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1 JO 1.

5-10
NÃO DIGA ISSO!!!

Introdução:

Não é fácil controlar a língua. A Bíblia afirma que “a


língua é fogo; é mundo de iniquidade”  (Tg 3.6).
Deixamos de dizer o que precisávamos dizer;
falamos o que não deveríamos dizer; afirmamos
aquilo que na verdade não cremos, ocultamos a
verdade para evitar desavença, falamos meias
verdades que são mentiras inteiras, fazemos
afirmações que não nos comprometem, e deixamos
de nos comprometer com a verdade e a fé.

Talvez por ver todo este cenário de equívocos e


contradições, o apóstolo João, um velho pastor,
resolveu interpelar sua comunidade sobre algumas
coisas que andavam dizendo mas que não
traduziam a verdade.

Neste pequeno texto vemos João dizendo: “Se


dissermos” três vezes (1 Jo 1.6,8,10) e mais adiante,
João ainda dirá outras três vezes: “Aquele que
diz” (1 Jo 2.4,6,9; 4.20). Certamente ele estava
preocupado com aquilo que as pessoas diziam, mas
sinceramente não traduziam a verdade. Talvez não
fosse uma mentira intencional, mas ainda assim, não
deixava de ser mentira.

O apóstolo João exorta o povo de Deus a “não


dizer”, cinco coisas, sem estar realmente imbuído
das verdades que deveriam estar associadas às
suas declarações:

1.     Não diga: Tenho comunhão com Deus se você


anda nas trevas. Muitas pessoas se auto enganam
em relação ao seu relacionamento com Deus.
Algumas de forma defensiva, outras por causa de
sua má compreensão do que significa ter comunhão
com Deus. João afirma: “Se dissermos que
mantemos comunhão com ele e andarmos nas
trevas, mentimos e não praticamos a verdade” (1 Jo
1.6).

O primeiro critério apostólico para avaliar se temos


comunhão com Deus tem a ver com a nossa relação
com as trevas. Muitos vivem no pecado,
distanciados de Deus, na escuridão de sua
ignorância espiritual e de sua vida de pecado, mas
equivocadamente acredita estar em paz com Deus.

Deus é luz! Jesus afirmou: “Eu sou a luz do mundo,


aquele que me segue não andará em trevas”(Jo 9.5).
O critério básico para sabermos se temos comunhão
com Deus é a verdade do evangelho brilhando em
nós. “Pois todo aquele que prática o mal aborrece a
luz e não se chega para a luz, a fim de não serem
arguidas as suas obras” (Jo 3.20).

Portanto, não diga, tenho comunhão com Deus se


você continua andando nas trevas e fugindo da luz.

2.    Não diga: Não tenho pecado algum.


“Se dissermos que não temos pecado nenhum, a
nós mesmos nos enganamos  e a verdade não está
em nós” (1 Jo 1.8).

Esta é a confissão que nos livra da justiça própria, e


da equivocada percepção acerca de nós mesmos.

Certa vez eu li este texto para um homem, e ele


ficou realmente enfurecido comigo, porque ele
afirmava categoricamente que não era pecador.
Naquele encontro, eu confesso que fiquei surpreso
com sua declaração, porque normalmente as
pessoas tem uma ideia, ainda que vaga, de seu
estado pecaminoso. Posteriormente, porém, me
lembrei que percepção do pecado tem a ver com a
obra do Espírito Santo no coração do homem. É o
Espírito quem nos convence de nosso pecado (Jo
16.8).

João afirma que quem não reconhece sua natureza


pecaminosa, está se enganando e a verdade de
Deus não encontra-se nele.

Portanto, não diga: Não tenho pecado nenhum. Se


você pensa assim, certamente está vivendo numa
situação perigosa de um falso senso de justiça
própria. O problema de quem não reconhece seu
pecado é que, geralmente encontra dificuldade em
pedir desculpas e perdão, e pior ainda, não sente
necessidade de salvação porque erroneamente
acredita que é bom demais para precisar de quem
quer que seja, inclusive Deus. “Se dissermos que
não temos cometido pecado, fazemo-lo mentiroso, e
a sua palavra não está em nós” (1 Jo 1.10).

Portanto, não diga: Não tenho pecado nenhum.

3.    Não diga: Eu conheço a Deus, se você não


guarda seus mandamentos.

“Aquele que diz: Eu o conheço e não guarda os seus


mandamentos é mentiroso, e nele não está a
verdade” (1 Jo 2.4).

Muitos acreditam em Deus, mas desenvolvem uma


fé particular e subjetiva. Acreditam que a verdade se
encontra nele mesmo, e não na revelação divina.
Eles fazem o que acham melhor e mais correto, e
procuram viver uma vida reta, mas não se
preocupam em saber qual é a vontade de Deus,
revelada nas Escrituras Sagradas, para sua vida.

Jesus foi muito claro sobre este assunto: “Disse,


pois, Jesus aos judeus que haviam crido nele: Se
vós permanecerdes na minha palavra, sois
verdadeiramente meus discípulos” (Jo 8.31). Noutro
lugar afirma: “Vós vos sois os meus amigos se
fazeis o que vos mando” (Jo 15.14). Só conhece e
ama a Deus aquele que guarda os seus
mandamentos, que faz aquilo que ele ordena.
Discípulo é um seguidor, não é um livre pensador,
mas alguém que segue as ordens do mestre.

Portanto, não diga: “conheço a Deus”. Se você não


guarda os seus mandamentos.
4.    Não diga: Tenho comunhão com Deus se você
não tem comunhão com seus irmãos.

“Se alguém disser: Amo a Deus e odiar a seu irmão,


é mentiroso; pois aquele que não ama a seu irmão,
a quem vê, não pode amar a Deus a quem não
vê” (1 Jo 4.20).
A indiferença, o descaso, o distanciamento, podem
se transformar em graves problemas na nossa vida
espiritual. “Se, porém, andarmos na luz, como ele
está na luz, mantemos comunhão uns com os
outros, e o sangue de Jesus, seu Filho, nos purifica
de toda injustiça” (1 Jo 1.7), afinal “Aquele que não
ama, na conhece a Deus, porque Deus é amor” (1
Jo 4.8).

Muitas vezes nos distanciamos de nossos irmãos, ou


somos negligentes no cuidado, no amor e no
respeito, principalmente se ele não faz parte de
nosso grupo preferido, ou da nossa roda de
amizade. Não podemos negligenciar as pessoas,
precisamos estar atentas às suas necessidades.
Precisamos cuidar uns dos outros, afinal Se não
amamos àqueles que vemos, como amaremos a
Deus, a quem não vemos?.

Então, não diga: Tenho comunhão com Deus se


você não tem comunhão com seus irmãos.

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