Você está na página 1de 11

0

Belinha Matias
Bernardo Eusébio
Chale Falume Rachide

Frank Webster: Critérios teóricos para classificar as teorias da sociedade da


informação
Licenciatura em Ensino de História com Habilitação em Documentação

Universidade Rovuma
Extensão de Cabo Delgado
2023
1

Belinha Matias

Bernardo Eusébio

Chale Falume Rachide

Frank Webster: Critérios teóricos para classificar as teorias da sociedade da


informação

Trabalho de carácter avaliativo a ser apresentado


no departamento das ciências sociais e letras, na
cadeira de Sociologia da informação, no 4º ano / 2o
semestre, a ser leccionado por:

Docente. Celestino Gaspar

Universidade Rovuma
Extensão de Cabo Delgado
202
2

Índice
Introdução...................................................................................................................................3

1. Frank Webster: Critérios teóricos para classificar as teorias da sociedade da


informação..................................................................................................................................4

1.1. Sociedade da informação..................................................................................................4

1.2. Critério para classificar as teorias da sociedade da informação...................................4

1.3. Os critérios de Webster na definição de sociedade de informação..............................5

1.4. Teorias da sociedade da informação................................................................................6

Conclusão...................................................................................................................................9

Referenciada bibliografia........................................................................................................10

Introdução

Vivemos uma época em que as condições de vida e a tecnologia estão se desenvolvendo


contínua e exponencialmente e em uma sociedade na qual a informação e a tecnologia
3

estão intimamente ligadas à vida das pessoas, onde a sociedade da informação tem sido
discutido. Neste caso, visto que o trabalho vem abordar o trabalho que tem como o
tema: Critérios teóricos para classificar as teorias da sociedade da informação, nas
abordagens de Webster. Frank Webster, ao apontar analiticamente sociedade da
informação, de acordo com os seguintes critérios: tecnológico, económico,
ocupacional, espacial e cultural. A definição mais comum da sociedade da informação
tem ênfase na notável inovação tecnológica. O processamento, armazenamento e
transmissão da informação levaram à aplicação da Tecnologia da Informação a todos os
âmbitos da sociedade. A tecnologia está tão intimamente ligada ao nosso quotidiano que
se torna quase impossível apontar um só campo de acção em que ela não esteja presente,
influenciando comportamentos, modificando atitudes, definindo novos rumos, criando
tendências e redefinindo conceitos sociais. Desta feita o trabalho tem os seguintes
objectivos:

Objectivo geral:
 Analisar os critérios de classificar as teorias da sociedade de informação.
Objectivo específica
 Identificar os critérios de classificar as teorias da sociedade de informação;
 Identificar classificar as teorias de sociedade de informação;
 Explicar a sociedade de informação.

A metodologia usada para a realização teste trabalho, foi a consulta de obrar literárias
que consta no trabalho, cujo os autores estão evidentemente citados no trabalho e na
bibliografia. Quanto a organização o presente trabalho apresenta a seguinte estrutura:
introdução onde faz apresentação do tema de uma forma simples, desenvolvimento onde
aborda-se o tema e os respectivos subtemas de uma forma mais profunda, e por fim a
respectiva conclusão seguida das referências bibliográficas.

1. Frank Webster: Critérios teóricos para classificar as teorias da sociedade da


informação
 Contextualização
4

Na segunda metade do século XX, com descobertas nos campos da matemática, física,
engenharia e comunicação, modificaram radicalmente o armazenamento, manipulação e
transmissão de dados e informações.
Segundo Castells, (1999), citado por Coutinho (2004), salienta,
“ao mesmo tempo, alterações na estrutura social, política e económica de diversos
países, combinadas com um forte processo de reestruturação das empresas e maior
flexibilidade para a circulação de capitais e investimentos, produziram períodos de
grande instabilidade, volatilidade e, para alguns países, principalmente na América do
Norte e Europa, estabeleceram uma prosperidade” (p. 83).

Ainda para o autor acima citado, ainda enfatiza que, tal foi a intensidade das mudanças
que muitos autores passaram a apregoar o aparecimento de uma nova sociedade, a
Sociedade da Informação.

1.1. Sociedade da informação


Segundo Gouveia, (2004), citado por Antunes, (2008),
“a Sociedade da informação está baseada nas tecnologias de informação e
comunicação que envolvem a aquisição, o armazenamento, o processamento e a
distribuição da informação por meios electrónicos, como a rádio, a televisão, telefone
e computadores, entre outros. Estas tecnologias não transformam a sociedade por si
só, mas são utilizadas pelas pessoas em seus contextos sociais, económicos e políticos,
criando uma nova comunidade local e global: a Sociedade da Informação”, (p. 2).

Este novo modelo de sociedade assenta em novos quadros de desenvolvimento


económico, social e cultural decorrente do processo de globalização, o qual respeita à
forma como os países estabelecem as suas relações (quer sejam de natureza económica,
política, social e/ou cultural).

A Sociedade da Informação consiste na forma como a informação é exposta à sociedade


através das “Tecnologias de Informação e Comunicação no sentido de lidar com a
informação e que toma esta como elemento central de toda actividade humana”
(Antunes, 2008, p. 4).

1.2. Critério para classificar as teorias da sociedade da informação


O surgimento de uma nova estrutura social, manifestada sob varias formas conforme a
diversidade de culturas e instituições em toda planeta. Para Neves, (2007, p. 30), “essa
nova estrutura, social esta associada ao surgimento de um novo modo de
desenvolvimento, o informacionalismo, historicamente mol dado pela reestruturação do
modo capitalista de produção, no final do século XX”.
5

No novo modo informacional de desenvolvimento, a fonte de produtividade acha-se na


tecnologia de geração de conhecimentos, de processamento da informação e de
comunicação de símbolos. Contudo, o que e especifica ao modo informacional de
desenvolvimento e a acção de conhecimentos sobre os próprios conhecimentos como
principal fonte de produtividade.

1.3. Os critérios de Webster na definição de sociedade de informação

Segundo Webster (2006, p. 8), ao apontar analiticamente cinco definições para


sociedade da informação, cada uma apresentando critérios para identificar o novo, como
pode se distinguir:

 Tecnológico;
 Económico;
 Ocupacional;
 Espacial, e
 cultural.

Ainda para Webster (2006), salienta que,


estes não precisam ser mutuamente exclusivos, embora os teóricos enfatizem um ou
outros factores na apresentação de seus cenários particulares. No entanto, quais são
essas definições compartilhar é a convicção de que as mudanças quantitativas na
informação estão trazendo à existência um tipo qualitativamente novo de sistema
social, a sociedade da informação, (p. 8-9) .

Desta forma, cada definição raciocina da mesma maneira: há mais informações hoje em
dia, pois temos uma sociedade da informação.

A sugestão aqui é que o conhecimento / informação teórica está no centro de como nos
conduzimos hoje em dia. Esta definição, um que é singularmente qualitativo em
espécie, não é preferido pela maioria dos proponentes da sociedade da informação,
embora eu ache que é o argumento mais persuasivo para a aprovação priateness do
rótulo de sociedade da informação (Webster, 2006, p. 9).

Uma teoria da sociedade informacional, diferente de uma economia


global/informacional, devera estar sempre tão atenta a especificidade histórica/cultural
quanto as semelhanças estruturais referentes a um paradigma económico e tecnológico
amplamente compartilhado, (Neves, 2007, p. 32).
6

Conforme observa Webster (1995), citado por Coutinho (2004, p. 83), salienta que, é
possível dividir o debate sobre a “sociedade da informação” em duas grandes correntes,
De um lado estão os que, embora enfatizando aspectos diversos, consideram que a era
actual representa uma descontinuidade brusca (turning point) em relação ao passado,
marcando o aparecimento de uma nova ordem social. De outro estão os que, embora
reconhecendo que a geração, manipulação e aplicação da informação nas diversas
esferas da actividade humana atingiram um nível sem paralelo na história, preferem
enfatizar as continuidades em relação ao passado.

Ainda no autor acima citado, enfatiza no que refere aos grupos de teóricos da sociedade
da informação, como:

No primeiro grupo estão os defensores das teorias do pós-industrialismo (Daniel Bell),


pós-modernismo (Jean Baudrillard, Mark Poster e Manuel Castells). No segundo grupo
encontramos os neomarxistas (Herbert Schiller), defensores da Teoria da Regulação e
da acumulação flexível (Aglietta, David Harvey, Anthony Giddens e Habermas).

1.4. Teorias da sociedade da informação


 Pós-industrialismo ou pós-modernismo
Dentre os vários autores que escreveram sobre o advento de um novo tipo de sociedade,
na tentativa de melhor definir e caracterizar a sociedade da informação, é possível citar
a teoria do pós-industrialismo de Daniel Bell.

Para Ferreira (2003), descreve que, “o termo pós-industrialismo foi criado em


substituição aos termos informação e conhecimento, que serviram para caracterizar o
novo tipo de sociedade que surgia diante de uma onda de entusiasmo e do crescente
desenvolvimento das tecnologias de computação e comunicação”, (p. 5).

Bell (1973) citado por Ferreira (2003), “previu o tumulto que o desenvolvimento das
tecnologias de computação e comunicação iriam trazer e escreveu sobre as mesmas
antes da grande expansão dessas tecnologias da informação”, (p. 6). Ainda para o
autor, estamos iniciando um novo sistema, a sociedade pós-industrial, da qual pode-se
distinguir várias características, mas, principalmente, a marcante presença da
informação, tanto quantitativa, quanto qualitativamente.

Bell, acredita também que os países desenvolvidos como os Estados Unidos estão
guiando o mundo em direcção a um novo tipo de sociedade, sendo possível traçar um
movimento social desde o pré-industrialismo, caracterizado por uma sociedade
agrícola no início do século XVIII, passando pelo industrialismo no final do século
XIX, até o pós-industrialismo no final do século XX, com o predomínio da prestação
7

de serviços. Segundo o autor, o pós-industrialismo é a maior característica da estrutura


social do século XXI, (Ferreira, 2003, p. 6).

A sociedade de informação é marcada pela ascensão da importância dos intelectuais e


do trabalho profissional em geral, que, por sua vez, acarretou a geração e circulação
quantitativa e qualitativa de mais informação e conhecimento.

Frank Webster questiona a afirmação de Bell de que o pós-industrialismo assinala uma


"mudança sistémica em relação a sociedades (agrícolas e industriais) anteriores",
assim como questiona a noção muito difundida do que o pós-fordismo e pós-
modernismo também representam quebras qualitativas com o passado, (Furnival,
2000, p. 74).

Neste contesto, Ferreira, (2003, p. 9), “na sociedade dos pós- modernismo, a informação
passou a ser um dos requisitos para nossa sobrevivência, possibilitando a interacção
necessária entre nós e o ambiente em que vivemos”. A definição mais comum da
sociedade da informação tem ênfase na notável inovação tecnológica. O processamento,
armazenamento e transmissão da informação levaram à aplicação da Tecnologia da
Informação a todos os âmbitos da sociedade.

Ao concordar com Bell, Furnival, (2000, p. 76) acredita que,


“a informação designa hoje a sociedade pós-industrial. É o que a gera e
sustenta”. Para o autor, a sociedade pós-industrial poderia ser caracterizada por
uma sociedade de serviços, oferece oportunidades de emprego para
profissionais liberais e de nível técnico.

E neste contesto, Bell salienta que o aumento do conhecimento não é apenas


quantitativo, mas passou a ser qualitativo. A informação opera em um contexto global,
podendo ser processada, seleccionada e recuperada para satisfazer as mais diversas
necessidades.

 Neomarxistas
A informação passou a ser um dos requisitos para nossa sobrevivência, possibilitando a
interacção necessária entre nós e o ambiente em que vivemos.

O surgimento da informação como conceito e ideologia está directamente ligado ao


desenvolvimento do computador durante os anos da guerra e no período
imediatamente posterior, indicando a estreita relação entre o computador e as
necessidades militares crescentes do Ocidente. O surgimento de um complexo
industrial-militar-científico não compõe toda a história da sociedade de informação,
mas é uma parte fundamental da mesma, (Ferreira, 2003, p. 7).

As novas tecnologias são vistas como os indicadores mais visíveis dos novos tempos e
frequentemente nos estudos de Castells (2000) citado por Morgado, Pazotto e Amorim
8

(2017, p 17), como os sinalizadores da emergência da sociedade da informação. Dentre


essas estão televisão por cabo ou satélite, comunicação computador a computador,
computadores pessoais, equipamentos de comunicação empresariais, serviços de
informação on-line, processadores de texto, de imagem e de vídeo, etc.

Nas inovações tecnológicas, a revolução agrícola, a industrial e a terceira, a revolução


da informação, que estaria nos “engolindo”, definindo uma nova maneira de viver.
Segundo Castells citado por Morgado, Pazotto e Amorim (2017, p 19), “baseia-se na
observação da organização da sociedade em função da produtividade e do crescimento
económico”.
Para Morgado, Pazotto e Amorim (2017), salientam que,
“durante a primeira metade do século XX, a ciência e a tecnologia foram as
principais fontes de produtividade. Após a Segunda Guerra Mundial, o
conhecimento e a informação se convertem nos elementos fundamentais de
geração de riqueza e de poder na sociedade” ( p 17). Para usar a expressão de
Tofler, é possível identificar duas fases na revolução da informação:
A primeira no final dos anos 70 e início dos anos 80, quando a capacidade
computacional dos microprocessadores começou a revolucionar nosso estilo de vida. A
segunda fase é mais recente, desde meados dos anos 90 quando do casamento das
tecnologias de informação com as tecnologias de comunicações, as chamadas TIC, que
estão, segundo Webster, nos conduzindo a um novo tipo de sociedade.

Furnival, (2000), “a formatação da nova sociedade deveu-se ao impacto das


comunicações por meio dos computadores (e-mail, comunicações de dados on-line e a
troca de informações entre empresas em tempo real)” (p. 79).

Em comparação com as sociedades pré-industriais e industriais, nas quais, argumentou


Bell, "raw musc/e power" e a máquina são, respectivamente, os motores de progresso,
nas sociedades pós-industriais, é a informação e o sector de serviços que predominam,
(Furnival, 2000, p. 78).

Conclusão

A Sociedade da Informação que se vislumbra, em que a mediação dos significados


compartilhados passa a ser realizada mediante o auxílio da tecnologia que vieram
9

desenvolvendo e estipulando uma nova sociedade, através da utilização das tecnologias


informacionais e comunicacionais. Parte da explicação para essa dificuldade em se
definir com clareza o conceito de “Sociedade da Informação” pode ser o fato de que a
Tecnologia da Informação é composta pela fusão de duas tecnologias importantes
(comunicação e informática), carregadas de simbolismo, mas também de dúvidas.
“Informação” é um conceito extremamente difuso, que pode significar várias coisas,
dependendo dos interesses de quem utiliza o termo.

A teoria da sociedade informacional, diferente de uma economia global/informacional,


devera estar sempre tão atenta a especificidade histórica/cultural quanto as semelhanças
estruturais referentes a um paradigma económico e tecnológico amplamente
compartilhado. Sob esse aspecto, o termo “Sociedade da Informação”, da maneira mais
frequentemente utilizada pela média, é apenas a denominação de mais uma utopia
tecnológica destinada a desviar a atenção do público para além das contradições do
processo de produção capitalista em sua etapa de globalização.
10

Referencia Bibliográfica

Antunes, A. (2008). Sociedade da Informação. Trabalho realizado no âmbito da


disciplina de Fontes de Informação Sociológica da Licenciatura em Sociologia.
Coimbra.

Coutinho, M. (2004). A Sociedade da Informação e o determinismo tecnológico: notas


para um debate.

Ferreira, D. A. A, (2003). Tecnologia: factor determinante no advento da sociedade da


informação? Belo Horizonte, v. 8.

Furnival, A. C. (2000). Desenvolvimento sustentável e a Sociedade da Informação:


Uma Parceria natural.

Morgado, F & Pazotto, R Da S & Amorim, M. C. S, (2017). As Tecnologias Da


Informação E Comunicação Como Factor De Produção Na Economia Do
Conhecimento. Pontifícia Universidade Católica De São Paulo, Brazil.

Neves, R. F Das, (2007). Da informação e do conhecimento. Interacção e Deliberação


Política no Ciberespaço. Florianópolis.

Webster, F. (2006). Theories of the information society. 3 ª. Edição. EUA e Canadá pela
Routledge.

Você também pode gostar