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Novos Arranjos Familiares: A Procura da Família

Extensa Pelo Direito da Guarda

Ádila Lemes Romanielo

Joseleno Vieira dos Santos

Pontifícia Universidade Católica de Goiás

Patrícia Lena Fiorin

Divisão Psicossocial Forense

Goiânia, 2015
i

Novos Arranjos Familiares: A Procura da Família


Extensa Pelo Direito da Guarda

Ádila Lemes Romanielo


Pontifícia Universidade Católica de Goiás

Artigo apresentado ao Centro de Estudos,


Pesquisas e Práticas Psicológicas do
Departamento de Psicologia da PUC Goiás
como requisito parcial para obtenção do grau
de Psicólogo. Campo de Estágio: Divisão
Psicossocial Forense – Setor de Atendimento
às Famílias Judicialmente Assistidas.

Banca Examinadora:

Prof. Joseleno Vieira dos Santos – Ms.


Presidente da Banca: Professor-Supervisor

Patrícia Lena Fiorin – Esp.


Profissional de Campo

Profª. Margareth Regina Gomes Veríssimo de Faria – Dr.


Professora Convidada

Data da Avaliação: _______/________/_________

Nota Final: _______________________________


ii

Resumo

Para alguns autores como Faco e Melchiori (2010) a discussão do conceito de Família
parte do pressuposto de que é um sistema de organização sustentado por valores, crenças e
práticas, normalmente interligados às mudanças vividas pela sociedade. Uma dessas
mudanças é a família extensa responsável pelos cuidados das crianças/adolescentes. Este
artigo discute as novas configurações familiares que modificam o conceito de família
nuclear a partir do levantamento de dados no Tribunal de Justiça do Estado de Goiás -
Setor de Atendimento às Famílias Judicialmente Assistidas nos anos de 2013 e 2014. Com
base nos resultados obtidos, notou-se que umas parcelas de membros da família buscam
uma participação nos cuidados da criança e do adolescente, resultando na modificação da
estrutura familiar.

Palavras-Chave: Guarda, Psicologia Jurídica, Família Extensa, Tribunal de Justiça.


Novos Arranjos Familiares: A Procura da Família Extensa Pelo Direito da Guarda
Ádila Lemes Romanielo
Joseleno Vieira dos Santos
Pontifícia Universidade Católica de Goiás

No Brasil não há um marco preciso que delimite o início da Psicologia Jurídica,

coexistindo assim referenciais históricos dispersos e desorganizados sobre o assunto,

apontando unicamente as primeiras e discretas tentativas de inserção da área no país. O

início da psicologia jurídica, como uma área da ciência, está intimamente atrelado à

regulamentação da profissão de psicólogo na década de 1960 – com o início de trabalhos

voluntários na área criminal. Essa dinamização ocorreu de maneira informal, abstraindo o

reconhecimento do papel do psicólogo nessa área somente com a promulgação da Lei de

Execução Penal, Lei Federal nº 7210/83 (Lago, Amato, Teixeira, Rovinski & Bandeira,

2009).

Predomina no trabalho do psicólogo da área jurídica a composição de laudos,

pareceres e relatórios. Mas nem sempre esse trabalho precisa estar relacionado à avaliação

psicológica, sendo que algumas áreas do Direito na qual o psicólogo pode atuar são:

Direito da Família; da Criança e do Adolescente; Direito Civil; Penal e do Trabalho (Lago

et al., 2009).

Lago et al (2009, p. 486) afirma que na área do Direito da Família destaca-se o

trabalho em “processos de separação e divórcio, disputa de guarda e regulamentação das

visitas”. Em contrapartida, o Direito da Criança e Adolescente preza os trabalhos com

adoção e destituição de poder familiar, além do desenvolvimento e aplicação de medidas

socioeducativas. Há também outros campos de atuação como: Vitimologia e Psicologia do

Testemunho.
2

Após a proclamação da República, o decreto 181 1 de 1890 é a principal lei

legislativa em favor do Direito da Família, indicando aqui, o início da desvinculação entre

Igreja e Estado. Brandão (2004) também cita que o Código Civil Brasileiro de 1916,

consolida a definição de família como união legal a partir do casamento civil. Mas ainda

sim, nota-se aqui a defesa da união patrimonial e o repúdio ao concubinato. Nessa época, a

família também seguia um modelo hierárquico, no qual o pai era o chefe da casa e a

mulher casada era considerada um ser incapaz, sem poder de decisão na própria família e

no próprio patrimônio.

Sobre a separação, Brandão (2004) afirma que no Código Civil de 1916 somente

há a separação de corpos por justa causa, denominado de desquite, preservando a

indissolubilidade do casamento. Desse modo, o inocente tinha direito de ter os filhos

enquanto o culpado poderia realizar visitas a eles. No caso de ambos serem culpados, a

mãe recebia o direito de ficar com as filhas menores e os filhos até seis anos, idade a qual

passariam a morar com o pai.

Já na década de 1930, no surgimento de um projeto político nacionalista, nasce

também uma proposta sobre a função social na família. Entre 1946 e 1964 há o surgimento

da lei de reconhecimento de filhos ilegítimos (lei 883/49) e o Estatuto da Mulher Casada

em 1962, afirmando a capacidade jurídica da mulher (Brandão, 2004).

A partir dessa época, nota-se um avanço nos direitos das mulheres. Em 26 de

Dezembro de 1977 entra em vigor a Lei do Divórcio (Lei 6515), “que regulamenta a

dissolução da sociedade conjugal e do casamento” e também revoga o termo “desquite” (p.

60). Brandão (2004) cita que outro ponto da Lei 6515 é citado no artigo 15, o qual gere a

guarda dos filhos, prezando a guarda monoparental. Tal guarda é concedida àquele “que

1
Criada por Ruy Barbosa, o decreto abole a jurisdição eclesiástica, tornando válido apenas o casamento
realizado diante autoridades civis.
3

não houver dado causa (art. 10)” (p. 61) e não há descriminação de sexo responsável pela

pensão, sendo responsabilidade de ambos a manutenção dos filhos.

Para essas crianças e adolescentes, todo o processo se torna mais difícil a partir do

momento que ocorre a disputa pela sua guarda. Cano, Gabarra, Moré e Crepaldi (2009)

citam os dados do IBGE de 2007 que mostram uma tendência da guarda permanecer com a

mãe (89,5%). Mas também existe um aumento da procura dos pais pela convivência com a

criança, reivindicando para eles um papel mais ativo.

Assim, pode-se definir a guarda como única ou compartilhada, priorizando-se a

responsabilidade parental de ambos os pais, abrindo-se opções para diferentes tipos de

guardas como: alternada, monoparental, aninhamento ou compartilhada (Souza &

Miranda, 2009).

Para a Guarda Monoparental ou exclusiva – a mais comum no Brasil – a um dos

pais é reservado o direito de guarda (geralmente a mãe), enquanto ao outro lhe é

assegurado às visitas, geralmente com dia e hora marcados.

A Guarda Compartilhada – assegurada recentemente pela Lei 13.0582 – preza pelo

desejo de ambos os pais de conviverem de forma continuada com os filhos (Souza e

Miranda, 2009). Para Silva (2009), na guarda compartilhada não há a ideia de alternância,

prevalecendo aqui não o compartilhamento da posse da criança, mas sim as

responsabilidades de criação.

Após a criação da Lei do Divórcio, os direitos da família voltam a passar por

mudanças significativas apenas com a Constituição Federal de 1988. Nela, o concubinato

passa a ser reconhecido como União Estável (art. 226 §3º), ampliando a constituição de

2
Em 22 de Dezembro de 2014 ocorreu a sanção da Lei Nº 13.058, de modo em casos de separação, a guarda
da criança é automaticamente compartilhada por ambos os pais. Salvo exceção o caso de um dos genitores
não desejar a guarda da criança ou houver indícios de abusos físicos e mentais com a criança, prevalecendo
aqui a preferência pela guarda unilateral.
4

família. Torna-se também, entidade familiar qualquer relação extramatrimonial estável

(entre um homem e uma mulher), e também qualquer uma formada por um dos genitores e

seus descendentes – denominada família monoparental (art. 226 §3º §4º). Por fim, é

também na Constituição de 1988, que surge os primeiros direitos da criança (artigo 227)

(Brandão, 2004).

Ao estudar e pesquisar sobre a família, diferentes abordagens e enfoques são

utilizados, podendo garantir como semelhança entre eles a ideia de que família é uma

instituição que atua de forma mediadora para com o indivíduo e a sociedade (Teruya,

2000).

Focando na história da família brasileira, nota-se que não existia definição sobre o

tema até meados da década de 1970, ocorrendo uma grande reformulação até a década de

1990. O foco aqui deixa de ser a estrutura doméstica e passa a ser a estrutura familiar

(Teruya, 2000).

A primeira estruturação familiar na sociedade brasileira data da época do Brasil

Colônia. Aqui temos um modelo espelhado no modelo português e pautado no

patriarcalismo, sendo baseada em certo padrão: em seu núcleo se encontrava o senhor das

terras e escravos e sua prole legítima. Em torno desse núcleo se encontram os parentes,

agregados, escravos, afilhados e até mesmo concubinas e filhos bastardos (Teruya, 2000).

Cayres (2009) afirma que ocorreu na segunda metade do século XIX as primeiras

mudanças no modelo de família. Com processo de industrialização, o modelo patriarcal

começa a ser questionado e o casamento passa a ser concebido por escolha própria dos

parceiros. A mulher também tem o seu papel reformulado, se antes ela tinha sua

sexualidade regulada e sua função era a de gerar herdeiros, agora é importante que ela

tenha conhecimento básico para também exercer a função de educadora. A estruturação se


5

reduz a pai, mãe e filhos, e o homem é responsável pelo sustento da casa e a mulher pela

educação dos filhos e cuidados da casa (Cayres, 2009).

Deve ser ressaltado também, que em partes do país manteve-se o modelo de

família patriarcal – na realidade semi-patriarcal – principalmente nos estados do Norte e do

Nordeste (Teruya, 2000).

Com a entrada da era contemporânea, a família sofre novas mudanças, alterando a

concepção da mesma a partir da tradição. Os papéis dentro da família já não são mais tão

bem definidos, e surgem diferentes estruturas familiares, ainda prevalecendo o modelo

familiar “pai, mãe e filhos” (Cayres, 2009).

O censo do IBGE nos anos 2000 apontam algumas mudanças na configuração

familiar, que resultam no atual paradigma em que estamos inseridos. O censo mostra um

aumento no número de divórcios e separações. Há também uma significativa queda no

número de uniões oficiais, enquanto as uniões consensuais teve um relativo aumento

(Wagner & Levandowski, 2008).

A partir dos anos 1990, percebe-se um aumento considerável do número de

famílias monoparentais. Aqui fica evidente mais uma característica das atuais famílias: a

figura do provedor não está mais ligada ao gênero masculino (Wagner & Levandowski,

2008).

Assim, o que se acredita é que não há um único modelo específico de família, e

sim famílias, de modo que se tenta entender a estrutura e funcionamento de cada uma

(Peres, 2001). E com isso, o presente trabalho adotará o conceito de família citado por

Faco e Melchiori (2010), no qual:

A família é um complexo sistema de organização, com crenças, valores e

práticas desenvolvidas ligadas diretamente às transformações da sociedade,

em busca da melhor adaptação possível para a sobrevivência de seus


6

membros e da instituição como um todo. O sistema familiar muda à medida

que a sociedade muda, e todos os seus membros podem ser afetados por

pressões interna e externa, fazendo que ela se modifique com a finalidade

de assegurar a continuidade e o crescimento psicossocial de seus membros

(p. 122).

O aumento de divórcios e dos recasamentos são fenômeno sociais impossíveis de

serem ignorados. Apesar de existirem mesmo sem a regulamentação da Lei do divórcio,

elas não eram reconhecidas socialmente, sendo, assim, temas tabus dentro da família. A

Lei de 1977 permitiu, então, que socialmente e juridicamente os casais pudessem

reconstruir suas famílias, tornando-as mais complexas e desmitificando a situação de

pessoa divorciada (Cano et al. 2009).

Sabe-se, que apesar do divórcio ser visto como algo normativo na sociedade atual,

a família nunca está preparada para o choque causado pelo anúncio e nem para as

consequências do ato (Cano et al., 2009). Assim, o divórcio é visto como um processo que

desafia a estrutura e dinâmica no ciclo vital familiar (Cano et al., 2009).

A partir do momento que o anúncio do divórcio é realizado, todos os membros da

família sofrem com seu impacto de forma individualizada. Com isso, tal fenômeno é

vivido de maneira diferente por cada família, necessitando que se leve também em

consideração em qual fase familiar ela se encontra: recém-casados; com filhos pequenos,

adolescentes ou jovens; ou no estágio tardio (Cano et al., 2009).

Cano et al. (2009) afirmam que quando existem filhos pequenos, o maior desafio

do futuro ex-casal é a comunicação aos filhos, preferindo pelo silêncio por medo da reação

da criança. Quando pré-adolescentes, os filhos buscam uma atitude de cuidado e proteção

para com os pais. Já com os filhos adolescentes, os autores citam que essa é uma carga a
7

mais que estes necessitam carregar, devido ao período de transição que já vivem,

provocando maiores conflitos entre pais e filhos.

Para crianças e adolescentes, o apoio da família, amigos e escola é fundamental

para que passem pelo processo do divórcio e pós-divórcio (Cano et al. 2009). Dentro da

família, destaca-se o apoio advindo dos avós, que proporcionam certa estabilidade e apoio

tanto aos filhos quanto aos netos (Harper, 2006).

Cupolillo, Costa e Paula (2001) afirmam que a maioria desses avós recebem os

filhos em suas casas após o divórcio e, desta forma, na relação avós-netos, eles se tornam,

em grande número de casos, a pessoa de confiança para o desabafo dos netos, além de

assumir “os papéis de cuidadores, companheiros de brincadeiras, contadores de histórias,

amigos, conselheiros e mentores” (Rodrigues, 2013, p.17).

A Divisão Psicossocial Forense do Tribunal de Justiça do Estado de Goiás foi

fundada em 2009 e encontra-se localizada, no Fórum Desembargador Fenelon Teodoro

Reis. O departamento encontra-se ligado administrativamente à Coordenadoria Judiciária

do Fórum de Goiânia e se divide em três setores de atendimento: Setor de Atendimento às

Famílias Judicialmente Assistidas (SAFAM), Setor de Oitiva Especial de Crianças e

Adolescentes (SOECA) e Setor de Atendimento à Violência Doméstica (SAVID). Foca-se,

neste trabalho, a atuação do SAFAM que trabalha diretamente com as varas de família da

Comarca de Goiânia.

O SAFAM visa a realização de perícias sociais e psicossociais 3. São solicitadas

perícias principalmente para casos de disputa de guarda, regulamentação de visitas e

interdição em casos de incapacidade civil. O objetivo do SAFAM é elucidar as questões

expressas pelo juiz ou por algum outro agente jurídico e para isso a metodologia utilizada

se baseia nos estudos dos autos recebidos, contato com as partes para agendamento da

3
A Perícia Social é realizada somente pelo assistente social enquanto a Perícia Psicossocial fica a cargo tanto
do assistente quanto do psicólogo.
8

entrevista, entrevista com todas as partes envolvidas no processo, aplicação de testes

psicológicos, visitas domiciliares e elaboração de laudo.

A justificativa do presente trabalho se baseia no surgimento das novas

configurações familiares nas últimas décadas, desfazendo-se o conceito de família nuclear

e até mesmo o conceito geral de família. A busca dos genitores masculinos, avós e outros

familiares pela responsabilidade dos cuidados da criança é ainda pouco estudado mesmo

que seja um tema persistente na sociedade atual.

Com isso, a partir do levantamento de dados sobre as demandas psicossociais

solicitadas na Divisão Psicossocial Forense – SAFAM, este trabalho terá como objetivo

estudar a procura da família extensa pela guarda da criança ou do adolescente. Busca-se,

contudo, esclarecer os fatores que levam esses familiares a procurar uma forma legal de

garantir o direito nos cuidados da criança em questão.


9

Método

Participantes

O estudo foi realizado a partir de 09 laudos periciais da Divisão Psicossocial

Forense da Comarca de Goiânia, dos anos de 2013 e 2014.

Instrumentos

Os dados foram coletados por meio de um roteiro de leitura (ANEXO A) e foram

utilizados como fontes de informações os laudos periciais elaborados previamente pela

equipe psicossocial do SAFAM.

O roteiro de leitura foi elaborado de acordo com as informações necessárias para a

elaboração dos laudos periciais de modo geral. Em seguida, foi realizado um pré-teste a

fim de validar o instrumento e após realizar os ajustes e alterações necessárias ao

instrumento, o levantamento de dados foi realizado.

Procedimento

Primeiramente, foi realizada a separação entre laudos sociais e psicossociais 4 ,

sendo então selecionados todos os laudos psicossociais, de 2013 e 2014, que tinham algum

membro da família extensa da criança (avós, tios, primos, entre outros), como requerente

ou requerido, podendo ser da Comarca de Goiânia ou Carta Precatória 5, totalizando 09

processos.

Em seguida, cada processo foi analisado quanto aos critérios de inclusão e

exclusão, que foram: a família extensa ser uma das partes do processo e a natureza do

processo ser de solicitação de guarda e responsabilidade de filhos ou de posse e guarda de

4
Dentro do SAFAM os Laudos Sociais são realizados pelo Assistente Social enquanto os Laudos
Psicossociais são realizados apenas pelo Psicólogo devido ao número reduzido de funcionários.
5
Carta Precatória: Instrumento utilizado para requisitar a outro juiz o cumprimento de algum ato necessário
ao andamento do processo. É por meio da Carta Precatória que são solicitadas a citação, a penhora, a
apreensão ou qualquer outra medida processual, que não poderia ser executada no juízo em que o processo se
encontra, devido à incompetência territorial, ou seja, a designação do ato está subordinada ao juízo de outra
localidade.
10

criança/adolescente e Regulamentação de Visitas. Após a primeira análise, todos os laudos

atenderam aos critérios de inclusão. Desta forma, a população do estudo foi composta por

09 laudos periciais.

É importante ressaltar que os laudos já foram finalizados e reencaminhados para

suas Varas de Família de origem, e que os processos em sua maioria já foram julgados e

sentenciados. Esse é o motivo pelo qual, nesse trabalho, foram usados apenas os laudos

psicológicos, pois apenas estes se encontravam para estudo no SAFAM.


11

Resultados e Discussão

Nota-se que houve um aumento na procura da família extensa para adquirir o

direito da guarda da criança/adolescente. Enquanto no ano de 2013, foram realizados

apenas três laudos psicossociais, já em 2014 esse número dobrou (Gráfico1). Isso talvez

venha da notável mudança das configurações familiares, podendo considerar que apenas

ser fruto da união entre um homem e uma mulher já não é o suficiente para que seja

considerado filho dessa mesma relação (Ceccarelli, 2007). Assim, os vínculos que esses

familiares criaram com a criança/adolescente são foram suficientes para que eles queiram

participar ativamente da criação desses indivíduos, considerando-os “filhos”.

Gráfico 1: Quantidade de processos nos anos de 2013 e 2014


7

0
2013 2014

Ao comparar o grau de parentesco com a criança/adolescente na Tabela 1, a

maioria dos Requerentes 6 são os membros da família extensa. Dessa família extensa a

maioria são os avós, podendo ser tanto maternos quanto paternos, havendo apenas dois

laudos em que quem procurou pela guarda da criança foram os tios-avôs e o tio do

padrasto da criança. É interessante notar a abrangência da família extensa e o quanto a

6
Requerente: quem propôs a ação para ver seu direito reconhecido.
12

formação de família como “pai-mãe-filhos” não pode ser vista como o conceito de família

padrão. Aqui fica bastante nítido a necessidade de não se acreditar em um modelo de

família e sim famílias como foi dito por Peres (2001).

Tabela 1: Caracterização dos envolvidos nos processos judiciais de solicitação de guarda


dos filhos, dos anos de 2013 a 2014, Goiânia – Goiás.
Requerente Requerido
Características
N % N %
Grau de Parentesco com a Criança
Genitor - - 5 45,45%
Genitora 1 11,11% 5 45,45%
Avô Materno 1 11,11% - -
Avó Materna 3 33,33% - -
Avô Paterno - - - -
Avó Paterna 2 22,22% 1 9,10%
Outros 2 22,22% - -

Escolaridade
Ens. Fund. Incompleto 2 22,22% - -
Ens. Fund. Completo - - 1 9,10%
Ens. Méd. Incompleto 1 11,12% 2 18,20%
Ens. Méd. Completo 2 22,22% - -
Ens. Sup. Incompleto - - - -
Ens. Sup. Completo - - - -
Pós-Graduação - - 1 9,10%
Sem Informação 4 44,44% 7 63,60%

Estado Civil
Solteiro (a) - - 1 9,10%
Casado (a) 4 44,44% 3 27,25%
Divorciado (a) - - 1 9,10%
União Estável - - - -
Viúvo (a) 1 11,12% 1 9,10%
Sem Informação 4 44,44% 5 45,45%
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Analisando a Tabela 1, há a definição do grau de escolaridade dos Requerentes e

Requeridos7 do processo. Como pode ser visto no Gráfico 2 logo abaixo, cerca de 55,55%

dos laudos nos anos de 2013 e 2014 foram de processos de Cartas Precatórias, enquanto

apenas 44,45% dos processos ocorreu a possibilidade de ouvir ambas as partes já que todos

os envolvidos moram na Comarca de Goiânia. Este pode ser um dos fatores para o grande

número de laudos sem tal informação na Tabela 1, já que vale ressaltar que as Cartas

Precatórias geralmente chegam até o SAFAM apenas com as informações essenciais do

processo.

Com as informações colhidas na Tabela 1, e levando em consideração o Gráfico 2,

percebe-se que o grau de escolaridade não é um fator relevante na conclusão do processo,

já que os dados indicam que não é uma informação relevante para constar nos laudos, logo

é o tipo de informação que não influencia na decisão do juiz. Tanto os Requerentes quanto

Requeridos tem, em sua maioria, apenas até o Ensino Médio, podendo ser completo ou

incompleto.

Gráfico 2: Tipos de Processos periciados dos anos de 2013 a 2014


6

0
Guarda e Carta Precatória Regulamentação
Responsabilidade de Visitas

7
Requerido: aquele que sofre a ação proposta pelo requerente.
14

Sobre o estado civil – ainda na Tabela 1 - há um predomínio de casados tanto para

os requerentes quanto os requeridos, o que pode indicar, no caso dos genitores, uma

tendência à procura de novos relacionamentos estáveis, acontecendo recasamentos. Estes

recasamentos foram, provavelmente, incentivados pela Lei do Divórcio como dito por

Wagner e Levandowski (2008). Porém novamente há um grande número de laudos sem a

informação devido a quantidade de Cartas Precatórias como já visto no Gráfico 2.

Conforme citado anteriormente, o número de avós que buscam a guarda é

consideravelmente alto (66,66%) e ao analisar melhor esse dado percebe-se que essa

procura parte principalmente dos avós maternos. Em muitos desses processos a

criança/adolescente já se encontra morando com esses avós, como pode ser visto no

Gráfico 3. Talvez isso esteja ligado ao fato da guarda geralmente ser cedida à genitora,

resultando numa maior convivência entre o neto e os avós maternos. Sabe-se também que

em alguns casos ocorre o fato dos filhos, após o divórcio, retornarem à casa dos pais,

tornando mais estreito o laço criado entre avós e netos, que passam a residir todos na

mesma casa.

Vale ressaltar aqui o que foi dito por Cano et al. (2009) sobre o apoio da família

para as crianças e adolescentes que estão passando pelo processo de divórcio dos pais e,

consequentemente, pelo processo de guarda. Provavelmente, é na figura dos avós que eles

encontram esse maior apoio e suporte para superarem o momento conturbado. Como

consequência eles se tornam as pessoas de confiança da criança e adolescente, estreitando

os laços, e resultando na procura do direito da guarda por parte dos avós.

Diversas pesquisas (Rodrigues, 2013; Cupolillo et al., 2001) afirmam que esse

apoio das avós resulta na atuação em dois papéis para elas, no caso do divórcio: substitutos

dos pais e substituto dos parceiros. O primeiro papel visa no bem-estar da criança enquanto
15

o segundo visa o bem-estar das filhas ou filhos, ao assumir responsabilidades que seriam

do parceiro tanto no âmbito doméstico quanto emocional (Rodrigues, 2013).

Gráfico 3: Com quem a criança/adolescente reside no momento da perícia?


3,5

2,5

1,5

0,5

0
Avó Avó Genitora Avô Avô Genitor Outros
Materna Paterna Materno Paterno

Na Tabela 2 é apresentada a caracterização das crianças/adolescentes quanto ao

gênero e a faixa etária, ocorrendo predomínio do sexo masculino, 88,88%, e da faixa etária

de 0 a 12 anos, 66,66%. Nota-se uma maior procura da guarda das crianças, o que pode ser

comparado com a idade das crianças que são buscadas em contexto de adoção. É senso

comum acreditar que as crianças quanto mais novas estiverem, mais facilmente se

adaptarão à nova família, talvez esse o motivo da procura por crianças pequenas

(preferência por bebês) em casos de adoção e talvez essa seja uma das justificativas para o

grande número de crianças em situação de disputa de guarda.

Porém, sabe-se que as crianças, mesmo as maiores de cinco anos, incorporam sim

os costumes e cultura da família que lhe acolhe (Vargas, 1998), sendo assim, essa é uma

questão a ser mais estudada.


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Tabela 2: Caracterização das crianças/adolescentes envolvidos nos processos judiciais dos


anos de 2012 a 2013, Goiânia – Goiás.
Criança/Adolescente
Características
N %
Gênero
Masculino 8 88,88%
Feminino 1 11,12%

Idade8
0 a 12 anos 6 66,66%
12 a 18 anos 2 22,22%
Não Informado 1 11,12%

Apesar da maioria das crianças morarem com a família extensa, o Gráfico 4 indica

que a maior parte dos genitores chegaram a morar juntos durante o relacionamento -

66,66% - o que sugere que houve o convívio da criança com as partes, logo, possibilitou a

criação de laços afetivos. Isso sugere também que essas crianças passaram ou ainda

passam pelo processo de divórcio de seus genitores, ressaltando aqui que em 22,22% dos

laudos estudados um dos genitores veio a falecer.

De qualquer maneira, o processo de divórcio está ali, sendo vivido de maneira

intensa por todas as partes dessa família. Como dito por Cano et al. (2009), essa situação

modifica a estrutura e dinâmica no ciclo vital familiar. Nesses casos, o processo de

divórcio atuou de maneira tão impactante no núcleo familiar que foi necessário a entrada

da família extensa para auxiliar todos e dar apoio. Esse apoio acabou na criação de laços

íntimos provocando a procura da guarda por essa família extensa em um contexto

naturalmente conturbado no qual os próprios genitores disputam entre si a guarda da

criança/adolescente. É possível que em tal cenário a criança fique mais confusa e

perturbada, já que passa a ser objeto de desejo não apenas de seus genitores, mas também

dos demais familiares.

8
Segundo ECA, Art. 2º: Considera-se criança, para os efeitos desta Lei, a pessoa até doze anos de vida
incompletos, e adolescentes aquela entre doze e dezoito anos de idade.
17

Gráfico 4: Genitores que residiram juntos durante o relacionamento


7

0
Sim Não Não Informado

O Gráfico 5 mostra que 55,55% dos responsáveis legais não recebem nenhum tipo

de ajuda no cuidado das crianças, indicando uma correlação com algumas das justificativas

dos processos – alguns requerentes afirmam que o requerido não tem condições de cuidar

da criança/adolescente - como uma maneira de reforçar a sua fala na esperança do juiz

decidir a guarda da criança/adolescente a seu favor.

Gráfico 5: Responsável legal recebe algum tipo de ajuda nos cuidados da


criança/adolescente
6

0
Sim Não Não Informado
18

Em alguns laudos, os requerentes usaram como justificativa o fato dos requeridos

não terem condições econômicas e/ou psicológicas para criar as crianças/adolescentes ou

acusam que a criança sofreu algum tipo de violência. Em um dos laudos, o requerente

afirma que o próprio pai da requerida disse que a filha não tinha condições de cuidar da

criança e que deseja tê-la.

É importante ressaltar aqui, que tal justificativa é apenas o motivo explícito para a

abertura do processo. Cabe uma análise mais profunda dos motivos implícitos que levam a

família a procurar seu direito nos cuidados da criança/adolescente e um dos maiores

motivos é, provavelmente, o estreitamento dos laços afetivos e a ressignificação do papel

familiar, já que os dados coletados indicam que esses familiares passam a ver a criança

como seu próprio filho.

Em outros laudos, essa questão dos laços afetivos é vista na justificativa do

processo, já que o que levaram os requerentes a buscar a guarda foi o temor de não

conviver mais com a criança/adolescente. Em um dos laudos a requerente relata que temeu

quando o genitor buscou a criança para passar uns dias com ele em sua cidade, acreditando

que ele poderia ficar com a criança e por isso abriu o processo de guarda.

Ressalta-se aqui, que algumas justificativas precisariam ser melhor exploradas.

Quando o requerido é acusado de promover algum tipo de violência ou abuso contra a

criança/adolescente, não foi apontado, nos laudos, se a denuncia foi ou não confirmada.

Outro ponto são as justificativas que afirmam que a pessoa não tem condições

psicológicas para cuidar da criança/adolescente. Segundo o Código Civil, no Art. 3º, são

considerados incapazes “II- os que, por enfermidade ou deficiência mental, não tiverem o

necessário discernimento para a prática desses atos”. Nos laudos, nada aponta para essa

incapacidade relatada por alguns requerentes, o que indica que tal justificativa é usada
19

apenas numa tentativa de convencer o juiz que o requerente é a melhor escolha para a

criança.

Por fim, compete aqui uma reflexão acerca da prática da Alienação Parental. É

evidente que algumas justificativas visam desmerecer a outra parte, numa tentativa de

colocar o requerido como uma pessoa não apta para cuidar da criança/adolescente. Sabe-se

que a Alienação Parental, segundo a Lei nº 12.318, é que:

A interferência na formação psicológica da criança ou do adolescente

promovida ou induzida por um dos genitores, pelos avós ou pelos que

tenham a criança ou adolescente sob a sua autoridade, guarda ou vigilância

para que repudie genitor ou que cause prejuízo ao estabelecimento ou à

manutenção de vínculos com este.

Desta forma, essa questão, talvez devesse ser aprofundada em outras pesquisas,

pois, até qual ponto a outra parte realmente não está apta e onde se começa uma Alienação

Parental com a criança numa tentativa de desmerecer seus próprios genitores? É

interessante aqui também, dar para a criança/adolescente o espaço da fala para que se

possam confirmar se a Alienação ocorre ou não.

A família há algum tempo já não pode mais ser definida no modelo “pai-mãe-

filhos”. Ainda que não tenhamos voltado ao modelo colonial que envolviam todos da casa

grande e, de certa forma, da senzala, notamos que algumas famílias voltaram a ser

compostas por um grande número de familiares ou, até mesmo com um número mínimo de

pessoas, como é o caso das famílias monoparentais.

O que conta para essas pessoas é que sua família sejam aqueles a quem amam, o

que resulta nos modelos familiares que vemos atualmente: famílias monoparentais,

homoafetivas, famílias nas quais a família extensa são o núcleo, entre outras. No caso das

famílias extensas, é nítida a importância dos avós no momento do divórcio dos genitores e
20

até mesmo durante o processo de guarda, fazendo-os serem, de certa maneira, os pilares

que sustentam a família naquele momento, tornando-os núcleo familiar.

A imagem de “porto seguro” é o ponto de partida para o estreitamento dos laços

afetivos com os netos e a reaproximação dos filhos, que se encontra em um momento

vulnerável, causando uma maior complexidade da instituição família e resultando no

amplo conceito já discutido.

Algumas Considerações Finais

Quando se resgata o conceito de família utilizado nesse trabalho, vemos o quão

singular é esse sistema e o quanto ele mudou no último século, até chegar ao que é hoje:

famílias. Mesmo assim, é com pesar que nos dias atuais haja uma tentativa insistente de

políticos9 - principalmente a bancada evangélica - na ideia de “família tradicional”, sendo

considerado família apenas os descentes diretos e desmerecendo alguns dos tipos de

famílias atualmente existente - incluso aqui algumas das configurações familiares que é

objeto de estudo dessa pesquisa, afinal nela a criança/adolescente não se encontrará em

uma família que o núcleo seja genitores ou avós.

Os objetivos do presente trabalho foram em partes esclarecidos, já que se observou

uma necessidade de aprofundar melhor os desejos e anseios das partes envolvidas, algo

que não ficou explicado de forma satisfatória nos laudos. Mesmo que tenha ficado nítido a

importância dos laços criados, apenas eles não justificam a procura da guarda pela família

extensa. Porém, novos questionamentos surgiram, como uma possível Alienação Parental

9
PL 6583/2013 Art. 2º Para os fins desta Lei, define-se entidade familiar como o núcleo social formado a
partir da união entre um homem e uma mulher, por meio de casamento ou união estável, ou ainda por
comunidade formada por qualquer dos pais e seus descendentes.
21

que essas crianças possam sofrer, nos mostrando que essa é uma realidade possível

também nas novas famílias.

Durante um ano, o campo de Estágio proporcionou novas experiências e uma rica

aprendizagem no campo da Psicologia Jurídica. Destaca-se aqui o trabalho do SOECA que

é algo que foi citado durante os anos de estudo, mas vê-lo na prática torna todo o

aprendizado algo mais enriquecedor. O trabalho direto com as famílias e vivenciar as

angústias e anseios durante um processo como o de guarda também contribuiu na vivência

do Estágio de modo que o ciclo se termina permeado de perspectivas e expectativas do que

há pela frente.

Por fim, ressalta-se a necessidade de outras pesquisas no assunto, para melhor

elucidar as questões pertinentes e também por ser um padrão de comportamento que

aumenta consideravelmente, tornando-o assim um necessário objeto de estudo não apenas

para a nossa área, mas também para o Direito.


22

Referências

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24

Anexos

Roteiro de Leitura
Requerente: _____________________________________________________________
Idade: __________________________________________
Escolaridade: ( ) E.F. Incompleto; ( ) E.F. Completo; ( ) E.M. Incompleto; ( ) E.
M Completo;
( ) E.S. Incompleto; ( ) E.S. Completo; ( ) Pós-graduação.
Estado Civil: ( ) Solteiro; ( ) Casado; ( ) Divorciado; ( ) União estável.
Grau de parentesco com a criança: __________________________________________
Renda Familiar: ( ) Até 1 SM ( ) 1 a 3 SM ( ) 3 a 5 SM ( ) 5 a 10 SM ( ) Acima
de 10 SM

Requerida: ______________________________________________________________
Idade: _________________________________________
Escolaridade: ( ) E.F. Incompleto; ( ) E.F. Completo; ( ) E.M. Incompleto; ( ) E.
M Completo;
( ) E.S. Incompleto; ( ) E.S. Completo; ( ) Pós-graduação.
Estado Civil: ( ) Solteiro; ( ) Casado; ( ) Divorciado; ( ) União estável.
Grau de parentesco com a criança: __________________________________________
Renda Familiar: ( ) Até 1 SM ( ) 1 a 3 SM ( ) 3 a 5 SM ( ) 5 a 10 SM ( ) Acima
de 10 SM

Nº do Processo:___________________________________________________________
Ano do Laudo: ___________________________________________________________

Criança/ Adolescente: _____________________________________________________


Idade: _________________________________
Com quem deseja morar: __________________________________________________

A guarda da criança esta com: Genitor ( ); Genitora( ); Outros ( ).


Quem?________________________
Exerce cuidados com o menor sozinho ou possui ajuda? Se sim, de
quem?___________________________________________________________________
_________________________________________________________________________
Tempo de relacionamento dos genitores:_________ Moraram juntos: ( ) Sim
( ) Não.
Genitora concorda com o processo? ( ) Sim ( ) Não
Por quê?
________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________
25

Guardião recebe ajuda financeira da genitora: Sim ( ) Não ( ).

Motivação do processo: ____________________________________________________


_________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________
Observações adicionais sobre o processo:______________________________________
_________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________
Conclusão do Laudo:______________________________________________________
_________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________

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