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Popularização da Ciência

A ideia de que cientistas são pessoas que


vivem em laboratórios e de que a ciência é
algo que se faz apenas por essas pessoas e
nesses ambientes é bastante comum.
Ainda hoje, em muitos lugares, a ciência
continua sendo restrita a uma dada elite
intelectual, o que distancia os avanços
científicos da vida cotidiana e
desconsidera que se faz ciência fora de
modelos tradicionais e acadêmicos.

Por isso, é tão importante a discussão


da popularização da ciência, o processo
de tornar acessível ao público em geral,
por meio de linguagem simples e
didática, e da democratização de acesso
a pesquisas.
Popularização é o ato ou a ação de
popularizar: difundir algo entre o povo,
eliminando a condição de se pertencer a
qualquer elite para que se possa acessar
determinado campo. A popularização é
uma forma de aproximar a ciência das
pessoas e despertar o interesse pela
pesquisa científica.
Esse processo é importante
porque permite que as
pessoas compreendam
melhor o mundo à sua volta,
além de estimular a
curiosidade e o pensamento
crítico. Difundir a ciência
pode contribuir para o
desenvolvimento de novas
tecnologias e soluções para
problemas globais.
Outro benefício da popularização da
ciência é o fomento à pesquisa e ao
desenvolvimento científico.

Com mais pessoas interessadas e


envolvidas na área, há um estímulo para
a criação de novas tecnologias e
avanços científicos, o que pode trazer
benefícios tanto para a sociedade
quanto para a economia.
No Brasil, esse processo ganhou nova
força a partir da criação do
Departamento de Difusão e
Popularização da Ciência e Tecnologia,
órgão vinculado ao Ministério de
Ciência e Tecnologia, que tem como
principal atribuição formular políticas e
implementar programas nessa área.
Nesse contexto, foram importantes
outras duas iniciativas governamentais
para o objetivo de democratizar o
acesso à ciência no país: a criação da
Semana Nacional de Ciência e
Tecnologia e do Sistema Brasileiro de
Museus. Iniciativas como essas
envolvem a criação de agendas e
eventos facilitadores para tornar
concreta a popularização da ciência e
tecnologia.
Em 2015, a Organização das Nações
Unidas criou o Dia Internacional das
Meninas e Mulheres nas Ciências,
comemorado no dia 11 de fevereiro.

A ideia é que a data seja uma


oportunidade para fazer reflexões
sobre o tema, além de lembrar
conquistas e avanços
protagonizados por personalidades
femininas em suas áreas de estudo.
Promover a inclusão de mulheres
no ambiente científico é um dos
meios de tornar a sociedade um
lugar mais diverso, equilibrado e
justo.

Além disso, é uma forma de


democratizar a ciência.
Esse pensamento, inclusive,
está presente nas metas
estabelecidas pela Agenda
2030.

O plano de ação, desenvolvido


pela ONU, para as pessoas, o
planeta e a prosperidade, vê a
igualdade de gênero como
peça essencial para o
progresso da humanidade.
Existem diversas formas de popularizar a
ciência e torná-la acessível ao público em
geral.

Uma delas são as feiras de ciências, que


oferecem aos visitantes a oportunidade de
interagir com experimentos e projetos
científicos, além de palestras e workshops.

Outra forma é pela divulgação de


descobertas científicas, do que é ciência,
do que é fazer pesquisa… por meios como
as redes sociais.
A divulgação científica nas redes tem se
mostrado uma ferramenta bastante
eficaz e ganhou força especial durante o
período da pandemia de Covid-19.
Por meio de vídeos, infográficos e
postagens informativas, é possível alcançar
um grande número de pessoas e despertar o
interesse delas pela ciência.

A disseminação da ciência pode acontecer


em museus, exposições, eventos, ou através
dos meios de comunicação em massa, como
rádio, televisão e internet, que garantem
vasta audiência e potencializam seus
resultados ao longo do tempo e do espaço.
No meio virtual, o YouTube é uma
das plataformas online que mais
tem sido utilizada para o
compartilhamento de vídeos,
tendo como vantagens sua
simplicidade de uso e sua
gratuidade, além da facilidade de
se produzir vídeos atualmente, de
forma amadora ou profissional,
com um simples smartphone ou
com equipamentos mais
sofisticados.
Ao tornar a ciência mais acessível e
compreensível para todos, há um
aumento do interesse pelas áreas do
conhecimento e uma maior
valorização dos profissionais que
atuam nesse campo.

Além disso, a popularização da


ciência pode contribuir para a
melhoria da qualidade de vida das
pessoas, já que muitas descobertas
científicas têm impacto direto na
saúde e no bem-estar da população.
Um dos principais desafios na
popularização da ciência é a falta de
recursos financeiros para investir em
projetos, inclusive de divulgação
científica.

Além disso, outro grande desafio é


tornar a ciência acessível a todos os
públicos, independentemente do nível
de escolaridade ou da condição
socioeconômica.
O conhecimento científico é cada vez
mais necessário, um recurso ao qual
todos recorremos para obter
orientação para as nossas decisões
diárias.

Por isso, é importante criar


estratégias que levem a ciência para
além das universidades e dos centros
de pesquisa, de forma a alcançar
toda a sociedade.
Como leigos, não estamos
preparados para ler artigos
especializados, escritos por
pesquisadores e dirigidos a outros
pesquisadores, incompreensíveis
para quem não tem a experiência
necessária para participar da
interlocução entre cientistas.

Dependemos de intermediários,
pessoas e entidades que fazem uso
de vários canais de comunicação e
linguagens para transmitir
descobertas científicas aos diversos
segmentos da sociedade.
Com a popularização, torna-se mais
difícil manipular a divulgação de
dados de pesquisa como se fossem
verdades incontestáveis.

Mas é essencial que cientistas


estejam engajados na
popularização, para acompanharem
possíveis distorções e estarem a
par do debate público acerca
daquilo que investigam em
laboratórios e centros de pesquisa.
As ações e iniciativas em popularização
da ciência e tecnologia e em divulgação
científica têm como objetivo contribuir
para promoção e apropriação do
conhecimento científico-tecnológico
pela população, além de ampliar as
oportunidades de inclusão social,
promover autonomia e melhorar o
ensino de ciências, possibilitando a
conquista do empoderamento e efetiva
participação cidadã.
Tornar a ciência popular não é reduzir.
Tampouco simplesmente divulgar
resultados.

A popularização da ciência depende


de que os cidadãos comuns – pessoas
leigas – tenham ampliado seu acesso
a informações, em quantidade e
qualidade, sobre as práticas de
ciência e tecnologia e seus frutos.
A criação de um público crítico
e reflexivo parece só ser viável
por meio da democratização dos
conhecimentos e principalmente
dos valores que sustentam a
ciência e tecnologia em seus
bastidores.

E essa é uma tarefa para a qual a


educação científica e
tecnológica constitui um
componente primordial.
A divulgação científica tem
importante papel em quebrar o
ciclo de ignorância no qual o
público leigo permanece
desinformado e, por isso mesmo,
vulnerável à pseudociência, à
manipulação e ao artificialismo
político.
A instrução dos cidadãos no que diz
respeito à ciência e tecnologia é
ferramenta poderosa capaz de
conscientizar para uma atuação em
sociedade de maneira autônoma e
emancipada.

Daí a importância da desmistificação


acerca das pesquisas científicas, o quanto
for possível, para que crenças descabidas,
como a “ideia” de que a Terra é plana, não
tenham lugar no mundo atual.
O significado social e
cultural da ciência como
atividade humana,
socialmente condicionada
e possuidora de uma
história e de tradições, fica
muitas vezes camuflado
nas representações
escolares e em muitas
atividades de divulgação,
particularmente na mídia.
Falar de inclusão social no domínio
da difusão ampla dos
conhecimentos científicos e
tecnológicos e de suas aplicações
compreende atingir não só as
populações pobres, mas também
outras parcelas da população que se
encontram excluídas no que se
refere a um conhecimento científico
e tecnológico básico.
A razão principal para o cenário de
desvalorização da ciência reside na
ausência de uma educação científica
abrangente e de qualidade no Ensino
Fundamental e Médio do país.
Por outro lado, as motivações para a
popularização vão desde a prosperidade
nacional à compreensão do conhecimento
científico como parte integrante da cultura
humana, passando pelo seu significado
para o exercício da cidadania, na avaliação
de riscos e nas escolhas políticas, por
razões de desempenho econômico e pelas
questões de decisão pessoal, como aquelas
referentes à saúde individual.
A visão contemporânea da popularização da
ciência envolve, necessariamente,
comunicação reflexiva e dialógica.

Essa comunicação não pode ser apenas uma


transmissão de comunicados, mas uma
interlocução, como alternativa estratégica
para o processo de desenvolvimento social,
educacional, cultural, político e econômico.
Esse modelo democrático vê o
conhecimento científico como parcial,
provisório e controverso. Ou seja: as
respostas dadas pela ciência não são
consideradas verdades absolutas,
mas, sim, conhecimento útil para a
vida em sociedade, que deve ser
acessível para grande parte das
pessoas.
Vale destacar: divulgação científica
não é sinônimo de popularização,
mas é um dos passos importantes
desse processo.

Apenas divulgar resultados e


pesquisas não gera na sociedade
um posicionamento ideal em
relação ao desenvolvimento
científico.
Inclusive, cientistas chamam atenção
sobre pontos negativos da
divulgação, como a simplificação
exagerada ou interpretações
equivocadas que podem
comprometer os resultados das
pesquisas.

Pesquisadores criticam a
vulgarização da ciência, por ser uma
via de mão única, com a missão de
preencher as lacunas formativas da
população leiga.
O caminho para a
popularização passa pela
educação científica, pela
ampliação de acesso e pela
compreensão da importância
da ciência no mundo de hoje.

Para isso, é preciso lutar pelo


fomento a pesquisas e a
iniciativas de educação e
valorizar profissionais e
ações que contribuem para o
avanço desse processo em
nossa sociedade.
Questões
1) (Enem PPL 2016) Há muito se sabe que a Bacia Bauru – A circulação do conhecimento científico ocorre de
depósito de rochas formadas por sedimentos localizado entre diferentes maneiras. Por meio da leitura do trecho,
os estados de São Paulo, Minas Gerais, Goiás, Paraná, Mato identifica-se que o texto é um artigo de divulgação
Grosso e Mato Grosso do Sul – foi habitada, há milhões de científica, pois, entre outras características,
anos, por uma abundante fauna de crocodiliformes, um grupo
de répteis em que estão inclusos os crocodilos, jacarés e
seus parentes pré-históricos extintos. Entre as famílias que a) exige do leitor conhecimentos específicos acerca do
por lá viveram está a Baurusuchidae, que, na região, tema explorado.
englobava outras seis espécies de crocodiliformes b) destina-se a leitores vinculados a diferentes
exclusivamente terrestres e com grande capacidade de comunidades científicas.
deslocamento, crânio alto e comprimido lateralmente e com
c) faz referência a artigos publicados em revistas
longos dentes serrilhados. Agora, em um artigo publicado na
científicas internacionais.
versão on-line da revista Cretaceous Research, um grupo de
d) trata de descobertas da ciência com linguagem
pesquisadores das universidades federais do Rio de Janeiro e
acessível ao público em geral.
do Triângulo Mineiro, em Minas Gerais, identificaram mais um
e) aborda temas que receberam destaque em jornais e
membro dessa antiga família.
revistas não especializados.
Disponível em: http://revistapesquisa.fapesp.br. Acesso em: 2 nov. 2013.
Questões
2) (FMJ 2021) Leia o trecho do artigo “Flertando com o Ao final do século XIX, a física estava com muito prestígio.
desconhecido”, de Marcelo Gleiser. A mecânica de Newton, a teoria eletromagnética de
Faraday e Maxwell, a compreensão dos fenômenos
Muita gente acha que a ciência é uma atividade sem
térmicos, tudo levava a crer que a ciência estava perto de
emoções, destituída de drama, fria e racional. Na verdade,
é justamente o oposto. A premissa da ciência é a nossa chegar ao seu objetivo final, a compreensão de toda a
ignorância, nossa vulnerabilidade em relação ao Natureza. Para a surpresa de muitos, experimentos
desconhecido, ao que não sabemos. Muitas vezes, quando revelaram fenômenos que não podiam ser explicados
experimentos revelam novos aspectos da Natureza que pelas teorias da chamada era clássica. Não se sabia, por
sequer haviam sido conjecturados, a sensação de exemplo, se átomos eram ou não entidades reais, já que a
tatearmos no escuro pode levar ao desespero. E agora? Se física clássica previa que seriam instáveis. Gradualmente,
nossas teorias não podem explicar o que estamos ficou claro que uma nova física era necessária para lidar
observando, como ir adiante? Nenhum exemplo na história com o mundo do muito pequeno. Mas que física seria
da ciência ilustra melhor esse drama do que o nascimento
essa? Ninguém queria mudanças muito radicais. Ou quase
da física quântica, que descreve o comportamento dos
ninguém.
átomos e das partículas subatômicas, e que está por trás
de toda a revolução digital que rege a sociedade moderna.
Questões
A primeira ideia da nova era veio de Max Planck. Eis como explicar o mundo natural, mesmo que a explicação
Planck relatou em 1900 seu estado emocional ao propor a contrarie nossas ideias preconcebidas. Nunca devemos
ideia do quantum (o menor valor que certas grandezas arrogar que nossas ideias tenham precedência sobre o
físicas podem apresentar): “Resumidamente, posso que a Natureza nos diz.
descrever minha atitude como um ato de desespero, já
que por natureza sou uma pessoa pacífica e contrária a (O caldeirão azul, 2019. Adaptado.)

aventuras irresponsáveis.” O uso da palavra “desespero” é


revelador. Planck viu-se forçado a propor algo novo, que ia
Por se tratar de um artigo de divulgação científica,
contra tudo o que havia aprendido até então e que
predomina no texto uma linguagem
acreditava ser correto sobre a Natureza. Abandonar o
velho e propor o novo requer muita coragem intelectual. E
muita humildade, algo que faltava aos que achavam que a a) hermética.
física estava quase completa. Planck sabia que a física b) rebuscada.
tem como missão c) técnica.
d) acessível.
e) informal.
Questões
3) (UFU 2021) Antes de começar qualquer atividade física Costumo dizer que isso funciona como um detector de
vale contar com a orientação de um especialista. Depois mentiras. Mas, brincadeiras à parte, saber esse valor
dos 35, 40 anos, principalmente, é essencial avaliar o risco faz toda a diferença. Pessoas com biotipo parecido
cardíaco. E é fácil. Um teste ergométrico, a medida da podem queimar quantidades bem diversas de calorias.
pressão e um exame de sangue – com a dosagem de Todo mundo tem um amigo ou amiga que come muito
hormônios, colesterol, glicose e ácido úrico – traçam o mal e não engorda.
perfil de risco para os próximos dez anos.
PEDRINOLA, Dr. Filippo. Um convite à saúde. São Paulo: Editora Abril, 2011. p. 28.
(Fragmento adaptado)
Além disso, duas avaliações facilitam a personalização do
treino e também da alimentação. Como uma roupa feita
No trecho, o autor, o endocrinologista Filippo Pedrinola dá
sob medida, a dupla atividade física e dieta varia muito
orientações ao leitor a respeito do que deve fazer antes de
entre um idoso, um atleta, um adolescente e uma mulher.
iniciar uma atividade física. A partir da leitura do trecho e
E é aí que entra a calorimetria.
considerando-se os enunciados negritados, é correto
afirmar, em relação ao registro de linguagem utilizado, que
Nesse teste, um dispositivo mede, por meio da respiração
se trata de um registro
do indivíduo, o seu consumo de oxigênio e quanto gás
carbônico libera. Com isso, dá para deduzir o número de
calorias que ele provavelmente consome em 24 horas.
Questões
a) parcialmente adequado para textos de divulgação 4) (UNESP 2022) Leia o artigo “Pó de pirlimpimpim”, do
científica, uma vez que não se pode afirmar neurocientista brasileiro Sidarta Ribeiro.
categoricamente que “Todo mundo tem um amigo ou
amiga que come muito mal e não engorda” por ser Alcançar o aprendizado instantâneo é um desejo
essa uma asserção sem sustentabilidade científica. poderoso, pois o cérebro sem informação é pouco mais
b) adequado para textos de divulgação científica, em que estofo de macela1. Emília, a sabida boneca de Monteiro
que se pode valer de registros mais informais de Lobato, aprendeu a falar copiosamente após engolir uma
linguagem em função do público-alvo e dos objetivos pílula, adquirindo de supetão todo o vocabulário dos seres
do gênero do discurso. humanos ao seu redor. No filme Matrix (1999), a ingestão
de uma pílula colorida faz o personagem Neo descobrir
c) inadequado para textos de divulgação científica que, que todo o mundo em que sempre viveu não passa de uma
por cumprirem o objetivo primordial de abordar simulação chamada Matriz, dentro da qual é possível
questões de ordem mais técnica, não devem se valer programar qualquer coisa. Poucos instantes depois de se
de registros informais. conectar a um computador, Neo desperta e profere
d) adequado para textos de divulgação científica, na estupefato: “I know kung fu”.
medida em que o objetivo principal de tais textos é
construir para o leitor a imagem de que fazer ciência é
legal.
Questões
Entretanto, na matriz cerebral das pessoas de carne e O resultado, aparentemente revolucionário, sugeria que os
osso, vale o dito popular: “Urubu, pra cantar, demora.” O substratos materiais da memória são moléculas. Contudo,
aprendizado de comportamentos complexos é difícil e estudos posteriores demonstraram que a ingestão de
demorado, pois requer a alteração massiva de conexões planárias não condicionadas também acelerava o
neuronais. Há consenso hoje em dia de que o conteúdo aprendizado, revelando um efeito hormonal genérico,
dos nossos pensamentos deriva dos padrões de ativação independente do conteúdo das memórias presentes nas
de vastas redes neuronais, impossibilitando a aquisição planárias ingeridas.
instantânea de memórias intrincadas.

Mas nem sempre foi assim. Há meio século, experimentos A ingestão de memórias é impossível porque elas são
realizados na Universidade de Michigan pareciam indicar estados complexos de redes neuronais, não um quantum
que as planárias, vermes aquáticos passíveis de de significado como a pílula da Emília. Por outro lado, é sim
condicionamento clássico, eram capazes de adquirir, possível acelerar a consolidação das memórias por meio
mesmo sem treinamento, associações estímulo-resposta da otimização de variáveis fisiológicas envolvidas no
por ingestão de um extrato de planárias já condicionadas. processo. Uma linha de
Questões
pesquisa importante diz respeito ao sono, cujo benefício à 1macela: planta herbácea cujas flores costumam ser
consolidação de memórias já foi comprovado. Em 2006, usadas pela população como estofo de travesseiros.
pesquisadores alemães publicaram um estudo sobre os
efeitos mnemônicos da estimulação cerebral com ondas Por se tratar de um artigo de divulgação científica (e não
lentas (0,75 Hz) aplicadas durante o sono por meio de um um artigo científico propriamente), predomina no texto
estimulador elétrico. Os resultados mostraram que a uma linguagem
estimulação de baixa frequência é suficiente para
melhorar o aprendizado de diferentes tarefas. Ao que
a) técnica.
parece, as oscilações lentas do sono são puro pó de
b) acessível.
pirlimpimpim.
c) informal.
(Sidarta Ribeiro. Limiar: ciência e vida contemporânea, 2020.) d) figurada.
e) hermética.
Questões
5) A divulgação científica é uma forte aliada na a) Semanas acadêmicas e congressos científicos para
popularização da ciência, ou seja, no ato de difundir a pesquisadores, estudantes de graduação e de
ciência em meios populares, composta por pessoas leigas, pós-graduação.
fora do meio acadêmico, como centros de pesquisa e
universidades. Entretanto, divulgação científica e b) Bancas examinadoras de teses e dissertações.
popularização da ciência não são sinônimos, sendo que
divulgar ciência não é uma garantia de popularizá-la. c) Investimento em recursos e ensino e em políticas
Interpretações equivocadas na hora de transpor o públicas para fortalecer o ensino e o incentivo à ciência
conhecimento científico para o popular, bem como desde o ensino básico.
simplificações e analogias exageradas, podem ter
influência negativa nesse processo. d) Desenvolver projetos de distribuição de artigos
científicos em colégios.
Além da divulgação científica, que outra prática
corresponde a uma forma de contribuir com a
popularização da ciência?
Gabarito
2) Alternativa [D]
1) Alternativa [D] Alternativa A: Incorreta. Linguagem hermética é uma
Alternativa A: Incorreta. Se o artigo visa divulgação linguagem pouco acessível a um público amplo. Um
científica, ele não pode exigir do leitor conhecimentos artigo de divulgação científica tem a proposta de
específicos do tema, pois essa é uma característica de um alcançar o maior número possível de pessoas fora do
meio acadêmico, ou seja, esse tipo de linguagem é o
artigo científico, voltado para profissionais da área. Um
oposto da que seria adequada para um artigo dessa
artigo de divulgação científica deve permitir que leitores
categoria.
leigos possam compreendê-lo. Alternativa B: Incorreta. Uma linguagem rebuscada
Alternativa B: Incorreta. Um artigo de divulgação dificultaria a compreensão, sendo também inadequada
científica não se destina à comunidade científica, e sim à para um artigo de divulgação científica.
comunidade geral. Alternativa C: Incorreta. Linguagem técnica é destinada
Alternativa C: Incorreta. Essa não é uma característica a artigos científicos para integrantes do meio
de artigos de divulgação científica. acadêmico, e não ao público leigo.
Alternativa D: Correta. Essa é exatamente a proposta de Alternativa D: Correta. Para divulgar ciência ao público
um artigo de divulgação científica. leigo, a linguagem usada nos artigos de divulgação
científica deve ser uma linguagem acessível.
Alternativa E: Incorreta. Temas com destaque em
Alternativa E: Incorreta. Apesar de haver possibilidade
jornais e revistas não especializados não são
do uso de termos informais em um artigo de divulgação
característicos de artigos de divulgação científica, além da científica, a predominância de uma linguagem acessível
possibilidade de não corresponderem a temas científicos. é mais importante para uma efetiva comunicação.
3) Alternativa [B] 4) Alternativa [B]
Alternativa A: Incorreta. Por se tratar de um texto de Alternativa A: Incorreta. Como o texto é um artigo de
divulgação científica, voltado à comunidade geral, a divulgação científica, e não um artigo científico
linguagem utilizada tem liberdade para empregar propriamente, sua linguagem não pode ser técnica.
expressões, termos e exemplos que saiam do escopo
Alternativa B: Correta. Complementando a resposta
técnico.
Alternativa B: Correta. Mesmo que o texto tenha um acima, a linguagem de um artigo de divulgação científica
viés científico, ele não é voltado à comunidade deve ser acessível, pois é um material destinado à
acadêmica, como um artigo científico. Sendo um texto comunidade geral.
de divulgação científica, a linguagem informal é Alternativa C: Incorreta. Apesar de haver possibilidade
adequada, possibilitando uma maior aproximação do do uso de termos informais em um artigo de divulgação
público alvo. científica, a predominância de uma linguagem acessível é
Alternativa C: Incorreta. Textos de divulgação mais importante para uma efetiva comunicação.
científica não têm o propósito de abordar questões de Alternativa D: Incorreta. O uso de linguagem figurada
ordem mais técnica. não é característica predominante de artigos de
Alternativa D: Incorreta. Um texto de divulgação
divulgação científica.
científica não necessariamente busca construir para o
leitor a imagem de que fazer ciência é “legal”, mas Alternativa E: Incorreta. Linguagem hermética se trata
compartilhar conhecimento científico de maneira de uma linguagem pouco acessível a um público maior, o
acessível à população que não integra a comunidade que é exatamente o oposto do objetivo de um material de
acadêmica. divulgação científica.
5) Alternativa [C]
Alternativa A: Incorreta. Esses eventos são importantes
para a comunidade acadêmica, mas podem não atingir
com sucesso o público leigo, já que envolve
conhecimentos técnicos da área.
Alternativa B: Incorreta. Bancas examinadoras atendem
a um tipo de conhecimento muito técnico e aprofundado
envolvendo pesquisas na área envolvida.
Alternativa C: Correta. Além da divulgação científica em
si, é necessário fornecer recursos financeiros e incentivar
o ensino e o interesse pela ciência desde o ensino básico
em colégios.
Alternativa D: Incorreta. Artigos científicos são
destinados à própria comunidade científica, exigindo um
conhecimento prévio para uma boa compreensão. Sendo
assim, eles não seriam efetivos em popularizar a ciência se
fossem distribuídos em colégios.
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