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Aula 03

Prefeitura de Maricá - FEMAR


(Assistente Social) Conhecimentos
Específicos - 2023 (Pós-Edital)

Autor:
Nilza Ciciliati

11 de Novembro de 2023

16463908738 - Lucas Rezende Bandeira


Nilza Ciciliati
Aula 03

Índice
1) Concepções de família
..............................................................................................................................................................................................3

2) Direito de Família
..............................................................................................................................................................................................9

3) Trabalho social com famílias_ estratégias de atendimento e acompanhamento


..............................................................................................................................................................................................
12

4) O trabalho social com famílias na Política de Assistência Social


..............................................................................................................................................................................................
19

5) Resumo - Serviço Social e Família


..............................................................................................................................................................................................
31

6) Lista de questões - Serviço Social e Família - Multibancas


..............................................................................................................................................................................................
34

7) Questões Comentadas Serviço Social e Família - Multibancas


..............................................................................................................................................................................................
44

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CONCEPÇÕES DE FAMÍLIA
Quando fazemos um recorte histórico sobre as concepções de família na sociedade, é
possível perceber que, geralmente, reproduziam-se concepções idealizadas de "família-
padrão" ou "família normal" ou "nuclear tradicional" e os respectivos papéis clássicos
de seus membros: casal heterossexual e sua prole. O que saia fora desse padrão era tido
como "famílias desestruturadas", encaradas como família incompleta, patológica,
insuficiente, ou simplesmente invisível, trabalhando com o paradigma da patologia
social e com os recursos terapêuticos do trabalho psicossocial individualizante (
TEIXEIRA, 2010) 1.

A Constituição da República Federativa do Brasil de 1988, em sua redação original,


reconheceu expressamente como entidades familiares apenas as matrimoniais,
informais e monoparentais, mas não há impedimento do reconhecimento de outros
possíveis arranjos familiares, como decorrência dos princípios e direitos fundamentais
(art. 226 da CF).

É possível observar que nas definições clássicas de família, o critério de


consanguinidade aparece com nitidez; na modernidade, o de afetividade e
solidariedade se sobressaem.

A principal classificação de família se divide em:


a) Formal: decorrente de casamento.
b) Informal: decorrente da união estável;
c) Monoparental: formada por apenas um dos pais e os filhos;
d) Natural: aquela cuja origem é biológica;
e) Extensa ou ampliada: aquela que vai além da unidade pais e filhos ou da unidade do
casal, englobando parentes próximos com os quais a criança e o adolescente convivem
e mantém vínculos de afinidade e afetividade;
f) Substituta: tem lugar toda vez em que não houver exercício do poder familiar ou toda
vez em que há exercício de forma deficiente.
O conceito de família extensa está disposto no art. 25, parágrafo único do Estatuto da
Criança e do Adolescente (Lei 8.069/1990), que diz o seguinte:

Entende-se por família extensa ou ampliada aquela que se estende para


além da unidade pais e filhos ou da unidade do casal, formada por parentes

1
TEIXEIRA, M. S.

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próximos com os quais a criança ou adolescente convive e mantém vínculos


de afinidade e afetividade.

Na contemporaneidade, conforme Szumanski (2002)2, podemos distinguir nove tipos de


composição familiar ou de família:

1) Família Nuclear: são as famílias formadas por pai, mãe e filhos biológicos, ou seja, é
a família formada por apenas duas gerações;

2) Famílias Extensas: são as famílias formadas por pai, mãe, filhos, avós e netos ou
outros parentes, isto é, a família formada por três ou quatro gerações;

3) Famílias Adotivas Temporárias: são famílias (nuclear, extensa ou qualquer outra) que
adquirem uma característica nova ao acolher um novo membro, mas temporariamente;

4) Famílias Adotivas: são as famílias formadas por pessoas que, por diversos motivos,
acolhem novos membros, geralmente crianças, que podem ser multiculturais ou
birraciais;

5) Famílias de Casais: são as famílias formadas apenas pelo casal sem filhos;

6) Famílias Monoparentais: são as famílias chefiadas só pelo pai ou só pela mãe;

7) Famílias de casais homossexuais com ou sem criança: são as famílias formadas por
pessoas do mesmo sexo, vivendo maritalmente, possuindo ou não crianças;

8) Famílias reconstruídas após o divórcio: são famílias formadas por pessoas (apenas
um ou o casal) que foram casadas, que podem ou não ter crianças do outro casamento;

9) Famílias de várias pessoas vivendo juntas, sem laços legais, mas com forte
compromisso mútuo: são famílias formadas por pessoas que moram juntas e que,
mesmo sem ter a consanguinidade, são ligadas fortemente por laços afetivos.

Além dessas definições, podemos acrescentar o conceito de:

• Família anaparental: é a família unida por algum parentesco, mas sem a


presença dos pais. Constitui-se basicamente pelo elemento da afetividade e
convivência entre parentes ou pessoas com o intuito de constituir família.
• Família mosaico ou pluriparental: é aquela decorrente de vários casamentos,
uniões estáveis ou mesmo simples relacionamentos afetivos de seus membros.
Utiliza-se o símbolo mosaico, diante de suas várias cores, que representam várias
origens.

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• Família homoafetiva: constituída por pessoas do mesmo sexo.

A PNAS (2004) destaca a concepção de família, definindo-a do seguinte modo:

(...) um conjunto de pessoas que se acham unidas por laços consanguíneos,


afetivos e/ou de solidariedade.

Percebemos que temos aqui uma visão ampliada de família. A PNAS reconhece, ainda,
que:

(...) não existe família enquanto modelo idealizado, e sim família resultante de
uma pluralidade de arranjos e re-arranjos estabelecidos pelos integrantes dessa
família.

A NOB/SUAS (2005) conceitua família como:

(...) núcleo afetivo, vinculada por laços consanguíneos, de aliança ou afinidade, onde
os vínculos circunscrevem obrigações recíprocas e mútuas, organizadas em torno de
relações de geração e gênero.

O conceito contempla a diversidade de relações presentes na sociedade dentro de uma


perspectiva plural, descrevendo a família numa perspectiva ampliada destacando o
papel da afetividade, do compromisso e do pertencimento nas relações.

Reflexão Importante: Apesar de ter havido uma modernização conceitual de


família, ainda se constata um conservadorismo nas expectativas e nas práticas.

Ou seja, modernizou-se o conceito de família, superando o modelo único


baseado na família tradicional nuclear; por outro lado, ainda se mantém uma
expectativa quanto às funções da família desse modelo tradicional, para que
ela continue cumprindo as suas clássicas funções.

Mioto traz uma visão ampliada de família quando a define como "um núcleo de
pessoas que convivem em determinado lugar, durante um lapso de tempo mais ou

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menos longo e que se acham unidas, ou não, por laços consanguíneos” ou ainda como
"pessoas que se empenhem umas com as outras, de modo contínuo, estável e não-
casual [...] quando subsiste um empenho real entre as diversas gerações" (2004 apud
TEIXEIRA, 2010).

Para a autora, a família é construída e reconstruída historicamente, não é


somente uma construção privada, mas pública, pois tem um papel importante na
estruturação da sociedade em seus aspectos sociais, políticos e econômicos. Essa
concepção contrapõe-se àquela que analisa a família a partir de uma estrutura ideal ou
numa perspectiva apenas relacional e desvinculada das relações com outras esferas da
sociedade.

==26f202==

Por exemplo, as mudanças relacionadas ao mundo do trabalho, as configurações


demográficas, as de caráter econômico e tecnológico acabam interferindo de alguma
forma nas relações familiares.

Ainda sobre concepções de família, é pertinente ponderar que:

o A família é uma instituição contraditória e conflituosa, é heterogênea e


não necessariamente harmoniosa; expressa e reproduz relações
assimétricas entre gêneros e gerações, em termos de poder, de recursos
e de capacidade de negociação; constitui-se em espaço de conflitos
diversificados (MIOTO, apud TEIXEIRA).
o A família, como toda instituição social, apresenta aspectos positivos e
negativos e está longe de uma visão idealizada de família, sem conflitos,
sem relações de dominação, de poder e de força, pelo contrário,
destacam-se suas contradições como fonte de relações de violência,
negligência, abandono de conflito de gerações e de relações
desrespeitosas.
o A família não é uma instituição natural, mas social e histórica, ou seja,
é um espaço complexo, que se constrói e reconstrói histórica e
cotidianamente. Além de sua capacidade de produção de
subjetividades, ela também é uma unidade de cuidado e de
redistribuição interna de recursos. Tem um papel importante na
estruturação da sociedade em seus aspectos sociais, políticos e

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econômicos e, portanto, não é apenas uma construção privada, mas


também pública (MIOTO, 2008)3.
o O conceito mais adequado é aquele que contempla toda a diversidade
de relações presentes na sociedade, pois a família não é uma totalidade
homogênea, é uma instituição complexa produzida na diversidade das
relações e construída dentro da multiplicidade de contextos, num
processo dialético (SARTI, 2003) 4.
o É preciso pôr fim no processo que considera as famílias culpadas pela
sua situação de vulnerabilidade vivenciada - processo de
responsabilização das famílias pelas consequências das desigualdades
sociais. É preciso acabar com a ideia de família desestruturada, falida,
desarranjada;
o A configuração das famílias das classes populares é em "rede de
solidariedade", extrapolando o núcleo restrito de pais e filhos e envolve
parentes e vizinhos, em relações de reciprocidade e apoio mútuo (SARTI,
2003).

(AMEOSC - 2019) Famílias Monoparentais são aquelas:


A. Formadas apenas pelo casal sem filhos.
B. Chefiadas só pelo pai ou só pela mãe.
C. Formadas por pessoas do mesmo sexo.
D. Formadas por pai, mãe e filhos biológicos.
Comentário:
A questão aborda um dos diversos conceitos de família, que classifica as famílias
monoparentais como aquelas que são formadas somente por um dos pais e seus filhos.
Ou seja, terá somente a presença de um genitor que será responsável pelo sustento,
educação e criação dos filhos.
Gabarito: letra B

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(Exatus - 2010) A NOB/SUAS - Norma Operacional Básica do Sistema Único de


Assistência Social entende como conceito de família, aquela que:
A. é formada por lanços sanguíneos e que são organizadas em torno das relações de
geração.
B. é vinculada por laços consanguíneos, de aliança ou afinidade, formando um núcleo
afetivo onde os vínculos circunscrevem obrigações recíprocas e mútuas, organizadas em
torno de relações de geração e de gênero.
C. é uma unidade econômica, referência de cálculo de rendimento per capita
D. é formada por todos os membros – pai, mãe e filhos – e possuam estrutura familiar
para a vivência em harmonia.
Comentário:
Conforme disposto na NOB/SUAS (2005, pag. 17):
A defesa do direito à convivência familiar na proteção de assistência social supera o
conceito de família como unidade econômica, mera referência de cálculo de rendimento
per capita e a entende como núcleo afetivo, vinculada por laços consanguíneos, de
aliança ou afinidade, onde os vínculos circunscrevem obrigações recíprocas e mútuas,
organizadas em torno de relações de geração e de gênero.
Gabarito: letra B.

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DIREITO DE FAMÍLIA: PERSPECTIVAS JURÍDICAS


O ordenamento jurídico brasileiro tem sofrido modificações ao longo dos anos no que
se refere ao conceito de família e às normas que regem o ordenamento familiar.

O Código Civil de 1916 reconhecia como legítima somente a família constituída a partir
do vínculo do casamento, caracterizada como patriarcal, hierarquizada,
patrimonializada e heterossexual. Nesse período, a dissolução do casamento era
juridicamente impossibilitada, a união sem formalidades e os filhos tido fora do
casamento eram muito discriminados. A mulher era considerada relativamente incapaz,
devia obediência ao marido, não podia trabalhar e nem administrar seus bens.

Somente em 1962, com o Estatuto da Mulher Casada, a mulher passou a ter o direito de
ser proprietária de bens adquiridos através de seu trabalho.

Com os novos arranjos familiares surgindo, como as separações sem possibilidade legal
de dissolução, houve uma necessidade de atualização da legislação, o que veio a ocorrer
em 1977, com o divórcio sendo aceito no ordenamento jurídico (Emenda nº 09/77 e
Lei nº 6.515/77).

Com a promulgação da Constituição Federal de 1988, a igualdade de direitos entre


homens e mulheres é instaurada e o conceito de família é ampliado. Também é
reconhecida e legitimada a união estável entre homem e mulher, além de reconhecer a
igualdade dos filhos havidos ou não no casamento, garantindo-lhes os mesmos direitos.

Art. 226. A família, base da sociedade, tem especial proteção do


Estado.

§ 3º Para efeito da proteção do Estado, é reconhecida a união estável


entre o homem e a mulher como entidade familiar, devendo a lei
facilitar sua conversão em casamento.

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Art. 227. (...)

§ 6º Os filhos, havidos ou não da relação do casamento, ou por adoção,


terão os mesmos direitos e qualificações, proibidas quaisquer
designações discriminatórias relativas à filiação.

A Constituição Federal de 88 também traz o princípio de proteção integral da criança e


do adolescente, estabelecendo como dever da família, da sociedade e do Estado
assegurar-lhes, com absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à alimentação, à
educação, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade
e à convivência familiar e comunitária, além de colocá-los a salvo de toda forma de
negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão.
Em 1990, com o advento do Estatuto da Criança e do Adolescente, foram estabelecidos
os meios necessários para que houvesse a efetivação e garantia dos direitos das crianças
==26f202==

e dos adolescentes.
Em 2002, o Código Civil é atualizado (Lei nº 10.406/2002), trazendo algumas
modificações no direito de família, principalmente excluindo algumas referências
desiguais entre homens e mulheres e entre filhos, que ainda vigoravam desde o Código
de 1916.
De acordo com Dresch (2016) 1,

Em termo do Código Civil de 2002, o direito de família foi reforçado a


partir dos princípios da dignidade da pessoa humana, da igualdade
jurídica entre os cônjuges, da igualdade jurídica de todos os filhos.
Além do pluralismo familiar, da liberdade de construir uma comunhão
de vida familiar, da consagração do poder familiar, do superior
interesse da criança e do adolescente, da afetividade e da
solidariedade familiar.

Apesar dos avanços, alguns aspectos não foram regulamentados no "Novo Código Civil",
como o casamento entre pessoas do mesmo sexo (casamento homoafetivo), ainda hoje

1
DRESCH, Marcia. A instituição familiar na legislação brasileira: conceitos e evolução
histórica - Jus.com.br | Jus Navigandi.

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pendente por regulamentação, embora seja assegurado por decisão do Supremo


Tribunal Federal.

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TRABALHO SOCIAL COM FAMÍLIAS: ESTRATÉGIAS


DE ATENDIMENTO E ACOMPANHAMENTO

Aspectos históricos do trabalho social com famílias

No Brasil, o trabalho social com famílias tem sua origem na década de 20, quando
nasce a questão social e começa se delinear as práticas de intervenção na família.
Segundo Neder (1994) 1, a Igreja Católica desenvolveu as primeiras estratégias voltadas
às famílias no Brasil, com base nas experiências práticas das Santas Casas de
Misericórdia, calcado na ideia da família-padrão, higienizada e patriarcal. As práticas
tinham um cunho disciplinador e moralizante, com o intuito de frear condutas
antissociais e indisciplinadas.

Mais precisamente na década de 30 que se observam as primeiras iniciativas do


Estado na elaboração de políticas e um movimento dos setores burgueses (com apoio
da igreja) na organização da assistência às famílias, amplamente ancorado na moral
religiosa e defesa da família nuclear como um modelo a ser buscado. A partir daí, a
família passa a ser uma instância privilegiada de atuação.

A prática profissional, sob a orientação positivista/funcionalista, enfatizava as


técnicas de intervenção com base na burocratização das atividades, na psicologização
das relações sociais; a dimensão educativa da prática profissional foi desenvolvida
através das funções terapêuticas, preventivas e promocionais que objetivavam o
controle do trabalhador (MIOTO, 2010; BRAVO, 1996) 2.

Nas décadas de 1940, 1950 e 1960, o trabalho social com famílias cresceu e
continuou marcado pela tecnificação, porém numa relação oscilante com a filantropia,
na direção de uma normalização e disciplinamento que ia ao encontro dos interesses
do capital e que preservasse os princípios religiosos. Trabalhava-se o conceito de família
ideal moderna, formada pelos pais casados e filhos, com papéis e funções definidas.

Na década de 70, o foco do trabalho social com famílias se deu na área de saúde
mental, período em que a terapia familiar sistêmica ganhou força e ficou conhecido
como um período em que houve psicologização da questão social, conforme destaca
Iamamoto (1999)3.

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Vale lembrar que até a década de 80, a proteção social


às famílias estava atrelada à formalização das relações
trabalho, ou seja, só eram atendidas as famílias que
tinham um emprego formal (Carteira de Trabalho -
CTPS), era a chamada cidadania regulada. Os que não
tinham CTPS, dependiam da caridade/filantropia.

No Brasil, a família sempre ocupou um papel central na provisão de bem-estar.


A partir da Constituição Federal de 1988, o Estado passa a ter o dever de promover a
proteção social, através da garantia de direitos a todos os cidadãos, independente de
vínculo de trabalho.

A centralidade da família na política social: matricialidade


sociofamiliar

O reconhecimento da importância da família a coloca como instituição central


na Política Nacional de Assistência Social (PNAS).

Ao apontar a diretriz “matricialidade sociofamiliar” da política de assistência


social, afirma a “centralidade na família para concepção e implementação dos
benefícios, serviços, programas e projetos”. Tal diretriz expressa que a organização da
política de assistência social tem como pressuposto a família como um “sujeito de
direitos”.

Importante ressaltar que a centralidade da família, na política de assistência


social, também se deve ao reconhecimento da importância dessa instituição na
proteção social dos indivíduos. A PNAS (2004) afirma que a família é o “espaço
privilegiado e insubstituível de proteção e socialização primárias”. Em decorrência dessa
centralidade na família, dentre os principais objetivos da política de assistência social
estão: a proteção à família, proteção aos seus direitos e a promoção do fortalecimento
da convivência familiar e comunitária.

Teixeira (2010) 4 ressalta que a PNAS (2004) e SUAS (2005) ao adotarem o


princípio da matricialidade sociofamiliar não conseguem superar a tendência familista
da política social brasileira, em especial da assistência social, pois, se por um lado o
termo significa que a família é a matriz para concepção e implementação dos
benefícios, programas e projetos, que em hipótese pode romper a fragmentação do
atendimento, por outro, toma a família como instância primeira ou núcleo básico da
proteção social aos seus membros, devendo ser apoiada para exercer em seu próprio

4
Ibidem p. 3

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domínio interno as funções de proteção social, portanto, continua-se a responsabilizar


a família, em especial às mulheres, pelos cuidados e outras tarefas de reprodução
social.

O “familismo” ou tendência familista da política social é uma perspectiva de


maior responsabilização da família pelo bem-estar de seus membros,
incentivado pelas políticas públicas, seja pelo seu subdesenvolvimento em
serviços de apoio à família, por benefícios poucos generosos ou pelo princípio da
subsidiaridade do Estado, recaindo sobre a família a responsabilidade pelos
serviços de proteção social (TEIXEIRA, 2010).

E você sabe quais são as 2


propostas de incorporação da
família nas políticas sociais?

Ao trazer a análise sobre "Família, trabalho com famílias e Serviço Social" 5, Mioto
aponta duas grandes tendências em disputa sobre a incorporação da família nas
políticas sociais. São elas:
✓ proposta familista: a política pública só acontece quando há uma falência
da família em prover as condições de sobrevivência. Ex: regras de acesso
ao BPC.
✓ proposta protetiva: a proteção social se efetiva através da garantia de
direitos sociais universais, pois somente assim é possível consolidar a
cidadania e caminhar para a equidade e justiça social. Entende que a
responsabilidade da proteção social não está restrita às famílias e que a
solução extrapola as suas possibilidades individuais.

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Ações profissionais no trabalho com famílias

Mioto compreende que a ação profissional deve ser pautada no compromisso


ético com a transformação social e pensada sob uma "perspectiva da integralidade das
ações articuladas em diferentes níveis".
Esses níveis seriam: proposição, articulação e avaliação de políticas sociais,
organização e a articulação de serviços e atendimento a situações singulares".

NÍVEIS DE AÇÕES

Proposição, articulação e estabelecer mecanismos de sistematização e


avaliação de políticas sociais estudo de informações sobre as famílias em 2
aspectos: necessidades das famílias e elementos
que possam subsidiar a avaliação dos impactos
==26f202==

que as políticas públicas têm no cotidiano da vida


das famílias.

Organização e a articulação de abrangem aspectos que vão desde os horários de


serviços funcionamento dos serviços até os níveis de
exigências direcionados às famílias. É
fundamental para atender as necessidades das
famílias e garantir eficazmente uma estrutura de
cuidado e proteção.

Atendimento a situações refere-se ao trabalho desenvolvido diretamente


singulares com as famílias e tem como principal objetivo
identificar as fontes de dificuldades familiares, as
suas possibilidades de mudanças e os recursos
necessários para que as famílias consigam
articular respostas compatíveis com uma melhor
qualidade de vida.

Segundo a autora, essa articulação em diferentes níveis requer o encaminhamento


de diferentes ações profissionais que se estruturam em três grandes processos:

• processos político-organizativos;

• processos de gestão e planejamento;

• processos socioassistenciais.

Vejamos cada um deles:


Os processos político-organizativos: ações (de caráter coletivo) que privilegiem e
incrementem a discussão da relação família e proteção social na esfera pública,
visando o rompimento com a ideologia vigente da família como responsável da
proteção social, buscando a garantia e ampliação dos direitos sociais. Ações que

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considerem não só as necessidades imediatas, mas prospectam, a médio e a longo


prazos, a construção de novos padrões de sociabilidade entre os sujeitos. Ex: assessoria
e mobilização junto às famílias, aos conselhos de direitos e aos movimentos sociais
organizados.

Os processos socioassistenciais: ações profissionais desenvolvidas diretamente


com as famílias, no sentido de atendê-las enquanto sujeitos e não como objetos
terapêuticos. Assim, busca-se responder às suas demandas/necessidades numa
perspectiva de construção da autonomia. Autonomia que lhes permitam um
engajamento ativo no contexto da participação política.

Os processos de planejamento e gestão: ações profissionais desenvolvidas com


enfoque no planejamento institucional como instrumento de gestão e gerência de
políticas e serviços. Buscam o deslocamento do foco do atendimento dos objetivos
institucionais para o atendimento das necessidades das famílias, no sentido de construir
práticas efetivas de intersetorialidade, ou de gerir as relações interinstitucionais na
busca de aliviar a carga de trabalho impingida pelos serviços às famílias. Ou seja, para
reverter o processo de responsabilização da família pelo cuidado, prática tão
naturalizada no âmbito de equipes multidisciplinares.

(FGV – 2018) No trabalho com famílias, os processos de planejamento e gestão


vinculam
A. ações profissionais desenvolvidas diretamente com as famílias e sua lógica reside em
atendê-las como sujeitos.
B. metodologias que privilegiem e incrementem a discussão da relação família e
proteção social na esfera pública.
C. ações que possuam caráter coletivo de assessoria e mobilização junto às famílias e
aos movimentos sociais organizados.
D. práticas efetivas de intersetorialidade para reverter o processo de responsabilização
da família pelo cuidado.
E. políticas que rompam com a ideologia da família como responsável da proteção social,
buscando a ampliação dos direitos sociais.
Comentário:
Percebam que a questão exige que o candidato saiba diferenciar os processos de
articulação e suas principais características citadas por Mioto. Queremos a alternativa
que se refere ao processo de planejamento e gestão.
Então vamos analisar as alternativas:

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A. ações profissionais desenvolvidas diretamente com as famílias e sua lógica reside em


atendê-las como sujeitos. Errado. Refere-se aos processos socioassistenciais.
B. metodologias que privilegiem e incrementem a discussão da relação família e
proteção social na esfera pública. Errado. Refere-se aos processos pollíticos-
organizativos.
C. ações que possuam caráter coletivo de assessoria e mobilização junto às famílias e
aos movimentos sociais organizados. Errado. Refere-se aos processos pollíticos-
organizativos.
D. práticas efetivas de intersetorialidade para reverter o processo de responsabilização
da família pelo cuidado. Correto. Trata-se de características aplicadas ao processo de
planejamento de gestão.
E. políticas que rompam com a ideologia da família como responsável da proteção social,
buscando a ampliação dos direitos sociais. Errado. Refere-se aos processos políticos-
organizativos.
Cuidado! Percebam que as duas últimas alternativas podem gerar confusão, pois são
muito parecidas! Então vamos fazer um esquema para lembrar:
cuidado → é planejamento e gestão;
romper ideologia → é político-organizativo.

Gabarito: letra D

(NUCEPE - 2017) No trabalho social com a família, a literatura pertinente aponta que
há duas tendências na incorporação da Família no campo da Política Social enquanto
seu sujeito destinatário, a saber:
A. A Familiar e a Protetiva.
B. A Familista e a Protetora.
C. A Protetiva e a Familial.
D. A Familista e a Protetiva.
E. A Familista e a Prodigalista.

Comentário:
Como estudamos a pouco, Mioto aponta duas grandes tendências em disputa sobre a
incorporação da família nas políticas sociais. São elas:
→ proposta familista: a política pública só acontece quando há uma falência da família
em prover as condições de sobrevivência. Ex: regras de acesso ao BPC.
→ proposta protetiva: a proteção social se efetiva através da garantia de direitos sociais
universais, pois somente assim é possível consolidar a cidadania e caminhar para a
equidade e justiça social. Entende que a responsabilidade da proteção social não está
restrita às famílias e que a solução extrapola as suas possibilidades individuais.

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Aula 03

Gabarito: letra D

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Aula 03

TRABALHO SOCIAL COM FAMÍLIAS NA POLÍTICA


DE ASSISTÊNCIA SOCIAL

O trabalho social com famílias no PAIF

O trabalho social com famílias, previsto na legislação da assistência social, como


PNAS, SUAS, se realiza, em especial, no principal programa desenvolvido nos Centros de
Referência de Assistência Social (CRAS): o Programas de Atenção Integral à Família
(PAIF).

Conforme as Orientações Técnicas sobre o PAIF (MDS, 2012), a definição de


trabalho social com famílias, no âmbito do PAIF, se caracteriza como:

Conjunto de procedimentos efetuados a partir de pressupostos


éticos, conhecimento teórico-metodológico e técnico-operativo, com
a finalidade de contribuir para a convivência, reconhecimento de
direitos e possibilidades de intervenção na vida social de um
conjunto de pessoas, unidas por laços consanguíneos, afetivos e/ou
de solidariedade – que se constitui em um espaço privilegiado e
insubstituível de proteção e socialização primárias, com o objetivo de
proteger seus direitos, apoiá-las no desempenho da sua função de
proteção e socialização de seus membros, bem como assegurar o
convívio familiar e comunitário, a partir do reconhecimento do papel
do Estado na proteção às famílias e aos seus membros mais
vulneráveis. Tal objetivo materializa-se a partir do desenvolvimento
de ações de caráter “preventivo, protetivo e proativo”,
reconhecendo as famílias e seus membros como sujeitos de direitos e
tendo por foco as potencialidades e vulnerabilidades presentes no seu
território de vivência. (p. 12)

Assim, o trabalho social com famílias, compreendido como ato sistemático,


metódico e reflexivo, é uma prática profissional apoiada em saber científico, que, para
ser efetiva, deve levar em consideração os seguintes aspectos:

a) consciência crítica e espírito pesquisador por parte dos profissionais do CRAS;

b) conhecimento do território – suas potencialidades, recursos,


vulnerabilidades, relações estabelecidas, de modo a realizar uma ação preventiva e
proativa;

c) adoção de abordagens e procedimentos metodológicos apropriados para o


cumprimento dos objetivos do Serviço;

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Aula 03

d) estudo e análise permanente dos conceitos fundamentais, tais como: família


e território, nas abordagens sociológica, antropológica, econômica, psicológica, entre
outras;

e) planejamento e análise das ações a serem adotadas no desenvolvimento do


trabalho social com famílias;

f) promoção da participação dos usuários no planejamento e avaliação das


ações do Serviço;

g) desenvolvimento de uma prática interdisciplinar entre os profissionais que


compõem a equipe de referência do CRAS: assistentes sociais e psicólogos;

h) conhecimento sobre os ciclos de vida, questões étnicas, raciais, de


orientação sexual, assim como outras questões específicas identificadas no território.

Segundo as Orientações Técnicas (2012), o trabalho social com famílias deve ter
por pressuposto basilar a responsabilidade estatal na proteção às famílias e assumir
como embasamento de sua prática o conhecimento científico, que requer profissionais
qualificados, aptos a compreender a realidade dada e construir conhecimento, com os
quais questionam as estruturas sociais injustas, elaborando estratégias para modificá-
las (p. 13).

O que deve ser


evitado no trabalho com
famílias?

Deve-se fugir das práticas do senso comum, que sem nenhum tipo de
contestação ou indagação, tornam-se crenças imutáveis, que reproduzem ideias
carregadas de preconceitos, culpabilizam as famílias por sua situação social e mantêm
o status quo, impossibilitando movimentos de transformação da realidade (p. 13).

Ações que compõem o trabalho social com famílias do PAIF

As ações do Serviço de Proteção e Atendimento Integral à Família – PAIF se dão


de forma individual ou coletiva e realizadas por equipe técnica especializada. São elas:

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Aula 03

Ações do PAIF
Individuais Coletivas
Acolhida Acolhida
Ações Particularizadas Oficinas com Famílias
Encaminhamentos Ações Comunitárias

Vejamos o significado de cada ação:

AÇÕES SIGNIFICADO
É o momento inicial de contato com as famílias ou indivíduos, em que
se dá uma escuta sem julgamento ou preconceitos, para
compreender os vários significados das demandas, vulnerabilidades
e necessidades. É a ocasião para fornecimento de informações sobre
Acolhida
as ações do CRAS, sobre a rede socioassistencial e demais políticas
setoriais, por isso a acolhida pode ser individual ou em grupo. É uma
atividade realizada exclusivamente por profissional de nível superior
da equipe de referência e pode acontecer no CRAS ou em domicílio.
São encontros planejados e organizados, voltados para a
concretização de objetivos de curto prazo, que devem ser
conduzidos por técnicos de nível superior do CRAS. As oficinas
Oficinas com Famílias
podem levar a uma reflexão sobre determinados temas que sejam
de interesse das famílias, podendo serem propostos por elas
próprias. Pela sua potencialidade, é uma das ações mais importantes
do PAIF.
São ações voltadas para alcance de objetivos no território, de uma
forma geral, e possibilita alcançar um número maior de pessoas do
que nas oficinas. Favorecem a comunicação, a mobilização social e o
Ações Comunitárias protagonismo, além de fortalecer os vínculos na comunidade e a
participação cidadã. É um instrumento de destaque na prevenção de
situações de vulnerabilidade. Exemplos de ações comunitárias:
palestras, campanhas e eventos comunitários.
São os atendimentos que a equipe técnica realiza de forma
individualizada, para a família ou algum membro desta. Essa ação
é de indicação do (a) técnico (a) que fez a acolhida ou a pedido da
família, devido a alguma situação que requeira sigilo; pode
acontecer no CRAS ou em domicílio e deverá ocorrer em casos
Ações
extraordinários como nos casos: de suspeita de situações de
Particularizadas
violação de direitos, e demais situações que pressupõem sigilo de
informações e que podem gerar encaminhamento para a Proteção
Social Especial ou para o Sistema de Garantia de Direitos. Não
preveem encontros periódicos, ao contrário do acompanhamento
particularizado.

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Aula 03

São procedimentos para orientar e conduzir famílias e indivíduos a


outros serviços do SUAS ou de outras políticas públicas. Os
encaminhamentos promovem o acesso aos direitos de cidadania,
quando feitos de forma efetiva. Essa ação requer normatizações e
Encaminhamentos
fluxos de atendimento, além de contatos permanentes com os
outros serviços socioassistenciais e os outros setores, a fim de
retorno sobre o atendimento.

Atendimento e Acompanhamento Familiar no PAIF

Conforme as Orientações Técnicas sobre o PAIF (MDS, 2012), o desenvolvimento


do trabalho social com famílias do PAIF pode ocorrer por meio de dois processos
distintos: Atendimento e Acompanhamento Familiar.

• Atendimento: Ação imediata de prestação ou oferta de atenção, com


vistas a uma resposta qualificada de uma demanda da família ou do
território. Significa a inserção da família em alguma das ações do PAIF:
acolhida, ação particularizada, ação comunitária, oficina com famílias e
encaminhamento.

• Acompanhamento Familiar: Conjunto de intervenções desenvolvidas


com uma ou mais famílias, de forma continuada, com objetivos
estabelecidos, que pressupõe:
• Plano de Acompanhamento Familiar;
• Mediações Periódicas;
• Inserção em ações do PAIF;
• Alcance gradativo de aquisições e superação gradativa das
vulnerabilidades vivenciadas;

Assim, as famílias que são atendidas são: acolhidas, participam de ações


particularizadas, oficinas com famílias, ações comunitárias ou são encaminhadas para a
rede socioassistencial ou para serviços de outras políticas setoriais, com o propósito de
atender determinada demanda.
Por exemplo: a família que foi acolhida, foi atendida, um indivíduo em busca de
serviços setoriais, ao ser encaminhado, foi atendido, o membro familiar que participou
de uma oficina com famílias foi atendido.
Já as famílias acompanhadas são: aquelas que, devido ao agravamento das
vulnerabilidades sociais vivenciadas, necessitam de uma atenção diferenciada e são
inseridas em um conjunto de intervenções desenvolvidas de forma continuada, a partir
do estabelecimento de compromissos entre famílias e profissionais, com a construção
de um Plano de Acompanhamento Familiar – que estabelece objetivos a serem
alcançados, a realização de mediações periódicas, a inserção em ações do PAIF com

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intuito de superar, de modo efetivo, as situações de vulnerabilidades sociais, prevenindo


seu aprofundamento e transformação em situação de risco e/ou violação de direitos.

Exemplo de famílias que devem ser priorizadas no acompanhamento do PAIF:

• Famílias contrarreferenciadas ao CRAS, pelo Centro de Referência


Especializado de Assistência Social (CREAS), após trabalho realizado pelo PAEFI (Serviço
de Proteção e Atendimento Especializado a Famílias e Indivíduos, da Proteção Social
Especial);

• Famílias com beneficiários do Benefício de Prestação Continuada (BPC) de até


18 anos, fora da escola, devido às seguintes barreiras: ausência de acompanhante para
levar o beneficiário até a escola; ausência de iniciativa da família para estimular o acesso
à escola; ausência de iniciativa da família para estimular o convívio sociofamiliar;
ausência de cuidadores familiares; dificuldade dos beneficiários em acessar a rede de
serviços; e dificuldade da família em acessar a rede de serviços41;

• Famílias cujo descumprimento de condicionalidades do Programa Bolsa


Família (PBF) decorre de situações de vulnerabilidade social;
• Famílias do Plano Brasil sem Miséria; e

• Demais famílias que, segundo avaliação dos profissionais, requerem processo


de acompanhamento familiar para desenvolvimento de capacidades, acesso a direitos,
proteção de um ou mais de seus membros, bem como superação das situações de
vulnerabilidade vivenciadas, conforme realidade local.

Importante ressaltar que esse grupo de famílias, aqui exemplificado,


também passa pelo atendimento inicial e caso o profissional técnico
identifique a necessidade, passará pelo processo de acompanhamento, com
intervenções de forma continuada.

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O acompanhamento familiar deve considerar

• a capacidade protetiva,
Família potencialidades e vulnerabilidades;

• especificidades, a existência de redes


Território de apoio e a presença de serviços
setoriais;

A PNAS (2004) considera o território fator determinante para a compreensão


das situações de vulnerabilidade e riscos sociais, enfrentados por indivíduos, famílias,
grupos e comunidade. Isto é, reconhece que não há como compreender os fenômenos
societários, em especial aqueles ligados aos fatores sociais, culturais e econômicos, fora
do seu contexto territorial.

Desse modo, o profissional responsável pelo acompanhamento familiar deve


fazer uma leitura do território de vivência da família a ser acompanhada (inclusive a
partir dos dados da vigilância social do município), buscando compreender quais as
características, riscos, vulnerabilidades e potencialidades presentes no território
impactam (ou podem impactar) na vida familiar (MDS, 2012, p. 78).

Abordagem Metodológica do Acompanhamento Familiar no PAIF

Entende-se por abordagem metodológica o conjunto de fundamentos e


pressupostos que embasa a ação profissional com base no conhecimento científico .
Os fundamentos para a abordagem e os procedimentos metodológicos imprimem
características ao processo de atendimento e acompanhamento familiar.
Isso significa que o coordenador do CRAS e as equipes técnicas devem fazer uma
leitura crítica das vulnerabilidades e potencialidades das famílias e do território, de
modo a adotar a abordagem e procedimentos metodológicos que sejam mais efetivos
para o alcance dos objetivos do PAIF, para aquele contexto socioterritorial.

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Aula 03

A adoção de quaisquer abordagens metodológicas exige: tratamento


interdisciplinar, pesquisa e um constante repensar dos profissionais sobre sua
prática.

São propostas de abordagens metodológicas para o trabalho social com famílias


no PAIF:

a) Pedagogia Problematizadora, de Paulo Freire;


b) Pesquisa-Ação.

A escolha de tais abordagens deve-se à sua adaptação ao desenvolvimento do


trabalho social, bem como por conter elementos que coadunam com os objetivos do
PAIF.

• Pedagogia Problematizadora: método que parte do pressuposto que vê


o ser humano como um caminho aberto de possibilidades, estimulando-
o ao alcance do “ser mais”. Estabelece uma relação horizontal/dialógica
entre profissionais e usuários do Serviço, baseada no respeito, na
problematização e na igualdade de saber entre técnicos e usuários do
PAIF. Adota ferramenta dialógica, baseada no diálogo - na fala, mas,
sobretudo, na escuta. Adota a investigação temática que envolve a
investigação do próprio pensar das famílias, por meio da observação
compreensiva. Centra o trabalho social com famílias em experiências
estimuladoras da decisão, desde que sejam experiências respeitosas de
liberdade. Estimula a compreensão das famílias e seus membros sobre
sua presença no mundo, auxiliando-as a problematizá-la. Exige dos
técnicos um constante movimento de reflexão e crítica sobre a forma e o
conteúdo do trabalho.
• Pesquisa-ação: A Pesquisa-ação, consiste em um método de coleta de
informações e de geração de conhecimento que pressupõe o
desenvolvimento de uma ação, com a finalidade de intervenção e
modificação do que está sendo pesquisado. Nessa direção, pode ser
entendida também como uma metodologia de intervenção social com
vista à mudança social. Ela é eficaz se o foco almejado é a transformação
social, pois é uma abordagem metodológica que permite compreender a
complexidade da realidade social, por meio do saber empírico e da
participação.

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Diretrizes teórico-metodológicas do trabalho social com famílias no PAIF

De acordo com as Orientações Técnicas sobre o PAIF (MDS, 2012), constituem


diretrizes teórico-metodológicas do trabalho social com famílias no âmbito do PAIF:

a. Fortalecer a assistência social como direito social de cidadania;


b. Respeitar a heterogeneidade dos arranjos familiares e sua diversidade
cultural;
c. Rejeitar concepções preconceituosas, que reforçam desigualdades no
âmbito familiar;
d. Respeitar e preservar a confidencialidade das informações repassadas
pelas famílias no decorrer do trabalho social;
e. Utilizar e potencializar os recursos disponíveis das famílias no
desenvolvimento do trabalho social;
==26f202==

f. Utilizar ferramentas que contribuam para a inserção efetiva de todos os


membros da família no acompanhamento familiar.

(VUNESP - 2021) Conforme as Orientações Técnicas sobre o Serviço de Proteção e


Atendimento Integral à Família – PAIF: Trabalho Social com Famílias, no contexto do
PAIF, o trabalho social com famílias deve ter por pressuposto basilar a
responsabilidade estatal na proteção às famílias e assumir como embasamento de sua
prática o conhecimento científico, que requer profissionais qualificados, aptos a
compreender a realidade dada e construir conhecimento, com os quais questionam as
estruturas sociais injustas, elaborando estratégias para modificá-las. Constitui-se
como ação do PAIF:
A. entrevista.
B. acolhida.
C. triagem.
D. laudo.
E. cadastro.
Comentário:
As principais ações do PAIF no trabalho social com famílias, que podem ser de
intervenção individual e/ou coletivo, são: acolhida, oficinas com famílias, ações
comunitárias, ações particularizadas e os encaminhamentos necessários.
Gabarito: letra B.

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Aula 03

O trabalho social com famílias no PAEFI

A Proteção Social Especial (PSE) se caracteriza por um conjunto de serviços,


programas e projetos que têm por objetivo a reconstrução de vínculos familiares e
comunitários, a defesa de direitos, o fortalecimento das potencialidades e a proteção
de famílias e indivíduos para o enfrentamento das situações de violação de direitos.
À nível de média complexidade na PSE, é ofertado nos Centros de Referência
Especializado de Assistência Social (CREAS) o Serviço de Proteção e Atendimento
Especializado a Famílias e Indivíduos, mais conhecido como PAEFI.

De acordo com a Tipificação Nacional de Serviços Socioassistenciais, o PAEFI é


um serviço de apoio, orientação e acompanhamento a famílias, com um ou mais de
seus membros, em situação de ameaça ou violação de direitos, que podem ser
decorrentes das mais variadas situações como:

• Violência física, psicológica e negligência;


• Violência sexual (abuso e/ou exploração sexual);
• Afastamento do convívio familiar devido à aplicação de medida socioeducativa
ou medida de proteção;
• Tráfico de pessoas;
• Situação de rua;
• Abandono;
• Trabalho infantil;
• Discriminação em decorrência da orientação sexual, raça e etnia;
• Outras formas de violação de direitos decorrentes de discriminações/submissões
a situações que provocam danos e agravos à sua condição de vida e os impedem
de usufruir autonomia e bem-estar.

O atendimento do PAEFI fundamenta-se no respeito à heterogeneidade,


potencialidades, valores, crenças e identidades das famílias. O serviço articula-se com
as atividades e atenções prestadas às famílias nos demais serviços socioassistenciais,
nas diversas políticas públicas e com os demais órgãos do Sistema de Garantia de
Direitos. Deve garantir atendimento imediato e providências necessárias para a inclusão
da família e seus membros em serviços socioassistenciais e/ou em programas de
transferência de renda, de forma a qualificar a intervenção e restaurar o direito.

OBJETIVOS do PAEFI:

• Contribuir para o fortalecimento da família no desempenho de sua função


protetiva;
• Processar a inclusão das famílias no sistema de proteção social e nos serviços
públicos, conforme necessidades;

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Aula 03

• Contribuir para restaurar e preservar a integridade e as condições de autonomia


dos usuários;
• Contribuir para romper com padrões violadores de direitos no interior da família;
• Contribuir para a reparação de danos e da incidência de violação de direitos;
• Prevenir a reincidência de violações de direitos.

O trabalho social com famílias no PAEFI deve partir da compreensão


contextualizada das situações de vulnerabilidade e risco pessoal e/ou social vivenciadas
pelas famílias, de suas demandas e potencialidades. O trabalho deve ser conduzido por
profissionais capacitados, evitando práticas baseadas no senso comum, que
reproduzem ideias carregadas de preconceito e que acabam culpabilizando os
indivíduos e suas famílias por sua situação social.

Por se tratar de situações que envolvem violações das mais diversas ordens, o
atendimento e acompanhamento deve se dar de forma interdisciplinar, com
profissionais agregando saberes diferenciados e complementares, que tenham
habilidade e capacidade técnica para realizar intervenções mais complexas e que exigem
conhecimento e aprofundamento sobre a multidimensionalidade das situações de risco
e violação de direitos. O atendimento deve acontecer sempre com privacidade,
confidencialidade e sigilo.
As atividades essenciais do PAEFI são:

• Entrevistas de acolhida e avaliação inicial;

• Atendimento psicossocial (individual, familiar e em grupo);

• Construção do Plano de Atendimento;

• Orientação jurídico-social;

• Elaboração de relatórios técnicos sobre o acompanhamento realizado;

• Ações de mobilização e enfrentamento;

• Acompanhamento dos encaminhamentos;

• Visita domiciliar, quando necessário;

• Articulação com a rede.

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(IBFC - 2019) Conforme descrito na Tipificação Nacional dos Serviços


Socioassistenciais, o Serviço de Proteção e Atendimento Especializado a Famílias e
Indivíduos (PAEFI) deve prestar apoio, orientação e acompanhamento a famílias com
um ou mais de seus membros em situação de ameaça ou violação de direitos. Desse
modo, assinale a alternativa incorreta.
A. Dentre seus objetivos, o atendimento no PAEFI deve contribuir para o fortalecimento
da família no desempenho de sua função protetiva e para a reparação de danos, além
de prevenir a reincidência de violações de direitos
B. As famílias atendidas pelo PAEFI são àquelas cujos vínculos familiares não foram
rompidos completamente
C. O PAEFI deve funcionar no Centro de Referência Especializado de Assistência Social
(CREAS), sendo de abrangência municipal e/ou regional
D. Dentre o trabalho social essencial ao serviço, o PAEFI deve contar com o estudo social
e, ao contrário do PAIF, não há necessidade de construção de plano individual e/ou
familiar de atendimento
Comentário:
A questão pede a alternativa incorreta. De acordo com as informações contidas na
Tipificação Nacional dos Serviços Socioassistenciais, os usuários atendidos pelo PAEFI
são Famílias e indivíduos que vivenciam violações de direitos e tem por objetivos:
-Contribuir para o fortalecimento da família no desempenho de sua função protetiva;
- Processar a inclusão das famílias no sistema de proteção social e nos serviços públicos,
conforme necessidades;
- Contribuir para restaurar e preservar a integridade e as condições de autonomia dos
usuários;
- Contribuir para romper com padrões violadores de direitos no interior da família;
- Contribuir para a reparação de danos e da incidência de violação de direitos;
- Prevenir a reincidência de violações de direitos.
A unidade de atendimento do PAEFI é o CREAS (abrangência municipal e/ou regional),
onde se desenvolve um trabalho social de: Acolhida; escuta; estudo social; diagnóstico
socioeconômico; monitoramento e avaliação do serviço; orientação e
encaminhamentos para a rede de serviços locais; construção de plano individual e/ou
familiar de atendimento; orientação sociofamiliar; atendimento psicossocial;
orientação jurídico-social; referência e contrarreferência; informação, comunicação e
defesa de direitos; apoio à família na sua função protetiva; acesso à documentação

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Aula 03

pessoal; mobilização, identificação da família extensa ou ampliada; articulação da rede


de serviços socioassistenciais; articulação com os serviços de outras políticas públicas
setoriais; articulação interinstitucional com os demais órgãos do Sistema de Garantia de
Direitos; mobilização para o exercício da cidadania; trabalho interdisciplinar; elaboração
de relatórios e/ou prontuários; estímulo ao convívio familiar, grupal e social;
mobilização e fortalecimento do convívio e de redes sociais de apoio.
Com essas informações, observamos que a alternativa D é incorreta, pois entre os
trabalhos desenvolvidos pelo PAEFI está a construção de plano individual e/ou familiar
de atendimento.
Gabarito: letra D.

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RESUMO – SERVIÇO SOCIAL E FAMÍLIA


 FAMÍLIA:

 Aspectos históricos:

✓ década de 20: experiências práticas das Santas Casas de Misericórdia,


calcado na ideia da família-padrão, higienizada e patriarcal;
✓ década de 30: iniciativas do Estado, organização da assistência às
famílias, amplamente ancorado na moral religiosa e defesa da família
nuclear; funções terapêuticas, preventivas e promocionais que
objetivavam o controle do trabalhador;
✓ décadas de 1940, 1950 e 1960: tecnificação, normalização e
disciplinamento, trabalhava-se o conceito de família ideal moderna;
✓ década de 70: foco na área de saúde mental; terapia familiar sistêmica;
psicologização da questão social;
✓ A partir da CF: o Estado passa a ter o dever de promover a proteção
social.

 Concepções de família:

✓ Conforme a PNAS:

um conjunto de pessoas que se acham unidas por laços consanguíneos, afetivos


e/ou de solidariedade. Não existe família enquanto modelo idealizado, e sim
família resultante de uma pluralidade de arranjos e re-arranjos.

✓ Conforme a NOB/SUAS:

núcleo afetivo, vinculada por laços consanguíneos, de aliança ou afinidade, onde


os vínculos circunscrevem obrigações recíprocas e mútuas, organizadas em torno
de relações de geração e gênero.

Apesar de ter havido uma modernização conceitual de família, ainda se constata


um conservadorismo nas expectativas e nas práticas.

• A família é uma instituição contraditória e conflituosa, é heterogênea e não


necessariamente harmoniosa; expressa e reproduz relações assimétricas;
• A família, como toda instituição social, apresenta aspectos positivos e negativos e
está longe de uma visão idealizada de família;
• A família não é uma instituição natural, mas social e histórica;
• O conceito mais adequado é aquele que contempla toda a diversidade de relações
presentes na sociedade, pois a família não é uma totalidade homogênea;

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• É preciso pôr fim no processo que considera as famílias culpadas pela sua situação
de vulnerabilidade vivenciada (família desestruturada);
• A configuração das famílias das classes populares é em "rede de solidariedade".

 Princípio da matricialidade sociofamiliar: centralidade na família para concepção e


implementação dos benefícios, serviços, programas e projetos. Não conseguem superar
a tendência familista da política social.

 Programas de Atenção Integral à Família (PAIF): atendimento às famílias no CRAS.


Ações de caráter “preventivo, protetivo e proativo”. Ato sistemático, metódico e
reflexivo, é uma prática profissional apoiada em saber científico.

Ações do PAIF
Individuais ==26f202==
Coletivas
Acolhida Acolhida
Ações Particularizadas Oficinas com Famílias
Encaminhamentos Ações Comunitárias

 Atendimento: Ação imediata: acolhida, ação particularizada, ação comunitária,


oficina com famílias e encaminhamento.
 Acompanhamento Familiar: Conjunto de intervenções de forma continuada: Plano
de Acompanhamento Familiar; Mediações Periódicas; Inserção em ações do PAIF;
Alcance gradativo de aquisições e superação gradativa das vulnerabilidades vivenciadas;
 O acompanhamento familiar deve considerar: Família e Território

 Abordagens metodológicas para o trabalho social com famílias no PAIF:


a) Pedagogia Problematizadora;

b) Pesquisa-Ação.

 Os processos político-organizativos: ações (de caráter coletivo) que privilegiem e


incrementem a discussão da relação família e proteção social na esfera pública,
visando o rompimento com a ideologia vigente da família como responsável da
proteção social;
 Os processos socioassistenciais: ações profissionais desenvolvidas diretamente com
as famílias, no sentido de atendê-las enquanto sujeitos e não como objetos
terapêuticos.

 Os processos de planejamento e gestão: ações profissionais desenvolvidas com


enfoque no planejamento institucional como instrumento de gestão e gerência de
políticas e serviços.

Tendências em disputa sobre a incorporação da família nas políticas sociais:

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• proposta familista: falência da família para o Estado agir.


• proposta protetiva: direito universal.

o O trabalho social com famílias no PAEFI

• o PAEFI é um serviço de apoio, orientação e acompanhamento a famílias, com


um ou mais de seus membros, em situação de ameaça ou violação de direitos;
• têm por objetivo a reconstrução de vínculos familiares e comunitários, a
defesa de direitos, o fortalecimento das potencialidades e a proteção de
famílias e indivíduos para o enfrentamento das situações de violação de
direitos.
• O atendimento do PAEFI fundamenta-se no respeito à heterogeneidade,
potencialidades, valores, crenças e identidades das famílias.
• deve ser conduzido por profissionais capacitados, evitando práticas baseadas
no senso comum;

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LISTA DE QUESTÕES – SERVIÇO SOCIAL E


FAMÍLIA - MULTIBANCAS
1. (UFSC - 2022) Regina Mioto (2020, p. 25) afirma que “assim como a história da
família e da humanidade se confundem, também se confundem as relações entre
família e proteção social”. A respeito da incorporação da família no escopo da
proteção social no Brasil, analise as afirmativas abaixo e assinale a alternativa
correta.

I. A Constituição de 1988 postulou o dever do Estado quanto à proteção social,


retirando a centralidade da família quanto à provisão de bem-estar, aliviando seus
encargos e favorecendo a autonomia de seus membros, em especial da mulher.

II. Apesar dos avanços constitucionais pós-1988, é possível afirmar que a política
pública brasileira, em especial aquela referida à família, não conseguiu se
desprender do caráter familista da sociedade brasileira, expresso na naturalização
das funções familiares de cuidado e proteção.

III. A Política Nacional de Assistência Social (2004) representou também a


incorporação oficial da família na política social. Entre suas diretrizes, têm
destaque a matricialidade familiar, em que a família ganha significativo
protagonismo. Além disso, no contexto da política de assistência social, recuperou-
se o trabalho social com famílias. Contudo, essa política, mesmo que postulada em
novas bases e em defesa da diversidade das famílias, não conseguiu se
desvencilhar totalmente de suas amarras históricas e da concepção de família
vinculada à ideia de principal responsável pela proteção social.

IV. O paradigma neoliberal contribuiu para o incremento dos processos de


judicialização das políticas sociais, à medida que as famílias não conseguem
atender as expectativas que se têm delas no provimento de bem-estar. A pressão
que se exerce sobre elas tende a aumentar e, com isso, aumenta-se o nível de
estresse e de conflitos no interior das famílias, que são expressos através de
inúmeras formas de violências.

A. Somente as afirmativas II, III e IV estão corretas.

B. Somente as afirmativas I, II e III estão corretas.

C. Somente as afirmativas II e III estão corretas.

D. Somente as afirmativas I e IV estão corretas.

E. Todas as afirmativas estão corretas.

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2. (FGV - 2022) As mudanças nas configurações familiares no Brasil estão associadas


às transformações sociais, o que gerou novas concepções de família. Neste
sentido, “(...) as pessoas sem laço de parentesco [que] convivem em caráter
permanente, com ajuda mútua e afetividade, mas sem que haja entre seus
membros finalidade econômica nem sexual” (Lima, 2018) são compreendidas
como família
A. unipessoal.
B. anaparental.
C. nuclear.
D. pluriparental.
E. mista.

3. (CESPE/CEBRASPE - 2022) Considerando as concepções e modalidades de família,


estratégias de atendimento e acompanhamento, assinale a opção correta.
A. Segundo o Estatuto da Criança e do Adolescente, toda criança ou adolescente que
estiver inserido em programa de acolhimento familiar terá sua situação reavaliada, no
máximo, a cada semestre.
B. De acordo com a PNAS, a família deve ser concebida como um espaço privilegiado do
contraditório, ou seja, sempre marcada por conflitos e violências.
C. O trabalho com famílias a partir do paradigma crítico-dialético propicia ao assistente
social compreender as demandas apresentadas por elas como expressões de
necessidades decorrentes da desigualdade social própria da organização capitalista.
D. Houve um forte debate, ancorado na teoria social crítica, sobre família como espaço
de intervenção do serviço social, especialmente no decorrer das décadas de 70, 80 e 90
do século XX.
E. A atual posição da família na política social é uma novidade, uma vez que a família
nem sempre constituiu instância central na configuração da proteção brasileira e de
referência na estruturação das políticas setoriais, como saúde, educação e previdência.

4. (IPEFAE - 2021) A família, independente dos formatos ou modelos que assume, é


mediadora das relações entre os sujeitos e a coletividade. Assinale a alternativa
que apresenta corretamente a concepção de família na Política Nacional de
Assistência Social (PNAS):
A. Grupo de pessoas que se acham unidas por laços consanguíneos, afetivos e, ou de
solidariedade.
B. Grupo de pessoas que possuem laços de afinidade, afetivos e, ou de solidariedade.

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C. Grupo de pessoas estabelecem laços consanguíneos, afetivos e, ou econômicos.


D. Grupo de pessoas que possuem grau de parentesco entre si e vivem na mesma casa
formando um lar.

5. (OMNI - 2021) O SUAS traz em seu bojo o conceito de família que foge do modelo
tradicionalmente aceito pela sociedade, adotando o que é proposto pela Política
Nacional de Assistência Social-PNAS/2004 “é o conjunto de pessoas unidas por
laços consanguíneos, afetivos e ou de solidariedade [...] núcleo social básico de
acolhida, convívio, autonomia, sustentabilidade e protagonismo social” e “espaço
privilegiado e insubstituível de proteção e socialização primárias” dos indivíduos.”
(PNAS. 2004 APUD Brasil, 2009, p.14). Diante de tal contexto, analise as afirmações
a seguir: ==26f202==

I.A assistência social compreende a família, também, como um espaço contraditório,


marcado por tensões, conflitos, desigualdades e mesmo, violência, enfocando assim a
família em seu contexto sociocultural e econômico, com composições distintas e
dinâmicas próprias.
SENDO QUE
II.Com essa compreensão busca superar a concepção tradicional de família,
reconhecendo que existem arranjos distintos, em constante movimento e
transformação.
A respeito dessas asserções, assinale a opção CORRETA:
A. As asserções I e II são proposições verdadeiras, mas a II não é uma complementação
correta da I.
B. As asserções I e II são proposições verdadeiras e a II é uma complementação correta
da I.
C. A asserção I é uma proposição falsa e a II é uma proposição verdadeira.
D. As asserções I e II são proposições falsas.

6. (VUNESP - 2020) A família é o núcleo social básico de acolhida, convívio, autonomia


e sustentabilidade de seus membros; é o lócus primário de socialização,
aprendizagem e desenvolvimento de capacidades humanas. Essa qualificação da
família, como principal agente da socialização, foi determinante para sua primazia
na concepção e implementação da Política Nacional de Assistência Social (PNAS).
No entanto, para além da centralidade da família, a PNAS estabelece a
matricialidade sociofamiliar, colocando em foco suas necessidades, o que significa
compreender seu momento e situação social, na perspectiva de responder a tais
aspectos a partir de suas
A. capacidades.

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B. especificidades.
C. contradições.
D. potencialidades.
E. consequências.

7. (AMEOSC - 2019) Com a evolução histórica da família, o conceito desse instituto


vem sendo alterado devido à introdução de novos costumes e valores existentes
na sociedade contemporânea. Assinale a opção que apresenta o conceito de
família anaparental:
A. Constituída por um dos pais e seus descendentes, ou seja, ou só o pai ou só mãe
convivendo com seu(s) filho(s).
B. Oriunda da adoção, seja esta temporária ou permanente.
C. Unida por algum parentesco, mas sem a presença de pais.
D. Constituída por pessoas do mesmo sexo, unidas por laços afetivos.

8. (VUNESP - 2019) As transformações sociais iniciadas na segunda metade do século


XX redefiniram os laços familiares. O que se identifica hoje é uma radical mudança
na composição familiar, nas relações de parentesco e na representação de tais
relações na família. Comparadas ao modelo tradicional, essas relações estão
modificadas, os próprios membros integrantes da nova família estão
diferenciados, até porque as pessoas também estão em processo de
transformação, na forma de pensar, nos questionamentos, na maneira de viver
nesse mundo em processo de mudança. De forma mais evidente, uma das
mudanças que afetam diretamente os laços familiares refere-se ao modelo no qual
as pessoas viviam com um ou vários filhos solteiros, ainda que sem cônjuge, as
denominadas famílias
A. plurimodular.
B. intergeracionais.
C. patriarcais.
D. focais.
E. monoparentais.

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9. (VUNESP - 2019 - adaptado) O trabalho social com famílias, de caráter continuado,


é ofertado no CRAS por meio do Serviço de Proteção
A. Atendimento Integral à Família.
B. Básica a Indivíduos e Famílias em Risco.
C. Social Especial para Famílias Vulneráveis.
D. Amparo de Idosos com Deficiência.
E. Apoio a Crianças e a Adolescentes.

10. (CESPE/CEBRASPE - 2018) No que se refere à atuação profissional do assistente


social, julgue o item a seguir.

Em se tratando de intervenção com famílias, devem-se priorizar as políticas de caráter


familista, as quais combatem os tradicionais papéis de mulheres e homens na esfera
doméstica e incentivam a igualdade no mercado de trabalho.

( ) Certo ( ) Errado

11. (CESPE/CEBRASPE - 2018) Considerando o debate contemporâneo sobre família e


serviço social, julgue o item a seguir.

A intervenção do assistente social no âmbito familiar inicia-se com a observação


esquadrinhada do cotidiano e finaliza-se com a fragmentação da família como grupo
social, com vistas a responder a demandas individuais dos membros da família.

( ) Certo ( ) Errado

12. (CESPE/CEBRASPE - 2018) Considerando o debate contemporâneo sobre família e


serviço social, julgue o item a seguir.

O direito de crianças e adolescentes à convivência familiar e comunitária restringe a


parentalidade a laços consanguíneos, devendo o assistente social orientar candidatos à
adoção sobre esse critério de elegibilidade durante os trâmites do processo judicial.

( ) Certo ( ) Errado

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13. (CESPE/CEBRASPE - 2018) Marlene compareceu ao serviço social da empresa onde


trabalhava para pedir orientação. Ela relatou que estava desesperada e que não
sabia mais como agir diante das muitas agressões que seus filhos sofriam, quase
todos os dias. Relatou que o marido era sempre agressivo e pouco afetuoso com
os filhos e que isso tinha se agravado com a chegada da adolescência deles. Ela
informou que ele tinha comportamento violento, especialmente depois que
chegava em casa alcoolizado. Informou, ainda, que o marido humilhava
frequentemente os filhos, não os elogiava quando estes agiam corretamente e
muito menos os estimulava para os desafios da vida. Com relação a essa situação
hipotética e aos múltiplos aspectos a ela relacionados, julgue o próximo item.

Um dos objetivos da política de assistência social é garantir a convivência familiar,


entendendo família não apenas como uma construção privada, mas também pública,
configurando-se como um grupo de pessoas que moram juntas, formado a partir da
união entre o homem e a mulher, ou por qualquer dos pais e seus descendentes.

( ) Certo ( ) Errado

14. (CESPE/CEBRASPE - 2018) A unidade familiar que se estende para além da presença
de pais e filhos, sendo composta por parentes próximos com os quais a(s)
criança(s) ou adolescente(s) mantêm vínculos de afinidade e afetividade por meio
da convivência, é denominada família
A. nuclear.
B. padrão.
C. monoparental.
D. ampliada.
E. natural.

15. (AOCP) O que é família extensa?


A. Família extensa é aquela que se estende para além da unidade de pais e filhos ou da
unidade do casal, formada por parentes próximos.
B. São famílias que estenderam os laços familiares aos amigos, vizinhos e afilhados.

C. São famílias formadas após o processo de divórcio.


D. São famílias por pares do mesmo sexo e seus filhos, em que um adulto do casal
assuma orientação sexual diferente da heterossexual.

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E. São famílias compostas por um homem, mulher e filhos coabitando o mesmo


espaço.

16. (FCM - 2016) O modo como a família é incorporada à política pública reflete na
organização dos serviços e na proposição e organização do trabalho com as
famílias no cotidiano dos serviços, programas e projetos (MIOTO apud TEIXEIRA,
2010).

O trabalho social com famílias


A. pode ser realizado em grupos de famílias, funcionando como um recurso
terapêutico para tratar seus conflitos internos.
B. compreende as famílias como núcleos internamente homogêneos e que as
relações entre seus membros são simétricas.
C. tem como objetivo promover a autonomia e o protagonismo da família,
compreendidos na perspectiva de participação social e do coletivo.
D. compreende a família como uma instituição natural apesar de ela assumir
configurações diversificadas entre sociedades ou no interior de uma mesma
sociedade.
E. desenvolve-se com base em uma determinada estrutura ideal de família que tem
papéis predefinidos, como o de ser responsável pelo bem-estar de seus
membros.

17. (AMEOSC - 2015) Entende-se por família extensa ou ampliada aquela que se
estende para além da unidade pais e filhos ou da unidade do casal:
A. Formada por amigos e parentes próximos a família com os quais a criança ou
adolescente
não convive

B. Formada por parentes distantes com os quais a criança ou adolescente não convive
C. Formada por parentes distantes com os quais a criança ou adolescente convive e
mantém
vínculos de afinidade e afetividade
D. Formada por parentes próximos com os quais a criança ou adolescente convive e
mantém vínculos de afinidade e afetividade

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18. (FCC - 2015) Sobre a pluralidade do conceito de família, a Constituição da República


Federativa do Brasil de 1988, em sua redação original, reconheceu expressamente
como entidades familiares
A. as uniões estáveis entre pessoas do mesmo sexo, chamadas pela doutrina de famílias
homoafetivas, conforme decidiu o Supremo Tribunal Federal no ano de 2011.

B. apenas as matrimoniais, informais e monoparentais, mas não impede o


reconhecimento de outros possíveis arranjos familiares como decorrência dos princípios
e direitos fundamentais.
C. apenas as matrimoniais e informais, equiparando-as expressamente pelo princípio da
igualdade entre cônjuges e companheiros, de modo que qualquer distinção que a lei
estabeleça entre o casamento e a união estável é inconstitucional.
D. as famílias anaparentais, que são aquelas formadas por pessoas sem ascendência ou
descendência entre si, mas que se reúnem com base no afeto e no objetivo de juntos
constituírem uma família.
E. as famílias pluriparentais ou recompostas, como aquelas decorrentes de vários
casamentos, uniões estáveis ou outros relacionamentos afetivos de seus membros.

19. (CETRO - 2014) Além da relação parentalidade/ filiação, outras relações de


parentesco compõem uma família. A família composta pelos avós, tios, primos,
irmãos, cunhados, estando ou não dentro do mesmo domicílio, refere-se à
A. família natural.
B. família acolhedora.

C. família extensa.

D. família de apoio.
E. família acolhedora.

20. (COMPERVE - 2014) A família tem ocupado posição de centralidade na organização


dos serviços assistenciais, com vistas a superar-se a focalização no indivíduo.
Atualmente, porém, a noção clássica de família está superada devido às mudanças
que têm ocorrido na composição dessa instituição. Assim, a conceituação
contemporânea de família supõe
A. um conjunto de pessoas que, mesmo em tetos diferentes, têm laços de
consanguinidade.

B. um conjunto de pessoas unidas por laços de consanguinidade, morando sob o mesmo


teto.

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C. um conjunto de pessoas, representado por genitores e filhos biológicos , morando


sob o mesmo teto.

D. um conjunto de pessoas unidas por laços consanguíneos, afetivos ou de


solidariedade.

21. (INTEGRIBRASIL) O retrato da família na atualidade é pautado numa diversidade


de configurações familiares, sendo incorreto afirmar que:
A. Elas apresentam dificuldades no que tange ao cumprimento das funções de proteção
básica, socialização e mediação.

B. São entidade familiar formada por um dos pais e seus descendentes.


C. Os fatores que conduzem às famílias a monoparentalidade são divórcio, separação,
viuvez, abandono, adoção ou por opção, ou seja, por vontade própria do homem ou da
mulher em assumir a paternidade ou maternidade sem a participação de outro genitor.
D. A família monoparental não pode ser definida como aquela entidade familiar formada
por um dos pais.

22. (FEPESE - 2013) Sobre o entendimento de família, a partir das diretrizes do ECA, é
correto afirmar:
A. Como família extensa entende-se aquelas formada por unidades de pais e filhos onde
as crianças e os adolescentes mantêm vínculos de afinidade e afetividade.

B. O reconhecimento dos filhos fora do casamento não poderá preceder o nascimento


do filho ou suceder-lhe ao falecimento.

C. A colocação em família substituta far-se-á apenas mediante guarda ou adoção,


dependente da situação jurídica em que a criança ou adolescente se encontram.
D. A colocação em família substituta admitirá a transferência da criança ou do
adolescente a terceiros ou a entidades governamentais ou não governamentais.
E. O reconhecimento do estado de filiação é direito personalíssimo, indisponível e
imprescritível, podendo ser exercitado contra os pais ou seus herdeiros, sem qualquer
restrição, observado o segredo de Justiça.

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GABARITO
1. A
2. B
3. C
4. A
5. B
6. B
7. C
8. E
9. A
10. ERRADO
11. ERRADO
12. ERRADO
13. ERRADO
14. D
15. A
16. C
17. D
18. B
19. C
20. D
21. D
22. E

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QUESTÕES COMENTADAS – SERVIÇO SOCIAL E


FAMÍLIA - MULTIBANCAS
1. (UFSC - 2022) Regina Mioto (2020, p. 25) afirma que “assim como a história da
família e da humanidade se confundem, também se confundem as relações entre
família e proteção social”. A respeito da incorporação da família no escopo da
proteção social no Brasil, analise as afirmativas abaixo e assinale a alternativa
correta.

I. A Constituição de 1988 postulou o dever do Estado quanto à proteção social,


retirando a centralidade da família quanto à provisão de bem-estar, aliviando seus
encargos e favorecendo a autonomia de seus membros, em especial da mulher.

II. Apesar dos avanços constitucionais pós-1988, é possível afirmar que a política
pública brasileira, em especial aquela referida à família, não conseguiu se
desprender do caráter familista da sociedade brasileira, expresso na naturalização
das funções familiares de cuidado e proteção.

III. A Política Nacional de Assistência Social (2004) representou também a


incorporação oficial da família na política social. Entre suas diretrizes, têm
destaque a matricialidade familiar, em que a família ganha significativo
protagonismo. Além disso, no contexto da política de assistência social, recuperou-
se o trabalho social com famílias. Contudo, essa política, mesmo que postulada em
novas bases e em defesa da diversidade das famílias, não conseguiu se
desvencilhar totalmente de suas amarras históricas e da concepção de família
vinculada à ideia de principal responsável pela proteção social.

IV. O paradigma neoliberal contribuiu para o incremento dos processos de


judicialização das políticas sociais, à medida que as famílias não conseguem
atender as expectativas que se têm delas no provimento de bem-estar. A pressão
que se exerce sobre elas tende a aumentar e, com isso, aumenta-se o nível de
estresse e de conflitos no interior das famílias, que são expressos através de
inúmeras formas de violências.

A. Somente as afirmativas II, III e IV estão corretas.

B. Somente as afirmativas I, II e III estão corretas.

C. Somente as afirmativas II e III estão corretas.

D. Somente as afirmativas I e IV estão corretas.

E. Todas as afirmativas estão corretas.

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Comentário:

Apenas o item I está incorreto, considerando os argumentos de Mioto (2020)1:

Apesar da Constituição ter postulado o dever do Estado pela proteção


social, ao longo de todo esse período, a família continuou tendo
centralidade no campo da provisão de bem-estar. A política pública
brasileira continuou sendo altamente referida à família, não
conseguindo se desprender do caráter familista da sociedade
brasileira, que se expressa na naturalização das funções familiares de
cuidado e proteção; no curto-circuito estabelecido entre expectativas
de cuidado e proteção depositadas nas famílias e as condições
objetivas para sua realização vinculadas às desigualdades de classe,
gênero e etnia e no distanciamento da concepção de direitos como
dever do Estado e na afirmação da solidariedade familiar (MIOTO;
CAMPOS; CARLOTO, 2015).

A autora, porém, salienta que a incorporação da família não aconteceu de forma


homogênea e linear durante todo o período, não conseguindo se desvencilhar
totalmente das amarras históricas e da concepção conservadora de família.

No entanto, apesar de avanços significativos como a Política Nacional


de Assistência Social, além das políticas relacionadas às mulheres,
negros, indígenas, quilombolas e o grande investimento no Programa
de Transferência de Renda – Bolsa Família, dentre outros, assistiu-se
também a incorporação oficial da família na política social. A PNAS
postulou dentre as suas diretrizes a matricialidade familiar e a política
de saúde nesse período instalou a política de humanização na qual a
família ganha significativo protagonismo (MIOTO; DAL PRÁ, 2015).
Além disso, no contexto da política de assistência social, recuperou-se
o trabalho social com famílias. Este, mesmo que postulado em novas
bases e em defesa da diversidade das famílias, não conseguiu se
desvencilhar totalmente de suas amarras históricas e da concepção de
família vinculada a ideia de principal responsável pela proteção social.
Nessas discussões forjou-se o jargão da “responsabilização da família”
e jogou-se luz sobre as relações família e Estado. Em meio a tal
conjuntura, que tanto se reconheceu a família na sua diversidade e
avançou-se muito na defesa dos direitos das minorias, assistiu-se
também o retorno da concepção conservadora de família no plano
legislativo.

1
MIOTO, Regina Célia Tamaso. Família contemporânea e proteção social: notas sobre o contexto
brasileiro. In: FÁVERO, E. T. (Org.). Famílias na cena contemporânea: (des)proteção so cial,
(des)igualdades e judicialização. Uberlândia: Navegando Publicações, 2020.

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Gabarito: letra A.

2. (FGV - 2022) As mudanças nas configurações familiares no Brasil estão associadas


às transformações sociais, o que gerou novas concepções de família. Neste
sentido, “(...) as pessoas sem laço de parentesco [que] convivem em caráter
permanente, com ajuda mútua e afetividade, mas sem que haja entre seus
membros finalidade econômica nem sexual” (Lima, 2018) são compreendidas
como família
A. unipessoal.
B. anaparental.
C. nuclear.
D. pluriparental.
E. mista.
Comentário:
A questão exige conhecimento sobre um dos conceitos de família, sendo a Família
anaparental entendida como a família unida por algum parentesco, mas sem a
presença dos pais. Constitui-se basicamente pelo elemento da afetividade e
convivência entre parentes ou pessoas sem o vínculo sanguíneo, mas com o intuito de
formarem uma entidade permanente, de auxílio mútuo e sem conotação sexual.
Exemplos: irmãos que moram juntos, tios e sobrinhos, avós e netos, ou apenas amigos
que decidiram compartilhar a velhice juntos.
Gabarito: letra B.

3. (CESPE/CEBRASPE - 2022) Considerando as concepções e modalidades de família,


estratégias de atendimento e acompanhamento, assinale a opção correta.
A. Segundo o Estatuto da Criança e do Adolescente, toda criança ou adolescente que
estiver inserido em programa de acolhimento familiar terá sua situação reavaliada, no
máximo, a cada semestre.
B. De acordo com a PNAS, a família deve ser concebida como um espaço privilegiado do
contraditório, ou seja, sempre marcada por conflitos e violências.
C. O trabalho com famílias a partir do paradigma crítico-dialético propicia ao assistente
social compreender as demandas apresentadas por elas como expressões de
necessidades decorrentes da desigualdade social própria da organização capitalista.
D. Houve um forte debate, ancorado na teoria social crítica, sobre família como espaço
de intervenção do serviço social, especialmente no decorrer das décadas de 70, 80 e 90
do século XX.

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E. A atual posição da família na política social é uma novidade, uma vez que a família
nem sempre constituiu instância central na configuração da proteção brasileira e de
referência na estruturação das políticas setoriais, como saúde, educação e previdência.
Comentário:
Vamos analisar as alternativas:
A. Errado. A situação será reavaliada a cada 3 meses.
B. Errado. O "sempre" torna a alternativa incorreta. A família, independentemente dos
formatos ou modelos que assume, é mediadora das relações entre os sujeitos e a
coletividade, delimitando, continuamente os deslocamentos entre o público e o privado,
bem como geradora de modalidades comunitárias de vida. Todavia, não se pode
desconsiderar que ela se caracteriza como um espaço contraditório, cuja dinâmica
cotidiana de convivência é marcada por conflitos e geralmente, também, por
desigualdades, além de que nas sociedades capitalistas a família é fundamental no
âmbito da proteção social (PNAS, p. 41).
C. Correto.
D. Errado. Na verdade, houve uma ausência de debate nesse período.
E. Errado. A família sempre foi instância central na configuração da proteção brasileira
e referência na estruturação das políticas setoriais, como saúde, educação, previdência.
Gabarito: letra C.

4. (IPEFAE - 2021) A família, independente dos formatos ou modelos que assume, é


mediadora das relações entre os sujeitos e a coletividade. Assinale a alternativa
que apresenta corretamente a concepção de família na Política Nacional de
Assistência Social (PNAS):
A. Grupo de pessoas que se acham unidas por laços consanguíneos, afetivos e, ou de
solidariedade.
B. Grupo de pessoas que possuem laços de afinidade, afetivos e, ou de solidariedade.
C. Grupo de pessoas estabelecem laços consanguíneos, afetivos e, ou econômicos.
D. Grupo de pessoas que possuem grau de parentesco entre si e vivem na mesma casa
formando um lar.
Comentário:
O novo cenário tem remetido à discussão do que seja a família, uma vez que as três
dimensões clássicas de sua definição (sexualidade, procriação e convivência) já não têm
o mesmo grau de imbricamento que se acreditava outrora. Nesta perspectiva, podemos
dizer que estamos diante de uma família quando encontramos um conjunto de pessoas
que se acham unidas por laços consanguíneos, afetivos e, ou, de solidariedade. Como
resultado das modificações acima mencionadas, superou-se a referência de tempo e de
lugar para a compreensão do conceito de família (PNAS, p. 41).
Gabarito: letra A.

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5. (OMNI - 2021) O SUAS traz em seu bojo o conceito de família que foge do modelo
tradicionalmente aceito pela sociedade, adotando o que é proposto pela Política
Nacional de Assistência Social-PNAS/2004 “é o conjunto de pessoas unidas por
laços consanguíneos, afetivos e ou de solidariedade [...] núcleo social básico de
acolhida, convívio, autonomia, sustentabilidade e protagonismo social” e “espaço
privilegiado e insubstituível de proteção e socialização primárias” dos indivíduos.”
(PNAS. 2004 APUD Brasil, 2009, p.14). Diante de tal contexto, analise as afirmações
a seguir:
I.A assistência social compreende a família, também, como um espaço contraditório,
marcado por tensões, conflitos, desigualdades e mesmo, violência, enfocando assim a
família em seu contexto sociocultural e econômico, com composições distintas e
dinâmicas próprias.
SENDO QUE
II.Com essa compreensão busca superar a concepção tradicional de família,
reconhecendo que existem arranjos distintos, em constante movimento e
transformação.
A respeito dessas asserções, assinale a opção CORRETA:
A. As asserções I e II são proposições verdadeiras, mas a II não é uma complementação
correta da I.
B. As asserções I e II são proposições verdadeiras e a II é uma complementação correta
da I.
C. A asserção I é uma proposição falsa e a II é uma proposição verdadeira.
D. As asserções I e II são proposições falsas.
Comentário:
As duas asserções estão corretas, considerando o disposto na PNAS:
O novo cenário tem remetido à discussão do que seja a família, uma vez que as três
dimensões clássicas de sua definição (sexualidade, procriação e convivência) já não têm
o mesmo grau de imbricamento que se acreditava outrora. Nesta perspectiva, podemos
dizer que estamos diante de uma família quando encontramos um conjunto de pessoas
que se acham unidas por laços consanguíneos, afetivos e, ou, de solidariedade. Como
resultado das modificações acima mencionadas, superou-se a referência de tempo e de
lugar para a compreensão do conceito de família.
(...) Todavia, não se pode desconsiderar que ela se caracteriza como um espaço
contraditório, cuja dinâmica cotidiana de convivência é marcada por conflitos e
geralmente, também, por desigualdades, além de que nas sociedades capitalistas a
família é fundamental no âmbito da proteção social (PNAS, p. 41).
Gabarito: letra B.

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6. (VUNESP - 2020) A família é o núcleo social básico de acolhida, convívio, autonomia


e sustentabilidade de seus membros; é o lócus primário de socialização,
aprendizagem e desenvolvimento de capacidades humanas. Essa qualificação da
família, como principal agente da socialização, foi determinante para sua primazia
na concepção e implementação da Política Nacional de Assistência Social (PNAS).
No entanto, para além da centralidade da família, a PNAS estabelece a
matricialidade sociofamiliar, colocando em foco suas necessidades, o que significa
compreender seu momento e situação social, na perspectiva de responder a tais
aspectos a partir de suas
A. capacidades.
B. especificidades.
C. contradições.
D. potencialidades.
E. consequências.
Comentário:
No âmbito da Política Nacional de Assistência Social – PNAS, a matricialidade
sociofamiliar passa a ter papel de destaque, ancorada na premissa de que a centralidade
da família e a superação da focalização, no âmbito da política de Assistência Social,
repousam no pressuposto de que para a família prevenir, proteger, promover e incluir
seus membros é necessário, em primeiro lugar, garantir condições de sustentabilidade
para tal. Nesse sentido, a formulação da política de Assistência Social é pautada nas
necessidades das famílias, seus membros e dos indivíduos (PNAS, p. 41).
Gabarito: letra B.

7. (AMEOSC - 2019) Com a evolução histórica da família, o conceito desse instituto


vem sendo alterado devido à introdução de novos costumes e valores existentes
na sociedade contemporânea. Assinale a opção que apresenta o conceito de
família anaparental:
A. Constituída por um dos pais e seus descendentes, ou seja, ou só o pai ou só mãe
convivendo com seu(s) filho(s).
B. Oriunda da adoção, seja esta temporária ou permanente.
C. Unida por algum parentesco, mas sem a presença de pais.
D. Constituída por pessoas do mesmo sexo, unidas por laços afetivos.
Comentário:

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A questão exige conhecimento sobre um dos conceitos de família, sendo a Família


anaparental entendida como a família unida por algum parentesco, mas sem a
presença dos pais. Constitui-se basicamente pelo elemento da afetividade e convivência
entre parentes ou pessoas com o intuito de constituir família. Resposta correta é a letra
C.
Em relação às demais alternativas:
A. Errado. Trata-se do conceito de família monoparental.
B. Errado. Trata-se de família substituta.
D. Errado. Trata-se de família homossexual.
Gabarito: letra C

8. (VUNESP - 2019) As transformações sociais iniciadas na segunda metade do século


XX redefiniram os laços familiares. O que se identifica hoje é uma radical mudança
na composição familiar, nas relações de parentesco e na representação de tais
relações na família. Comparadas ao modelo tradicional, essas relações estão
modificadas, os próprios membros integrantes da nova família estão
diferenciados, até porque as pessoas também estão em processo de
transformação, na forma de pensar, nos questionamentos, na maneira de viver
nesse mundo em processo de mudança. De forma mais evidente, uma das
mudanças que afetam diretamente os laços familiares refere-se ao modelo no qual
as pessoas viviam com um ou vários filhos solteiros, ainda que sem cônjuge, as
denominadas famílias
A. plurimodular.
B. intergeracionais.
C. patriarcais.
D. focais.
E. monoparentais.
Comentário:

O termo utilizado para definir as famílias formadas por pessoas que vivem com um ou
vários filhos solteiros, ainda que sem cônjuge é denominada de família monoparental,
ou seja, aquela família chefiada apenas pela mãe ou pelo pai.

Gabarito: letra E

9. (VUNESP - 2019 - adaptado) O trabalho social com famílias, de caráter continuado,


é ofertado no CRAS por meio do Serviço de Proteção

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A. Atendimento Integral à Família.


B. Básica a Indivíduos e Famílias em Risco.
C. Social Especial para Famílias Vulneráveis.
D. Amparo de Idosos com Deficiência.
E. Apoio a Crianças e a Adolescentes.

Comentário:

O trabalho social com famílias é realizado no âmbito do PAIF - Serviço de Proteção e


Atendimento Integral à Família e oferecido em todos os Centros de Referência da
Assistência Social (CRAS)

Tem como objetivo apoiar as famílias, prevenindo a ruptura de laços, promovendo o


acesso a direitos e contribuindo para a melhoria da qualidade de vida.

É um conjunto de procedimentos realizados com o intuito de contribuir para a


convivência, reconhecimento de direitos e possibilidades de intervenção na vida social
de uma família. Este trabalho estimula as potencialidades das famílias e da comunidade,
promove espaços coletivos de escuta e troca de vivências.

GABARITO: LETRA A

10. (CESPE/CEBRASPE - 2018) No que se refere à atuação profissional do assistente


social, julgue o item a seguir.

Em se tratando de intervenção com famílias, devem-se priorizar as políticas de caráter


familista, as quais combatem os tradicionais papéis de mulheres e homens na esfera
doméstica e incentivam a igualdade no mercado de trabalho.

( ) Certo ( ) Errado

Comentário:

Segundo Mioto (2008), o familismo aponta a existência de uma tendência maior de


responsabilização da família pelo bem estar de seus membros, incentivada pelas
políticas públicas ou pela ausência destas na cobertura de serviços de apoio a família.

As políticas de caráter familista tendem também a reforçar os papéis tradicionais de


homens e mulheres, o que acaba reforçando a desigualdade de gênero e uma maior
responsabilização da mulher na proteção de sua família.

Gabarito: Errado.

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11. (CESPE/CEBRASPE - 2018) Considerando o debate contemporâneo sobre família e


serviço social, julgue o item a seguir.

A intervenção do assistente social no âmbito familiar inicia-se com a observação


esquadrinhada do cotidiano e finaliza-se com a fragmentação da família como grupo
social, com vistas a responder a demandas individuais dos membros da família.

( ) Certo ( ) Errado

Comentário:

Esse tipo de intervenção acontecia quando se aplicava a metodologia de caso, grupo e


comunidade, que se apresentava de modo fragmentado, fora do contexto social mais
amplo, o que não se aplica na atualidade, cuja prática profissional se pauta em uma visão
mais crítica e uma percepção de família mais ampla, contraditória e complexa.

Gabarito: Errado.

12. (CESPE/CEBRASPE - 2018) Considerando o debate contemporâneo sobre família e


serviço social, julgue o item a seguir.

O direito de crianças e adolescentes à convivência familiar e comunitária restringe a


parentalidade a laços consanguíneos, devendo o assistente social orientar candidatos à
adoção sobre esse critério de elegibilidade durante os trâmites do processo judicial.

( ) Certo ( ) Errado

Comentário:

O direito de crianças e adolescentes à convivência familiar e comunitária não se


restringe, de forma nenhuma a parentalidade a laços consanguíneos, pois o conceito de
família se dá de forma ampliada, considerando também os laços de afetividade e
afinidade/solidariedade.

Gabarito: Errado.

13. (CESPE/CEBRASPE - 2018) Marlene compareceu ao serviço social da empresa onde


trabalhava para pedir orientação. Ela relatou que estava desesperada e que não
sabia mais como agir diante das muitas agressões que seus filhos sofriam, quase
todos os dias. Relatou que o marido era sempre agressivo e pouco afetuoso com
os filhos e que isso tinha se agravado com a chegada da adolescência deles. Ela
informou que ele tinha comportamento violento, especialmente depois que

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chegava em casa alcoolizado. Informou, ainda, que o marido humilhava


frequentemente os filhos, não os elogiava quando estes agiam corretamente e
muito menos os estimulava para os desafios da vida. Com relação a essa situação
hipotética e aos múltiplos aspectos a ela relacionados, julgue o próximo item.

Um dos objetivos da política de assistência social é garantir a convivência familiar,


entendendo família não apenas como uma construção privada, mas também pública,
configurando-se como um grupo de pessoas que moram juntas, formado a partir da
união entre o homem e a mulher, ou por qualquer dos pais e seus descendentes.

( ) Certo ( ) Errado

Comentário:

A assertiva restringiu o conceito de família quando afirma que família se configura como
um grupo de pessoas que moram juntas, formado a partir da união entre o homem e a
mulher, ou por qualquer dos pais e seus descendentes. Essa, na verdade, é apenas
algumas das configurações de família, entendida como "um conjunto de pessoas que se
acham unidas por laços consanguíneos, afetivos e, ou, de solidariedade" (PNAS, 2004).

Gabarito: Errado.

14. (CESPE/CEBRASPE - 2018) A unidade familiar que se estende para além da presença
de pais e filhos, sendo composta por parentes próximos com os quais a(s)
criança(s) ou adolescente(s) mantêm vínculos de afinidade e afetividade por meio
da convivência, é denominada família
A. nuclear.
B. padrão.
C. monoparental.
D. ampliada.
E. natural.
Comentário:
O Estatuto da Criança e do Adolescente reconhece a existência de três espécies de
família:
• família natural: assim entendida a comunidade formada pelos pais ou qualquer
deles e seus descendentes (art. 25, caput, ECA).
• família extensa ou ampliada: aquela que se estende para além da unidade pais
e filhos ou da unidade do casal, formada por parentes próximos com os quais a
criança ou adolescente convive e mantém vínculos de afinidade e afetividade
(art. 25, parágrafo único, ECA).

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• família substituta: para a qual a criança ou o adolescente deve ser encaminhado


de maneira excepcional, por meio de qualquer das três modalidades possíveis,
que são: guarda, tutela e adoção.
Gabarito: letra D.

15. (AOCP) O que é família extensa?


A. Família extensa é aquela que se estende para além da unidade de pais e filhos ou da
unidade do casal, formada por parentes próximos.

B. São famílias que estenderam os laços familiares aos amigos, vizinhos e afilhados.

C. São famílias formadas após o processo de divórcio.

D. São famílias por pares do mesmo sexo e seus filhos, em que um adulto do casal
assuma orientação sexual diferente da heterossexual.
E. São famílias compostas por um homem, mulher e filhos coabitando o mesmo
espaço.

Comentário:

O conceito de família extensa está disposto no art. 25, parágrafo único do Estatuto da
Criança e do Adolescente (Lei 8.069/1990), que diz o seguinte:
Entende-se por família extensa ou ampliada aquela que se estende para além da
unidade pais e filhos ou da unidade do casal, formada por parentes próximos com os
quais a criança ou adolescente convive e mantém vínculos de afinidade e afetividade.

Gabarito: letra A

16. (FCM - 2016) O modo como a família é incorporada à política pública reflete na
organização dos serviços e na proposição e organização do trabalho com as
famílias no cotidiano dos serviços, programas e projetos (MIOTO apud TEIXEIRA,
2010).
O trabalho social com famílias
A. pode ser realizado em grupos de famílias, funcionando como um recurso
terapêutico para tratar seus conflitos internos.
B. compreende as famílias como núcleos internamente homogêneos e que as
relações entre seus membros são simétricas.
C. tem como objetivo promover a autonomia e o protagonismo da família,
compreendidos na perspectiva de participação social e do coletivo.

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D. compreende a família como uma instituição natural apesar de ela assumir


configurações diversificadas entre sociedades ou no interior de uma mesma
sociedade.
E. desenvolve-se com base em uma determinada estrutura ideal de família que tem
papéis predefinidos, como o de ser responsável pelo bem-estar de seus
membros.

Comentário:
Vamos analisar as alternativas:
A. pode ser realizado em grupos de famílias, funcionando como um recurso
terapêutico para tratar seus conflitos internos. Errado. Pode ser realizado em
grupo, mas não com objetivos terapêuticos.
B. compreende as famílias como núcleos internamente homogêneos e que as
relações entre seus membros são simétricas. Errado. Compreende as famílias
como núcleos heterogêneos e as relações entre seus membros como
assimétricas.
C. tem como objetivo promover a autonomia e o protagonismo da família,
compreendidos na perspectiva de participação social e do coletivo. Correto.
D. compreende a família como uma instituição natural apesar de ela assumir
configurações diversificadas entre sociedades ou no interior de uma mesma
sociedade. Errado. A família não é uma instituição natural, mas social e
histórica, podendo assumir configurações diversificadas na sociedade.
E. desenvolve-se com base em uma determinada estrutura ideal de família que tem
papéis predefinidos, como o de ser responsável pelo bem-estar de seus
membros. Errado. O trabalho desenvolve-se sob uma concepção de
diversidade, recheada de contradições e reprodução de relações assimétricas
entre gêneros e gerações, longe da concepção idealizada de família.

GABARITO: LETRA C

17. (AMEOSC - 2015) Entende-se por família extensa ou ampliada aquela que se
estende para além da unidade pais e filhos ou da unidade do casal:
A. Formada por amigos e parentes próximos a família com os quais a criança ou
adolescente

não convive
B. Formada por parentes distantes com os quais a criança ou adolescente não convive

C. Formada por parentes distantes com os quais a criança ou adolescente convive e


mantém

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vínculos de afinidade e afetividade


D. Formada por parentes próximos com os quais a criança ou adolescente convive e
mantém vínculos de afinidade e afetividade

Comentário:

A questão aborda a classificação doutrinária dadas às famílias. A principal classificação


se divide em formal, informal, monoparental, natural, extensa ou ampliada e
substituta.

Entende-se por família extensa ou ampliada aquela que se estende para além da
unidade pais e filhos ou da unidade do casal, formada por parentes próximos com os
quais a criança ou adolescente convive e mantém vínculos de afinidade e afetividade.
Gabarito: letra D ==26f202==

18. (FCC - 2015) Sobre a pluralidade do conceito de família, a Constituição da República


Federativa do Brasil de 1988, em sua redação original, reconheceu expressamente
como entidades familiares
A. as uniões estáveis entre pessoas do mesmo sexo, chamadas pela doutrina de famílias
homoafetivas, conforme decidiu o Supremo Tribunal Federal no ano de 2011.

B. apenas as matrimoniais, informais e monoparentais, mas não impede o


reconhecimento de outros possíveis arranjos familiares como decorrência dos princípios
e direitos fundamentais.

C. apenas as matrimoniais e informais, equiparando-as expressamente pelo princípio da


igualdade entre cônjuges e companheiros, de modo que qualquer distinção que a lei
estabeleça entre o casamento e a união estável é inconstitucional.

D. as famílias anaparentais, que são aquelas formadas por pessoas sem ascendência ou
descendência entre si, mas que se reúnem com base no afeto e no objetivo de juntos
constituírem uma família.

E. as famílias pluriparentais ou recompostas, como aquelas decorrentes de vários


casamentos, uniões estáveis ou outros relacionamentos afetivos de seus membros.

Comentário:
A Constituição da República Federativa do Brasil de 1988, em sua redação original,
reconheceu expressamente como entidades familiares apenas as matrimoniais,
informais e monoparentais, mas não há impedimento do reconhecimento de outros
possíveis arranjos familiares, como decorrência dos princípios e direitos fundamentais
(art. 226 da CF).

Gabarito: letra B

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19. (CETRO - 2014) Além da relação parentalidade/ filiação, outras relações de


parentesco compõem uma família. A família composta pelos avós, tios, primos,
irmãos, cunhados, estando ou não dentro do mesmo domicílio, refere-se à
A. família natural.
B. família acolhedora.

C. família extensa.

D. família de apoio.

E. família acolhedora.
Comentário:

De acordo com o art. 25 do Estatuto da Criança e do Adolescente, entende-se por família


extensa ou ampliada aquela que se estende para além da unidade pais e filhos ou da
unidade do casal, formada por parentes próximos com os quais a criança ou adolescente
convive e mantém vínculos de afinidade e afetividade.
Nesse contexto, a nomenclatura dada à família composta pelos avós, tios, primos,
irmãos, cunhados, estando ou não dentro do mesmo domicílio é denominada família
extensa.
Gabarito: letra C.

20. (COMPERVE - 2014) A família tem ocupado posição de centralidade na organização


dos serviços assistenciais, com vistas a superar-se a focalização no indivíduo.
Atualmente, porém, a noção clássica de família está superada devido às mudanças
que têm ocorrido na composição dessa instituição. Assim, a conceituação
contemporânea de família supõe
A. um conjunto de pessoas que, mesmo em tetos diferentes, têm laços de
consanguinidade.
B. um conjunto de pessoas unidas por laços de consanguinidade, morando sob o mesmo
teto.
C. um conjunto de pessoas, representado por genitores e filhos biológicos , morando
sob o mesmo teto.

D. um conjunto de pessoas unidas por laços consanguíneos, afetivos ou de


solidariedade.
Comentário:

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Ao longo dos anos, muitas transformações ocorreram no conceito de família, que


antigamente era determinado somente pelos laços consanguíneos. Na atualidade, o
conceito de família se ampliou e, além dos laços de consanguinidade, também leva em
consideração os laços de afetividade e afinidade.

A PNAS (2004) destaca a concepção de família, definindo-a do seguinte modo:

(...) um conjunto de pessoas que se acham unidas por laços consanguíneos,


afetivos e/ou de solidariedade.

Deste modo, a alternativa que melhor define família na contemporaneidade é a letra D.

Gabarito: letra D.

21. (INTEGRIBRASIL) O retrato da família na atualidade é pautado numa diversidade


de configurações familiares, sendo incorreto afirmar que:
A. Elas apresentam dificuldades no que tange ao cumprimento das funções de proteção
básica, socialização e mediação.
B. São entidade familiar formada por um dos pais e seus descendentes.

C. Os fatores que conduzem às famílias a monoparentalidade são divórcio, separação,


viuvez, abandono, adoção ou por opção, ou seja, por vontade própria do homem ou da
mulher em assumir a paternidade ou maternidade sem a participação de outro genitor.

D. A família monoparental não pode ser definida como aquela entidade familiar formada
por um dos pais.

Comentário:

A questão pede a alternativa errada, portanto, considerando que a família


monoparental é definida como aquela constituída por um dos pais, a alternativa errada
é a letra D, pois nega esta afirmativa.

As demais alternativas estão corretas, pois a letra B traz o conceito de família


monoparental, a alternativa A dispõe sobre a dificuldade do cumprimento das funções
de proteção dessa família, e a alternativa C traz os diversos fatores que podem levar a
família se tornar monoparental.
Gabarito: letra D

22. (FEPESE - 2013) Sobre o entendimento de família, a partir das diretrizes do ECA, é
correto afirmar:

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A. Como família extensa entende-se aquelas formada por unidades de pais e filhos onde
as crianças e os adolescentes mantêm vínculos de afinidade e afetividade.

B. O reconhecimento dos filhos fora do casamento não poderá preceder o nascimento


do filho ou suceder-lhe ao falecimento.

C. A colocação em família substituta far-se-á apenas mediante guarda ou adoção,


dependente da situação jurídica em que a criança ou adolescente se encontram.

D. A colocação em família substituta admitirá a transferência da criança ou do


adolescente a terceiros ou a entidades governamentais ou não governamentais.
E. O reconhecimento do estado de filiação é direito personalíssimo, indisponível e
imprescritível, podendo ser exercitado contra os pais ou seus herdeiros, sem qualquer
restrição, observado o segredo de Justiça.
Comentário:

Vamos analisar as alternativas:


A. Errada. Família extensa é aquela que se estende para além da unidade pais e filhos
ou da unidade do casal, formada por parentes próximos com os quais a criança ou
adolescente convive e mantém vínculos de afinidade e afetividade (artigo 25, parágrafo
único do Estatuto da Criança e do Adolescente).

B. Errado. O reconhecimento dos filhos fora do casamento pode preceder o nascimento


do filho ou suceder-lhe ao falecimento, se deixar descendentes (artigo 26, parágrafo
único do Estatuto da Criança e do Adolescente).

C. Errado. A colocação em família substituta far-se-á mediante guarda, tutela ou


adoção, INDEPENDENTE da situação jurídica da criança ou adolescente (artigo 28 do
Estatuto da Criança e do Adolescente).

D. Errado. A colocação em família substituta não admitirá transferência da criança ou


adolescente a terceiros ou a entidades governamentais ou não-governamentais, sem
autorização judicial (artigo 30 do Estatuto da Criança e do Adolescente).

E. Correto. Este dispositivo está previsto no artigo 27 do Estatuto da Criança e do


Adolescente.
Gabarito: letra E.

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