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História Naval

A Guerra da Tríplice Aliança

Quais são os meus objetivos?

❖ Identificar os motivos que causaram a Guerra da Tríplice


❖ Descrever a importância da participação da Marinha do Brasil na Guerra da Tríplice
Aliança
❖ Descrever a importância da batalha do Riachuelo para a Guerra
❖ Saber por que, apesar de decisiva, a Batalha do Riachuelo não deu a fim à guerra

A livre navegação nos rios e os limites


entre o Brasil e o norte do Paraguai eram
motivos de discordância entre os dois países.
Para os brasileiros, era muito importante
acessar, sem empecilhos, a Província de Mato
Grosso, navegando pelo Rio Paraguai.
Sabendo disto, os paraguaios mantinham a
questão dos limites, que reivindicavam
associada à da livre navegação.
Com a morte de Carlos López,
ascendeu ao governo do Paraguai seu filho,
Francisco Solano López, que ampliou a
política externa do País, estabelecendo laços de
amizade com o General Justo José de Urquiza,
que liderava a Província argentina de Entre Rios, e com o Partido Blanco uruguaio. Com a invasão do
Uruguai por tropas brasileiras, contra o governo do Presidente uruguaio Manuel Aguirre, do Partido
Blanco, Solano López considerou que seu próprio país fora agredido e declarou guerra ao Brasil. Como
foi negada pelos portenhos permissão para que seu exército atravessasse território argentino para atacar
o Rio Grande do Sul, invadiu a Província de Corrientes, envolvendo a Argentina no conflito.

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Os seguintes atos de hostilidade do Paraguai levaram à assinatura do Tratado da Tríplice
Aliança contra o Governo do Paraguai, pelo Brasil, Argentina e Uruguai , em 1º de maio de 1865:

• O apresamento do Vapor brasileiro Marquês de Olinda, que viajava para Mato Grosso
transportando o novo presidente dessa província, em 12 de novembro de 1864, em Assunção;
• A invasão do Sul de Mato Grosso por tropas paraguaias, em 28 de dezembro de 1864;
• A invasão de território da Argentina por tropas paraguaias, em 13 de abril de 1865,
ocupando a Cidade de Corrientes e apresando os vapores argentinos Gualeguay e 25 de Mayo.

Os navios brasileiros, no entanto, mesmo os de propulsão mista, eram adequados para


operar no mar e não nas condições de águas restritas e pouco profundas que o teatro de
operações nos Rios Paraná e Paraguai exigia; a possibilidade de encalhar era um perigo sempre
presente. Além disso, esses navios, com casco de madeira, eram muito vulneráveis à artilharia de
terra, posicionada nas margens.

O BLOQUEIO DO RIO PARANÁ E A BATALHA NAVAL DO RIACHUELO

Foi designado o comandante das Forças Navais Brasileiras em Operação o Almirante


Joaquim Marques Lisboa, Visconde de Tamandaré. A estratégia naval adotada foi a de negar o
acesso ao território paraguaio através do bloqueio. Os rios eram as principais vias de
comunicação da região e Tamandaré resolveu designar seu chefe de estado-maior, o Chefe-de-
Divisão Francisco Manoel Barroso da Silva, para assumir o comando da Força Naval brasileira,
que subira o rio para efetivar o bloqueio do Paraguai.
Na Batalha de Riachuelo, o
Almirante Barroso investiu com a
proa da Fragata Amazonas (não
possuía esporão) sobre os navios
inimigos, usando a manobra de
abalroamento.
Desta forma, a Esquadra
paraguaia foi praticamente
aniquilada, e não teria mais participação relevante no conflito. Estava garantido o bloqueio que
impediria que o Paraguai recebesse armamentos e, até mesmo, os navios encouraçados encomendados

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no exterior. Comprometeu, também, a situação das tropas invasoras e, pouco tempo depois, a guerra
passou para o território paraguaio.
Tudo levava à ilusão de que a
Tríplice Aliança venceria a guerra em
pouco tempo, mas tal não ocorreu.
Humaitá ainda era uma fortaleza
inexpugnável enquanto não estivessem
disponíveis os novos meios navais que
estavam em obtenção pelo Brasil: os
navios encouraçados. Navios oceânicos
de calado inapropriado para navegar em rios, de casco de madeira, sem couraça, como os da Força
Naval brasileira que combatera em Riachuelo, não teriam bom êxito. Era evidente que o Brasil
necessitava de navios encouraçados para o prosseguimento das ações de guerra.

NAVIOS ENCOURAÇADOS E A INVASÃO DO PARAGUAI

Os navios encouraçados começaram a chegar à frente


de combate em dezembro de 1865. O Encouraçado Brasil,
foi o primeiro que chegou a Corrientes em dezembro de
1865. No Arsenal de Marinha da Corte, no Rio de Janeiro,
iniciara-se a construção de outros navios encouraçados,
especificados para lutar naquele teatro de operações fluviais.
Durante a guerra, foram incorporados à Armada brasileira
17 navios encouraçados.

PASSAGEM DE HUMAITÁ

Na madrugada de 19 de fevereiro de 1868,


iniciou-se a Passagem de Humaitá. Essa divisão era
formada por seis navios encouraçados. Após a
passagem, três dos seis navios tiveram que ser

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encalhados, para não afundarem devido às avarias sofridas no percurso. Estava, no entanto, vencida
Humaitá, o que praticamente decidiu a guerra.

O RECUO DAS FORÇAS PARAGUAIAS

Conflito diplomático com a França, que girou em torno da captura ilegal de lagostas por parte
de embarcações de pesca francesas no litoral nordeste do Brasil.

O AVANÇO ALIADO E A DEZEMBRADA

A partir de então, os navios participaram das


operações prestando o apoio determinado por Caxias. Em
4 de dezembro, a Força Naval apoiou o desembarque das
tropas em Santo Antônio, sobre a retaguarda paraguaia. O
ataque de Caxias para o Sul é conhecido como a
Dezembrada. Ao final, as forças paraguaias estavam
derrotadas e López fugiu

A OCUPAÇÃO DE ASSUNÇÃO E A FASE FINAL DA GUERRA

Como não havia mais obstáculos até Assunção, ela foi ocupada pelos aliados e a Força Naval
fundeou em frente à cidade, em janeiro de 1869. A Guerra foi muito importante para a consolidação
dos Estados Nacionais na região do Rio da Prata. Foi durante o conflito que a unidade da Argentina se
consolidou. Para o Brasil, foi um grande desafio que mobilizou o País e uniu sua população. Foi lá que
os brasileiros das diferentes regiões do País se conheceram melhor, passando a se respeitar e a se
entender.

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