Você está na página 1de 2

Ciência Aberta

A publicação de artigos e pesquisas científicas em revistas e periódicos é


um dos pilares da ciência atual. Através disso, podemos ter certeza que o
material foi revisado por outros cientistas e permitimos que os resultados
encontrados cheguem a outros pesquisadores.

No entanto, o acesso a estas pesquisas está cada vez mais restrito, pois
muitas revistas de renome científico cobram assinaturas caríssimas para
que escolas de ensino público possam ter acesso. Com a globalização da
internet, se aumentou muito o numero de revistas digitais, porém este
acesso ainda se encontra reduzido, pois a grande maioria das editoras
cobra dos pesquisadores para terem suas pesquisas divulgadas.

Sendo assim, foi iniciado um movimento mundial, conhecido como “open


science”, ciência aberta, que tem o objetivo, tornar a ciência e pesquisas
científicas mais acessíveis, transparentes e colaborativas. Seus princípios
incluem o acesso aberto aos resultados científicos, compartilhamento de
dados e metodologias, revisão por pares aberta e participação ativa da
sociedade no processo científico.

No Brasil, a ciência aberta tem sido incentivada por diversas instituições e


iniciativas. O Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e
Tecnológico (CnPq), por exemplo, tem promovido a abertura de dados de
pesquisa e a disponibilização de publicações científicas de forma gratuita e
acessível. A Fiocruz também já vem utilizando políticas de ciência aberta
desde 2014, mesmo a UNESCO tendo divulgado no Brasil políticas de
incentivo de ciência aberta em 2022.

Outro aspecto importante da ciência aberta é a democratização do


conhecimento. Ao disponibilizar os resultados de pesquisas de forma
aberta, a ciência se torna mais acessível para a sociedade como um todo,
permitindo que pessoas fora do meio acadêmico também possam se
beneficiar e contribuir para o avanço científico.
Isso é especialmente relevante em países em desenvolvimento, onde o
acesso a periódicos científicos pode ser limitado devido a questões
financeiras.
Um exemplo notável da ciência aberta, foi durante a pandemia do covid-
19. Desde o início da pandemia cientistas colaboraram em compartilhar de
forma aberta dados e pesquisas sobre o combate da doença, o que facilitou
para o seu combate em diversas regiões do mundo em tempo real,
permitindo que médicos e profissionais da saúde tivessem acesso a
informações atualizadas sobre o vírus para melhor combatê-lo.

No entanto, apesar dos avanços, a ciência aberta ainda enfrenta desafios a


serem superados para sua plena implementação. Um dos principais
obstáculos é a resistência de alguns pesquisadores e instituições em
compartilhar seus dados e resultados, muitas vezes por questões de
propriedade intelectual ou até mesmo por competitividade. Outro desafio é
a necessidade de infraestrutura e recursos para o armazenamento dos dados
e a sua disponibilização de forma aberta e gratuita.

Isso requer investimento em plataformas e sistemas que garantam a


segurança e a integridade dos dados, além de políticas claras sobre o
compartilhamento e a utilização dessas informações, bem como a sua
veracidade.

A comunidade científica tem se mobilizado para promover a adoção dessa


abordagem, por meio de iniciativas como o movimento de acesso aberto,
que incentiva a publicação de artigos científicos em periódicos de livre
acesso. Além disso, algumas instituições têm adotado políticas de ciência
aberta, exigindo que os pesquisadores compartilhem seus dados e
resultados.

Em suma, a ciência aberta tem se mostrado uma abordagem promissora


para impulsionar a pesquisa e a inovação no Brasil e no mundo. Com o
apoio de instituições e iniciativas, é possível superar ps desafios e avançar
rumo a uma ciência mais aberta, colaborativa e acessível a todos.

Você também pode gostar