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Disciplina: (5962103) Fundamentos da Biblioteconomia e Ciência da Informação;

Docente: Ecivaldo de Souza Matos;


Discentes: Bárbara Vitória Desan de Alcântara; Kleosny dos Santos Celestino.

ATIVIDADE: Identificar o campo inexplorado da Ciência da Informação e os seus


desdobramentos/possibilidades possíveis.

Observamos que a Ciência da Informação é um campo do conhecimento novo,


tendo surgido por volta dos últimos 60 anos e, portanto, se classificando como uma área do
saber ainda em consolidação (apesar de possuir, em sua essência, questões que remontam
a questionamentos antigos). Por isso, seus desafios e campos inexplorados podem ser
observados de diferentes ângulos e no que se refere à sua origem, podemos destacar o
desejo por armazenar, documentar, registrar, processar o conhecimento produzido pelo ser
humano ao longo da história e como tornar estes acessíveis, produtivos ao homem.

Por isso, podemos dizer que a Ciência da Informação se caracteriza como um


campo científico em constante evolução e expansão, mas dada sua existência recente, se
percebe que ainda permanecem muitas áreas a serem exploradas, podendo ser destacado
a mineração de dados sociais, o estudo das necessidades informacionais de grupos sociais
vulneráveis e o uso de técnicas de Inteligência Artificial, por exemplo.

Nessa perspectiva, estas subáreas se mostraram bastante inexploradas,


necessitando de um estudo mais aprofundado às novas tecnologias direcionadas aos
processos de comunicação e divulgação de conhecimentos na ciência da informação.
Também destaca-se que, com o crescimento e a evolução do acesso a internet, das redes
sociais, dos celulares e da realidade virtual, novas possibilidades de armazenamento,
organização e acesso a informações surgiram, mas ainda necessitam de uma busca mais
aprofundada para compreensão e solução dos problemas identificados no espaço
cibernético. Por isso, entender como esses novos canais podem ser utilizados de forma a
aprimorar a produção, representação e recuperação do conhecimento é um desafio atual
para a área.
Assim, foquemos num campo promissor e ainda pouco explorado na Ciência da
Informação: o uso de técnicas de Inteligência Artificial e Aprendizado de Máquina para
melhorar os processos de catalogação, recuperação e organização da informação. Em uma
vídeo-aula assistida pela dupla, o professor Dr. Carlos Alberto A. Araújo, da Escola de
Ciência da Informação da Universidade Federal de Minas Gerais (ECI/UFMG), fala sobre a
história e as teorias atuais em expansão da Ciência da Informação e discute as relações da
C.I. com a Inteligência Artificial. No vídeo foi possível identificar as possibilidades que essas
ferramentas podem auxiliar na automatização de tarefas repetitivas de organização,
permitindo que profissionais de informação foquem em atividades mais complexas e que
exigem análise humana. Outra frente promissora diz respeito ao estudo interdisciplinar do
processamento e a análise automática de diferentes tipos de conteúdo, como imagens,
áudios e vídeos.
Afinal, com o avanço das técnicas de inteligência artificial e aprendizado de
máquina, novas formas de descrição e recuperação desses complexos objetos digitais
podem surgir e esforços nessa direção trarão avanços significativos na compreensão de
como máquinas podem auxiliar o ser humano no trabalho com as mídias. Dessa forma, a
amplificação destes saberes ampliará o alcance da ciência analisada.
Além disso, também é chamada atenção para as condições que a Ciência da
Informação se encontra no século XXI. Afinal, muito havia sido dito acerca da
democratização da informação que o acesso à internet e aos computadores traria à
população e à pessoa comum, bem como a facilitação de todos os processos subjacentes.
Entretanto, percebe-se que não foi bem assim o que ocorreu. Seguindo caminho contrário,
foram observados diversos novos desafios a serem enfrentados e superados na área, o que
trouxe novas vertentes a serem estudadas por pesquisadores da C.I. e que ainda estão em
análise os desdobramentos possíveis a serem encontrados, devido à atualidade das
problemáticas. Assim, destacamos, por exemplo, dentro destas novas condições, que o
acesso à informação via internet ainda não se deu de maneira tão ampla, bem como nos
deparamos com uma desordem da informação devido ao excesso propagado no meio
digital, além da concentração soberana de fontes de informação usuais e a invisibilização
consequente de produtores e outros conteúdos “minoritários” - o que se depararia, também,
com a problemática da polarização de informações e concretização das bolhas sociais (e
midiáticas) que o professor enfatiza como outros dos desafios atuais a serem estudados,
analisados e solucionados pelo cientista da Ciência da Informação contemporânea.
Para dar conta de lidar com os novos desafios, subáreas apareceram na área, como
por exemplo a “análise do domínio”: a preocupação em enxergar a informação como algo
construído coletivamente, assim se direcionando à uma comunidade específica para poder
saber como tratar, processar documentações relativas a esta; bem como o “estudo do
ambiente das redes sociais”: assim medindo as interações sociais e como o uso da
informação se dá neste ambiente informal, enfatizando esta como não sendo específica de
ambientes institucionalizados e/ou formais e como os usuários interagem, se relacionam
com ela no espaço cibernético. Também a “cultura organizacional”, onde, entendendo que
dentro das diversas organizações há diferentes culturas (conjuntos de funcionários) que se
relacionam de maneiras diferentes com as informações tomando como base os valores,
crenças, tradições próprias que possuem, tenta se compreender a forma que se relacionam
e reagem à informação e como é possível orientar e intervir nestas culturas. A “curadoria
digital” – quebrando com a crença de que “se está na internet, está salvo para sempre”,
dentro desta subárea tenta-se responder à necessidade de reatualização dos espaços de
armazenamento digitais a fim de manter o armazenamento sempre atualizado dos dados,
etc.; bem como a “Indexação social” atual, uma nova organização da informação nos
contextos digitais onde a internet possibilitou que, através da intermediação de um
profissional e um serviço de processamento e organização da informação, o próprio usuário
faça o armazenamento e a etiquetagem de um dado, dizendo o que este significa – como
quando se adicionam músicas em serviços de streaming próprios. Também destaca-se a
“Ética intercultural da informação” – a ideia de que a ética não é universal e muda a
depender do contexto e sociedade a que se dirige, portanto, soluções haverão de serem
específicas a depender da cultura analisada. A “neo documentação”, onde, percebendo que
a C.I. ficou tão focada no processamento da informação que acabou por esquecer o
documento propriamente dito, fazem uma retrospectiva a voltarem a estudar a linguagem,
ou seja, o significado da materialidade da informação transferida, a razão por detrás da sua
existência e até a escolha por seu material de transferência, ou seja, a análise das
condições de enunciação existentes e utilizadas pelo usuário contemporâneo no meio
digital.
Por tudo isso, o professor retorna aos aspectos das condições contemporâneas da
Ciência da Informação e sua relação com o usuário na internet, enfatizando que um dos
maiores problemas atuais no campo da C.I, é a era da “pós-verdade” em que estamos
inseridos: o problema que temos com o atual desinteresse pela Verdade e a checagem de
informações, o que nos insere nas condições contemporâneas da era digital como os
problemas recentes atribulados às fake news, os discursos de ódio e a polarização que
criam cada vez mais condições propícias à desinformação e os impactos da falsa
informação e negacionismo científico na sociedade. Dentro deste fenômeno, criando-se
também as “bolhas sociais” anteriormente comentadas e o contato próximo apenas a
informações que reforçam um ponto de vista único através dos algoritmos digitais – e como
podemos ultrapassar esses desafios, bem como entender o papel do cientista da
informação nesta movimentação.
Assim, podemos considerar que há várias vertentes e campos ainda inexplorados na
ciência da informação, bem como a necessidade de ampliação nos estudos das diversas
subáreas e problemáticas contemporâneas vigentes ao campo. Portanto………………..
(CONCLUIR).

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