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CAPÍTULO VI - GUERRA DA TRÍPLICE ALIANÇA CONTRA O

PARAGUAI
CONTEXTO: A livre navegação nos rio e os limites entre o Brasil e o Norte do Paraguai eram
motivos de discordância.

Para os brasileiros era importante acessar a província do Mato Grosso, navegando pelo Rio
Paraguai.
O litígio concentrava-se à margem esquerda do Rio Paraguai que era ocupado por
Brasileiros.

FRANCISCO SOLANO LOPEZ: Tinha laços de amizade com Urquiza


na província argentina de Entre Rios e do Partido Blanco que era
oposição ao governo do uruguai.

Solano declarou guerra ao Brasil após a invasão brasileira ao


Uruguai contra Manuel de Aguirre do Partido Blanco.

Solano enviou um ultimato para o Brasil, que fora ignorado.

Negado o acesso de suas tropas a território argentino para


atacar o RS, invadiu Corrientes e envolveu a Argentina no
conflito.

Não teve apoio do Partido Blanco, e nem de Urquiza.

ATOS QUE LEVARAM A ASSINATURA DA TRÍPLICE ALIANÇA

TRÍPLICE ALIANÇA: Composta por Brasil, Argentina e Uruguai, tiveram como


atos que levaram a sua assinatura em 1 de maio de 1865:

Apresamento do Vapor Marquês de Olinda.

Invasão ao sul do Mato Grosso

Invasão ao território argentino, ocupando a cidade de Corrientes e o


apresamento dos Vapores Gualeguay e 25 de Mayo.

ALGUNS ASPECTOS NAVAIS DESTE CONFLITO

OPERAÇÕES CONJUNTAS SEM UNIDADE DE COMANDO: A Força Naval nas operações contra o
Governo do Paraguai não ficaria submetido ao Comando Geral das forças aliadas.

OS NAVIOS DA MARINHA DO BRASIL: Todos eram de


propulsão mista, vela e vapor, com muitos canhões de
carregamento pela culatra.
INOVAÇÕES TECNOLÓGICAS NAVAIS: O surgimento de navios protegidos por
couraça de ferro, projetados para guerra fluvial. Além disso o surgimento da
Mina Naval.

ESQUADRA PARAGUAIA: Composta por navio de madeira, com propulsão mista com rodas de
pás.
O Pirabebe era o único que tinha estrutura de ferro e era a Hélice.

CHATA COM CANHÃO: Desenvolvida pelos paraguaios, era um barco de fundo chato, sem
propulsão, que era rebocado até o local de uso. Transportava apenas a guarnição do
canhão. Sua borda ficava próximo a água, deixando a vista um alvo reduzido, via-se
somente o canhão acima da superfície da água.

TEATRO DE OPERAÇÕES: Rio Paraguai e Rio Parana

O BLOQUEIO DO RIO PARANÁ E A BATALHA DE RIACHUELO

O avanço das tropas paraguaias destinadas a atacar o Rio Grande do Sul e avanços ao longo do
Rio Paraná e a ocupação da cidade de Corrientes.

ALMIRANTE JOAQUIM MARQUES LISBOAS, MASQUÊS DE TAMANDARÉ: Foi designado


comandante das Forças Navais Brasileiras em Operação.

Estratégia Naval: Negar o acesso ao território paraguaio através do Bloqueio Naval.

Chefe-de-Divisão Francisco Manoel Barroso da Silva: Foi designado por Tamandaré como
comandante da Força Naval que subiria o rio para efetivar o bloqueio do Rio Paraguai.
Primeira Missão de Barroso: No comando da Fragata Amazonas, sua missão era
atacar a cidade de Corrientes, ocupada pelos paraguaios. O desembarque das tropas
aliadas ocorreu com bom êxito no dia 25 de maio 1865.

A BATALHA DE RIACHUELO
A presença da Força Naval Brasileira deixava o flanco direito dos paraguaios,
que se apoiava no Rio Paraná, sempre muito vulnerável. Para os paraguaios, era
necessários destruí-la e isto levou Solano Lopez a planejar uma ação que levaria à
Batalha de Riachuelo.
PLANO DE SOLANO LOPEZ: Surpreender os brasileiros, aborda-los e rebocar os navios
para Humaitá. Para isso, tirando proveito do terreno, assentou canhões nas Barrancas da
Ponta de Santa Catalina e reforçou o Rincão de Lagraña. Devido a geografia estreita a
elevação das barrancas, as tropas poderiam atirar diretamente nos conveses dos navios
brasileiros.

1ª Fase da Batalha: Adentrado a armadilha de Solano, o Jequitinhonha encalhou num


banco e o Belmoente seguiu sozinho tomando todo o fogo da artilharia. O Parnaíba
teve seu leme avariado e não conseguiu passar.
PARANAÍBA: Foi abordado e dominado pelo inimigo, apesar da resistência heróica do
Guarda-Marinha Guilherme Greenhalgh e o Marinheiro Marcilio Dias, que lutaram até
a morte.
OS SINAIS DE BARROSO
CHEFE-DE-DIVISÃO FRANCISCO MANOEL BARROSO DA SILVA: Usou
o porte da Fragata Amazonas para Abalroar, ou seja, colidir com os
navios menores paraguaios, e destruí-los uma a um até vencer a
batalha.

A esquadra paraguaia foi praticamente aniquilada e não teria


“O Brasil espera
mais participação relevante no conflito. que cada uma
cumpra o seu
Estava garantido o bloqueio que impediria o Paraguai de dever.’’

receber armamentos e os navios encouraçados encomendados “Sustentar o


do exterior. Comprometeu a situação das tropas invasoras, e a fogo que a
guerra passou para o território paraguaio . vitória é
nossa.’’

Mesmo com a vitória na Batalha de Riachuelo, ainda havia obstáculos que consistiam em
Passagens Fortificada ao longo do Rio Paraguai que fariam a guerra se estender.

Os meios navais da Marinha do


CURUZU Brasil (Navios de Madeira) não
eram adequados para vencer
CURUPAITI esses obstáculos e
HUMAITÁ necesessitavam de novos meio,
Os Navio Encouraçados.

OS NAVIOS ENCOURAÇADOS

O ENCOURAÇADO BRASIL: Foi o primeiro navio encouraçado da incorporado a marinha


do Brasil, foi encomendando após a Questão Christie e foi o primeiro a chegar frente de
combate em Corrientes em Dezembro de 1865.

ARSENAL DA CORTE: Iniciavam-se a construção de


outros navios encouraçados. Os projetos de
construção ficou a cargo de Napoleão Level e Carlos
Branconnot.

“Tamandaré”
“Barroso”
“Rio de Janeiro”
Durante a Guerra, foram incorporados a armada brasileira 17 navios encouraçados, inclusive os
Navios Monitores que foram desenvolvidos na Guerra Civil Americana.
OPERAÇÃO PASSO DA PÁTRIA

Operação conjunta das Forças Navais com as Terrestres, onde houve perfeita cooperação
entre as forças nessa operação de desembarque de tropas. A marinha atraía a atenção do
inimigo bombardeando a margem direita do Rio Paraná, enquanto isso, os transportes de
tropas, artilharias, cavalos e materiais avançaram e entraram no Rio Paraguai.

General Osório foi o primeiro a desembarcar em território inimigo.

COUBE A MARINHA: Fazer o levantamento hidrográfico; Combater as Chatas Paraguaias;


Bombardear o forte Itapiru; e os acampamentos inimigos.

Após essa invasão, os paraguaios abandonaram Itapiru e Passo da Pátria e


concentraram, suas defesas nas fortificações que barravam o caminho: Curuzu,
Curupaiti e Humaitá.

PASSAGEM DE CURUZU
As tropas comandadas pelo General Manoel Marques de Souza, o Barão de Porto Alegre,
desembarcaram na margem esquerda para atacar Curuzu e, no dia seguinte, os naviso
começaram a bombardear a fortificação.

Curuzu foi conquistada pelo Barão de Porto Alegre, apoiado pelo fogo naval, em 3 de
Setembro de 1866.

ENCOURAÇADO RIO DE JANEIRO: Foi atingido por duas


minas flutuantes e afundou com perdas de vidas humanas.

MAIOR DERROTA DA TRÍPLICE ALIANÇA NESTE GUERRA


O primeiro ataque a Curupaiti, comandando pessoalmente pelo Presidente Argentino
General Bartolomeu Mitre, apesar o intenso bombardeio naval, o ataque aliado levou a
maior derrota nesse conflito.

O preparo da operação sem dúvida fora insuficiente e as dificuldades do ataque


incorretamente avaliadas. Seguiu-se as criticas e acusações que causaram crise entre
Mitre e Tamandaré.

Mitre como Comandante Geral dos Exércitos Aliados, o governo brasileiro aceitou o
pedido de afastamento anteriormente feito por Tamandaré. Ele e Barroso não mais
participariam das operações dessa Guerra.

DUQUE DE CAXIAS E VISCONDE DE INHAÚMA


Caxias, patrono do exército brasileiro, foi designado Comandante-em-Chefe das Forças
Brasileiras em Operações contra o Paraguai. Inhaúma, Chefe-de-Esquadra, assumiu o
comando da Força Naval, substituindo Tamandaré.

EMPREGO DA FORÇA NAVAL: Apoio as tropas de terra; bombardeando fortificações,


reconhecimento pelos rios; transporte de tropas de uma margem a outra; contorno do
flanco inimigo; e apoio logístico.
PASSAGEM DE CURUPAITI

O já promovido Vice-Almirante Joaquim Ignácio (Inhaúma) comandou a passagem


de Curupaiti.

Há meses a Força Naval bombardeava diariamente Curupaiti, tentando


diminuir seu poder de fogo e abalar a moral do inimigo.

Participaram da passagem 10 navios encouraçados, que funderam logo abaixo


de Humaitá. Para ultrapassar Humaitá com uma força naval e mantê-la rio
acima exigiria que tivesse rio acima uma base de apoio.

O apoio logístico a essa Força Naval operando entre Curupaiti e Humaitá era
muito difícil e exigiu que os Brasileiros fizessem o caminho pela margem direita
do Rio Paraguai, no Chaco. Logo após, construiu-se uma pequena ferrovia nesse
caminho para transportar as provisões necessárias.

Para apoiar as forças em combate, construiu-se um arsenal em Cerrito, e graças a


ele foi possível construir essa ferrovia.

TAYI: Caxias com sua tropas terrestres ocupou no Rio Paraguai uma posição acima de
Humaitá, que serviria de apoio para o navios.

Em 1868, Mitre precisou reassumir a presidência da Argentina e Caxias assumiu o


Comando-em-Chefe dos Exércitos da Tríplice Aliança.

PASSAGEM DE HUMAITÁ

Chegava a frente de batalha os três primeiros Monitores construídos no arsenal da corte


do Brasil, o Rio Grande, o Pará e o Alagoas.

Em 19 de fevereiro de 1868, iniciou-se a passagem de Humaitá. A forças naval de Inhaúma


intensificou o bombardeio e a Divisão Avançada, comandada pelo Capitão-de-Mar-e-
Guerra Delfim Carlos de Carvalho, avançou rio acima.

DIVISÃO AVANÇADA: Formada por 6 navios, Os Encouraçados Tamandaré, Barroso e


Bahia e os Monitores Rio Grande, Pará e Alagoas.

Acometeram a passagem formando 3 pares, cada um, formando por um encouraçado


e um monitor amarrado no seu contrabordo. Somente 3 dos 6 navios completaram a
passagem, o Alagoas por exemplo, foi atingido por mais de 160 projéteis.

Humaitá estava vencida, levando a retirada dos homens de Solano que recuou para uma
posição mais ao Norte.
COMBATE NA LAGOA VERÁ

Para evitar que as tropas que deixaram Huimatá juntassem-se ao exército paraguaio, foi
criada uma frotilha para bloquear os fugitivos pela Lagoa Verá.

Confronto corpo a corpo que caracterizou-se como o EPISÓDIO MAIS DRAMÁTICO


dessa guerra.
Participaram desse evento, com grande bravura, os jovens oficiais brasileiro, tenentes
Saldanha da Gama e Júlio de Noronha.
O AVANÇO ALIADO E A DEZEMBRADA
Superado Humaitá, Caxias pode avançar para o norte sendo
acompanhado pela força naval de Inhaúma que prestava
apoio subindo o Rio Praguai.

MANOBRA DO PIQUISSIRI: Empregando os navios da força naval, Caxias fez diversos


reconhecimentos e decidiu que não faria uma ação frontal e sim um ataque pela
retaguarda.

Para isso, foram construídas estradas a margem esquerda do Rio Paraguai, no Chaco,
uma região alagadiça quase instransponível, para que as tropas pudessem avançar ate
certo ponto, reembarcar e serem transportadas para a margem esquerda em uma
posição acima do inimigo.

Esta manobra consistiu em contornar a posição do inimigo e desembarcar tropas, em


Santo Antônio, na retaguarda inimiga.

A DEZEMBRADA: Os ataques de Caxias para o Sul ficaram conhecidos como a Dezembrada.


Ocorreu uma seucessão de combates terrestres (Itororó, Avaí e Lomas Valentinas) e ao
final as forças paraguaias estavam derrotadas e Solando Fugiu.

Apesar de seu exército estar praticamente aniquilado,


Solano não se rendeu e fugiu. Ele conseguiu prolongar a
guerra por mais um ano na região montanhosa do Norte
do país, chamada Campanha da Cordilheira, causando
enormes sacrificos a todos os envolvidos, principalmente
oa povo paraguaio.

OCUPAÇÃO DE ASSUNÇÃO E O FINAL DA GUERRA


Sem mais obstáculos, a capital do Paraguai, Assunção, foi ocupada pelas Forças
Aliadas e a Força Naval fundeou em frente a cidade. No Paraguai, ficaram
apenas os navios de menor calado, adequados a navegação fluvial.

Uma Força Naval subiu o Rio Paraguai até o Mato Grosso, houve um último
combate no Rio Manduvirá, seguiu-se a Campanha da Codilheira, em que
marinha não mais confrontou o inimigo.

IMPORTÂNCIA DA GUERRA

A Guerra foi muito importante para a consolidação dos Estados Nacionais na região do Rio da
Prata. Houve a consolidação da Argentina. E para o Brasil, possibilitou o conhecimento do
seu território e a integração de seus povos.

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