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PACTO ANTENUPCIAL
O pacto antenupcial é o negócio jurídico por meio do qual
os nubentes estabelecem as regras patrimoniais (= o regime
de bens) que vigorarão ao longo do casamento. Ele tem de ser
formalizado por escritura pública e só produz efeitos se o
casamento vier a ocorrer (art. 1.653, CC).
É dado prestígio à vontade dos consortes, que só não
podem contrariar normas de ordem pública por força do art.
1.655, CC.
Como o regime de bens de um casal pode interessar a
terceiros (como a credores interessados em saber se podem BENS EXCLUÍDOS (ART. 1659/CC)
ou não penhorar bens em nome de qualquer um dos Art. 1.659. Excluem-se da comunhão:
cônjuges), o legislador exige que o pacto antenupcial seja I - os bens que cada cônjuge possuir ao casar, e os que
facilmente acessível por qualquer pessoa por meio do seu lhe sobrevierem, na constância do casamento, por
registro no Cartório de Registro de Imóveis do domicílio dos doação ou sucessão, e os sub-rogados em seu lugar;
cônjuges. Esse registro é feito no Livro 3 (“Registro Auxiliar”)
II - os bens adquiridos com valores exclusivamente O regime da participação nos aquestos é regido pelos arts.
pertencentes a um dos cônjuges em sub-rogação dos 1.672 ao 1.686 do CC. É caracterizado pelo fato de que, ao
bens particulares; longo do casamento, vigoram as regras de separação de bens,
III - as obrigações anteriores ao casamento; mas, no momento do fim da sociedade conjugal, todos os bens
IV - as obrigações provenientes de atos ilícitos, salvo adquiridos onerosamente ao longo do casamento (os
reversão em proveito do casal; “aquestos”) se comunicam.
V - os bens de uso pessoal, os livros e instrumentos de De uma forma simplificada, esse regime busca garantir
profissão; algo próximo do regime da separação de bens ao longo do
VI - os proventos do trabalho pessoal de cada cônjuge; casamento e algo próximo ao regime da comunhão parcial na
VII - as pensões, meios-soldos, montepios e outras dissolução do casamento.
rendas semelhantes. É obrigatório o pacto antenupcial
Cada cônjuge possui patrimônio, e lhe cabe, à época
BENS QUE SE COMUNICAM (ART. 1660/CC) da dissolução da sociedade conjugal, direito a metade
dos bens adquiridos pelo casal, a título oneroso, na
Art. 1.660. Entram na comunhão: constância do casamento
I - os bens adquiridos na constância do casamento por
título oneroso, ainda que só em nome de um dos
cônjuges;
REGIME DE SEPARAÇÃO CONVENCIONAL
II - os bens adquiridos por fato eventual, com ou sem o No regime da separação convencional de bens, não há
concurso de trabalho ou despesa anterior; comunicação de bens. Não há exceção.
III - os bens adquiridos por doação, herança ou legado, Assim, quando o art. 1.647 do CC dispensa a outorga
em favor de ambos os cônjuges; conjugal para o “regime da separação absoluta”, ele está se
IV - as benfeitorias em bens particulares de cada referindo apenas ao regime da separação convencional, e não
cônjuge; ao legal.
V - os frutos dos bens comuns, ou dos particulares de É obrigatório ter pacto antenupcial
cada cônjuge, percebidos na constância do casamento, Em regra não tem massa comum
ou pendentes ao tempo de cessar a comunhão.
TUTELA
COMUNHÃO UNIVERSAL DE BENS A tutela é instituto que visa à proteção de categoria
O regime da comunhão universal é disciplinado pelos arts. específica de incapazes, os menores. É substitutivo do poder
1.667 ao 1.671 do CC. Nele, em regra, todos os bens, mesmos familiar e, por essa razão, com este incompatível. Só haverá
os adquiridos gratuitamente, por herança ou antes do tutela se não houver poder familiar. O tutor protegerá,
casamento, se comunicam: são bens comuns. defenderá e amparará os menores não submetidos ao poder
familiar.
BENS EXCLUÍDOS (ART. 1668/CC) Em regra, os menores são protegidos pelo instituto do
poder familiar, que compete aos pais, em conjunto ou, na falta
Art. 1.668. São excluídos da comunhão: ou impedimento de um deles, ao outro, que o exercerá com
I - os bens doados ou herdados com a cláusula de exclusividade (art. 1.631 do CC). Em caso de ausência ou
incomunicabilidade e os sub-rogados em seu lugar; impedimento dos pais, não haverá poder familiar e por essa
II - os bens gravados de fideicomisso e o direito do razão a proteção dos menores ocorrerá por meio do instituto
herdeiro fideicomissário, antes de realizada a condição da tutela, que supre e substitui o poder familiar.
suspensiva;
Portanto, a tutela é o conjunto de poderes e encargos
III - as dívidas anteriores ao casamento, salvo se conferidos pela lei a um terceiro, para proteger e zelar pela
provierem de despesas com seus aprestos, ou pessoa de um menor (não incapaz) que se encontra fora do
reverterem em proveito comum;
poder familiar, e lhe administra os bens.
IV - as doações antenupciais feitas por um dos cônjuges
ao outro com a cláusula de incomunicabilidade; É um múnus público, que substituirá o poder familiar
quando este não puder ser exercido por qualquer dos pais
pelos mais diferentes motivos.
REGIME DE PARTICIPAÇÃO FINAL DOS AQUESTROS O tutor assumirá a representação e assistência do menor,
com as restrições impostas pela Lei Civil, no exercício deste
múnus público. A alienação ou oneração de bens do tutelado, tem caráter eminentemente subsidiário, como enuncia o art.
por exemplo, dependerá de autorização judicial. O tutor não 1.732 do Código Civil.
passa a ter poder familiar sobre os menores. Trata-se de A tutela dativa depende, portanto, da ausência de tutores
institutos de alcances diferentes, embora o objetivo se nomeados ou legítimos ou, mesmo que existam, tenham sido
assemelhe. excluídos do múnus público ou escusados da tutela. A
De acordo com o Estatuto da Criança e do Adolescente remoção por idoneidade também será causa de nomeação de
(arts. 36 a 38), a tutela é a modalidade de colocação da criança tutor dativo.
em família substituta, em que o tutor terá o poder jurídico de
dirigir a pessoa e gerir os bens do menor incapaz, na falta ou
impedimento dos titulares do poder familiar. TUTELA PARA IRMÃOS ÓRFÃOS
O tutor deve primar para que o menor tenha pleno No caso de irmãos órfãos, a Lei Civil impõe a nomeação de
desenvolvimento intelectual, a fim de concretizar a sua um só tutor a fim de preservar o vínculo afetivo entre os
dignidade. irmãos. Ademais, a nomeação de apenas um tutor para
irmãos órfãos facilita a administração dos bens e da vida
O tutor pode ser escolhido e eleito pelos pais, em conjunto pessoal desses menores, a teor do que dispõe o art. 1.733 do
(poder familiar e isonomia) ou, em caso de omissão ou CC.
ausência de nomeação pelos pais, a lei o deferirá. Portanto, a
tutela pode decorrer de nomeação dos pais ou decorrer de Por essa razão, no caso de ser nomeado mais de um tutor
previsão legal (legítima). Essas são as modalidades de tutela. por disposição testamentária sem indicação de precedência
ou preferência, entende-se que a tutela foi cometida ao
primeiro, e que os outros lhe sucederão pela ordem de
TUTELA DOCUMENTAL E TESTAMENTÁRIA (POR NOMEAÇAÕ DOS nomeação, se ocorrer morte, incapacidade, escusa ou
PAIS) qualquer outro impedimento.
A nomeação pelos pais poderá ser por documento No entanto, diante de peculiaridades do caso concreto,
autêntico, público ou particular, por meio da qual nada impede a escolha do segundo tutor ou de terceiro, caso
exteriorizam a vontade de indicar a pessoa que ficará seja melhor para os interesses dos menores. Como já
responsável pelos filhos menores ou por testamento ou ressaltado, na tutela sempre prepondera o princípio do
codicilo (parágrafo único do art. 1.729). O testamento conjunto melhor interesse do menor.
é nulo (art. 1.863 do CC). Nesse caso, cada um dos genitores Nessa hipótese, ainda que o menor herdeiro ou legatário
terá de elaborar um testamento próprio com indicação do esteja sob o poder familiar dos pais ou no regime jurídico da
tutor. tutela, nada impede que o testador nomeie um terceiro,
Como a nomeação de tutor pelos pais pressupõe o pleno curador especial, com a finalidade única de administrar e
exercício do poder familiar (art. 1.634, IV, CC), será nula a gerir os bens objeto da disposição de última vontade. A
nomeação de tutor pelo pai ou pela mãe que, no tempo de sua atuação desse curador especial é limitada aos bens objeto da
morte, não tinha o poder familiar (art. 1.730 do CC). A herança ou legado e, por isso, tal curatela especial convive,
validade da nomeação de tutor pressupõe que, no momento de forma harmônica, com os institutos do poder familiar e da
da nomeação, os pais estejam investidos do poder familiar. tutela.
Assim, se, no momento da nomeação, os pais exerciam
plenamente o poder familiar, mas vêm a perdê-lo por fato
superveniente, por ocasião da morte, a nomeação será AUSÊNCIA DE LEGITIMAÇÃO PARA O EXERCÍCIO DA TUTELA
considerada ineficaz, embora fosse válida no momento da Os tutores, como ressaltado, poderão ser nomeados pelos
nomeação. pais, em conjunto ou isoladamente, em decorrência do poder
Entretanto, em qualquer hipótese, seja em conjunto ou familiar (tutela por nomeação); poderão ser indicados pela lei,
isoladamente, para que a tutela tenha eficácia é essencial queem caso de ausência de nomeação (tutela legítima); ou,
ambos os pais estejam falecidos, ausentes ou impedidos de finalmente, poderão ser nomeados pelo juiz (tutela dativa).
exercer o poder familiar (art. 1.728 do CC). No entanto, no âmbito de qualquer das modalidades de
tutela, é essencial que o tutor, além da capacidade para
exercer esse múnus público, esteja devidamente legitimado
TUTELA NOMEADO PELO JUIZ ou habilitado para tal mister.
A tutela dativa decorre de decisão judicial, como modo de Com a finalidade de proteger e preservar os interesses dos
suprir a ausência de tutores nomeados ou legítimos. Por isso, menores, a Lei Civil, em seu art. 1.735, impede que
determinadas pessoas sejam tutoras ou, se forem, que sejam
excluídas deste múnus públicos, por conta dos mais variados IV - os impossibilitados por enfermidade;
motivos. São os impedidos de exercer a tutela: V - aqueles que habitarem longe do lugar onde se haja de
Art. 1.735. Não podem ser tutores e serão exonerados exercer a tutela;
da tutela, caso a exerçam: VI - aqueles que já exercerem tutela ou curatela;
I – aqueles que não tiverem a livre administração de seus VII - militares em serviço.
bens;
II – aqueles que, no momento de lhes ser deferida a tutela, Art. 1.737. Quem não for parente do menor não poderá
se acharem constituídos em obrigação para com o menor, ser obrigado a aceitar a tutela, se houver no lugar parente
ou tiverem que fazer valer direitos contra este, e aqueles idôneo, consangüíneo ou afim, em condições de exercê-la.
cujos pais, filhos ou cônjuges tiverem demanda contra o
menor;
III – os inimigos do menor, ou de seus pais, ou que tiverem Portanto, a pessoa nomeada poderá rejeitar o encargo se
sido por estes expressamente excluídos da tutela; houver um parente idôneo do tutelado em iguais condições
IV – os condenados por crime de furto, roubo, estelionato, para exercê-lo. Tal dispositivo evidencia que a tutela, em
falsidade, contra a família ou os costumes, tenham ou não primeiro plano, é um encargo da família, e pessoas estranhas
cumprido pena; somente podem ser nomeadas tutoras caso os familiares,
V – as pessoas de mau procedimento, ou falhas em fundamentadamente, não puderem exercê-lo.
probidade, e as culpadas de abuso em tutorias anteriores; A escusa do tutor, motivada em qualquer das situações
VI – aqueles que exercerem função pública incompatível previstas e estabelecidas nos arts. 1.736 e 1.737, deve ser
com a boa administração da tutela. apresentada nos dez dias subsequentes à designação, sob
pena de entender-se renunciado o direito de alegá-la (art.
As hipóteses implicam impedimento ou ausência de 1.738 do CC). A não observância do prazo em referência
legitimação, e não incapacidade. A idoneidade do tutor, nas caracterizará renúncia. Nessa primeira situação, a escusa é
hipóteses subjetivas, deve ser analisada com a devida apresentada antes da aceitação do encargo pelo tutor.
cautela e prudência, com a garantia de que o tutor poderá, por Por outro lado, é possível que o tutor aceite o encargo e,
meio do devido processo legal, apresentar suas razões para depois, apresente a escusa. Nessa hipótese (escusa após a
questionar e impugnar o impedimento contra o mesmo aceitação do encargo), de acordo com a segunda parte do art.
imputado. 1.738 do CC, os dez dias contar-se-ão da data em que o tutor
tiver conhecimento da superveniência da causa que lhe
faculta a escusa.
ESCUSA DOS TUTORES
Após a apresentação da escusa, seja anterior ou posterior
Os tutores, quando nomeados pelos pais, indicados pela à aceitação, esta é submetida à análise judicial, a fim de que
lei ou eleitos pelo juiz, podem escusar-se da tutela, desde que possam ser apuradas as razões e a procedência dos motivos
tal recusa ou escusa seja devidamente justificada. A escusa para a manifestação contrária do tutor em relação ao
não implica proibição. exercício desse múnus público.
Ao contrário, nesse caso, o tutor tem plena capacidade e Nessa perspectiva, de acordo com o art. 1.739 do CC, se o
legitimidade para exercer o múnus público, mas, em razão de juiz não admitir a escusa, exercerá o nomeado a tutela
alguma situação específica de sua vida pessoal ou enquanto o recurso interposto não tiver provimento, e
profissional, pode, de forma legítima, declinar do referido responderá, desde logo, pelas perdas e danos que o menor
encargo. venha a sofrer.
A escusa decorre de ato de vontade do tutor que, O tutor que tiver a escusa indeferida ficará obrigado a
habilitado para exercer o encargo, apresentará a justificativa exercer o múnus público e ainda responderá civilmente pelos
ou razão para não assumir a tutela. As hipóteses em que o eventuais danos que o menor venha a sofrer por atos
tutor poderá, de forma legítima, escusar-se da tutela, estão comissivos e omissivos do tutor, com dolo ou culpa, durante o
arroladas no art. 1.736 e 1.737 do CC. exercício da tutela.
Art. 1.736. Podem escusar-se da tutela:
I - mulheres casadas; RESPONSABILIDADE E REMUNERAÇÃO
II - maiores de sessenta anos;
A responsabilidade e remuneração do tutor, vem prevista
III - aqueles que tiverem sob sua autoridade mais de três no (art. 1752.CC) que “O tutor responde pelos prejuízos que,
filhos; por culpa, ou dolo, causar ao tutelado; mas tem direito a ser
pago pelo que realmente despender no exercício da tutela, tutor (não há cooperação com este) e prestará contas
salvo no caso do art. 1.734 , e a perceber remuneração ao juiz sobre a gestão e a administração patrimonial
proporcional à importância dos bens administrados. Ao exercida pelo tutor. Ao protutor poderá ser arbitrada
protutor será arbitrada uma gratificação módica pela remuneração (§ 1º do art. 1.752 do CC).
fiscalização efetuada. São solidariamente responsáveis pelos
prejuízos as pessoas às quais competia fiscalizar a atividade Se os bens e interesses administrativos de propriedade do
do tutor, e as que concorreram para o dano. O novo diploma menor exigirem conhecimentos técnicos, forem complexos, ou
não mais estabelece um percentual da renda líquida dos bens realizados em lugares distantes do domicílio do tutor, poderá
do menor, adotando um critério subjetivo, pelo qual cabe ao este, mediante aprovação judicial, delegar a outras pessoas,
juiz fixar o quantum da remuneração em proporção à físicas ou jurídicas, o exercício parcial da tutela.
importância dos bens administrados, observados os
Os bens do menor serão entregues ao tutor mediante
princípios da razoabilidade e da proporcionalidade.
termo especificado deles e seus valores, ainda que os pais o
tenham dispensado. Antes do exercício da tutela, é essencial
EXERCÍCIO DA TUTELA que se realize um inventário pormenorizado e detalhado dos
Ao assumir o encargo (em decorrência de ato de vontade bens do menor que ficarão sob a responsabilidade do tutor.
dos pais, da lei ou do juiz) e, se não houver impedimento No referido inventário, deverá ser indicado o bem, natureza,
(proibição de exercer a tutela) e não apresentada escusa, ou localização, situação e valor.
se esta for indeferida, o tutor passará a exercer a tutela (o De acordo com o parágrafo único do art. 1.745, se o
múnus público). patrimônio do menor for de valor considerável, poderá o juiz
Portanto, a Lei Civil impõe obrigações e deveres ao tutor condicionar o exercício da tutela à prestação de caução
que, se não cumpridos, poderão acarretar responsabilidade. bastante, podendo dispensá-la se o tutor for de reconhecida
Em síntese, o exercício da tutela implicará a administração da idoneidade. A prestação de caução pelo tutor é uma faculdade
vida pessoal e patrimonial do tutelado, ou seja, o tutor será do juiz, a depender das circunstâncias objetivas do caso
responsável, assim como os pais o são, por questões de concreto, em especial a reconhecida idoneidade do tutor.
natureza existencial e patrimonial dos menores. No exercício da tutela, compete ao tutor a prática de atos
Em relação à pessoa do tutelado (questões existenciais), que visam proteger a pessoa do menor e os seus bens ou
incumbe ao tutor dirigir-lhe a educação, defendê-lo e prestar- patrimônio. Por isso, será seu representante ou assistente, a
lhe alimentos, conforme seus haveres e condição; reclamar do depender da idade, é responsável pela boa gestão
juiz que providencie, como houver por bem, quando o menor patrimonial.
haja mister correção; adimplir os demais deveres que Assim, de acordo com o art. 1.747 do CC, compete ao tutor:
normalmente cabem aos pais, ouvida a opinião do menor (que Representar o menor até os 16 anos, nos atos da
não tem caráter vinculante), se este já contar 12 anos de vida civil, e assisti-lo, após essa idade, nos atos
idade (art. 1.740 do CC). em que for parte (proteção para os atos da vida
Em relação às questões patrimoniais, incumbe ao tutor, civil, da mesma forma que os pais – art. 1.634,
sob a inspeção do juiz, administrar os bens do tutelado, em iv);
proveito deste, cumprindo seus deveres com zelo e boa-fé Receber as rendas e pensões do menor, e as
(art. 1.741, CC). O tutor administra o patrimônio do tutelado, quantias a ele devidas (decorrência do dever de
da mesma forma que os pais no exercício do poder familiar administração do tutor);
(art. 1.689, II, do CC).
Fazer-lhe as despesas de subsistência e
O juiz supervisionará a referida gestão patrimonial. Para educação, bem como as de administração,
fiscalização dos atos do tutor, pode o juiz nomear um protutor conservação e melhoramentos de seus bens
(art. 1.742 do CC). (também decorrentes do dever de gestão
O protutor será auxiliar do juízo em relação à patrimonial e pessoal);
fiscalização dos atos do tutor. Trate-se de auxiliar do Alienar os bens do menor destinados à venda (ou
juiz e não auxiliar do tutor. A nomeação do protutor seja, aqueles bens que, por natureza, devem ser
é facultativa. Apenas as circunstâncias do caso alienados, como safras, mercadorias de
concreto poderão justificar a nomeação de um
estabelecimento comercial para manutenção de
protutor. A função fiscalizatória do protutor não
impede que o juiz destitua o tutor, caso perceba que empresa do tutelado etc. – os imóveis possuem
este está colocando em risco o patrimônio do menor. disciplina própria –, art. 1.750), e finalmente
Como já ressaltado, o protutor fiscalizará os atos do promover-lhe, mediante preço conveniente, o
arrendamento de bens de raiz (ato de gestão nas condições previstas no § 1º do art. 1.753; para se
patrimonial) empregarem em conformidade com o disposto por quem os
houver doado ou deixado, e para se entregarem aos órfãos,
Os atos supramencionados podem ser realizados pelo quando emancipados, ou maiores, ou, mortos eles, aos seus
tutor sem necessidade de autorização judicial. No entanto, o herdeiros.
tutor responderá pela boa gestão patrimonial e, no caso de
dano ao patrimônio do menor, responderá pelo dolo ou culpa. PRESTAÇÕES DE CONTAS PELO TUTOR
Compete ainda ao tutor, com autorização do juiz, pagar as Os tutores são gestores de patrimônio alheio e, nessa
dívidas do menor; aceitar por ele heranças, legados ou condição, devem prestar contas da administração desses
doações, ainda que com encargos; transigir; vender-lhe os bens. A prestação de contas é devida ainda que os pais do
bens móveis cuja conservação não convier, e os imóveis nos tutelado, por ocasião da nomeação do tutor, em ato autêntico
casos em que for permitido; e propor em juízo as ações, ou ou testamento, tenham dispensando o tutor de tal encargo.
nelas assistir o menor, e promover todas as diligências a bem Portanto, eventual cláusula que dispense o tutor de prestação
deste, assim como defendê-lo nos pleitos contra ele movidos. de contas é absolutamente ineficaz, nos termos do art. 1.755
Nessas situações previstas no art. 1.748 do CC, na falta de do CC.
autorização, a eficácia de ato do tutor depende da aprovação
ulterior do juiz. O art. 1.756 do CC estabelece a obrigatoriedade de o tutor,
a cada ano, apresentar um balanço, que não se confunde com
a prestação de contas. No final de cada ano, o tutor deverá
BENS DO TUTELADO apresentar um balanço respectivo que será submetido à
O Código Civil, a fim de conservar o patrimônio do análise.
tutelado, estabelece algumas diretrizes para a gestão A prestação de contas propriamente dita ocorrerá, em
administrativa a ser viabilizada pelo tutor, em especial regra, a cada dois anos ou, a qualquer tempo, se o tutor, por
quando tal administração envolver a posse de dinheiro. qualquer motivo, deixar a tutela (ao deixar a tutela, mesmo
Para atingir tal objetivo, dispõe o art. 1.753 do CC que os antes dos dois anos, deverá prestar contas), e também
tutores não podem conservar em seu poder dinheiro dos sempre que o juiz, desde que devidamente justificado,
tutelados, além do necessário para as despesas ordinárias entender que é conveniente.
com o seu sustento, a sua educação e a administração de seus As contas, de acordo com o parágrafo único do art. 1.757
bens. Tais despesas ordinárias estão especificadas na Lei do CC, serão prestadas em juízo e julgadas depois da
Civil, como se visualiza, por exemplo, nos arts. 1.746 e 1.747, audiência dos interessados. Caberá ao tutor recolher
III, do CC. imediatamente a estabelecimento bancário oficial os saldos,
Se houver necessidade, os objetos de ouro e prata, pedras ou adquirir, com estes, bens imóveis, ou títulos, obrigações
preciosas e móveis serão avaliados por pessoa idônea e, após ou letras, na forma do § 1º do art. 1.753.
autorização judicial, alienados, e o seu produto convertido em A emancipação e a maioridade são causas de extinção da
títulos, obrigações e letras de responsabilidade direta ou tutela (art. 1.763, I, do CC). No entanto, mesmo com a extinção
indireta da União ou dos estados, atendendo-se, da tutela por essas causas, a quitação do menor não produzirá
preferencialmente, à rentabilidade e recolhidos ao efeito antes de aprovadas as contas pelo juiz, subsistindo
estabelecimento bancário oficial ou aplicado na aquisição de inteira, até então, a responsabilidade do tutor. A
imóveis, conforme for determinado pelo juiz. O mesmo responsabilidade do tutor persiste até a aprovação das suas
destino terá o dinheiro proveniente de qualquer outra contas, ainda que cessada a tutela (art. 1.758, CC).
procedência. Nos casos de morte, ausência ou interdição do tutor, as
O § 3º do art. 1.753 prevê sanção ao tutor no caso de contas serão prestadas por seus herdeiros ou representantes
retardamento injustificado na aplicação dos recursos em (art. 1.759, CC).
estabelecimento bancário oficial ou na aquisição de imóveis. Por fim, serão levadas a crédito do tutor todas as
Os valores suprarreferidos, que estiverem à disposição e despesas justificadas e reconhecidamente proveitosas ao
depositados em estabelecimentos bancários oficiais, somente menor (art. 1.760, CC). As despesas com a prestação das
poderão ser retirados e sacados pelo tutor mediante contas serão pagas pelo tutelado (art. 1.761, CC). O alcance do
autorização judicial e desde que visem atender algumas tutor, bem como o saldo contra o tutelado, são dívidas de
finalidades previstas em lei, tais como: despesas com o valor e vencem juros desde o julgamento definitivo das
sustento e educação do tutelado ou a administração de seus contas (art. 1.762, CC).
bens; compra de bens imóveis e títulos, obrigações ou letras,
CESSAÇÃO DA TUTELA enfermos com discernimento reduzido (viciados em tóxicos,
De acordo com o art. 1.763 do CC, cessa a condição de ébrios habituais, os que não puderem exprimir sua vontade
tutelado com a maioridade ou a emancipação do menor ou se por causa transitória ou permanente e os pródigos) e os
o menor passar a se submeter a poder familiar, no caso de portadores de deficiência (desde que deficiência física ou
reconhecimento de filiação ou em função de adoção. mental exija a proteção de curador para ato específico de
natureza patrimonial – Lei n. 13.146/2015).
No caso da emancipação, a pessoa emancipada, embora se
torne capaz para o exercício dos atos da vida civil, permanece Em relação aos enfermos com discernimento reduzido por
na condição de menor. Todavia, a emancipação é justificada causa diversa de deficiência física e mental, a curatela de tais
porque o tutelado já apresenta condições de maturidade pessoas é disciplinada pelo Código Civil, arts. 1.767 a 1.783.
suficiente para os atos da vida civil e, por isso, a proteção, A curatela dos portadores de deficiência possui regime
razão da tutela, desaparece. Se não houver necessidade de jurídico próprio, disciplinado pelo estatuto das pessoas com
proteção, é dispensável o tutor para o menor emancipado deficiência, Lei n. 13.146/2015, com aplicação subsidiária das
entre 16 e 18 anos de idade. A emancipação, nesse caso, regras do CC (em relação à curatela dos enfermos elencados
ocorrerá em procedimento judicial, com a participação do MP, nos arts. 4º e 1.767 do CC) e do CPC, quanto ao procedimento
e o menor deverá ter, no mínimo, 16 anos de idade. da interdição.
A tutela é incompatível com o poder familiar, uma vez que As pessoas com deficiência, física ou mental, como regra,
o substitui. Por isso, se o menor que não está sob o poder são capazes. Por essa razão, foram excluídos do rol de
familiar de qualquer pessoa passa a estar porque foi incapazes (arts. 3º e 4º do CC), bem como da relação de
reconhecido como filho ou porque foi adotado, a tutela cessa pessoas que podem se submeter à curatela (art. 1.767 do CC).
para dar lugar ao poder familiar dos pais que reconhecem ou No entanto, se a deficiência física ou mental acarretar algum
adotam o menor. prejuízo ao discernimento, a proteção poderá se dar pelo
instituto da curatela ou pelo instituto da tomada de decisão
O art. 1.764, do CC, dispõe que as funções de tutor cessam apoiada. Todavia, em relação às pessoas com deficiência, a
quando expira o prazo da tutela (dois anos, de acordo com o curatela é disciplinada no estatuto e não no Código Civil, cujas
art. 1.765 do CC) a que estava obrigado a servir. No entanto, regras passam a ter aplicação subsidiária em relação a eles
poderá o tutor continuar no exercício da tutela além do (pessoas com deficiência que necessitarem da assistência ou
referido prazo se, diante das circunstâncias do caso concreto, proteção de curador).
o juiz julgar conveniente ao menor (parágrafo único do art.
1.765 do CC). Em razão desse prazo, o tutor é obrigado a A curatela protege enfermos quando tais pessoas não
prestar contas de dois em dois anos, conforme o art.1.757 do possuem o completo discernimento para os atos da vida civil,
CC. e será instituída por meio de procedimento especial de
jurisdição voluntária, denominado interdição.
O art. 1.764, II, trata da escusa por fato superveniente à
nomeação. Assim, se durante o exercício da tutela sobrevier
ou surgir fato que caracterize escusa legítima, poderão cessar CARACTERISTICAS DA CURATELA
as funções de tutor, que terá de ser substituído. Os seus fins são assistenciais;
Por fim, também cessam as funções de tutor quando este Tem caráter eminentemente publicita;
é removido, podendo a remoção ocorrer com fundamento em Tem, também, caráter supletivo da capacidade;
qualquer das hipóteses arroladas no art. 1.735 da Lei Civil É temporária, perdurando somente enquanto a
(impedimentos para o exercício da tutela), bem como no rol causa da incapacidade se mantiver (cessando a
meramente exemplificativo do art. 1.766. causa, levanta-se a interdição);
A remoção do tutor poderá ser requerida pelo MP ou por A sua decretação requer certeza absoluta da
qualquer pessoa que tenha legítimo interesse, conforme o incapacidade.
art. 761 do CPC. O procedimento da remoção é o previsto na
Lei Civil, com os acréscimos dos arts. 155 a 163 do ECA. O tutor ESPÉCIES DE CURATELA
será citado para contestar a arguição no prazo de cinco dias
e, após seu esgotamento, seguir-se-á o procedimento comum A curatela pode ser legítima, testamentária ou dativa.
(parágrafo único do art. 761) LEGÍTIMA - é aquela conferida ao cônjuge ou
companheiro, não separado de fato, aos pais, ao
descendente mais apto, preferindo os mais próximos
CURATELA aos remotos, um na falta do outro.
O instituto da curatela também é múnus público destinado
à proteção de outra categoria ou espécie de incapazes: os
TESTAMENTÁRIA – é aquela que o tutor é nomeado Aqueles que, por causa duradoura, não puderem
por ato de última vontade (testamento, codicilo, exprimir a sua vontade;
escritura pública, instrumento particular com firma Os deficientes mentais, os ébrios habituais e os
reconhecida). viciados em tóxicos;
DATIVA - é entregue a pessoa estranha, na falta dos Os excepcionais sem completo desenvolvimento
familiares, devendo recair a quem tenha idoneidade mental;
(art. 1.775, § 3º, Código Civil). Os pródigos (pessoa que gasta ou se desfaz de seus
haveres ou bens).
LEGITIMADOS
Os legitimados para o processo que define os termos da Não é qualquer indivíduo que se encaixa nesses critérios,
curatela, a interdição, são os pais ou tutores; o cônjuge ou de modo que, como vimos, é demandada confirmação médica
qualquer parente; o MP (de forma excepcional) e a própria legal. Ela pode se dar por meio de uma perícia liderada por
pessoa. um profissional imparcial e de confiança do juízo, relatando
que a pessoa não tem condições de decidir sozinha a respeito
O Ministério Público só promoverá interdição:
do destino de suas rendas e bens.
Em caso de doença mental grave;
Nesse processo, a pessoa a ser interditada é representada
Se não existir ou não promover a interdição alguma por outra, que se responsabiliza pela curatela e atua como
das pessoas designadas acima; substituta. O autor da ação deve mostrar o que torna o
Se, existindo, forem incapazes as pessoas indivíduo realmente incapaz, em conjunto com documentos
mencionadas no item acima. que comprovem tal afirmação.
Caso seja declarada a interdição pelo juiz, é nomeado um
O cônjuge ou companheiro, não separado judicialmente ou curador, que precisa ser maior de idade, capaz e idôneo para
de fato, é, de direito, curador do outro, quando interdito, tomar a responsabilidade de cuidar do interditado, além dos
segundo o artigo 1.775 do Código Civil. Na falta de cônjuge, o seus bens ou negócios. A prestação de contas ao Poder
curador legitimo são os pais. Judiciário figura como outra função, mediante entrega de
Na falta destes, os descendentes que se mostra mais apto, relatório contábil sobre a gestão do patrimônio da pessoa.
nos quais, os mais próximos precedem os mais remotos.
Na falta das pessoas mencionadas, compete ao DO EXERCÍCIO DA CURATELA
magistrado a escolha do curador dativo.
Nomeado o curador e fixados os limites da curatela pelo
Caso o curador for o cônjuge, e o regime de bens do juiz, caberá ao primeiro exercitá-la na forma da lei,
casamento o de comunhão universal, não será obrigado à incumbindo-lhe, desde logo, prestar compromisso por termo
prestação de contas, salvo determinação judicial, conforme o em cartório (artigo 759, parágrafo 1º, novo CPC), bem como
artigo 1.783 do Código Civil. prestar caução bastante (artigo 1.745, c.c. artigo 1.774, ambos
do CC), que poderá ser dispensada se o patrimônio não for de
INTERDIÇÃO valor considerável ou o curador for de reconhecida
A curatela em favor das pessoas arroladas nos arts. 4º e idoneidade (parágrafo único do artigo 1.745).
1.767 do Código Civil depende do processo de interdição, por Quanto aos atos a serem praticados no exercício da
meio do qual será nomeado curador em favor da pessoa a ser curatela, as principais regras vêm disciplinadas no Código
protegida e decretada a sua interdição. Civil, aplicando-se a esse instituto as mesmas disposições a
A interdição é uma medida que pode ser tomada com respeito da tutela, conforme estatuído no artigo 1.781 do CC,
relação a situações de pessoas total ou relativamente ou seja, aquelas previstas nos artigos 1.740 e seguintes, no
incapazes de exercer atos específicos da vida civil. que couber, com exceção do artigo 1.772. Alguns dos atos
poderão ser praticados diretamente pelo curador sem
A análise da legitimidade e da atuação do MP na interdição autorização judicial, enquanto outros dependerão de aval do
envolve a discussão do Estatuto da Pessoa com Deficiência e juízo da interdição.
do atual CPC.
Em breve resumo, competirá ao curador,
Estão sujeitos a curatela: independentemente de autorização judicial, representar o
Aqueles que, por enfermidade ou deficiência mental, curatelado nos atos da vida civil, receber as rendas e
não tiverem o necessário discernimento para os atos pensões, fazer-lhe as despesas de subsistência, bem como as
da vida civil;
de administração, conservação e melhoramentos de seus (“Quando o curador for o cônjuge e o regime de bens do
bens. casamento for de comunhão universal, não será obrigado à
Por outro lado, somente mediante autorização judicial, prestação de contas, salvo determinação judicial”), subsiste a
competirá ao curador pagar as dívidas existentes, aceitar possibilidade da exigência em razão de determinação judicial.
pelo curatelado heranças, legados ou doações, transigir, Por outro lado, o citado artigo 84, parágrafo 4º, do Estatuto
vender-lhe os bens móveis e os imóveis, propor ações em da Pessoa com Deficiência também prevê essa obrigação e
juízo ou representar o incapaz nas já existentes, adquirir por não faz qualquer ressalva quanto à possibilidade de
si, ou por interposta pessoa, mediante contrato particular, dispensa. Notadamente, a obrigação de prestar contas do
bens móveis ou imóveis pertencentes ao incapaz, dispor dos exercício da curatela é indisponível, nos termos do artigo 763,
bens deste a título gratuito, constituir-se cessionário de parágrafo 2º, do CPC.
crédito ou de direito contra o incapaz.
Além disso, os curadores não podem conservar em seu
poder dinheiro dos curatelados além do necessário para as
despesas ordinárias com seu sustento e administração de
seus bens (artigo 1.753 do CC), devendo eventuais valores
decorrentes de objetos e móveis serem convertidos em títulos
ou obrigações e recolhidos ao estabelecimento bancário
oficial ou aplicado na aquisição de imóveis, conforme for
determinado. O mesmo destino deverá ter o dinheiro
proveniente de qualquer outra procedência (parágrafo 2º do
referido artigo 1.753).
Isso significa que o curador não terá a livre movimentação
de contas bancárias e ativos financeiros do curatelado, tendo
acesso somente às rendas existentes, provenientes de
benefícios previdenciários ou salários, que deverão ser
utilizados para as despesas ordinárias. Em havendo sobras,
estas deverão ser depositadas em conta bancária. Esse é o
entendimento que se faz da análise sistemática dos artigos
1.747 e 1.753 do Código Civil, c.c. artigos 1.774 e 1781 do
mesmo código.
Os valores que existirem em banco oficial, ou seja,
depositados em conta judicial, somente poderão ser
levantados por ordem judicial para as despesas com o
sustento do incapaz, desde que devidamente comprovadas,
ou para administração de seus bens, dentre outros, nos
termos do artigo 1.754 do CC. As movimentações e os ativos
financeiros de titularidade do curatelado somente podem
ocorrer mediante prévia autorização do juízo da interdição,
nos termos dos artigos 1.748 e 1.754 c.c. os artigos 1.774 e
1.781, todos do Código Civil.
Por último, o curador deverá apresentar balanços anuais
e prestar contas a cada dois. Esta obrigação tem previsão
legal (artigos 1.755, 1.756 e 1.757, c.c. artigo 1.774, todos do
Código Civil e artigo 84, parágrafo 4º, da Lei 13.146/15),
sendo inerente ao próprio exercício da administração de
coisas alheias, não podendo ser dispensada sob o fundamento
de idoneidade dos curadores, principalmente em razão da
existência de bens, com patrimônio cuja gestão deve ser
fiscalizada em benefício do incapaz.
Ainda quanto à obrigação de prestação das contas,
conquanto prevista a ressalva do artigo 1.783 do Código Civil