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PATOS-PB
2019
FICHA CATALOGRÁFICA ELABORADA PELA
BIBLIOTECA DO CSRT DA UFCG
Referências.
INTRODUÇÃO
que faz o uso de animais em seus rituais, mas sim o bom senso ético,
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moral e racional para saber que isso é um crime justificado e parado por
lei por motivos religiosos. “A tradição, nesse caso, é um simples disfarce
para a maldade humana. Temos que basear nossa responsabilidade moral
nos princípios da justiça e da compaixão, e não nos escondermos atrás da
tradição e nos acomodarmos com os valores que nos são familiares”
(CHUAHY, 2009. pag.108).
Art. 2º
I- Privá-los de necessidades básicas tais como
alimento adequado á espécie e agua.
V- Forçar a trabalhos excessivos ou superiores
as suas condições e a todo ato que resulte em
sofrimento, para deles obter esforços ou
comportamento que não se alcançariam senão
sob coerção.
Arrastou lenha
Madeira, pedra,
cal, cimento,
tijolo, telha Fez
açude, estrada de
rodagem Carregou
água pra casa do
homem
Fez a
feira e
serviu de
montaria
O
jumento é
nosso
irmão!
E o homem, em
retribuição O
que é que lhe
dá?
Castigo,
pancada, pau nas
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pernas, pau no
lombo Pau no
pescoço, pau na
cara, nas orelhas
Ah, jumento é
bom, o homem é
mau!
E quando o
pobre não
aguenta mais o
peso De uma
carga, e se deita
no chão
Você pensa que
o homem chega,
ajuda O
bichinho se
levantar?
Hum...pois sim!
Faz é um
foguinho
debaixo do rabo
dele O jumento é
bom.
O jumento é
sagrado. O
homem é mau.
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CAPÍTULO 2. Especismo vs.
Biocentrismo: A vida humana é mais
importante do que a vida animal?
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PERSONAGENS ÍCONES DO
BIOCENTRISMO
São Francisco de Assis iniciou uma teologia nova contra a velha
teologia que era antes era sustentada pelo livro de Gênesis, em que
Deus autorizou os humanos a dominá-los, para Francisco todas as
criaturas são consideradas nossos irmãos e irmãs e merecem o nosso
amor o nosso respeito. São Francisco de Assis não era biólogo, nunca
frequentou a faculdade de ciências naturais, nunca leu livros sobre
proteção dos animais, porém ele sabia que os animais tinham uma
grande participação e valor no meio ambiente “essa convicção não pode
ser desvalorizada como romantismo irracional, pois influi nas opções
que determinam o nosso comportamento”. (FRANCISCO, 2015.
pag.15).
A ideia que todos os seres humanos são táxons irmãos uns dos
outros não é apenas uma mera ideia filosófica, mas sim algo
cientificamente comprovado pois, “podemos ter toda certeza de que
realmente há único ancestral de todas as formas de vida sobreviventes
neste planeta. A prova é que todas as espécies examinadas
compartilham (exatamente na maioria dos casos, que exatamente no
restante) o mesmo código genético”. (DAWKINS, 2009. pag. 24).
No mundo contemporâneo diversos pensadores adeptos da teoria
biocentrista a exemplo do filósofo australiano Peter Singer na qual na
sua obra mais conhecida sobre os direitos dos animais o seu livro a
Libertação Animal alerta para o momento atual com as ideologias
especistas na sociedade são um grande perigo aos animais quando
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colocamos os interesses humanos e a vida humana em primeiro lugar.
Singer (1975) afirma que a visão especista é:
visto como antitético, imoral e crime prática tal ato, mas alguns animais
praticam o canibalismo e visto como algo natural dentro dessas
espécies. O que nos difere dos animais é a lei e a nossa racionalidade.
Com base na racionalidade e nas leis podemos guiar nossas atitudes e
atos para ética. Se não é certo e nem moral sacrificar pessoas como os
maias, astecas e incas faziam, por qual motivo seria certo tirar o cabrito
da sua mãe e oferece-lo a uma divindade? Nenhum dos dois devem ser
sacrificados com fins religiosos.
A questão de comer ou não comer ou de proteger ou não proteger
os animais são questões puramente culturais, religiosas e sociológicas.
Para mostrar que um tipo de animal é comido em determinado país e já
o mesmo animal em outro país não é visto como comida. Podemos
analisar isso através da quadro número 1 cujo jornalista Marta Zaraska
(2016) elaborou:
Quadro n1 Cardápios pelo mundo.
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Animal Quem come Quem não come
As pessoas costumam
mantê-los como animais de
Milhões são consumidos anualmente estimação e trata-los como
na China. Em Cameroon, acredita-se membros da família. O que
Gato que o alimento traz sorte. Alguns torna um tabu mata-los ou
fazendeiros na comê-los. Os animais,
Suíça ainda comem gatos entretanto, são muitas
domésticos. vezes torturados e
sacrificados em rituais
religiosos.
Em alguns pontos da
África e da Ásia, comer
galinha é proibido, pois a
Uma parte popular da deita global, ave é considerada
Galinha responder por 31% do consumo de profética. Seus ossos são
carne pela humanidade utilizados em rituais de
adivinhações e sacrifícios.
Muitos indianos e tibetanos
consideram o animal sujo.
A carne bovina consta entre as mais Não permitida entre os
consumidas no mundo interior, seguidores do hinduísmo,
Vaca perdendo somente para a carne suína que consideram a vaca um
e de aves. animal sagrado.
Consumido em regiões da Ásia Ocidentais consideram o
oriental e Sudeste Asiático, incluindo cão como o “melhor amigo
Vietnã e Correia do Sul. Embora a do homem”.
prática esteja em declínio. Pessoas Frequentemente
em Yulin, na região Guangxi antropormorfizado, em
Cachorro Zhuangzu, na China, celebram o muitas famílias o animal é
solstício de verão com um amado, o que coloca o seu
controverso festival em que são consumo fora de questão.
abatidos 10 mil cães. Para esses Em países onde se come
povos, a carne traz sorte e saúde. cachorro, o aumento de sua
adoção como animal de
estimação corresponde á
queda na popularidade da
carne.
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Uma iguaria no México e em Insetos são
Uganda, assim como outros insetos, impopulares em muitas
Garfanhoto nações ocidentais, onde
é uma excelente forte de proteína.
são considerados
intragáveis.
Pessoas evitam a carne
equina no Brasil, nos
Estados Unidos, na
Irlanda e no Reino
Unido, onde os cavalos
são vistos como
animais de companhia
ou de estimação.
Fatores econômicos
podem contribuir para
Consumido em vários países esse comportamento:
europeus e asiáticos, incluindo historicamente as
Cavalo França, Alemanha e Cazaquistão. pessoas obtinham mais
Com alto teor de proteína e baixo ganho ao criar cavalos
teor de gordura, a carne equina para o transporte do
costuma ser considerada uma que para alimentação.
iguaria. Alguns estudiosos
afirmam que a carne
equina, associada a
rituais pagãos, se
tornou impopular
quando o cristianismo
se
espalhou na Grã-
Bretanha no séc. VI
Proibida a adeptos do
islamismo e judaísmo.
Muitos historiadores
atribuem essas
Dados das Nações Unidas mostram restrição alimentar á
Porco que é a carne mais consumida no opinião de os porcos
mundo. serem transmissores de
doenças ou fato de
serem difíceis de criar
no Oriente Médio,
onde o tabu se
originou.
ANIMAIS DE ZOOLÓGICOS
O zoológico atual nem sempre foi com objetivo de estudo ou
entretenimento. A prática de capturar e enjaular animais selvagens vem
desde a época do período Neolítico, entre os anos de 8000 a 3000 a.C.
Os animais eram capturados e colocados dentro de gaiolas vistos como
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símbolos de poder, riqueza e autoridade humana sobre os animais.
Esses eram exibidos aos convidados locais e visitantes estrangeiros com
o objetivo de impressionar e proporcionar uma espécie de passatempo.
O dono da coleção ganharia mais fama e admiração das pessoas, pois
quanto mais raro fosse o animal ou quanto mais feroz e difícil de ser
capturado, maior seria o orgulho e o prestígio daquele que tivesse tais
animais em exibição ao público.
Talvez um dos piores acontecimentos ligados ao zoológico seja a
exibição de seres humanos em zoológicos juntos com os demais animais
em 19 de julho de 1821, pouco mais de ano antes da independência do
Brasil, panfletos distribuídos nas ruas de Londres deixaram a população
em polvorosa. “O panfleto, em letras garrafais, trazia a seguinte
propaganda: Um selvagem chefe indígena, com sua esposa e filho,
sendo eles os primeiros de sua tribo a serem vistos na Europa.
Acabaram de chegar do Brasil, no navio Hope, de Liverpool, e podem
ser vistos no número 23 da New Bord Street” (APROBATO, 2013, pags.
7-13).
Se colocar uma espécie de criança Homo sapiens dentro de um
zoológico as pessoas se ofenderiam e acusariam o proprietário do
zoológico de ser racista, mas por qual motivo as pessoas não se chocam
vendo filhotes de outros animais enjaulados? Somo todos animais, o
DNA é a maior prova homóloga que todos os animais são descentes de
um único ancestral comum. “Os primeiros exploradores brancos na
África consideravam os chimpanzés e gorilas próximos apenas dos
humanos negros e não de si mesmo” (DAWKINS, 2009. pág. 142). As
pessoas se ofendem unicamente porque ali está “uma vida humana”, as
pessoas especistas não são a favor da vida, mas sim da vida humana.
Por esse motivo as pessoas não se chocam em ver animais presos em
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gaiolas dentro de um zoológico.
PARTICIPAÇÃO DA POPULAÇÃO EM
DEFESA DOS ANIMAIS
CONCLUSÃO
Existe uma grande necessidade de combater as práticas que
causem maus-tratos aos animais, independente do táxon, do nível de
sapiência ou seu aspecto visual. As leis devem ser cumpridas e a
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participação popular é extremamente importante para denunciar maus-
tratos e cobrar dos seus representantes que estão em mandato
representado a sociedade brasileira com leis mais severas e rigorosas.
Práticas religiosas podem respeitar todas as formas de vida, criar
harmonia entre fé religiosa e a vida animal aspecto visual. É importante
educar para que cada pessoa possa escolher suas condutas baseadas em
princípios morais e éticos que devem seguir os ordenamentos jurídicos
aos quais os países são regulados. Que todas as formas de
entretenimento que utilizem os animais em seus eventos devem
respeitá-los. Aos consumidores de cosméticos devem utilizar produtos
que foram feitos sem testes em animais, após comprar o produto
verificar se por trás da embalagem tem um símbolo de um animal com
o seguinte letrado “não testado em animais”.
Os crimes devem ser imediatamente denunciados as autoridades
competentes como MPF, MPPB, Policia Ambiental, Civil ou
Rodoviária para se fazer cumprimentos da lei. Também deve não
alimentar os divulgadores e patrocinadores de eventos cruéis contra os
animais.
Devemos conhecer as leis para dar voz aqueles que não podem
falar ou se defenderem. Devemos proteger todas formas de vida sejam
elas humanas ou não humanas. A saúde humana está ligada a saúde
animal pois os animais podem ser reservatórios de vários tipos de
doenças que colocam a vida humana em risco como também o homem
pode transmitir doenças aos animais. São necessárias soluções
governamentais e populares para evitar a expansão das doenças e das
superpopulações de cães e gatos nos centros urbanos e rurais.
É necessário a participação de todos que fazem parte do CSTR
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para mudar e melhorar a situação desses animais e assegurar o bem-
estar das pessoas que convivem dentro da instituição. Precisa-se
melhorar a estrutura do canil do CSTR- UFCG denominado Lar dos
Doguinhos, encontrar uma solução para os gatos abandonados, não
deixar os animais soltos e continuar firme no propósito de deixar o
CSTR bioseguro.
Através dessas formas o povo pode cobrar dos seus
representantes, do MPF e de qualquer órgão público que suas
solicitações sejam atendidas e julgadas. Mas também cabe ao povo
fazer sua parte:
REFERÊNCIAS