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HISTÓRIA E TRADIÇÕES NAVAIS -HTN

SO-OR J.CLAUDIO
HTN- A MARINHA DO BRASIL
3.1 – A INDEPENDÊNCIA E O
SURGIMENTO DA MARINHA DO
BRASIL
A destruição da esquadra franco-
espanhola na Batalha de Trafalgar (1805),
pelo Almirante Nelson, afastou
definitivamente o risco de invasão das
Ilhas Britânicas.
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3.1 – A INDEPENDÊNCIA E O
SURGIMENTO DA MARINHA DO
BRASIL
Com a derrota no mar, só restou a
Napoleão a guerra econômica, sendo
declarado o Blo-queio Continental, que
proibia o comércio dos reinos europeus
com a Inglaterra.
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3.1 – A INDEPENDÊNCIA E O SURGIMENTO DA
MARINHA DO BRASIL

Foi seu descumprimento por Portugal


que levou Napoleão a invadir esse país.
Em consequência, o príncipe regente D.
João resolveu transferir a corte
portuguesa para as colônias portuguesas
na América do Sul, que eram chamadas
genericamente de Brasil.
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3.1 – A INDEPENDÊNCIA E O SURGIMENTO DA MARINHA DO BRASIL

Entretanto, a política portuguesa sempre foi a de


manter as províncias de sua colônia divi-didas,
isoladas e dependentes de Portugal, como parte do
sistema mercantilista chamado “Pacto Colonial”,
em que cada província não podia produzir nada
para consumo próprio, devendo importar tudo o
que precisasse e exportar sua produção de
matérias primas exclu-sivamente para a
metrópole.
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3.1 – A INDEPENDÊNCIA E O SURGIMENTO DA MARINHA
DO BRASIL
Para tanto, contribuíam fatores
geográficos, como a grande distância
existente entre os núcleos de povoamento,
e sociais, tais como a inexistência de
universidades fora de alguns mosteiros e a
proibição da publicação de jornais e
importação de livros.
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3.1 – A INDEPENDÊNCIA E O SURGIMENTO DA MARINHA
DO BRASIL
Para tanto, contribuíam fatores
geográficos, como a grande distância
existente entre os núcleos de povoamento,
e sociais, tais como a inexistência de
universidades fora de alguns mosteiros e a
proibição da publicação de jornais e
importação de livros.
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3.1 – A INDEPENDÊNCIA E O SURGIMENTO DA
MARINHA DO BRASIL
A vinda da Corte e as diversas medidas que se
seguiram, tais como a abertura dos portos às
nações amigas (basicamente a Inglaterra), a
criação de uma estrutura civil burocrática de
governo e a fundação de jornais foram
fundamentais para a independência do Brasil. O
ato final de semi-autonomia foi a elevação do
Brasil à categoria de Reino Unido com Portugal
e Algarve (1815).
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3.1 – A INDEPENDÊNCIA E O SURGIMENTO DA
MARINHA DO BRASIL
Após a expulsão das tropas francesas de
Portugal e a derrota final de Napoleão, D.
João VI permaneceu no Brasil. Sua demora
em retornar à metrópole contribuiu para a
eclosão de uma revolução liberal em
Portugal, iniciada na cidade do Porto
(1820), que visava subor-dinar o regime
monárquico português a uma constituição.
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3.1 – A INDEPENDÊNCIA E O SURGIMENTO
DA MARINHA DO BRASIL
Para isso, foi eleita uma Assembléia
Constituinte (chamada de “Cortes”), que
logo exigiram o retorno de D. João VI a
Lisboa (04/1821). D. Pedro de
Alcântara, primogênito de D. João VI,
permaneceu no Rio de Janeiro como
regente do Brasil em nome de seu pai.
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3.1 – A INDEPENDÊNCIA E O SURGIMENTO DA
MARINHA DO BRASIL
Apesar de liberal, o novo governo português
adotou uma política reacionária para o Brasil,
intencionando seu retorno à condição de
colônia com a restauração do Pacto Colonial.
Seu primeiro passo foi a criação de “Juntas de
Governo” nas províncias, subordinadas direta-
mente às Cortes em Portugal, visando assim
tirar o poder do regente no Rio de Janeiro.
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3.1 – A INDEPENDÊNCIA E O SURGIMENTO DA
MARINHA DO BRASIL
O ato seguinte foi ordenar que D.
Pedro também retornasse para
Portugal, fato que levou um grupo de
influentes luso-brasileiros, liderados
por José Bonifácio de Andrada e
Silva, a in-centivar D. Pedro a
enfrentar as Cortes.
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3.1 – A INDEPENDÊNCIA E O SURGIMENTO DA MARINHA
DO BRASIL
O primeiro ato de desafio foi a decisão de ficar
no Brasil (“Dia do Fico” - 09/01/1822),
seguido pela proibição de que mais tropas
portuguesas desembarcassem no Rio de
Janeiro. A reação inicial portuguesa foi
conduzida pelas tropas acantonadas no Rio de
Janeiro, mas estas foram controladas e expulsas
por D. Pedro, gra-ças ao apoio de milícias
locais.
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3.1 – A INDEPENDÊNCIA E O SURGIMENTO DA
MARINHA DO BRASIL
Houve reação de forças contrárias à eman-
cipação, principalmente grupos relacionados
às Juntas de Governo, que possuíam interes-
ses econômicos mais ligados a Portugal do
que ao Rio de Janeiro e que contaram com o
apoio das tropas portuguesas estacionadas
em suas províncias, tais como o Grão-Pará,
Ma-ranhão, Cisplatina e Bahia.
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3.1 – A INDEPENDÊNCIA E O SURGIMENTO DA
MARINHA DO BRASIL
Na Bahia, a resistência era constituída por uma
guarnição mili-tar com seis mil soldados,
comandados pelo General Madeira de Melo,
apoiados por uma forte esquadra.
O Brasil do século XIX não possuía meios
efetivos para comunicação interna entre as pro-
víncias, dependendo inteiramente do mar.
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3.1 – A INDEPENDÊNCIA E O
SURGIMENTO DA MARINHA DO
BRASIL
Na prática, o Brasil corria o risco
de se fragmentar numa série de
pequenas nações, como aconteceu
com as colônias espanholas da
América entre 1810 e 1825.
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3.1 – A INDEPENDÊNCIA E O SURGIMENTO DA
MARINHA DO BRASIL
3.1.1 – A Marinha do Brasil no Império
A Marinha do Brasil nasceu com a independência e
seu grande artífice foi José Bonifácio, com o apoio
de Felisberto Caldeira Brant, agindo na Inglaterra.
No Rio de Janeiro havia poucos navios e absoluta
falta de pessoal marítimo com experiência de
combate, pois a profissão era proibida aos
brasileiros e questionava-se a lealdade dos
portugueses que decidiram permanecer no Brasil
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3.1 – A INDEPENDÊNCIA E O SURGIMENTO DA
MARINHA DO BRASIL
3.1.1 – A Marinha do Brasil no Império
A Marinha do Brasil nasceu com a independência e
seu grande artífice foi José Bonifácio, com o apoio
de Felisberto Caldeira Brant, agindo na Inglaterra.
No Rio de Janeiro havia poucos navios e absoluta
falta de pessoal marítimo com experiência de
combate, pois a profissão era proibida aos
brasileiros e questionava-se a lealdade dos
portugueses que decidiram permanecer no Brasil
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3.1 – A INDEPENDÊNCIA E O SURGIMENTO DA
MARINHA DO BRASIL
3.1.1 – A Marinha do Brasil no Império
Alguns navios foram reparados e outros
comprados com subscrição pública, mas foi
necessário contratar estrangeiros, em
grande parte britânicos, ociosos com o fim
das guerras napoleônicas. Ressaltam-se o
Almirante Thomas Cochrane, John Taylor e
John Pascoe Grenfell
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3.1 – A INDEPENDÊNCIA E O
SURGIMENTO DA MARINHA DO BRASIL
3.1.1 – A Marinha do Brasil no Império
Os políticos compreenderam a necessidade de
uma marinha de guerra e a população aderiu
prontamente à solução marítima para o
problema da integridade nacional.
As tarefas que cabiam a esse conjunto de navios
de guerra, nossa primeira Esquadra, foram:
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3.1 – A INDEPENDÊNCIA E O
SURGIMENTO DA MARINHA DO BRASIL
3.1.1 – A Marinha do Brasil no Império
a) Estabelecer o bloqueio naval;
b) Sustentar a facção nacional junto aos
núcleos de resistência à independência; e
c) Destruir ou neutralizar as forças
navais portuguesas ainda no Brasil.
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3.1 – A INDEPENDÊNCIA E O SURGIMENTO DA
MARINHA DO BRASIL
3.1.1 – A Marinha do Brasil no Império
Contudo, antes que o Almirante Cochrane assumisse
o comando da Esquadra, a Marinha já combatia as
forças portuguesas na Baía de Todos os Santos, onde
o Segundo-Tenente João Francisco de Oliveira
Bottas (conhecido como “João das Botas”) organizou
e armou uma flotilha com pequenas embarcações do
recôncavo, protegendo a ilha de Itaparica e atacando
os comboios de suprimentos portugueses.
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3.1 – A INDEPENDÊNCIA E O SURGIMENTO DA
MARINHA DO BRASIL
3.1.1 – A Marinha do Brasil no Império
Após assumir o comando da Esquadra, Cochrane
partiu para bloquear Salvador. Informados de sua
chegada, os portugueses saíram para lhe dar
combate (04/05/1823). Apesar de conseguir
romper a formação adversária, Cochrane não
pôde derrotá-los, pois teve que lidar com atos de
sabotagem realizados por alguns marujos
portugueses a bordo dos navios brasileiros.
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3.1 – A INDEPENDÊNCIA E O SURGIMENTO DA MARINHA DO BRASIL
3.1.1 – A Marinha do Brasil no Império
Os portugueses não souberam aproveitar sua vantagem
numérica e voltaram para a baía, permitindo que
Cochrane lhes fizesse o bloqueio. Completamente
cercados, só restou aos portugueses a fuga, sendo
perseguidos pelos brasileiros até que não oferecessem
mais perigo e realizando diversos apresamentos. A
Fragata “Niterói”, comandada por Taylor seguiu-os até
o Tejo, tendo a bordo o jovem Joaquim Marques
Lisboa, futuro Marquês de Tamandaré.
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3.1 – A INDEPENDÊNCIA E O SURGIMENTO DA
MARINHA DO BRASIL
3.1.1 – A Marinha do Brasil no Império
As províncias do Maranhão e do Grão-Pará
se mantinham fiéis às Cortes portuguesas
devido aos seus interesses econômicos. A
resistência se concentrava nas capitais das
províncias, São Luís e Belém, bastando a
presença de alguns navios para forçar a
rendição dos portugueses e sua repatriação.
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3.1 – A INDEPENDÊNCIA E O SURGIMENTO DA
MARINHA DO BRASIL
3.1.1 – A Marinha do Brasil no Império
A pressão militar exercida pela presença da
Nau “Pedro I” em São Luís, com o Almirante
Cochrane a bordo, e do Brigue “Maranhão”
comandado por Grenfell, agindo na província
do Grão-Pará, foram o suficiente para
conseguir a adesão destas províncias ao
Império.
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3.1 – A INDEPENDÊNCIA E O SURGIMENTO DA
MARINHA DO BRASIL
3.1.1 – A Marinha do Brasil no Império
Na Cisplatina, as forças portuguesas estavam
concentradas em Montevidéu, que estava
cercada e submetida a rigoroso bloqueio naval.
Sem conseguir romper o bloqueio, que se
tornava cada vez mais forte pela chegada dos
novos navios que iam sendo obtidos pelo
governo central, restou aos portugueses negociar
sua rendição e retornar a Portugal.
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3.1 – A INDEPENDÊNCIA E O SURGIMENTO DA
MARINHA DO BRASIL
3.1.1 – A Marinha do Brasil no Império
Na Cisplatina, as forças portuguesas estavam
concentradas em Montevidéu, que estava
cercada e submetida a rigoroso bloqueio naval.
Sem conseguir romper o bloqueio, que se
tornava cada vez mais forte pela chegada dos
novos navios que iam sendo obtidos pelo
governo central, restou aos portugueses negociar
sua rendição e retornar a Portugal.
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3.1 – A INDEPENDÊNCIA E O SURGIMENTO DA MARINHA DO BRASIL
3.1.1 – A Marinha do Brasil no Império
É incontestável que a Marinha do Brasil foi
imprescindível para a consolidação da nossa
independência, sendo fator básico de integração
nacional ao reforçar o poder do governo central. Um
bom exemplo dessa afirmação foi a participação da
Esquadra no combate à Confederação do Equador
(1824), na Guerra Cisplatina (1825 a 1828) e nos
conflitos internos do período da Regência, após a
renúncia de D. Pedro I em 1831.
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3.1 – A INDEPENDÊNCIA E O SURGIMENTO DA MARINHA DO BRASIL
3.1.2 -A Política Externa do Brasil Império
Observando a América luso-espanhola, notamos que o
Tratado de Tordesilhas não impediu o avanço
português na área do Rio da Prata. As nações que
sucederam às colônias de Espanha e Portugal herdaram
essas questões de limites. Desde sua independência,
em 1810, que Buenos Aires buscava reconstituir o
antigo Vice-Reinado do Prata (correspondendo a
reunião dos territórios da Argentina, Paraguai, Uruguai
e partes da Bolívia), constituindo-se em séria ameaça à
segurança do Brasil.
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3.1 – A INDEPENDÊNCIA E O SURGIMENTO DA MARINHA DO
BRASIL
3.1.2.1 – Guerra da Cisplatina

O propósito do governo das Províncias Unidas do


Rio da Prata (primeiro nome ofi-cial da
Argentina) em apoiar os nacionalistas uruguaios
de Juan Antônio Lavalleja era expulsar os
brasileiros e, depois, incorporar a Cisplatina. O
controle do Estuário da Prata era essencial para o
resultado da guerra, levando a vários combates
entre brasileiros e argentinos, estes liderados pelo
Almirante William Brown, irlandês.
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3.1 – A INDEPENDÊNCIA E O
SURGIMENTO DA MARINHA DO BRASIL
3.1.2.1 – Guerra da Cisplatina
Apesar de mais fraca, a marinha argentina soube
tirar proveito da hidrografia local, mas a vitória
brasileira em Monte Santiago eliminou-a como
poder combatente, restando-lhe o corso. Durante
todo o conflito, as Províncias Unidas do Rio da
Prata armaram diversos corsários, que trouxeram
muitos prejuízos ao nosso comércio marítimo.
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3.1 – A INDEPENDÊNCIA E O SURGIMENTO DA
MARINHA DO BRASIL
3.1.2.1 – Guerra da Cisplatina

Juntamente com o bloqueio naval


no Rio da Prata, a Marinha do
Brasil precisou vigiar as extensas
águas territoriais brasileiras e
defender nosso comércio marítimo
da ação dos corsários.
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3.1 – A INDEPENDÊNCIA E O SURGIMENTO DA MARINHA
DO BRASIL
3.1.2.1 – Guerra da Cisplatina
Os altos custos da guerra para ambos os
países, somados à intermediação inglesa,
levaram ao reconhecimento da independência
da República Oriental do Uruguai
(27/08/1828), mas o Tratado de Montevidéu
também reconheceu a soberania brasi-leira
sobre o território das Missões Orientais, em
disputa desde 1750.
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3.1 – A INDEPENDÊNCIA E O
SURGIMENTO DA MARINHA DO BRASIL
3.1.2.1 – Guerra da Cisplatina
Após o término da Campanha Cisplatina, a
manutenção da independência das repúblicas do
Uruguai e do Paraguai tornou-se um interesse
vital para o Brasil. Isso visava o equilíbrio
político com a Argentina e a livre navegação na
bacia do rio Paraná, para o acesso mais fácil à
província do Mato Grosso.
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3.1 – A INDEPENDÊNCIA E O SURGIMENTO DA
MARINHA DO BRASIL
3.1.2.2 – Guerra contra Oribe e Rosas
O projeto de anexação do Uruguai ao
território argentino permaneceu ativo,
encon-trando novos executores em Juan
Manuel Rosas, liderança máxima da
Confederação Argentina e em Manuel
Oribe, líder do Partido Blanco uruguaio.
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3.1 – A INDEPENDÊNCIA E O SURGIMENTO DA MARINHA
DO BRASIL
3.1.2.2 – Guerra contra Oribe e Rosas

Nesse contexto, em 1851, o Brasil


fez aliança com o oposicionista de
Rosas, o governador da província
argentina de Entre Rios, José de
Urquiza, contra as forças de Oribe e
Rosas.
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3.1 – A INDEPENDÊNCIA E O SURGIMENTO DA MARINHA DO BRASIL
3.1.2.2 – Guerra contra Oribe e Rosas

A guerra terminou com a vitória de Urquiza na


Batalha de Caseros, após o posicionamento de
tropas realizado pela esquadra brasileira,
graças à Passagem de Tonelero (17/12/1851).
A força brasileira, composta de quatro navios
de propulsão mista e três navios a vela, tinha
como obstáculo uma fortificação guarnecida
por várias peças de artilharia.
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3.1 – A INDEPENDÊNCIA E O SURGIMENTO DA MARINHA DO BRASIL
3.1.2.2 – Guerra contra Oribe e Rosas

Devido a largura do rio, os navios


brasileiros deveriam passar próximo
a margem, dentro do alcance do
armamento inimigo. A solução do
Almirante Grenfell foi o emprego
conjunto dos navios a vela e vapor.
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3.1 – A INDEPENDÊNCIA E O SURGIMENTO DA MARINHA DO BRASIL
3.1.2.2 – Guerra contra Oribe e Rosas

Os navios a vela, mais artilhados, foram


rebocados pelos navios a vapor, que
apesar de mais rápidos e manobráveis
possuíam menor quantidade e canhões,
devido a presença das enormes rodas de
pás laterais. Vencendo Tonelero, a
transposição das tropas de Urquiza obteve
sucesso, permitindo a derrota de Rosas.
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3.1 – A INDEPENDÊNCIA E O SURGIMENTO DA MARINHA DO BRASIL
3.1.2.2 – Guerra contra Oribe e Rosas

Os navios a vela, mais artilhados, foram


rebocados pelos navios a vapor, que
apesar de mais rápidos e manobráveis
possuíam menor quantidade e canhões,
devido a presença das enormes rodas de
pás laterais. Vencendo Tonelero, a
transposição das tropas de Urquiza obteve
sucesso, permitindo a derrota de Rosas.
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3.1 – A INDEPENDÊNCIA E O SURGIMENTO DA MARINHA DO
BRASIL
3.1.2.3 – Reflexos da Revolução Industrial

O navio a vela é milenar, dependendo


apenas do vento e mantimentos para
manter raio de ação quase ilimitado.
Todo o espaço de bordo podia ser
aproveitado para carga, exceto apenas o
que fosse utilizado pela tripulação e
armamento, no caso de navios de guerra.
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3.1 – A INDEPENDÊNCIA E O SURGIMENTO DA MARINHA DO BRASIL
3.1.2.3 – Reflexos da Revolução Industrial

O surgimento da máquina a vapor mudou


esse quadro definitivamente. Apesar do
espaço utilizado pelas máquinas e pelo
combustível, inicialmente a lenha e depois
o carvão mineral, lentamente a trilogia
vapor, carvão e aço passaria a dominar a
atividade marítima, começando com o
transporte de passageiros
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3.1 – A INDEPENDÊNCIA E O SURGIMENTO DA MARINHA DO BRASIL
3.1.2.3 – Reflexos da Revolução Industrial

Como exemplos, temos Robert Fulton


que realizou a subida do rio Hudson
em 32 horas, com o navio a vapor
“Clermont” (1807) e o Marquês de
Barbacena (Caldeira Brant), que
estabeleceu uma linha regular a vapor
no recôncavo baiano (1826).
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3.1 – A INDEPENDÊNCIA E O SURGIMENTO DA MARINHA DO BRASIL
3.1.2.3 – Reflexos da Revolução Industrial

Inicialmente, o transporte fluvial a


vapor prosperou mais na América
do que na Europa, uma vez que a
Europa estava cortada por estradas
que interligavam suas principais
cidades, com distâncias menores.
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3.1 – A INDEPENDÊNCIA E O SURGIMENTO DA
MARINHA DO BRASIL
3.1.2.3 – Reflexos da Revolução Industrial
Outra implicação decorrente da adoção
da propulsão a vapor foi a necessidade
de treinar e especializar a guarnição em
diferentes atividades que não eram
diretamente relacionadas ao mar, como
a mecânica.
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3.1 – A INDEPENDÊNCIA E O SURGIMENTO DA MARINHA DO
BRASIL
3.1.2.3 – Reflexos da Revolução Industrial

No caso das marinhas de guerra, além


destes fatores, existia a questão de que
sempre foram conservadoras. A marinha
inglesa, a maior de todas, havia feito
grandes investimentos em navios de
madeira e a vela durante as guerras
napoleônicas.
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3.1 – A INDEPENDÊNCIA E O SURGIMENTO DA MARINHA DO BRASIL
3.1.2.3 – Reflexos da Revolução Industrial

Além disso, o vapor trazia novas


necessidades logísticas, em função do
combustível e sobressalentes. As
máquinas eram pouco confiáveis,
exigindo a permanência da armação a
vela, e as rodas de pás laterais eram muito
vulneráveis, além de diminuírem muito o
espaço para os canhões.
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3.1 – A INDEPENDÊNCIA E O SURGIMENTO DA MARINHA DO BRASIL
3.1.2.3 – Reflexos da Revolução Industrial

A solução veio com a adoção do


hélice, inventado em 1836, em lugar
das rodas de pás, como o navio francês
“Napoleón” (1850). A vulnerabilidade
das próprias máquinas foi minimizada
quando os novos projetos passaram a
posicioná-las abaixo da linha d’água.
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3.1 – A INDEPENDÊNCIA E O SURGIMENTO DA MARINHA DO BRASIL
3.1.2.3 – Reflexos da Revolução Industrial

O passo seguinte foi a adoção de placas de


ferro nos cascos, acima da linha d’água, o que
melhorou a proteção contra o ataque da
artilharia inimiga. A Guerra da Criméia (1853-
1856) é considerada o conflito precursor no
emprego da tecnologia decorrente da
Revolução Industrial, devido ao uso do
telégrafo, estradas de ferro, munição explosiva
(granadas de artilharia) e couraça.
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3.1 – A INDEPENDÊNCIA E O SURGIMENTO DA MARINHA DO BRASIL
3.1.2.3 – Reflexos da Revolução Industrial

O uso de munição explosiva no combate


naval em Sinope (Criméia, 1853) decretou
o fim dos cascos de madeira para os
estrategistas navais. As chatas artilhadas
protegidas por couraça, usadas pelos
franceses no ataque às fortalezas russas,
mostrou o caminho a seguir, levando o
surgimento dos navios encouraçados.
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3.1 – A INDEPENDÊNCIA E O SURGIMENTO DA MARINHA DO BRASIL
3.1.2.3 – Reflexos da Revolução Industrial

Inicialmente, os cascos de madeira foram


recobertos com placas de ferro (“Gloire” -
1859), mas logo surgiram os cascos feitos
de ferro (“Warrior” - 1861) e, depois, de
aço, com o barateamento do produto a
partir da invenção do processo Bessemer
de redução de impurezas pela oxidação do
carbono.
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3.1 – A INDEPENDÊNCIA E O SURGIMENTO DA MARINHA DO
BRASIL
3.1.2.3 – Reflexos da Revolução Industrial
A Batalha de Hampton Roads (1862), na
Guerra Civil Americana, foi um marco devido
ao combate entre o encouraçado “Merrimac”,
dos Confederados, e o encouraçado “Monitor”,
da União, com resultado indeciso. O
“Monitor” veio a consagrar o uso de um
número menor de canhões, de maior calibre,
em torres giratórias.
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3.1 – A INDEPENDÊNCIA E O SURGIMENTO DA MARINHA DO BRASIL
3.1.2.3 – Reflexos da Revolução Industrial

O Brasil nasceu como país


exportador de matérias-primas,
sem indústria própria significativa.
A Revolução Industrial só fez
aumentar nossa defasagem em
relação aos países desenvolvidos.
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3.1 – A INDEPENDÊNCIA E O SURGIMENTO DA MARINHA DO BRASIL
3.1.2.3 – Reflexos da Revolução Industrial

Em relação à Marinha, o principal problema,


além da falta de domínio da tecnologia, era a
falta de combustível, decorrente do
desconhecimento de jazidas significativas de
carvão mineral. A inexistência de um parque
industrial nacional nos tornava, quase
totalmente, dependentes do fornecimento de
bens e produtos dos países industrializados da
Europa.
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3.1 – A INDEPENDÊNCIA E O SURGIMENTO DA MARINHA DO BRASIL
3.1.2.3 – Reflexos da Revolução Industrial

Em relação à Marinha, o principal problema,


além da falta de domínio da tecnologia, era a
falta de combustível, decorrente do
desconhecimento de jazidas significativas de
carvão mineral. A inexistência de um parque
industrial nacional nos tornava, quase
totalmente, dependentes do fornecimento de
bens e produtos dos países industrializados da
Europa.
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3.1 – A INDEPENDÊNCIA E O SURGIMENTO DA MARINHA DO BRASIL
3.1.2.4 – A Guerra da Tríplice Aliança

A Guerra da Tríplice Aliança contra o Paraguai (1864-


1870) foi o maior conflito militar na América do Sul. O
Paraguai havia sido parte do Vice-Reinado do Prata e
sua independência era apoiada pelo Brasil contra as
tentativas de anexação pela Confederação Argentina.
Francisco Solano López iniciou uma política externa
mais atuante que seus antecessores (1862), se aliando
ao argentino Urquiza (governador da Província de Entre
Rios) e ao uruguaio Aguirre (Partido Blanco), visando
garantir o escoamento de sua produção, ante a pressão
de Bartolomeu Mitre (Buenos Aires) .
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3.1 – A INDEPENDÊNCIA E O SURGIMENTO DA MARINHA DO BRASIL
3.1.2.4 – A Guerra da Tríplice Aliança

O envolvimento brasileiro na política interna


uruguaia (1864), em apoio Venâncio Flores
(Partido Colorado), levou López a se
considerar ameaçado e declarar guerra ao
Brasil, invadindo o Mato Grosso. López
enviou forte exército ao Uruguai, mas como
não obteve permissão do presidente argentino,
Bartolomeu Mitre, para cruzar o território
argentino.
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3.1 – A INDEPENDÊNCIA E O SURGIMENTO DA MARINHA DO BRASIL
3.1.2.4 – A Guerra da Tríplice Aliança

Decidiu também invadir esse país,


avançando até Uru-guaiana (RS). Estavam
criadas as condições para a formação de
uma tríplice aliança contra Solano López.
No início da guerra, a Esquadra brasileira
dispunha de 45 navios armados, sendo 33
de propulsão mista, a vela e a vapor.
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3.1 – A INDEPENDÊNCIA E O SURGIMENTO DA MARINHA DO BRASIL
3.1.2.4 – A Guerra da Tríplice Aliança

A propulsão a vapor seria essencial


para operar nos rios da região, mas os
navios brasileiros eram adequados
para operar no mar e não nos rios do
teatro de operações, devido ao seu
calado. A possibilidade de encalhar
era um perigo constante.
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3.1 – A INDEPENDÊNCIA E O SURGIMENTO DA MARINHA DO BRASIL
3.1.2.4 – A Guerra da Tríplice Aliança

Além disso, os navios brasileiros


possuíam casco de madeira, sendo
muito vulneráveis à artilharia de
terra, posicionada nas margens.
Essas características obrigaram o
Brasil a obter, rapidamente, navios
encouraçados com pequeno calado.
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3.1 – A INDEPENDÊNCIA E O SURGIMENTO DA MARINHA DO
BRASIL
3.1.2.4 – A Guerra da Tríplice Aliança

A missão da nossa marinha seria, mais


uma vez, o bloqueio naval e o apoio
logístico às forças de terra.
Posteriormente, quando o território
paraguaio fosse invadido, seria muito
importante o apoio de fogo contra as
fortalezas do rio Paraguai.
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3.1 – A INDEPENDÊNCIA E O SURGIMENTO DA MARINHA DO
BRASIL
3.1.2.4 – A Guerra da Tríplice Aliança
Na Batalha Naval do Riachuelo (11/06/1865),
data magna da Marinha do Brasil, só foi
utilizado o vapor, mesmo havendo navios de
propulsão mista. Os fatores da importância desta
batalha foram a inversão da iniciativa na guerra
e o controle dos rios, principais artérias do teatro
de operações de guerra, garantindo seu uso pelos
aliados e negando-o aos paraguaios (bloqueio).
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3.1.2.4 – A Guerra da Tríplice Aliança

Nesta batalha, a força naval


brasileira, comandada pelo Almirante
Manuel Barroso da Silva, estava
fundeada no Rio Paraná, próximo à
Cidade de Corrientes, na noite de 10
para 11 de junho de 1865.
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O plano paraguaio era surpreender os


navios brasileiros na alvorada do dia 11
de junho, abordá-los e rebocá-los para
Humaitá, após a vitória. Para aumentar
o poder de fogo, a força naval
paraguaia, comandada pelo Capitão-de-
Fragata Pedro Ignácio Mezza, rebocava
seis chatas com canhões.
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A Ponta de Santa Catalina,


próxima à foz do Riachuelo, foi
artilhada pelos paraguaios. Havia,
também, tropas de infantaria
posicionadas para atirar sobre os
navios brasileiros que
escapassem.
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A Ponta de Santa Catalina,


próxima à foz do Riachuelo, foi
artilhada pelos paraguaios. Havia,
também, tropas de infantaria
posicionadas para atirar sobre os
navios brasileiros que
escapassem.
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No dia 11 de junho,
aproximadamente às 9 horas, a
força naval brasileira avistou os
navios paraguaios descendo o rio e
se preparou para o combate.
Mezza se atrasara e desistiu de
iniciar a batalha com a abordagem.
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Após uma primeira troca de tiros


de artilharia, a força paraguaia
passou pela brasileira, ainda
imobilizada, e foi se abrigar
junto à foz do Riachuelo, onde
ficou aguardando.
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Após suspender, a força naval


brasileira desceu o rio, perseguindo os
paraguaios, e avistou-os parados nas
proximidades da foz do Riachuelo.
Desconhecendo que a margem estava
artilhada, Barroso deteve sua capitânia,
a Fragata Amazonas, para cortar
possível fuga dos paraguaios.
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Com sua manobra inesperada, alguns dos


navios retrocederam, e o Jequitinhonha
encalhou em frente às baterias de Santa
Catalina. O primeiro navio da linha, o
Belmonte, passou por Riachuelo separado
dos outros, sofrendo o fogo concentrado
do inimigo e, após passar, encalhou
propositadamente para não afundar.
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Corrigindo sua manobra, o Almirante


Barroso assumiu a vanguarda dos
outros navios brasileiros e efetuou a
passagem, combatendo a artilharia
da margem, os navios e a chatas, sob
a fuzilaria das tropas paraguaias que
atiravam das barrancas.
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Completou-se assim, aproximadamente às 12


horas, a primeira fase da Batalha. Até então, o
resultado era altamente insatisfatório para o
Brasil: o Belmonte fora de ação, o Jequitinhonha
encalhado para sempre e o Parnaíba, com avaria
no leme, sendo abordado e dominado pelo
inimigo, apesar da resistência heroica dos
brasileiros, como o Guarda-Marinha Greenhalgh
e o Marinheiro Marcílio Dias, que lutaram até a
morte.
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Então, Barroso decidiu regressar. Desceu o


rio, fez a volta com os seis navios res-tantes
e, logo depois, estava novamente em
Riachuelo. Tirando vantagem do porte da
Amazonas, o Almirante Barroso usou o
navio para abalroar e inutilizar três navios
paraguaios, vencendo a Batalha. Somente
quatro navios inimigos fugiram,
perseguidos pelos brasileiros.
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3.1.2.4 – A Guerra da Tríplice Aliança

Antes do pôr do sol de 11 de junho, a


vitória era brasileira. A Esquadra
paraguaia fora praticamente aniquilada
e não teria mais participação relevante
no conflito. Estava, também, garantido
o bloqueio que impediria que o Paraguai
recebesse armamentos do exterior.
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3.1.2.4 – A Guerra da Tríplice Aliança

Após a invasão do território paraguaio, o


avanço por terra dependia do apoio
logístico fluvial, mas a navegação no rio
Paraguai era bloqueada pelas fortalezas
em suas margens. Em março de 1866, já
estavam disponíveis nove navios
encouraçados, inclusive três construídos
no Brasil: os encouraçados “Tamandaré”,
“Barroso” e “Rio de Janeiro”.
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3.1.2.4 – A Guerra da Tríplice Aliança

A reação da artilharia paraguaia ceifou


vidas preciosas, como a do Capitão
Tenente Mariz e Barros, comandante
do “Tamandaré”. Durante o
bombardeio a Curuzu (09/1866), o
encouraçado Rio de Janeiro foi
atingido por duas minas flutuantes e
afundou.
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3.1.2.4 – A Guerra da Tríplice Aliança

A passagem das fortalezas de Curupaiti


(13/02/1868) e de Humaitá
(19/02/1868), com a força naval já sob o
comando de Inhaúma, levou ao
abandono das fortalezas e praticamente
decidiu a guerra, mas a obstinação de
Solano López fez com que ela durasse
ainda mais dois anos, até 1870.
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3.1.2.5 - Conclusões sobre a Guerra da Tríplice Aliança

Analisando pela ótica do


desenvolvimento tecnológico, as
maiores dificuldades para criarmos
uma indústria naval moderna no Brasil
foram a falta de engenheiros e
operários especializados e a
inexistência de uma indústria nacional
moderna.
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MARINHA DO BRASIL
3.1.2.5 - Conclusões sobre a Guerra da Tríplice Aliança

O Arsenal de Marinha da Corte, no


Rio de Janeiro, recebeu o pessoal
técnico (muitos estrangeiros) e os
equipamentos necessários
(importados), conseguindo fazer
frente ao desafio.
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MARINHA DO BRASIL
3.1.2.5 - Conclusões sobre a Guerra da Tríplice Aliança
Durante a Guerra da Tríplice Aliança,
chegamos a possuir 17 navios
encouraçados, sendo seis monitores.
Ainda em 1865 foi iniciada a construção
de três encouraçados, prontificados em
66. Ao final da Guerra, a MB possuía 94
navios, sendo 16 encouraçados.
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3.1.2.5 - Conclusões sobre a Guerra da Tríplice Aliança

Nunca houve tamanho desenvolvimento


relativo em nossa Marinha, que chegou
a ser a quinta maior em número de
navios encouraçados, em 1870, mas a
maioria destes era específico para
operações fluviais, não atendendo a
demanda de uma marinha oceânica,
como a Marinha do Brasil.
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3.1 – A INDEPENDÊNCIA E O SURGIMENTO
DA MARINHA DO BRASIL
3.1.2.5 - Conclusões sobre a Guerra da Tríplice
Aliança
Ficou evidente a necessidade de
sempre ser mantida uma
razoável força naval atualizada
e pronta, em benefício da
segurança do Estado.
FIM

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