Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
MATERIAL DIDÁTICO
DEFICIÊNCIA INTELECTUAL
Impressão
e
Editoração
SUMÁRIO
REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 63
3
UNIDADE 1 – INTRODUÇÃO
A inclusão social tem sido um desafio para todas as esferas da sociedade,
principalmente para as pessoas portadoras de necessidades especiais que, muito
além de poderem exercer a cidadania, deparam com a dificuldade de acesso em
todos os sentidos.
Alguns devem estar se perguntando por que a apostila tem como título
“Deficiência intelectual” e não “Deficiência mental”?. Pois bem, vamos de pronto
deixar claro que a deficiência intelectual, outrora conhecida como deficiência mental,
não é uma doença, não pode ser contraída pelo contato com uma pessoa sadia ou
outra com a deficiência. Não é uma doença mental, portanto, não há cura e para
entender melhor a diferença entre doença e deficiência, a OMS – Organização
4
Em 2001, essa classificação foi revista e reeditada não contendo mais uma
sucessão linear dos níveis, mas indicando a interação entre as funções orgânicas,
as atividades e a participação social (BATISTA; MANTOAN, 2006).
3) hoje em dia cada vez mais se substitui o adjetivo “mental” por “intelectual”. A
Organização Pan-Americana da Saúde e a Organização Mundial da Saúde
realizaram um evento (no qual o Brasil participou) em Montreal, Canadá, em
outubro de 2004, evento esse que aprovou o documento DECLARAÇÃO DE
MONTREAL SOBRE DEFICIÊNCIA INTELECTUAL. O termo “intelectual” foi
utilizado também em francês e inglês: Déclaration de Montreal sur la
Déficiénce Intelectuelle, Montreal Declaration on Intelectual Disability;
Por ora, deixamos uma mensagem inicial para aqueles que buscam
capacitação para trabalhar as diferenças e as deficiências, com foco na deficiência
intelectual (DI): os espaços escolares não devem ser lugares de discriminação, e
mesmo que o grau de deficiência se imponha como limite da capacidade de
aprendizagem e adaptação ao mundo, todos são cidadãos de pleno direito,
considerando as várias dimensões como a dignidade humana.
7
2.1 História
1
Ciência que estuda as condições mais propícias à reprodução e melhoramento genético da espécie
humana.
9
científico. Mas, foi somente no século XIX que se percebeu uma postura de
responsabilidade pública com relação às necessidades dos deficientes.
Para esta autora, a deficiência mental deve ser encarada como uma
construção social, não alheia à concepção de homem e de sociedade vigentes e
deve ser tratada como um fenômeno multideterminado. Contudo, segundo Nunes e
Ferreira (1994), a DM ainda continua sendo considerada como estando dentro do
indivíduo, descontextualizada e sem nexo social como mostra o discurso da maior
parte dos órgãos públicos.
2.2 Conceito
1) da comunicação;
2) do autocuidado;
4) da vida familiar;
5) do uso comunitário;
6) da autonomia;
7) da saúde;
8) da segurança;
9) da funcionalidade acadêmica;
10) do lazer e trabalho (Decreto nº 5.296/04, art. 5º, §1º, I, “d”; e Decreto nº
3.298/99, art. 4º, I).
13
Embora esses fatores etiológicos sejam muito variáveis, podem ser, ainda,
subdivididos em fatores pré-natais (de origem genética, ambiental e multifatorial),
perinatais (ambiental) e pós-natais (ambiental). A ocorrência da Deficiência
intelectual de etiologia desconhecida apresenta uma prevalência de 28 a 30% dos
casos.
Fatores genéticos
Fatores Ambientais:
fatores pré-natais – agentes infecciosos (citomegalovírus, toxoplasmose
congênita, rubéola congênita, sífilis congênita, varicela);
fatores nutricionais;
fatores imunológicos;
Fatores perinatais:
anóxia neonatal;
Fatores pós-natais:
infecções – meningoencefalites bacterianas e as virais, principalmente por
herpesvírus;
traumatismos crânio-encafálicos;
Causas Multifatorial
Cahuzac (1985 apud SANTOS; SANCHES, 2005) define ataxia como uma
perturbação da coordenação e da estática, onde observa-se instabilidade do
equilíbrio, mau controle da cabeça, do tronco e dos membros.
Basil (1995) refere ser uma síndrome cerebelar, em que existe dificuldade
em medir a força, a distância e a direção dos movimentos, que costumam ser lentos
e torpes, desviando-se com facilidade do objetivo pretendido. Existe instabilidade no
controle do tronco o que vai provocar dificuldade em coordenar os movimentos dos
braços e como consequência dificultar o caminhar que se apresenta inseguro, rígido
e com quedas frequentes.
Basil (1995) também ressalta que a lesão cerebral afeta quase sempre os
órgãos da fala, devido a uma perturbação mais ou menos grave no controle dos
órgãos motores bucofonatórios, que podem afetar o ato de falar ou até impedi-lo por
completo. Esta dificuldade pode também manifestar-se no nível da mastigação,
deglutição, controle da saliva ou respiração. Estes problemas em nível da linguagem
expressiva não impedem a compreensão da linguagem, que em alguns casos não
se encontra afetada. Contudo, se existirem problemas cognitivos ou de audição, o
desenvolvimento da linguagem compreensiva pode ficar comprometido, tornando
mais complexo e difícil o processo de aquisição da linguagem.
A criança com lesão cerebral vai ter, desde o início, dificuldades na interação
com os outros, pelo fato de não conseguir produzir os gestos e os sons a que o meio
social dá valor e reconhece como funções comunicativas. Segundo Basil (1995), a
criança encontra dificuldades em produzir mudanças no comportamento das outras
pessoas, no sentido de as fazer interagir com elas e este déficit comunicativo limita a
criança no desenvolvimento cognitivo e social e na construção da sua
personalidade. Segundo o mesmo autor, a criança que experimenta o fracasso
quando age sobre o meio, sente-se frustrada, diminui a motivação e o investimento
necessário a qualquer atividade. O fato de se sentir inapta pode levá-la a desistir,
porque sente que não é capaz ou que o próprio ambiente não lhe é responsivo.
Temos que concordar com Santos e Sanches (2005) quando dizem que o
desenvolvimento do ser humano assenta na sua capacidade de interagir com os
outros da sua espécie e de atuar sobre o mundo, sendo que a qualidade e a
quantidade das interações proporcionadas a uma criança são determinantes no seu
desenvolvimento social e emocional. A criança com Paralisia Cerebral tem o seu
desenvolvimento afetado, quer pelas lesões de que é portadora quer pelas
limitações que daí advém, impedindo-a de experimentar e aprender como os
demais, prejudicando o seu desenvolvimento.
3.2 Classificação
Coelho e Coelho (2001) ressaltam que, a partir do século XX, iniciou-se uma
série de tentativas para sistematizar o conceito de deficiência mental. Inicialmente,
as principais definições contemplavam o déficit intelectual e do comportamento
adaptativo, além da imaturidade no que tange ao desenvolvimento e à questão da
incurabilidade.
1) AAIDD
Tipos de Apoio:
2) CID-10
As categorias são:
3) DSM-IV
4) CIF
Classificação:
0 - sem deficiência;
1- deficiência leve;
2 - deficiência moderada;
3 - deficiência grave;
4 - deficiência completa;
8 - sem especificação;
9 - sem aplicação.
27
Para ele, superdotados são aqueles que possuem esse conjunto de traços
concomitantemente.
2
QI é um rateio geral de sua habilidade de pensar e raciocinar. Sua pontuação é realmente uma
indicação de como você se compara em relação à maioria das pessoas em seu grupo de idade. Uma
pontuação de 100, por exemplo, significa que, quando comparado à maioria das pessoas em seu
grupo de idade, você tem um nível de inteligência normal. Muitos psicólogos consideram aqueles que
oscilam entre 95 e 100 como tendo QI normal ou médio.
31
Nesse sentido, há uma parcela da população que não está incluída nessas
estatísticas, já que os testes padronizados não privilegiam áreas mais subjetivas, por
exemplo, habilidades sinestésicas.
Talento musical, artístico e vários outros não são medidos, mas os testes
dão uma boa indicação de sua habilidade de pensar, raciocinar e resolver
problemas, o que acaba sendo um fator crítico para o sucesso na vida.
B – Técnica de autoidentificação
ao melhor aluno;
leitura precoce por volta dos quatro anos, ou antes, com instrução mínima;
Para Avelar (2009), esses fatos precisam ser revistos e repensados por
todos e cabe aos educadores, uma parcela importante no sentido de reconhecer
capacidades e talentos especiais dos alunos. É preciso que se aprenda a educar no
sentido de orientar as crianças superdotadas de modo a aumentar, desenvolver,
crescer e aperfeiçoar sua capacidade e talento.
Segundo Gallagher (s.d apud Guenther, 2000), três elementos são de uma
maneira geral essenciais para atender a esses alunos dentro do contexto
educacional:
Para atuar na educação especial, o professor deve ter como base da sua
formação, inicial e continuada, conhecimentos gerais para o exercício da docência e
conhecimentos específicos da área. Essa formação possibilita a sua atuação no
atendimento educacional especializado e deve aprofundar o caráter interativo e
interdisciplinar da atuação nas salas comuns do ensino regular, nas salas de
recursos, nos centros de atendimento educacional especializado, nos núcleos de
acessibilidade das instituições de educação superior, nas classes hospitalares e nos
ambientes domiciliares, para a oferta dos serviços e recursos de educação especial.
Ele deve ser oferecido em horários distintos das aulas das escolas comuns,
com outros objetivos, metas e procedimentos educacionais. Suas ações são
definidas conforme o tipo de deficiência que se propõe a atender. O AEE, é de
acordo com o MEC e a Secretaria de Educação Especial, um serviço da Educação
Especial que identifica, elabora e organiza recursos pedagógicos e de
acessibilidade, que eliminem as barreiras para a plena participação dos alunos,
considerando as suas necessidades específicas.
Podemos concluir então que não é o aluno que tem que se adaptar à escola,
mas é ela que, consciente da sua função, coloca-se à disposição do aluno, tornando
assim a escola um espaço inclusivo. A educação especial é concebida para
possibilitar que o aluno com necessidades educacionais especiais atinja os objetivos
propostos para sua educação no ensino regular (BRASIL, 2004).
Alves (2006) salienta que atendimento para alunos com deficiência mental
na sala de recursos deve [...] ser realizadas as adequações necessárias para
participação e aprendizagem desses alunos, por meio de estratégias teórico-
metodológicas que lhes permitam o desenvolvimento cognitivo e a apropriação ativa
do saber. As atividades têm como objetivo o engajamento do aluno em um processo
particular de descoberta e o desenvolvimento de relacionamento recíproco entre a
sua resposta e o desafio apresentado pelo professor (MINAS GERAIS, 2006, p.07).
Para tanto, Vygotsky (s.d apud ALVES, 2006) afirma que uma criança com
deficiência mental não é simplesmente menos desenvolvida que outra da sua idade,
mas é uma criança que se desenvolve de outro modo. Para ele, as funções
psicológicas superiores, que são características do ser humano, estão ancoradas,
por um lado, nas características biológicas da espécie humana e, por outro, são
desenvolvidas ao longo de sua história social. Assim, não existe uma única forma de
46
aprender e tampouco uma única forma de ensinar, mas o “bom aprendizado” é, para
Vygotsky, aquele que envolve sempre a interação com outros indivíduos e a
interferência direta ou indireta deles, e, fundamentalmente, o respeito ao modo
peculiar de cada um aprender.
UNIDADE 6 – IDENTIFICAÇÃO/CARACTERIZAÇÃO E
TRABALHO COM ALTAS HABILIDADES
Renzulli (2004), por exemplo, chama a atenção para duas categorias amplas
e distintas de habilidades superiores: a superdotação escolar e a superdotação
criativo-produtiva.
Além disso, o mesmo autor lembra que a maioria dos alunos apresenta
áreas fortes em vários domínios, de modo que o professor deve evitar categorizar a
criança em apenas uma inteligência.
53
grupos. Nos dois casos a aceleração pode ser feita. Se nenhuma das alternativas
anteriores se aplica, é preciso dar atenção especial ao processo de adaptação,
analisando cuidadosamente onde se localiza a maior insatisfação, privilegiando-a.
Para vários autores, existe uma relação direta entre inatividade física e o
desenvolvimento de doenças cardiovasculares. Neste sentido, a prática de atividade
física regular desempenha um papel fundamental na prevenção primária e
secundária das doenças cardiovasculares (MOSS, 2009; PETERSON et al. 2008;
SIT et al. 2008; STANISH; FREY; 2008 apud SOUSA, 2010).
58
Enfim, sabendo que existe uma relação entre os benefícios dos exercícios
físicos sobre os fatores de risco de doenças cardiovasculares (obesidade,
hipertensão arterial, hipercolesterolemia e hipertrigliceridemia) e sabendo que os
indivíduos com Dl se caracterizam por ter baixos níveis de condição física e pouca
participação em atividades desportivas, é importante e fundamental que se criem
condições para que estes possam desenvolver a sua condição física e melhorar o
seu estado de saúde (SOUSA, 2010).
1) motivação;
2) atenção;
3) memória;
4) transferência;
5) metacognição.
Quanto a avaliação:
Enfim, estamos no século das mudanças de rumo que ainda não são ideais,
mas estamos em um caminho bem favorável. E no Brasil, as diretrizes para
educação inclusiva e pessoas com deficiências também caminham para uma
sociedade mais humana e justa.
REFERÊNCIAS
REFERÊNCIAS BÁSICAS
BATISTA, Cristina Abranches Mota; MANTOAN, Maria Teresa Egler. Educação
inclusiva: atendimento educacional especializado para a deficiência mental. 2 ed.
Brasília: MEC, SEESP, 2006.
REFERÊNCIAS COMPLEMENTARES
AAMR. Retardo Mental. Definição, Classificação e Sistemas de Apoio. 10 ed. Porto
Alegre: Artmed, 2006.
AMIRALIAN, Maria L. T., et al. Conceituando deficiência. Rev. Saúde Pública, 34 (1):
97-103, 2000. Disponível em: http://www.scielosp.org/pdf/rsp/v34n1/1388.pdf Acesso
em: 15 fev. 2012.
MANTOAN, Maria Teresa Eglér. Igualdade e diferença na escola: como andar no fio
da navalha. In: MANTOAN, Maria Teresa Eglér; PRIETO, Rosângela Gavioli.
Inclusão escolar. São Paulo: Summus, 2006.
MANTOAN, Maria Teresa Eglér. Ser ou Estar: eis a questão. Explicando o Déficit
intelectual. Rio de Janeiro: WVA, 1997.
MENEZES, Ebenezer Takuno de; SANTOS, Thais Helena dos. Deficiência mental
(verbete). Dicionário Interativo da Educação Brasileira - EducaBrasil. São Paulo:
Midiamix Editora, 2002, http://www.educabrasil.com.br/eb/dic/dicionario.asp?id=33
ONU. Declaração dos Direitos das Pessoas Deficientes, 1975. Disponível em:<http://
www.mj.gov.br/sedh/ct/corde/dpdh/sicorde/decl_pessoa_def.asp.> Acesso em: 14
fev. 2012.
RIBAS, João Baptista Cintra. O que são pessoas deficientes. São Paulo: Brasiliense,
2003 (Coleção Primeiros Passos; 89).
SASSAKI, Romeu Kazumi. Inclusão: Construindo uma Sociedade para Todos. 3 ed.
Rio de Janeiro: Wak, 1999.
68
WINNER, E. Tão diferentes dos outros: a vida emocional da criança superdotada. In:
________ Crianças superdotadas, mitos e realidades. Porto Alegre: Artes Médicas,
1998. Cap. 3. p. 37-50Cap. 8 p. 165-182.