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David Manuel Trinta

Felismina Manuel Namarra

Luís Matias Nikutume

Vicário Joaquim

Estudo de parentesco
Licenciatura em Ensino de Matemática

Universidade Rovuma

Nampula

2022
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David Manuel Trinta

Felismina Manuel Namarra

Luís Matias Nikutume

Vicário Joaquim

Estudo de parentesco

Trabalho de pesquisa de carácter avaliativo da


cadeira de Antropologia Cultural de Moçambique,
a ser entregue ao Departamento de Ciências
Naturais, Matemática e Estatística, do 2 o ano,
Curso de Licenciatura em Ensino de Matemática,
a ser orientado pelo docente: Msc. Luís Henriques
Namuera

Universidade Rovuma

Nampula

2022
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Índice

Introdução........................................................................................................................................3

Objectivos........................................................................................................................................3

2.1 Objectivos gerais:......................................................................................................................3

2.2 Objectivos específicos:..............................................................................................................4

2.3 Metodologia...............................................................................................................................4

1.2 O Parentesco na Antropologia e sua importância......................................................................5

1.4 Descendência.............................................................................................................................6

1.5 Parentesco por consanguinidade................................................................................................6

1.6 Parentesco por afinidade............................................................................................................7

2. Simbologia e Nomenclatura........................................................................................................7

2.1 Simbologia.................................................................................................................................7

2.2 Nomenclatura.............................................................................................................................8

3. Grupos parentescos......................................................................................................................9

3.1 Clã..............................................................................................................................................9

3.2 Família.......................................................................................................................................9

3.3 Quanto ao número de cônjuges, a família pode ser:................................................................10

3.4 Quanto ao parentesco, a família pode adquirir as seguintes classificações:............................10

4. Filiação......................................................................................................................................11

5. Aliança Matrimonial..................................................................................................................13

6. Residência..................................................................................................................................16
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6.1. Residência patrilocal...........................................................................................................16

6.2 Virilocal ou Neolocal...........................................................................................................16

6.3 Residência matrilocal...........................................................................................................17

7. Sistemas de Atitudes..............................................................................................................18

8. Crítica do parentesco (O Caso Macua)..................................................................................18

8.1 A Exogamia..........................................................................................................................19

8.2 Divórcio...............................................................................................................................19

9. Lobolo em Moçambique “Um velho idioma para novas vivências conjugais”.....................20

Conclusão...................................................................................................................................21

Referencias Bibliográficas.........................................................................................................22

Introdução

O presente trabalho científico irá debruçar-se sobre o estudo do parentesco em antropologia sua
importância, nomenclatura, classificação e características de (afiliação, aliança e residência),
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criticas de casamento caso de Moçambique e Lobolo em Moçambique. O trabalho foi feito


baseado conhecimentos obtidos nas pesquisas e na leitura minuciosa de algumas obras por nós
solicitados, e depois fez-se o cruzamento das informações. No entanto, para realização do
presente trabalho, fez-se uma confrontação bibliográfica desde autores clássicos da Antropologia
até aos autores dos nossos dias. Este trabalho reveste-se de grande relevância pelo que, em
antropologia o parentesco é uma unidade de análise bastante essencial para compreensão das
sociedades. Para melhor compreensão do assunto aqui abordado, irá se fazer de maneira
hierarquizada a exposição e explanação dos vários aspectos que compõem o parentesco.

Objectivos

2.1 Objectivos gerais:

 Falar de parentesco, família, casamento e família em Moçambique.


 Análise da prática cultural do Lobolo em Moçambique
2.2 Objectivos específicos:

 Definir conceitos de parentesco, família, clã, monogamia e poligamia;


 Descrever a nomenclatura de parentesco;
 Classificar a família quanto as regras de residência, numero de conjugues e quanto a
relação de poder;
 Descrever o processo de Lobolo;
 Identificar as vantagens e desvantagens do Lobolo na sociedade moçambicana.
2.3 Metodologia

Para a realização deste trabalho recorremos a varias referências bibliográficas, apostilas e


manuais de antropologia cultural de Moçambique.

1.Introdução do parentesco

O estudo das relações de parentesco dentro da antropologia ocupa um lugar privilegiado, o


parentesco no sentido restrito refere-se aos laços de sangue, mas num sentido, mais amplo,
também aplica-se aos laços de afinidade ou de casamento (parentesco por afinidade ou por
casamento).
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O termo parentesco não e de fácil definição. Uma definição simples considera que o parentesco
seja um vinculo que liga os indivíduos entre sim em vista de geração em geração e da
descendência (Bernardi,1978,p.259). Pode ainda definir-se como um sistema simbólico de
denominação das posições relativas aos laços de descendência e afinidade. É nele onde são
definidos ou prescritos comportamentos entre membros de um grupo social, como por exemplo
os tipos de casamentos, as formas de tratamento entre membros, as formas de afiliação, isto e, a
maneira como e definida a pertença dos filhos.
Para Bernardi (1974:259) “o parentesco é um vínculo que liga indivíduos entre si em vista da
geração e descendência”.

Rivière (1995:63) define “ o parentesco como um conjunto de laços que unem geneticamente
(filiação, descendência) ou voluntariamente (aliança, pacto de sangue) um determinado número
de indivíduos”. Contudo, de dentre as várias definições existentes sobre o parentesco, o que pode
constatar que o parentesco é vasto e vai além da consanguinidade, aliançam, afinidade, relações
biológicas e sexuais.

O parentesco constitui uma forma de organização da vida humana, na qual se concentram


relações de laços entre dois indivíduos partindo de uma escolha recíproca, de troca de interesses
comuns que podem ser sexuais ou de trabalho e outros. Segundo Bernardi (1974:258) “ estas
formas associativas que emanam das relações para a geração e a sua continuidade da espécie,
constituem o parentesco”.

1.2 O Parentesco na Antropologia e sua importância

O estudo do parentesco na antropologia é considerado uma aprendizagem tão necessária como o


estudo da lógica na filosofia ou do nu na arte (Bernardi, 1974: 258). Para a compreensão de
qualquer aspecto da vida social de uma determinada sociedade é essencial conhecer a
organização de parentesco. Contudo, as relações de parentesco estruturam (regulam) todas as
relações sociais e de produção: a vida social, económica, religiosa, política e as sucessões;
entretanto não se pode compreender diferentes sociedades sem antes olhar-se para as formas de
organização do próprio parentesco, pois este constitui a base para se compreender os outros
elementos (cultura, comportamentos, sucessões, etc.) que compõem a sociedade. Brown e Forde
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(1950) afirmam que “um sistema de parentesco pode ser considerado como um arranjo que
permite as pessoas viverem juntas e cooperarem umas com as outras segundo a ordem social”.

O parentesco na vida social tem um papel importante pois confere ao indivíduo a identidade
social perante ao grupo, de forma que este seja reconhecido pelos outros como membro
pertencente ao grupo, isto é, dentro de uma sociedade pode definir a sua posição por meio de
termos de parentesco com qualquer pessoa com quem se encontre a tratar socialmente, quer
pertença á própria tribo quer pertença a outra. Para Rivière (1995:69) “o grupo de parentesco
supõe um ou diversos critérios de pertença, assim como normas comuns, e ligações sociais
activas”. Contudo, o parentesco confere os primeiros elementos do nosso estatuto como
individuo, assim como confere a sua personalidade social integrando os indivíduos que fazem
parte do grupo e distinguindo os que não fazem parte, dai que o parentesco integra e também
exclui, visto que ao mesmo tempo confere uma posição social dentro desse grupo e esta posição
é de maior destaque de acordo com o papel que a pessoa desempenha, por exemplo pai, mãe,
filho.

1.3 Laços de Parentesco

É a relação que decorre da posição ocupada pelo sujeito no sistema de parentesco. Pode-se falar
de três tipos de laços de parentesco:

 Laço de sangue (descendência);

 Laço de afinidade (matrimónio ou casamento);

 Laço fictício (adopção).

1.4 Descendência

Relação do sujeito com os seus parentes de sangue. Embora o critério de descendência seja

biológico, em Moçambique a descendência obedece à critérios culturais (de descendência


unilateral). Por exemplo, um indivíduo é sempre filho de uma mãe e um pai, mas na zona norte
de Moçambique leva-se em consideração a descendência matrilinear, enquanto no sul considera-
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se a descendência patrilinear. Nas sociedades europeias a descendência é dos dois progenitores


(descendência bilateral).

A descendência matrilinear é também conhecida como descendência uterina, a patrilinear tem


também a designação de descendência agnática, enquanto a descendência bilateral (de ambos os
progenitores) é denominada cognática.

Sociedades que não consideram como preponderante a linhagem matrilinear nem a patrilinear,
porém, orientam-se pela linhagem patrilinear para uns propósitos (ex: realização de funerais,
delegação da herança, etc.), e orientam-se pela linhagem matrilinear para outros propósitos (ex: o
cuidado de crianças, a atribuição de apelidos,).

1.5 Parentesco por consanguinidade

Remete a uma relação biológica dos progenitores que se manifesta na descendência genealógica.
Esta liga indivíduos singulares por via natural, onde atribui representações dos laços de
parentesco um poder de coacção e de normatividade (Bernardi 1974:259 e Rivière 1995:63). A
consanguinidade além da sua formação natural, tem um dever de ser reconhecido socialmente,
como forma de dar aos indivíduos uma integração e um estatuto aos indivíduos dentro do grupo
pertencente, assim como estruturar os laços existentes entre os mesmos; por exemplo a adopção
de uma criança. Entretanto, os progenitores nem sempre desempenham os papéis de pai e mãe,
mas eles detêm um papel de pais sociais, visto que estes ascendem a este individuo não tem uma
ligação natural, contudo a sociedade reconhece os seus papéis de pais adoptivos apesar de não
existir uma ligação consanguínea.

1.6 Parentesco por afinidade

Esta é de ordem social que se baseia nas normas sociais conhecidas ou por lei. O parentesco por
afinidade esta relacionado com o matrimónio, mas por laços de afinidade entre duas pessoas no
processo de socialização entre os indivíduos. O processo de afinidade é durável por muito tempo
até chegar a definição de parente; contudo, cada indivíduo vai determinar quem é parente de
acordo com o grau de afinidade existente.
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2. Simbologia e Nomenclatura

Nomenclatura de parente é o sistema de denominação das posições relativas aos laços de sangue
e de afinidade. Segundo a forma como os vínculos se formam ou o parentesco surgiu, este pode
ser real (a consanguinidade), fictício (o da adopção) e o das relações de aliança. Não obstante a
adopção criar laços fortes, a consanguinidade parece criar laços mais profundos. Em função
destes pressupostos, surgem os parentes consanguíneos e aliados ou afins.

Os parentes consanguíneos compreendem os da linha recta, isto é, os ascendentes (os que


nasceram antes de um Ego ou de você mesmo, como os seus filhos, os seus netos). Nestes
parentes consanguíneos são ainda integrados os da linha colateral (germanos, isto é,
descendentes do mesmo pai e mãe, no seu caso, os seus irmãos, os seus primos e os seus tios).

2.1 Simbologia

Na vida quotidiana, você nota que o Homem guia-se por um conjunto de sinais que substituem
os objectos, coisas ou seres a que se referem, desde palavras, imagens, sons, objectos.
Da mesma maneira, você vai aprender um conjunto de símbolos e de abreviaturas usados pela
antropologia no sistema do parentesco, capazes de levarem-no a identificar o sexo de um
individuo, o tipo de relação existente entre um individuo determinado no esquema de parentesco
e um Ego.

Ou individuo de sexo indiferenciado (isto é, pode ser Homem ou mulher).

Individuo falecido

Individuo do sexo masculino

Individuo do sexo feminino


+ individuo do sexo masculino mais velho.

--
individuo do sexo feminino mais novo
Ou==casamento Divórcio Segundo
Casamento
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Casamento poligâmico
Germanidade, irmandade ou fraternidade Filiação

Marido e mulher
Com filhos

Irmão e irmã

2.2 Nomenclatura

É o sistema de denominações das posições relativas aos laços de afinidade. Exemplos de


nomenclaturas de parentesco: pai, mãe, irmão, primo, esposa, cunhado, sogra, enteado, filho,
neto, sobrinha. Importa significar que a nomenclatura de parentesco pode ser descritiva e
classificatória.

A nomenclatura de parentesco descritiva é aquela em que se usa um termo diferente para


designar a cada um dos parentes. Exemplo: papá (pai biológico), mamã (mãe biológica), mana
(irmã biológica mais velha).

A nomenclatura de parentesco classificatória é aquela em que se emprega indistintamente o


mesmo termo para designar a um grupo de pessoas com quem se tem um laço de parentesco. Por
exemplo, quando se aplica o termo “mamã” para designar à mãe biológica, à irmã da mãe, ou à
madrasta. Também estamos perante a nomenclatura de parentesco classificatória quando se trata
como irmão, ao próprio irmão biológico, ao primo ou ao filho de uma madrasta

Para além dos símbolos, na antropologia são usados um conjunto de abreviaturas para designar
os parentes primários, (os que com cuja ligação tem um intermediário), terciários (os que
precisam de dois intermediários para sua ligação) e os fins.
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3. Grupos parentescos

3.1 Clã

grupo de pessoas dotado de nome e de descendência unilateral, isto é, que deriva de um ancestral
comum e que segue regras de descendência matrilinear/uterina ou patrilinear/agnática e jamais
de ambas simultaneamente.

Os clãs do sul de Moçambique que seguem a descendência agnática ou patrilinear são


designados patriclãs, enquanto os do norte do país que se orientam pela descendência uterina ou
matrilinear denominam-se matriclãs.

3.2 Família

no sentido mais restrito é o conjunto de pessoas que vivem sob o mesmo tecto. Mas no sentido
lato, a família é o conjunto das sucessivas gerações descendentes de antepassados comuns; já na
linguagem do senso comum costuma dizer-se que a família é a célula básica da sociedade. Por
família, também, pode-se entender como o conjunto de parentes por consanguinidade ou por
aliança ou afinidade.

No entanto, existe um tipo de classificação da família que se vale dos seguintes critérios: regras
de residência, número de cônjuges, relação de poder e parentesco.

3.3 Quanto ao número de cônjuges, a família pode ser:

Monogâmica: quando a união é de um só homem com uma só mulher.

Poligâmica: é a união de um só marido com várias esposas ou de uma mulher com vários
maridos.

Poligínica: é a família em que o homem é quem pratica a poligamia, isto é, a união de um


marido com várias esposas.

Poliândrica: é a família em que a mulher é quem pratica a poligamia, ou seja, a união de uma
mulher com vários esposos.

Quanto à relação de poder, a família pode classificar-se em:


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Patriarcal ou patrilinear: é a família cujo poder é exercido pelo marido. As famílias patriarcais
abundam no sul de Moçambique, sendo que o patriarcado como uma relação de poder incide
também no casamento, na sucessão, na herança e na estrutura social das famílias.

Matriarcal ou matrilinear: é a família cujo poder é exercido pela mulher. As famílias


matriarcais abundam no norte de Moçambique, sendo que a mulher exerce o poder
indirectamente através do seu irmão do sexo masculino. É este a quem cabe zelar pela orientação
da vida dos filhos da irmã, cuidar pela iniciação desses filhos e legar-lhes a sua herança em caso
de morte. O papel do pai biológico é quase que passivo, pelo que quando o filho porta-se mal ou
comete uma infracção, o pai remete a solução dessa situação ao tio materno do filho, isto é, ao
irmão da mãe do filho.

3.4 Quanto ao parentesco, a família pode adquirir as seguintes classificações:

Nuclear: é a família constituída pelo marido, esposa e os filhos resultantes dessa união, todos
morando juntos numa residência neolocal. A família nuclear pode ser de orientação, aquela da
qual cada um de nós proveio e a família nuclear de procriação, que é a que cada um de nós funda
ou estabelece.

Alargada ou extensa: este tipo de família constitui-se por um casal, os filhos e os familiares
colaterais (sobrinhos, netos, primos, irmãos, etc.), todos vivendo numa mesma residência
patrilocal, matrilocal ouneolocal.

Reconstituída: composta por um homem divorciado ou viúvo com os filhos e uma mulher (a
madrasta), ou por uma mulher divorciada ou viúva com os filhos e um homem (o padrasto), ou
ainda, por um homem e uma mulher, ambos divorciados ou viúvos vivendo juntos com os
respectivos filhos.

Monoparental: aquela composta só pelo pai solteiro ou viúvo e os filhos, ou só pela mãe
solteira ou viúva e os filhos.
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4. Filiação

A filiação pode ser legítima, natural ou adoptiva. No sentido antropológico, a Filiação é


geralmente traçada apenas por um único progenitor: ou se é filho de um determinado pai ou mãe,
pertencendo ao grupo de Parentesco daquele ou desta.
A Filiação “entende-se como o Conjunto das regras que definem a identidade social da criança
em relação aos seus ascendentes e que determinam a hierarquia dos membros da família, a forma
de herança dos bens, a transmissão dos cargos e funções, até a distribuição da autoridade nas
sociedades (Rivière, 1995, p. 64-65).Quando você observa pessoas na sua área de residência que
indicam que pertencem ou são da família da mãe ou do pai; quando você nota que certos bens
são geralmente herdados de um lado e não do outro, está diante de um conjunto de
procedimentos que se definem na Filiação. De forma geral, a Filiação pode ser Unilinear
(patrilinear ou matrilinear); Bilinear e Indiferenciada.
Na Filiação Unilinear, o indivíduo não escolhe o seu grupo de pertença. Ele recebe-o. A
pertença ao grupo é determinada pelo facto de se ser filho do pai ou de se ser filho de
determinada mãe, já que em certas sociedades aponta-se que uma criança é gerada por um único
dos seus progenitores. Umas consideram que a mãe é a única responsável pelo nascimento da
criança, negando-se a paternidade fisiológica.
Na Filiação Patrilinear, designada também por Agnática, a pertença ao grupo obtém-se pelo pai
e a relação com os outros membros deste grupo passa-se exclusivamente pelos indivíduos do
sexo masculino (os ágnatos). Por exemplo, os filhos da irmã do pai não são membros do grupo
de Filiação, contrariamente aos do irmão do pai. A Filiação transmite-se do pai para o filho.
Geralmente, nestas sociedades a circulação dos membros é feita através de um sistema de
compensação. Normalmente, depois do casamento não se espera que a filha volte para a aldeia.
Numa primeira fase, estas comunidades eram nómadas ou inicialmente a sua sobrevivência
dependia de recursos frágeis.
Filiação patrilinear

Via de descendência
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Na Filiação Matrilinear ou Uterina, o laço do Parentesco é transmitido pela mãe. O Ego


masculino, apesar de ser membro do grupo de Filiação da sua mãe, ao contrário do que acontece
com a irmã, não transmite a sua pertença aos filhos. Estas sociedades são geralmente sedentárias
e geralmente vivem da agricultura.
Filiação matrilinear

A filiação Bilinear, ou dupla Filiação, combina as duas filiações unilineares. A Filiação é


reconhecida de ambos lados (paterno e materno), mas com finalidades diferentes. Num dos lados
pode receber o apelido e no outro receber, por exemplo, poderes espirituais.

Espírito sangue

Ego

A Filiação Indiferenciada, também designada Cognática ou Bilateral ignora o sexo para a


definição dos laços do Parentesco. No sistema de Filiação Cognática, o Ego é membro de dois
grupos de Parentesco: o do seu pai e o da sua mãe. Geralmente este sistema cria uma teia
complexa de relações que a Filiação Unilinear e Bilinear. É característica dos países ocidentais.

O Ego recebe a Filiação dos quatro avôs, oito bisavôs, dezasseis trisavós.
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Ego

Para todos os efeitos, todos os anteriores tipos de Filiação são de carácter natural, porque apesar
de ela ser determinada culturalmente, envolve a consanguinidade. Fora desta, existe a Filiação
Adoptiva, aquela em que os filhos têm uma origem exterior à Família Nuclear ou não têm uma
relação genética.

5. Aliança Matrimonial

Na nossa vida quotidiana temos ouvido falar de Aliança Matrimonial ou simplesmente do


casamento. Este constitui uma união estabelecida entre dois grupos exógamos, pelo cruzamento
de um dos seus membros com alguém pertencente a outro grupo. O casamento é uma Instituição
Social que visa o estabelecimento de vínculos de união estáveis entre o homem e a mulher,
baseados no reconhecimento do direito de prestações recíprocas de comunhão de vida e de
interesses, segundo as normas das respectivas sociedades. De facto, os casamentos são prescritos
geralmente pelas normas do local onde se realizam, desde que um dos membros seja nativo.
Excluem-se os casamentos exóticos.

A Aliança Matrimonial condiciona processos de filiação, de residência, de apelido, de herança,


de atitudes e é a base da procriação legítima no grupo conjugal. A aliança Matrimonial
condiciona a mudança do estatuto dos novos esposos e a criação de laços jurídicos, sociais e
económicos.

A escolha do cônjuge não é aleatória. Participam alguns princípios como a origem, as


qualidades, a identidade social, para além de que esperam se negociações e assentimentos nas
famílias dos dois parceiros. Tais princípios são tomados em consideração porque um laço
matrimonial envolve questões como a idade; o sexo; grau de parentesco dos esposos; prazo de
viuvez ou o respeito de certos interditos. Por exemplo, apesar de actualmente ocorrerem
casamentos homossexuais em alguns países, geralmente são privilegiados os de natureza
heterossexual, isto é, que resultam da relação entre o homem e a mulher. Assim, os tipos e
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sistemas matrimoniais guiam-se na base da endogamia, (matrimónio dentro), que prescreve a


escolha do cônjuge no interior de um determinado grupo e da exogamia (matrimónio fora), que
proíbe o casamento dentro de determinados grupos, ou seja o casamento entre parentes do
primeiro grau. Este difere contudo do incesto, que diz respeito às relações sexuais entre parentes
do primeiro grau, uma prática que normalmente é proibida praticamente em todas as sociedades.

A escolha de um cônjuge opera-se por ordem decrescente segundo os critérios seguintes: no


interior da etnia (etnocentrismo); exogamia (fora do grupo do parentesco, que na verdade tem
sido um dos grandes critérios), a afinidade e a harmonia das idades. Por isso, existem várias
formas de casamentos, sendo impossível considerar uma única forma, de valor universal.
Contudo, entre as variadíssimas formas e normas existentes, permanece sempre o facto de a
comunhão ser socialmente reconhecida e regulada.

Atendendo à escolha dos nubentes, o casamento pode ser a) livre, quando os nubentes têm plena
liberdade na escolha do seu parceiro; b) preferencial, quando apenas se considera aconselhável
que o indivíduo despose uma determinada pessoa ou entre as pessoas de uma determinada
categoria social e c) prescrito ou compulsório, quando a pessoa ao nascer fica comprometida a
um futuro marido ou esposa. Assim, pode ser a hipergamia, que é a preferência matrimonial
concedida por uma mulher a um cônjuge de estatuto e de condição económica superior; a
hipogamia, casamento em que mulheres de sangue real são coagidas a casar com um cônjuge de
estatuto inferior e a homogamia ou isogamia, a escolha do cônjuge em meio social, geográfico e
cultural idêntico ao seu próprio meio.

Nas práticas de casamento existem formas de trocas de mulheres entre grupos sociais ou no
interior de um grupo social. Ocorre, por exemplo, que pode haver um casamento preferencial,
especialmente entre os primos cruzados. Nas vezes em que de grupo para grupo uma mulher é
dada por troca com outra mulher fala-se de troca directa. É um casamento prescrito, como o é,
entre os primos cruzados. Mas quando uma mulher é compensada por um símbolo reconhecido
ou dote (p. ex. vaca, soma de dinheiro), a troca é indirecta. O dote simboliza a aliança dos clãs; a
troca dos valores; mas também uma indemnização pela privação dos serviços agrícolas e caseiros
que a filha desempenharia caso ficasse com eles ou um direito pela apropriação de uma filha; o
preço de cedência de um poder legal sobre esta.
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Há casos particulares de casamento, por herança, como o levirato, uma prática segundo a qual a
viúva se casa com um irmão do marido falecido e o sororato, em que o viúvo se obriga a casar
com uma irmã solteira da esposa falecida.

Os casamentos, segundo o número de parceiros, podem ser monogâmicos e poligâmicos. Nos


casamentos monogâmicos ocorre a união matrimonial de um só homem com uma só mulher,
representada pela fórmula estrutural diédrica = . .Destes casamentos resultam famílias
monogâmicas. Nos casamentos poligâmicos, os cônjuges podem ter mais parceiros. Neste caso
há a poliginia, quando são envolvidas mais mulheres, isto é, quando um homem se casa com
muitas mulheres e a poliandria, quando uma mulher se casa com mais de um homem. Contudo, a
poliginia é um dos casos mais frequentes.

De um modo geral, o casamento tem uma função social, quer como base de manutenção do
grupo social, a partir da procriação, quer pela manutenção de alianças entre grupos familiares,
tendo por isso uma função comunitária. Geralmente o casamento dissolve-se por duas vias: por
morte de um dos membros ou pelo divórcio que, por sua vez, pode resultar de vários factores:
infertilidade de um dos membros, infidelidade, contradições entre os membros, maus tratos,
concubinato.

À excepção do exotismo e desde que um dos membros seja nativo, os casamentos são prescritos
geralmente pelas normas do local onde este se realiza. A escolha do cônjuge depende da
identidade social, questões do sexo; grau de parentesco dos esposos; prazo de viuvez ou o
respeito de certos interditos. Eles guiam-se ainda pela endogamia e exogamia. De acordo com a
forma, ele pode ser livre, preferencial, (hipergamia), hipogamia, homogamia ou isogamia),
prescrito ou compulsório. Há também os casamentos por herança, (levirato e o sororato).
Finalmente, segundo o número de pessoas envolvidas, pode ser monogâmico e poligâmico
(poliginia e a poliandria).

6. Residência

Os agrupamentos locais e residenciais são unidades funcionais que definem a circulação de


membros, quer masculinos quer femininos, no interior de uma comunidade. O estabelecimento
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de um casal é objecto de regra. Existem vários tipos de residência. Por exemplo, a residência
unilocal pode ser definida pelas residências: patrilocal, virilocal, matrilocal e uxorilocal.

6.1. Residência patrilocal

É residência patrilocal, quando o casal vive nas terras ou na proximidade do grupo do marido.
Em Moçambique é característica nas comunidades de filiação patrilinear.

6.2 Virilocal ou Neolocal

Virilocal ou Neolocal: é a família cujo casal tem uma residência independente dos pais de ambos

os cônjuges. Este tipo de residência é mais frequente em sociedades urbanizadas onde o estilo de

vida exige uma autonomia das famílias.

De um modo geral, os filhos estando sob o controle do pai, a transmissão da herança e a


sucessão, na presença de um pressuposto de transmissão de um poder político, é feita de pai para
o filho. O pai é o responsável pela transmissão dos rudimentos sociais do grupo ou da educação
aos filhos, controlando, por isso, a circulação destes. Este tipo de residência pode ser encontrado
nas famílias migradas por largos tempos ou definitivamente. É residência matrilocal quando o
casal se instala junto dos pais da esposa.

6.3 Residência matrilocal

E residência matrilocal quando o casal se instala junto dos pais da esposa.

Geralmente é a avó materna que controla o grupo doméstico. É uxorilocal, quando o casal se
estabelece em casa da esposa. Quando a residência é do mesmo tipo de filiação, por exemplo,
filiação matrilinear e residência matrilocal, o regime é dito harmónico. Os homens, apesar de
saírem dos seus grupos domésticos, deslocam-se frequentemente para a povoação da sua mãe.
Geralmente, apesar de não ser posto de lado o papel da mulher, já que ela detém o poder
espiritual, a execução deste cabe aos irmãos da mãe de um determinado Ego. É por causa disso
que há um papel muito forte dos tios maternos, os quais controlam a circulação dos sobrinhos
uterinos. O poder passa, dessa forma, do tio materno ao sobrinho. Entretanto, quer no sistema de
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parentesco e de residência matrilocal ou patrilocal, essa herança tem recaído, preferencialmente,


nos primogénitos, não obstante existirem certas especificidades locais, familiares ou ocasionais.
Se uma residência unilocal admite o estabelecimento do domicílio ou do lado do marido ou da
mulher, isto é, deixa a escolha dos cônjuges, chama-se bilocal ou ambilocal. Mas ela pode ser
alternada, se primeiro é patrilocal e depois matrilocal, ou o inverso. Mas também pode ser
duolocal ou natolocal, quando os cônjuges podem, em certas ocasiões, residir separadamente,
com a sua família. Ela tem geralmente um carácter temporário, quando, por exemplo, o novo
casal se encontra a criar condições para o seu estabelecimento, ou quando, por exemplo, a
mulher recebe assistência na casa da mãe, durante um parto, período durante o qual, o homem
visita amiudadas vezes a sua esposa. Há vezes em que o par conjugal vai viver em casa do irmão
da mãe do marido. Neste caso chama-se residência avunculocal. Mas pode ser que a escolha do
local onde o local se irá estabelecer seja feita fora da decisão dos pais do cônjuge, como nas
zonas industrializadas. Neste caso, temos o caso da residência neolocal.

7. Sistemas de Atitudes

Entre os membros de um dado grupo social são determinados certos comportamentos que regem
a relação entre os seus componentes. Existem, por exemplo, normas de comportamento entre o
tio materno e o sobrinho.

O sobrinho deve obediência e profundo respeito ao tio e às vezes, este importuna o sobrinho.
Mas é necessário situar estas relações não só ao nível destes dois membros, pois envolve o irmão
da mãe, a própria mãe, o cunhado e o sobrinho. Um outro sistema de comportamento situa-se ao
nível dos sogros e genros, ou entre parentes aliados, como por exemplo o gracejo. Muitas destas
normas circunscrevem-se num respeito ou para inibir tensões potenciais entre os membros
envolvidos. Existem outras normas de comportamento ou sistema de atitudes, como é o caso do
gracejo em que os comportamentos se transpõem ao nível da entreajuda ou assistência recíproca
entre os membros em todas as ocasiões

8. Crítica do parentesco (O Caso Macua)

As sociedades macuas daquela época se organizavam através de um sistema de descendência


matrilinear e matrilocal, ou seja, na ocasião de um casamento era o homem que se transferia para
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o grupo familiar da esposa e a prole dessa união recebia o sobrenome ou melhor, nihimo da mãe
pertencendo a linhagem dela.
O nihimo é uma entidade espiritual e esotrica exclusivamente transmitida pelas mulheres. É
também um nome: Lapone, Mirasse, Marevoni, pelo qual os indivíduos que recebem o mesmo
nihimo se designam e se reconhecem entre si.
Todas as mulheres que compartilhavam com as crianças uma origem ancestral e que as
alimentaram durante a infância eram vistas por elas como mães. Uma dinâmica parecida pode ser
observada para a paternidade. Os homens recebiam os seus nihimo de suas mães e não os
transmitiam aos seus filhos.
Percebemos com essas breves informações que a maternidade e a paternidade, dentro das
sociedades macuas, não eram estabelecidas a partir de critérios biológicos, como acontece no
ocidente. Pelo contrário, eram os vínculos sociais que determinavam essas relações.
De acordo com ROCHA (2006:77), o casamento, na sociedade macua, não é, de forma nenhuma,
o assunto particular, que interessa só aos dois que vão casar. Nesta sociedade o casamento tem
um valor social de primeira grandeza, que transparece logo nos primeiros ritos e depois em cada
uma das sequências rituais, até chegar a conclusão de todo processo matrimonial. Um casamento
significa a entrada de um novo membro na família, um aumento numérico e qualitativo, garantia
segura do fortalecimento da linhagem. A família alarga-se, multiplicam-se os membros dela.

8.1 A Exogamia

Os macuas devem casar-se fora da linhagem, pelo que o casamento é exogámico. É


expressamente proibido casar dentro do próprio familiar entre aqueles que tê, o mesmo apelido
(nihimo).

O casamento entre os macuas obedecia a uma série de negociações que so terminavam com o
nascimento da primeira criança. Enquanto isso não acontecia, o casamento não estaria, de facto,
consolidado e, por isso, o casal vivia numa situação relativamente precária, não dispunham de
uma casa e nem mesmo de terreno próprio para cultivar. O nascimento da criança marcava uma
ascensão social. O jovem casal estaria, a a partir de então, autorizado a possuir alguns bens.
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Tanto o homem quanto a mulher trabalhavam em sua terra, mas o homem ainda precisaria
dedicar algumas horas semanais de trabalho nas terras de sua sogra, ao passso que a jovem
mulher deveria enviar parte de sua colheita para o celeiro da mãe. Por outro lado, os filhos que
viessem a ter não se alimentavam apenas na sua casa. Pelo contrario, as crianças circulavam por
todos os lares do grupo alimentando-se em cada um e, principalmente, no lar da avo.

8.2 Divórcio

Se o casal tiver divergências insuperáveis, ou em casos de infertilidade, impotência, adultério,


abortos frequentes, morte frequente dos filhos, ou maus tratamentos graves, normalmente
procura-se encontrar soluções para estes problemas através de debates na família ou comunidade
liderada pelos chefes das respectivas famílias. Se não conseguem chegar a um acordo, apela-se
para o tribunal comunitário, presidido pelo chefe da aldeia, o qual organiza um processo real
com várias testemunhas, debates e julgamento. Caso a decisão seja pelo divórcio, o marido volta
para sua família deixando os filhos com a mulher e os dois serão livres para se casar novamente.

9. Lobolo em Moçambique “Um velho idioma para novas vivências conjugais”

O Lobolo e uma prática cultural por meio da qual se unem duas pessoas (homem e mulher) pelo
casamento condicionado ao pagamento real ou simbólico de um dote. Este dote pode ser uma
enxada, uma cabeça ou varias de vaca, dinheiro em numerário ou dos outros bens de natureza ou
pecuniária.
O jovem que tenciona contrair o casamento informa os seus tutores (pais ou padrinhos) sobre a
sua intenção e estes marcam uma agenda de visita a família da pretendida noiva com a finalidade
de participar-lhes da pretensão do seu filho/afilihado. Uma vez que recebidos os hóspedes
estabelecem garantias, designamente uma lista contendo a descrição dos itens que serão objectos
do próprio Lobolo.
Chegando n o dia marca do, a família da noiva prepara-se para a cerimónia de maneira especial,
cumpre-lhe a hospitalidade ao noivo e aos seus acompanhantes. Na hora do pagamento do
Lobolo, as prendas e todos os objectos descritos na lista são dispostos no meio visível de praça
visível.
Logo, as duas famílias (a da noiva e do noivo) reúnem-se para verificar se o número dos objectos
esta certo, indicado uns com os outros se estão ou não completos.
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Ultrapassada esta parte, segue-se o acto religioso, logo, o cortejo nupcial, em seguida os festejos
com a abundancia de comidas e bebidas alcoólicas. Todos estes actos solenes selam para sempre
união dos dois nubentes. No entanto, os dois grandes factores podem ser preponderantes para a
dissolução do casamento: o adultério e a esterilidade da mulher.
Ora, embora a sociedade moçambicana consinta a poliginia (poligamia masculina) não tolera que
a mulher possa estabelecer relações extra conjugais ou adultérios, sendo estes actos
suficientemente justificativos para o homem exigir a dissolução do casamento. A esterilidade
feminina é um outro aspecto que legitima a dissolução do casamento. Ora, visto que entre os
africanos a finalidade do casamento prima sobre as finalidades (prazer, partilha, afecto), a
dificuldade de procriação da mulher e tida como um impedimento a manutenção do casamento,
pelo que se declara divórcio.
 Toda a família do homem toma parte nas cerimónias do casamento, sobretudo no dia
em que o Lobolo é levado pelo noivo. Os membros masculinos do grupo têm o direito
de opinar sobre os bois ou a soma entregue.

 Os irmãos estão sempre prontos a ajudar um dos seus, mais pobre, ao Lobolo.
Trabalham assim para o grupo.
 A mulher adquirida desta maneira é a esposa aparente deles, embora lhes não seja
permitido ter relações sexuais com ela. Recebê-la-ão em herança quando o marido
morrer (o kutchinga).
 Os filhos pertencem ao pai, vivem com ele, usam o seu apelido (o nome de clã) e
devem-lhe obediência: os filhos masculinos fortificam o grupo e os femininos são
vendidos em casamento para o benefício desse grupo.

Conclusão

Finalizando o trabalho e diante dos factos pelo grupo apresentados, pode se concluir que o
parentesco é dotado de grande poder regulador da vida social, pelo que rege todo o tipo de
relações sociais existentes numa determinada sociedade seja tradicional ou industrial.

O parentesco embora possa ser transmitido por consanguinidade e como Ghasarian afirma que
nas sociedades tradicionais tem um carácter sagrado e exclusivo na medida em que as pessoas
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que partilham da mesma parentela à ela transmitida pela via consanguínea se vêm obrigadas a
manter certos sentimentos uns em relação aos outros, tem uma dimensão social que ultrapassa a
biológica, pelo que transmite certos estatutos sociais, permite a integração em grupos de
actividades, em termos de hierarquização o parentesco tem forte influência.

A Aliança Matrimonial condiciona processos de filiação, de residência, de apelido, de herança,


de atitudes e é a base da procriação legítima no grupo conjugal. A aliança Matrimonial
condiciona a mudança do estatuto dos novos esposos e a criação de laços jurídicos, sociais e
económicos.

A escolha do cônjuge não é aleatória. Participam alguns princípios como a origem, as


qualidades, a identidade social, para além de que esperam se negociações e assentimentos nas
famílias dos dois parceiros. Tais princípios são tomados em consideração porque um laço
matrimonial envolve questões como a idade; o sexo; grau de parentesco dos esposos; prazo de
viuvez ou o respeito de certos interditos.
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Referencias Bibliográficas

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294BERNARDI, Bernardo. Introdução aos Estudos Etna Antropológicos. Edições 70: Lisboa,
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BROWN, Radclifee; Forde, Daryll. Sistemas Políticos Africanos de Parentesco e Casamento.


Fundação Calouste Gulbenkian: Londres, 1950.

COPANS, J. et al. Antropologia Ciência das Sociedades Primitivas. Lisboa: Edições 70:
Lisboa, 1971.

DE MELLO, Luiz Gonzaga. Antropologia cultural, p. 316-339.

GHASARIAN, Christian. Introdução ao Estudo do Parentesco. Terramar, 1999.

MARTINEZ, Francisco L. Antropologia Cultural: Guia para o Estudo. 5ª ed, Paulinas


Editorial: Maputo, 2007.

REVIÈRE, Claude. Introdução a Antropologia. Edições 70: Lisboa, 1995.

SANTOS, Armindo dos. Antropologia Geral: etnografia, Etnologia, Antropologia Social.


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TOMÁS, Adelino Esteves. Manual de Antropologia Sócio-Cultural. Universidade Pedagógica


Sagrada Família, s/d. p. 47-57.

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