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LITURGIA 03/07/2022

I. Oração – Louvor.
II. Leitura bíblica. Rm 5:8 “Mas Deus prova o seu próprio amor para conosco pelo
fato de ter Cristo morrido por nós, sendo nós ainda pecadores.”
III. Hino 42 – O grande amor de Deus.
IV. Leitura bíblica. Lc 15.1-9 “1 Então, vieram de Jerusalém a Jesus alguns fariseus e
escribas e perguntaram: 2 Por que transgridem os teus discípulos a tradição dos
anciãos? Pois não lavam as mãos, quando comem. 3 Ele, porém, lhes respondeu:
Por que transgredis vós também o mandamento de Deus, por causa da vossa
tradição? 4 Porque Deus ordenou: Honra a teu pai e a tua mãe; e: Quem maldisser
a seu pai ou a sua mãe seja punido de morte. 5 Mas vós dizeis: Se alguém disser a
seu pai ou a sua mãe: É oferta ao Senhor aquilo que poderias aproveitar de mim; 6
esse jamais honrará a seu pai ou a sua mãe. E, assim, invalidastes a palavra de
Deus, por causa da vossa tradição. 7 Hipócritas! Bem profetizou Isaías a vosso
respeito, dizendo: 8 Este povo honra-me com os lábios, mas o seu coração está
longe de mim. 9 E em vão me adoram, ensinando doutrinas que são preceitos de
homens.”
V. Oração – Contrição.
VI. Dízimos e ofertas. Deus deu o mais precioso bem, Jesus Cristo. E a bíblia nos
convoca a sermos imitadores de Deus, como filhos amado. (Ef 5.1)

A COMUNHÃO VERDADEIRA
1 Jo 1.5-7
“5 Esta é a mensagem que dele ouvimos e transmitimos a vocês: Deus é luz; nele não
há treva alguma. 6 Se afirmarmos que temos comunhão com ele, mas andamos nas
trevas, mentimos e não praticamos a verdade. 7 Se, porém, andamos na luz, como ele
está na luz, temos comunhão uns com os outros, e o sangue de Jesus, seu Filho, nos
purifica de todo pecado.”

INTRODUÇÃO.
WandaVision: um mundo inventado e com relações falsas. Depois de perder
as pessoas mais importantes de sua vida, ela cria, com seus poderes, um mundo
paralelo na cidade de Westview, onde ela controla as mentes de todos os habitantes
para que eles vivam nesse mundo inventado, enquanto ela se relaciona com sua
família, também inventada por ela. Até que esse mundo inventado recebe alguns
intrusos e a Wanda começa a perder o controle do mundo que criou.
O grande problema é que tudo o que ocorre ali é falso, é mera aparência. As
pessoas estão desempenhando papeis através da manipulação de suas mentes. Eles
estão vivendo relacionamentos falsos. Eles estão compartilhando suas vidas comuns,
mas é tudo falso.
WandaVision é um mundo inventado de Wanda dentro do mundo inventado da
MARVEL, que tem muito a nos ensinar sobre a forma como construímos nossos
relacionamentos. A série nos faz refletir sobre o que seriamos capazes de fazer com
nosso egoísmo, se tivéssemos o poder de criar mundos falsos através da manipulação
das mentes das pessoas. Que tipo de relacionamentos uma vida centrada em si mesmo
é capaz de construir.
Ao contrário desse mundo inventado com relacionamentos falsos, a Primeira
carta de João nos apresenta um Deus que é real e busca relacionamentos reais com
seus filhos.
Vimos (1.1-4): *O Deus eterno, infinito-pessoal tocou a realidade criada por
Ele (todas as falsas religiões dizem respeito ao esforço humano para se conectar com
Deus. O oposto do Cristianismo). O Deus que é Criador, a origem e fundamento (o
sustentador) de tudo o que existe, se manifestou às suas criaturas e foi contemplado
por elas. Aquele que é perfeitamente puro, para salvar a sua criação caída/rebelde,
sujou os pés e as mãos com ela. **A criação redimida se compromete em fazer o Seu
Criador e Salvador conhecido de todas as pessoas, para que a família de Deus
aumente mais e mais e desfrute de verdadeira comunhão e alegria na terra.
Proposição: A encarnação do Verbo da Vida é real. 1) A manifestação do Verbo da
Vida (v.1-2); 2) A proclamação do Verbo da Vida (v.3-4).
Veremos (1.5-7): Se João, na seção anterior, disse que o testemunho apostólico
tem por objetivo promover comunhão entre os cristãos e dos cristãos com Deus – 1Jo
1:3 “o que temos visto e ouvido anunciamos também a vós outros, para que vós,
igualmente, mantenhais comunhão conosco. Ora, a nossa comunhão é com o Pai e
com seu Filho, Jesus Cristo.” Agora ele continua desenvolvendo o tema da
comunhão. Ele vai nos mostrar como se evidencia na prática a verdadeira comunhão
com Deus. Veremos, mais uma vez, que a verdadeira comunhão com Deus está
intimamente ligada ao conhecimento da sã doutrina apostólica.
*A doutrina apostólica é o ensino do próprio Senhor Jesus Cristo. E essa
doutrina afirma claramente o caráter santíssimo de Deus. **E a realidade de nossa
comunhão com Deus está intimamente ligada ao alinhamento de nosso estilo de vida
com esse caráter santíssimo de Deus.
Proposição: A VERDADEIRA COMUNHÃO COM DEUS SE REFLETE
EM NOSSO ESTILO DE VIDA. a) Essa comunhão requer conhecimento do caráter
de Deus (5); b) Essa comunhão requer coerência com o caráter de Deus (6,7).

1. A VERDADEIRA COMUNHÃO REQUER CONHECIMENTO DO


CARÁTER DE DEUS.
*O caráter de Deus é revelado na mensagem de Cristo. A mensagem que
receberam do próprio Senhor Jesus, eles se mantiveram fiéis em anuncia-la. “5 Esta é
a mensagem que dele ouvimos e transmitimos a vocês...” João coloca a ênfase no
verbo “é” para transmitir o sentido de “existe”: “existe esta mensagem”. Ele revela
não apenas a importância da mensagem, mas também sua importância em todos os
tempos. Essa mensagem, portanto, não está sujeita a mudanças e modificações, pois
não vem de João ou de qualquer outro apóstolo ou autor, mas do próprio Senhor
Jesus Cristo.
Cristo é o autor da mensagem que trata da santidade de Deus, e que vai servir
de base para o teste que vem logo em seguida. Os apóstolos ouviram o que Cristo
ensinou e transmitiram aos discípulos. Dessa forma, a autoridade do ensino
apostólico remonta ao próprio Cristo.
Qual é a mensagem a que João se refere? A mensagem é que Deus é luz e não
tem qualquer associação com as trevas – “5 ...Deus é luz; nele não há treva
alguma.” Há duas ideias sobre Deus presentes na expressão “Deus é luz”: *a sua
pureza moral e o **julgamento que essa pureza traz sobre as trevas.
Primeira, Deus é puro e separado do pecado, incapaz de errar. Sua santidade é
absoluta, sem qualquer mácula. João chama a atenção para o fato de que, em Deus,
não há nada característico das trevas, como pecado, erro, ignorância de Deus,
contradição, etc.
Segunda, a santidade de Deus traz à luz os pecados mais íntimos das pessoas.
Nada pode continuar oculto diante dele, assim como nada fica oculto diante da luz.
Quanto mais nos aproximamos de Deus, mais nossas imperfeições ficam evidentes.
Diante de Deus nada está encoberto. Se Deus é luz, significa que quem diz ter um
relacionamento pessoal com ele deve exibir certas qualidades em sua vida. Caso
contrário, o relacionamento é falso, existe apenas um relacionamento de aparências.
Intelectualmente falando, luz é verdade e trevas é ignorância. Moralmente
falando, luz é pureza e trevas é impureza/maldade. Portanto, é muito incoerente e
falso a pretensão dos falsos mestres gnósticos, que afirmavam conhecer a Deus, que é
luz, afirmavam comunhão com Ele, mas eram indiferentes para com a moralidade e
tinham um comportamento típico de quem está em trevas.
A verdadeira comunhão com Deus requer conhecimento do caráter de Deus.
Na parte prática de sua carta aos Efésios, Paulo diz: Ef 5:1 “Portanto, sejam
imitadores de Deus, como filhos amados”. Agora, como imitar alguém a quem não
conhecemos? Alguém com quem não temos comunhão?
*A doutrina apostólica é o ensino do próprio Senhor Jesus Cristo. E essa
doutrina afirma claramente o caráter santíssimo de Deus.

2. A VERDADEIRA COMUNHÃO REQUER COERÊNCIA COM O


CARÁTER DE DEUS.
Se nosso estilo de vida não for coerente com o caráter de Deus, não temos
comunhão verdadeira com Ele. “6 Se afirmarmos que temos comunhão com ele,
mas andamos nas trevas, mentimos e não praticamos a verdade. João está
dizendo: Imaginem se nós dissermos que mantemos comunhão com Deus, ao mesmo
tempo em que andamos em trevas. Manter comunhão com Deus significa participar
com ele de algumas coisas em comum.
A palavra koinonia significa uma relação estreita e mútua, significa
compartilhar dos mesmos interesses. Ter comunhão com Deus significa se identificar
estreitamente com o que ele é, e com o que ele faz. Isto implica um relacionamento
íntimo com ele. Dizer que temos comunhão com Deus significa afirmar que temos os
mesmos interesses que Deus tem. Temos os mesmos interesses que Deus tem por Ele,
pela pessoas e pelo mundo?
Agora, João continua, imaginem se ao mesmo tempo em que dizemos ter
comunhão com Deus, nós andarmos nas trevas. Andar nas trevas significa viver no
erro, no pecado, na ignorância de Deus, e em hostilidade a ele. Nesse caso, continua
João, mentimos e não praticamos a verdade, pois estamos dizendo alguma coisa que
não corresponde à realidade.
Nicodemus:
“Aqui o apóstolo tem provavelmente como alvo principal os falsos mestres que diziam
ter um conhecimento especial de Deus, ao mesmo tempo em que permitiam uma vida
de indulgência no pecado. Isto era decorrente da seguinte ideia deles: o que se faz com
o corpo não atinge o espírito do homem, considerado inviolável [...] O princípio que
João estabelece, porém, aplica-se universalmente, para além do gnosticismo que
combatia. O verdadeiro cristão reflete o caráter santo de Deus em seu caminhar diário.
Os atos de um cristão professo são mais eloquentes do que suas palavras, e revelam o
estado real de seu relacionamento com Deus.”
Portanto, se nosso estilo de vida não for coerente com o caráter de Deus, não
temos comunhão verdadeira com Ele. Ao passo que se tivermos um estilo de vida
coerente com o caráter de Deus nossa comunhão com Ele e os santos é real. Somos,
de fato, purificados pelo sangue de Cristo. “7 Se, porém, andamos na luz, como ele
está na luz, temos comunhão uns com os outros, e o sangue de Jesus, seu Filho,
nos purifica de todo pecado.” Andar na luz é um ato contínuo. Significa que
vivemos no brilho da luz de Deus, de modo que refletimos virtudes e glória. Andar,
ou viver, na luz é ter nítido entendimento do padrão de comportamento requerido por
Deus em sua Palavra e buscar um alinhamento contínuo entre nossas ações e a
vontade de Deus. Em outras palavras, também, é andar em quebrantamento, pronto a
admitir os pecados quando a luz da santidade divina os revelar.
João continua: “7 ...temos comunhão uns com os outros...” Esta comunhão é
mais que simples socialização. Ela brota dessa convicção que temos em comum com
os apóstolos, ou seja, o ensino de Cristo através da doutrina apostólica é o que une os
cristãos de todas as eras, e essa convicção comum se expressa num relacionamento
estreito, transparente e mútuo entre os crentes. “Comunhão uns com os outros” é o
resultado do andar na luz; quando a igreja está andando na presença de Deus, aberta
diante da sua luz, experimenta a verdadeira comunhão dos santos. A igreja apostólica
em Jerusalém é geralmente apresentada como exemplo desta comunhão.
Em At 2.42-47 nós lemos o primeiro benefício de andarmos na luz:
“Eles se dedicavam ao ensino dos apóstolos e à comunhão, ao partir do pão e às
orações. Todos estavam cheios de temor, e muitas maravilhas e sinais eram feitos
pelos apóstolos. Todos os que criam mantinham-se unidos e tinham tudo em comum.
Vendendo suas propriedades e bens, distribuíam a cada um conforme a sua
necessidade. Todos os dias, continuavam a reunir-se no pátio do templo. Partiam o pão
em suas casas, e juntos participavam das refeições, com alegria e sinceridade de
coração, louvando a Deus e tendo a simpatia de todo o povo. E o Senhor lhes
acrescentava todos os dias os que iam sendo salvos.” [Existe compromisso com o
culto, a comunhão e o testemunho].
“7 ...e o sangue de Jesus, seu Filho, nos purifica de todo pecado.” João
afirma que o sangue de Jesus é eficaz para purificar de todo pecado aqueles que
andam na luz. Mesmo andando na luz, o crente verdadeiro às vezes tropeça e cai em
pecado. Diferentemente dos que “andam nas trevas”, os pecados dos que andam na
luz são trazidos a esta luz de Deus por meio da confissão (como veremos em 1Jo 1:9
“Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados e
nos purificar de toda injustiça.”), e ali, no ato de contrição, esses pecados são
purificados pelo sangue precioso e poderoso de Jesus Cristo, o Filho de Deus.
Quem “anda em trevas” não se preocupa com a purificação dos seus pecados,
porque é “cego” para sua situação espiritual.
A verdadeira comunhão com Deus requer coerência com o caráter de Deus.
**A realidade de nossa comunhão com Deus está intimamente ligada ao
alinhamento de nosso estilo de vida com esse caráter santíssimo de Deus.

Conclusão.
A verdadeira comunhão com Deus se reflete em nosso estilo de vida. a) Essa
comunhão requer conhecimento do caráter de Deus (5); b) Essa comunhão requer
coerência com o caráter de Deus (6,7).

Aplicação.
Se ter comunhão com Deus é compartilhar dos mesmos interesses que Ele, nós
conhecemos os interesses de Deus? Temos os mesmos interesses que Deus tem?
O que devo crer? Uma vida devocional (estudo constante das Escrituras em
espírito de oração), que nos coloca em contato contínuo com a Palavra de Deus e com
o Espírito Santo é o caminho para conhecermos o Seu caráter, ou seja, é o caminho
para um relacionamento pessoal com Deus e para que nossas vidas estejam alinhadas
ao caráter santíssimo de Deus. O estudo dedicado à Palavra de Deus, assim como a
vida de oração que brota do conhecimento adquirido da Palavra promove verdadeira
comunhão com o Senhor, e uma vida alinhada ao caráter de Deus.
O que devo evitar? Uma vida dualista. Uma falsa comunhão com Deus nos
leva a dividir nossa vida em duas: uma religiosa e outra secular. Por não
compartilharmos dos mesmos interesses do Senhor, nossa fé não tem qualquer
influência prática em nossas vidas. Vivemos uma esquizofrenia espiritual, pois
enquanto estamos na igreja, no culto, faz sentido a Palavra que diz que Deus é luz e é
o dono da minha vida. Mas, quando estou fora do ambiente de culto, no meu trabalho,
na minha casa, entre meus amigos, essa confissão não tem qualquer relevância
prática.
O pensamento dualista gerado por uma falsa comunhão com Deus faz com que
as pessoas frequentem cultos regularmente aos domingos, mas sejam capazes de
viver a semana toda como se Deus não existisse.
Timothy Keller, Deus na era secular:
“Indivíduos podem professar uma fé religiosa e se dizer não seculares, mas na prática,
a existência de Deus pode não ter impacto perceptível algum em suas decisões e
conduta de vida. Porque em uma era secular, até mesmo as pessoas religiosas tendem a
escolher namorados e cônjuges, profissões e amizades e a tomar decisões financeiras
sem ter outro objetivo maior do que a própria felicidade pessoal no presente. Sacrificar
a paz e a riqueza pessoal em favor de causas transcendentes se torna algo raro, mesmo
entre quem afirma crer em valores absolutos e na eternidade.”
Esse ateísmo prático é o padrão que evitamos em nossas vidas quando
buscamos uma comunhão verdadeira com o Senhor.
Qual o consolo do evangelho? Intrusos no mundo inventado da WandaVision
fizeram com que ela libertasse as pessoas que estavam sob seu domínio. As pessoas
tiveram a mente liberta para os relacionamentos reais, verdadeiros. O nosso mundo
também foi transformado quando alguém fora dele entrou em nossa realidade para
nos libertar. Fomos libertos por Jesus Cristo, também, para termos relacionamento
real, comunhão verdadeira com Deus.
Em Rm 5.1;8-11 temos a beleza dessa verdade:
“Tendo sido, pois, justificados pela fé, temos paz com Deus, por nosso Senhor Jesus
Cristo ... Mas Deus demonstra seu amor por nós: Cristo morreu em nosso favor
quando ainda éramos pecadores. Como agora fomos justificados por seu sangue, muito
mais ainda seremos salvos da ira de Deus por meio dele! Se quando éramos inimigos
de Deus fomos reconciliados com ele mediante a morte de seu Filho, quanto mais
agora, tendo sido reconciliados, seremos salvos por sua vida! Não apenas isso, mas
também nos gloriamos em Deus, por meio de nosso Senhor Jesus Cristo, mediante
quem recebemos agora a reconciliação.”
Ao entrar em nossa realidade, vindo de fora, para sofrer a punição por nossos
pecados em nosso lugar, tivemos nosso status de relacionamento com Deus alterado:
de inimigos rebeldes para filhos amados. Por causa do Senhor Jesus Cristo, podemos
provar de relacionamento, de comunhão verdadeira com nosso Criador.

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