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Goiânia, 2015
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Banca Examinadora:
Resumo
Para alguns autores como Faco e Melchiori (2010) a discussão do conceito de Família
parte do pressuposto de que é um sistema de organização sustentado por valores, crenças e
práticas, normalmente interligados às mudanças vividas pela sociedade. Uma dessas
mudanças é a família extensa responsável pelos cuidados das crianças/adolescentes. Este
artigo discute as novas configurações familiares que modificam o conceito de família
nuclear a partir do levantamento de dados no Tribunal de Justiça do Estado de Goiás -
Setor de Atendimento às Famílias Judicialmente Assistidas nos anos de 2013 e 2014. Com
base nos resultados obtidos, notou-se que umas parcelas de membros da família buscam
uma participação nos cuidados da criança e do adolescente, resultando na modificação da
estrutura familiar.
início da psicologia jurídica, como uma área da ciência, está intimamente atrelado à
Execução Penal, Lei Federal nº 7210/83 (Lago, Amato, Teixeira, Rovinski & Bandeira,
2009).
pareceres e relatórios. Mas nem sempre esse trabalho precisa estar relacionado à avaliação
psicológica, sendo que algumas áreas do Direito na qual o psicólogo pode atuar são:
et al., 2009).
Testemunho.
2
Igreja e Estado. Brandão (2004) também cita que o Código Civil Brasileiro de 1916,
consolida a definição de família como união legal a partir do casamento civil. Mas ainda
sim, nota-se aqui a defesa da união patrimonial e o repúdio ao concubinato. Nessa época, a
família também seguia um modelo hierárquico, no qual o pai era o chefe da casa e a
mulher casada era considerada um ser incapaz, sem poder de decisão na própria família e
no próprio patrimônio.
Sobre a separação, Brandão (2004) afirma que no Código Civil de 1916 somente
enquanto o culpado poderia realizar visitas a eles. No caso de ambos serem culpados, a
mãe recebia o direito de ficar com as filhas menores e os filhos até seis anos, idade a qual
também uma proposta sobre a função social na família. Entre 1946 e 1964 há o surgimento
Dezembro de 1977 entra em vigor a Lei do Divórcio (Lei 6515), “que regulamenta a
60). Brandão (2004) cita que outro ponto da Lei 6515 é citado no artigo 15, o qual gere a
guarda dos filhos, prezando a guarda monoparental. Tal guarda é concedida àquele “que
1
Criada por Ruy Barbosa, o decreto abole a jurisdição eclesiástica, tornando válido apenas o casamento
realizado diante autoridades civis.
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não houver dado causa (art. 10)” (p. 61) e não há descriminação de sexo responsável pela
Para essas crianças e adolescentes, todo o processo se torna mais difícil a partir do
momento que ocorre a disputa pela sua guarda. Cano, Gabarra, Moré e Crepaldi (2009)
citam os dados do IBGE de 2007 que mostram uma tendência da guarda permanecer com a
mãe (89,5%). Mas também existe um aumento da procura dos pais pela convivência com a
Miranda, 2009).
Miranda, 2009). Para Silva (2009), na guarda compartilhada não há a ideia de alternância,
responsabilidades de criação.
passa a ser reconhecido como União Estável (art. 226 §3º), ampliando a constituição de
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Em 22 de Dezembro de 2014 ocorreu a sanção da Lei Nº 13.058, de modo em casos de separação, a guarda
da criança é automaticamente compartilhada por ambos os pais. Salvo exceção o caso de um dos genitores
não desejar a guarda da criança ou houver indícios de abusos físicos e mentais com a criança, prevalecendo
aqui a preferência pela guarda unilateral.
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(entre um homem e uma mulher), e também qualquer uma formada por um dos genitores e
seus descendentes – denominada família monoparental (art. 226 §3º §4º). Por fim, é
também na Constituição de 1988, que surge os primeiros direitos da criança (artigo 227)
(Brandão, 2004).
utilizados, podendo garantir como semelhança entre eles a ideia de que família é uma
instituição que atua de forma mediadora para com o indivíduo e a sociedade (Teruya,
2000).
Focando na história da família brasileira, nota-se que não existia definição sobre o
tema até meados da década de 1970, ocorrendo uma grande reformulação até a década de
1990. O foco aqui deixa de ser a estrutura doméstica e passa a ser a estrutura familiar
(Teruya, 2000).
patriarcalismo, sendo baseada em certo padrão: em seu núcleo se encontrava o senhor das
terras e escravos e sua prole legítima. Em torno desse núcleo se encontram os parentes,
agregados, escravos, afilhados e até mesmo concubinas e filhos bastardos (Teruya, 2000).
Cayres (2009) afirma que ocorreu na segunda metade do século XIX as primeiras
começa a ser questionado e o casamento passa a ser concebido por escolha própria dos
parceiros. A mulher também tem o seu papel reformulado, se antes ela tinha sua
sexualidade regulada e sua função era a de gerar herdeiros, agora é importante que ela
reduz a pai, mãe e filhos, e o homem é responsável pelo sustento da casa e a mulher pela
concepção da mesma a partir da tradição. Os papéis dentro da família já não são mais tão
familiar, que resultam no atual paradigma em que estamos inseridos. O censo mostra um
famílias monoparentais. Aqui fica evidente mais uma característica das atuais famílias: a
figura do provedor não está mais ligada ao gênero masculino (Wagner & Levandowski,
2008).
sim famílias, de modo que se tenta entender a estrutura e funcionamento de cada uma
(Peres, 2001). E com isso, o presente trabalho adotará o conceito de família citado por
que a sociedade muda, e todos os seus membros podem ser afetados por
(p. 122).
elas não eram reconhecidas socialmente, sendo, assim, temas tabus dentro da família. A
Sabe-se, que apesar do divórcio ser visto como algo normativo na sociedade atual,
a família nunca está preparada para o choque causado pelo anúncio e nem para as
consequências do ato (Cano et al., 2009). Assim, o divórcio é visto como um processo que
família sofrem com seu impacto de forma individualizada. Com isso, tal fenômeno é
vivido de maneira diferente por cada família, necessitando que se leve também em
consideração em qual fase familiar ela se encontra: recém-casados; com filhos pequenos,
Cano et al. (2009) afirmam que quando existem filhos pequenos, o maior desafio
do futuro ex-casal é a comunicação aos filhos, preferindo pelo silêncio por medo da reação
para com os pais. Já com os filhos adolescentes, os autores citam que essa é uma carga a
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mais que estes necessitam carregar, devido ao período de transição que já vivem,
para que passem pelo processo do divórcio e pós-divórcio (Cano et al. 2009). Dentro da
família, destaca-se o apoio advindo dos avós, que proporcionam certa estabilidade e apoio
Cupolillo, Costa e Paula (2001) afirmam que a maioria desses avós recebem os
filhos em suas casas após o divórcio e, desta forma, na relação avós-netos, eles se tornam,
em grande número de casos, a pessoa de confiança para o desabafo dos netos, além de
neste trabalho, a atuação do SAFAM que trabalha diretamente com as varas de família da
Comarca de Goiânia.
expressas pelo juiz ou por algum outro agente jurídico e para isso a metodologia utilizada
se baseia nos estudos dos autos recebidos, contato com as partes para agendamento da
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A Perícia Social é realizada somente pelo assistente social enquanto a Perícia Psicossocial fica a cargo tanto
do assistente quanto do psicólogo.
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e até mesmo o conceito geral de família. A busca dos genitores masculinos, avós e outros
familiares pela responsabilidade dos cuidados da criança é ainda pouco estudado mesmo
solicitadas na Divisão Psicossocial Forense – SAFAM, este trabalho terá como objetivo
contudo, esclarecer os fatores que levam esses familiares a procurar uma forma legal de
Método
Participantes
Instrumentos
elaboração dos laudos periciais de modo geral. Em seguida, foi realizado um pré-teste a
Procedimento
sendo então selecionados todos os laudos psicossociais, de 2013 e 2014, que tinham algum
membro da família extensa da criança (avós, tios, primos, entre outros), como requerente
processos.
exclusão, que foram: a família extensa ser uma das partes do processo e a natureza do
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Dentro do SAFAM os Laudos Sociais são realizados pelo Assistente Social enquanto os Laudos
Psicossociais são realizados apenas pelo Psicólogo devido ao número reduzido de funcionários.
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Carta Precatória: Instrumento utilizado para requisitar a outro juiz o cumprimento de algum ato necessário
ao andamento do processo. É por meio da Carta Precatória que são solicitadas a citação, a penhora, a
apreensão ou qualquer outra medida processual, que não poderia ser executada no juízo em que o processo se
encontra, devido à incompetência territorial, ou seja, a designação do ato está subordinada ao juízo de outra
localidade.
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atenderam aos critérios de inclusão. Desta forma, a população do estudo foi composta por
09 laudos periciais.
suas Varas de Família de origem, e que os processos em sua maioria já foram julgados e
sentenciados. Esse é o motivo pelo qual, nesse trabalho, foram usados apenas os laudos
Resultados e Discussão
apenas três laudos psicossociais, já em 2014 esse número dobrou (Gráfico1). Isso talvez
venha da notável mudança das configurações familiares, podendo considerar que apenas
ser fruto da união entre um homem e uma mulher já não é o suficiente para que seja
considerado filho dessa mesma relação (Ceccarelli, 2007). Assim, os vínculos que esses
familiares criaram com a criança/adolescente são foram suficientes para que eles queiram
0
2013 2014
maioria dos Requerentes 6 são os membros da família extensa. Dessa família extensa a
maioria são os avós, podendo ser tanto maternos quanto paternos, havendo apenas dois
laudos em que quem procurou pela guarda da criança foram os tios-avôs e o tio do
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Requerente: quem propôs a ação para ver seu direito reconhecido.
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formação de família como “pai-mãe-filhos” não pode ser vista como o conceito de família
Escolaridade
Ens. Fund. Incompleto 2 22,22% - -
Ens. Fund. Completo - - 1 9,10%
Ens. Méd. Incompleto 1 11,12% 2 18,20%
Ens. Méd. Completo 2 22,22% - -
Ens. Sup. Incompleto - - - -
Ens. Sup. Completo - - - -
Pós-Graduação - - 1 9,10%
Sem Informação 4 44,44% 7 63,60%
Estado Civil
Solteiro (a) - - 1 9,10%
Casado (a) 4 44,44% 3 27,25%
Divorciado (a) - - 1 9,10%
União Estável - - - -
Viúvo (a) 1 11,12% 1 9,10%
Sem Informação 4 44,44% 5 45,45%
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Requeridos7 do processo. Como pode ser visto no Gráfico 2 logo abaixo, cerca de 55,55%
dos laudos nos anos de 2013 e 2014 foram de processos de Cartas Precatórias, enquanto
apenas 44,45% dos processos ocorreu a possibilidade de ouvir ambas as partes já que todos
os envolvidos moram na Comarca de Goiânia. Este pode ser um dos fatores para o grande
número de laudos sem tal informação na Tabela 1, já que vale ressaltar que as Cartas
processo.
já que os dados indicam que não é uma informação relevante para constar nos laudos, logo
é o tipo de informação que não influencia na decisão do juiz. Tanto os Requerentes quanto
Requeridos tem, em sua maioria, apenas até o Ensino Médio, podendo ser completo ou
incompleto.
0
Guarda e Carta Precatória Regulamentação
Responsabilidade de Visitas
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Requerido: aquele que sofre a ação proposta pelo requerente.
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os requerentes quanto os requeridos, o que pode indicar, no caso dos genitores, uma
recasamentos foram, provavelmente, incentivados pela Lei do Divórcio como dito por
consideravelmente alto (66,66%) e ao analisar melhor esse dado percebe-se que essa
criança/adolescente já se encontra morando com esses avós, como pode ser visto no
Gráfico 3. Talvez isso esteja ligado ao fato da guarda geralmente ser cedida à genitora,
resultando numa maior convivência entre o neto e os avós maternos. Sabe-se também que
em alguns casos ocorre o fato dos filhos, após o divórcio, retornarem à casa dos pais,
tornando mais estreito o laço criado entre avós e netos, que passam a residir todos na
mesma casa.
Vale ressaltar aqui o que foi dito por Cano et al. (2009) sobre o apoio da família
para as crianças e adolescentes que estão passando pelo processo de divórcio dos pais e,
consequentemente, pelo processo de guarda. Provavelmente, é na figura dos avós que eles
encontram esse maior apoio e suporte para superarem o momento conturbado. Como
Diversas pesquisas (Rodrigues, 2013; Cupolillo et al., 2001) afirmam que esse
apoio das avós resulta na atuação em dois papéis para elas, no caso do divórcio: substitutos
dos pais e substituto dos parceiros. O primeiro papel visa no bem-estar da criança enquanto
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o segundo visa o bem-estar das filhas ou filhos, ao assumir responsabilidades que seriam
2,5
1,5
0,5
0
Avó Avó Genitora Avô Avô Genitor Outros
Materna Paterna Materno Paterno
gênero e a faixa etária, ocorrendo predomínio do sexo masculino, 88,88%, e da faixa etária
de 0 a 12 anos, 66,66%. Nota-se uma maior procura da guarda das crianças, o que pode ser
comparado com a idade das crianças que são buscadas em contexto de adoção. É senso
comum acreditar que as crianças quanto mais novas estiverem, mais facilmente se
adaptarão à nova família, talvez esse o motivo da procura por crianças pequenas
(preferência por bebês) em casos de adoção e talvez essa seja uma das justificativas para o
Porém, sabe-se que as crianças, mesmo as maiores de cinco anos, incorporam sim
os costumes e cultura da família que lhe acolhe (Vargas, 1998), sendo assim, essa é uma
Idade8
0 a 12 anos 6 66,66%
12 a 18 anos 2 22,22%
Não Informado 1 11,12%
Apesar da maioria das crianças morarem com a família extensa, o Gráfico 4 indica
que a maior parte dos genitores chegaram a morar juntos durante o relacionamento -
66,66% - o que sugere que houve o convívio da criança com as partes, logo, possibilitou a
criação de laços afetivos. Isso sugere também que essas crianças passaram ou ainda
passam pelo processo de divórcio de seus genitores, ressaltando aqui que em 22,22% dos
intensa por todas as partes dessa família. Como dito por Cano et al. (2009), essa situação
divórcio atuou de maneira tão impactante no núcleo familiar que foi necessário a entrada
da família extensa para auxiliar todos e dar apoio. Esse apoio acabou na criação de laços
perturbada, já que passa a ser objeto de desejo não apenas de seus genitores, mas também
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Segundo ECA, Art. 2º: Considera-se criança, para os efeitos desta Lei, a pessoa até doze anos de vida
incompletos, e adolescentes aquela entre doze e dezoito anos de idade.
17
0
Sim Não Não Informado
O Gráfico 5 mostra que 55,55% dos responsáveis legais não recebem nenhum tipo
de ajuda no cuidado das crianças, indicando uma correlação com algumas das justificativas
dos processos – alguns requerentes afirmam que o requerido não tem condições de cuidar
0
Sim Não Não Informado
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acusam que a criança sofreu algum tipo de violência. Em um dos laudos, o requerente
afirma que o próprio pai da requerida disse que a filha não tinha condições de cuidar da
É importante ressaltar aqui, que tal justificativa é apenas o motivo explícito para a
abertura do processo. Cabe uma análise mais profunda dos motivos implícitos que levam a
familiar, já que os dados coletados indicam que esses familiares passam a ver a criança
processo, já que o que levaram os requerentes a buscar a guarda foi o temor de não
conviver mais com a criança/adolescente. Em um dos laudos a requerente relata que temeu
quando o genitor buscou a criança para passar uns dias com ele em sua cidade, acreditando
que ele poderia ficar com a criança e por isso abriu o processo de guarda.
criança/adolescente, não foi apontado, nos laudos, se a denuncia foi ou não confirmada.
Outro ponto são as justificativas que afirmam que a pessoa não tem condições
psicológicas para cuidar da criança/adolescente. Segundo o Código Civil, no Art. 3º, são
considerados incapazes “II- os que, por enfermidade ou deficiência mental, não tiverem o
necessário discernimento para a prática desses atos”. Nos laudos, nada aponta para essa
incapacidade relatada por alguns requerentes, o que indica que tal justificativa é usada
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apenas numa tentativa de convencer o juiz que o requerente é a melhor escolha para a
criança.
Por fim, compete aqui uma reflexão acerca da prática da Alienação Parental. É
evidente que algumas justificativas visam desmerecer a outra parte, numa tentativa de
colocar o requerido como uma pessoa não apta para cuidar da criança/adolescente. Sabe-se
Desta forma, essa questão, talvez devesse ser aprofundada em outras pesquisas,
pois, até qual ponto a outra parte realmente não está apta e onde se começa uma Alienação
interessante aqui também, dar para a criança/adolescente o espaço da fala para que se
A família há algum tempo já não pode mais ser definida no modelo “pai-mãe-
filhos”. Ainda que não tenhamos voltado ao modelo colonial que envolviam todos da casa
grande e, de certa forma, da senzala, notamos que algumas famílias voltaram a ser
compostas por um grande número de familiares ou, até mesmo com um número mínimo de
O que conta para essas pessoas é que sua família sejam aqueles a quem amam, o
que resulta nos modelos familiares que vemos atualmente: famílias monoparentais,
homoafetivas, famílias nas quais a família extensa são o núcleo, entre outras. No caso das
famílias extensas, é nítida a importância dos avós no momento do divórcio dos genitores e
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até mesmo durante o processo de guarda, fazendo-os serem, de certa maneira, os pilares
singular é esse sistema e o quanto ele mudou no último século, até chegar ao que é hoje:
famílias. Mesmo assim, é com pesar que nos dias atuais haja uma tentativa insistente de
famílias atualmente existente - incluso aqui algumas das configurações familiares que é
uma necessidade de aprofundar melhor os desejos e anseios das partes envolvidas, algo
que não ficou explicado de forma satisfatória nos laudos. Mesmo que tenha ficado nítido a
importância dos laços criados, apenas eles não justificam a procura da guarda pela família
extensa. Porém, novos questionamentos surgiram, como uma possível Alienação Parental
9
PL 6583/2013 Art. 2º Para os fins desta Lei, define-se entidade familiar como o núcleo social formado a
partir da união entre um homem e uma mulher, por meio de casamento ou união estável, ou ainda por
comunidade formada por qualquer dos pais e seus descendentes.
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que essas crianças possam sofrer, nos mostrando que essa é uma realidade possível
é algo que foi citado durante os anos de estudo, mas vê-lo na prática torna todo o
há pela frente.
Referências
Cupolillo, M. V., Costa, A. O. B., & Paula, J. T. S. (2001). Os avós como suporte na
criação dos netos. . Em Sousa, S. M. G. & Rizzini, I. (Orgs), Desenhos de Família.
Criando os filhos: A Família Goianiense e os Elos Parentais (117-135). Goiânia:
Cânone.
Harper, S. (2006). Papéis dos Avós nas Famílias Multigeracionais. Povos e Culturas, 10,
25-38.
Lago, V. M., Amato, P., Teixeira, P.A., Rovinski, S. L. R. & Bandeira, D. R. (2009). Um
Breve Histórico da Psicologia Jurídica no Brasil e Seus Campos de Atuação. Estudos
de Psicologia. 26(4), 483-491.
23
Lei nº 8.069, de 13 de Julho de 1990. Código Civil Brasileiro. Brasília, DF. Recuperado
em 05 de novembro de 2015, do site http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/
L8069.htm.
Lei nº 10.406, de 10 de Janeiro de 2002. Código Civil Brasileiro. Brasília, DF. Recuperado
em 11 de novembro de 2015, do site http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2002
/L10406.htm.
Lei nº 12.318, de 26 de Agosto de 2010. Código Civil Brasileiro. Brasília, DF. Recuperado
em 11 de novembro de 2015, do site http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-
2010/2010/lei/l12318.htm.
Rodrigues, S. S. A. (2013). A Relação entre Avós e Netos após a Separação Conjugal dos
Pais. Dissertação de Mestrado, Universidade de Lisboa, Lisboa.
Vargas, M. M. (1998). Adoção tardia: da Família Sonhada à Família Possível. São Paulo:
Casa do Psicólogo.
Anexos
Roteiro de Leitura
Requerente: _____________________________________________________________
Idade: __________________________________________
Escolaridade: ( ) E.F. Incompleto; ( ) E.F. Completo; ( ) E.M. Incompleto; ( ) E.
M Completo;
( ) E.S. Incompleto; ( ) E.S. Completo; ( ) Pós-graduação.
Estado Civil: ( ) Solteiro; ( ) Casado; ( ) Divorciado; ( ) União estável.
Grau de parentesco com a criança: __________________________________________
Renda Familiar: ( ) Até 1 SM ( ) 1 a 3 SM ( ) 3 a 5 SM ( ) 5 a 10 SM ( ) Acima
de 10 SM
Requerida: ______________________________________________________________
Idade: _________________________________________
Escolaridade: ( ) E.F. Incompleto; ( ) E.F. Completo; ( ) E.M. Incompleto; ( ) E.
M Completo;
( ) E.S. Incompleto; ( ) E.S. Completo; ( ) Pós-graduação.
Estado Civil: ( ) Solteiro; ( ) Casado; ( ) Divorciado; ( ) União estável.
Grau de parentesco com a criança: __________________________________________
Renda Familiar: ( ) Até 1 SM ( ) 1 a 3 SM ( ) 3 a 5 SM ( ) 5 a 10 SM ( ) Acima
de 10 SM
Nº do Processo:___________________________________________________________
Ano do Laudo: ___________________________________________________________