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TURMA C
RIO DE JANEIRO
2021
I - INTRODUÇÃO
O presente trabalho busca analisar a obra do sul africano John Maxwell Coetzee,
responsável por desenvolver a narrativa de ficção que aborda a vida da personagem
Elizabeth Costello.
Além disso, abordar-se-á o episódio nº 6 do podcast “Abstratamente”, que trata
sobre a necessidade de reforma das disposições legais que versam sobre o direito dos
animais não humanos, bem como o Projeto de Lei nº 6.054, de 2019, que, atualmente,
segue em tramitação no Congresso Nacional.
II – DA OBRA DE COETZEE
“(…) estamos cercados por uma empresa de degradação, crueldade e morte que rivaliza
com qualquer coisa que o Terceiro Reich tenha sido capaz de fazer, que na verdade
supera o que ele fez, porque em nosso caso trata-se de uma empresa interminável, que
se auto-reproduz, trazendo incessantemente ao mundo coelhos, ratos, aves e gado com o
propósito de matá-los (COETZEE, 2002, p. 26-27)”.
Indo além, Costello critica os velhos filósofos, pois defendem que a estrutura da
filosofia é a razão e o que distingue o homem dos demais seres humanos, o que torna o
ser humano superior é sua capacidade de pensar. A razão, portanto, seria a justificativa
para a exclusão dos demais animais, uma exclusão que busca excluir o pathos (a
sensibilidade).
Costello afirma que a razão “não é a essência do universo, nem a essência de
Deus. Ao contrário, e de forma bem questionável, a razão parece ser a essência do
pensamento humano; pior ainda, a essência de apenas uma tendência do pensamento
humano” (COETZEE, 2002, p. 29). A condição humana, marcada principalmente pela
razão, isto é, pela subjetividade moral e jurídica, é o que classifica e segrega animais
não humanos, se apresentando como fundamento para o tratamento a eles dispensado.
Considera-se apenas a razão, ignorando o sofrimento.
Por considerarmos seres inferiores, escolhemos não saber o motivo pelo qual os
julgamos irracionais, o que legitima nosso poder sobre eles.
V – CONCLUSÃO
A primeira vista, pode-se parecer que o projeto de lei animais não são coisas é
de grande importância para os direitos dos animais. No entanto, causa maior
desproteção legal dos animais e grande retrocesso ao reconhecimento de direitos de
animais verificados na seara do Poder Judiciário. Muito pelo contrário, o PL não inova
no sentido protetivo, pois a jurisprudência já estava consolidada no sentido de
reconhecer a dignidade do animal e a necessidade de sua proteção, mas promove
retrocesso ao permitir práticas cruéis com animais não domésticos.
REFERÊNCIAS