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Direito dos Animais – PÓS UTP

Há 10, pouco se falava em direito Animal, o pessoal do direito torcia o nariz como quem diz
“pronto, agora estão querendo colocar o peso dos animais igual a dos humanos,onde já se
viu?”
Mas então, considerando que muita gente interpreta a vida dos animais não humanos
diferentemente da vida dos humanos, como abordar o direito animal de modo que garanta a
dignidade e direito dos animais, de modo que não se precise “colocar goela abaixo” direitos
iguais de todos.

Pq começou a se estudar o direito animal?

Justamente pq está havendo uma grande quebra de paradigma em relação a como as pessoas
estão vivendo e se relacionando.

Enquanto antigamente se falava em antropocentrismo, sendo o homem como o centro e os


demais estavam ali para servir o homem, para que o homem pudesse ter benefícios com
servinismo dos demais, a natureza que serve os seres humanos. Todo o resto, os vegetais,
recursos naturais, animais não humanos, etc.

Começou o questionamento desse paradigma... será que o homem é mesmo o centro das
atenções e a natureza está para servi-lo?

Não tira a importância do homem, mas coloca os animais como seres com importância
também, especialmente em relação a bem estar.

Rousseau, nome do iluminismo, era vegetariano. Pq os animais sentem, são seres senscientes.
Com dor, medo, sono, fome.

A evolução lenta começou a quebrar o estranhamento do inicio. Começa a haver uma ebulição
de ideias e vao evoluindo dos diálogos.

No século 20 essa ideia dos animais serem senscientes, começou a ser quebrado. Saindo do
antropocentrismo em rumo a que?

Biocentrismo. Engloba a vida no centro das atenções e discussões. A importância da vida de


todos começam a entrar em discussão no século 21.

Um aquário vertical em um hotel em Berlim explodiu. Preocupação: servilismo ornamental,


animais para servir animais. E a importância dos animais? Leitores preocupados mais com a
beleza do aquário do que com o bem estar e vida dos animais.

Porém começaram a surgir discursos diferentes... ornamento, lazer, alimento, esportes,


vitrine, cavalos nas forças armadas (pq não pode ser outro tipo de meio de locomoção?), em
zoológicos e circos... a ideia está mudando. Alguns contextos hoje é proibido!

O legislativo não mudou a prática do dia para a noite. Foi reinvindicação social para mudança
de regras.

Antropocentrismo dá espaço para o biocentrismo e especismo. Preconceito em relação a


outras espécies.
Conforme as perspectivas começaram a mudar a cerca do biocentrismo, o direito foi se
modificando junto, adicionando pautas, explorando as que já existiam, etc. mudanças na área
jurídica, pq o direito é produto social...logo se a sociedade muda, a área jurídica idem.

O animal ainda está na categoria de bens, como casa, carro e caneta.

Categorias: pessoas x bens

O biocentrismo muda essa categorização. O animal deixa de ser propriedade da pessoa, deixa
de viver para servir os donos.

Começa a abordagem da sensciencia (vem do verbo sentir)...

Antes não importava se o animal sentia medo, dor, angústia... importava que ele estava ali
para servir. O animal de abate está ali para servir, bem como o cão está ali par guardar.

Porém a noção ampla em relação a sensciencia imprime a necessidade de falarmos sobre


biocentrismo, não mais antropocentrismo.

Sensciencia reconhece que pessoas não humanas sentem e têm suas particularidades... cada
um com um comportamento e uma exigência emocional.

Não tem mais como considerar as pessoas não humanas como bem, propriedade ou objeto, e
sim como sujeito.

Sujeito = pessoa não humana,

Sujeito não é propriedade de ninguém, mesmo um filho não é propriedade pois é sujeito.

Reconhecimento de que animais são senscientes. Saem da categoria de bens e vão para
categoria de sujeito.

Dono diferente de tutor. Tutor é cuidador.

Em relação ao luto... não é mais entregar um sacola com o corpo do animal. Tem sentimento e
cuidado. Crematório pet com cerimônia do tutor, cemitério, cuidados amplos.

E como a legislação lida com essa mudança de perspectiva?

Animais são vistos pela legislação como sujeitos de direitos.

Pessoas naturais = humanos

Só pessoa humana é capaz de direito, conforme lei 13.146

Segunda parte do código civil:

O que não é pessoa humana, é bem.

Art 936 – o dono do animal (dono vem de domínio), ressarcirá o dano por este causado.

Interpretação do direito é questão de interpretação, não é preciso estar escrito tal e qual.

Depende do momento em que a sociedade está passando, mesmo que na constituição não
esteja escrito. Existem reinvindicações que podem ser feitas.

União estável e casamento de pessoas de mesmo sexo não está na constituição, mesmo que
na prática isso já seja possível.
Como considerar e refletir sobre sensciencia das pessoas não humanas se não os consideram
sujeitos de direito?

No direito, aquilo que não é proibido, é permitido.

Legislação estadual e municipal não podem contrariar a legislação federal, mas...

Os tribunais começaram a englobar os animais como sujeitos de direitos considerando que não
tem algo escrito sobre isso, logo dá brecha para considerar animais como ‘pessoas’.

É comum acontecer de as pautas dos animais avançarem mais e melhor em estados e


municípios do que em órgãos federais, logo o legislativo estadual e municipal consegue
abranger melhor os animais como pessoas não humanas e seus direitos.

Leis de Curitiba:

entende-se por maus-tratos contra animais toda e qualquer ação ou omissão da qual decorra
crueldade, abuso, imprudência, negligência, imperícia ou ato voluntário e intencional que
atente contra sua saúde e necessidades naturais, fisicas e mentais, conforme estabelecido nos
incisos abaixo:

1 - mantê-los sem abrigo ou em lugares em condições insalubres, perigosas ou inadequadas ao


seu porte e espécie ou que lhes ocasionem desconforto fisico ou mental, inclusive em razão do
uso de correntes e confinamento;

II - privá-los de necessidades básicas tais como alimento adequado a espécie e água própria ao
consumo, ou deixá-los em ambiente com temperatura, luminosidade e ventilação
incompatíveis com as suas necessidades:

II lesar ou agredir os animais. seja por espancamento, apidação, por instrumentos cortantes,
contundentes, por substancias químicas. escaldantes, tóxicas. por fogo ou outros.

sujeitando os a qualquer experiência que infrinia a Lei Federal n° 11 794 de 08 de outubro de

2000, prática ou atividade capaz de causar lhes sofrimento, dano fisico ou mental ou morte;

- promover distúrbio psicológico e comportamental;

Embora a legislação federal ainda não seja explicita em relação aos animais, a municipal e
estadual já esta bem avnçada, pois falam de sensciencia, comportamento, bem estar físico e
mental, além dos cuidados básicos.

Quando começam a falar sobre sujeito, a reflexão fica também em relação a compra e venda
de animais. “bem tratado” durante a reprodução é suficiente?

A raiz da ideia é em relação ao questionamento do comércio.

Pq não se pode vender crianças também?

O questionamento se inicia na reflexão, pq se vende? Como determinar preços? Pq uns valem


mais e outros menos?

NEGLIGENCIA E IMPRUDENCIA são maus tratos.

Legislações estaduais e municipais têm incorporado a sensciencia animal nas pautas para
pensar numa perspectiva menos proprietária em relação as pessoas não humanas de modo
que não os vejam como objeto de lazer do ser humano. Sim sujeitos complexos que devem ter
suas particularidades da espécie respeitadas.

Lei mais avançada em relação a lei animal.

Código de direito e bem-estar animal do estado da paraíba.

Compatibilização, preservação e harmonização do ambiente, com todos os seres, além do ser


humano. Perspectiva diferente do que é visto no federal, onde o meio ambiente deve ser
preservado PARA o ser humano.

Artigo 2: sensciencia sendo vista de forma explícita...

Meio ambiente de uso para todos... os animais precisam de dignidade e direito PARA viver em
harmonia com o meio ambiente.

Artigo 5: todo animal tem direito:

Essa lei de paraiba, o código de bem estar animal, foi pioneira (olhar para a sensciencia) na
pauta de abordar o bem estar psíquico das pessoas não humanas, os considerando sujeitos de
direitos. Sadia qualidade de vida.

Deu um salto em termos de evolução legislativa. Tratou a pessoa não humana de modo que a
sociedade vem tratando os seus animais. Vem evoluindo de acordo com a “importância” que
os animais vem tomando em relação dentro das famílias.

Conhecer melhor as leis do seu estado e município...

Quem ta realmente atento a causa animal é a melhor pessoa para abrir a pauta para reflexão
de como a transmitir um conhecimento que muitas vezes fica dentro de uma bolha, não chega
para todos.

Nem todos que fazem coisas erradas aos animais, que os causam sofrimento, estão agindo
com má fé. Em muitos casos é falta de conhecimento mesmo.

Nem sempre é uma vontade deliberada de causar algum dano ao animal, e sim agem por puro
desconhecimento. Não sabem o que aquela espécie precisa para ter um alto nível de bem
estar e consequentemente dignidade.

É o que eu sempre digo: será que para ter alto nível de bem estar, basta uma ração super
premium? Não pode falar felicidade animal porque julgar um animal de feliz ainda parece ser
muito.

De que maneira o poder judiciário tem visto algumas situações e incorporado essa nva ordem
de pensamento da sociedade.

Situações na jurisprudência, para ampliar as áreas de atuação na área criminal, mas também
tem a área civil como direito de circulação, indenização, negligência em famílias multiespécie,
etc.

Atéos laços afetivos das pessoas humanas para com as não humanas, e vice versa, começam a
ser levadas em consideração.
Tirar um animal de um local e simplesmente coloca-lo em outro faz sentido para as pessoas...
mas e para o animal? Gato territorialista, que não causa mal a ninguém, nem ao sossego,
saúde e bem estar dos envolvidos.

VIDEO NUMERO 1:

Sensciência Animal

Pilar principal: animais devem ser objetos de direito ou sujeiro de direitos?

Objetos tem a ver com mobilidade...

Sujeito de direito tem proteção legal, logo importante falarmos sobre a rede de proteção legal
dos animais. Nesses casos não tem mais exercício de poder um sujeito sobre outro. Tem
equilíbrio entre os envolvidos.

Violência na forma de criação, abate e transporte.

Objeto de direito ou sujeito de direito? Como categorizar os animais?

A lei determinou que são sujeitos. Mera opção legal.

Animais idem com critérios justos.

Autonomia e racionalidade que supostamente determina a condição de direito. Mas e os


humanos que por questão de saúde não tem? São excluídos? Não tem direitos?

Sensciencia entra como argumento filosófico para enxergarmos pessoas não humanas como
sujeitos de direitos.

Capacidade de sentir e se comportar de forma diversa de acordo com seu contexto. Muito
variável.

Ele manifesta diversas emoções e nitidamente tem individualidades. Por isso são senscientes e
sujeitos de direitos.

Sensciencia é pre requisito para se ter interesses... de acordo com os sentimentos, temos
interesses. Interesse em algo que me convém... pessoas não humanas passam a ter interesses
e garante que o jurídico lhe de proteção. Interesses reconhecidos e reguasdardos pela lei.
Merecem proteção da ordem jurídica, diferente dos objetos de direitos.

Peter singer, ética animal:

Hoje se questione não melhorar o uso do animal, ainda mantem a ideia do uso de animal.
Singer questiona esse uso do animal.

Galinha livre para colocar os ovos... ainda tem uso animal. Cade os direitos dos animais? A
ética animal propõe algo a mais.

Reflexão filosófica profunda pois entra na estrutura da sociedade...

Animais são sujetos de direitos: liberdade, vida, integridade física e psíquica.

As pessoas não humanas tbm devem ser garantidos esses 4 direitos.

Sensciencia vai além da sensibilidade... é o sentir, o avaliar o sofrimento que está passando e
de se comportar de forma diferente conforme o contexto.
Alguns tem sensibilidade mas não sensciencia... animais são sujeitos de vida.

Animais e humanos não é igualar as duas espécies pois são realmente diferentes com
INTERESSES diferentes e necessidades diferentes.

A igualdade que fala a ética animal é também olhar o animal como sujeito de vida, vida essa
que merece proteção.

O artigo traz a tona a necessidade do uso dos animais e a necessidade da proteção jurídica em
relação a vida do animal.

Aristóteles: tratado sobre os animais

Filosofifa... hierarquia entre as espécies, na qual o humano é superior pela racionalidade.

Pq os animais são inferiores e legitima o uso dos animais?

Era cristã: baixa idade média.

Pensamento cristão se baseia no pensamento aristotélico:

São thomas de aquino... justifica inferiorização das mulheres. Fala mutio sobre status das
espécies.

Categoriza hierarquias ‘naturais’ entre as espécies, não abrindo a discussão. Sempre foi assim.

Baixa idade média: ideia do antropocentrismo. Homem no centro e tudo orbita ao redor. Tudo
útil ao humano. Animal como instrumento e utilidade. Discurso que justifica isso porcausa do
antropocentrismo. Relação finalista = relacionamento para finalidade. Sem questionamento
ético da necessidade disso. Normaliza o uso dos animais para uso do homem.

Consequencialista utilitarista = representante peter singer.

Animal importa pq ele sente e sofra. Sensciencia.

Não consequencialista = tom reggar.

Não importa sensciencia.

Animal sujeito de vida já é sujeito de direitos. Proteção do ornamento jurídico.

Ele tem valor intrínseco como pessoa não humana. O fato da vida já garante que seja suejeito
de direito.

4 fundamentos da integridade.

As duas defendem animais como sujeitos de direito... mas a segunda, só a vida já basta,
independente da sensciencia.

Colonialidade: expressão vem vinculaaa essa natural subjugação.

Zoológicos são justificados pela diversão. Humano servidos pelos animais e isso já justificativa.
Zoológico pode ser educativos? Contribuem com a ciência? Ou apenas diversão?

Onde estão os estudos que comprovam que efetivamente essas estruturas ajudam nisso.
Existe necessidade?

São 3 finalidades... em tese, para que o aprisionamento seja justificado.


Jardins zoológicos: talvez seja mais cárcere do que algo que remete liberdade e beleza.

MEMBRO DA FAMILIA MULTIESPÉCIE:

Mudanças da sociedade e como ela se comporta. Mudanças são acolhidas pelo direito, pois os
animais passam a ter proteção jurídica, muito pela importância dada aos animais dentro das
famílias.

Acolhimento dos animas como membros das famílias.

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