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CRIME DE MAUS TRATOS E ABANDONO DE ANIMAIS

Trabalho de conclusão de curso de Direito- Monografia Juridica


apresentada a UNIVERSIDADE PAULISTA UNIP ARAÇATUBA -SP

Orientador: Sanches

AGRADECIMENTO
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Dedico este trabalho a pessoa que me ensinou que podemos encontrar um


motivo para ser feliz e lutar todos os dias. A minha mãe que me criou
sozinha, abriu mão de ser mulher para ser mãe, por me incentivar e apoiar a
chegar até aqui, pois com todo seu amor, sua garra e sua dedicação nunca
deixou com que me faltasse nada.
A todos os animais abandonados, resgatados , maltratados que sofrem
nas mãos do homem que se vale de seu poder e esquecem que a verdadeira
força vem do amor. Respeitar os animais é uma obrigação, amá-los é um
privilégio.

vocêpode julgar o verdadeiro caráter de um


homem pela maneira como ele trata seus companheiros animais.

( Jean Jacques Rousseau)


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RESUMO

A pedra angular deste curso é sobre animais, coexistência e interatividade humana,


maus-tratos e direitos atribuídos. A relação entre humanos e animais existe há milhares
de anos e acompanhou a evolução humana, seja de forma domada, seja em formas
utilitárias como o uso na agricultura. A legislação brasileira através de estatutos, leis e
resoluções, no esforço legal de minimizar o tratamento inadequado e cruel aos animais,
protege-los do abuso de maus-tratos, caracterizando-o como crime ecológico, mas
alguns dogmáticos e defensores dos animais têm sentenças brandas e não muito
recompensadoras. Embora o Estado tenha o direito de castigar os crimes de maus tratos
aos animais, a perspectiva da educação ambiental para toda a sociedade é a melhor
alternativa, na solução de conflitos dessa natureza, relacionados aos animais para
alcançar um mínimo de existência digna. Conclui-se que é imprescindível o
desenvolvimento de ações e políticas de defesa e proteção dos animais por parte dos
cidadãos municipais, estaduais e federais. autoridades, em associação com diferentes
entidades como uma alternativa favorável. Pesquisamos a convivência harmoniosa entre
diferentes espécies em um ambiente ecologicamente equilibrado.

Palavras chave: Direito dos animais, maus tratos, leis

ABSTRACT
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The cornerstone of this course is about animals, human coexistence and interactivity,
mistreatment, and assigned rights. The relationship between humans and animals has
existed for thousands of years and has accompanied human evolution, either in a tamed
form or in utilitarian forms such as use in agriculture. Brazilian legislation through
statutes, laws and resolutions, in the legal effort to minimize the inappropriate and cruel
treatment of animals, protects them from the abuse of ill-treatment, characterizing it as
an ecological crime, but some dogmatists and animal advocates have lenient sentences
and not very rewarding. Although the State has the right to punish the crimes of
mistreatment of animals, the perspective of environmental education for the whole
society is the best alternative, in the solution of conflicts of this nature, related to
animals to achieve a minimum of dignified existence.
It is concluded that it is essential to develop actions and policies for the defense and
protection of animals by municipal, state and federal citizens. authorities, in association
with different entities as a favorable alternative. We research the harmonious
coexistence between different species in an ecologically balanced environment

Keywords: Law, Animal rights; Mistreatment.

Introdução
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Até pouco tempo atrás, a mentalidade humana se importava com os animais pois
acreditava que eles não tinham direito à uma boa qualidade de vida, liberdade, à
integridade corporal. Eles não conseguem comunicar-se plenamente com os humanos
para expressar suas dores, necessidades, medos e direitos, então alguém deve batalhar
por suas vidas. Diante desse fato, a população se conscientizou do sofrimento
vivenciado pelos animais, o que motivou o desenvolvimento de leis mais duras para
protege-los em conjunto com o meio ambiente.
Parece que, apesar dos avanços possibilitados pela lei 9.605/1998, ela ainda não está
plenamente implementada, pois não há reparação ou recuperação comparável à não
ocorrência do dano por meio de medidas preventivas. Aguardamos que este trabalho
contribua para o fortalecimento da igualdade e do dever de proteção aos animais,
mostrando ao leitor que a vida dos animais é tão valiosa quanto a de qualquer pessoa.

Capítulo 1
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Maus tratos

Segundo dicionário, maus tratos pode se caracterizar como: Crime que consiste em
submeter uma pessoa, sob sua guarda ou dependência, a castigos excessivos, a trabalhos
exagerados ou a privação de comida e cuidados, prejudicando a saúde física ou mental
dessa pessoa.

No que diz respeito aos animais, a variedade de maus tratos vai bem além dessa definição. É
importante saber que maltratar animais é crime. ( DELABARY,2012,p.835)

Porém aqui abordaremos os maus tratos aos animais em diversas esferas, tanto física
quanto emocional. Se enganam as pessoas que pensam que maus tratos são apenas
agressões físicas, pois se a atitude do ser humano causar risco a integridade física ou
emocional do animal, será caracterizado da mesma forma.
Abuso, crueldade, negligencia, agressão, abandono, não oferecer assistência medica
veterinária, não oferecer uma alimentação adequada e agua em abundância, manter o
animal amarrado em correntes ou cordas, deixar o animal exposto ao sol por um longo
período de tempo, manter animal em local insalubre ( sujo, não ventilado, etc.),
submeter animais a tarefas e esforços exaustivos, utiliza-los em espetáculos que possam
causar estresse. São todas formas de maus tratos
Durante um grande período de tempo na antiguidade, os animais eram tratados como
mercadorias, quando não tinham mais utilidade, eram descartados, enfatizando que a
preocupação não era com a vida do animal, mas com os interesses pessoais do homem
Não importava se o animal sentia calor, frio, fome, sede e dor, alegando que não tinha
alma, era simplesmente um mero ‘’objeto’’ que o homem usava e abusava para seu
próprio interesse. Nos dias atuais, não houveram mudanças significativas, tendo como
parâmetro a quantidade de animais abandonados nas ruas e as atrocidades cometidas
pelo homem contra eles. Os crimes, portanto, afetam qualquer lugar e ambiente social.
Nota-se que os crimes contra os animais abrangem os campos social, econômico e
cultural, tal asserção se dá, pois os crimes ocorrem com bastante frequência, suas penas
correspondentes são insignificantes diante de sua gravitação e, portanto, há grande
sensação de impunidade, levando ao julgamento de tais crimes (MURARO; ALVES,
2012).
Segundo Mapa apud World Health Organization (2016, p. 1), o número de animais
abandonados no Brasil é alarmante:
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Segundo uma pesquisa da Organização Mundial da Saúde,


estima-se que no Brasil existem mais de 30 milhões de animais abandonados, entre 10 milhões
de gatos e 20 milhões de cachorros .

A realidade é triste, cães e gatos magros, famintos, sujos e doentes, na maioria das vezes
invisíveis aos olhos da sociedade humana, buscam alimentos, transmitem doenças,
vivem ao relento sob sol forte ou frio intenso. Eles são maltratados e rejeitados até
serem recolhidos e levados ao centro de Controle de zoonoses (CCZ), onde na maioria
das vezes são sacrificados pelo simples fato de existirem e estarem ocupando espaço. E
o CCZ é outra cena triste dessa história. funcionando como um depósito superlotado,
abrigam animais de todos os tamanhos e raças, muitos deles cães e gatos, abandonados
por aqueles que um dia lhes prometeram amor e proteção. Estima-se que de cada 10
animais abandonados, 8 já tenham lares. Eles são animais rejeitados por um motivo ou
outro. Mas sem superar as expectativas do “dono”, foram abandonados. Eles estavam
crescidos demais, enfermos, brincalhões demais, felizes demais, o que cria despesas,
responsabilidades e problemas.

Avaliação do bem-estar animal

Para que possa ser identificado os maus tratos e medidas cabíveis possam ser tomadas, a
polícia tem um parâmetro para analise, que é chamada de avaliação do bem estar
animal, sendo observado cinco liberdades

 Nutricionais (livre de fome e sede e subnutrição)


 De conforto (livre de desconforto aparente )
 De saúde (livre de dor, doenças e ferimentos
 Comportamentais(livre de medo e de estresse

Um animal saudável e bem tratado deve apresentar ausência de dor , ferimentos e


doenças, vacinação e vermifugação em dia sendo possível comprovação através da
carteira de vacina, sem acesso a rua sem supervisão , recursos ambientais satisfatórios
com liberdade para execução de suas necessidades fisiológicas e espaço para brincar,
abrigo de chuva e sol, piso adequado, ambiente limpo, presença de superfície adequada
para descanso, passeios regulares, presença de agua fresca, comedouros e bebedouros
limpos.
Começam os sinais de alerta regular quando observados sinais moderados de dor,
presença de lesão, falta de vacinação e não vermifugação , acesso a rua sem supervisão
( a famosa voltinha),pouca alimentação, alimentação de baixa qualidade, comedouros e
bebedouros sujos, restrição de espaço para suas necessidades fisiológicas e para seu
desenvolvimento, abrigo existente porem inadequado , animal solto porém preso em
determinado período do dia ou noite, ambiente parcialmente limpo.
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Caracterizam-se maus tratos eminentes quando há sinais de dor, sinais de doenças


visíveis, ferimentos graves sem tratamento, agressão física, ausência de agua fresca,
baixo score corporal, recursos ambientais insuficientes, ambiente sujo severa restrição
de espaço, isolamento social, comportamentos anormais , medo ou hesitação na
presença do responsável.

Avaliação de maus tratos segundo a Policia Civil

Para identificar se há presença de maus tratos aos animais, o agente (policial


responsável pela averiguação) deverá utilizar o PROTOCOLO DE PERICIA EM BEM
ESTAR ANIMAIS- PPBEA( Hammershmidt e Molento,2014-anexo) , o que permitirá
que o mesmo tenha um norte a seguir permitindo enquadrar a situação como maus
tratos.
Havendo mais de um animal no local, cada um deverá ser avaliado individualmente,
tendo sua ficha própria, com exceção de filhotes menores de 30 dias que estão no
período de aleitamento materno.

-Conforto e ambiente

Deve se observar se o ambiente é salubre para o animal, protegendo o mesmo do sol e


chuva e contendo local para o mesmo descansar.
A temperatura do local deve ser adequada sendo levado em consideração raça, porte,
espécie etc.
O local onde o animal esta deverá ser analisado, observando a quantidade de animais, se
o mesmo fica contido(cordas ou correntes), se há alimento e agua para o mesmo e por
fim se o ambiente está limpo e livre de possíveis doenças.

- Nutricional

Deve se observar o escore corporal, ou seja, magreza excessiva, ossinhos visíveis.


Limpeza de bebedouros e comedouros, alimento visível e de fácil acesso ao animal.

- Saúde

Deve se observar a presença de dor, dificuldade de locomoção, sinais de doença como


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secreções, cor das mucosas, condições de pelagem, presença de ectoparasitas. O animal


deve ter carteira de vacinação e vermifugação em dia.
Caso o animal apresente hesitação ou medo do responsável (cauda entre as pernas,
cabeça abaixada e ausência de contato ocular direto.

DIREITOS AMBIENTAIS
Com a grade degradação ambiental afetando negativamente a qualidade de vida da
sociedade e colocando a polução futura em risco, o governo vem ampliando por meio de
medidas e tutelas os recursos ambientais.
Foi a partir dos anos 60 que os países começaram a se conscientizarem e a se
preocuparem com a proteção do meio ambiente, visando implantar normas jurídicas
mais rígidas para proteção do mesmo. No Brasil podemos salientar a promulgação do
antigo código florestal Lei 4.771/1965 que fora substituído pelo novo (Lei
12.651/2012).
O marco mundial foi em 1972 na Conferencia de Estocolmo(Suecia) , promovida pela
ONU( Organização das Nações Unidas) tendo a participação de 113 paises onde foi-se
alertado o grande risco da extinção da raça humana devido a degradação excessiva.
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CAPITULO 2

Evolução histórica dos maus tratos

O homem na antiguidade, mais especificamente na Grecia antiga não possuía o discernimento


que fazia parte do universo, não conseguia separar o Estado da justiça, porem ele acreditava nas
leis da física e na religião.
Na época de Socrates , entre o século V a c, surgiu o antropocentrismo, devido o colapso entre a
briga relacionado a ética e moral, periodo em que o homem queria ser dono de tudo e todos,
acreditando que so ele tinha o poder sobre os outros seres vivos.
Socrates por sua vez, era vegetariano, não comia carne.

“Sócrates: Não requereria este hábito de comer animais


que abatêssemos animais que reconhecemos como indivíduos, em cujos olhos vemos a nós mesmos
refletidos, poucas horas antes de nossa refeição; e continuamos com nosso hábito de comer animais e se
nosso vizinho segue um caminho semelhante, não teremos necessidade de entrar em guerra contra nosso
vizinho para garantir pastagens maiores, porque as nossas não serão suficientes para nos sustentar e nosso
vizinho não teria uma necessidade semelhante de declarar-nos guerra pela mesma razão.”

No século XVIII surgiu a hipótese de que os animais sentiam prazer e dor, eles
poderiam sentir emoções segundo filosofo Jeremy Benthan.
No final do século XIX surgiu Albert Einsten que revolucionou a teoria sobre a
semelhança entre animais e seres humanos, alegando que tanto um como o outro
mereciam os mesmos direitos. Assim como Socrates, Einsten era vegetariano, não tinha
coragem de comer carne , pois dizia não saber diferenciar a carne humana da carne dos
animais . Ele acreditava que a saúde estava atrelada a uma dieta vegetariana
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“Nada beneficiará mais a saúde da humanidade e aumentará as


chances de sobrevivência da vida na Terra quanto à dieta vegetariana; se as abelhas
desaparecerem da face da terra a humanidade e terá apenas mais quatro anos e existência sem
abelhas não há polinização, não há reprodução da flora, sem flora não há animais, sem animais
não haverá raça humana. Albert Einstein.”

No inicio do século XX, no Reino Unido surgiu a lei de proteção aos animais,
começando a proteger e amparar os pobres de alma indefesa.
Foi apenas em 15 de outubro de 1978 que surgiu a DECLARAÇÃO UNIVERSAL DOS
DIREITOS DOS ANIMAIS e publicada apenas anos depois com a finalidade de
conscientizar a sociedade de que os animais possuem direitos , sendo protegidos de
todas as formas, porem infelizmente essa Declaração não tem poder punitivo.
´´ Considerando que todo o animal possui direitos, considerando que o
desconhecimento e o desprezo destes direitos têm levado e continuam a levar o homem a cometer crimes
contra os animais e contra a natureza, Considerando que o reconhecimento pela espécie humana do
direito à existência das outras espécies animais constitui o fundamento da coexistência das outras
espécies, Considerando que os genocídios são perpetrados pelo homem e há perigo de continuar a
perpetrar outros, Considerando que o respeito dos homens pelos animais está ligado ao respeito dos
homens pelo seu semelhante, Considerando que a educação deve ensinar desde a infância a observar, a
compreender, a respeitar e a amar os animais.” ( DECLARACAO UNIVERSAL DOS DIREITOS DOS
ANIMAIS)

Em 1997 a Uniao Europeia assinou um protocolo de proteção animal, reconhecendo que


eles merecem respeito e são seres de extrema sensibilidade e capazes de sofrimento
(TREATY OF AMSTERDAM, 1997)
Sabe -se que a primeira lei de proteção aos animais do Brasil foi criada por meio do
Decreto Federal n.º 16.590/1924, que teve como objetivo regulamentar
estabelecimentos de pura diversao, proibindo a prática de diversas formas de crueldade
tais como: corridas de touro, brigas de pitbull, brigas de galo, dentre outros práticas
onde os animais eram maltratados (MURARO, 2014).
Em 1934, no governo de Getulio Vargas entrou em vigor o Decreto Federal n.º 24.645,
com a tarefa de criar medidas de proteção aos animas, considerando os maus tratos
contra os animais como contravenção penal. Em 03 de outubro de 1941, publicou-se o
Decreto-Lei n.º 3.688, Lei de Contravenções Penais, que, em seu artigo 64, proibia a
crueldade contra os animais
“ Art. 64. Tratar animal com crueldade ou submetê-lo a trabalho excessivo: Pena - prisão simples, de 10
(dez) dias a 1 (um) mês, ou multa. § 1º Na mesma pena incorre aquele que, embora para fins didáticos ou
científicos, realiza, em lugar público ou exposto ao público, experiência dolorosa ou cruel em animal
vivo. § 2º Aplica-se a pena com aumento de metade, se o animal é submetido a trabalho excessivo ou
tratado com crueldade, em exibição ou espetáculo público”.
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Em 1988 os animais foram tutelados pelo Estado , ao qual ficou responsável por
protege-los, começaram a se preocupar com a saúde animal e também a interessar-se
pela qualidade de vida, assim alterando o Decreto 5.197/67, classificando como crime
sem direito a fianca os delitos cometidos contra animais silvestres. Essa reforma trouxe
uma certa segurança, porém infelizmente a redação do decreto deixou de fora os maus
tratos a animais domésticos.

2.1 Denuncia e Penalidade contra maus Tratos

A denúncia de maus-tratos é legalizada pelo artigo 32 da lei Federal n. 9.605 de 1998, lei dos
Crimes contra o Meio Ambiente, que prevê pena de reclusão de três meses a um ano, além de
ser conduta proibida pela constituição Federal de 1988, em seu artigo 225.

“Animais não têm meios de defenderem-se e são


incapazes de fazer valer os seus direitos. Consequentemente, a única forma de prevenir tais
crimes é o comprometimento da sociedade que não deve aceitar tamanha brutalidade,
prevenindo vigorosamente sua ocorrência e, se não for possível prevenir, é necessário denunciá-
la, pois a omissão da sociedade é inaceitável e o Poder Público não apoia a covardia dos que
cometem esses crimes ".

A atual legislação penal autoriza a substituição da pena privativa de liberdade por


restritivas de direito, porem só será aceitável conforme o art 44 do código penal que
determina a pena privativa de liberdade inferior a quatro anos e desde que o crime não
seja de grave ameaça ou violência contra pessoa. A modalidade de pena restritiva
refere-se a prestação de serviços comunitários ou a entidade publica
A necessidade de usar a pena para prestar serviços aos condenados por crueldade contra
os animais leva não apenas a um processo criminal, mas sim à efetivação da pena para
que não exponha o condenado à humilhação e, ao mesmo tempo, dê-lhe a oportunidade
de arrepender-se de seu comportamento melhorar.

“Art. 32. Praticar ato de abuso, maus-tratos, ferir ou mutilar


animais silvestres, domésticos ou domesticados, nativos ou exóticos: Pena - detenção, de três meses a um
ano, e multa. § 1º Incorre nas mesmas penas quem realiza experiência dolorosa ou cruel em animal vivo,
ainda que para fins didáticos ou científicos, quando existirem recursos alternativos. § 2º A pena é
aumentada de um sexto a um terço, se ocorre morte do animal”.

Este artigo é uma atualização das condutas previstas no decreto 26.645 de 1934, que
estabelecia penas para maus tratos e crueldade contra animais, bem como o art. 64 da lei
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de infrações Penais, que denunciava tratar animais com crueldade ou submetê-los a


trabalhos excessivos. Algumas situações de crueldade animal foram assistidas, como
rodeios, touradas, experiências traumáticas e vivissecções. exemplos de maus-tratos
também são encontrados em cães que vivem em locais carentes de conforto,
alimentação e higiene, mas maus-tratos e hábitos são frequentemente justificados nesse
contexto (FREITAS; FREITAS, 2006).

“Se a pena é um mal necessário, devemos, num Estado Social e


Democrático de Direito, buscar aquela que seja suficientemente forte para a proteção dos bens
jurídicos essenciais, mas que, por outro lado, não atinja de forma brutal a dignidade da pessoa
humana.” (GRECO, 2012, p.226- 227).

A Lei 9605 criminaliza, além do abandono, outras práticas como: atropelamento de um


animal sem que o condutor do veículo preste devida assistência medica . Caso um
cidadão presencie tal atitude, pede-se que anote a placa do veículo, hora e local. Outra
pratica abusiva e criminal é o envenenamento ,muito comum ocorrer por chumbinho
tanto com cães como com gatos.. Bater, espancar, prender por correntes, recusar água e
comida, todas são praticas abusivas e maus tratos

No caso de lesão, considera-se lesão ao animal a conduta do oficial quando o ato


excessivo de chicotear o cavalo causando lesão. E em relação à mutilação animal, há um
comportamento em que a agressão é totalmente inadequada e desproporcional a ponto
de retirar partes do corpo do animal geralmente um membro (FREITAS; FREITAS,
2006). O crime foi fabricado e testemunha muito claramente sua mutilação, por
exemplo, quando um circo removendo garras e dentes de animais para demonstração
levando os animais a um sofrimento excessivo” (MILARE; 2000, p. 71). Observa-se
que a lei penal não adota a responsabilidade objetiva e que é preciso analisar se o agente
é ágil com dolo, tendo em vista que o crime é crime de conduta comissária.

2.1 Autorização de caça de animais silvestres


Estudos comprovam que os animais já eram domesticados desde a época paleológica,
estimam-se uns que pelo menos há mais de 20 mil anos atrás. Segundo estudos, os cães foram
um dos primeiros animais a ser domado pelo homem, assim como as ovelhas bois e cavalos.
Contudo, não são todos os animais passiveis de domesticação , visto que algumas espécies são
protegidas por leis e não podem ser retirados de seu habitat , assim como araras, tamanduás,
jabuti, mico, etc. Há algumas exceções segundo IBAMA ( Instituto brasileiro do meio ambiente)
, porem para que sejam legalizados a posse do animal , é necessário que o mesmo autorize e
seja registrado por ele. Quando falamos em animais domésticos, logo pensamos em cães e
gatos, pois são animais de companhia ou seja , criados em casa e muitas vezes considerados
parte da família. Muitas vezes esses animais irão dar sua própria vida para proteger os seus
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donos; quando estes estão dormindo, o cão fica acordado para garantir um sono tranquilo;
cães que são guias de deficientes que não podem enxergar; há, ainda, os que exercem função
social, ou seja, vão aos hospitais e creches, levando alegrias para aquelas pessoas necessitadas
de carinho e Tanto um como o outro são animais amorosos, cada um com seu comportamento
específico.

Cada dia que passa, os animais se tornam membros da família brasileira, porem, ainda existem
casos absurdos de maus tratos e pouca informação sobre os direitos dos animais.

“No Brasil vigora uma Constituição que veda expressamente


a submissão de animais de atos cruéis. Essa lei, todavia, é vilipendiada e rasgada e todo instante. A
maioria das leis brasileiras que se propõe a proteger os animais sucumbe diante da indiferença humana
ou da crueldade institucionalizada pelo poder público.” (Laerte F. Levai, - Promotor Público

O projeto acima retratado, refoga a lei de proteção a fauna e a flora que


proíbe o exercício da caça profissional. Conforme a regulamentação
vigente, a caça só poderá ser permitida caso haja regulamentação especifica
do Executivo Federal. O autor do projeto lei salientou de exemplo a caça
do Javali europeu em 2013, pois alegou que sua existência oferecia riscos
ao ecossistema.
Sendo assim, o manejo de animais silvestres só poderá ser realizado com
previa apresentação de plano aprovado por competente órgão ambiental

Evolução histórica dos Direitos ambientais

O direito ambiental pode ser caracterizado como direito publico difuso composto por
princípios e regras que regulam as condutas humanas que afetem potencialmente ou
efetivamente o meio ambiente.

Com a grade degradação ambiental afetando negativamente a qualidade de vida da


sociedade e colocando a polução futura em risco, o governo vem ampliando por meio de
medidas e tutelas os recursos ambientais.
Foi a partir dos anos 60 que os países começaram a se conscientizarem e a se
preocuparem com a proteção do meio ambiente, visando implantar normas jurídicas
mais rígidas para proteção do mesmo. No Brasil podemos salientar a promulgação do
antigo código florestal Lei 4.771/1965 que fora substituído pelo novo (Lei
12.651/2012).
O marco mundial foi em 1972 na Conferencia de Estocolmo(Suecia) , promovida pela
ONU( Organização das Nações Unidas) tendo a participação de 113 países onde foi-se
alertado o grande risco da extinção da raça humana devido a degradação excessiva.
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Em 1992 no Rio de Janeiro realizou-se a Conferencia das Nações Unidas sobre Meio
ambiente e desenvolvimento – CNUMAD, mais conhecida como ECO-92 ou mesmo
RIO-92 , onde fora aprovada a Declaração do Rio, documento que contem 27 principios
ambientais, incluindo a agenda 21 ( instrumento não vinculante com metas mundiais
para redução da poluição)

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