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CURSO DE GRADUAÇÃO EM ANTROPOLOGIA

CENTRO DE CIÊNCIAS APLICADAS E EDUCAÇÃO - CCAE


CAMPUNS IV DA UFPB

DISCIPLINA: FUNDAMENTOS DO PENSAMENTO ANTROPOLÓGICO

Aluno: Pedro Jorge Coutinho guerra


Professor: Dr.ª Luciana Maria Ribeiro de Oliveira

Rio Tinto – PB
2023
Livro: Cultura: um conceito antropológico. Análise do primeiro capítulo do livro.
“Da natureza da cultura ou da Natureza à cultura”.
Autor: Roque de Barros Laraia.
Aula - 10/08/2023

Parte – I - Itinerário da aula e do capítulo

A professora mostrou o que o homem é objeto da ciência, único possuidor de


cultura. Além disso, apresentou o processo de evolução das sociedades simples e
complexas. Também, demonstrou que o estudo da cultura contribui para combater os
preconceitos. Enfatizou que, quando analisamos as culturas conforme apresentou a
professora, compreendemos as múltiplas dimensões do ser humano em sociedade.
Durante aula, foram apresentadas as especificidades de uma sociedade, tais
como: modos de produção econômica; organizações sociais, políticas e jurídicas;
sistemas de parentesco e concepções de famílias e conhecimentos de crenças,
religiosidades, línguas, artes e ritos.
Foi posto um comparativo entre mulheres de Himba na África e mulheres
camponesas brasileiras em 2013. Outro aspecto interessante, contraposto foi a ocupação
da favela da rocinha no Rio de Janeira em 2011 e o beijaço gay no Shopping Frei
Caneca em São Paulo, ano de 2003. Outras imagens de mulheres se beijando, de
mulher nua com pose sensual e homens pendurados pelo próprio corpo.
Concluiu que a cultural é todos os aspectos de uma realidade social, apreendidos
e que independem de transmissão genética, influenciando no comportamento social,
permitindo a variação cultural. Diante disso, por exemplo, em um mesmo tipo de
ambiente físico e geográfico, pode haver diversidades culturais. No que tange a isso, a
cultura são escolhas de agrupamentos humanos, indivíduos. Finalizou demonstrando
durante a aula que cultura é a expressão que caracteriza a diversidade humana, os
conhecimentos, ideias, crenças, práticas de vida, linguagem, escologia, alimentação e
espiritualidade, cultura é um produto coletivo da vida humana.
Quanto ao capítulo, quero fazer algumas observações do primeiro capítulo (Da
natureza da cultura ou da natureza à cultura).
Coloco inicialmente alguns apontamentos do autor: “Teorias que atribuem
capacidades específicas inatas a “raças” ou a outros grupos humanos”. (p.17).
Ao determinismo biológico temos: O Determinismo Biológico atribui as
capacidades físicas e psicológicas do ser humano à sua etnia, nacionalidade ou o grupo
ao qual pertence. Podemos dizer uma máxima do senso comum: julga-se que um
português é burro apenas por ter nascido em Portugal, que um japonês é inteligente e
bom em matemática apenas por ter nascido no Japão e ser de origem oriental, que um
Brasileiro é preguiçoso simplesmente por ser brasileiro.
Enfatizando a natureza da cultura e a passagem dessa natureza, partindo deste
pressuposto do determinismo biológico, nada mais é do justificar a violência quanto os
grupos minoritários. A exemplo podemos apresentar o holocausto e outras atrocidades
que foram definidos pelo aparato biológico. Outra questão é o comportamento do
homem e a mulher, as diferenças genéticas seriam determinantes para as pessoas. Como
por exemplo as características identificáveis dos homens e mulheres, limitando o
homem e a mulher a determinadas tarefas.
Exemplo: os negros são mais predispostos a fazer esporte e música, posto como
questões raciais, embora esses conceitos já foram demostrados que são questões de
racismos contra determinados Povos.
Assim, as diferenças genéticas não são determinantes, os seres humanos podem
ser modificados pelos aspectos da cultura. No entanto, para os antropólogos estes
acreditam que a influência das características de cada ser humano vem de sua cultura,
tendo assim, a cultura como uma construção. Uma criança Japonesa, por exemplo, se
for criada no Brasil, dentro da cultura brasileira, irá acabar tendo os mesmos costumes,
todas as crianças têm a mesma capacidade, independente de raça, nacionalidade, sexo
ou classe social, desde que tenham as mesmas oportunidades. Assim, não tem haver
com a “raça”, mas com as elaborações culturais no desenvolvimento da criança.
Nesse sentido, o autor afirma: “A espécie humana se diferencia anatômica e
fisiologicamente através do dimorfismo sexual, mas é falso que as diferenças de
comportamento existentes entre pessoas de sexos diferentes sejam determinadas
biologicamente” (p. 10), sendo assim, homens e mulheres são capazes de exercer as
mesmas funções, o que vai definir o que devem ser tarefas exercidas pelo sexo
masculino e o que devem ser tarefas exercidas pelo sexo feminino vai ser a cultura da
sociedade na qual vivem. Meninos e meninas agem de formas diferentes por causa da
educação que recebem e da cultura que os influencia, não por causa de sua genética
hormonal.
Assim o humano seria destituído de liberdade de decidir e de influir nos
fenômenos em que toma parte. A determinação de seus atos pertence à força de certas
causas, externas e internas. É a principal base do conhecimento científico da Natureza,
porque afirma a existência de relações fixas e necessárias entre os seres e fenômenos
naturais: o que acontece não poderia deixar de acontecer porque está ligado a causas
anteriores.
Sobre o segundo ponto do primeiro capítulo, Determinismo Geográfico, o autor
explica e considera que as diferenças entre as tribos não podem ser explicadas pela
limitação do seu meio ambiente. Eles consideram o clima como fator importante no
determinismo geográfico. A natureza dos homens é mesma, são seus hábitos que os
mantêm separados. Muito influenciam na fisionomia do ser humano, ou seja, na
formação de caráter do homem. Não é difícil de enxergarmos isso, pelo contrário é uma
coisa nítida! Uma pessoa que nasce na Itália, por exemplo, se levada quando criança
para qualquer outro país, obviamente não terá os costumes, sotaque, jeito de um
italiano! Fatalmente, ela será atingida com a cultura do determinado lugar ou região,
com a educação provinda daquele lugar. Podendo ter nascido um nobre e morrer como
um simples trabalhador rural ou vice-versa.
Portanto a cultura de forma antropológica, formado por conhecimentos crenças,
corte moral, leis, costumes ou qualquer outra capacidade ou hábitos adquiridos pelo
homem dentro de uma sociedade, não é influenciada pelo ‘determinismo biológico’,
nem pelo ‘determinismo geográfico’. A genética hereditária de um ser humano não
constitui um fator de importância nas diferenças entre as culturas e há uma limitação na
influência geográfica sobre os fatores culturais. Assim, se compreende as diferenças na
história cultural de cada grupo, onde pode ser encontrada em um mesmo ambiente físico
uma grande diversidade cultural.
Portanto, compreendemos por meio da leitura do texto, que a cultura é uma
construção das sociedades, não são as origens, ou códigos genéticos que determinam os
aspectos culturais, muitos menos as questões de ordem geográficas, como se pensou até
certo tempo, mas uma elaboração de elementos e aspectos culturais que se sobrepõe aos
fatores julgados como determinantes, conforme demonstra o autor.
Parte – II - Itinerário da aula e do capítulo

Livro “Cultura: um conceito antropológico” - Segunda parte: Como Opera a


Cultura.
Autor: Roque de Barros Laraia.
Aula: 17/08/2023

A professora apresentando cultura e antropologia afirmou que a herança cultural


nos condiciona a reagir negativamente em relação ao comportamento daqueles que
agem fora dos padrões aceitos pela comunidade. Assim exemplificou que, a herança
cultural é um modo de ver o mundo, um padrão cultural, uma noção técnica corporal
que pode estar aliada a uma cultura, como as comidas.
Enfatizou que os comportamentos etnocêntricos resultam também em
apreciações negativas dos padrões culturais de povos diferentes de acordo com Roque
Laraia, sendo práticas de outros sistemas culturais catalogadas como absurdas,
deprimentes e imorais. Demonstrou que em determinadas culturas podem existir
quebras de padrões de comportamentos devido à idade cronológica e estritamente
cultural. “Embora nenhum individuo, conheça totalmente o seu sistema cultural, é
necessário ter um conhecimento mínimo para operar dentro do mesmo. Além disto, este
conhecimento mínimo deve ser partilhado por todos os componentes da sociedade de
forma a permitir a convivência dos mesmos.” (p.45).
A cultura tem uma dinâmica: Ritmos de mudanças culturais podem ser variados;
mudanças culturais podem ocorrer de forma inferna e externa, o tempo e a alteração dos
padrões de comportamento. “Concluindo, cada sistema cultural está sempre em
mudança. Entender esta dinâmica é importante para atenuar o choque entre as gerações
e evitar comportamentos preconceituosos. Da mesma forma que é fundamental para a
humanidade a compreensão das diferenças entre povos de culturas diferentes, é
necessário saber entender as diferenças que ocorrem dentro do mesmo sistema. Este é o
único procedimento que prepara o homem para enfrentar serenamente este constante e
admirável mundo novo do porvir.” (p.52).
No segundo capítulo, o autor aprofunda a perspectiva como a cultura dar sentido
e valor. Um pressuposto bem claro a respeito da cultura é que esta é uma espécie de
lente, que está posta entre os nossos olhos o mundo que enxergamos, transpassando na
forma de enxergar revela a cultura. Assim, somos produzidos pela cultura na medida
que compreendemos o mundo, alterando o meio. Tudo que diz respeito ao aparato
cultura é o que também reverbera a situação de como compreendemos nosso entorno,
em uma relação circular produzidos e reproduzindo pela cultura.
Nesse sentido, Roque vai apresentar a cultura tratando alguns pontos,
atravessados pelas lentes e o contexto de quem somos: a cultura interfere diretamente
como: vemos o mundo; criamos valor e moralidade; comportamo-nos socialmente;
postamo-nos corporalmente.
Enfatizando as posturas corporais, por exemplo, o fato de sorrir para uma
pessoa, tocar as mãos, agora, os motivos que geram o sorriso, dando exemplo de uma
cultura de Povo Originário, que o ato de sorrir deste Povo estaria ligado ao medo de
guerra. Outro aspecto é a alimentação, diferenciando entre ter fome e o que vai comer.
Exemplo, o ato de comer carne não necessariamente é um ato apenas ligado a fome,
mas pode ser entendido como um ato cultural.
Assim, a cultura interfere no plano biológico. Se de um lado existe o aparado
cultural que atravessa nosso olhar, esse campo seria interferido pelo etnocentrismo.
Diante disso, o etnocêntrico seria o estranhamento a determinadas culturas, enxergando
minha cultura como a referência de outras culturas. Assim, o oposto seria a apatia.
Dando exemplo dos africanos que foram trazidos como escravos que foram negados de
seus aspectos culturais, tendo sido negado em sua identitária.
Portanto o autor apresenta uma discussão que precisamos realizar uma crítica ao
modo como vemos e enxergamos os Povos e suas culturas.

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