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Science teaching and fight against fake news: what research in the area say
Resumo: Notícias falsas criadas com o objetivo de manipular a população é uma prática antiga, mas
que tem ganhado forças com o avanço das mídias digitais em que o conhecimento científico se
tornou um dos principais alvos de ataques. É a partir desse contexto que o presente estudo tem
como objetivo identificar quais são as defesas feitas sobre a importância do ensino de Ciências no
combate às ações anticientíficas. Trata-se de uma pesquisa qualitativa, do tipo bibliográfica, onde os
dados foram constituídos a partir dos Anais do ENEQ (2006-2020), Atas do ENPEC (1997-2021) e
periódicos da área de Ensino de Ciências, todos disponíveis online. Como principais resultados,
apontamos que os trabalhos sobre a temática vêm crescendo nos últimos três anos (2019-2021),
porém de uma maneira bastante incipiente nos eventos da área de Ensino de Ciências. Outro ponto
de destaque é a necessidade do combate aos movimentos negacionistas, a partir de um ensino de
Ciências crítico que promova a aproximação com o saber científico.
Palavras-chave: Educação Científica. Movimentos Negacionistas. Pós-verdade. Pesquisa
bibliográfica.
Abstract: Fake news created with the aim of manipulating the population is an old practice, but it
has gained strength with the advancement of digital media and scientific knowledge has become
one of the main targets of attacks. It is from this context that the present study aims to identify
which are the defenses made about the importance of science teaching in the fight against anti-
scientific actions. This is qualitative research, of the bibliographic type, where the data were
constituted from the Annals of ENEQ (2006-2020), Proceedings of ENPEC (1997-2021) and
journals in the area of Science Teaching, all available online. As main results, we point out that the
works on the subject have been growing in the last three years (2019-2021), but in a very incipient
way in the events in the area of Science Teaching. Another important point is the need to combat
the negationist movements, based on a critical teaching of Science and that promotes the
approximation with scientific knowledge.
Keywords: Scientific Education; Negationist Movements; Post-truth; Bibliographic research.
INTRODUÇÃO
Atualmente, vivemos em um cenário de cultura digital, em que o fácil acesso à internet vem
modificando o pensamento e a relação dos indivíduos. Segundo Santos e Sá (2020), o aparecimento
das tecnologias digitais (TDs) e o acesso à internet de modo facilitado acarretou aos indivíduos uma
conectividade virtual na qual se tem acesso à informação em qualquer ambiente, de um modo
rápido e prático. Essa facilidade de troca e envio de informações, a descomplicada maneira de
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possuir uma conexão com a internet em suas mãos, com um mundo circulando dentro de um
pequeno aparelho, trouxe uma limitação sobre a relação social num ambiente em conjunto, como
era vista em tempos atrás, mas ampliou um novo mundo de comunicação e avanços.
Lévy (1999, p. 32) destaca que “as tecnologias digitais surgiram, então, como a
infraestrutura do ciberespaço, novo espaço de comunicação, de sociabilidade, de organização e de
transação, mas também novo mercado da informação e do conhecimento”, assim dizendo, temos
uma nova era de informação, o novo meio de comunicação e interação social, um ambiente
contemporâneo de conhecimentos. Mesmo com todas as vantagens do meio digital tecnológico,
estamos usufruindo desses recursos tecnológicos e midiáticos de maneira correta? Estamos
emanando um pensamento crítico sobre essa realidade que nos cerca? Essas são perguntas
pertinentes que englobam toda uma problematização perante os acontecimentos econômicos,
culturais, políticos e sociais que vivenciamos no nosso país.
Com o surgimento de uma pandemia 1 sob uma doença drástica, além de notórios eventos
políticos, fluiu-se uma eclosão e aparição intensa de movimentos anticientíficos, uma grande
mobilidade em negação à Ciência, uma massa de desinformação e notícias falsas em detrimento do
conhecimento científico. Essa movimentação aplica-se em princípios individualistas, e convicções
opiniosas que modificam fatos, verdades e ideologias que tem como principal espaço de divulgação
os meios tecnológicos e mídias sociais (BARTELMEBS; VENTURI; SOUSA, 2021). Sabemos que
movimentos de manipulação em contingência aos debates políticos, sociais e científicos sempre
existiu, mas as plataformas de comunicação e divulgação atuais possibilitaram espalhar narrativas
manipuladoras com uma acessibilidade simples.
Logo, estamos saindo de uma era de informação para entrar em uma era de desinformação,
na qual as ferramentas criadas pela indústria da tecnologia desenvolveram um desequilíbrio na
relação e no funcionamento da sociedade, modificando o seu comportamento, o que você faz, como
você pensa e quem você é; portanto, tem formado-se uma geração de pessoas que crescem
incorporando circunstâncias em que o significado de cultura e o significado de comunicação estão
submetidos à manipulação. Os autores Oliveira, Martins e Toth (2020, p. 93) argumentam que a
desinformação “está associada a uma rede complexa que envolve conflitos de interesse e declínio da
credibilidade das instituições produtoras de conhecimento e de verdade – a mídia (no caso das fake
1 Refere-se aqui a pandemia de COVID-19 decretada pela Organização Mundial de Saúde (OMS) no dia 11 de março
de 2020.
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news) e a ciência”, isto é, vai além da divulgação de notícias falsas, tem a intenção de manobrar o
pensamento da população de forma gradativa, leve e imperceptível, em que até mesmo há a
possibilidade de obter vantagens lucrativas e econômicas por meio disso.
Todo esse leque de problematização recorrente a debates públicos sobre os temas como
“notícias falsas” ou no inglês “fake news”, “pós-verdade”, “negacionismo” acarretou grandes
discussões no meio acadêmico. Temos como necessidade, apurar como esse avanço em negação da
Ciência está chegando às escolas e nas universidades. Qual a importância de um artigo científico?
Onde as pessoas estão recorrendo para averiguar a veracidade das notícias? Qual papel do professor
e da professora e da escola na alfabetização científica? São muitas as perguntas que precisam ser
feitas e respondidas. Tem-se estruturado um mundo onde ninguém está acreditando em nada, tudo e
todos estão propagando mentiras, uma cacofonia de teorias da conspiração. Portanto, entende-se
que:
A divulgação científica é uma base para averiguação da verdade, pois é estruturada a partir
da atividade humana, provisória, política e não neutra, em que se propicia uma argumentação mais
ampla sobre o meio social, favorece as pessoas acesso às informações qualificadas e possibilita um
maior desenvolvimento do pensamento crítico. Sob essa perspectiva, faz-se importante e necessário
a divulgação científica, destacando-a como instrumento entre as relações de Ciência, Tecnologia e
Sociedade (CTS).
Muitos são os debates e análises que fazem referência a esses termos em trabalhos
acadêmicos nas mais diversas áreas do conhecimento. Então, indaga-se ao questionamento no
âmbito do Ensino de Ciências 2 o modo como se retrata esses debates e essas análises. O presente
estudo é fruto de uma pesquisa de Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) e tem como objetivo
2 Destacamos que o foco inicial do trabalho de revisão bibliográfica era na área de Ensino de Química. Após realizar a
busca por trabalhos no principal evento, o ENEQ (Encontro Nacional de Ensino de Química), e só encontrar um
trabalho, ampliamos a revisão para o Ensino de Ciências (Biologia, Física e Química).
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identificar, perante a uma revisão bibliográfica qualitativa, quais são as defesas feitas sobre a
importância do ensino de Ciências no combate às ações anticientíficas.
2. APORTE TEÓRICO
Para iniciar a discussão do papel do ensino de Ciências no combate à transgressão do
descaso à natureza científica, é preciso entender a aparição desses termos, e a inter-relação de cada
um. De acordo com Junior (2019) o autor Matthew d'Ancona em seu livro a “Pós-verdade: a nova
guerra contra os fatos em tempos de fake news”, a pós-verdade e as fake news não são sinônimos,
pois a existência de notícias falsas de modo histórico, não valida como um privilégio da
contemporaneidade. A definição de pós-verdade é consagrada e trazida, segundo Azevedo e Borba
(2020, p. 1553),
[...] pelo Dicionário Oxford em 2016 conforme a qual o termo pós-verdade está
“relacionado ou denota circunstâncias nas quais fatos objetivos são menos decisivos na
formação da opinião pública do que aqueles que apelam para as emoções ou crenças
subjetivas”.
Ou seja, a Universidade de Oxford elege por meio do Oxford Dictionaries 3 o adjetivo pós-
verdade como a palavra do ano, ou seja, o termo que mais repercutiu não apenas em debates e
discussões, mas que impactou diferentes esferas sociais no mundo (BRITO; MASSONI;
GUIMARÃES, 2020).
Além dessa interpretação da palavra, Fávero e Bombassaro (2020) concernem o conceito de
pós-verdade referindo-se como um multifacetado e interdisciplinar espaço de junção de elementos
da comunicação, política, psicologia, filosofia e educação. Segundo os autores, “dito de outra
forma, trata-se de uma alteração da percepção e do comportamento das pessoas no sentido da
primazia da verdade como princípio estruturante da sociedade e das decisões de interesse público e
privado” (FÁVERO; BOMBASSARO, 2020, p. 2). De modo circunstancial, estamos a vivenciar
um misto do que é invenção e do que verdadeiro, já que a pós-verdade conforme Siebert e Pereira
(2020) ganha fortalecimento com a mídias sociais, pois os meios tradicionais nos quais circulam as
informações não impossibilitam mais o monopólio da “verdade”. Os autores destacam também que
na internet e nas redes sociais, há milhares de formadores de opinião, ocorrendo assim uma
fragmentação sobre o controle de circulação da informação, especialmente as notícias, gerando
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debates e uma maior reprodução e difusão de novas versões dos acontecimentos. Adentrando nessa
esfera, “[...] as Fake News não são um fenômeno moderno [...], se apresentam como uma releitura
do antigo fenômeno social da “mentira”, remodelado, a fim de se amoldar as mudanças
sociotecnológicas do século XXI” (GUIMARÃES; SILVA, 2019, p. 102). Vemos, então, que não é
um fenômeno novo, pois em tempos passados a mentira das notícias aconteciam por manuscritos ou
oralmente, e hoje de modo virtual, o compartilhamento das informações sobre uma notícia é
direcionada para milhares de pessoas, tornando assim uma “verdade”. As fake news é uma
divulgação errônea das informações de notícias sobre variados assuntos, e é um terreno fértil para a
pós-verdade, pois a princípio situa uma relação de informações falsas, com apelo emocional e
crenças pessoais, que pressupõem informações verdadeiras para assim mudar a opinião do público
(CUNHA; CHANG, 2021). Mesmo com a correlação das fake news e a pós-verdade, os autores
Paula, Silva e Blanco (2018, p. 96) descrevem que:
Mesmo diante de muitas similitudes podemos afirmar que as fake news se diferenciam da
pós-verdade em um elemento primordial: a fake news não possui a necessidade de
apresentar fatos verídicos em uma notícia, enquanto a pós-verdade busca apelar para
aspectos emocionais de uma narrativa realista. As fake news podem apresentar uma
narrativa unilateral para fomentar as opiniões “fatos” e pontos de vista apresentados no
texto. Com um simples rumor de uma fonte teoricamente “confiável” é possível desmerecer
uma empresa e em casos extremos derrubar um governo, ou comover uma nação inteira
com inverdades.
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“negacionismo” teve sua primeira aparição oficial na França em meados de 1948 quando
surgiu um fenômeno de negação do holocausto da 2ª Guerra Mundial, infelizmente o
negacionismo não começou nem acabou nos anos 40, podemos dizer que esse fenômeno
acorre desde os primórdios da humanidade e repercute até hoje em nossa sociedade.
Atualmente estamos vivendo um grande retrocesso nesse sentido onde preceitos básicos e
já sedimentados pela ciência no mundo começam a ser questionados. (SILVA; DARUI,
2021, p. 3).
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3. PERCURSO METODOLÓGICO
Esta é uma pesquisa de caráter qualitativo, da qual a apuração dos dados se deu por meio de
uma pesquisa bibliográfica, que detém de uma elaboração a partir de material já publicado
(PRODANOV; FREITAS, 2013). As bases utilizadas para o levantamento foram os Anais online
das edições do Encontro Nacional de Ensino Química (ENEQ), um evento bienal e de grande
importância desde 1982, organizado pela comunidade de educadores químicos do Brasil e
viabilizado pela Sociedade Brasileira de Ensino de Química (SBenQ) a partir do ano de 2018; as
Atas online do Encontro Nacional de Pesquisa em Educação em Ciências (ENPEC), também
realizado a cada dois anos e organizado pela Associação Brasileira de Pesquisa em Educação em
Ciências (ABRAPEC); e, as revistas da área de Ensino de Ciências com Qualis A1 e A2
(WebQualis 2013-2016), que consiste em uma metodologia de avaliação, um conjunto de definições
e formas de classificar a validação dos componentes estruturado na produção acadêmica, na
qualidade dos periódicos e dos livros (LEITE; CODATO, 2013).
A construção do corpus da análise dos Anais do ENEQ sucedeu de forma online4,
analisando oito edições, de 2006 até a última, em 2020. O recorte temporal é justificado devido ao
fato do ano de 2006 ter sido a primeira edição com a modalidade de trabalhos completos, os quais
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foram nosso foco por apresentarem relatos de pesquisa com um maior embasamento nas teorias e
metodologias. A busca e seleção dos trabalhos nas Atas do ENPEC foram realizadas de forma
online em 13 edições do evento (1997-2021). O levantamento nas revistas da área de Ensino de
Ciências5 também ocorreu de forma online, nos sites de cada periódico, utilizando a ferramenta do
buscador.
Para a identificação e seleção dos trabalhos, foram determinados os seguintes descritores:
“fake news”, “pós-verdade”, “desinformação” e “negacionismo”. A procura sucedeu-se levando
em conta quaisquer temáticas, tanto nos sites de cada revista como em cada edição do evento.
Destacamos aqui, alguns critérios adotados para a constituição e escolha dos documentos, sendo
selecionado aqueles que tinham descritores presentes no título e nas palavras-chaves dos trabalhos.
Para análise dos trabalhos selecionados utilizamos a base teórica e metodológica de Análise
de Conteúdo, onde Bardin (2016) destaca três polos cronológicos da organização do material: i) a
pré- análise - constituindo de uma leitura conhecendo o texto, explorando as impressões e
orientações, partindo para a escolha dos documentos procedendo a estruturação de um corpus; ii) a
exploração do material - uma validação mediante os dados encontrados para a composição do
corpus; e, iii) o tratamento dos resultados - interpretação, reflexão e estabelecimento de relações
com o referencial teórico do campo do Ensino de Ciências.
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO
Com o levantamento e seleção finalizados, apresentamos a seguir os dados quantitativos dos
documentos escolhidos perante os descritores, contidos nos Anais das edições do ENEQ. Referente
ao recorte temporal definido, 2006 a 2020, foi encontrado e selecionado apenas um (1) trabalho no
XX ENEQ - 2020. O Quadro 1 contém as informações do trabalho, apontando a autoria, o título e
as palavras-chave.
Quadro 1 - Informações do trabalho selecionado nos Anais do ENEQ.
Autoria Título Palavras - chave
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6 Levando em consideração os descritores de busca, encontramos nesse periódico dois artigos, sendo um descartado por
ser da área da Educação Matemática.
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Patriarcado; Intersubjetividade;
CORDEIRO, M. D. Reflexões da história do Subdeterminação; Valores
patriarcado para esses tempos de pós-verdade. Contextuais; Guerra de
2020. Narrativas.
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assuntos são difundidos nos meios sociais, em pautas raciais, econômicas, políticas, de crenças e o
modo em que se reflete consequências para o contexto educacional. Assim, percebe-se a forma em
que esse contexto reage para reprimir esses assuntos, reforçando “[...] a Ciência como um tipo de
conhecimento, entre outros conhecimentos e modos de saber/fazer relevantes das culturas, e que
desse reconhecimento emerge a ação dialógica” (CASSIANI; SELLES; OSTERMANN, 2022, p.
9).
Com a análise de todos os trabalhos tanto do ENEQ, ENPEC, quanto das revistas do Ensino
de Ciências, ficou a mostra pautas para contestar e gerar o desenvolvimento do conhecimento
científico criticamente, do senso crítico do mundo e o fortalecer o processo de questionamento dos
indivíduos. Diante das temáticas aguçadas nos presentes artigos destacam-se, a Educação Científica
refletindo no âmbito formal e não formal; alfabetização midiática, científica e tecnológica;
Divulgação Científica; Letramento Informacional Midiático (LIM); Natureza da Ciência (NdC);
Literacias: Científicas, Midiáticas e Informacional. Essas são algumas das principais temáticas que
os autores argumentam para combater os efeitos que desmontam o ensino de Ciências, sendo válido
ressaltar que não são todas as temáticas que são mencionadas/discutidas nos trabalhos,
identificamos de uma ou duas pautas argumentadas em cada artigo. Em um dos trabalhos
selecionados, os autores Santos e Sá (2020) explicam a importância da Educação Científica com
fundamentação, a qual as pessoas desenvolvem uma visão crítica com o que leem e compram.
Segundo Cassiani e colaboradores, “[...] a educação científica formal e não formal assume
um papel predominante no tratamento de temáticas controversas, balizando suas ações em
questionamentos acerca do fundamento de assertivas negacionistas” (CASSIANI, SELLES;
OSTERMANN, 2022, p. 8). Veja-se, portanto, o adentramento da Educação Científica como parte
da formação do cidadão/aluno dentro e fora dos meios de ensino (DEMO, 2014). Em questão, ao
letramento, a alfabetização e literacias, são conceitos que estão intimamente relacionados, no
entanto não podem ser tomados como sinônimos, pois cada uma especificam para o que devem ser
considerados tanto no planejamento do meio escolar como na área pedagógica focalizada a
educação para leitura (GABRIEL, 2017).
Na perspectiva do ensino de Ciências sobre o letramento informacional e midiático (LIM),
dar-se-á um ensino mais contextualizado e em torno de novas demandas para uma leitura do mundo
de modo consciente, problematizando discursos tomados pela veracidade absoluta quando na
verdade esquematiza interesses, a articulação desses tipos de letramentos da potência aos cidadãos
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de uma visão mais crítica e autônoma do ambiente real (GOMES et al., 2020). Em virtude do
crescimento e impacto das mídias, das tecnologias de informação e comunicação (TIC) e do mundo
digital, o conceito de alfabetização evoluiu, sendo cada tipo importante para o desenvolvimento da
aprendizagem das pessoas (VALLADARES; LUCE; ESTABEL, 2022).
Nesse sentido, Milaré, Richetti e Silva salientam que:
[...] espera-se que uma pessoa alfabetizada científica e tecnologicamente seja capaz de
avaliar as informações com respaldo científico, e, no caso de se deparar com informações
de veracidade duvidosa, tenha meios de verificar autonomamente sua validade, construindo
os conhecimentos necessários para isso. A importância dessa habilidade reforça a
importância do ensino de ciências na perspectiva da Alfabetização Científica e
Tecnológica. (MILARÉ; RICHETTI; SILVA, 2020, p. 2).
Faz-se necessário a alfabetização seja ela, científica, midiática ou tecnológica para uma
interpretação crítica e não se apegar às inverdades. Ao focalizar para o contexto das literacias,
Ledur e Santos (2021, p. 325) destacam que,
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recursos que contribuem de forma direta e indiretamente para melhoria do pensamento científico, de
forma significativa conhecer e questionar o que é Ciência e como ela se constitui e se desenvolve,
no meio escolar ou fora dele estimulando o conhecimento elaborado e sistematizado de cada
indivíduo.
É possível relacionar, a partir daqui, o pensar sobre a divulgação científica como meio de
combater as inverdades que afetam o ensino de Ciências, pontuando ainda sobre o viés da
publicação e compartilhamento sobre elas.
Entende-se como divulgação científica uma publicação com comunicação e linguagem
especializada, abordando meios científicos comprovados, mas com um entendimento mais
simplificado, de fácil compreensão, contribuindo para uma interpretação de um público leigo. E
esse tipo de divulgação não está presente apenas em artigos científicos, mas em revistas, jornais e
programas de televisão e mais recentemente em redes sociais, variando assim os espaços e tendo
mais alcance (GOMES et al., 2020). Mesmo como um meio positivo de adentrar com o saber
científico para o público em geral, os autores Bartelmebs, Venturi e Sousa (2021, p. 71) discorrem
que:
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Diante da atual conjuntura que vivemos, ressaltamos aqui a importância do trabalho
científico e do Ensino de Ciências, perante a era da pós-verdade, a massiva rede de notícias falsas,
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REFERÊNCIAS
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APÊNDICE
Quadro com a relação dos periódicos selecionados para a revisão da literatura.
Qualis-
ISSN Título do Periódico Área:
Ensino
2179-426X Rencima A2
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