Você está na página 1de 16

REVISÃO DE LITERATURA:

CONHECER TODO O CONTEXTO DO PODER FAMILIAR JUNTAMENTE


COM A SUA EVOLUÇÃO

1º CAPITULO:

O poder familiar, se deu a partir da influência romana desde as ordenações


do reino adotadas em 1823, até o código civil de 1916. Segundo a tradição
patriarcal, o código concedia o pátrio poder somente ao pai. A família era chefiada
pelo marido, com base no poder pátrio e poder material, caracterizada, assim, pelo
patriarcalismo vigente à época. E em 1962, surge a lei 4.121, que modifica o
entendimento, concedendo a mãe, a oportunidade de participar, junto ao pai, no
exercício do pátrio poder como colaboradora.

No Brasil, foram necessários 462 anos, desde o início da colonização


portuguesa, para a mulher casada, deixar de ser considerada relativamente incapaz
(Estatuto da Mulher Casada, Lei n. 4.121, de 27 de agosto de 1962); foram
necessários mais 26 anos para consumar a igualdade de direitos e deveres na
família, e com chegada da Constituição Federal de 1988, fez com que tivesse um
fim, em definitivo, ao antigo pátrio poder e ao poder marital. Com base nos termos do
art. 380, da lei supracitada após a sua vigência, dispõe que, durante o casamento,
compete o pátrio poder aos pais, exercendo-o o marido, com a colaboração da
mulher.

Diante de tantas modificações, a expressão poder familiar, consagrada pelo


Código Civil de 2002, substituiu o pátrio poder, do direito romano, adotado pelo
Código Civil de 1916, consagrando-se em matéria jurídica a igualdade entre homem
e mulher, na condução das atividades familiares para com seus filhos. Com o
advento da Constituição Federal de 1988, em seu art.5°, inciso I, diz que, o homem
e mulher são iguais em valor humano e social, em um único artigo acabou com toda
hipocrisia e preconceito que vinha de séculos.

Diferentemente do que ocorreu no passado, hoje em dia às mulheres,


exercem os mesmos cargos que os homens. Por exemplo, quando falamos em
questões referentes ao trabalho (apesar de estudos apontarem que ainda
prevalecem distinções), as mulheres têm os seus direitos e obrigações igualmente
aos homens.

Tenha como exemplo desta igualdade entre direitos e obrigações dada a


homens e mulheres, o poder de família e a obrigação de pagar pensão alimentícia,
da mulher. A mulher tem a sua independência e têm os mesmos direitos que os
homens em suas atividades de forma geral, de acordo com o que prevê a lei.
Atualmente a mulher não precisa mais estar submetida ao poder do homem, vez que
tem os mesmos direitos e as mesmas obrigações.

De acordo com Miniuci e outros autores da mesma obra: "Esse salto abrupto
em ambos os casos se encontra certamente vinculado à promulgação da
Constituição Federal de 1988, a qual inclui em seu texto a proibição de qualquer
forma de discriminação em função de gênero, além de outros dispositivos que se
referem à igualdade de homens e mulheres perante a lei (Constituição Federal, art.
5º, I; art. 226, § 5º). Após a promulgação da nova Constituição, um número elevado
de dispositivos legais foi criado com o objetivo de adequar o sistema de direitos
nacional às novas exigências constitucionais." Estes doutrinadores pontuam que a
constituição federal de 1988 foi o marco para a igualdade entre homens e mulheres
e que conjuntamente com o dispositivo que cria a igualdade de gênero, foram
criados outros dispositivos legais com o destino de regularizar referida igualdade.
Tenha por exemplo o art. 226 da CF: "A família, base da sociedade, tem especial
proteção do Estado. § 5º Os direitos e deveres referentes à sociedade conjugal são
exercidos igualmente pelo homem e pela mulher.". Desta forma, atualmente temos
assegurado o direito de igualdade entre homens e mulheres, sendo proibido por
imposição legal discriminações referentes a direitos e obrigações, como também
compreendemos que os direitos e deveres que dizem respeito à sociedade conjugal
devem ser igualitários.

Por fim, compreendemos que com o advento da Constituição Federal de 1988


surgiu à igualdade em direito e obrigações entre homens e mulheres. A
jurisprudência é no sentido de paridade destes direitos, conforme prevê norma
constitucional. Na doutrina seguimos no mesmo sentido, entendendo que após a
promulgação da Constituição Federal de 1988, foi proibido discriminações entre
homens e mulheres. Assim, por imposição constitucional, homens e mulheres
devem ser tratados de forma igualitária em seus direitos e obrigações.

(Assim, Miniuci, Gonçalves, Bressiani, Cardoso, Fanti, Alfinito, Cutrupi, Silva,


Ganzarolli e Giorgetti, 2009, pag. 7).

Segundo Rodrigues (2004, p.356), a expressão consagrada do atual Código


pecou gravemente ao se preocupar mais em retirar a expressão pátria, do que incluir
o seu real conteúdo, que, antes de um poder, representa obrigação dos pais, não da
família, como o nome sugere. Para prosseguir o estudo do poder familiar,
averiguando os componentes da relação jurídica constituída, mormente, seus
sujeitos e objetos, faz-se mister, desde logo, apresentar algumas definições
doutrinárias.

De acordo com GONÇALVES, Carlos Roberto (2010, p 17). A evolução da


família como organismo social e jurídico só aconteceu em 1981, quando a
Constituição passou a reconhecer a unidade familiar somente se tivesse sido
constituída por casamento civil, demonstrando assim a influência da Igreja nas
conduções políticas brasileiras.

A Constituição Federal de 1988, adotou a possibilidade do pluralismo familiar, ou seja,


o reconhecimento de diversas entidades familiares, modificando o entendimento
anterior, no qual família era apenas aquela constituída através do matrimônio. O tal
princípio carrega o contexto de que a norma constitucional acolhe a entidades
familiares e a matrimonial incluindo nelas a união estável, família monoparental e
família substituta.

Segundo Tartuce (2020, p.1128). Descreve, em sua obra que o Princípio da Igualdade
entre cônjuges e companheiros alocado em seu (art. 226, §5º, da Constituição Federal
de 1988, e art. 1.511 do CC), assim como há a igualdade entre filhos, como outra forma
de especialização da isonomia constitucional a lei reconhece a igualdade entre homens
e mulheres no que se refere à sociedade conjugal ou convencional formada pelo
casamento ou união estável (art.226, §3º, e art.5º, inc. I, da CF/1988). Enuncia o art.
1.511, do CC/2002, que “o casamento estabelece comunhão plena de vida, com base
na igualdade de direitos e deveres dos cônjuges.”. por óbvio, essa igualdade deve
estar presente na união estável, também reconhecida como entidade familiar pelo art.
226, §3°, da CF/1988.
Silvio Rodrigues (2002, p. 398) conceituava, ainda denominando-o de "pátrio poder",
conquanto com notas à legislação vigente, como "[...] o conjunto de direitos e deveres
atribuídos aos pais, em relação à pessoa e aos bens dos filhos não emancipados,
tendo em vista a proteção destes", caracterizando-o como irrenunciável.

Para Maria Helena Diniz (2012, p. 1.197) dita que "O poder familiar consiste num
conjunto de direitos e obrigações, quanto à pessoa e bens do filho menor não
emancipado, exercido em igualdade de condições por ambos os pais, para que possam
desempenhar os encargos que a norma jurídica lhes impõe, tendo em vista o interesse
e a proteção dos filhos." o conjunto de direitos e deveres atribuídos aos pais, em
relação à pessoa e aos bens dos filhos não emancipados, tendo em vista a proteção
destes", caracterizando-o como irrenunciável.

Além de irrenunciável, Maria Berenice Dias (2013, p. 436) afirma ser o poder familiar
"[...] intransferível, inalienável, imprescritível, e decorre tanto da paternidade natural
como da filiação legal e da socioafetiva. As obrigações que dele fluem são
personalíssimas. Como os pais não podem renunciar aos filhos, os encargos que
derivam da paternidade também não podem ser transferidos ou alienados."

O poder familiar é um conjunto de direitos e deveres atribuídos aos genitores que


assumem sobre seus filhos de maneira que a família esteja estabelecida, buscando a
convivência pacífica entre os seus membros, ou seja, o poder familiar está relacionado
ao dever dos pais de sustento, cuidados, e educação dos filhos menores. Além disso, é
seguro dizer, no entanto, que hoje há mais um caráter de dever do que poder.
Exprimisse em responsabilidade. Segundo Paulo Lôbo, (código civil, p. 208), o poder
familiar é o exercício da autoridade dos pais sobre os filhos, no interesse destes.

Maria Helena Diniz (2012, p. 1.197) dita que "O poder familiar consiste num
conjunto de direitos e obrigações, quanto à pessoa e bens do filho menor não
emancipado, exercido em igualdade de condições por ambos os pais, para que
possam desempenhar os encargos que a norma jurídica lhes impõe, tendo em vista
o interesse e a proteção dos filhos." Para Carlos Roberto Gonçalves, (2012, p. 360-
362), ele destaca que “o poder familiar é o conjunto de direitos e deveres atribuídos
aos pais, no tocante à pessoa e aos bens dos filhos menores.”

CONCEITO DE DIREITO DE FAMILIA E SEUS PRINCÍPIOS E


FUNDAMENTOS
De acordo com Caio Mario sustenta: (2007, p.19 e p. 20). O conceito de
família como família sendo de modo diversificado, em todos os sentidos genéricos e
biológicos, considerando um conjunto de pessoas que descendem do tronco
ancestral comum, em senso estrito, a família se restringe ao grupo formado pelos
pais e filhos; e em sentido universal é considerada a célula social por excelência. Ou
seja, mantendo-se neste plano acrescenta-se o cônjuge, os filhos do cônjuge, os
cônjuges dos filhos, cônjuges dos irmãos e os irmãos dos cônjuges.

Tendo como parâmetro os institutos tratados pelo CC/2002, o Direito de


Família pode ser conceituado como sendo o ramo do direito Civil que tem como
conteúdo o estudo dos seguintes institutos: Casamento; união estável; relações de
parentescos; filiação; alimentos; bem de família; tutela; curatela; e guarda. Além
desse conteúdo, acrescente-se a investigação das novas manifestações familiares.
O direito de família contemporâneo pode ser dividido em dois grandes livros, o que
consta do CC/2002:

Direito existencial – centrado na pessoa humana (normas de ordem pública).

Direito patrimonial – concentrado no patrimônio (normas de ordens privadas).

Destaca-se que a própria organização do código civil de 2002, no tocante à


família, demonstra essa divisão. Primeiramente, os arts.1.511 a 1.638, tratam do
direito pessoal ou existencial. Por conseguinte, nos arts.1.639 a 1.722, o código
privado regulamento o direito patrimonial e conceitos correlatos. É correto afirmar,
na verdade, que essa divisão entre direito patrimonial e direito existencial atinge todo
o direito privado. O direito de família Brasileiro passou por profundas alterações
estruturais e funcionais nos últimos anos. Essas transformações podem ser sentidas
pelo estudo de seus princípios, muitos deles com previsão na Constituição de 1988,
tema que será abordado a partir desse momento. Segundo TARTUCE, Flávio,
p.1122,

Anote-se, de início, que muitas de novas ideias expostas na presente obra


são capitaneadas pelo Instituto Brasileiro de direito de família. O IBDFAM foi
fundado em 1997, por um grupo de estudiosos brasileiros que acreditavam na busca
de novas vertentes para o estudo e compreensão da família brasileira. Como se verá
por este capítulo, a contribuição do IBDFAM é marcante para todas as alterações
pelas passaram os institutos familiares.

Os institutos fundamentais, contemplando a entidade familiar e consagra a


sua proteção. O artigo 5° inciso I diz que homem e mulher são iguais em valor
humano e social, em um único artigo acabou com toda hipocrisia e preconceito que
vinha de séculos.

O Estatuto da criança e do Adolescente, lei n° 8.069/90, atento aos novos


valores constitucionais, elege como destinatários do poder familiar ambos os pais e
enfatiza a finalidade protetiva do menor. Essas definições acima, são dadas por
Juristas de destaque como: (Lafayete Rodrigues e Beviláqua), são acompanhadas,
por partes, de severas críticas no sentido de que a instituição do pátrio poder
sustenta o egoísmo por parte do patriarca em detrimento do altruísmo em prol do
filho. Nesse instituto, não há a ideia de fazer prevalecer o interesse do menor.

O poder familiar é assunto tratado tanto pelo Código Civil em seus


artigos1.630 a 1638, como pelo ECA, nos artigos 21 a 24 e A Lei 13.010 de 2014,
em suma, estabelece o direito da criança e do nos artigos 155 a 163. Pablo
Stolze, conceitua-o como: “o plexo de direitos e obrigações reconhecidos aos pais, em
razão e nos limites da autoridade parental que exercem em face dos seus filhos,
enquanto menores incapazes”. Sendo os pais civilmente responsáveis pelos filhos,
estando sujeitos às sanções cíveis e penais do descumprimento do dever legal de zelar
pelas crianças e adolescentes.
No Brasil, infelizmente ainda existe a violência dentro de casa é um
fenômeno histórico-cultural, muitos responsáveis veem a punição física como a saída
para educar seus filhos e permitida ela aceitação da sociedade dentro do poder familiar

que eles possuem. Mas não percebem prejuízo psicológico que estão causando nesse
menor, que se sente indefeso pelas crueldades que passa, mas não pode contar a
ninguém, por medo de perder um lar. Essas ofensas vão de empurrões, xingamentos,
tapas, utilização de objetos como as famosas “cintas”, ameaças e até mesmo
espancamentos.
A Lei nº 13.010, de junho de 2014. Conhecida como lei Menino Bernado, ou a
Lei da Palmada. Que Alterou a Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990 (Estatuto da
Criança e do Adolescente), para estabelecer o direito da criança e do
adolescente de serem educados e cuidados sem o uso de castigos físicos
ou de tratamento cruel ou degradante.
Nos termos do art.1.513 do Código Civil, que estabelece que, “É defeso
qualquer pessoa, de direito público ou privado, interferir na comunhão de vida instituída
ela família”, trata-se de consagração do princípio da liberdade ou da intervenção na
ótica do direito de família.
O Princípio é reforçado pelo art. 1.565, §2º, da mesma codificação material,
pelo qual o planejamento familiar é livre decisão do casal, sendo violada qualquer
forma de coerção por parte de instituições privadas ou públicas em relação a esse
direito. Tendo em vista o Estado democrático de direito, não deve o Estado intervir nas
relações familiares. O estado deve assegurar a assistência à família na pessoa de cada
um dos que à integram, criando mecanismo para coibir a violência no âmbito de suas
relações (art. 226, §8º, da CF/1988). Thompson, 2006, p. 317.

FAZER UMA ANÁLISE SOBRE ALIENAÇÃO PARENTAL E SEUS


ASPECTOS JURÍDICOS, SOCIAIS E PSÍQUICOS

2º CAPITULO:

O presente estudo trata dos aspectos jurídicos, acerca da alienação


parental, com ênfase na Síndrome de Alienação Parental, que apesar de não ser
um fenômeno novo, vêm sendo atualmente debatido em demasia no ordenamento
jurídico e na doutrina relacionada ao Direito de Família. A família é um organismo
natural e sem fim, que tem por condição proteger, educar e orientar o
desenvolvimento saudável das crianças e adolescentes, e com o número crescente
de divórcios e dissoluções de união estável, suas linhas de contorno vêm sofrendo
mudanças. A alienação Parental sempre ocorreu, porém, com o aumento do
número de divórcios e separações nas últimas décadas, ela tornou-se cada vez mais
comum, sendo identificada, analisada e estudada por profissionais da área da saúde
mental e posteriormente por profissionais da área jurídica. GARDNER (2001, pg.28).

A prática da Alienação Parental torna-se problemática quando um dos


genitores, fragilizado emocionalmente ou inconformado pelo fim da união,
desenvolve uma espécie de vingança, no qual torna-o capaz de prejudicar
diretamente na saúde mental do próprio filho. Na medida em que os fatos vão
persistindo, a situação se agrava, desenvolvendo acusações emocionais, fruto de
opiniões opostas, relacionadas a própria educação do menor, e em meio a este
contexto surge a Síndrome de Alienação Parental a qual diz respeito aos efeitos
emocionais e as condutas comportamentais provocadas na criança que é ou foi
vítima desse processo. Portanto, buscando como resposta, demostrar como o
rompimento conjugal não é o causador da alienação parental, mas sim o modo com
que cada genitor, a partir de suas condições e estrutura psíquica, lida com esta nova
realidade. Ou seja, trata-se de um momento da “vida familiar precedida de uma crise
e seguida de fortes mudanças estruturais” (GRISARD FILHO, 2014, p. 260). As
demandas pela tutela jurídica da integridade psicológica, enquanto emanação da
personalidade humana tem crescido no âmbito do direito brasileiro, sobretudo em
relação a sujeitos abarcados por estatutos especiais de proteção, como mulheres,
crianças e adolescente.
A pesquisa objetiva de forma incisiva e teórica a alienação parental e suas
consequências jurídicas. Tem-se como metodologia, a pesquisa bibliográfica, na
qual foi possível extrair dos livros, revistas, artigos e a legislação, argumentos e
comentários sobre o tema em questão.

O primeiro a estudar esse assunto foi o psiquiatra norte-americano Richard


Gardner. Segundo ele, a Alienação Parental é feita através de uma campanha.
Destrutiva que um dos genitores faz em relação ao outro para o filho. A
desmoralização do ex-cônjuge é feita como forma de vingança, usando o filho como
instrumento para que este passe a odiar o genitor alienado. A partir da análise
comportamental das vítimas de Alienação Parental surgiu o termo SAP/Síndrome da
Alienação Parental, proposto por Gardner, que define e caracteriza essa situação
(GARDNER, 1998, p.35).

A escolha por esse tipo de pesquisa deu-se em função da necessidade de


maior aprofundamento teórico, buscando discutir uma questão de relevante
interesse social. Nesse sentido, apresenta-se como subsídio a futuras pesquisas de
campo, tanto em nível de graduação, quanto de pós-graduação (lato sensu e estrito
sensu), numa procura constante de aprimoramento e análise da realidade concreta
na esfera de nosso País. Este trabalho de conclusão de curso focou-se na pesquisa
bibliográfica, que para Lakatos & Marconi (2009), “trata-se de levantamento de toda
a bibliografia já publicada, em forma de livros, revistas, publicações avulsas e
imprensa escrita”. Segundo as autoras, “as fontes de escolha do assunto podem
originar-se da experiência pessoal ou profissional, de estudos e leituras, da
observação, da descoberta, da discrepância entre trabalhos ou da analogia com
temas de estudo de outras disciplinas ou áreas cientificas” (Lakatos & Marconi,
2009, p.43,44).

O estudo é relevantemente fundamental tanto para a sociedade quanto para os


operadores do Direito, por tratar de um tema amplamente discutido e debatido na
doutrina e na jurisprudência, sobre de que forma pode ser combatida a alienação
parental no seio familiar, e que o menor, portanto, não adquira a Síndrome da
Alienação Parental. Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), reflexo de
uma Constituição Federal que valoriza profundamente a infância e a juventude, visa
proteger integralmente a criança e o adolescente. Com resultado da CF 88 adotou em
nosso ordenamento jurídico a Doutrina da Proteção Integral em seu
artigo 227 prioridade absoluta e no art. 4 do ECA.). Nas palavras de Maria Berenice
Dias (2013, p. 29): "A própria Declaração Universal dos Direitos do Homem estabelece
(XVI 3): 'A família é o núcleo natural e fundamental da sociedade e tem direito à
proteção da sociedade e do Estado”.

Conforme Caio Mário da silva Pereira, ensina que dentre os direitos


fundamentais da criança e do adolescente, identifica-se no art. 227, da Constituição
Federal, o direito à educação e a cultura. Além disso, o Estatuto da criança e do
adolescente (lei nº 8.069/90), reforçando os princípios constitucionais, autoriza
procedimentos práticos para os exercícios destes direitos. Com base no Princípio da
Igualdade entre filhos (art.227, §6º, da CF/1988 e art.1.596, do CC), determina em seu
art.227, §6º, da CF/1988, que “os filhos, havidos ou não da relação de casamento, ou
por adoção terão os mesmos direitos e qualificações, proibidas quaisquer designações
de discriminatórias relevantes à filiação”. Complementando o art.1.596, do CC, tem a
mesma redação, consagrando ambos os dispositivos o princípio da igualdade entre
filhos. Esses comandos legais regulamentam especificamente na ordem familiar a
isonomia constitucional, ou igualdade em sentido amplo, consoante do art. 5º, caput, da
CF/1988, um dos princípios do Direito Civil constitucional (Tartuce, p.1127/1128).
DIZER QUAL A IMPORTÂNCIA DO CONVÍVIO FAMILIAR

3º CAPITULO:

Conviver bem com a família é fundamental para o bem-estar emocional,


psicológico e social das pessoas. A família é o núcleo básico da sociedade, e é
nela que aprendemos a conviver em grupo, a compartilhar responsabilidades, a
desenvolver relações de afeto e a lidar com conflitos. A convivência familiar pode
trazer muitos benefícios para a vida das pessoas. Quando há um ambiente de
apoio e compreensão em casa, isso contribui para a formação de uma autoestima
saudável, ajuda no desenvolvimento da inteligência emocional, melhora a
capacidade de resolução de problemas, estimula a criatividade e aumenta a
sensação de segurança e pertencimento que essa rede de apoio oferece.

Por outro lado, o conflito e a falta de diálogo dentro de uma família podem
trazer prejuízos psicológicos como: estresse, ansiedade, depressão e outros
problemas de saúde mental. Além disso, um ambiente familiar hostil pode
prejudicar o desenvolvimento emocional das crianças, impactando negativamente a
sua vida futura. Portanto, é importe valorizar e cultivar os relacionamentos
familiares.

A convivência familiar busca atender o melhor interesse da criança e do


adolescente, por isso mesmo a legislação e jurisprudência moderna estendem o
convívio a toda e qualquer pessoa por quem haja relação de afeto incluídos neste
rol avós, bisavós, tios, primos e padrinhos entre outros. O direito a convivência é
direito da criança, adolescente e idoso amparada pela Constituição da República
Federativa do Brasil, pelo Estatuto da Criança e Adolescente e a lei 12.398/11 que
altera o artigo do Código Civil e amplia ao direito de visita aos avós. Com isso
mostra-se que fica regido o direito da convivência familiar da criança com seus
entes, mas até que ponto o interesse do menor é colocado como prioridade? Nas
palavras de Gonçalves (2002, p.31). O princípio da prioridade absoluta é “a
concretização dos direitos fundamentais, a afirmação do pleno exercício da
cidadania social do cidadão criança e adolescente”.
O Estado tem o dever de assegurar à criança e adolescente o direito à
convivência familiar. (art. 227, caput, da constituição federal do Brasil). O objetivo
maior de lei 8.069/1990 é a proteção integral à criança e ao adolescente, aí
compreendida a participação na vida familiar e comunitária. Constituição Federal do
Brasil promulgada em 1988 assegurou a criança, ao adolescente e ao jovem o
direito a convivência familiar. Comando reafirmado pelo Estatuto da Criança e do
Adolescente que garantiu a criação no seio familiar natural, incomumente, em
família substituta, assegurando a convivência familiar e comunitária. Atualmente o
conceito de família vai muito mais além da figura do pai e da mãe, pois o novo
sistema vigente prestigia uma maior proteção e manutenção do seio familiar.

É importante ressaltar que o Estatuto da Criança e do Adolescente,


mereceu destaque o direito a convivência familiar. Este sistema de proteção trouxe
uma percepção ampliada do conceito de família abrangendo todos aqueles que
mantém um vínculo de afinidade e afetividade. A convivência familiar é também um
direito-dever decorrente do poder familiar. Tanto que se persegue a continuação da
convivência com todos os membros da família mesmo em caso de separação dos
pais.

O termo poder familiar ainda nos trouxe a ideia de que o exercício de guarda
dos filhos, pode também se estender a outras pessoas da família. Isto é, as demais
pessoas que estão ligadas a criação do menor. Distingue-se, que os avós poderiam
ser os guardiões dos netos, ou apenas parte extensa do poder familiar. Mas ainda
assim, essa alteração não se mostrou suficiente para garantir o direito dessas
pessoas a convivência saudável com seus netos.
A Constituição Federal de 1988, traz em seu art. 227, é dever da família, da
sociedade e do Estado assegurar à criança, ao adolescente e ao jovem, com
absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao lazer,
à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência
familiar e comunitária, além de colocá-los a salvo de toda forma de negligência,
discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão.
O convívio é benéfico para o desenvolvimento do ser humano, traz um
sentimento de pertencimento e ajuda no desenvolvimento psíquico e social. No
âmbito jurídico, tutela um direito constitucional fundamental para que crianças e
adolescentes não sejam privados de construir relações afetivas com seus
familiares.
O convívio familiar pressupõe uma relação de afeto, sendo extremamente
importante por gerar laços duradouros onde cada um é uma extensão do outro.
Quando não há uma relação, esse convívio fica defasado, afetando a forma como
os filhos aprendem relações sociais, regras e condutas. Portanto é importante
valorizar e cultivar os relacionamentos familiares, promovendo o diálogo, a
compreensão, o respeito e a empatia. Dessa forma, é possível construir laços
sólidos e duradouros, que proporcionam apoio e segurança emocional, mesmo nos
momentos mais difíceis. Madre Teresa de Calcutá, conhecida por se dedicar a
causas sociais, disse certa vez algo muito interessante e que nos faz refletir sobre
a importância da boa relação familiar. Ela afirmou: “O que você pode fazer para
promover a paz mundial? Vá para casa e ame sua família”. Realmente é na família
que o caráter de um indivíduo começa a ser formado. Quanto mais nos ocuparmos
em cuidar das nossas crianças e dar a elas bons exemplos, melhores cidadãos
formaremos para o mundo. Então, antes de pensar em ter qualquer atitude externa
para construir um mundo mais justo, lembre-se do seu círculo familiar em primeiro
lugar, pois essa é a semente mais poderosa que poderá plantar.

Referências Bibliográficas:

BRASIL. [Constituição (1988)]. Constituição da República Federativa do


Brasil: promulgada em 05 de outubro de 1988. Brasília, DF: Presidente da
República, [2023].

Lei de Alienação Parental. Lei nº 12.318/2010, Brasília, DF, Senado Federal,


2010.
BRASIL. Estatuto da Criança e do Adolescente: Lei Federal n° 8069, de 13 de
junho de 1990. Rio de Janeiro: Imprensa Oficial, 2002. BRASIL.

OLIVEIRA, Euclides de. A escalada do afeto no direito de família: ficar,


namorar, conviver, casar. Anais do V congresso de direito de família do IBDFAM,
Rodrigo da Cunha Pereira (coord.) São Paulo: IOB Thompson, 2006, p. 317.

GARDNER, H. (1998) inteligências múltiplas: perspectivas. Tradução Maria


Adriana Veríssimo Veronese. Porto Alegre: Artmed.

GARDNER, R. (1991). Legal and psychotherapeutc approaches to the three


types of parental alienations syndrome families. When psychiatry and law Join
forces. Court review, 28(1), 14-21. Recuperado em 19 de janeiro de 2009,
disponível em: http://www.fact.on.ca/info/pas/gardnr01.htm

GRISARD FILHO, Waldyr. Guarda compartilhada: um novo modelo de


responsabilidade parental. 4° ed. São Paulo: revista dos Tribunais, 2009.
TARTUCE, Flávio. Direito de família, manual de direito civil volume único 10ª,
P. 1122, ed. 2020

TARTUCE, Flavio. O Princípio da Afetividade no Direito de Família.

PEREIRA, Rodrigo Cunha. Comentários ao novo código civil. Princípios


fundamentais norteadores do direito de família. Belo Horizonte: Del Rey, de 2006.

Paulo Lôbo Doutor em Direito Civil pela USP, advogado, professor emérito da
UFAL, ex-membro do Conselho Nacional de Justiça

LÔBO, Paulo. Do poder familiar. Revista Jus Navegando, Teresina, ano 11, n.
1057, 24 maio 2006. Disponível em: Acesso em: 11 nov. 2015.

FONSECA, Priscila Maria Pereira Corrêa da. Síndrome de alienação


parental. Pediatria: São Paulo, 2006.
DIAS, Maria Berenice. Manual de Direito das Famílias. 9ª. Ed. São Paulo:
Revista dos Tribunais, 2013. Pagina 29.

DINIZ, Maria Helena. Direito de família. Curso de direito civil brasileiro. São
Paulo: saraiva, 2007.

GAGLIANO, Pablo Stolze. Manual de direito civil; volume único / Direito de


família – As Famílias em perspectiva constitucional / Pablo Stolze Galiano e Rodolfo
Pamplona Filho. – São Paulo: Saraiva, 2011. 1. Direito civil 2. Direito civil - Brasil I.
Título II. Pamplona Filho, Rodolfo. Página 1.273.

GONÇALVES, Carlos Roberto. Direito Civil b=Brasileiro. Direito de família,


volume 6, Editora Saraiva, 2012, p. 360-3062

LAKATOS, EM; MARCONI, M. A. Técnicas de pesquisa. 6. Ed. São Paulo:


atlas. 2009. P. 43, 44.
SOUSA, Analice Martins de. Síndrome da alienação parental: um novo tema
nos juízos de família. São Paulo: Cortez, 2010, página 166.

MARQUES, José Roberto, Viver em Família: como vencer as dores e os


conflitos familiares/ José Roberto Marques. 2020, Goiânia: Ed. IBC Ltda. Edição
original, 2020, José Roberto Marques. Dados internacionais de catalogação na
publicação (CIP) (Câmara Brasileira do livro, SP, Brasil)

LÔBO, Paulo. Direito das famílias. Direito-dever à convivência familiar.


Organizadora Maria Berenice Dias. São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2009.

LISBOA, T. T. A. Guarda compartilhada x convivência familiar. Disponível em:


<http://www.ibdfam.org.br Acesso em: 08 de maio 2020.

Pesquisa na internet, https://www.migalhas.com.br/depeso/334551/a-


igualdade-entre-homem-e-mulher-e-suas-particularidades-nos-aspectos-cotidianos
PEREIRA, Lafayete Rodrigues. Direitos de família. Rio de Janeiro: Typ. Da
Tribuna Liberal, 1889, p. 203-224. Disponível em: <htps://goo.gl/NRbzzL>. Acesso
em: 20 jul.2018.

BEVILAQUA, Clovis. Em defeza do projecto de código civil brasileiro. Rio de


Janeiro: Liv. Francisco Alves, 1906. Disponível em: https://goo.gl/67bA3F. Acesso
em: 20jul. 2018.

PEREIRA, Caio Mário da silva instituições de direito civil. Vol. V – Direitode


Família. 16ª ed. Editora Forense, Rio de Janeiro,2007.

Essa lei é um exemplo de várias outras que foram surgindo e modificando o


código de 1916, passando este a ser legislação residual, o que ensejou a
elaboração do novo código civil de 2002. Mesmo assim, esse novo conceito não
agradou a todos.

Você também pode gostar