simplesmente
na completa e clara compreensão de todas as situações e que,
uma vez conhecida a estrutura econômica, podemos, por um
caminho lógico muito simples, dela deduzir todo o resto. A igno
rância - que pode por sua vez ser explicada - esclarece em grau
considerável porque a História se desenvolveu dessa maneira.
,,.
E preciso acrescentar à ignorância a bestialidade, que nunca é
completamente vencida, e todas as paixões, todas as injustiças
e todos os vícios que foram e são o produto inevitável de uma
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54
Ensaios, pp. 183-185.
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55
Oeuvres completes, (1768), T. XI, Paris, ano III, 1794-1795.
56 1755, Paris.
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58
E. B. Tylor, La civilization primitive, Paris, 1876, T. I, p. 82.
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59 "O direito não é, como as forças naturais chamadas físicas, uma coisa que
existe independentemente da atitude do homem (...) Ao contrário, é uma regra
estabelecida pelos homens para si próprios. Nesse caso, é indiferente se o ho
mem se submete, em uma atividade, à lei da casualidade ou se atua livremente,
de modo arbitrário. De qualquer maneira, quer pela lei da casualidade quer
pela lei da liberdade, o direito não se cria independentemente da atividade do
homem, mas, ao contrário, unicamente pela sua mediação". (N. M. Korkunov,
Conferências sobre a Teoria Geral de Direito, São Peterburgo, 1894, p. 279). Isso
está intimamente certo, embora mal expresso. O Sr. Korkunov esqueceu-se,
entretanto, de acrescentar que os interesses defendidos pelo direito não "são
criados pelos homens para si próprios", mas são determinados por suas relações
mútuas no processo de produção.
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Mesmo que isso se faça sentir muito desfavoravelmente em obras tais como
Leis e costumes do Cáucaso do Sr. M. Kovalevski. O Sr. Kovalevski considera
frequentemente, em sua obra, o direito como um produto das concepções re
ligiosas. O caminho acertado de pesquisa seria ou tro; o Sr. Kovalevski deveria
considerar as crenças religiosas e as instituições jurídicas dos povos do Cáucaso
como resultado de suas relações sociais no processo de produção e, uma vez
revelada a influência de uma ideologia sobre outra, procurar a única causa
capaz de explicar essa influência. O Sr. Kovalevski deveria, com tanto maior
razão, guiar-se por esse método de pesquisa, pois em outras obras reconhece
categoricamente a relação causal existente entre as formas de produção e as
relações jurídicas.
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Leis e costumes do Cáucaso, T. II. p. 75.
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Trata-se das guerras religiosas que ocorreram na França do século 16 entre os
huguenotes e os católicos.
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tiJ
Aqui é empregada a expressão "velhos subjetivistas" principalmente em relação
a Mikhailovski, contra quem são dirigidas todas as alusões desse parágrafo.
M
George Henry Lewes (1817-1 878). Filósofo inglês positivista, autor de um manual
de história da filosofia bastante popular em seu tempo.
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Refere-se aqui o autor ao conhecido populista russo Danielson, que gozava a
imerecida reputação de marxista simplesmente por se declarar partidário da
"teoria econômica de Marx".
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f,fl
Kablitz (1848-1893). Escritor popular russo.
n7 Plekhanov se refere a N. K. Mikhailovski (1842-1904), ideólogo dos populistas
liberais russos que, mal foi publicado o citado artigo de Kablitz, escreveu a
respeito em suas Notas literárias de 1878.
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t>K
Tal conjunção do materialismo com o dogmatismo religioso muito surpreen
deria a um francês do século 18. Mas na Inglaterra não espantava ninguém.
O próprio Priestley era muito religioso: cada povo com seus costumes.
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Rudolf Stammler (1856-1938). Filósofo neokantiano alemão; negava a regula
ridade do processo histórico.
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';É como se a agulha magnética, sem se aperceber da influência do magnetismo
e crendo girar independentemente de qualquer outra causa, encontrasse prazer
girando em direção ao norte". Leibniz, Théodicée, Lausanne, 1760, p. 598.
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Belinski (1811-1848). Destacado crítico e publicista russo.
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Alusão ao conto de Turguenev O Hamlet da comarca de Chigrov.
76
Citaremos mais um exemplo que demonstra e evidencia a força dos sentimentos
de pessoas desse tipo: a duquesa de Ferrara, Rcnéc (filha de Luís XII), diz em
carta dirigida a Calvino, seu mestre: "Não, não esqueci do que me escrevestes:
Davi votava ódio de morte aos inimigos de Deus; jamais deixarei, eu própria,
de agir de forma idêntica, pois se eu soubesse que o ret meu pai, a rainha,
minha mãe, e o meu falecido senhor, meu marido, e todos os meus filhos eram
amaldiçoados por Deus, eu lhes votaria ódio de morte e lhes desejaria o infer
no" etc ... De que terrível e irresistível energia são capazes pessoas imbuídas
de tais sentimentos! E essas pessoas negavam o livre arbítrio!
77
George Simmel (1858-1918). Filósofo e sociólogo alemão de tendência idealista,
discípulo de Kant.
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Subjetivistas populistas russos: P. Lavrov, N. Mikhailovski, N. Kareiev e outros.
7�
,.,Discípulos russos". Nome convencional com que se denominava os social
democratas russos na imprensa legal para burlar a censura.
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tio "A necessidade se converte em liberdade não porque desapareça, mas porque
sua identidade, interna até então, se manifesta finalmente (...) ". Hegel A Ciência
da Lógica, Nurenbêrg, 1816, T. 11. p. 281.
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O velho Hegel diz claramente em outro trecho: "A liberdade não é mais do
que a afirmação de si mesmo". Philosophie der Religion, in Obras completas, T.
XII, p. 98.
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Referência à Revista Científica, em que foi publicada esta obra em 1898, sob o
pseudonirno de A. Kirsanov.
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3
ll Akaki Akakievitch. Pequeno funcionário, herói do famoso conto de Gogol O
capote.
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Karl Lamprecht (1856-1915). Historiador burgês alemão.
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Guizot, Mignet e Augustin Thierry. Historiadores burgueses franceses da época
da Restauração (1814-1830).
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Vico, filósofo e historiador italiano da primeira metade do século 18. Mon
tesquieu, sociólogo francês do mesmo período. Herder, filósofo e historiador
alemão da segunda metade do século 18. Em suas obras procuravam fun
damentar a regularidade do processo histórico e apresentar a marcha dos
acontecimentos históricos como independente da vontade das aspirações dos
reis, dos estadistas e dos governantes. Vico via a regularidade na alternância
do "curso uniforme" e da decadência dos Estados através do eterno ciclo da
História que, segundo ele, seria predeterminado pela vontade divina. Mon
tesquieu e Herder procuravam explicar essas leis do processo histórico por
meio da in fluência das condições naturais e principalmente do clima e das
condições geográficas da sociedade.
BH
Gabriel Mably (1709-1785). Abade, comunista utópico francês. Via na atuação
dos soberanos e das personalidades eminentes a causa fundamental das
mudanças históricas.
89
Ver Obras completas do abade Mably, Londres, 1 789, T. IV, pp. 3, 14, 22, 34 e
192.
90
Ib., p. 109.
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lJl
Comparar a primeira carta sobre a História da França, Obras, T. III, Paris, 1859,
com o Ensaio sobre o gênero dramático sério no primeiro volume das Obras com
pletas de Beaumarchais.
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Thiers (1797-1877). Estadista francês, publicista e historiador reacionário,
organizador do impiedoso esmagamento da Comuna de Paris.
9J
Chateaubriand, Obras completas, Paris, 1860, T. VII, p. 58. Recomendamos ao
leitor a leitura atenta da página seguinte também; poder-se-ia pensar que foi
escrita pelo Sr. Mikhailovski.
94
Ver considerações Sobre a História de França, suplemento de Narativas da época
merovingiana, Paris, 1840, p. 72.
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%
Augustin Saint-Beuve (1804 -1869). Poeta e crítico literário francês. Considerava
a atividade do indivíduo como independente das condições sociais.
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�
7
Joana Antonieta Pompadour (1721-1764). Favorita do rei francês Luiz X� de
sempenhou um grande papel na política interna e externa da França.
98
Outros dizem que a culpa não foi de Soubise, mas de Broglie, que não esperou
seu companheiro para não dividir com ele os louros da vitória. Mas isso não
tem para nós a menor importância, pois que em nada modifica o fundo da
questão.
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A. V. Suvorov (1730-1800). Célebre general russo.
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Reação terrnidoriana, reação política e social na frança, depois do golpe de
Estado contrarrevolucionário do 9 Termidor (27 de julho de 1794)., que pôs fim
à ditadura da pequena burguesia e levou ao cadafalso seu chefe Robespierre.
105 Termidor, floreal, prairial, rnessidor, brumário etc. - nomes dados aos meses
no calendário revolucionário imposto pela Convenção no outono de 1793 para
assinalar a ruptura definitiva da revolução com a contrarrevolucionária Igreja
Católica.
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1 09 É possível que então Napoleão tivesse vindo à Rússia1 para onde tinha a in
tenção de se dirigir alguns anos antes da Revolução. Aqui teria se distinguido
nos combates contra os turcos ou os montanheses do Cáucaso, mas a ninguém
teria ocorrido que esse oficial pobre, mas talentoso, poderia, em circunstâncias
favoráveis, chegar a ser o senhor do mundo.
1 10 Ver Histoire de France, por V. Duruy. Paris1 1893, T. II, pp. 524-525.
1 11 Durante o reinado de Luís XV, somente um dos representantes do terceiro
estadol Chevert conseguiu chegar à patente de tenente-general. Sob o reinado
de Luís XVI, a carreira das armas era ainda mais inacessível aos representantes
do referido estado. Ver Rambaud1 Histoire de la civilisation française, 6'ª ed., T.
II, p. 226.
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Histoire de la peinture en ltalie. Paris, 1892, pp. 24-25.
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Em 1608, nasceram Terborch, Brauwer e Rembrandt; em 1610, Adrian Van
Oslade, Both e Ferdinand Boi; em 1613, Van der Helst e Gerard Dou; em 1615,
Metsu; em 1620, Wouwerman; em 162t Weenix, Everd ingen e Pynacker; em
1624, Berghem; em 1625, Paul Potter; em 1626, Jan Steen; em 1630, Ruys d'Ael;
em 1637, Van der Heyden; em 1638, Hobbema; em 1639, Adrian Van der Velde.
11 4 Shakespeare, Beaumont, Flechter, Jonson, Webster Massinger, Ford, Middle
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ton e Haywood surgiram ju ntos ou um após o outro; geração nova que, graças
a sua situação favorável, floresceu magnificamente no terreno preparado pelos
esforços da geração anterior". Ver Taine, Histoire de la Littérature Anglaise, Paris,
1863, T. I, pp. 467-468.
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Taine, Histoire de la Lit térature Anglaise, Paris, 1863, T. II. p. 4.
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1 1 t.
Obra fundamental de Holbach, destacado filósofo materialista francês (1723-
1789).
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Isso acontecia quando se punham a discorrer sobre a regularidade dos fenô
menos históricos. Mas quando alguns deles relatavam simplesmente esses
acontecimentos, atribuíam frequentemente ao fator pessoal i mportância
exagerada. Mas não são seus relatos que nos interessam agora, mas seus
. ,, .
rac1oc1n1os.
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Bossuet (1627-1704). Bispo, filósofo e escritor francês.
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