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UNIVERSIDADE LICUNGO
CURSO DE GEOGRAFIA
Beira
2021
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Beira
2021
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Índice
Introdução ....................................................................................................................................... 4
Objectivos ....................................................................................................................................... 5
Metodologia .................................................................................................................................... 6
O Parentesco ................................................................................................................................... 7
Tipos de parentesco......................................................................................................................... 9
O lobolo ........................................................................................................................................ 10
Introdução
Objectivos
Objectivo geral
Objectivos específicos
– Definir o parentesco;
– Definir lobolo;
Metodologia
O Parentesco
Relações de parentesco
Duas pessoas podem estar emparentadas de três formas básicas: por consanguinidade, por
afinidade ou por adopção.
História, avivar a memória, mesmo quando ela nos faz recordar momentos difíceis do nosso
passado, reflectir sobre nós mesmos, dando asas à imaginação, à criatividade, para sonhar belos
sonhos que queremos ver transformados em realidade num futuro próximo. Ainda de acordo com
o mesmo autor, o pensamento discriminatório para com os africanos é remetido como uma raça
inferior, incapaz de terem um grau de intelectualidade igual ao do branco. Nessas condições, não
teriam condições de jamais aprenderem sozinhos a língua portuguesa, cabendo ao português
conduzi-los a civilização. Um dos grandes problemas acentuados para o moçambicano era a falta
de oportunidade para que ele conseguisse alcançar índices satisfatórios de alfabetização. Além
desse, seria a intenção colonizadora de transformá-lo em um cidadão com princípios distantes de
sua cultura original.
A busca pela assimilação ocorreria por meio da imposição da língua estrangeira, uma das
principais maneiras de se infligir aos nativos as características dos colonizadores, Uma forma de
mostrar uma imposição de poder, caracterizando que não se importavam com a língua que falavam,
mas que tinham que aprender a deles, ou seja, a língua portuguesa.
Para Toledo (2008) os nativos começam a sentir que a ultima coisa que os une em torno
dos seus é o clã, e este é esfacelado pelo sistema que lhes é imposto, gerando um forte motivo para
serem levados pela revolta. Devido a isso o Exercito foi formado para fazer a conquista e ocupação
colonial, depois com o intuito de manter o poder sobre os colonizados, pois previam que para
manter o controlo tinham que usar a força.
Estabelecimento de pontes de análise crítica comparativa (a série de graus que existe entre
as pessoas com um ascendente comum, mas que não descendem uma da outra. Por exemplo:
irmãos, primos).
A linha directa de parentesco consanguíneo pode ser ascendente (cada uma das pessoas
relativamente a quem descendem de forma directa: bisavô-avô-pai) ou descendente (vincula o
antepassado com quem descendem de forma directa e sucessiva: tetraneto-bisneto-neto).
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Tipos de parentesco
Augè (2003) também define os tipos de parentesco, sendo que para ela, existe o parentesco
por afinidade e por adopção.
Por afinidade é aquele que tem lugar entre o cônjuge e os parentes consanguíneos do outro
ou entre uma pessoa e os cônjuges dos seus parentes consanguíneos.
O parentesco por adopção ou parentesco civil é aquele que existe entre o adoptante
e o adoptado e entre o adoptado e a família do adoptante. Outra particularidade apresentada
por Augé (2003) e partilhada com Granjo (2005) a união ou o elo que existe entre as coisas
também se pode considerar parentesco: “O futebol e o rugby têm um certo parentesco”.
Linha recta: é infinito, contado por graus. 1º Grau: pai e filho 2º Grau: avô e neto
3º Grau: bisavô e bisneto Ascendentes: pais, avós, bisavós Descendentes: filhos, netos,
bisnetos Linha paterna: parentesco como genitor e com os ascendentes deles, como avôs e
bisavós paternos.
Linha materna: diz respeito aos pais e avós da mãe, como avós e bisavós maternas.
Filhos: afora do Direito existe uma classificação quanto à origem dos filhos, pois que
distingui-los perante a norma jurídica é inconstitucional. Assim temos:
O lobolo
O lobolo é uma prática cultural por meio da qual se unem duas pessoas (homem e mulher)
pelo casamento condicionado ao pagamento real ou simbólico de um dote. Este dote pode ser uma
enxada, uma cabeça ou várias de vaca, dinheiro em numerário ou outros bens de natureza ou
pecuniária.
O jovem que tem a intenção de contrair o casamento informa os seus tutores (pais ou
padrinhos), sobre a sua intenção e estes marcam uma agenda de visita à família da pretendida noiva
com a finalidade de participar-lhes da pretensão do seu filho/afilhado. Uma vez recebidos os
hóspedes estabelecem-se garantias, designadamente uma lista contendo a descrição dos itens que
serão objectos do próprio lobolo. A lista incluir prendas para os pais da noiva, enxadas, dinheiro
para os encargos do cortejo nupcial, bem como a menção da data em que o próprio lobolo será
pago.
Chegado o dia marcado, a família da noiva prepara -se para a cerimónia de maneira
especial, pois cumpre-lhe garantir a hospitalidade ao noivo e aos seus acompanhantes. Na hora do
pagamento do lobolo, as prendas e todos os objectos descritos na lista são dispostos no meio de
uma praça visível. Logo, as duas famílias (a da noiva e a do noivo) reúnem-se para verificar se o
número dos objectos estam certos, indicado uns aos outros se está ou não completos. É
extremamente importante que haja numerosas testemunhas de modo que se o casamento for
malsucedido não haja dificuldades de o homem reaver os objectos do lobolo.
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Ultrapassada esta parte, segue-se o acto religioso, logo, o cortejo nupcial, e em seguida os
festejos com abundância de comidas e bebidas. Todos estes actos solenes selam para sempre a
união dos dois nubentes.
O lobolo como símbolo de união matrimonial permite que uma das famílias envolvidas
adquira um novo membro, e a outra, o perca. Deste modo, a mulher adquirida, ainda que conserve
o seu apelido (o nome do seu clã) torna-se propriedade do novo grupo familiar, pertencem a este
grupo tanto ela como os filhos que gerar. Não é uma escrava, nem a propriedade individual do
marido, mas uma propriedade colectiva do grupo.
a) Toda a família do homem toma parte nas cerimónias do casamento, sobretudo no dia em
que o lobolo é levado pelo noivo. Os membros masculinos do grupo têm o direito de opinar
sobre os bois ou a soma entregue.
b) Os irmãos estão sempre prontos a ajudar um dos seus, mais pobre, ao lobolo. Trabalham
assim para o grupo.
c) A mulher adquirida desta maneira é esposa aparente deles, embora lhes não seja permitido
ter relações sexuais com ela. Recebê-la-ão em herança quando o marido morrer (o
kutchinga).
d) Os filhos pertencem ao pai, vivem com ele, usam o seu apelido (o nome do clã) e devem-
lhe obediência: os filhos masculinos fortificam o grupo e os femininos são vendidos em
casamento para o benefício desse grupo.
a) A mulher é reduzida a uma situação de inferioridade pelo facto de ter sido paga;
b) A rapariga casa fica a mercê da família do marido. Em caso da morte do marido ela pode
ser entregue a um velho asqueroso por quem ela não sente qualquer atracção, por causa de
uma velha dívida de lobolo;
c) A mulher trabalha para o marido e para os parentes dele, que lhe dão muito pouco em troca;
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d) No que toca aos filhos, mesmo que ela sinta amor por eles, não lhe pertencem, são
propriedades do marido ou do seu grupo familiar.
e) O lobolo atribui quase todos os direitos ao marido sobre a mulher, incluindo os de ofendê-
la, e a mulher perde até mesmo o direito de protestar.
f) No caso de o lobolo e a suma do dinheiro envolvidos não tiverem sido totalmente pagos,
podem levantar-se tensões e irritações que muitas vezes criam sofrimentos para o casal e
para as respectivas famílias.
Por tudo o acima descrito, conclui-se que seja falso dizer que o lobolo é um contrato entre
duas famílias com a finalidade de garantir que a mulher seja tratada decentemente pelo marido e
vice-versa. Parece-nos que em vez de esta prática obrigar os nubentes a prestarem cuidados
recíprocos, serve para legitimar comportamentos androcêntricos e machistas de índole patriarcal.
Considerações finais
O lobolo é uma prática cultural por meio da qual se unem duas pessoas (homem e mulher)
pelo casamento condicionado ao pagamento real ou simbólico de um dote. Este dote pode ser uma
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enxada, uma cabeça ou várias de vaca, dinheiro em numerário ou outros bens de natureza ou
pecuniária. No entanto, dois grandes factores podem ser preponderantes para a dissolução do
casamento: o adultério e a esterilidade da mulher. O lobolo como símbolo de união matrimonial
permite que uma das famílias envolvidas adquira um novo membro, e a outra, o perca.
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Referências bibliográficas