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DIVÓRCIO E RECASAMENTO

DIVÓRCIO
ESTÁGIOS DO CICLO DE VIDA FAMILIAR
1. Saindo de casa: jovens solteiros
2. A união de famílias no casamento: o novo casal
3. Famílias com filhos pequenos
4. Famílias com adolescentes
5. Lançando os filhos e seguindo em frente
6. Famílias no estágio tardio da vida.
VARIAÇÕES MAIORES DO CICLO DE VIDA
❖ Divórcio e Recasamento (picos de tensão):
1. Momento da decisão de separar-se ou divorciar-se;

2. Quando a decisão é anunciada à família/amigos;

3. Quando são discutidos arranjos financeiros ou de custódia/visitação;

4. Separação física;

5. Divórcio legal;

6. Quando os ex-cônjuges têm que conversar sobre dinheiro ou filhos;

7. Quando cada filho se forma, casa, tem filhos ou adoece;

8. Quando cada cônjuge casa novamente, adoece, morre.


DIVÓRCIO NO BRASIL
❖ O divórcio direto no Brasil é uma conquista política e social da sociedade brasileira.

❖ Até o ano de 1977, quem casava, permanecia com vínculo jurídico para o resto
da vida. A inovação permitiu extinguir por “inteiro os vínculos” de um casamento e
autorizou com que as pessoas se casassem novamente.
DIVÓRCIO NO BRASIL
❖ Antes, caso a convivência fosse insuportável, poderia ser pedido o 'desquite', que
interrompia com os deveres conjugais e terminava com a sociedade conjugal.
Significa que os bens eram partilhados, acabava a convivência sob mesmo teto, mas
nenhum dos dois poderia recomeçar sua vida ao lado de outra pessoa cercado da
proteção jurídica do casamento.

❖ Naquela época, também não existiam leis que protegiam a União Estável.
DIVÓRCIO NO BRASIL
❖ A Lei do Divórcio, aprovada em 1977, concedeu a possibilidade de um novo casamento, mas
somente por uma vez. O 'desquite' passou a ser chamado de 'separação' e permanece, até hoje, como
um estágio intermediário até a obtenção do divórcio. Foi com a Constituição de 1988 que passou a
ser permitido divorciar-se e recasar-se quantas vezes fosse desejado.

❖ Constituição de 1988 estabelece que o casamento civil pode ser dissolvido pelo divórcio, mas desde
que cumprida a separação judicial por mais de um ano nos casos expressos em lei, ou comprovada
separação de fato por mais de dois anos.
DIVÓRCIO NO BRASIL
❖ 2007 - O divórcio e a separação consensuais podem ser requeridos por via
administrativa. Tal facilidade só é possível quando o casal não possui filhos menores
de idade ou incapazes, e desde que não haja litígio.

❖ 2010 - O casamento civil pode ser dissolvido pelo divórcio, sendo suprimido o
requisito de prévia separação judicial por mais de 1 (um) ano ou de comprovada
separação de fato por mais de 2 (dois) anos. Aprovado, finalmente, o divórcio
direto no Brasil.
DIVÓRCIO
❖ Processo contínuo de reorganização da família.

❖ Mudanças que podem ser potencialmente estressantes no ambiente social e físico


de adultos e crianças.

❖ Cadeia complexa de transições conjugais e reorganizações familiares que alteram


os papéis e relações e afetam a adaptação individual.
DIVÓRCIO
❖ Estressores advindos do divórcio ➔ adaptação à vida em família monoparental;
para os filhos, namoro dos pais...

❖ Fatores de riscos relativos ➔ idade ao casar, grau de instrução, renda familiar,


raça/etnia, religiosidade, história conjugal dos pais e características comunidade (ex:
realidade socioeconômica).
CASAIS COM MAIOR PROBABILIDADE DE
DIVÓRCIO
❖ A interação envolve escalada ou reciprocidade do afeto negativo, desligamento,
menosprezo, negação e acusação.

❖ Diferentes visões sobre a vida familiar, compartilham poucos interesses ou amigos,


insatisfação sexual.

❖ Comportamentos antissociais, abuso de álcool/substância e impulsividade.


DIVÓRCIO
❖ Benefícios potenciais do divórcio ➔ escape de uma situação conflituosa e infeliz,
oportunidade de desenvolver relacionamentos mais satisfatórios, potencial para o
desenvolvimento pessoal...

Como é a adaptação dos ex-cônjuges?

E dos filhos?
ADAPTAÇÃO DOS FILHOS
Antes ➔ os filhos de casais divorciados estão em sério risco de má adaptação.
1. A maioria dos filhos não exibe dificuldades sérias após o divórcio dos seus pais.
2. Um número substancial de filhos de casais divorciados está mais bem adaptado do
que aqueles de lares não divorciados.
3. As vidas de alguns filhos são melhoradas pelo divórcio dos seus pais.
4. Os efeitos negativos do divórcio nos filhos geralmente se resolvem logo em seguida.
5. Os filhos podem ser afetados adversamente mesmo na idade adulta pelo divórcio
dos pais.
6. Muito dos efeitos negativos associados ao divórcio existem muito antes de o
casamento terminar.
RELAÇÕES FAMILIARES E DIVÓRCIO
❖ Os maridos são mais prováveis a terem apego emocional à ex-mulher e a cultivar
pensamentos de reconciliação, embora, ironicamente, os homens também sejam mais
rápidos em se recasarem.

❖ Alguns filhos relatam sentirem-se “presos” em meio à lealdade aos pais ou acham
que têm culpa por essas discussões.
RELAÇÕES FAMILIARES E DIVÓRCIO
Idealmente, a vida familiar pós-divórcio envolveria conflito mínimo entre os pais, que
deveriam ser capazes de assumir um papel cooperativo e apoiador no que se refere
ao envolvimento de cada um com o filho.

❖ No entanto, há uma sobrecarga de tarefa para os pais e um questionamento


comum sobre a sua adequação como pais.

❖ Os pais frequentemente estão preocupados com seus próprios problemas de


adaptação e podem demonstrar irritabilidade e falta de suporte emocional aos
filhos.
RECASAMENTO
FAMÍLIAS RECASADAS
➢ Usa-se o termo famílias recasadas para salientar que é o vínculo
conjugal que forma a base para o complexo arranjo de várias famílias numa
nova constelação.

➢ Muitas dificuldades destas famílias podem ser atribuídas ao fato de se


utilizar como orientação os papéis e normas da família do primeiro
casamento.
FAMÍLIAS RECASADAS

➢ A família recasada tem características próprias, e é importante não torná-la


como a família nuclear recriada.

➢ Na família recasada os limites dos subsistemas familiares precisam ser mais


permeáveis...
FAMÍLIAS RECASADAS
❖ Há maior complexidade na constituição familiar ➔ às vezes oito avós, irmãos, meio-
irmãos, filhos da mulher do pai, filhos do marido da mãe...

❖ É preciso flexibilidade e originalidade para lidar com tudo isso.

❖ Não interpretar a complexidade das relações que se estabelecem nestas famílias


como disfuncionais!!
FAMÍLIAS RECASADAS
➢ No recasamento se carrega pelo menos três bagagens emocionais:

➢ 1. Da família de origem;

➢ 2. Do primeiro casamento;

➢3. Do processo de separação, de divórcio e do período entre os casamentos.


RECASAMENTO
❖ Os novos papeis e relacionamentos podem ser conflitantes e ambíguos: as
famílias recasadas precisam mergulhar instantaneamente em múltiplos papéis.

❖ A complexidade das famílias recasadas provavelmente não apresentaria tantos


problemas para os seus membros se a nossa sociedade oferecesse “orientação” para os
papéis e relacionamentos (sem rótulos!).
QUESTÕES EMOCIONAIS PREDIZÍVEIS NO
RECASAMENTO
❖ Intensos sentimentos conflituantes ou sua negação, são problemas predizíveis nas famílias
recasadas.

- A culpa é uma questão especialmente difícil (ex: pai deixou seus filhos do primeiro casamento
e tenta ser um pai melhor na nova família, mas tenta exageradamente).

-Conflitos de lealdade (ex: pai x padrasto, mãe x pai, mãe x madrasta).

- Sentimento de “não vamos estragar tudo desta vez”.


POSSÍVEIS REAÇÕES DOS FILHOS AO RECASAMENTO
❖ Lidar com perdas.

❖ Lealdades divididas.

❖ A que lugar eu pertenço? (mudança na posição dos irmãos, do seu papel na estrutura familiar,
das tradições familiares)

❖ Fazer parte de duas famílias.

❖ Expectativas pouco razoáveis.

❖ Fantasia sobre a re-união dos pais biológicos.

❖ Culpa por ter provocado o divórcio.


CARACTERÍSTICAS E DESAFIOS DO RECASAMENTO
❖ Relação pais-filhos precede a do casal.

❖ Manejo com o fato de que um dos genitores está em outro lugar, ou na memória.

❖ Crianças são partes de duas casas.

❖ Boa relação imediata com padrasto, madrasta e criança ambígua ou inexistente.

❖ Desenvolvimento de relação sólida marital e novas relações com família extensa.

❖ Cooperação entre os pais.

❖ Estabelecimento de novos rituais e novas tradições familiares.


RECASAMENTO
Fronteiras complexas e ambíguas do sistema a serem negociadas:

a) Associação (Quem são os “verdadeiros” integrantes da família?)

b) Espaço (Qual é o meu espaço? A qual lugar eu realmente pertenço?)

c) Autoridade (Quem está realmente no comando? Da disciplina? Do dinheiro? Das decisões?)

d) Tempo (A quem dedicar meu tempo e quanto - e quanto tempo eu recebo deles?)
DICAS DE FAMÍLIAS RECASADAS NÃO-CLÍNICAS

➢ Ter paciência.

➢ Encerrar seu antigo casamento (elaborar divórcio) antes de começar um novo.

➢ Ajudar as crianças a manter relacionamentos com seus pais biológicos.

➢ Aceitar a necessidade de envolvimento das partes da antiga família na nova.


DICAS DE FAMÍLIAS RECASADAS NÃO-CLÍNICAS

❖ Os padrastos devem tentar ser cordiais, mas não esperar o amor do enteado.

❖ Devem respeitar o vínculo especial entre progenitor biológico e a criança.

❖ Comunicar-se, negociar, comprometer e aceitar o que não pode ser mudado.


DADOS RECASAMENTO
❖ Homens recasam mais rapidamente e com maior freqüência.

❖ Suas primeiras esposas são em média 3 anos mais jovens do que eles e
suas segundas esposas são em média 6 anos mais jovens.

❖ Nível de instrução.
FAMÍLIAS RECASADAS NÃO-CLÍNICAS
❖ O “sentimento de pertencer a” na família recasada levou de 3 a 5 anos para a maioria de
seus integrantes (famílias com adolescentes mais tempo).

❖ Famílias normalmente mudam-se de casa, ou redecoram a casa, para evitar o sentimento


de “estar morando na casa de outra pessoa”.

❖ Ambos os cônjuges preferem relacionamentos distantes, mas cordiais com o ex e com o


novo parceiro do ex.

❖ Os problemas de disciplina e arranjos de visitas dos filhos normalmente são manejados


pelo progenitor biológico.

❖ A relação dos padrastos com enteados esta correlacionada com a satisfação conjugal.

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