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Camila Pereira Santiago

RA:2019817708

FAPE

FILIAÇÃO SOCIOAFETIVA E SEUS ASPECTOS JURÍDICOS

O que é filiação socioafetiva?

A filiação socioafetiva é certificada pelos laços de afeto, e apoio emocional, entre


pais e filhos que não possuem ligação sanguínea. Por ser um fato já comum na
sociedade, como em casos de adoção, a Constituição Federal de 1988, junto ao
Código Civil, trouxeram respaldo jurídico para essa modalidade familiar.

Em outras palavras, a filiação afetiva busca dar o devido reconhecimento jurídico


da maternidade e paternidade para a família constituída.

Como ela é reconhecida?

O reconhecimento formal da filiação socioafetiva é feito através de um pedido à


justiça. No caso, o juiz observará se o vínculo declarado se caracteriza como
uma relação comprovadamente socioafetiva, que seja pública, contínua,
duradoura e consolidada. Esse processo leva em consideração detalhes da vida
dos envolvidos no processo

Caso o processo seja aceito pela Justiça, o registro de nascimento da criança ou


adolescente será mudado e passará a constar o nome do pai ou mãe da filiação
socioafetiva, bem como os seus avós. O pedido de reconhecimento da filiação
socioafetiva pode ser feito em qualquer momento, até mesmo após a morte dos
pais. Neste caso, caberá ao juiz analisar as provas que evidenciem o tipo de
relação existente e os laços afetivos nela construídos.

Vale ressaltar que uma relação entre padrasto ou madrasta é diferente da filiação
socioafetiva. É muito comum o homem ou a mulher manter uma relação saudável
com o enteado, e esse vínculo não necessariamente se caracteriza como
paternidade ou maternidade socioafetiva.

Com a decisão favorável da justiça, o pai ou mãe precisa ir ao cartório de registro


com cópias de seu documento de identidade, a Certidão de Nascimento do filho
e, caso a criança possua uma idade superior a 12 anos, uma declaração de
consentimento.

Os direitos e deveres

O principal direito para esse tipo de filiação é sua irrevogabilidade. Isso permite
que os pais possam ter os mesmo direitos e deveres de um pai biológico, como
exercer a guarda da criança, sendo responsável pela educação e direito à
visitação.

Além disso, a filiação, sendo reconhecida, produz os mesmos efeitos, tanto de


fins pessoais quanto patrimoniais, de um parentesco biológico.

Assim, de acordo com a própria Constituição Federal, em seu artigo 5º, todos
são iguais perante a lei, fazendo com que não haja diferença entre um filho
biológico e socioafetivo em um momento de divisão de bens, como em uma
herança.

Quais os requisitos para o reconhecimento jurídico da filiação


socioafetiva?

Vale destacar que a filiação socioafetiva é reconhecida através do âmbito da


justiça. Neste caso alguns requisitos são exigidos para que o direito seja
reconhecido, bem como a certidão de nascimento da criança alterada com a
inclusão do nome do pai ou mãe socioafetivos.

Dentre os requisitos, por sua vez, estão:

• O pai ou mãe socioafetivo precisa ser, no mínimo, 16 anos mais velho que
a criança a ser reconhecida, bem como maior de 18 anos;
• Não podem fazer o reconhecimento de irmãos ou ascendentes da criança;
• A comprovação do vínculo afetivo entre as partes é exigida. Neste caso,
pode ser usado como prova documentos escolares assinados pelo
responsável da criança, inscrição da criança em seu plano de saúde,
registro oficial de que tanto o pai/mãe e a criança moram na mesma casa,
vínculo de conjugalidade como casamento ou união estável com o
ascendente biológico, fotografias de celebrações relevantes e declaração
de testemunhas;
• Documentos de identificação pessoal oficial de todos os envolvidos
também são requisitados.

Filiação e seus tipos

Outro ponto importante a comentar está relacionado aos seus tipos, pois a
filiação socioafetiva possui espécies e pode ser diferente em alguns casos.
Dentre os tipos estão:

Afetiva na adoção – é a mais comum no Brasil e decorre de um processo judicial


de adoção;

Sociológica do filho de criação – onde pai ou mãe de criação, ou seja, sem


vínculo biológico ou jurídico, reconhece judicialmente sua paternidade ou
maternidade pela criança, ou adolescente criado.

Eudemonista no reconhecimento voluntário – neste caso, a filiação


eudemonista é aquela onde a pessoa comparece ao cartório por livre e
espontânea vontade para reconhecer a criança como seu filho.
Adoção à brasileira – onde a pessoa reconhece a maternidade ou paternidade
biológica, mesmo não a sendo. Neste tipo em questão, é considerado crime visto
que omitirá informações ou declarando informações falsas.

Conclusão sobre filiação socioafetiva

Por fim, podemos concluir através desse artigo que a filiação socioafetiva é um
direito familiar e pode ser adquirido se assim for a vontade da família. Embora
não seja uma adoção propriamente dita, traz reconhecimento jurídico ao filho
socioafetivo, de modo que tenha seus direitos assegurados conforme a
legislação.

Outro ponto importante é que, para comprová-la, alguns requisitos são exigidos,
como o vínculo afetivo comprobatório. Neste caso, ele precisa se mostrar
público, contínuo e duradouro. Uma vez reconhecido o direito, a inclusão dos
nomes, tanto do pai ou mãe, bem como dos avós paternos ou maternos na
certidão da criança é solicitada.

Vale destacar que, no Brasil, esse tipo de filiação também conta com quatro
tipos, bem como diferenças significativas quando comparada a adoção da
criança ou adolescente. Portanto, o ideal é sempre buscar orientação de um
advogado especialista em direito da família de modo a garantir que o processo
aconteça de forma tranquila e sem interferências.

Bibliografia

BOSQUE ADVOGADOS, O que é filiação socioafetiva. Bosque advogados.


2020. Disponível em < https://bosqueadvogados.com.br/o-que-e-filiacao-
socioafetiva/ > acesso 27/10 ás 19:55.

GALVÃO E SILVA ADVOCACIA, Filiação socioafetiva: O que é, seus tipos e


requisitos. Galvão e Silva advocacia. 2022. Disponível em
<https://www.galvaoesilva.com/filiacao-socioafetiva/ >acesso 05/09 ás 20:08.

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