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PSICOLOGIA E DIREITO

A formalização da prática do
psicanalista junto ao Tribunal de
Família se dá pelo viés ético,
permitindo que sua condição de
necessário passe a de contingência
no encontro com cada caso.
Psicologia e Direito de Família
Interação entre o Direito de Família e
a Psicologia, tem como intuito a
escuta das partes que litigam na
justiça através de ações que são
tratadas no âmbito do Direito de
Família.
Vinheta prática
Um casal frequentava a mesma seita. Em
nome da fé, do amor e do ideal que os
unia, resolveu ter um filho, um filho
iluminado. A partir da gravidez da
companheira, o marido começa a
manifestar crises com forte violência. Após
o nascimento da criança, as agressões se
intensificam e tomam proporções de risco,
encerrando o relacionamento conjugal.
Vinheta prática
As tentativas de aproximação por parte do
companheiro são violentas e ameaçadoras,
levando a mãe a pedir na Justiça a
proibição dos encontros paterno-filiais.
Outro fato preocupante é a intenção do ex-
marido de que a criança tome o chá
ofertado na seita religiosa que frequenta.
Questões
• Como o saber psi pode contribuir
neste caso?

• Como o direito pode decidir


considerando o maior interesse da
criança em seus aspectos psíquicos e
sociais?
Psicanálise e Direito de Família
A "Verdade" que atravessa os autos nas ações
de Divórcio Consensual ou Litigioso,
Dissolução de Sociedade de Fato,
Regulamentação de Visitas, Alimentos,
Revisional e Exoneração de Alimentos, Guarda,
Regulamentação da Convivência, entre outras
demonstram que as pessoas envolvidas
precisam falar de suas razões e argumentos.
Psicanálise e Direito de Família
• Verdades repletas de falas passionais que
parecem confundir aquele que a princípio
ouve.
• Ao ofertar a palavra pode-se favorecer uma
implicação e responsabilidade.
Psicologia e Direito de Família
O que pode o discurso psi na Instituição.

A Lei não trata da subjetividade envolvida em


cada uma dessas ações. Em função disso, o
Direito busca assessores laterais, entre eles a
psicanálise e a psicologia, principalmente
quando envolve a criança e o adolescente.
Psicologia e Direito
• Os técnicos da equipe interdisciplinar
trabalham sempre sobre determinação
judicial.
• É necessário que um estudo seja solicitado
pelo magistrado para que o psicólogo, o
assistente social e médico possam convocar os
envolvidos e iniciar os trabalhos.
Psicologia e Direito
Atualmente diante da crescente demanda de
trabalho e a ausência de técnicos concursados,
foi criado o banco de peritos.
Um cadastro é feito pelo profissional
interessado em atuar como perito nos casos que
tramitam no judiciário. O juiz então nomeia o
psicólogo como de sua confiança, dando
condições ao início do trabalho.
Psicanálise e Direito de Família
É IMPORTANTE PERCEBER QUE HÁ UMA
CONTRADIÇÃO ENTRE A PSICANÁLISE E A
INSTITUIÇÃO, UMA VEZ QUE A PRIMEIRA LIDA COM O
SINGULAR DO CASO ENQUANTO A INSTITUIÇÃO ESTÁ
INSERIDA NA LÓGICA DO UNIVERSAL.
QUANDO O ANALISTA ESTA PRESENTE EM UMA
INSTITUIÇÃO, CABE A ELE INSERIR O ATO DA PALAVRA,
POIS NÃO BASTA QUE ALGUÉM ESCUTE PARA QUE SE
FAÇA PRESENTE UM SUJEITO QUE FALA.
Psicanálise e Direito de Família
O encontro com o psicólogo/analista
busca que as partes envolvidas nos
processos judiciais tenham algum tipo
de reflexão ou até mesmo uma
implicação com suas questões e
responsabilidades, favorecendo a cada
uma saber ou se perguntar pelo seu
desejo.
Psicanálise e Direito de Família
Para a psicanálise, a constituição dos lugares de
pai, mãe e filho é subordinada ao modo como
cada sociedade e cultura se funda. Contudo, vale
ressaltar que é necessário um desejo decidido,
uma adoção por parte daqueles que produziram
um fruto de sua relação.
Por outro lado,
Psicanálise e Direito de Família
O advento do DNA e de novas leis e
jurisprudências vêm diminuindo a autonomia
do arranjo familiar e delegando à ciência e à
justiça o poder de nomeação e conceitualização
da paternidade e maternidade.
Psicanálise e Direito de Família
Do lado da ciência temos o DNA
decidindo o destino das relações de
parentesco. Do lado da lei temos a
legislação das relações de parentesco
e do como fazer nas funções
parentais. A família perde seu campo
de subjetividade e singularidade.
Psicanálise e Direito de Família
Nas ações em que as funções parentais são
questionadas – ou mesmo nas paternidades
judicializadas –, o que podemos perceber é o
aparecimento de uma disjunção entre lei e desejo.
Fazendo a equivalência perigosa entre campo do
desejo e parentalidade fundada pela justiça ou pela
ciência. Ao ignorar a subjetividade e privilegiar a
certeza e garantia dada pelo direito ou pela
biologia produz o equívoco da naturalização da
paternidade.
Psicanálise e Direito de Família
Os tipos de ações em Direito
de Família
• Casamento e união estável – cada vez mais
próximos em termos de direitos e deveres,
objetivando as mesmas garantias
• Divórcio e a dissolução da sociedade de fato
Psicanálise e Direito de Família
As ações nas varas de família em que
em estudo técnico é solicitado tem
como pressuposto o maior interesse
da criança e talvez o maior amor, mas
vejamos como em cada ação o que
pode para além da demanda jurídica
aparecer.
Psicanálise e Direito de Família
A mais clássica e comum das ações no
tribunal de família é o divórcio, em
que se solicita a oficialização do fim da
conjugalidade, igualmente a esta ação
temos o reconhecimento e
dissolução da sociedade de fato,
para as uniões estáveis não
reconhecidas
Psicanálise e Direito de Família
No que se refere ao casal tem-se a
divisão de bens móveis e imóveis,
entre outras resoluções financeiras,
em algumas situações há uma
definição de quem fica com o animal
pertencente às partes e adquirido na
constância do casamento, assim como
os demais bens.
Psicanálise e Direito de Família
GUARDA –envolve o poder familiar
• Guarda unilateral – o que é, quando deve
ser escolhida para a criança e sua
subjetividade. (guarda das gêmeas)
Guarda alternada – o que é, quando deve
ser escolhida para a criança e sua
subjetividade.
• Guarda compartilhada – o que é, quando
deve ser escolhida para a criança e sua
subjetividade.
Psicanálise e Direito de Família
• Do ponto de vista da concessão da Guarda
busca-se regulamentar quem cuidará e quem
se responsabilizará pelo bem estar e também
pelos atos (experiência) dos menores em tela.
O guardião se torna a referência na proteção e
no afeto.
Psicanálise e Direito de Família
Mas o que faz com que haja uma
disputa (por vezes de grandes
proporções) para ser o guardião de
uma criança ou adolescente, em
situações em que a vulnerabilidade
não é verificada?
Psicanálise e Direito de Família
Questões:
A solução então é somente um opinar e
conduzir a educação do filho, como na
guarda unilateral? Onde fica a contribuição e
transmissão do outro genitor para a criança?
A criança não ficaria em prejuízo por uma
briga que não é dela?
Psicanálise e Direito de Família
Quando os genitores conseguem conversar
é necessária à intervenção do judiciário?
Talvez a grande contribuição da guarda
compartilhada seja para os casos em que o
diálogo não está resguardado, preservando
os lugares e funções para a criança
independente da conjugalidade.
Psicanálise e Direito de Família
Regulamentação de convivência.
Esta ação decorre da dificuldade em que o
genitor descontínuo tem para poder
conviver com os filhos.
Diante dos obstáculos e muitas vezes com
acusações e argumentos que colocam em
questão a segurança da criança é
determinado o estudo técnico.
O que a vinheta inicial nos faz avançar?
Psicanálise e Direito de Família
ALIMENTOS
• A contribuição obrigatória ao outro é
facultada quando se verifica a necessidade de
quem demanda e responsabilidade do
demandado.
• As ações em que são solicitados recursos de
terceiros provoca debate e controvérsia,
como quando os avós são acionados.
• Outra ação polêmica é a de filhos que,
embora maiores de idade, se tornam
dependentes e entram com o pedido de
pensão aos pais.
Psicanálise e Direito de Família
Um assunto contemporâneo para o campo o
direito é a filiação nos novos arranjos
familiares, principalmente na
homoafetividade. Os casos de guarda são
exemplares para nos mostrar como o direito
evoluiu atendendo aos apelos de sua época.
Psicanálise e Direito de Família
Mudança de registro civil

• Transexuais
• Mudança de nome, sexo

• Mudança de nome na filiação

• Mudança de nome próprio – pré-nome


Psicanálise e Direito de Família

• Investigação de paternidade
• Negatória de paternidade

• Curatela

• Abuso sexual
Vinheta prática
Uma criança é criada por seu pai até os 13
anos, quando ocorre a separação dos
genitores. O motivo da separação é a
descoberta de traição de ambas as partes.
Durante as visitas, desconfiado e orientado
pelo advogado, o genitor leva os filhos para
fazer o exame de DNA. Ao sair o resultado
da pesquisa, recebe a notícia de que um
deles não é seu filho.
Vinheta prática
A criança em questão era a eleita do pai,
mais próxima e que retinha mais sua
atenção, sobre a qual não recaia a dúvida
da paternidade. Sentindo-se enganado e
com o sofrimento de uma grande perda,
entra com a ação de negatória de
paternidade, solicitando que seu nome
fosse retirado da certidão de nascimento da
criança.
Psicanálise e direito de família
Há uma impermeabilidade do DNA, no campo do
direito de família, a outras variáveis como
convivência (sócio-afetiva), função, transmissão? Ou
seja, a partir da exclusão da paternidade pelo DNA,
os outros fatores que permeiam a parentalidade
perdem seu peso?

Como não empreender uma injustiça, principalmente


com a pessoa em desenvolvimento, conforme
preconiza o ECA, quando quem contesta busca uma
reparação para o engano e a traição marital a ele
imposta?


Psicanálise e direito de família
O TRIBUNAL DE FAMÍLIA E A DEMANDA
CONTEMPORÂNEA

A psicanálise não visa nesta interlocução o bem,


isto é, um bem comum que traria a normalidade.
Ao contrário, e neste sentido sua inserção é difícil e
ameaçadora, ela vem tentar extrair o que é
particular daquela história e disto que é próprio a
cada um para que as partes encontrem uma
solução
Psicanálise e direito de família
Há algo ineliminável na família que a ficção
jurídica não contempla. Mesmo que se
imponha uma filiação ou paternidade pelo
viés jurídico, isso não dá a garantia de uma
inscrição subjetiva do pai. A outra face desta
mesma moeda é que, mesmo inscrito o pai
e a lei do desejo, a saída de cena do pai
pode provocar efeitos que a ficção jurídica
não contempla.
Psicanálise e direito de família
Quando uma criança é motivo de
disputa judicial, o que podemos
perceber é que ela revela a
verdade que aquele casal não foi
capaz de suportar.
Psicanálise e direito de família
Na determinação da paternidade por prova
pericial ou o laudo exclui a paternidade, ou
o laudo afirma a paternidade. A ciência,
muitas vezes relegada pelo direito, passa a
fornecer as tintas para que o magistrado
desenhe sua decisão: este é o filho, diz o
perito; aquele deve ser o pai decreta o juiz.
(Facchin, 1996).
Psicanálise e direito de família
QUESTÃO: Em seu princípio, a psicanálise
sustenta a diferença constituinte do sujeito.
Mesmo sendo convidada a responder diante de
um impasse jurídico, ela não o faz para o sujeito
partindo de um referencial do que seria bom para
ele. Ao contrário, ela suporta a responsabilidade
de ser inventada, ou seja, possibilita aos
envolvidos – partes da ação processual – reverem
as posições assumidas e suas implicações diante
do litígio, permitindo a construção de uma
solução particular para o problema.
Entretanto, tal proposição implicaria uma lei para
cada um, um self-service?
Psicanálise e Direito
Acompanhamento de Visitas
O acompanhamento de visitas é um procedimento
técnico que tem como objetivo maior preservar,
resgatar ou iniciar a convivência do(s) filho(s) com
um dos pais, em menor escala outros parentes.

A princípio somente o técnico deveria opinar sobre


as possibilidade de acontecer a visitação, na medida
em que é o profissional responsável pelo estudo e
pela avaliação do caso.
Psicanálise e Direito
Por vezes é determinado pelo juiz as visitas
monitoradas, sem qualquer estudo prévio.
Em casos de alienação parental é demandado pelos
juízes e promotores como modo de verificar a
denuncia.
Nestes casos é interessante solicitar que seja
determinado um estudo anterior para que as partes
possam ser ouvidas.
Com este posicionamento, o técnico pode ter
clareza do litígio, seu ponto chave e a posição que
cada parte e, principalmente, a criança tem e como
respondem à situação processual.
Psicanálise e Direito
VINHETA PRÁTICA
Uma criança de oito anos não aceita ver o pai. Essa
decisão ela a toma desde a ocasião da separação do
casal parental quando o pai sai de sua casa deixando-a
só com a mãe.
O processo foi aberto pelo pai para fazer valer o direito de
visitas à criança que não vinha se cumprindo desde a
determinação do juiz. Assim, o estudo foi solicitado pelo
magistrado a fim de se estabelecer a melhor forma de
visitação.
Um acompanhamento de visitas é sugerido, visando um
ganho de tempo para que a criança pudesse formular melhor
sua decisão de recusar qualquer convivência com o pai.
Psicanálise e Direito
Essa dificuldade da criança leva o pai, por duas
vezes durante os acompanhamentos, a convocar a
criança para conversarem com o juiz sobre a
possibilidade de que as visitas acompanhadas
fossem suspensas. Assim, eles voltariam a se
encontrar fora do Fórum quando a criança
desejasse. Curiosamente a criança não hesita em
responder que continuará vindo ao Fórum até
completar 12 anos, pois aí sim poderá decidir, mas
até lá irá obedecer à decisão judicial.
Psicanálise e Direito
Na vinheta, há uma colocação em jogo da demanda
judicial, a decisão do juiz, mas principalmente a
subjetividade da criança e dos demais envolvidos. Ao
ofertar a palavra, para além dos trâmites, foi possível
encontrar uma solução, longe da ideal, porém possível
de ser vivida. A criança usa a justiça para usufruir da
decisão e estar com o pai sem ter que se confrontar
com sua mãe ressentida e poder, assim, elaborar sua
posição e escolhas; ao ser pressionada a se posicionar,
solicita mais tempo para compreender.
Psicanálise e Direito
CURATELA/INTERDIÇÃO
A curatela consiste em um encargo suportado por
alguém que deverá administrar a pessoa e os bens
desta quando incapaz de fazê-la por si mesmo. Ao
curador competirá o exercício dos atos civis
tendentes à concretização e o gozo dos direitos por
parte do curatelado.
Psicologia e Direito
Os casos de curatela, por vezes, demandam tempo
para que se possa fazer o estudo técnico de modo a
atender aos interesses do curatelado. Neste
sentido, atualmente há a expressa possibilidade de
nomeação de curador provisório pelo juiz, nos casos
em que a urgência demandar.
Assim, pode-se avaliar quem é a pessoa mais
indicada para assumir o encargo, bem como qual a
melhor forma de se exercer a curatela.
Psicanálise e Direito
Se a curatela é o instrumento pelo qual a pessoa
que não possui discernimento possa exercer sua
capacidade civil em sua plenitude, de forma
representada, por faltar-lhe a capacidade intelectual
de fato, deve-se evitar os termos “incapacidade” e
interdição”. Estes geram estigma desnecessário às
pessoas com deficiência mental ou intelectual, pois
toda pessoa é capaz e suscetível de direitos,
podendo ser suprida sua incapacidade intelectual de
fato por meio da curatela.
Psicanálise e Direito
Se há vida e desejo no sujeito que está
exposto a ser curatelado, seja qual for sua
idade, deficiência ou incapacidade, uma
delicadeza se estabelece.
• Como assumir a responsabilidade de
responder e controlar o que é inerente a
vida de um outro?
Psicanálise e Direito
Vinheta prática
João tem 22 anos e é, neste momento, motivo de
disputa judicial. A mãe, sua curadora legal, esta
sendo questionada por sua cunhada, irmã de seu
marido, sobre os cuidados destinados ao
curatelado.
A mãe de João casou-se novamente, tendo sido o
jovem em tela criado pelo seu padrasto. As relações
eram boas e próximas e por este motivo quando
precisou viajar a curadora oficial pediu a sua
cunhada para cuidar de João até sua volta.
Psicanálise e Direito
No entanto, passado pouco mais de um mês, ao
regressar, a genitora não consegue buscar o filho.
Sua cunhada havia entrado com a ação de mudança
de curador e, além do mais, encontrava resistência
do jovem para voltar para casa.
O que se passara?
A “tia” reivindicava o direito de assumir a curatela
por ter João sido abandonado, bem como por
entender que ao seu lado este jovem estava muito
mais feliz. Reconhecia atender as necessidade do
jovem.
Psicanálise e Direito
João era um tipo forte, alto, mas sua fala e
articulação intelectual eram visivelmente precários.
Respondia às perguntas feitas sem tecer qualquer
interpretação própria sobre o assunto. Dizia não
querer voltar para a casa da mãe por ter com a
“tia” tudo que queria.
Após alguns atendimentos João nos conta que o
que mais gostava na casa da tia era quando ficava
com ela na cama, assistindo televisão...dormiam
sempre juntos...ela cuidava e fazia carinhos nele.
Psicanálise e Direito
João possui forte déficit cognitivo. Sempre fora
cuidado pela mãe com uma rotina rígida, sendo sua
puerilidade respeitada. Sua sexualidade era tratada
como a das crianças, como um assunto que não era
para ele. Esse jovem conhece então, com a “tia”, no
corpo, o que é o sexo e seus prazeres.
O que podemos pensar deste caso? Das
experiências vividas por João? Ele tinha direito de
opinar sobre qual deveria ser seu curador? Qual o
limite da sua incapacidade civil?
Psicanálise e Direito
Ao buscar auxiliar o juiz, é importante não perder
de vista que há um sujeito em cena que, por algum
motivo, tem sua palavra(razão) colocada em
questão. Esta perspectiva permite traçar pontos que
podem, na escuta, preservar o interesse do
curatelado. A partir disto, é possível sustentar a
singularidade através de:
• Diagnóstico;
• Posição do sujeito sobre a interdição;
• Relação do curador com o interditando;
• Efeitos clínicos da interdição/curatela.
Psicanálise de Direito
ASSISTENTE TÉCNICO
O psicólogo assistente técnico é o graduado
em Psicologia, com registro no seu Conselho
Regional de Psicologia, que, em virtude do
reconhecimento de sua capacidade técnica,
é escolhido pela parte, principalmente, para
avaliar o laudo do psicólogo perito (auxiliar
do juiz).
Psicanálise de Direito
O assistente pode ir muito além da atividade de
avaliação dos documentos técnicos de outro
psicólogo, auxiliando, por exemplo, na criação de
perguntas judiciais (quesitos), orientando o
advogado sobre temas que envolvem a relação
entre Psicologia e Direito, avaliação do litigante,
entre várias outras atividades. Assim, é um grande
equívoco dizer que o assistente faz unicamente a
análise do laudo do “perito oficial”.
Psicanálise de Direito
Há a necessidade dos profissionais que atuam nesta
área, de conhecer a legislação e dinâmica
processual, para que possam ter claras as
possibilidades e limites de sua atuação. Por
exemplo, quando se apresenta um impasse relativo
à guarda e visitas, é necessário o conhecimento não
só da dinâmica familiar e das necessidades da
criança e dos pais ou cuidadores, como também do
significado que é atribuído à guarda, visitas e poder
familiar, e das consequências a nível prático que
estas decisões podem ter na vida dos envolvidos.
Psicanálise de Direito
Cabe, ainda, conhecer as resoluções do CFP ou
CRESS para a atuação do assistente técnico, isso
porque nestas duas disciplinas os órgãos
fiscalizadores orientam para a incompatibilidade do
assistente técnico acompanhar os atendimentos das
partes processuais, entendendo que tal situação
prejudica o trabalho, inibindo os sujeitos
envolvidos.
Psicanálise e Direito
MEDIAÇÃO E CONCILIAÇÃO

Outra ponta de atuação dos


profissionais da Psicologia no campo
jurídico é a Mediação Interdisciplinar.
Psicanálise e Direito
Diferença entre Conciliação e Mediação:

A Conciliação tem como finalidade o acordo, a


resolução de um impasse. Trabalho mais superficial.

A Mediação não tem como finalidade o acordo e sim


o estabelecimento ou restabelecimento da
comunicação e a ampliação da responsabilidade na
tomada de decisões. Intervenções no conflito, com
busca de conscientização do conflito.

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