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Princípio do respeito à dignidade da pessoa humana, como decorrência do disposto

no art. 1º,III, da Constituição Federal. Para Gustavo Tepedino, “a milenar proteção da


família como instituição, unidade de produção e reprodução dos valores culturais, éticos,
religiosos e econômicos, dá lugar à tutela essencialmente funcionalizada à dignidade
de seus membros, em particular no que concerne ao desenvolvimento da personalidade
dos filhos.”.
Princípio da igualdade jurídica dos cônjuges e companheiros, no que tange aos seus
direitos e deveres; Estabelecido no art. 226, 5º, da Constituição Federal, verbis: “Os
direitos e deveres referentes à sociedade conjugal são exercidos igualmente pelo
homem e pela mulher”. A regulamentação instituída no aludido dispositivo acaba com o
poder marital. Princípio de igualdade jurídica de todos os filhos; O Código Civil de 1916
proibia o registro de filhos gerados fora do casamento; Consubstanciado no art. 227, 6º da
Constituição Federal, que assim dispõe: “Os filhos, havidos ou não da relação do
casamento, ou por adoção, terão os mesmos direitos e qualificações, proibidas qua
isquer designações discriminatórias relativas a filiação”. Não há discriminação entre
filhos. Princípio da paternidade responsável e planejamento familiar: Dispõe o art. 226
da CF que o planejamento familiar é livre decisão do casal, fundado nos princípios
da dignidade da pessoa humana e da paternidade responsável. O Código Civil de 200
2, no art. 1.565, traçou algumas diretrizes, proclamando que “o planejamento familiar é
de livre decisão do cas al” e que é “vedado qualquer tipo de coerção por parte de
instituições públicas e privadas as”. Princípio da comunhão plena de vida baseada na
afeição entre cônjuges ou conviventes; Como prevê o art. 1.511 do CC. Tal
dispositivo tem relação com o aspecto espiritual do casamento e com o companheirismo
que nele de ve existir; Demonstra a intenção do legislador de torna- lo mais humano.
Princípio da liberdade de constituir uma comunhão de vida familiar, seja pelo
casamento, seja pela união estável, sem qualquer imposição ou restrição de pessoa
jurídica de direito público ou privado, com o dispõe o art. 1.513 do CC. Princípio da não
intervenção ou da liberdade (art. 1.513 do CC); Dispõe o art. 1.513 do CC em vigor
que: “É defeso a qualquer pessoa de direito público ou direito privado interferir na
comunhão de vida instituída pela família. Observação: Contudo, é pertinente apontar
que esse princípio deve ser lido e ponderado perante outros princípios, como no
caso do princípio do melhor interesse da criança e do adolescen te. Princípio do
melhor interesse da criança e do adolescente; Prevê o art.227, caput, da CF/1988,
com redação dada pela Emenda Constitucional 65, de 13 de julho de 2010 , que “É
dever da f amília, da sociedade e do Estado assegurar à criança, ao adolescente e
ao jovem, com absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à alimentação, à
educação, ao lazer, à profissionalização , à cultura, à dignidade, ao respe ito, à
liberdade e à convivência familiar e comunitária, além de coloca-los a salvo de toda
forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão”.
Princípio da afetividade; O afeto talvez seja apontado, atualmente, como o principal
fundamento das relações familiares. Princípio da função social da família; Na doutrina
contemporânea, lecionam Pablo Stolze, Gagliano Rodolfo,Pamplona Filho que “a
principal função da família e a sua característica de meio para a realização dos
nossos anseios e pretensões. Não é mais a família um fim em si mesmo, mas, sim, o meio
social para a busca de nossa felicidade na relação com o outro”. Atualmente já é
reconhecida a união entre pessoas do m esmo sexo como uma entidade familiar a f
im de concretizar o desenvolvimento da personalidade, o respeito à di gnidade
humana e a dimensão afetiva. Assegurou-se assim a paridade de direitos para as
relações homossexuais como inclusive um meio de redução do preconceito. O
reconhecimento desse no vo modelo familiar per mitiu alcançar a igualdade entre os
sexos, a liberdade, a intimidade e a pl uralidade familiar, princípios importantes para
conceder efeitos jurídicos às pa rceiras ent re pessoas do mesmo sexo. Vê-se,
portanto, que desta forma foi possível proporcionar maior proteção à entidade familiar
ao respeitar as suas diversas formas de constituição, em que a função deste núcleo é
conforme lição de Maria Berenice Dias: “O pluralismo das relações familiares – outra
vértice da nova ordem jurídica – ocasionou mudanças na própria estrutura da
sociedade. Rompeu-se o aprisionamento da família nos moldes restritos do
casamento, mudando profundamente o conceito de família. A consagração da
igualdade, o reconhecimento da existência de outras estruturas de convívio, a
liberdade de reconhecer filhos havidos fora do casamento operaram uma verdadeira
transformação na família”. (DIAS , 2015:39).

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