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2.3. Mediação de conflitos e a atuação
do psicólogo
Segundo Sales (2004), a mediação é um processo muito complexo, o que torna difícil delimitar seus principais objetivos e,
além disso, ultrapassa a solução de conflitos, sendo capaz de prevenir os mesmos.
Ainda de acordo com a autora, na prática da mediação, quatro objetivos ficam bem visíveis:
1. A solução de conflitos por meio do diálogo, que visa o acordo satisfatório entre as partes;
2. A prevenção de conflitos, pois além de facilitar a solução destes, o processo de mediação evita uma administração
desordenada do problema que poderia levar a consequências negativas (agressões física e verbal, discussões, como brigas,
que nada contribuem para a solução do problema, por exemplo);
3. A inclusão social por possibilitar acesso, reflexão e conhecimento de direitos e deveres dos indivíduos, promovendo assim
“maior participação dos indivíduos nas questões sociais” (Sales, 2004, p.32), independente da classe social. E ainda ensina
que as pessoas têm o direito de escolher e decidir cientes de que sua escolha deve ser produtora de bem-estar social para as
partes envolvidas;
4. A paz social, por resolver conflitos e assim prevenir a violência, incluindo os indivíduos como cidadãos participantes da
política do Estado, fazendo com que seja possível alcançar uma convivência social harmônica.
- Teixeira, G. N. - Reflexões sobre a psicologia no Programa de mediação de conflitos: um relato de experiência do trabalho desenvolvido em Minas Gerais.. Mosaico –
estudos em psicologia, Vol 1 n 1 p 17-23
2.3. Mediação de conflitos e a atuação
do psicólogo
• Por meio do uso de técnicas específicas e utilização de conhecimentos advindos
de várias disciplinas e ciências, como a Psicologia, o Direito, a Teoria Geral de
Técnicas de Negociação, Teoria dos Sistemas e de processos narrativos, o
mediador cria condições para o diálogo, “diferenciando necessidades em
diferentes níveis, evidenciando como há necessidades comuns a despeito de
posições antagônicas”, diz a psicóloga Rosane Mantilla, professora de Pós-
graduação da PUC. Segundo a psicanalista Eliana Nazareth, “como forma de
condução de conflitos, a mediação apresenta vantagens importantes em
comparação à arbitragem, pois propicia a retomada da autodeterminação das
pessoas com relação às próprias vidas. Fundamentalmente é a isto que a
mediação se propõe”. (CFP, 2006)
2.3. Mediação de conflitos e a atuação
do psicólogo
• CREPOP (Varas de família, 2019), em 2010, o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) aprovou a resolução n.º
125, que dispõe sobre a Política Judiciária Nacional de tratamento adequado dos conflitos de interesses no
âmbito do Poder Judiciário para que os tribunais de todo o país ofereçam núcleos consensuais para
resolução de conflitos. A medida faz parte da Política Nacional de Tratamento dos Conflitos de Interesses,
que visa assegurar a conciliação e mediação das controvérsias entre as partes, assim como prestar
atendimento e orientação aos cidadãos. Vários Tribunais do país desenvolveram projetos relacionados à
Conciliação e Mediação, definidos como métodos autocompositivos de resolução de conflitos, próprios a
uma cultura não-adversarial, como resposta a crescente judicialização dos problemas sociais e das relações
familiares e comunitárias. O objetivo seria o de prestar auxílio a qualquer cidadão na tentativa de solução de
um problema, sem a necessidade de uma decisão judicial. O conciliador ou mediador deve ser capacitado
com a função de ajudar os envolvidos na demanda a encontrarem uma solução juntos, dentro da lei.
2.3. Mediação de conflitos e a atuação
do psicólogo
• Nos Núcleos de Conciliação as partes confiam a um terceiro, estranho
ao processo, a função de auxiliá-las a chegar a um acordo em vários
tipos de conflitos: pensão alimentícia, guarda dos filhos, divórcio;
partilha de bens; acidentes de trânsito; dívidas em bancos; danos
morais; demissão do trabalho; questões de vizinhança etc.
2.3. Mediação de conflitos e a atuação
do psicólogo
• A proposta da mediação busca a cooperação e a colaboração entre as
partes, em vez de privilegiar o lado adversarial da disputa, comum
nos processos judiciais no Direito de Família. A técnica da mediação
caracteriza-se por fortalecer a capacidade de diálogo, a fim de se
chegar a uma solução negociada dos conflitos.
• CENTRO DE REFERÊNCIA TÉCNICA EM PSICOLOGIA E POLÍTICAS PÚBLICAS – CREPOP/ REFERÊNCIAS
TÉCNICAS PARA A ATUAÇÃO DE PSICÓLOGAS(OS) EM VARAS DE FAMÍLIA – 2019.