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Área de Concentração II –
Formação Militar-Naval
PROCESSO SELETIVO UNIFICADO DE OFICIAIS – RM2
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9/11/2018
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Nesse processo, as economias nacionais tornaram-se 4.1 A América do Sul é o ambiente regional no qual o
mais vulneráveis às crises ocasionadas pela Brasil se insere. Buscando aprofundar seus laços de
instabilidade econômica e financeira em todo o cooperação, o País visualiza um entorno estratégico
7.10. Os setores espacial, cibernético e nuclear são 7.18. É prioritário assegurar continuidade e
estratégicos para a Defesa do País; devem, portanto, previsibilidade na alocação de recursos para permitir
ser fortalecidos. o preparo e o equipamento adequado das Forças
Armadas.
7.11. A atuação do Estado brasileiro com relação à
defesa tem como fundamento a obrigação de garantir 7.19. Deverá ser buscado o constante
nível adequado de segurança do País, tanto em tempo aperfeiçoamento da capacidade de comando,
de paz, quanto em situação de conflito. controle, monitoramento e do sistema de inteligência
dos órgãos envolvidos na Defesa Nacional.
7.12. À ação diplomática na solução de conflitos
soma-se a estratégia militar da dissuasão. Nesse 7.20. Nos termos da Constituição, as Forças Armadas
contexto, torna-se importante desenvolver a poderão ser empregadas pela União contra ameaças
capacidade de mobilização nacional e a manutenção ao exercício da soberania do Estado e à
de Forças Armadas modernas, integradas e indissolubilidade da unidade federativa.
balanceadas, operando de forma conjunta e
adequadamente desdobradas no território nacional, 7.21. O Brasil deverá buscar a contínua interação da
atual PND com as demais políticas governamentais,
em condições de pronto emprego.
visando a fortalecer a infraestrutura de valor
7.13. Para ampliar a projeção do País no concerto estratégico para a Defesa Nacional, particularmente a
mundial e reafirmar seu compromisso com a defesa de transporte, a de energia e a de comunicações.
da paz e com a cooperação entre os povos, o Brasil
deverá aperfeiçoar o preparo das Forças Armadas 7.22. O emprego das Forças Armadas na garantia da
para desempenhar responsabilidades crescentes em lei e da ordem é regido por legislação específica.
ações humanitárias e em missões de paz sob a égide
de organismos multilaterais, de acordo com os
interesses nacionais.
1. Dissuadir a concentração de forças hostis nas Mobilidade depende de meios terrestres, marítimos e
fronteiras terrestres e nos limites das águas aéreos apropriados e da maneira de combiná-los.
jurisdicionais brasileiras, e impedir-lhes o uso do Depende, também, de capacitações operacionais que
espaço aéreo nacional. permitam aproveitar ao máximo o potencial das
tecnologias do movimento.
Para dissuadir, é preciso estar preparado para
combater. A tecnologia, por mais avançada que seja, O vínculo entre os aspectos tecnológicos e
jamais será alternativa ao combate. Será sempre operacionais da mobilidade há de se realizar de
instrumento do combate. maneira a alcançar objetivos bem definidos. Entre
esses objetivos, há um que guarda relação
2. Organizar as Forças Armadas sob a égide do especialmente próxima com a mobilidade: a
trinômio monitoramento/controle, mobilidade e capacidade de alternar a concentração e a
presença. Esse triplo imperativo vale, com as desconcentração de forças, com o propósito de
adaptações cabíveis, para cada Força. Do trinômio dissuadir e combater a ameaça.
resulta a definição das capacitações operacionais de
cada uma das Forças. 6. Fortalecer três setores de importância estratégica:
o espacial, o cibernético e o nuclear. Esse
3. Desenvolver as capacidades de monitorar e fortalecimento assegurará o atendimento ao conceito
controlar o espaço aéreo, o território e as águas de flexibilidade.
jurisdicionais brasileiras.
Como decorrência de sua própria natureza, esses
Tal desenvolvimento dar-se-á a partir da utilização de setores transcendem a divisão entre desenvolvimento
tecnologias de monitoramento terrestre, marítimo, e defesa, entre o civil e o militar.
aéreo e espacial que estejam sob inteiro e
incondicional domínio nacional.
Os instrumentos principais dessa unificação serão o 8. Reposicionar os efetivos das três Forças.
Ministério da Defesa e o Estado-Maior Conjunto das
Forças Armadas. Devem ganhar dimensão maior e As principais unidades do Exército estacionam no
responsabilidades mais abrangentes. Sudeste e no Sul do Brasil. A esquadra da Marinha
concentra-se na cidade do Rio de Janeiro. Algumas
O Ministro da Defesa exercerá, na plenitude, todos os instalações tecnológicas da Força Aérea estão
poderes de direção das Forças Armadas que a localizadas em São José dos Campos, em São Paulo. As
Constituição e as leis não reservarem, expressamente, preocupações mais agudas de defesa estão, porém,
ao Presidente da República. no Norte, no Oeste e no Atlântico Sul.
A subordinação das Forças Armadas ao poder político Sem desconsiderar a necessidade de defender as
constitucional é pressuposto do regime republicano e maiores concentrações demográficas e os maiores
garantia da integridade da Nação. centros industriais do País, a Marinha deverá estar
mais presente na região da foz do Rio Amazonas e nas
Os Secretários do Ministério da Defesa e o Diretor- grandes bacias fluviais do Amazonas e do Paraguai-
Geral do Centro Gestor e Operacional do Sistema de Paraná. Deverá o Exército agrupar suas reservas
Proteção da Amazônia (CENSIPAM) serão nomeados
regionais nas respectivas áreas, para possibilitar a
mediante indicação exclusiva do Ministro de Estado resposta imediata na crise ou na guerra.
da Defesa, entre cidadãos brasileiros, militares das
três Forças e civis, respeitadas as peculiaridades e as Pelas mesmas razões que exigem a formação do
funções de cada secretaria. As iniciativas destinadas a Estado-Maior Conjunto das Forças Armadas, os
formar quadros de especialistas civis em defesa Distritos Navais ou Comandos de Área das três Forças
permitirão, no futuro, aumentar a presença de civis terão suas áreas de jurisdição coincidentes,
em postos dirigentes e nos demais níveis do ressalvados impedimentos decorrentes de
Ministério da Defesa. As disposições legais em circunstâncias locais ou específicas. Os oficiais-
contrário serão revogadas. generais que comandarem, por conta de suas
Em segundo lugar, cada combatente deve dispor de 16. Estruturar o potencial estratégico em torno de
tecnologias e de conhecimentos que permitam capacidades.
aplicar, em qualquer região em conflito, terrestre ou
Convém organizar as Forças Armadas em torno de
marítimo, o imperativo de mobilidade. É a esse
imperativo, combinado com a capacidade de capacidades, não em torno de inimigos específicos. O
combate, que devem servir as plataformas e os Brasil não tem inimigos no presente. Para não tê-los
no futuro, é preciso preservar a paz e preparar-se
sistemas de armas à disposição do combatente.
para a guerra.
Em terceiro lugar, cada combatente deve ser treinado
para abordar o combate de modo a atenuar as formas 17. Preparar efetivos para o cumprimento de missões
rígidas e tradicionais de comando e controle, em prol de garantia da lei e da ordem, nos termos da
da flexibilidade, da adaptabilidade, da audácia e da Constituição.
surpresa no campo de batalha. Esse combatente será, O País cuida para evitar que as Forças Armadas
ao mesmo tempo, um comandado que sabe desempenhem papel de polícia. Efetuar operações
obedecer, exercer a iniciativa, na ausência de ordens internas em garantia da lei e da ordem, quando os
específicas, e orientar-se em meio às incertezas e aos poderes constituídos não conseguem garantir a paz
sobressaltos do combate – e uma fonte de iniciativas pública e um dos Chefes dos três Poderes o requer,
– capaz de adaptar suas ordens à realidade da faz parte das responsabilidades constitucionais das
situação mutável em que se encontra. Forças Armadas. A legitimação de tais
responsabilidades pressupõe, entretanto, legislação
Ganha ascendência no mundo um estilo de produção
industrial marcado pela atenuação de contrastes que ordene e respalde as condições específicas e os
entre atividades de planejamento e de execução e procedimentos federativos que deem ensejo a tais
pela relativização de especializações rígidas nas operações, com resguardo de seus integrantes.
atividades de execução. Esse estilo encontra 18. Estimular a integração da América do Sul.
contrapartida na maneira de fazer a guerra, cada vez
mais caracterizada por extrema flexibilidade. Essa integração não somente contribui para a defesa
do Brasil, como possibilita fomentar a cooperação
militar regional e a integração das bases industriais de
defesa. Afasta a sombra de conflitos dentro da região.
É tarefa prioritária para o País, o aprimoramento dos Já o setor estatal de produtos de defesa terá por
meios existentes e da capacitação do pessoal missão operar no teto tecnológico, desenvolvendo as
envolvido com as atividades de busca e salvamento no tecnologias que as empresas privadas não possam
território nacional, nas águas jurisdicionais brasileiras alcançar ou obter, a curto ou médio prazo, de maneira
e nas áreas pelas quais o Brasil é responsável, em rentável.
decorrência de compromissos internacionais.
A formulação e a execução da política de obtenção de
21. Desenvolver o potencial de mobilização militar e produtos de defesa serão centralizadas no Ministério
nacional para assegurar a capacidade dissuasória e da Defesa, sob a responsabilidade da Secretaria de
operacional das Forças Armadas. Produtos de Defesa (SEPROD), admitida delegação na
sua execução.
Diante de eventual degeneração do quadro
internacional, o Brasil e suas Forças Armadas deverão A Base Industrial de Defesa será incentivada a
estar prontos para tomar medidas de resguardo do competir em mercados externos para aumentar a sua
território, das linhas de comércio marítimo e escala de produção. A consolidação da União de
plataformas de petróleo e do espaço aéreo nacionais. Nações Sul-Americanas (UNASUL) poderá atenuar a
As Forças Armadas deverão, também, estar tensão entre o requisito da independência em
habilitadas a aumentar rapidamente os meios produção de defesa e a necessidade de compensar
humanos e materiais disponíveis para a defesa. custo com escala, possibilitando o desenvolvimento
Exprime-se o imperativo de elasticidade em da produção de defesa em conjunto com outros
capacidade de mobilização nacional e militar. países da região.
Ao decretar a mobilização nacional, o Poder Executivo Serão buscadas parcerias com outros países, com o
delimitará a área em que será realizada e especificará propósito de desenvolver a capacitação tecnológica e
as medidas necessárias à sua execução, como, por a fabricação de produtos de defesa nacionais, de
exemplo, poderes para assumir o controle de recursos modo a eliminar, progressivamente, a dependência de
materiais, inclusive meios de transporte necessários à serviços e produtos importados.
defesa, de acordo com a Lei de Mobilização Nacional.
A mobilização militar demanda a organização de uma
Como o número dos alistados anualmente é muito Ao lado da destinação constitucional, das atribuições,
maior do que o número de recrutas de que precisam da cultura, dos costumes e das competências próprias
de cada Força e da maneira de sistematizá-las em uma
as Forças Armadas, deverão elas selecioná-los
segundo o vigor físico, a aptidão e a capacidade estratégia de defesa integrada, aborda-se o papel de
intelectual, cuidando para que todas as classes sociais três setores decisivos para a defesa nacional: o
espacial, o cibernético e o nuclear. Descreve-se como
sejam representadas.
as três Forças devem operar em rede – entre si e em
24. Participar da concepção e do desenvolvimento da ligação com o monitoramento do território, do espaço
infraestrutura estratégica do País, para incluir aéreo e das águas jurisdicionais brasileiras.
requisitos necessários à Defesa Nacional.
A qualificação do módulo brigada como vanguarda 5. O Exército deverá ter capacidade de projeção de
exige amplo espectro de meios tecnológicos, desde os poder, constituindo uma Força, quer expedicionária,
menos sofisticados, tais como radar portátil e quer para operações de paz, ou de ajuda humanitária,
instrumental de visão noturna, até as formas mais para atender compromissos assumidos sob a égide de
avançadas de comunicação entre as operações organismos internacionais ou para salvaguardar
terrestres e o monitoramento espacial. interesses brasileiros no exterior.
O desenvolvimento sustentável da região amazônica (b) Juntar a soldados regulares, fortalecidos com
passará a ser visto, também, como instrumento da atributos de soldados não convencionais, as reservas
defesa nacional: só ele pode consolidar as condições mobilizadas, de acordo com o conceito da
para assegurar a soberania nacional sobre aquela elasticidade;
região. Dentro dos planos para o desenvolvimento
(c) Contar com um soldado resistente que, além dos
sustentável da Amazônia, caberá papel primordial à
pendores de qualificação e de rusticidade, seja
regularização fundiária. Para defender a Amazônia,
também, no mais alto grau, tenaz. Sua tenacidade se
será preciso ampliar a segurança jurídica e reduzir os
inspirará na identificação da Nação com a causa da
conflitos decorrentes dos problemas fundiários ainda
defesa;
existentes.
(c) Estreitar os vínculos entre os Institutos de Pesquisa Consideração que poderá ser decisiva é a necessidade
do Departamento de Ciência e Tecnologia de preferir a opção que minimize a dependência
Aeroespacial (DCTA) e as empresas privadas, tecnológica ou política em relação a qualquer
resguardando sempre os interesses do Estado quanto fornecedor que, por deter componentes do avião a
à proteção de patentes e à propriedade industrial; comprar ou a modernizar, possa pretender, por conta
4. O setor nuclear transcende, por sua natureza, a 5. A primeira prioridade do Estado na política dos três
divisão entre desenvolvimento e defesa. setores estratégicos será a formação de recursos
humanos nas ciências relevantes. Para tanto, ajudará
Por imperativo constitucional e por tratado a financiar os programas de pesquisa e de formação
internacional, privou-se o Brasil da faculdade de nas universidades brasileiras e nos centros nacionais
empregar a energia nuclear para qualquer fim que de pesquisa e aumentará a oferta de bolsas de
não seja pacífico. Isso foi feito sob várias premissas, doutoramento e de pós-doutoramento nas
das quais a mais importante foi o progressivo instituições internacionais pertinentes. Essa política
desarmamento nuclear das potências nucleares. de apoio não se limitará à ciência aplicada, de
emprego tecnológico imediato. Beneficiará, também,
Nenhum país é mais atuante do que o Brasil na causa
a ciência fundamental e especulativa.
do desarmamento nuclear. Entretanto o Brasil, ao
proibir a si mesmo o acesso ao armamento nuclear, 6. Nos três setores, as parcerias com outros países e
não se deve despojar da tecnologia nuclear. Deve, as compras de produtos e serviços no exterior devem
pelo contrário, desenvolvê-la, inclusive por meio das ser compatibilizadas com o objetivo de assegurar
seguintes iniciativas: espectro abrangente de capacitações e de tecnologias
sob domínio nacional.
(a) Completar, no que diz respeito ao programa de
submarino de propulsão nuclear, a nacionalização
completa e o desenvolvimento em escala industrial do
ciclo do combustível (inclusive a gaseificação e o A reorganização da Base Industrial de Defesa:
enriquecimento) e da tecnologia da construção de desenvolvimento tecnológico independente
reatores, para uso exclusivo do Brasil; 1. A defesa do Brasil requer a reorganização da Base
(b) Acelerar o mapeamento, a prospecção e o Industrial de Defesa (BID) – formada pelo conjunto
aproveitamento das jazidas de urânio; integrado de empresas públicas e privadas, e de
organizações civis e militares, que realizem ou
(c) Aprimorar o potencial de projetar e construir conduzam pesquisa, projeto, desenvolvimento,
termelétricas nucleares, com tecnologias e industrialização, produção, reparo, conservação,
capacitações que acabem sob domínio nacional, ainda revisão, conversão, modernização ou manutenção de
Isso importa em organizar o regime legal, regulatório 5. O futuro das capacitações tecnológicas nacionais de
e tributário da Base Industrial de Defesa, para que defesa depende tanto do desenvolvimento de aparato
reflita tal subordinação. tecnológico, quanto da formação de recursos
humanos. Daí a importância de se desenvolver uma
(c) Evitar que a Base Industrial de Defesa polarize-se política de formação de cientistas, em ciência aplicada
entre pesquisa avançada e produção rotineira. e básica, já abordada no tratamento dos setores
espacial, cibernético e nuclear, privilegiando a
Deve-se cuidar para que a pesquisa de vanguarda
aproximação da produção científica com as atividades
resulte em produção de vanguarda.
relativas ao desenvolvimento tecnológico da BID.
(d) Usar o desenvolvimento de tecnologias de defesa
6. No esforço de reorganizar a Base Industrial de
como foco para o desenvolvimento de capacitações
Defesa, buscar-se-ão parcerias com outros países,
operacionais.
com o objetivo de desenvolver a capacitação
Isso implica buscar a modernização permanente das tecnológica nacional, de modo a reduzir
plataformas, seja pela reavaliação à luz da experiência progressivamente a compra de serviços e de produtos
operacional, seja pela incorporação de melhorias acabados no exterior. A esses interlocutores
provindas do desenvolvimento tecnológico. estrangeiros, o Brasil deixará sempre claro que
pretende ser parceiro, não cliente ou comprador. O
2. Estabeleceu-se, para a Base Industrial de Defesa, a País está mais interessado em parcerias que
Lei no 12.598, de 22 de março de 2012, que tem por fortaleçam suas capacitações independentes, do que
finalidade determinar normas especiais para as na compra de produtos e serviços acabados. Tais
compras, contratações e desenvolvimento de parcerias devem contemplar, em princípio, que parte
produtos e sistemas de defesa e dispõe sobre regras substancial da pesquisa e da fabricação seja
de incentivo à área estratégica de Defesa. desenvolvida no Brasil, e ganharão relevo maior,
quando forem expressão de associações estratégicas
Tal regime resguardará as empresas que fornecem
abrangentes.
produtos de defesa às Forças Armadas, das pressões
do imediatismo mercantil e possibilitará a 7. Conforme previsto na END/2008, o Ministério da
continuidade das compras públicas, sem prejudicar a Defesa dispõe de uma Secretaria de Produtos de
competição no mercado e o desenvolvimento de Defesa (SEPROD).
novas tecnologias.
O Secretário é responsável por executar as diretrizes
3. O componente estatal da Base Industrial de Defesa fixadas pelo Ministro da Defesa e, com base nelas,
terá por vocação produzir o que o setor privado não formular e dirigir a política de obtenção de produtos
possa projetar e fabricar, a curto e médio prazo, de de defesa, inclusive armamentos, munições, meios de
maneira rentável. Atuará, portanto, no teto, e não no transporte e de comunicações, fardamentos e
piso tecnológico. Manterá estreito vínculo com os materiais de uso individual e coletivo, empregados
nas atividades operacionais.
• a distribuição espacial das Forças Armadas no (a) maior integração entre as instituições científicas e
território nacional, ainda não completamente tecnológicas, tanto militares como civis, e a Base
ajustada, ao atendimento às necessidades Industrial de Defesa;
estratégicas;
(b) definição de pesquisas de uso dual; e
• a atual inexistência de carreira civil na área de
defesa, mesmo sendo uma função de estado; (c) fomento à pesquisa e ao desenvolvimento de
produtos de interesse da defesa;
• o estágio da pesquisa científica e tecnológica para o
desenvolvimento de material de emprego militar e • maior integração entre as indústrias estatal e
privada de produtos de defesa, com a definição de um
produtos de defesa;
modelo de participação na produção nacional de
• a carência de programas para aquisição de produtos meios de defesa;
de defesa, calcados em planos plurianuais; • os
bloqueios tecnológicos impostos por países • integração e definição centralizada na aquisição de
produtos de defesa de uso comum, compatíveis com
desenvolvidos, que retardam os projetos estratégicos
de concepção brasileira; as prioridades estabelecidas;
Os ambientes apontados na Estratégia Nacional de Para o atendimento eficaz das hipóteses de emprego,
as Forças Armadas deverão estar organizadas e
Defesa não permitem vislumbrar ameaças militares
concretas e definidas, representadas por forças articuladas de maneira a facilitar a realização de
antagônicas de países potencialmente inimigos ou de operações conjuntas e singulares, adequadas às
outros agentes não estatais. Devido à incerteza das características peculiares das operações de cada uma
ameaças ao Estado Brasileiro, o preparo das Forças das áreas estratégicas.
Armadas deve ser orientado para atuar no O instrumento principal, por meio do qual as Forças
cumprimento de variadas missões, em diferentes desenvolverão sua flexibilidade tática e estratégica,
áreas e cenários, para respaldar a ação política do será o trabalho coordenado entre elas, a fim de tirar
Estado. proveito da dialética da concentração e
As hipóteses de emprego são provenientes da desconcentração. Portanto, as Forças, como regra,
associação das principais tendências de evolução das definirão suas orientações operacionais em conjunto,
conjunturas nacional e internacional com as privilegiando essa visão conjunta como forma de
orientações político-estratégicas do País. aprofundar suas capacidades.
Na elaboração das hipóteses de emprego, a Estratégia O meio institucional para esse trabalho unificado será
Militar de Defesa deverá contemplar o emprego das a colaboração entre os Estados-Maiores das Forças
Forças Armadas considerando, dentre outros, os com o Estado-Maior Conjunto das Forças Armadas, no
seguintes aspectos: estabelecimento e definição das linhas de frente de
atuação conjunta. Nesse sentido, o sistema
educacional de cada Força ministrará cursos, além dos
singulares já existentes, e realizará projetos de
3. O Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, por • capacidade industrial do setor nuclear para
intermédio da Agência Espacial Brasileira, promoverá inovação, através do Comitê de Desenvolvimento do
a atualização do Programa Espacial Brasileiro, de Programa Nuclear Brasileiro, com a participação dos
Ministérios do Desenvolvimento, Indústria e Comércio
forma a priorizar o desenvolvimento de sistemas
espaciais necessários à ampliação da capacidade de Exterior; da Fazenda; do Meio Ambiente; de Minas e
comunicações, meteorologia e monitoramento Energia; do Planejamento, Orçamento e Gestão; das
Relações Exteriores, da Secretaria de Assuntos
ambiental, com destaque para o desenvolvimento de:
Estratégicos, do Gabinete de Segurança Institucional e
• um satélite geoestacionário nacional para da Casa Civil da Presidência da República; e
meteorologia e comunicações seguras, entre outras
aplicações; e • atividade de capacitação de pessoal nas áreas de
concepção, projeto, desenvolvimento e operação de
• satélites de sensoriamento remoto para sistemas nucleares.
monitoramento ambiental, com sensores ópticos e
radar de abertura sintética. 6. No setor cibernético, o Ministério da Defesa e o
Ministério da Ciência Tecnologia e Inovação, por
4. O Ministério da Defesa e o Ministério da Ciência, intermédio do Departamento de Ciência e Tecnologia
Tecnologia e Inovação, por intermédio do Instituto de do Exército, promoverão ações que contemplem a
Aeronáutica e Espaço do Comando da Aeronáutica e multidisciplinaridade e a dualidade das aplicações; o
da Agência Espacial Brasileira, promoverão medidas fomento da Base Industrial de Defesa com duplo viés:
com vistas a garantir a autonomia de produção, aquisição de conhecimento e geração de empregos; e
lançamento, operação e reposição de sistemas a proteção das infraestruturas estratégicas, com
espaciais, por meio: ênfase para o desenvolvimento de soluções nacionais
inovadoras, dentre elas:
• do desenvolvimento de veículos lançadores de
satélites e sistemas de solo para garantir acesso ao • sistema integrado de proteção de ambientes
espaço em órbitas baixa e geoestacionária; computacionais;
• simulador de defesa cibernética;
• de atividades de fomento e apoio ao • ferramentas de conteúdo web;
desenvolvimento de capacidade industrial no setor • ferramentas de inteligência artificial;
espacial, com a participação do Ministério do
• algoritmos criptográficos e autenticação próprios;
Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, de • sistema de chaves-públicas da Defesa;
modo a garantir o fornecimento e a reposição • sistema de análise de artefatos maliciosos;
tempestiva de componentes, subsistemas e sistemas
• ferramentas de análise de interesse para o setor
espaciais; e cibernético (voz, vídeo, idioma e protocolos);
• de atividades de capacitação de pessoal nas áreas • sistema de certificação de Tecnologias da
de concepção, projeto, desenvolvimento e operação Informação;
de sistemas espaciais. • sistema de apoio à tomada de decisão;
• sistema de restabelecimento do negócio;
• sistemas de gestão de riscos;
Comunicação social
Disposições finais
O Presidente da República pode, ouvidos o Conselho Decretado o estado de defesa ou sua prorrogação, o
da República e o Conselho de Defesa Nacional, Presidente da República, dentro de vinte e quatro
decretar estado de defesa para preservar ou horas, submeterá o ato com a respectiva justificação
prontamente restabelecer, em locais restritos e ao Congresso Nacional, que decidirá por maioria
determinados, a ordem pública ou a paz social absoluta.
ameaçadas por grave e iminente instabilidade Se o Congresso Nacional estiver em recesso, será
institucional ou atingidas por calamidades de grandes convocado, extraordinariamente, no prazo de cinco
proporções na natureza.
dias.
O decreto que instituir o estado de defesa
O Congresso Nacional apreciará o decreto dentro de
determinará o tempo de sua duração, especificará as dez dias contados de seu recebimento, devendo
áreas a serem abrangidas e indicará, nos termos e continuar funcionando enquanto vigorar o estado de
limites da lei, as medidas coercitivas a vigorarem,
defesa.
dentre as seguintes:
Rejeitado o decreto, cessa imediatamente o estado de
I - restrições aos direitos de: defesa.
a) reunião, ainda que exercida no seio das
DO ESTADO DE SÍTIO
associações;
b) sigilo de correspondência; O Presidente da República pode, ouvidos o Conselho
c) sigilo de comunicação telegráfica e telefônica; da República e o Conselho de Defesa Nacional,
solicitar ao Congresso Nacional autorização para
II - ocupação e uso temporário de bens e serviços
decretar o estado de sítio nos casos de:
públicos, na hipótese de calamidade pública,
respondendo a União pelos danos e custos I - comoção grave de repercussão nacional ou
decorrentes. ocorrência de fatos que comprovem a ineficácia de
medida tomada durante o estado de defesa;
O tempo de duração do estado de defesa não será
superior a trinta dias, podendo ser prorrogado uma II - declaração de estado de guerra ou resposta a
vez, por igual período, se persistirem as razões que agressão armada estrangeira.
justificaram a sua decretação.
O Presidente da República, ao solicitar autorização
Na vigência do estado de defesa: para decretar o estado de sítio ou sua prorrogação,
relatará os motivos determinantes do pedido,
I - a prisão por crime contra o Estado, determinada
devendo o Congresso Nacional decidir por maioria
pelo executor da medida, será por este comunicada absoluta.
imediatamente ao juiz competente, que a relaxará, se
não for legal, facultado ao preso requerer exame de O decreto do estado de sítio indicará sua duração, as
corpo de delito à autoridade policial; normas necessárias a sua execução e as garantias
constitucionais que ficarão suspensas, e, depois de
O serviço militar é obrigatório nos termos da lei. A polícia rodoviária federal, órgão permanente,
organizado e mantido pela União e estruturado em
Às Forças Armadas compete, na forma da lei, atribuir carreira, destina-se, na forma da lei, ao
serviço alternativo aos que, em tempo de paz, após
patrulhamento ostensivo das rodovias federais.
alistados, alegarem imperativo de consciência,
entendendo-se como tal o decorrente de crença A polícia ferroviária federal, órgão permanente,
religiosa e de convicção filosófica ou política, para se organizado e mantido pela União e estruturado em
eximirem de atividades de caráter essencialmente carreira, destina-se, na forma da lei, ao
militar. patrulhamento ostensivo das ferrovias federais.
As mulheres e os eclesiásticos ficam isentos do Às polícias civis, dirigidas por delegados de polícia de
serviço militar obrigatório em tempo de paz, sujeitos, carreira, incumbem, ressalvada a competência da
porém, a outros encargos que a lei lhes atribuir. União, as funções de polícia judiciária e a apuração de
infrações penais, exceto as militares.
DA SEGURANÇA PÚBLICA
Às polícias militares cabem a polícia ostensiva e a
A segurança pública, dever do Estado, direito e preservação da ordem pública; aos corpos de
responsabilidade de todos, é exercida para a bombeiros militares, além das atribuições definidas
preservação da ordem pública e da incolumidade das
em lei, incumbe a execução de atividades de defesa
pessoas e do patrimônio, através dos seguintes civil.
órgãos:
(C) Somente os eclesiásticos ficam isentos do serviço (A) Marinha, Exército e Aeronáutica
militar obrigatório em tempo de paz, sujeitos, porém, (B) Polícias e Exército
a outros encargos que a lei lhes atribuir. (C) Polícias militares e corpo de bombeiros militares
(D) Polícia federal, rodoviária federal e ferroviária
(D) Somente as mulheres ficam isentas do serviço federal, polícias civis militares e corpo de bombeiros
militar obrigatório em tempo de paz, sujeitos, porém, militares.
a outros encargos que a lei lhes atribuir. (E) Força Nacional de Segurança Pública e Exército.
Compete aos Comandantes das Forças apresentar ao a) cenário estratégico para o século XXI;
Ministro de Estado da Defesa a Lista de Escolha, b) política nacional de defesa;
c) estratégia nacional de defesa;
elaborada na forma da lei, para a promoção aos
postos de oficiais-generais e propor-lhe os oficiais- d) modernização das Forças Armadas;
generais para a nomeação aos cargos que lhes são e) racionalização e adaptação das estruturas de
defesa;
privativos.
f) suporte econômico da defesa nacional;
O Ministro de Estado da Defesa, acompanhado do g) as Forças Armadas: Marinha, Exército e
Comandante de cada Força, apresentará os nomes ao Aeronáutica;
Presidente da República, a quem compete promover h) operações de paz e ajuda humanitária.
os oficiais-generais e nomeá-los para os cargos que
O Poder Executivo encaminhará à apreciação do
lhes são privativos.
Congresso Nacional, na primeira metade da sessão
A Marinha, o Exército e a Aeronáutica dispõem de legislativa ordinária, de 4 (quatro) em 4 (quatro) anos,
efetivos de pessoal militar e civil, fixados em lei, e dos a partir do ano de 2012, com as devidas atualizações:
meios orgânicos necessários ao cumprimento de sua
I - a Política de Defesa Nacional;
destinação constitucional e atribuições subsidiárias.
II - a Estratégia Nacional de Defesa;
Constituem reserva das Forças Armadas o pessoal III - o Livro Branco de Defesa Nacional.
sujeito a incorporação, mediante mobilização ou
convocação, pelo Ministério da Defesa, por Compete ao Estado-Maior Conjunto das Forças
intermédio da Marinha, do Exército e da Aeronáutica, Armadas elaborar o planejamento do emprego
bem como as organizações assim definidas em lei. conjunto das Forças Armadas e assessorar o Ministro
de Estado da Defesa na condução dos exercícios
Da Direção Superior das Forças Armadas conjuntos e quanto à atuação de forças brasileiras em
operações de paz, além de outras atribuições que lhe
O Ministro de Estado da Defesa exerce a direção forem estabelecidas pelo Ministro de Estado da
superior das Forças Armadas, assessorado pelo
Defesa.
Conselho Militar de Defesa, órgão permanente de
assessoramento, pelo Estado-Maior Conjunto das Compete ao Ministério da Defesa, além das demais
Forças Armadas e pelos demais órgãos, conforme competências previstas em lei, formular a política e as
definido em lei. diretrizes referentes aos produtos de defesa
empregados nas atividades operacionais, inclusive
Ao Ministro de Estado da Defesa compete a armamentos, munições, meios de transporte e de
implantação do Livro Branco de Defesa Nacional, comunicações, fardamentos e materiais de uso
documento de caráter público, por meio do qual se
individual e coletivo, admitido delegações às Forças.
permitirá o acesso ao amplo contexto da Estratégia de
Defesa Nacional, em perspectiva de médio e longo
prazos, que viabilize o acompanhamento do
orçamento e do planejamento plurianual relativos ao
setor.
Respostas:
1 C 6 C
2 D 7 D
3 A 8 D
4 C 9 C
5 D 10 B
A condição jurídica dos militares é definida pelos O disposto neste artigo e no anterior aplica-se,
dispositivos da Constituição que lhes sejam aplicáveis, também, aos candidatos ao ingresso nos Corpos ou
por este Estatuto e pela legislação, que lhes outorgam Quadros de Oficiais em que é exigido o diploma de
direitos e prerrogativas e lhes impõem deveres e estabelecimento de ensino superior reconhecido pelo
obrigações. Governo Federal.
O disposto do Estatuto dos Militares aplica-se, no A convocação em tempo de paz é regulada pela
que couber: legislação que trata do serviço militar.
I - aos militares da reserva remunerada e reformados;
Em tempo de paz e independentemente de
II - aos alunos de órgão de formação da reserva;
III - aos membros do Magistério Militar; e convocação, os integrantes da reserva poderão ser
IV - aos Capelães Militares. designados para o serviço ativo, em caráter transitório
e mediante aceitação voluntária.
Os oficiais-generais nomeados Ministros do Superior
Tribunal Militar, os membros do Magistério Militar e A mobilização é regulada em legislação específica.
os Capelães Militares são regidos por legislação A incorporação às Forças Armadas de deputados
específica. federais e senadores, embora militares e ainda que
Do Ingresso nas Forças Armadas em tempo de guerra, dependerá de licença da Câmara
respectiva.
O ingresso nas Forças Armadas é facultado,
mediante incorporação, matrícula ou nomeação, a Da Hierarquia Militar e da Disciplina
todos os brasileiros que preencham os requisitos A hierarquia e a disciplina são a base institucional das
estabelecidos em lei e nos regulamentos da Marinha, Forças Armadas. A autoridade e a responsabilidade
do Exército e da Aeronáutica. crescem com o grau hierárquico.
Quando houver conveniência para o serviço de A hierarquia militar é a ordenação da autoridade, em
qualquer das Forças Armadas, o brasileiro possuidor níveis diferentes, dentro da estrutura das Forças
de reconhecida competência técnico-profissional ou Armadas. A ordenação se faz por postos ou
de notória cultura científica poderá, mediante sua graduações; dentro de um mesmo posto ou
aquiescência e proposta do Ministro da Força graduação se faz pela antigüidade no posto ou na
interessada, ser incluído nos Quadros ou Corpos da graduação. O respeito à hierarquia é consubstanciado
Reserva e convocado para o serviço na ativa em no espírito de acatamento à seqüência de autoridade.
caráter transitório.
Disciplina é a rigorosa observância e o acatamento
A inclusão nos termos do parágrafo anterior será feita integral das leis, regulamentos, normas e disposições
em grau hierárquico compatível com sua idade, que fundamentam o organismo militar e coordenam
atividades civis e responsabilidades que lhe serão seu funcionamento regular e harmônico, traduzindo-
atribuídas, nas condições reguladas pelo Poder se pelo perfeito cumprimento do dever por parte de
Executivo. todos e de cada um dos componentes desse
Para matrícula nos estabelecimentos de ensino militar organismo.
destinados à formação de oficiais, da ativa e da A disciplina e o respeito à hierarquia devem ser
reserva, e de graduados, além das condições relativas mantidos em todas as circunstâncias da vida entre
Os graus hierárquicos inicial e final dos diversos Em igualdade de posto ou de graduação, os militares
Corpos, Quadros, Armas, Serviços, Especialidades ou da ativa têm precedência sobre os da inatividade.
Subespecialidades são fixados, separadamente, para
Em igualdade de posto ou de graduação, a
cada caso, na Marinha, no Exército e na Aeronáutica.
precedência entre os militares de carreira na ativa e
Os militares da Marinha, do Exército e da Aeronáutica, os da reserva remunerada ou não, que estejam
cujos graus hierárquicos tenham denominação convocados, é definida pelo tempo de efetivo serviço
comum, acrescentarão aos mesmos, quando julgado no posto ou graduação.
necessário, a indicação do respectivo Corpo, Quadro,
Em legislação especial, regular-se-á:
Arma ou Serviço e, se ainda necessário, a Força
I - a precedência entre militares e civis, em missões
Armada a que pertencerem, conforme os
diplomáticas, ou em comissão no País ou no
regulamentos ou normas em vigor.
estrangeiro; e
Sempre que o militar da reserva remunerada ou II - a precedência nas solenidades oficiais.
reformado fizer uso do posto ou graduação, deverá
A precedência entre as praças especiais e as demais
fazê-lo com as abreviaturas respectivas de sua
praças é assim regulada:
situação.
I - os Guardas-Marinha e os Aspirantes-a-Oficial são
A precedência entre militares da ativa do mesmo grau
hierarquicamente superiores às demais praças;
hierárquico, ou correspondente, é assegurada pela
antigüidade no posto ou graduação, salvo nos casos II - os Aspirantes, alunos da Escola Naval, e os
de precedência funcional estabelecida em lei. Cadetes, alunos da Academia Militar das Agulhas
Negras e da Academia da Força Aérea, bem como os
IV - os alunos dos órgãos de formação de oficiais da Função militar é o exercício das obrigações inerentes
reserva, quando fardados, têm precedência sobre os ao cargo militar.
Cabos, aos quais são equiparados; e
Dentro de uma mesma organização militar, a
V - os Cabos têm precedência sobre os alunos das seqüência de substituições para assumir cargo ou
escolas ou dos centros de formação de sargentos, responder por funções, bem como as normas,
que a eles são equiparados, respeitada, no caso de atribuições e responsabilidades relativas, são as
militares, a antigüidade relativa. estabelecidas na legislação ou regulamentação
específicas, respeitadas a precedência e a qualificação
Do Cargo e da Função Militares
exigidas para o cargo ou o exercício da função.
Cargo militar é um conjunto de atribuições, deveres e
O militar ocupante de cargo provido em caráter
responsabilidades cometidos a um militar em serviço efetivo ou interino faz jus aos direitos
ativo. correspondentes ao cargo, conforme previsto em
O cargo militar, a que se refere este artigo, é o que se dispositivo legal.
encontra especificado nos Quadros de Efetivo ou
As obrigações que, pela generalidade, peculiaridade,
Tabelas de Lotação das Forças Armadas ou previsto, duração, vulto ou natureza, não são catalogadas como
caracterizado ou definido como tal em outras posições tituladas em "Quadro de Efetivo", "Quadro
disposições legais. de Organização", "Tabela de Lotação" ou dispositivo
As obrigações inerentes ao cargo militar devem ser legal, são cumpridas como encargo, incumbência,
compatíveis com o correspondente grau hierárquico e comissão, serviço ou atividade, militar ou de natureza
definidas em legislação ou regulamentação militar.
específicas. Aplica-se, no que couber, a encargo, incumbência,
Os cargos militares são providos com pessoal que comissão, serviço ou atividade, militar ou de natureza
satisfaça aos requisitos de grau hierárquico e de militar, o disposto neste Capítulo para cargo militar.
qualificação exigidos para o seu desempenho. Das Obrigações e dos Deveres Militares
O provimento de cargo militar far-se-á por ato de São manifestações essenciais do Valor Militar:
nomeação ou determinação expressa da autoridade
competente. I - o patriotismo, traduzido pela vontade inabalável de
cumprir o dever militar e pelo solene juramento de
O cargo militar é considerado vago a partir de sua
fidelidade à Pátria até com o sacrifício da própria vida;
criação e até que um militar nele tome posse, ou
desde o momento em que o militar exonerado, ou II - o civismo e o culto das tradições históricas;
que tenha recebido determinação expressa da
autoridade competente, o deixe e até que outro III - a fé na missão elevada das Forças Armadas;
militar nele tome posse de acordo com as normas de IV - o espírito de corpo, orgulho do militar pela
provimento previstas no parágrafo único do artigo organização onde serve;
anterior.
IX - ser discreto em suas atitudes, maneiras e em sua Os integrantes da reserva, quando convocados, ficam
linguagem escrita e falada; proibidos de tratar, nas organizações militares e nas
repartições públicas civis, de interesse de
X - abster-se de tratar, fora do âmbito apropriado, de organizações ou empresas privadas de qualquer
matéria sigilosa de qualquer natureza; XI - acatar as natureza.
autoridades civis;
Os militares da ativa podem exercer, diretamente, a
XII - cumprir seus deveres de cidadão; gestão de seus bens, desde que não infrinjam o
disposto no presente artigo.
XIII - proceder de maneira ilibada na vida pública e na
particular; No intuito de desenvolver a prática profissional, é
permitido aos oficiais titulares dos Quadros ou
XIV - observar as normas da boa educação;
Serviços de Saúde e de Veterinária o exercício de
atividade técnico-profissional no meio civil, desde que
PRAÇAS ESPECIAIS:
A) GUARDAS-MARINHA
B) ASPIRANTE-A-OFICIAL
C) TODOS OS ALUNOS DE ÓRGÃOS
ESPECÍFICOS
É um CONJUNTO DE
ATRIBUIÇÕES, deveres e
CARGO
responsabilidades cometidos a
MILITAR
um militar em serviço ativo.
(Previstos em Legislação)
FUNÇÃO É o EXERCÍCIO das obrigações
MILITAR inerentes ao cargo militar
(A) 2 e 4
(B) 2 e 3
Competição é definida como a luta pela posse O processo social de conflito inclui aspectos
de recompensas cuja oferta é limitada. Tais positivos e negativos. Por um lado, o conflito tende a
recompensas incluem dinheiro, poder, status, amor e destruir a unidade social e, da mesma forma,
muitos outros. Outra forma de descrever o processo desagregar grupos menores, pelo aumento de
ressentimento, pelo desvio dos objetivos mais
competitivo o mostra como a tentativa de obter uma
recompensa superando todos os rivais. elevados do grupo, pela destruição dos canais normais
de cooperação, pela intensificação de tensões
internas, podendo chegar à violência. Por outro lado,
Nesse estilo de liderança, o foco do líder é a À luz da abordagem situacional, que prevalece
manutenção e fortalecimento das relações pessoais e na atualidade, na qual a liderança pode assumir
do próprio grupo. O líder demonstra sensibilidade às diversos estilos, os principais requisitos de liderança
necessidades pessoais dos liderados, concentra-se nas passam a ser a capacidade de diagnosticar as variáveis
relações interpessoais, no clima e no moral do grupo. situacionais, a flexibilidade e a adaptabilidade às
Esse estilo de liderança, que está significativamente mudanças. Os melhores líderes utilizam estilos
associado às medidas de satisfação dos liderados em diferentes, em distintas situações. Assim, é necessário
relação ao trabalho e ao chefe, pode ser útil em um esforço pessoal do líder no sentido de se adaptar,
situações de tensão, frustração, insatisfação e continuamente, às mudanças de estilo adequadas a
desmotivação do grupo. cada contexto.
Fica, assim, bem clara a necessidade exaustiva O Anexo A define os principais atributos de
da prática da liderança, para o sucesso do líder, um líder, que devem estar em consonância com os
levando sempre em conta a cultura e/ou a subcultura preceitos da Ética Militar, segundo os fundamentos
organizacional da instituição. estabelecidos no Estatuto dos Militares. Nunca é
demais ressaltar que a Ética é parâmetro fundamental
Oficial Temporário da Marinha- http://www.concursosmilitares.com.br/ Página 7
para o exercício da liderança, notadamente no âmbito eficazes, os líderes diretos devem possuir muitas
militar. habilidades interpessoais, conceituais, técnicas e
táticas.
1.8 - NÍVEIS DE LIDERANÇA
Os líderes diretos aplicam os atributos
Com a evolução das técnicas de gestão conceituais de pensamento crítico-lógico e
empresarial, o foco do estudo sobre o
pensamento criativo para determinar a melhor
comportamento dos dirigentes passou a ser voltado maneira de cumprir a missão. Como todo líder, usam
para as diferenças entre o líder de base e o de cúpula. a Ética para pautar suas condutas e adquirir certeza
Foi então idealizado um padrão de organização
de que suas escolhas são as melhores e contribuem
baseado em três níveis funcionais: operacional, tático para o aperfeiçoamento da performance do grupo,
e estratégico, discriminando as características dos subordinados e deles próprios. Eles empregam os
desejáveis para um líder nos três níveis, de acordo atributos interpessoais de comunicação e supervisão
com suas habilidades. para realizar o seu trabalho. Desenvolvem seus
Em consonância com esses novos conceitos, liderados por instruções e aconselhamento e os
foram estabelecidos três níveis de liderança: direta, moldam em equipes coesas, treinando-os até a
organizacional e estratégica. Estes três níveis definem obtenção de um padrão.
com precisão toda a abrangência da liderança e será
São especialistas técnicos e os melhores
adotado ao longo desta Doutrina. mentores. Tanto seus chefes quanto seus
A liderança direta é obtida por meio do subordinados esperam que eles conheçam bem sua
relacionamento face a face entre o líder e seus equipe, os equipamentos e que sejam “expert” na
liderados e é mais presente nos escalões inferiores, área em que atuam.
quando o contato pessoal é constante. A liderança Usam a competência para incrementar a
direta, conquanto seja mais intensa no comando de disciplina entre os seus comandados. Usam o
pequenas frações ou unidades, tendo em vista que a conhecimento dos equipamentos e da doutrina para
estrutura organizacional da Força exige o trato com treinar homens e levá-los a alcançar padrões
assessores e subordinados diretos. elevados, bem como criam e sustentam equipes com
A liderança organizacional desenvolve-se em habilidade, certeza e confiança no sucesso na paz e na
organizações de maior envergadura, normalmente guerra.
estruturadas como Estado-Maior, sendo composta Exercem influência continuamente, buscando
por liderança direta, conduzida em menor escala e cumprir a missão, tendo por base os propósitos e
voltada para os subordinados imediatos, e por
orientações emanadas das decisões e do conceito da
delegação de tarefas. operação do chefe, adquirindo e aferindo resultados e
A liderança estratégica militar é aquela motivando seus subordinados, principalmente pelo
exercida nos níveis que definem a política e a exemplo pessoal. Devido a sua liderança ser face a
estratégia da Força. É um processo empregado para face, veem os resultados de suas ações quase
conduzir a realização de uma visão de futuro imediatamente.
desejável e bem delineada. Trabalham focando as atividades de seus
1.8.1 - Liderança Direta subordinados em direção aos objetivos da
organização, bem como planejam, preparam,
Essa é a primeira linha de liderança e ocorre executam e controlam os resultados.
em organizações onde os subordinados estão
acostumados a ver seus chefes frequentemente: Se aperfeiçoam ao assumirem os valores da
seções, divisões, departamentos, navios, batalhões, instituição e ao estabelecerem um modelo de conduta
companhias, pelotões e esquadras de tiro. Para serem para seus subordinados, colocando os interesses da
instituição e do Grupo que lideram acima dos
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próprios. Com isto, eles desenvolvem equipes fortes e Desde que a incerteza quanto às possíveis
coesas em um ambiente de aprendizagem saudável e ameaças não permita uma visualização clara do
efetiva. futuro, a visão dos líderes estratégicos é
especialmente crucial na identificação do que é
Os líderes diretos devem, ainda, estimular ao
importante com relação ao pessoal, material, logística
máximo o desenvolvimento de líderes subordinados, e tecnologia, a fim de subsidiar decisões críticas que
de forma a potencializar a sua influência até os níveis irão determinar a estrutura e a capacidade futura da
organizacionais mais baixos e obter melhores
organização.
resultados.
Dentro da instituição, os líderes estratégicos
1.8.2 - Liderança Organizacional constroem o suporte para facilitar a busca dos
Ao contrário do que acontece no nível de objetivos finais de sua visão. Isto significa montar um
liderança direta, onde os líderes planejam, preparam, staff que possa assessorá-los convenientemente a
executam e controlam diretamente os resultados dos conduzir seus subordinados de maneira segura e
seus trabalhos, a influência dos líderes organizacionais flexível. Para obter o suporte necessário, os líderes
é basicamente indireta: eles expedem suas políticas e estratégicos procuram obter o consenso não só no
diretivas e incentivam seus liderados por meio de seu âmbito interno da organização, como também
staff e comandantes subordinados. Devido ao fato de trabalhando junto a outros órgãos e instituições a que
não haver proximidade, os resultados de suas ações tenham acesso, em questões como orçamento,
são frequentemente menos visíveis e mais estrutura da Força e outras de interesse, bem como
demorados. No entanto, a presença desses líderes em estabelecendo contatos com representações de
momentos e lugares críticos aumenta a confiança e a outros países e Forças em assuntos de interesse
performance dos seus liderados. Independente do mútuo.
tipo de organização que eles chefiem, líderes
A maneira como eles comunicam as suas
organizacionais conduzem operações pela força do políticas e diretivas aos militares e civis subordinados
exemplo, estimulando os subordinados e e apresentam aquelas de interesse aos demais
supervisionando-os apropriadamente. Sempre que cidadãos vai determinar o nível de compreensão
possível, o líder organizacional deve mostrar sua alcançado e o possível apoio para as novas idéias.
presença física junto aos escalões subordinados, seja Para se fazer entender por essas diversas audiências,
por intermédio de visitas e mostras, seja por meio de os líderes estratégicos empregam múltiplas mídias,
reuniões funcionais com os comandantes ajustando a mensagem ao público alvo, sempre
subordinados. reforçando os temas de real interesse da instituição.
1.8.3 - Liderança Estratégica Os líderes estratégicos estão decidindo hoje
Líderes estratégicos exercem sua liderança no como transformar a Força para o futuro. Eles devem
âmbito dos níveis mais elevados da instituição. Sua trabalhar para criar e desenvolver a próxima geração
influência é ainda mais indireta e distante do que a de líderes estratégicos, montar a estrutura para o
dos líderes organizacionais. Desse modo, eles devem futuro e pesquisar os novos sistemas que contribuirão
desenvolver atributos adicionais de forma a eliminar na obtenção do sucesso.
ou reduzir esses inconvenientes. Para capitanear as mudanças pessoalmente e
Os líderes estratégicos trabalham para deixar, levar a instituição em direção à realização do seu
hoje, a instituição pronta para o amanhã, ou seja, para projeto de futuro, esses líderes transformam
enfrentar os desafios do futuro, oscilando entre a programas conceituais e políticos em iniciativas
consciência das necessidades nacionais correntes e na práticas e concretas. Este processo envolve uma
missão e objetivos de longo prazo. progressiva alavancagem tecnológica e uma
modelagem cultural. Conhecendo a si mesmos e aos
demais “atores” estratégicos, tendo um nítido
Respostas:
1 B 16 D 31 C
2 A 17 D 32 C
3 A 18 E 33 A
4 B 19 C
5 A 20 D
6 B 21 B
7 C 22 A
8 C 23 D
9 A 24 E
10 D 25 E
11 A 26 D
12 B 27 C
13 C 28 C
14 D 29 E
15 B 30 E
É óbvio que os navios, mesmo sendo pequenas Assim, as tradições, as cerimônias e os usos
cidades espalhadas por uma enorme área, fazem marinheiros, juntamente com os costumes, têm
contato entre si, nos portos ou na imensidão extraordinário poder de amalgamar e incentivar os
oceânica. Vivendo experiências semelhantes, os que vivem do mar. Tendem, entretanto, a se tornar
marinheiros sempre se ajudam uns aos outros e atos despidos de significado, quando sua explicação é
trocam conhecimento. Por eles foram criados, e perdida no tempo.
continuam a sê-lo, costumes, usos e linguagem
comuns: “tradição do mar”. É fácil entender o poder A lembrança constante das razões dos atos e a sua
de aglutinação das tradições marítimas, visualizando- explicação ou, quando for o caso, das versões de sua
se a vastidão da área oceânica onde elas se origem, promovem a compreensão, o incentivo e a
manifestam. Os homens do mar, por arrostarem incorporação da prática marinheira.
sempre a mesma vida e mutuamente se ajudarem,
constituem, tradicionalmente, uma classe de espírito
Semelhanças entre as Marinhas
muito forte. E, como somente em períodos A vida nas marinhas do mundo inteiro é muito
historicamente curtos se vêem em disputa pelo semelhante. Todos que abraçam a carreira do mar
domínio, geográfico e cronologicamente limitado, do pertencem a uma fraterna classe. Há um vasto
mar, onde partilham alegrias e perigos, a fraternidade conjunto comum de usos, muitos deles ditados pela
é a mais digna característica com que pautam o seu necessidade de segurança ou exigências naturais do
meio, e outros, ainda, pela grande cordialidade que,
comportamento rotineiro.
entre si, nutrem os homens do mar, levando- os a
Nota-se, no homem do mar, um respeito comum à uma permanente troca de gentilezas.
tradição, a qual dá grandeza e que o vincula a um
Não estamos aqui abordando, nem seria possível fazê-
extraordinário ânimo patriótico e a uma grande
veneração dos valores espirituais que o ligam à lo, tudo o que há em tradições, usos e costumes
comunidade nacional onde teve seu berço. Vive, navais e marítimos. Só estão em pauta alguns
aspectos mais curiosos. Desejamos que sua divulgação
internacionalmente, a percepção que tem da Pátria,
atinja, também, aos que não são iniciados em
perto ou distante. É, como dizia Joaquim Nabuco, “um
sentimento unitário, nacional, impessoal”. A assuntos do mar, principalmente o leitor jovem,
lembrança ou a imagem que dela tem o marinheiro dando-lhes um melhor e maior conhecimento da vida
não é maculada pelos regionalismos. Sua Pátria é um do homem do mar.
todo de tradições, que venera com a mesma força que
Conhecendo o Navio
aprendeu a honrar as que são comuns aos homens do
mar. O respeito à tradição é uma característica que Navios e Barcos
gera patriotismo sadio, fundamentado na valorização
dos aspectos comuns ao seu grupo nacional em que a
Um dos mais conhecidos armadores do mundo foi o A cor é muito importante. Antigamente, os navios
provedor de navios, proprietário e mesmo navegador eram pintados na cor preta. O costume vinha dos
Américo Vespucci. Tão importante é a armação de fenícios, que tinham facilidade em conseguir betume,
navios e o comércio marítimo das nações, que a e com ele pintavam os costados de seus navios. A
influência de Américo Vespucci foi maior que a do pintura era usada, às vezes, com faixas brancas, nas
próprio descobridor do novo continente e que passou linhas de bordada dos canhões. Somente no fim do
a ser conhecido como América, em vez de Colúmbia, século XIX, os navios de guerra abandonaram o preto
como seria de maior justiça ao navegador Cristovão pelo cinza ou azul acinzentado, cores que procuravam
Colombo. Assim, Américo, como armador, teve maior confundir-se com o horizonte ou com o mar das zonas
influência para denominar o continente, com o qual em que navegavam. Entretanto, muitos navios
se estabelecera o novo comércio marítimo, do que mercantes continuam até os dias de hoje a usar, no
Colombo. costado, a cor preta, principalmente por questão de
economia. Era comum, também, navios de guerra
Terminada a vida de um navio, ele é desincorporado pintados por dentro, junto à borda, com a cor
por baixa, da esquadra, da força naval, da companhia vermelha, a fim de que não causasse muita impressão
de navegação a que pertencia, ou do serviço que a sangueira durante o combate, confundida, assim,
prestava. Há, então, uma cerimônia de com as anteparas.
desincorporação, com mostra de desarmamento. Diz-
se que o navio foi desarmado. As companhiuas de Normalmente, as cores da chaminé, nos navios
navegação conservam os livros, registros históricos de mercantes, possuem a caracterização da companhia
seus navios. Na Marinha do Brasil, os livros são de navegação a que pertencem.
arquivados no Serviço de Documentação da Marinha
(SDM) e servem de fonte de informações a Nas embarcações salva-vidas e nas bóias salva-vidas,
predomina a preocupação com a visibilidade. Essas
historiadores e outros fins.
embarcações são pintadas, normalmente, de laranja
Características do Navio ou amarelo, de modo a serem facilmente vistas. Por
esse mesmo motivo, e por convenção internacional,
Quem entrar a bordo verá que o navio, além do para caracterizar a utilização pacífica e não de guerra
nome, tem uma série de documentos e dimensões dos navios (cor cinza), na Antártica é utilizado o
que o caracterizam. O nome é gravado usualmente na vermelho, inclusive nos costados dos navios por seu
proa, em ambos os bordos, local chamado de
contraste com o branco do gelo.
bochecha, e na popa. Nos navios de guerra,
usualmente, é gravado só na popa. Os navios
As Fainas
São formaturas gerais: Como já foi explicado, faz parte do cerimonial saudar
- Parada; com a continência o Pavilhão Nacional, que é
- Mostra; arvorado na popa , das 8 horas até o por do sol.
- Distribuição de faxina;
- Postos de continência; Isto se faz ao entrar a bordo pela primeira vez e ao
- Bandeira; e sair pela última vez, no dia.
- Concentração da tripulação.
Saudar o Comandante
As situações previstas para fainas ou formaturas
É costume os oficiais saudarem o Comandante na
constam de uma tabela a bordo, chamada Tabela
câmara, pela manhã, quando em viagem. À noite, a
Mestra, que designa cada homem da tripulação para
saudação é feita após o Cerimonial do Arriar a
um determinado posto ou função, específica em cada
Bandeira.
faina ou formatura, além de designar qual é seu bote
salva-vidas e seu respectivo quarto. Quando no porto, os oficiais formam para receber o
Comandante, cumprindo o Cerimonial de Recepção; e,
da mesma maneira, formam quando ele se retira de
Ao entrar e ao retirar-se de bordo os oficiais saúdam o A continência individual deve ser exigida e sua
Imediato. retribuição pelo mais antigo é obrigatória. Não faz
parte dos costumes navais desfazer a continência com
É costume, em viagem, os oficiais cumprimentarem o batida da mão à coxa, provocando ruído. A
Imediato pela manhã e, também, após o Cerimonial continência deve ser feita com correção, vivacidade,
da Bandeira. elegância, energia e franqueza. Da mesma forma,
Saudação entre Militares cabe ao superior responder o cumprimento de
maneira semelhante. A continência mal executada é
Nas Forças Armadas, consequentemente na MB, as sinônimo de displicência, o que não condiz com os
diversas formas de saudação militar, sinais de respeito valores militares. A continência individual não
e correção de atitudes caracterizam o espírito de representa apenas uma manifestação de respeito ou
disciplina e apreço existentes no âmbito militar. de apreço a um indivíduo em particular; trata-se
também de um ato público que expressa a cortesia
A continência, saudação militar universal, é uma
entre os membros de uma corporação.
reminiscência do antigo costume, que tinham os
combatentes medievais, quando vestidos com suas A continência individual é prestada pelo militar
armaduras, ao serem inspecionados por um superior, fardado e não deverá ser executada quando este
de levar a mão à têmpora direita, para suspender a estiver em trajes civis. Neste caso, a saudação é
viseira, permitindo sua identificação. realizada com um cumprimento verbal, de acordo
com as convenções sociais.
Cabe ressaltar que, a continência é a saudação
prestada pelo militar ou pela tropa, sendo impessoal e Saudação com Espada
visando sempre a Autoridade e não a pessoa, sendo
assim, parte sempre do militar de menor precedência A antiga saudação com espada e o gesto de abatê-la,
ou em igualdade de Posto ou Graduação. Havendo não é uma tradição naval, mas militar. O pessoal da
dúvida em relação à antiguidade, deverá ser Marinha, contudo, faz uso da espada em algumas
executada simultaneamente. cerimônias a bordo e, em formaturas, em terra.
A continência é uma atitude militar de grande O gesto de levar a ponta da espada até o chão é uma
relevância e um ícone da tradição e costumes navais, antiga demonstração de submissão a uma autoridade
constitui prova de respeito e cortesia que o militar é superior, reconhecendo sua superioridade
obrigado a prestar ao superior hierárquico, não hierárquica. A ponta da espada no chão, ao fim da
podendo ser por este dispensada, salvo nas ocasiões saudação, não permite ao oficial usá-la, naquele
previstas no Cerimonial da Marinha, tais como: “faina momento.
ou serviço que não possa ser interrompida, postos de
O Cerimonial da Bandeira
combate, praticando esportes, sentado à mesa de
rancho, remando, dirigindo viaturas, militar de Os navios da Marinha do Brasil, quando em contato
sentinela, armado de fuzil ou outra arma que com terra (atracados, fundeados ou amarrados),
impossibilite o movimento da mão direita, fazendo arvoram a Bandeira Nacional no pau da bandeira, na
popa.
As condecorações e medalhas são usadas no lado Parece que a expressão vem de "pegar tempo", ou
esquerdo do peito. seja, pegar mau tempo. Fulano está pegando tempo,
para resolver a primeira questão de sua
O costume, que não é apenas naval, vem do tempo
prova...Aquele marujo não conseguiu safar-se para a
das cruzadas, quando os cavaleiros traziam a insígnia
parada: pegou tempo, para arranjar um boné novo"
de sua Ordem (as Ordens da Cavalaria) perto do
coração. Era, também, porque o escudo ficava no ROSCA FINA, VOGA LARGA, E VOGA PICADA:
2 - (PS-RM2-OF/2018) A farda dos militares não se (E) os comandantes, em hierarquia ascendente, são
constitui em uma simples veste, mas, sobretudo, Capitães de Fragata, Capitães de Corveta e Capitães
constitui-se em uma segunda pele, que adere a de Mar e Guerra.
própria alma, irreversivelmente e para sempre. Nesse
sentido, os uniformes dos militares têm por finalidade
principal caracterizá-los, permitindo, à primeira vista, 4 - (PS-RM2-OF/2018) Segundo as Tradições Navais da
distingui-los. Sobre esse assunto, assinale a opção Marinha do Brasil, a Bandeira do Brasil, um dos
correta. símbolos nacionais, tem tratamento especial por
parte de todos os militares. Sobre esse assunto,
(A) Os sargentos, Cabos e Marinheiros cursados usam
assinale a opção correta.
sempre, para distinção de graduação, divisas nos
ombros.
(B) O uniforme típico de Marinheiro é universal. Suas
características são, principalmente, o lenço azul ao (A) Os navios da Marinha do Brasil, quando atracados,
pescoço e a gola preta com três listras. fundeados ou amarrados, arvoram a Bandeira
(C) Os Marinheiros-Recrutas, Aprendizes-Marinheiros Nacional no mastro principal.
e Grumetes, em seus uniformes, usam divisas no
(B) Na Marinha do Brasil, o Cerimonial de arriar a
braço.
Bandeira Nacional é feito todos as dias, exatamente
(D) Os Cabos e Marinheiros usam uniformes brancos
na hora do pôr do sol.
ou azuis, de gala, e na cabeça sempre chapéus
redondos típicos, de cor branca, denominados
Respostas:
1 D
2 E
3 A
4 B
Resposta:
(A)
Este capítulo aborda as condicionantes físicas Descoberta as terras que Portugal denominou
e políticas que levaram os portugueses a se Brasil, tornou-se imperioso seu reconhecimento e
aventurarem pelo “mar tenebroso” - como povoamento. Veremos, a partir daqui, quais as
antigamente era chamado o Oceano Atlântico - em expedições que partiram para o reconhecimento do
busca de caminhos alternativos para o comércio com litoral das novas terras e as providências para povoá-
o Oriente. Examinamos no capítulo anterior o la e defendê-la. Como “Navegar é preciso”, vamos
desenvolvimento da construção naval e dos partir para o reconhecimento de novas terras...
instrumentos náuticos que permitiram tal feito e
“As armas e os barões assinalados
agora vamos conhecer um pouco da história de
Que da Ocidental praia Lusitana,
Portugal e de seus navegadores.
Por mares nunca dantes navegados
Passaram ainda além da Taprobana,
O pioneirismo português, ao assumir a
Em perigos e guerras esforçados
liderança do processo de expansão marítima européia
Mais do que prometia a força humana,
no final do século XIV, encontra explicação em dois
E entre gente remota edificaram;...
acontecimentos decisivos: o país estava com suas
fronteiras estabelecidas, após as guerras da Já no largo Oceano navegavam,
Reconquista (que resultou na expulsão dos As inquietas ondas apartando;
muçulmanos da Península Ibérica) e firmava-se, Os ventos brandamente respiravam,
então, como o primeiro Estado europeu moderno, Das naus as velas côncavas inchando;
Da branca escuma os mares se mostravam
politicamente centralizado, após a vitória militar
Cobertos, onde as proas vão cortando
contra os reinos vizinhos de Leão e Castela. Tal
As marítimas águas consagradas,...
processo de centralização do poder foi fator muito
importante para que o reino português pudesse (Trechos de um dos poemas de Luís Vaz de Camões, da obra
lançar-se a aventura ultramarina, e quebrar o Os Lusíadas, editada em 1572).
monopólio exercido pelas cidades de Gênova e
Fundamentos da organização do Estado português e
Veneza sobre as rotas de comércio com a Ásia e
a expansão ultramarina
estabelecer contato direto com as fontes produtoras.
Para isso, em muito contribuiu a estrutura naval já A condição fundamental para o processo de
existente, cujo desenvolvimento foi estimulado pela formação das nações européias foi a crise do
coroa portuguesa. Na verdade, a expansão feudalismo, que teve início em meados do século XIII.
ultramarina ensejou uma aliança entre setores Esta crise foi resultante da relativa paz que vivia o
mercantis e a nobreza, tendo o Estado o controle e continente europeu, que permitiu a criação dos
direção de tal empreendimento. burgos (fora dos limites do senhor feudal, que lhes
dava proteção em troca da vassalagem), que viriam a
A primeira conquista portuguesa no ultramar
se transformar em vilas ou cidades com relativa
foi a cidade de Ceuta, ao norte da África onde hoje
autonomia. Isto provocou o enfraquecimento dos
fica situado o Marrocos. Na seqüência, Diogo Cão
senhores feudais, reduzindo o poder da nobreza e,
explorou a costa africana entre os anos de 1482 e
conseqüentemente, abrindo espaço para a retomada
1485. Bartolomeu Dias atingiu o sul do continente
do poder político pelos reis.
africano e ultrapassou o Cabo das Tormentas em 1487
(onde hoje fica a África do Sul) que, após este Os soberanos, à medida que obtinham
acontecimento, passou a chamar-se Cabo da Boa recursos financeiros, em troca de privilégios,
Esperança. Vasco da Gama, em 1498, chegou a fortaleciam seus exércitos e submetiam os antigos
Calicute, Sudoeste da Índia, estabelecendo a rota feudos e as novas vilas e cidades à sua autoridade,
entre Portugal e o Oriente. Em 1500, a frota de Pedro
Corsários franceses no Rio de Janeiro no século XVIII O Tratado de Utrecht – celebrado em 1715
entre as duas nações – legitimou a presença
A França utilizou a estratégia de empregar portuguesa na região do Prata com a restituição aos
corsários para, através de ações que visavam ao lucro,
lusos da Colônia de Sacramento.
causar danos nos mares a seus inimigos. Eles não
eram piratas, pois tinham uma patente de corso, que Tratado de Madri (1750) – O conflito ocorrido entre
lhes dava autorização real para agir. Tinham, as cortes portuguesa e espanhola entre 1735 e 1737
portanto, o direito de ser tratados como prisioneiros motivou a terceira investida hispânica sobre a Colônia
de guerra, enquanto os piratas podiam ser enforcados de Sacramento. Cumprindo ordem do governador de
se apanhados. Buenos Aires, em junho de 1735, navios espanhóis já
empreendiam um bloqueio naval à colônia lusa
As riquezas do Rio de Janeiro atraíram a enquanto quatro mil soldados realizavam um sítio por
cobiça de dois franceses. O primeiro foi Duclerc, que
terra.
acabou derrotado depois de invadir a cidade. Preso,
acabou assassinado, por razão pouco esclarecida, mas No Rio de Janeiro, o governador interino,
não relacionada com seu ataque. O segundo foi Brigadeiro José Silva Paes, preparou e enviou, às
Duguay-Trouin, que veio com uma considerável força pressas, uma força naval para socorrer a colônia.
naval, conquistou a Ilha das Cobras, depois o Morro Assim que chegou à região do Prata, essa força naval
da Conceição e, de lá, logrou ocupar a cidade que, dissipou o bloqueio que os navios espanhóis vinham
ameaçada de ser incendiada, rendeuse. Saqueou o Rio impondo à Colônia de Sacramento.
de Janeiro e somente o deixou após receber um
resgate.
Oficial Temporário da Marinha- http://www.concursosmilitares.com.br/ Página 24
Em Portugal, o recebimento da notícia do efetuada, pois os índios que viviam nas Missões se
assédio espanhol à colônia lusa levou o rei a ordenar o recusaram a deixar o local, empreendendo uma
preparo de uma força naval que foi constituída por resistência armada, levando os luso-espanhóis a
duas naus e uma fragata. Essa força suspendeu de responderem com ação militar conjunta que, em
Lisboa em março de 1736 e, ao chegar ao Rio de 1756, por meio da força, ocuparam a região.
Janeiro, recebeu reforços. Juntou-se a ela o Brigadeiro
Silva Paes, contendo ordens de socorrer a Colônia de Tratado do Pardo (1761) – Celebrado entre
portugueses e espanhóis, anulou os efeitos do
Sacramento e, se possível, reconquistar Montevidéu
(fundada e abandonada pelos luso-brasileiros e Tratado de Madri e estabeleceu que a Colônia de
novamente fundada pelos espanhóis) e fortificar o Rio Sacramento voltasse a ser de Portugal. Durante a
Guerra dos Sete Anos (1756-1763), Portugal e
Grande de São Pedro.
Espanha voltaram a ficar em lados opostos quando,
A força naval portuguesa no Prata combateu em 1761, a Espanha assinou um tratado de aliança
os espanhóis, apoiou a Colônia de Sacramento e com a França, o que levou a Grã-Bretanha a declarar
estabeleceu o domínio do mar na região. Após guerra aos espanhóis. Como conseqüência, Portugal,
alcançar seus objetivos, parte dessa força regressou que apoiava os britânicos, foi invadido em 1762 por
ao Rio de Janeiro. forças hispânicas e conseqüentemente a guerra se
propagou para o Sul do Brasil.
O Brigadeiro Silva Paes permaneceu no Sul e,
após ameaçar um ataque a Montevidéu – que não Na região do Prata, o governador de Buenos
ocorreu devido ao grande risco dos navios ficarem Aires ordenou ao comandante do cerco, que estava
encalhados –, decidiu partir para o Rio Grande de São sendo feito à Colônia de Sacramento, que fosse
Pedro e cumprir a missão de fortificá-lo. Ao chegar, restabelecido o tiro de canhão como limite
tratou o Brigadeiro de organizar suas defesas e reconhecido para a praça e “convidasse” o
mandou construir o forte que denominou Jesus, Maria governador da Colônia de Sacramento a desocupar
e José. Estavam assim criadas as condições para o imediatamente as Ilhas de Martin Garcia e dos
início da povoação da região, que recebeu, mais tarde, Hermanos. Ainda delegou ao Capitão Francisco Gorriti
casais açorianos para ocupar a terra. a incumbência de viajar até a Vila de Rio Grande para
entregar, ao comandante da mesma, um ofício, em
Mesmo após a assinatura por portugueses e que exigia a desocupação daquelas terras, já que, com
espanhóis do armistício de 1737, o cerco terrestre à a nulidade do Tratado de Madri, as terras voltavam a
Colônia de Sacramento continuou, demonstrando a pertencer à Espanha. O Governador de Buenos Aires,
grande instabilidade que existia nas relações entre as D. Pedro Antônio Cevallos, tinha ambicioso projeto de
duas colônias. dominação do Sul do Brasil, e preparou-se
Procurando solucionar suas questões de militarmente para atacar a Colônia de Sacramento,
limites, Portugal e Espanha resolveram assinar, em recebendo reforços da Espanha em navios, material
1750, o Tratado de Madri, que, dentre outras de artilharia e munição.
medidas, estabeleceu a posse da Colônia de A Colônia de Sacramento dispunha para sua
Sacramento para a Espanha e a de Sete Povos das
defesa de uma pequena tropa, que não excedia 500
Missões para Portugal. Esse tratado foi fruto do homens, e o Governador Vicente da Silva Fonseca
trabalho de Alexandre de Gusmão, secretário de D. respondia às intimações de Cevallos procurando
João V, junto ao qual teve grande influência. Foram ganhar tempo, enquanto aguardava reforços. Em
nomeadas duas comissões para demarcarem a outubro de 1762, a Colônia de Sacramento foi atacada
fronteira, uma para o norte – onde Portugal teve pela quarta vez e, não obstante a resistência oferecida
como representante Francisco Xavier de Mendonça
pelos portugueses, capitulou. Os espanhóis
Furtado (irmão do Marquês de Pombal) – e outra para continuaram avançando sobre terras ocupadas pelos
o sul, sendo o representante português Gomes Freire luso-brasileiros e com superioridade de forças
de Andrade. A troca estabelecida pelo Tratado não foi
tomaram o Rio Grande de São Pedro em 1763. Apesar
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de ter sido restabelecida a paz entre as duas nações registro, ficando o episódio conhecido como a Guerra
após a assinatura do Tratado de Paris, e o governador das Laranjas. Na América, porém, a chegada da notícia
de Buenos Aires restituir a Colônia de Sacramento, sobre o conflito entre as duas coroas desencadeou o
este continuou com a ocupação do Rio Grande de São rompimento de hostilidades entre as populações da
Pedro, que pretendia tornar definitiva tendo como fronteira. No Rio Grande de São Pedro, tropas foram
base o Tratado de Tordesilhas. Não obstante a aprestadas para defenderem as fronteiras, ainda em
reclamação dos portugueses por via diplomática, foi processo demarcatório, e os luso-brasileiros
necessário empreender uma ação militar, na qual invadiram e conquistaram os Sete Povos das Missões,
tropas luso-brasileiras, comandadas pelo Tenente- do lado espanhol, enquanto os hispano-americanos
General João Henrique Boehm (alemão a serviço de invadiram o Sul de Mato Grosso.
Portugal), juntamente com o emprego da Esquadra
O Tratado de Badajós pôs fim à guerra de
portuguesa, reconquistaram o Rio Grande de São
França e Espanha contra Portugal, tendo a Espanha
Pedro em abril 1776.
por direito de guerra, conservado a praça de Olivença,
Em 1777, os espanhóis protestaram contra a na Europa, e a Colônia de Sacramento. Portugal
tomada do Rio Grande pelos portugueses e, após recuperou no sul da América o território dos Sete
insucessos diplomáticos, decidiram enviar uma Povos das Missões.
poderosa expedição sob o comando de D. Pedro de
Cevallos, nomeado primeiro vice-rei do Rio da Prata. CRONOLOGIA
DATA EVENTO
Coube ao Marquês da Casa de Tilly o comando da
Chegada de Nicolau Durand de
força naval espanhola, que era composta de 19 navios
1555 Villegagnon ao Rio de Janeiro, instalação
de guerra e 26 de transporte. Embora providências da França Antártica.
tenham sido tomadas, no sentido de combater tal Ataque da força naval portuguesa ao Forte
1560
ameaça pelo Marquês de Pombal, os espanhóis Coligny.
ocuparam a Ilha de Santa Catarina e pela quinta vez Fundação da cidade de São Sebastião do
atacaram a Colônia de Sacramento. 1565 Rio de Janeiro por Estácio de Sá.
Expulsão dos franceses do Rio de Janeiro.
Tratado de Santo Ildefonso (1777) – Com a morte de 1580-
União Ibérica.
D. José I, em fevereiro de 1777, assumiu o trono de 1640
Portugal D. Maria I. Na tentativa de resolver as Parte da França uma expedição com o
1612 intento de fundar outra colônia no Brasil,
questões de limites entre Portugal e Espanha, foi
desta vez no Maranhão.
assinado em 1° de outubro de 1777 o Tratado de Formada a primeira força naval
Santo Ildefonso. Por este tratado, ficou estabelecido a comandada por brasileiro nato (Jerônimo
1614
restituição a Portugal da Ilha de Santa Catarina, de Albuquerque), para combater os
porém os lusos perderam a Colônia do Santíssimo franceses no Maranhão.
Sacramento e a região dos Sete Povos das Missões. Rendição e expulsão dos franceses do
1615
Este tratado deixou os espanhóis com o domínio Maranhão pelas forças lusas.
Criação da Companhia das Índias
exclusivo do Rio da Prata, sendo deveras desvantajoso 1621
Ocidentais pelos holandeses.
para Portugal. Chegada da força naval holandesa a
1624
Salvador e início do ataque.
Tratado de Badajós (1801) – A estabilidade entre as
Chegada da armada luso-espanhola
relações luso-espanholas foi afetada quando 1625 (denominada Jornada dos Vassalos) a
Napoleão Bonaparte, desejoso de castigar Portugal Salvador e expulsão dos holandeses.
por participar, com seus navios, de cruzeiros ingleses 1630 Invasão holandesa em Pernambuco.
no Mediterrâneo e visando a trazer os portugueses 1631 Combate Naval de Abrolhos
para zona de influência francesa, forçou a Espanha a Restauração Portuguesa. Batalha Naval de
1640
declarar guerra a Portugal em 1801. O rompimento 1640.
das relações entre os dois países na Europa durou Assinatura de Tratado de Trégua entre
1641
Portugal e Holanda. Invasão holandesa em
poucas semanas, sem ações militares dignas de
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Sergipe, Maranhão, Angola e São Tomé.
1648 Rendição dos holandeses em Angola.
Holandeses são derrotados em
1649
Guararapes.
Rendição dos holandeses em Recife,
1654
término da ocupação holandesa.
1681 Tratado de Lisboa.
1715 Tratado de Utrecht.
1750 Tratado de Madri.
1761 Tratado do Pardo.
1777 Tratado de Santo Ildefonso.
1801 Tratado de Badajós.
(A) A importância de suas forças terrestres, (C) Portugal não disponibilizou recursos para expulsar
extremamente bem preparadas. os invasores e proteger os núcleos de colonização
(B) A instalação de fortes para servir de base para suas portuguesa, tendo esse país que recolher mais
ações militares. impostos da Colônia para suportar os custos com
(C) O emprego dos corsários para, por meio de ações armas e navios.
que visavam ao lucro, causar danos, nos mares, a seus
(D) a reação portuguesa no Rio de Janeiro ocorreu
inimigos.
(D) O esmagador domínio do mar, que conseguiram quando o Governador Tomé de Souza, em 1560,
manter durante quase todo o período da ocupação. atacou o Forte de Copacabana com uma forca naval
(E) A amizade que mantinham com os índios, que lhes (soldados e índios) que trouxera da Bahia.
supriam por meio de escambos. (E) em 1614, uma força naval comandada por
Jerônimo de Albuquerque chegou ao Maranhão para
RESPOSTA: D
combater os franceses. Esse grupamento pode ser
2 - (PS-RM2-OF/2016) - Leia o texto a seguir. considerado a primeira forca naval comandada par
um brasileiro.
O início da colonização do Brasil pelos portugueses
contou com uma série de investidas de outras nações RESPOSTA: E
europeias, que buscaram, através de ocupações,
romper o domínio português estabelecido pelo
Tratado de Tordesilhas. Dentre essas intervenções,
houve a ocupação Francesa de 1612-1615. No
combate a tal ocupação, pode-se citar Jerônimo de
Albuquerque, primeiro nascido no Brasil a comandar
uma força naval. A que local da colônia portuguesa o
texto acima se refere?
Resposta: (C)
Do Rio de Janeiro, a 4 de agosto, partiu nova No mar, o último episódio em que a força
flotilha, composta por quatro navios com a missão de naval atuou, ocorrido em 15 de junho de 1820, foi o
aprisionamento do corsário General Rivera, com a
operar em combinação com a Divisão dos Voluntários
recuperação dos mercantes Ulisses e Triunfantes, pela
Reais. A 22 de novembro de 1816, deu-se o
desembarque em Maldonado pelas forças navais de Corveta Maria da Glória, comandada pelo Capitão-de-
Rodrigo José Ferreira Lobo. Com a ocupação do Fragata Diogo Jorge de Brito.
cidade, e a vitória pelas forças terrestres em Índia A 31 de julho de 1821, em assembléia
Morta, o caminho para Montevidéu ficou livre. Lecor formada por deputados representantes de todas as
encontrava-se acampado no passo de São Miguel, localidades orientais, foi aprovada por unanimidade a
quando recebeu uma deputação de Montevidéu que incorporação da Banda Oriental à Coroa portuguesa,
apresentou-lhe as chaves da cidade e seu submisso fazendo parte do domínio do Brasil com o nome de
respeito e completa adesão ao governo de D. João VI. Província Cisplatina.
Nessa época, o governo das Províncias do Rio
da Prata não mais apoiava a intervenção armada do
Respostas:
1 B 6 E
2 B 7 D
3 D 8 B
4 B 9 A
5 C
CRONOLOGIA
DATA EVENTO
1825 a 1828 Guerra Cisplatina.
1835 a 1838 Cabanagem (Província do Pará).
Guerra dos Farrapos (Província do Rio
1835 a 1845
Grande do Sul).
1837 a 1838 Sabinada (Província da Bahia).
Balaiada (Províncias do Maranhão e
1838 a 1841
Piauí).
Revolta Praieira (Província de
1848 a 1849
Pernambuco).
1850 a 1852 Guerra contra Oribe e Rosas.
(A) Sabinada.
3 - (PS-SMV-OF/2017) Durante a Guerra Cisplatina, a (B) Revolta Praieira.
Marinha Imperial brasileira lutou com a Força Naval (C) Cabanagem.
argentina e com corsários que atacavam os navios (D) Balaiada.
mercantes brasileiros por toda a nossa Costa. Assinale (E) Guerra dos Farrapos.
a opção que apresenta a primeira ação de guerra da
Força Naval brasileira na Guerra Cisplatina.
Respostas:
1 A 6 A
2 A 7 D
3 A 8 B
4 C
5 C
– “....Subi, minha resolução foi de acabar de uma Barroso, sem dúvida, foi o responsável pelo
vez, com tôda a esquadra paraguaya, que eu teria bom êxito de sua força naval em Riachuelo. O futuro
conseguido se os quatro vapôres que estavam mais acima Barão de Teffé declarou que o vira, do Araguari, em
não tivessem fugido. Pus a prôa sôbre o primeiro, que o
plena batalha, destemido, expondo-se sobre a roda da
escangalhei, ficando inutilisado completamente, de agoa
Amazonas, com a barba branca, que deixara crescer,
aberta, indo pouco depois ao fundo. Segui a mesma
ao vento e sentira por ele um grande respeito e
manobra contra o segundo, que era o Marques de Olinda,
que inutilisei, e depois o terceiro, que era o Salto, que ficou admiração.
pela mesma fórma. Os quatro restantes vendo a manobra
A cidade de Corrientes continuava ocupada
que eu praticava e que eu estava disposto a fazer-lhes o
pelo inimigo e a Força Naval brasileira, que mostrara
mesmo, trataram de fugir rio acima. Em seguimento ao
terceiro vapor destruído, aproei a uma chata que com o sua presença, fundeada próxima a ela, precisou
choque e um tiro foi a pique. iniciar, alguns dias após o 11 de junho, a descida do
rio, que estava baixando.
Exmº Sr. Almirante, todas estas manobras eram
feitas pela Amazonas, debaixo do mais vivo fogo, quer dos Os paraguaios haviam retirado suas baterias,
navios e chatas, como das baterias de terra e mosquetaria que estavam na Ponta de Santa Catalina, e as
de mais de mil espingardas. A minha tenção era destruir por instalaram, primeiro em Mercedes, depois em Cuevas,
esta forma toda a Esquadra Paraguaya, do que andar para criando dificuldades para o abastecimento dos navios
baixo e para cima, que necessariamente mais cedo ou mais
brasileiros, que era realizado pelo rio. Sob todos esses
tarde havíamos de encalhar, por ser naquella localidade o
aspectos, incluindo a diminuição do nível do Rio
canal mui estreito.
Paraná, que aumentava o risco de encalhe, a posição
Concluída esta faina, seriam 4 horas da tarde, da Força Naval, avançada em território ainda ocupado
tratei de tomar as chatas, que ao approximar-me d’ellas por tropas do Paraguai, mostrava-se muito vulnerável.
eram abandonadas, saltando todos ao rio, e nadando para
terra, que estava a curta distância. O quarto vapor Barroso passou com seus navios por Mercedes
paraguayo Paraguary, de que ainda não fallei, recebeu tal e Cuevas, enfrentando a artilharia paraguaia, e
rombo no costado e caldeiras, quando desceram, que foi somente regressou passados alguns meses, apoiando
encalhar em uma ilha em frente, e toda a gente saltou para o avanço das tropas aliadas, que progrediam
ella, fugindo e abandonando o navio”. aproveitando o recuo do inimigo.
Quatro navios paraguaios conseguiram fugir e, Tudo levava à ilusão de que a Tríplice Aliança
com a aproximação da noite, os navios brasileiros que venceria a guerra em pouco tempo, mas tal não
os perseguiam regressaram, para evitar encalhes em ocorreu. O que parecia fácil estagnou. O Paraguai era
O trecho acima se trata do relato do Almirante III – Todos os navios da Marinha do Brasil que
Barroso a respeito da vitória brasileira sobre as forças operaram durante a guerra foram adquiridos no
exterior, pois o Arsenal de Marinha no Rio de Janeiro
navais paraguaias, na Batalha Naval do Riachuelo,
ocorrida no dia 11 de junho de 165. Apesar de a não tinha capacidade tecnológica para construir
guerra ter se estendido até 1870, por que tal Batalha embarcações de guerra.
Naval pode ser considerada como decisiva para a IV – Mesmo após a ocupação de Assunção pelas
vitória da Tríplice Aliança? forças da Tríplice Aliança, em 1869, o presidente
(A) O presidente paraguaio, Francisco Solano Lopez, paraguaio, Francisco Solano López, não se rendeu,
foi morto durante a Batalha Naval do Riachuelo, fazendo com que a guerra se prolongasse até o ano de
desestabilizando as forças paraguaias. 1870.
(B) Na Batalha Naval do Riachuelo, grande parte da Assinale a opção correta.
esquadra paraguaia foi aniquilada, o que garantiu o
bloqueio naval que impediu o Paraguai de receber (A) Apenas as afirmativas I e II estão corretas.
armamentos do exterior. (B) Apenas as afirmativas I , II e III estão corretas.
(C) Com a vitória brasileira em Riachuelo, parte das (C) Apenas as afirmativas II e IV estão corretas.
fortalezas paraguaias se rebelou contra o governo (D) Apenas as afirmativas I e IV estão corretas.
paraguaio. (E) Apenas as afirmativas II , III e IV estão corretas.
(D) Tal batalha anulou todas as forças paraguaias, de
modo que o restante do conflito foi uma marcha sem
esforços da Tríplice Aliança até Assunção. 3 - (PS-SMV-OF/2017) O dia 11 de junho e
(E) Com a vitória em Riachuelo, a Argentina entrou na considerado a Data Magna da Marinha, pois marcou,
guerra ao lado do Brasil, saindo de seu estado de em 1865, uma vitória decisiva da Força Naval
neutralidade. brasileira na Guerra da Tríplice Aliança contra o
Governo do Paraguai. "O Brasil espera que cada um
Resposta Comentada:
cumpra o seu dever" e "Sustentar o fogo que a vitória
(B) A Esquadra paraguaia foi praticamente aniquilada,
é nossa" foram os dais sinais de Barroso, Chefe de
e não teria mais participação relevante no conflito.
Divisão, no comando das duas divisões navais
Estava garantido o bloqueio que impediria que o
brasileiras no conflito.
Paraguai recebesse armamentos e, até mesmo, os
navios encouraçados encomendados no exterior. Essas informações se referem a que Batalha?
O período entre guerras, que abarcou os anos As atividades de minagem e varredura tinham
de 1918 até 1939, caracterizou-se pelo abandono a sido mantidas em segundo plano desde o fim da
que foi submetida não só a Marinha de Guerra como Grande Guerra, utilizando-se navios mineiros
praticamente toda a atividade nacional relacionada varredores improvisados. Em 1940, obedecendo ao
com o mar. A ausência de mentalidade marítima do novo programa naval então aprovado, decidiu-se pela
povo brasileiro revelou-se em toda a sua intensidade. construção no Brasil de uma série de navios mineiros
varredores, todos pertencentes à classe Carioca.
No entanto, iniciativas modestas, ainda
durante a Grande Guerra, como a criação da Escola Em 1940, a nossa Força de Alto-Mar era assim
Naval de Guerra (depois Escola de Guerra Naval), da constituída:
Flotilha dos Submarinos, com os três pequenos Esquadra:
submarinos da Classe F, e da Escola de Aviação Naval,
indicaram a necessidade de se avançar na melhoria – Divisão de Encouraçados: Minas Gerais e São Paulo.
das condições de prontidão da nossa Força Naval. – Divisão de Cruzadores: Rio Grande do Sul e Bahia.
– Flotilha de Contratorpedeiros: Maranhão, Piauí, Rio
A Revolução de 1930 representou para a Grande do Norte, Sergipe, Santa Catarina e Mato
Marinha um divisor de águas entre duas épocas Grosso.
distintas. Em relatório do Ministro da Marinha no ano
– Flotilha de Submarinos: Humaitá, Tupi, Timbira e
de 1932, em que foi feita uma análise da situação da
Tamoio.
Marinha, encontra-se registrada a seguinte – Trem: Tênderes Belmonte e Ceará; Navios-Tanques
declaração: “Estamos deixando morrer a nossa Novais de Abreu e Marajó; Rebocadores Aníbal de
Marinha. A Esquadra agoniza pela idade [a maior
Mendonça, Muniz Freire, Henrique Perdigão e DNOG.
parte dos navios era da Esquadra de 1910], e, perdido
com ela o hábito das viagens, substituído pela vida Flotilha de Navios Mineiros Varredores:
parasitária e burocrática dos portos, morrem todas as
tradições(...) Estamos numa encruzilhada: ou fazemos – dez navios.
renascer o Poder Naval sob bases permanentes e Flotilha da Diretoria de Hidrografia e Navegação:
voluntariosas, ou nos resignamos a ostentar a nossa
fraqueza provocadora(...) estamos completamente – três navios hidrográficos e dois navios faroleiros.
desaparelhados....”.
Navio isolado:
Flotilha Fluviais:
A situação em 1940
– Cruzadores Bahia e Rio Grande do Sul: instalados Comando Naval do Norte, com sede em Belém,
sonar e equipamento para ataques anti-submarino abrangendo os Estados do Acre, Amazonas, Pará,
(duas calhas para lançamento de bombas de Maranhão e Piauí.
profundidade de 300 libras);
Comando Naval do Nordeste, com sede em Recife,
– Navios mineiros varredores classe Carioca:
abrangendo os Estados do Ceará, Rio Grande do
reclassificados como corvetas. Retirados os trilhos
para lançamento de minas e instalados sonar e Norte, Paraíba, Pernambuco e Alagoas.
equipamentos para ataques anti-submarino (dois Comando Naval do Leste, com sede em Salvador,
morteiros K e duas calhas para lançamento de abrangendo os Estados de Sergipe, Bahia e Espírito
bombas de profundidade de 300 libras); Santo.
– Navios Hidrográficos Rio Branco e Jaceguai: mesmas
instalações das Corvetas classe Carioca e mais duas Comando Naval do Centro, com sede no Rio de
metralhadoras de 20mm Oerlikon; Janeiro, abrangendo os Estados do Rio de Janeiro e
– Navio-Tanque Marajó: instalado um canhão de São Paulo.
120mm na popa e uma metralhadora de 20mm
Comando Naval do Sul, com sede em Florianópolis,
Oerlikon;
abrangendo os Estados do Paraná, Santa Catarina e
– Tênder Belmonte: reinstalados dois canhões de 120
Rio Grande do Sul.
Oficial Temporário da Marinha- http://www.concursosmilitares.com.br/ Página 76
Comando Naval do Mato Grosso, com sede em designado para operar em nossas águas. A 20 de
Ladário, abrangendo as bacias fluviais de Mato Grosso agosto de 1943, pela Circular nº 5, o Comando da
e Alto Paraná. Força Naval do Nordeste alertou para a possibilidade
de desembarque de elementos isolados, tendo como
Esses Comandos, ordenando suas atividades
objetivo realizar atos de sabotagem contra portos,
conforme a concepção estratégica da guerra no mar depósitos, comunicações e outros pontos vitais do
(da preparação logística e do emprego das forças ou território brasileiro.
outros elementos de defesa nas zonas que lhes eram
atribuídas, e obedecendo às diretrizes gerais
estabelecidas pelo Estado-Maior da Armada, a quem
se achavam subordinadas), constituíram uma Defesa Ativa
organização da maior importância na conduta eficaz Na História há numerosos exemplos de navios
das operações navais. Sua existência facilitou o corsários que surgiram de surpresa diante de um
desenvolvimento dos recursos disponíveis nas porto para danificarem suas instalações ou
respectivas áreas de influência, mobilizando amedrontarem suas populações. Do ponto de vista
elementos para o apoio logístico e para a defesa local. militar, os efeitos dessas incursões são reduzidos,
O chefe do Estado-Maior da Armada entrou sendo a ação, na maioria das vezes, executada para
desorganizar a vida da localidade e obter efeitos
em entendimento com seus colegas do Exército e da
Aeronáutica para organizar um serviço conjunto de morais.
vigilância e defesa da costa, tendente a prevenir a Com o advento do submarino, o perigo
possibilidade de aproximação e desembarque tornou-se maior, com a possibilidade de
inimigos. torpedeamento de navios surtos nos portos. Por esses
Defesas Locais motivos, foi organizada a defesa ativa, atuando em
pontos focais da costa, com a finalidade de repelir
Desde julho de 1942, por meio da Circular nº qualquer ataque aéreo ou naval inimigo, por meio de
40, do dia 14, em atendimento às Circulares Secretas ações coordenadas da Marinha de Guerra, do Exército
nº 9 e 33, respectivamente de 22 de janeiro e 12 de e da Aeronáutica. Adotaram-se seguintes medidas de
junho de 1942, o Estado-Maior da Armada defesa ativa adotadas:
determinou que se observassem as instruções que
orientavam as atividades de cada capitania de porto Rio de Janeiro – Instalação de uma rede de aço
protetora no alinhamento Boa Viagem – Villegagnon e
ou delegacia, em benefício da Segurança Nacional.
coordenação do serviço de defesa do porto com as
A ação do Estado-Maior da Armada estendeu- fortalezas da barra. A rede era fiscalizada por lanchas
se ao serviço de carga e descarga dos navios velozes, e a sua entrada aberta e fechada por
mercantes nos portos, tendo, para esse fim, rebocadores. O patrulhamento interno cabia aos
coordenado sua ação com a do Ministério da Viação e navios da chamada Flotilha “João das Bottas”
Obras Públicas e com a Comissão de Marinha (constituída de navios mineiros e de instrução),
Mercante. Preocupou-se, também, com as luzes das rememorando a flotilha de pequenas embarcações
praias e edifícios próximos aos portos, ou em regiões comandada pelo Segundo-Tenente João Francisco de
que pudessem silhuetar os navios no mar, alvos dos Oliveira Bottas, que fustigou os portugueses
submarinos inimigos. encastelados em Salvador e na Baía de Todos os
Santos na Guerra de Independência.
Imaginava-se que o Alto Comando alemão
traçaria planos para realizar ataques maciços aos Externamente, ou onde fosse necessário,
portos brasileiros. Em agosto de 1942, chegou a ser atuavam os antigos contratorpedeiros classe Pará,
ventilada pelo Alto Comando Naval alemão a oriundos do programa de reaparelhamento naval de
autorização para investida em nossas águas de vários 1906, recebidos em 1910, com mais de 30 anos de
submarinos. No entanto, somente o U-507 foi intensa operação. A responsabilidade da defesa ficou
Oficial Temporário da Marinha- http://www.concursosmilitares.com.br/ Página 77
afeta ao Comando da Defesa Flutuante, subordinado equipamentos semelhantes no Recife, a fim de
ao Comando Naval do Centro. localizar submarinos;
CRONOLOGIA
DATA EVENTO
Apresentação na Câmara dos
Deputados do programa de
Julho de
reaparelhamento naval do Almirante
1904
Júlio de Noronha pelo Deputado
Laurindo Pitta.
Aprovação do programa de
Nov. de reaparelhamento naval do Almirante
1906 Júlio de Noronha modificado pelo
Almirante Alexandrino de Alencar.
Ago. de
Começa a Primeira Guerra Mundial.
1914
A Alemanha estabelece bloqueio sem
17/01/1917 restrições ao comércio marítimo com os
Aliados.
Rompimento das relações diplomáticas
11/04/1917
entre o Brasil e a Alemanha.
Declaração de guerra entre o Brasil e a
26/10/1917
Alemanha.
DNOG suspende de Fernando de
01/08/1918
Noronha com destino à África.
09/11/1918 Termina a Primeira Guerra Mundial.
09/06/1919 DNOG regressa ao Rio de Janeiro.
01/09/1939 Começa a Segunda Guerra Mundial.
Assinatura da Lei de Empréstimos e
11/03/1941 Arrendamentos – Lend Lease – com os
Estados Unidos da América.
Brasil rompe relações diplomáticas com
28/01/1942
os países do Eixo.
Declaração de guerra entre o Brasil e a
Alemanha – Criação dos Comandos
31/08/1942
Navais na costa brasileira e Mato
Grosso.
05/10/1942 Criação da Força Naval do Nordeste.
Torpedeamento do Navio-Auxiliar Vital
19/07/1944 de Oliveira no través do Farol de São
Tomé.
Afundamento da Corveta Camaquã
21/07/1944
próximo a Recife.
08/05/1945 Termina a Segunda Guerra Mundial.
Afundamento do Cruzador Bahia entre
04/07/1945
o Nordeste e a África.
A Força Naval do Nordeste regressa ao
07/11/1945
Rio de Janeiro.
Resposta:
(D)
Resposta:
(B)
(A) Sustentação.
(B) Dissuasão.
(C) Intimidação.
(D) Coerção deterrente.
(E) Imposição.
Resposta:
(D)
(A) Galera.
(B) Monitor.
(C) Galé.
(D) Galeão.
(E) Fragata.
Resposta:
(D)
(A) Fragata.
(B) Galeão.
(C) Monitor.
(D) Galera.
(E) Encouraçado.
Resposta:
(B)
(A) ingleses.
(B) holandeses.
(C) franceses.
(D) irlandeses
(E) italianos.
Resposta:
(C)
Em 1843, as mudanças tecnológicas chegaram Os franceses, mais uma vez, se adiantam aos
também às minas marítimas. Samuel Colt ingleses, lançando ao mar, em 1848, o primeiro navio
desenvolveu um sistema de “minas controladas”, em de linha a hélice, de propulsão mista, o Napoléon,
que as minas eram explodidas por ação de um projeto do grande Dupuy de Lôme: usando apenas o
observador que acionava um dispositivo; uma vapor, o Napoléon alcançou a velocidade de 14 nós.
corrente elétrica circulava então ao longo de cabos Só nesse ano, três aos após os franceses, os ingleses
submarinos, fazendo a mina explodir quando o navio- lançaram suas primeiras fragatas a hélice.
alvo estava próximo. Durante os testes, um navio a 5
Os alemães, em 1848, desenvolveram uma
milhas de distância do posto de observação foi
série de testes na universidade de Kiel visando a
destruído por uma dessas minas.
melhorar as minas existentes. As minas controladas,
O primeiro navio de guerra de certo porte a por eles aperfeiçoadas, foram usadas na guerra de
usar o hélice só surgiu em 1844: a Fragata USS emancipação de Schleswig-Holstein com o propósito
Princeton, com hélice Ericsson. de proteger o Porto de Kiel da frota holandesa: pela
primeira vez, portanto, é usado um campo de minas
Na Inglaterra ganha força a idéia de que o em caráter defensivo e não, como era usual até então,
hélice não deveria ainda ser usado em navios de linha,
em caráter ofensivo.
acreditando-se que a roda era mais eficaz. Para
dirimiras “dúvidas”, o Almirantado, em 1845, fez Em 1850, com dois anos de atraso em relação
realizar uma série de provas entre a Escuna Rattler, a aos franceses, os ingleses lançam o seu primeiro navio
hélice, e a Escuna, de mesmo tamanho e potência, de linha a hélice, o HMS Agamemnon; usando
Como todos os países de pequena Marinha, o O primeiro navio a usar esta couraça foi o
Brasil, nesta década, voltou-se para as torpedeiras e, a Cruzador francês Dupuy de Lôme, lançado ao mar em
sua principal arma, o torpedo autopropulsado. Foram 1890. Ele dispunha de uma cinta encouraçada ao
criadas oficinas de torpedos, tanto no Arsenal da longo de todo o casco, de apenas 4 polegadas de
Corte como no de Mato Grosso. As conseqüências espessura, mas de resistência superior à das couraças
dessa preocupação puderam ser vistas quando da anteriores, de espessura muito maior; a borda inferior
Revolta da Armada (1893-5) contra Floriano Peixoto. da cinta ligava-se a um convés protetor abobadado,
Em 1894, a Torpedeira Gustavo Sampaio, das forças de 1,5 polegada de espessura; abaixo deste convés,
que apoiavam Floriano, atacou e afundou num ataque protegendo as praças de máquinas, vinha um outro
noturno o Encouraçado, das forças rebeladas, convés à prova de estilhaços, sendo o espaço entre os
Aquidabã, que estava fundeado; o navio foi dois conveses cheio de carvão, como uma proteção
posteriormente reflutuado, reparado e modernizado. adicional. O espaço por trás da couraça era ocupado
por uma estrutura estanque, de 3,5 pés de largura,
Outras construções foram feitas no Arsenal da dividida em pequenos compartimentos cheios de
Corte no final da década de 80: em 1887 é iniciada a celulose. Este sistema, conhecido como de "defesa em
Nenhum navio de linha japonês foi perdido; Também no Brasil, a Batalha de Tsushima
apenas três torpedeiras foram afundadas. Sofreram teve importantes desdobramentos.
avarias de diferentes graus três cruzadores e seis
Depois de um longo período sem que se
destróieres.
investisse na renovação da frota naval, pelas razões
É incontestável que a vitória de Tsushina foi apontadas, o Plano Naval de 1904, do Almirante Júlio
tão decisiva quanto a de Trafalgar. de Noronha, foi aprovado e foram alocadas as verbas
para a sua implantação. Isto se devia à melhoria das
Em 1904 são lançados ao mar os Submarinos
condições financeiras do País (o Compromisso de
franceses Aigrette e Cigone, são navios de 175 Taubaté relativamente ao café e a exploração da
toneladas, flutuabilidade de 29%; são os primeiros borracha natural na Amazônia para atender à
navios a usar os novos motores de combustão demanda criada pela jovem indústria automobilística)
interna que queimam óleos pesados. mas, também, ao apoio do Barão do Rio Branco,
A concretização das expectativas de Cuniberti chanceler no período de1902 a 1912 , que, com sua
e Fisher em Tsushima logo tiveram conseqüências visão esclarecida, defendia a importância de o Brasil
práticas. desenvolver um Poder Naval consentâneo com as
suas aspirações, um verdadeiro instrumento de apoio
à política externa do País.
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