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CAPÍTULO V - ATUAÇÃO DA MARINHA IMPERIAL NAS

REVOLTAS REGÊNCIAIS
CONTEXTO: Havia no Brasil um momento de separação entre Liberais e os
que defendiam o absolutismo de D. Pedro I.

D. Pedro I visando assumir reinado de Portugal, abdica o trono do Brasil ao


seu filho D. Pedro de Alcântara de apenas 5 anos.

Instalou-se então um Governo Regencial, e nesse conturbado cenário


político eclodiu nas províncias movimentos armados, nos principais centros
regionais, conhecido como as Revoltas Regenciais.

A Marinha Imperial então foi dividida em unidades menores, próprias para


enfrentar as conflagrações nas províncias e ajustadas as limitações
orçamentarias.

ATUAÇÃO DA MARINHA NOS CONFLITOS INTERNOS

CONFLITOS INTERNOS: Cabanagem; Balaiada; Revolta Praieira; Sabinada, Guerra dos


Farrapos.

Transporte de tropas do exército imperial da corte até as províncias conflagradas.


Abastecimento das tropas pelo mar, pois não havia estradas que ligassem a corte as
províncias do Norte e do Sul .
Ação de bloqueio (naval) dos portos ocupados por rebeldes, impedindo o
abastecimento de suprimentos inimigos.

CABANAGEM (1835 - 1840)

Foi a primeira sublevação ocorrida no período regencial, ocorreu no


Grão-Pará com a ocupação da cidade de Belém.

ATUAÇÃO DA MARINHA: Bloqueou o porto de Belém, bobardeou


posições rebeldes, desembarcou tropas do exército e embrenhou-se
nos rios amazônicos para combater os focos isolados dos rebeldes.

Comandante da força naval: Vice-Almirante Frederico Mariath

Intevenção conjunta da Marinha com o Exército a resistência dos


Cabanos foi vencida em todo o Pará.
GUERRA DOS FARRAPOS (1835 - 1845)

Rebelião deflagrada no Sul do império, região de fronteira conturbada por conflitos


externos.

Houve pequenos combates navais entre a Marinha e os Farroupilhas, que ocorreram,


em ÁGUAS RESTRITAS, na Lagoa dos Patos e Mirim.

PRIMEIRO COMBATE NAVAL DESTE CONFLITO: O Iate Oceano da


Marinha Imperial combateu e afundou o Cúter Minuano dos
revoltosos, que ocorreu na Lagoa Mirim.

A pequena Força Naval que os Farroupilhas mantiam na Lagoa


dos Patos foi totalmente vencida pelo Chefe-de-Divisão John
Pascoe Grenfell.

A rebelião se estendeu com uma força naval formada por


embarcações remanescentes que foram derrotados pela
Marinha no Porto de Laguna.

FATO IMPORTANTE: Foi neste conflito regional que a


Marinha Brasileira, pela primeira vez, empregou um navio
a vapor em Operações de Guerra.

SABINADA (1827 - 1838)

Revolta que eclodiu contra a autoridade regencial na Bahia.


A marinha imperial combateu a essa revolta por meio de
Bloqueio Naval e o combate a uma diminuta Força Naval
montada pelos rebeldes com navios apresados. Em 1838 a
revolta foi finalmente sufocada.
BALAIADA (1838 - 1841)
Revolta da população pobre e escravos contra as autoridades constituídas na
província do Maranhão e Piauí.

Um Força Naval comanda pelo Capitão-Tenente Joaquim Marques Lisboa


partiu para o Maranhão para combater os insurretos.

Após o reconhecimento da região, armou pequenas embarcações para


combater isoladamente os rebeldes em diversos pontos dos rios maranhenses.

FATO IMPORTANTE: Foi nesse evento que os futuros patronos da Marinha,


Capitão-Tenente Joaquim Marques Lisboa (Marques de Tamandaré), e do Exército,
Coronel Luís Alves de Lima e Silva (Duque de Caxias), atuaram em conjunto.

A união dos patronos das forças singulares de mar e terra simboliza uma
situação recorrente em todos os conflitos internos durante a Regência e o
Segundo Império: Atuação conjunta da Marinha e do Exército na
manutenção da ordem e da unidade territorial.
REVOLTA PRAIEIRA (1848-1849)

Revolta que estourou em Pernambuco, iniciada na capital, tomou corpo quando os rebeldes
tomaram os engenhos e vilas da zona da mata e interior de Pernambuco.

Tropas leais ao governo. partiram da capital Recife para combater no interior, porém
deixaram-a desguarnecida, fazendo com que o Praieiros a atacassem.

O Vice-Almirante Joaquim José Ignácio (Visconde de Inhaúma) comandou a Força Naval


que combateu os rebeldes praeiros, apoiando um pequeno contingente militar que
guarnecia Recife.

Capitânia Fragata Constituição

Desembarcaram marinheiros e fuzileiros navais para combater os revoltosos, enquanto o


fogo dos canhões fustigavam as investidas inimigas.

A atuação da Marinha foi breve, mas impediu que a capital Recife caísse nas mãos dos
praieiros.

IMPORTANTE: Marcava o fim do ciclo de agitações internas no período regencial.

ATUAÇÃO DA MARINHA IMPERIAL NOS CONFLITOS EXTERNOS

GUERRA DA CISPLATINA (1825-1828)

CONTEXTO: Conflito entre o Brasil recém-independente e as Províncias


Unidas do Rio da Prata, atual Argentina, pela província da Cisplatina.

O objetivo principal desse conflito era possuir o controle do Rio da


Prata, pois era uma área de suma importância estratégica,
caracterizada por ser uma estrada fluvial, com acesso a recursos naturais
e possibilitava as trovas comerciais no interior da América do Sul.

O líder pela independência da Cisplatina era Juan Antônio Lavalleja.

O envolvimento argentino se deu pelo interesse de incorporar a cisplatina


aos seus domínios.

CONTEXTO NAVAL DA GUERRA DA CISPLATINA: A marinha imperial lutou contra a força


naval argentina e atuou contra corsários das províncias unidas do prata.

TEATRO DE OPERAÇÕES: Os embates entre a esquadra brasileira e argentina se deram no


Estuário Rio da Prata.

1ª Ação da Força Naval Brasileira: Comandada por Rodrigo Lobo, estabeleceu Bloqueio
Naval do Rio da Prata.

A FORÇA NAVAL ADVERSÁRIA: Era comanda por William Gegorge Brown, tinha a vantagem
de conhecer a hidrografia do local e de operar próximo ao seu porto base.
Combate de Colares

Destacado como o primeiro embate entre as forças navais, 14


navios brasileiros contra 14 navios argentinos, em uma ação
de desgaste da esquadra argentina ao bloqueio naval brasileiro,
resultou em avarias e perdas humanas para os dois lados.

Colônia de Sacramento
O próximo passo de William Brown era tomar Sacramento,
que era uma Praça Fortificada na margem Esquerda do Rio da
Prata, se conquistada tornaria-se um ponto estratégico
importante para o abastecimento de tropas uruguaias e
argentinas.

Brown e sua Fragata 25 de Mayo, romperam o bloqueio


brasileiro e investiram em sacramento, porém suas
investidas foram repelidas por forças de terra e por uma
pequena força naval comanda por Frederico Mariath.

O combate de Montevideu
O comandante Brown e sua Fragata 25 de Mayo, partiu em
audaciosa missão de capturar navios próximo ao porto de
Montevideu, que estava sob bloqueio brasileiro.

Resultou no embate da 25 de Mayo contra a Fragata Niterói


comandada por James Norton.

Os navios argentinos, ao cair da noite, com grandes avarias se retiraram dando fim a
esse embate.

William Brow planejou capturar a Fragata Niterói, porém enganados pela noite,
abordaram a Fragata Imperatriz, e foram repelidos pelo comandante brasileiro Luis
Barroso Pereira, que morreu neste combate.
O combate no Banco de Ortiz

Perseguição brasileira a esquadra de Brown que tentava escapar do bloqueio naval, rumou para
os Banco de Ortiz para fazer a esquadra brasileira encalhar nos bancos de areia e tornarem-se
alvos imóveis.

No entanto, a 25 de Mayo foi a primeira a encalhar, seguida pela Niterói, o que resultou num
duelo de artilharias que acabou com grandes perdas para ambos os lados.

IMPORTANTE: Esse combate mostrou que os bancos de areia no estuário do Rio da Prata
representava grande perigo para a esquadras em luta.
As 4 divisões da Força Naval Brasileira

Devido ao insucesso do comandante Rodrigo Logo em manter o bloqueio naval, ele fora
substituído pelo Almirante Rodrigo Pinto Guedes, que dividiu as forças navais em 4 divisões.

1ª Divisão: Os navios maiores e mais poderosos formariam a Linha Externa do Bloqueio.

2ª Divisão: Navios mais leves, manobreiros e numerosos, operariam no interior do


estuário, realizando rigoroso bloqueio naval entre Sacramento, Buenos Aires e Enseada
Barregã.
Capitaneada pela Fragata Niterói, tinha o objetivo de isolar a esquadra argentina no
seu porto e impedir o abastecimento por mar de Buenos Aires.

3ª Divisão: Navios pequenos de navegação fluvial, defenderiam Sacramento e


patrulhariam os rios Uruguai, Paraná e Negro.
Missão de impedir o abastecimento das tropas de Lavalejja e os argentinos.

4ª Divisão: Formada por navios em reparo, foi mantida em montevideu e atuaria como
força de reserva.
O combate de Lara-Quielmes
Foi a última tentativa da esquadra argentina de destruir os navio de 2ª Divisão da esquadra
imperial e desmantelar o bloqueio naval em torno de Bueno Aires.

Resultou em novo embate da Fragata 25 de Mayo contra a Niteró e marcou a derrota do


comandante William Brown
O combate de Juncal

Após a vitória expressiva no combate de Lara-Quielmes, a 3ª divisão


viria a ser derrotada no combate de Juncal.

A 3ª divisão auxiliava as tropas de terra subindo o rio Uruguai,


foram atacados e ficaram presos no rio a espera de ajuda, a
divisão auxiliadora.

No entanto, a divisão não chegou devido aos bancos de areia que


impediram a navegação de seus navio de grande porte, o que
resultou na derrota da 3ª divisão para a esquadra argentina.

O combate de Monte Santiago

Foi o último grande embate entre a esquadra brasileira e a esquadra argentina, a 2ª divisão
reforçada com as demais, fustigou os navios argentinos com seus canhões que encurralados
entre as forças brasileiras e os bancos de areia, foram destroçados.
Foi o golpe final a esquadra argentina e demonstração que o bloqueio naval organizado pelo
Almirante Rodrigo Pinto Guedes (4 divisões) foi efetivo.
Após a derrota neste combate, os argentinos ratificaram a opção pela guerra de corso.
DESFECHO DA GUERRA DA CISPLATINA

Devido a indefinição dos combates terrestres e esgotamento econômico


militar de ambos os lados, o Brasil aceitou mediação da Grã-Bretanha
para o fim da guerra.

CONVENÇÃO PRELIMINAR DE PAZ: Assinada pelo Império do Brasil e


as Províncias Unidas do Prata, estipulou a renuncia de ambos os lados
pela Banda Oriental, resultando na sua independência, vindo a se
tornar a República Oriental do Uruguai.

GUERRA CONTRA ORIBE E ROSAS

CONTEXTO: Mesmo com o fima da guerra da Cisplatina, as lideranças argentinas


continuavam a pretender restituir o mando de Buenos Aires sobre o território recém-
independente do Uruguai, querendo anexar o Uruguai ao território argentino.

Líderes do projeto de anexação do Uruguai a Argentina: Juan Emanuel de Rosas,


liderança máxima da confederação argentina, e Manuel Oribe líder do partido de
oposição ao governo uruguaio (Partido Blanco).

O Império do Brasil apoiou o governo do Uruguai e era contra a anexação do seu território
a Argentina.

Empregou uma Força Naval comanda pelo Chefe-de-Esquadra John Pascoe Grenfell
e atuaria em conjunto com o exército.

CONTRA ORIBE: Com a intervenção terrestre, as tropas que cercavam Montevideu foram
derrotadas e a esquadra brasileira, disposta no rio da prata, impediu que as tropas
vencidas pudessem evacuar para a margem direita do lado argentino.

Oribe e suas tropas foram derrotados e o Uruguai pacificado.

CONTRA ROSAS: A marinha transportou tropas aliadas pelo Rio Paraná até a localidade de
Diamante, para ali desembarcá-las.

A Força Naval, composta por 4 navios a vapor e 3 a vela, tinham como obstáculo o
Passo do Tonelero, uma passagem estreita nas proximidades da Barranca Acevedo,
fortemente artilhada e guarnecida.

PASSO DO TONELEIRO: Grenfell utilizou os navio a vapor, mais rápidos e manobreiros,


para rebocar os navios a vela que eram mais artilhados, e assim venceu a passagem
estreira do Tonelero.
IMPORTANTE: Foi a única operação ofensiva
realizada pela Marinha Imperial nesse conflito.

FATO IMPORTANTE: Foi o primeiro conflito


externo no qual a Marinha Imperial empregou
navios a vapor.

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