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CURSO DE LICENCIATURA EM GESTAO DE RECURSOS HUMANO

TRABALHO DE CAMPO

CADEIRA DE EPISTEMOLOGIA DE CIÊNCIAS SOCIAIS

Os Paradigmas Científicos

Discente Docente

Inácia Sebastião Vontade Mestre: Msc. João Pagara

Pemba, Novembro de 2023

ISCED
‟ Instituto Superior de Ciências e Ensino a Distância”

Os Paradigmas Científicos

Trabalho a ser apresentado a Plataforma do


ISCED Instituto Superior de Ciências e Ensino a
Distância, como exigência parcial de
Epistemologia de Ciências Sociais

Pemba, Novembro de 2023


Índice
1. Introdução ...........................................................................................................................4

1.1. Objectivos ....................................................................................................................... 4

1.2. Geral ............................................................................................................................... 4

1.3. Especifico ....................................................................................................................... 4

1.4. Metodologia de trabalho ................................................................................................. 4

2. Conceito de paradigma .......................................................................................................5

2.1. Teorias ............................................................................................................................ 5

3. Tipos de paradigmas científicos ......................................................................................... 6

3.1. Paradigma fenomenológico (ou interpretativo, explicativo) .......................................... 6

3.1.1. Paradigma positivista .................................................................................................. 7

3.2. Positivismo Lógico: O Círculo de Viena ........................................................................7

3.3. Construtivismo - uma apresentação teórica ....................................................................8

3.4. Teoria Crítica .................................................................................................................. 9

4.Conclusão ............................................................................................................................. 10

5. Referências bibliográficas ................................................................................................ 11


1. Introdução

Paradigma é um modelo ou padrão a seguir. Etimologicamente, este termo tem origem no


grego( paradeigma) que significa modelo ou padrão, correspondendo a algo que vai servir de
modelo ou exemplo a ser seguido em determinada situação. São as normas orientadoras de
um grupo que estabelecem limites e que determinam como um indivíduo deve agir dentro
desses limites. A revolução científica corresponde a uma mudança de paradigma, isto é, a um
triunfo do novo paradigma sobre o velho paradigma. A revolução científica mostra que a
comunidade científica aderiu a um novo paradigma incompatível com o anterior. Deste modo
o trabalho versa sobre Os Paradigmas Científicos.

1.1. Objectivos
1.2. Geral
 Compreender os Paradigmas Científicos.
1.3. Especifico
 Definir Os Paradigmas Científicos;
 Entender os Conceitos e suas teorias;
 Caracterizar os tipos de Paradigmas científicos.
1.4. Metodologia de trabalho

Para a elaboração do trabalho usou-se o método bibliográfico, este que consiste na etapa
inicial de todo o trabalho científico ou acadêmico, com o objetivo de reunir as informações e
dados que servirão de base para a construção da investigação proposta a partir do tema
proposto.
Referencial Teórico

2. Conceito de paradigma

Segundo Kuhn (1922-1996), Um paradigma é toda uma forma de fazer ciência e regula o
trabalho científico numa certa área de investigação. Sendo aceite por toda a comunidade
científica, o paradigma oferece uma determinada visãodo mundo. Segundo Kuhn, um
paradigma inclui: um conjunto de leis científicas próprio; regras para aplicar as leis à
realidade; regras para usar instrumentos científicos; certos princípios metafísicos e filosóficos
(uma vez que apresenta pressupostos gerais sobre o funcionamento do universo).

De acordo com Kuhn, um paradigma científico é a forma de se fazer ciência, ou seja, traz leis
e conceitos implícitos do que se deve fazer e do que não se deve fazer. Este precisa sempre
estar associado a fundamentaçoes experimentais, e não apenas teóricos.

2.1. Teorias

Pré-Ciência

Entre os investigadores, no período de pré-ciência, não existe acordo relativamente aos


fundamentos da disciplina em que trabalham. É ultapassado o periodo pré-científico quando
surge uma teoria de tal forma ponderosa e consensual que todos os investigadores se agregam
em seu torno. Esta teoria poderosa e consensual irá ajudar a fundar um paradigma. Um
paradigma assume-se como um modelo de investigação através do qual os cientistas
desenvolvem a sua actividade.

Ciência Normal

Também os métodos de trabalho e os problemas a resolver são sempre específicos de um


paradigma. Quando um paradigma surge, inicia-se um período de ciência normal. Neste
período, a actividade científica consiste em resolver problemas de acordo com as normas
doparadigma.

Ao longo do período de ciência normal, em que os cientistas trabalham pacificamente na


resolução de problemas, podem surgir enigmas que não se conseguem resolver, mas que
supostamente se deveriam conseguir resolver recorrendo ao paradigma. É assim que surge
uma anomalia.
Anomalia

Uma anomalia começa a tornar-se mais visível quando ameaça os fundamentos do paradigma.
Quando as anomalias colocam verdadeiramente em causa os fundamentos do paradigma e
quando elas se começam a acumular, estão reunidas as condições para a emergência de uma
crise. Uma crise é um período de insegurança em que a confiança no paradigma é abalada por
sérias anomalias.

Crise

Durante uma época de crise, a confiança no paradigma diminui e a investigação tranquila


característica da ciência normal dá lugar a um período de ciência extraordinária.

Assim, o fim de uma crise só poderá ocorrer quando surgir um novo paradigma que conduza
a um consenso na comunidade científica. No entanto, a instauração de um novo paradigma
não é tarefa fácil e rápida. Na verdade, para que seja possível o seu aparecimento, épreciso
que surja primeiro uma nova teoria proposta por um cientista fortemente envolvido na crise.
Esta nova teoria vai contribuir decisivamente para ajudar a fundar o novo paradigma. Quando
isto acontece, afirma Kuhn, dá-se o passo decisívo para a ocorrência de uma revolução
científica.

3. Tipos de paradigmas científicos


3.1. Paradigma fenomenológico (ou interpretativo, explicativo)

A Fenomenologia propõe descrever o fenômeno, e não explicá-lo ou buscar relações causais,


volta-se para as coisas mesmas como elas se manifestam. Voltar às coisas mesmas significa
voltar ao mundo da experiência considerando que, antes da realidade objetiva, há um sujeito
que a vivencia; antes da objetividade há um mundo pré- dado, e, antes de todo conhecimento,
há uma vida que o fundamentou. Significa que todo conhecimento está na origem da
experiência que é o pré- reflexivo (DARTIGUES, 1973).

Trata-se de uma forma particular de fazer ciência: a pesquisa qualitativa, que substitui as
correlações estatísticas pelas descrições individuais, e as conexões causais por interpretações
oriundas das experiências vividas. O método fenomenológico começa com uma descrição,
uma situação vivida no quotidiano (GIORGI,1986).

A concepção de Husserl busca reintegrar o mundo da ciência ao mundo-vida. Associa o


fenômeno e o ser de uma forma indissociável: só pode haver o fenômeno enquanto houver o
sujeito no qual a experiência desse fenômeno se situa. De acordo com MARTINS; BICUDO
(1989) a fenomenologia descreve a experiência do homem tal como ela é, e não segundo as
proposições pré- estabelecidas pelas ciências naturais.

3.1.1. Paradigma positivista


Todas as ciências, segundo Comte, estavam destinadas a alcançar o estado positivo, sendo
que este uma vez alcançado, não mais retrocede e desta forma, promove-se o crescimento
contínuo do conhecimento a partir de novas observações. Revela-se, portanto, o caráter
progressista e cumulativo do conhecimento.

Para Comte, os fenômenos sociais ainda estavam nos estágios teológicos e metafísicos, o que
explicaria o não estabelecimento deleis universais. Comte (1973) também defendia que a
passagem pelos 3 estágios históricos constituía-se numa lei exata que poderia ser observada
de forma direta, tanto na esfera individual quanto geral, e é neste contexto que Comte
introduz a noção da observação, tão caraao positivismo.

Dentre as principais características do positivismo Comteano estão: a noção de que a


realidade é constituída pela soma das partes; a realidade só existe a partir de factos que
podem ser observados, sendo verdadeiro somente aquilo que pode ser empiricamentetestado,
e desta forma, não admite a noção de conhecimento a priori ao mesmo tempo em que também
exclui questões metafísicas, quesão consideradas inacessíveis em razão de não serem
passíveis deverificação.

Comte mostra-se preocupado em oferecer uma explicação causal “mediante relações normais
de sucessão e similitude”. A busca por leis gerais tinha o propósito de permitir a previsão dos
fenômenos. Para Comte, “o verdadeiro espírito positivo consistia, sobretudo em ver para
prever, estudar o que é, a fim de concluir disso o que será,segundo o dogma geral da
invariabilidade das leis naturais”.

3.2. Positivismo Lógico: O Círculo de Viena

O Círculo de Viena foi constituído no início do século XX por um grupo de intelectuais que
se propunham a estudar questões relativas à ciência, lógica e linguagem. Destacavam-se
dentre seus integrantes nomes como: Moritz Schlick, Hans Hahn, Otto Neurath, Hempel,
Rudolf Carnap, Wittgenstein entre outros. No documento que marca a criação do grupo,
chamado de “Manifesto do Círculo de Viena”, de 1929, Neurath, Carnap e Hahn
mostravamse preocupados com o renascimento de idéias metafísicas que “ameaçavam repor
emquestão o lugar que só a ciência ocupa e deve ocupar” (BARBEROUSSE et al, 2000, p.13).
O conjunto de idéias defendidas pelos filósofos do Círculo de Viena ficou conhecido como
positivismo lógico ou empirismo lógico. A proposta dos membros do Círculo de Viena era
promover a “purificação” do positivismo, em resposta a repulsa destes pela Metafísica.

objectivo do Círculo de Viena era lançar os fundamentos para a construção de uma ciência
unificada, que fosse capaz de reunir todos os conhecimentos proporcionados pelas diferentes
ciências. Para tanto, insistiam em imunizar a ciência de toda e qualquer “contaminação” de
teorias que tivessem como base vertentes filosóficas.

3.3. Construtivismo - uma apresentação teórica

Para os aprioristas, a origem do conhecimento está no próprio sujeito, ou seja, sua bagagem
cultural está geneticamente armazenada dentro dele, a função do professor é apenas estimular
que estes conhecimento aflorem.

Neste pequeno parágrafo Piaget define três conceitos fundamentais para sua teoria:

• Interacção

• Assimilação

• acomodação

Já para os que seguem as teorias empiristas, cujo princípio é tão longínquo quanto os
ensinamentos de Aristóteles, as bases do conhecimento estão nos objetos, em sua observação.
Para estes, o aluno é tabula rasa e o conhecimento é algo fluido, que pode serrepassado de um
para outro pelo contato entre eles, seja de forma oral, escrita, gestual, etc. É nesta teoria que
baseiam-se a maioria das correntes pedagógicas que conhecemos, entre elas o behavirismo .
Rompendo com estes dois paradigmas, ou melhor dizendo, fundindo- os em um único, temos
as teorias de Piaget . Jean Piaget foi um dos primeiros estudiosos a pesquisar cientificamente
como o conhecimento era formado na mente de um pesquisador, tomando aqui a palavra
pesquisador o seu sentido mais amplo, uma vez queseus estudos iniciaram-se com a
apreciação de bebes. observou como um recém-nascido passava do estado de não
reconhecimento de sua individualidade frente o mundo que o cerca indo até a idade de
adolescentes, onde já temos o início de operações de raciocínio mais complexas.
3.4. Teoria Crítica

Apresenta-se agora, algumas das principais ideias relativas à Teoria Crítica que surgiram em
meados de 1940, provenientes de grandes nomes dos estudos críticos, cada qual com suas
próprias idéias e trabalhos referentes à visões alternativas dos paradigmas científicos e sociais
trazidos pela revolução industrial e pelo capitalismo.

Tal entendimento da realidade corrobora os postulados de Adorno (2002), um dos membros


do Instituto de Pesquisa Social de Frankfurt e para quem os aspectos componentes da vida
humana são suplantados pelo interesse dos negócios. Por meio de tal indústria, o homem,
conforme Focault (2001), pensador francês que transitava entre ideologias críticas e pós-
modernas, torna-se dócil, manipulado por ideologias dogmáticas e reduzido a simples
consumidor

Escola de Frankfurt, considera-se que o papel da Teoria Crítica é resgatar o carácter humano
da razão, relativa aos ensinamentos iluministas e que foi esquecida pelos ortodoxos modernos.
Tal esquecimento acarreta a substituição da razão reflexiva pelo domínio da razão
instrumental, que opera de acordo com interesses do capitalismo, deixando a autonomia
humana em segundo lugar. O escopo dos processos de produção funcionalistas gera uma
ideologia que suprime o indivíduo (ALVESSON; DEETZ, 1998).
4.Conclusão
concluindo percebeu-se que no entanto, Kuhn estabelece o conceito-síntese de paradigma.
Sua concepção é a de que ‘um paradigma é aquilo que os membros de uma comunidade
partilham e, inversamente, uma comunidade científica consiste em homens que partilham um
paradigm. Não pode haver critério único para se julgar um paradígma, pois programas de
pesquisa rivais tendem a ser sempre incomensuráveis. E faz parte da evolução científica o seu
conceito de monoparadigmática, uma vez que um único paradígma dará origem a outro
melhor, no momento de uma revolução instaurada a partir de uma crise.
5. Referências bibliográficas

HABERMAS, Jürgen. (1980). Conhecimento e interesse. In. Textos Escolhidos. Walter


Benjamin, Max Horkheimer, Theodor Adorno e Jürgen Habermas. São Paulo: Abril Cultural.

HEKMAN, Susan J. (1990). Hermenêutica e sociologia do conhecimento. Lisboa:Edições 70.

HUME, David. (1984I). Investigación sobre el conocimiento humano. Trad. ao espanhol de J.


S. Ortueta. Madrid: Alianza Editorial.

FEYERABEND, Paul. ( 1977). Contra o método. Trad.: Mota & Hegenberg. Riode Janeiro:
Francisco Alves.

FREIRE, Paulo. (1988). Extensão ou comunicação? Trad.: R. D. de Oliveira. Riode Janeiro:


Paz e Terra;

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