Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Orientador
Rio de Janeiro
2012
ii
UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
iii
AGRADECIMENTOS
iv
DEDICATÓRI A
v
RESUMO
Este trabalho tem por objetivo o estudo dos reflexos da ausência de um dos genitores na
vida da criança em guarda unilateral e as implicações a família, sob a perspectiva da
psicologia Humanista (Carl Rogers, 1942; Maslow, 1954). Pretende-se responder quais
são os aspectos negativos trazidos à criança em situação de guarda monoparental? E
quais são os déficits sofridos pela pirâmide das emoções dessas crianças? Através de um
questionário e entrevistas realizados com três mães em situação de guarda unilateral.
vi
Sumário
Introdução ..................................................................................................................................... 8
Fundamentação Teórica................................................................................................................ 9
A FAMÍLIA .................................................................................................................................... 9
A INFLUÊNCIA DA FAMÍLIA NO DESENVOLVIMENTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE ................................ 13
A SEPARAÇÃO ............................................................................................................................. 14
A GUARDA .................................................................................................................................. 14
Tipos de guarda ................................................................................................................... 18
Guarda alternada versus guarda compartilhada................................................................. 19
Levantamento sobre os tipos de guarda e suas implicações .............................................. 19
METODOLOGIA E CORPUS ............................................................................................................. 22
ANÁLISE DAS ENTREVISTAS ............................................................................................................ 23
Caso 01 - “ A ........................................................................................................... 23
Caso 02 - “ B ........................................................................................................... 23
Caso 03 - “ C ........................................................................................................... 24
Análise geral dos casos........................................................................................................ 24
CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................................................ 25
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ....................................................................................................... 26
ANEXOS ..................................................................................................................................... 28
Roteiro da entrevista semiestruturada ............................................................................... 28
vii
Introdução
Tema
Este trabalho tem por objetivo estudo dos reflexos da ausência de um dos
genitores na vida da criança em guarda monoparental, sob a perspectiva da psicologia
Humanista (Carl Rogers, 1942; Maslow, 1954). Devido a guarda monoparental da
criança, a mesma pode vir a sofrer alienação parental, que pode ser voluntária ou
involuntária por parte dos genitores e por isso desenvolve problemas de segurança, de
auto realização, de autoestima e problemas de ordem social.
O quadro teórico que servirá de base para este trabalho será o da psicologia
Humanista, que é centrada na pessoa, além de visar à compreensão e o bem-estar. O
foco será a pirâmide das emoções de Maslow, que retrata cinco necessidades básicas
dos indivíduos: fisiológicas, segurança, auto- realização, autoestima e sociais.
A partir deste quadro será feito uma análise de crianças em situação de guarda
monoparental. O fenômeno em questão será analisado qualitativamente, para tal foi
compilado um corpus com os casos de guarda uniparental de menores das zonas sul e
norte do Rio de Janeiro.
Dessa forma pretende-se responder às seguintes questões: Quais são os aspectos
negativos trazidos à criança em situação de guarda monoparental? E quais são os
déficits sofridos pela pirâmide das emoções dessas crianças?
O interesse pelo tema justifica-se pela necessidade de: traçar o perfil psicológico
das crianças em guarda monoparental que apresenta déficit em suas pirâmides das
emoções. Para que sejam propostas formas de compensações das mesmas.
Como objetivo geral pretende-se descrever o panorama no qual se encontra as
crianças e as mães em guarda uniparental e analisar e descrever a situação psicológica
da criança e da família em guarda uniparental.
Já para como objetivos específicos pretende-se entender o funcionamento da
pirâmide das emoções nas crianças em guarda monoparental.e promover uma reflexão
sobre o funcionamento das emoções nessas crianças.
8
Fundamentação Teórica
A FAMÍLIA
9
do ECA – Estatuto da Criança e do Adolescente – Lei n.º 8069/90, o termo “família”
aparece um primeiro lugar), bem como o art. 19 do referido Estatuto, conforme segue:
Art. 4.º ECA: É dever da família, da comunidade, da sociedade em
geral e do poder público assegurar, com absoluta prioridade, a efetivação
dos direitos referentes à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao
esporte, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito,
à liberdade e à convivência familiar e comunitária.
10
Família Monoparental Família constituída por um progenitor que
coabita com o(s) seu(s) descendente(s).
Família constituída por familiares (de
Família Dança a Dois sangue ou não) sem relação conjugal ou
parental (ex: avó e neto, tia e sobrinha,
irmãos primos cunhados
Família constituída por uma pessoa que
Família Unitária vive sozinha, independentemente de
relação conjugal sem coabitação.
Homens e /ou Mulheres que vivem na
mesma habitação sem laços familiares ou
Família de Co-habitação conjugais, com ou sem objetivo comum (ex:
estudantes universitários, amigos,
imigrantes
Família composta por homens e/ou
mulheres e seus eventuais descendentes,
Família Comunitária coabitando na mesma casa ou em casas
próximas (ex: comunidades religiosas,
seitas, comunas, ciganos
Família em que ocorre a colocação
Família Hospedeira temporária de um elemento exterior à
família ex criança idoso amigo colega
Família que adotou uma ou mais crianças
Família Adoptiva não consanguíneas, com ou sem coabitação
de filhos biológicos.
Família em que existe uma relação conjugal
Família Consanguínea consanguínea, independentemente da
restante estrutura.
Família em que um dos elementos é
dependente dos cuidados de outros por
Família com Dependente motivo de doença (acamado, deficiente
mental e/ou motor, requerendo apoio nas
AVDs).
Família com desaparecimento de um
elemento de forma definitiva (falecimento)
ou dificilmente reversível (divórcio, rapto,
desaparecimento, motivo desconhecido)
Família com Fantasma em que o elemento em falta continua
presente na dinâmica familiar dificultando
a reorganização familiar e impedindo o
desenvolvimento individual dos restantes
membros.
Família em que um dos cônjuges se ausenta
por períodos prolongados ou frequentes
Família Acordeão (ex: trabalhadores humanitários
expatriados, militares em missão,
emigrantes de longa duração).
Família em que os elementos mudam
Família Flutuante frequentemente de habitação (ex:
progenitores com emprego de localização
variável) ou em que o progenitor muda
11
frequentemente de parceiro.
Família em que um membro tem problemas
Família Descontrolada crônicos de comportamento por doença ou
adição (ex: esquizofrenia,
toxicodependência, alcoolismo, etc.)
Família em que o elemento identificado
Família Múltipla integra duas ou mais famílias, constituindo
agregados diferentes, eventualmente com
descendentes em ambos.
A família também pode ser classificada segundo sua relação parental, como
pode se observar abaixo:
12
A INFLUÊNCIA DA FAMÍLIA NO DESENVOLVIMENTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE
1
Caracteriza-se por diferentes níveis de intensidade, frequência, conteúdo e resolução, além de serem
expressam no cotidiano familiar de forma aberta ou encoberta.
13
determinando os interesses e necessidades individuais da pessoa; é um
domínio funcional, anterior à inteligência. (Wallon 1979 apud Borba &
Spazziani),
A SEPARAÇÃO
A GUARDA
14
Contudo temos uma acepção jurídica do termo extraída do manual da Guarda no
Direito da Criança e do Adolescente (CEJUP, 1997), guarda é o poder-dever de manter
criança ou adolescente no recesso do lar enquanto menores e não emancipados, dando
assistência moral, material e educacional.
Cabe aqui apresentar o fragmento da LEI Nº 10.406, DE 10 DE JANEIRO DE
2002, mas especificamente o CAPÍTULO XI, Da Proteção da Pessoa dos Filhos, que
versa como se dará a guarda.
15
§ 1o Na audiência de conciliação, o juiz informará ao pai e à mãe o
significado da guarda compartilhada, a sua importância, a similitude de
deveres e direitos atribuídos aos genitores e as sanções pelo
descumprimento de suas cláusulas. (Incluído pela Lei nº 11.698, de
2008).
Art. 1.588. O pai ou a mãe que contrair novas núpcias não perde o
direito de ter consigo os filhos, que só lhe poderão ser retirados por
mandado judicial, provado que não são tratados convenientemente.
16
(LEI Nº 10.406, 2002)
17
Uma das vantagens dessa modalidade de guarda é que a criança é a convivência
com ambos os genitores, contudo há teóricos que acreditam que a residência alternada
possa ser prejudicial ao menor, já que ele pode se sentir instável e assim não fixar os
laços sociais.
Guarda compartilhada
Cabe aqui esclarecer que a guarda alternada difere da guarda compartilhada, pois
a primeira o genitor que estiver de guardião e quem tem a responsabilidade e toma as
decisões referentes ao menor. Já na guarda compartilhada a responsabilidade das
decisões referentes ao menor cabe aos dois genitores, independente de com qual genitor
o menor se encontra no momento.
19
A seguir veremos trechos dos resultados encontrados:
S.A. Wolchik, S.L. Braver and I.N. Sandler detectaram em suas pesquisas
que a auto-estima de crianças de guardas compartilhadas foi maior.
Crianças de guardas conjuntas apresentaram significativamente maior
número de experiências positivas do que crianças de guarda
monoparental maternal. (J. of Clinical Child Psychology Vol.14, p.5-
101985).
20
Considerada pelos próprios pais como elemento encorajador de estratégias de
persuasão baseadas em punição
Campo fértil para a utilização de técnicas de pressão psicológica para controlar
as crianças, induzindo a elas culpa.
Em situações de separações com alto grau de litígio as crianças correm maior
risco de serem sequestradas pelos pais ou sofrerem agressões.
As famílias submetidas Ao modelo de guarda monoparental são comumente
dependentes da tutela da Vara de família.
As crianças apresentam pior relacionamento com suas mães.
As crianças demonstram insatisfação com a quantidade de visitas recebidas pelo
pai não residente.
A qualidade da relação pai-filho é inferior.
As crianças apresentam menos satisfação com o tempo gasto com os pais
As crianças perdem o contato com o seu pai.
Crianças entre 5 e 12 anos apresentam maior envolvimento negativo com os pais,
no período logo após a separação.
As crianças são 3 vezes mais omissas em relação a avaliação da importância dos
membros da família paterna ou materna, dependendo de quem é a guarda
21
CONSIDERAÇÕES FINAIS
25
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ALMEIDA, Roberta Leal Teixeira de. Cuidados infantis - sentidos atribuídos à guarda
compartilhada. 2009. 104f. Dissertação (mestrado em Psicologia) - Universidade
Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2009. Disponível em:
<http://www.psicologia.ufrj.br/pos_eicos/pos_eicos/arqanexos/arqteses/robertaleal.pdf>
. Acesso em: 09 de dezembro de 2011.
EL-SHEIKH, M., & HARGER, J. (2001). Appraisals of marital conflict and children's
adjustment, health, and physiological reactivity. Developmental Psychology, 37, 875-
885.
26
GRISARD FILHO, Waldyr. Guarda Compartilhada: um novo modelo de
responsabilidade parental. 2ª ed. rev. atual. e ampl. São Paulo: Revista dos Tribunais.
2002.
27