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Introdução ................................................................................................... 7
Bibliografia ................................................................................................. 42
Introdução
Âmbito do manual
Objetivos
Conteúdos programáticos
Carga horária
25 horas
1.História da dinâmica familiar
Família é um sistema vivo, aberto, composto por vários elementos com laços
entre si, no qual o todo é mais que a soma de todas as partes e, onde reina
entre os elementos constituintes um sentimento de pertença.
Cada família é um sistema mas também é parte de sistemas mais vastos, nos
quais se integra e, com os quais evolui (a comunidade e a sociedade). Dentro
de cada sistema familiar existem subsistemas mais pequenos que formam o
todo.
A família deve ser compreendida somente dessa forma holística, sob a pena de
se realizar uma avaliação desvirtuada e sem sentido.
Com efeito, a família tem sofrido alterações profundas, sobretudo nas décadas
mais recentes e este processo acelerado de mudanças familiares assentam na
sua relação com a sociedade, tendo impacto nas relações que ocorrem no seio
familiar, nos papéis e nas funções dos seus membros.
Existem sociedades nas quais este conceito não tem aplicabilidade, pois a
estrutura da organização das relações entre as pessoas é diferente, o que não
significa inexistência de laços e regras familiares, traduz sim, normas diferentes
de organização das relações homem – mulher, crianças – adultos.
A família de hoje já não traduz a construção mental que faz parte de cada um
de nós, pai, mãe e filhos. Cada vez mais encontramos famílias “normais”, à luz
dos novos paradigmas, em que os membros nem sempre partilham a mesma
residência, nem sempre os descendentes são filhos dos adultos da família e
nem sempre os adultos são de sexos diferentes.
A família é uma rede complexa de emoções e relações que não são passíveis de
ser pensadas como instrumentos criados para o estudo dos indivíduos isolados.
A família tem-se afirmado como uma instituição universal sendo, nos nossos
dias, um claro reflexo das sociedades ocidentais contemporâneas possuindo
novas configurações e novos papéis. Se há a instituição que se tem adaptado
às diferentes formas de viver em sociedade, demonstrando a plasticidade e
flexibilidade das suas formas de organização, ela é certamente a família
Ao longo destes três períodos, o adulto vai atravessando nove etapas que se
alternam segundo um ciclo de questionamento e estabilização: a vida adulta é,
pois, caracterizada por um constante dinamismo.
A família com filhos na escola, é a terceira etapa do ciclo vital familiar. Existe
um encontro de dois sistemas (família e escola). A entrada dos filhos para
escola constitui para a família “o primeiro grande teste ao cumprimento da sua
função externa, e através dela, sua função interna.”
A quarta etapa do ciclo vital surge quando a família tem filhos adolescentes,
sendo a etapa mais difícil e longa. No desafio da gestão da relação entre pais e
filhos, os pais devem adquirir e manter funções executivas, não esquecendo
que o período da adolescência é conturbado, caracterizado por mudanças e
dúvidas. Nesta fase assume lugar de destaque o grupo de pares, decorrendo
frequentemente conflitos geracionais.
A família com filhos adultos constitui a última etapa do ciclo vital familiar. Esta
fase é cheia de mudanças, de movimento familiar, caracteriza-se por saídas e
por entradas e novas relações e novos papéis.
Reforçando esta ideia sempre, sempre que em inquéritos sobre valores sociais
são confrontados os portugueses com questões relacionadas com a importância
da vida familiar ou casamento os resultados revelam que em Portugal a família
e o casamento são muito valorizados, acentuando essa valorização na lógica
dos novos padrões: a perspetiva simétrica em que homens e mulheres devem
trabalhar fora de casa e partilhar as tarefas domésticas e os cuidados com os
filhos.
As famílias monoparentais são compostas pela mãe ou pelo pai e os filhos. São
famílias fruto de divórcio, viuvez ou da própria opção dos progenitores, mães
solteiras, adoção por parte das mulheres ou dos homens sós, recurso a técnicas
de reprodução.
O aumento dos divórcios fez aumentar o número deste tipo de famílias já que
nesta situação os filhos ficam a viver com um dos progenitores. Na maioria das
vezes este progenitor é a mãe, embora já haja alguns homens.
É o modo como estas três partes funcionam que possibilita a função do Amor.
Deste modo, a identidade do casal implica que a relação seja sentida como
privilegiada, diferenciando-se das relações extrafamiliares de cada um dos
elementos, permitindo, paralelamente, que no sistema intrafamiliar se
diferenciem um do outro.
Para que serve então o casal? “O casal serve para fazer durar o amor”. A união
amorosa assenta num contrato de relação, não escrito, composto de
expectativas e promessas individuais, conscientes e inconscientes; assenta num
“jogo” interativo, unindo os parceiros nas áreas concordantes.
Afinal, o que é o Amor? Muitos poetas procuraram dar a sua resposta, contudo
os cientistas insistem em “objetivar” as qualidades do amor, assim como as
suas características, componentes e vicissitudes, surgindo, assim, as teorias do
amor.
A vida a dois começa, muitas vezes, desde os primeiros encontros que fixam,
desde logo, um quadro de mudanças. É, muitas vezes, a regularidade das
relações sexuais que leva à coabitação.
As maiores diferenças são sentidas, ao nível das uniões de facto, pela recusa do
“peso” da institucionalização e das tarefas domésticas (rituais próprios do
casamento), pondo em causa a valorização íntima quer dos laços conjugais
quer da definição de casal enquanto tal.
Muitos coabitantes acreditam que a união de facto vai fornecer uma habilidade
para escolher um melhor parceiro para o casamento. Contudo, tem sido
constantemente demonstrado que comparando casais que não coabitam, com
casais que coabitam antes do casamento, existe uma taxa muito elevada de
separação do casal e divórcio, naqueles que escolheram coabitar antes do
casamento.
Quais as explicações para a união de facto ser um maior risco para a dissolução
do casamento / divórcio?
Uma outra explicação é que as pessoas que coabitam têm maior probabilidade
de possuir características que também são fatores de risco para o divórcio
assim como, divórcio dos pais, nível baixo de educação, ser jovem, gravidez,
etc. Os jovens adultos com menor nível de religiosidade e com uma maior
aceitação a nível do divórcio, têm maior probabilidade de entrar numa relação
de união de facto.
Logo, designam-se por monoparentais, as famílias onde a geração dos pais está
apenas representada por um único elemento. Esta situação pode acontecer por
vários motivos, ou porque um dos progenitores abandona o lar e o outro não
volta a casar, ou porque a mãe solteira fica com o(s) filho (s), ou adota uma
criança.
Existem três aspetos principais que traçam o perfil das famílias monoparentais
em Portugal.
Um aspeto tem a ver com o contexto específico de mudança familiar com que
nos estamos a deparar, pois tendo em conta a evolução dos indicadores
demográficos, podemos aferir que a proporção de mães e pais sós, separados
/divorciados tenderá a aumentar.
Pais e mães sós, geralmente viúvos, que vivem com os filhos adultos,
estando pouco inseridos no mercado de trabalho, em especial as
mulheres e cuja fonte de rendimento familiar exclusiva é na maior parte
das vezes uma pensão mensal da Segurança Social;
O perfil atual destas famílias próximo do dos países da Europa do Sul, onde
existe por um lado, uma grande proporção do pais e mães sós a viver com os
seus filhos, e por outro lado uma inserção domestica caracterizada pela
proporção elevada destas famílias para viverem com outras pessoas,
nomeadamente com outros familiares formas de apoio familiar prestadas a
estas famílias, para que assim estas possam ser inseridas no mercado de
trabalho.
Esta fragilidade emocional não é de forma alguma sentida apenas pela mulher.
A figura paterna encontra-se quase sempre ausente nestas famílias, porque se
demitiu das suas funções devido ao afastamento (voluntário, imposto pela mãe
ou família materna).
Refira-se se considera que constituem uma família duas pessoas casadas entre
si ou que vivam uma com a outra há mais de dois anos em união de facto ou
parentes que vivam em comunhão de mesa e habitação.
Não obstante o crescimento desta resposta nos últimos anos, trata-se ainda de
um recurso escasso. De acordo com um estudo realizado pelo Ministério da
Justiça e pelo Ministério do Trabalho e da Solidariedade existem alguns fatores
que contribuem para o estado de “semiabandono” que se encontra esta medida
de colocação.
Por outro lado, o acolhimento familiar, pode defrontar-se com alguns riscos,
entre os quais: a separação do agregado familiar de origem, o risco da
parentalização da relação educativa que se estabelece entre a família de
acolhimento e as crianças ou jovens acolhidos, podendo mesmo chegar à
apropriação em relação ao menor, a conflitualização acrescida da vida da
criança ou jovem, e a rutura da família de acolhimento com as consequentes
colocações sucessivas da criança/jovem.
3.4.Adoção e parentalidade
Estes laços não são definidos apenas por relações sociais mas, primariamente,
por uma relação de sangue que define a pertença a uma cadeia de gerações e
as solidariedades e alianças entre pessoas.
Uma das pressões da modernidade implica que ser-se pessoa está, em muito,
relacionado com a capacidade de se reproduzir, e não tentar, perante uma
falha biológica, é considerado ser-se menos pessoa, dadas as opções
tecnológicas disponíveis.
Os casais sem filhos continuam a ser olhados com desaprovação, seja esta
ausência da criança por escolha (e daí egoísta) ou por questões biológicas (e,
por isso, dignos de pena). A mulher adulta que não concebe ou encontra uma
forma alternativa de maternidade é vista de forma depreciativa por não estar a
cumprir a função normativa da maturidade feminina.
3) Por não estarem ligados por sangue aos seus filhos, os pais adotivos
são considerados pais menos bons.
Outro fator será a existência de fatores de ordem cultural que conduzem a que
as instituições e os técnicos esgotem até à exaustão as soluções legais que
possibilitem a manutenção da ligação da criança à família biológica, mostrando
grande dificuldade em cortar com essas relações.
Estes dados sugerem a existência, entre os técnicos responsáveis, de uma
conceção de família e parentesco assente nos laços de sangue e de uma
“prevalência do biológico”.
O tempo passa e eis que chega o dia tão esperado: a criança sonhada e
idealizada finalmente nasceu! Mas os factos, por vezes, contrariam os sonhos e
os desejos dos pais. O “fantasma” do filho com deficiência torna-se realidade.
Dar à luz um filho com deficiência é um acontecimento inesperado para o qual
a família não está preparada. É um acontecimento na vida dos pais que sempre
ficará marcado e produzirá mudanças no seio familiar. Nesta situação ocorrem
questões, tais como:
“Porque nos aconteceu isto?” ou “Que mal fizemos nós para merecer tal
castigo?”. As esperanças dos pais desfazem-se e o futuro avizinha-se cheio de
receios, privações e incertezas.
As reações dos pais à informação de que o seu filho é uma criança com NEE
têm sido comparadas às experiências de perda de alguém amado, por morte ou
separação. Assim, também os pais atravessam um período de luto pela perda
do filho idealizado.
Alguns atores consideram que não existem apenas atitudes negativas face ao
nascimento de uma criança com deficiência. Muitos pais conseguem ajustar-se
à situação e assumem uma atitude de aceitação. Eles referem que existe um
padrão de reação que passa por vários estádios e culmina na aceitação.
As famílias com crianças com NEE podem e devem procurar ajuda junto de
profissionais (médicos, psicólogos, educadores e outros técnicos), que devem
proporcionar todo o apoio possível, pois elas necessitam de informação sobre a
deficiência e, sobretudo, que as ajudem a aceitar essas crianças, que lhes
demonstrem solidariedade, para que em nenhum momento se sintam sós,
desamparadas e isoladas.
Para as crianças terem uma boa experiência educativa é necessário que os pais
sejam envolvidos no processo educativo. A participação e colaboração dos pais
no processo educacional dos alunos com NEE é um fator primordial para
favorecer o seu desenvolvimento”.
Para que uma criança, portadora ou não de qualquer deficiência, possa atingir
uma fase de desenvolvimento, ela necessita de ser estimulada. No caso da
criança com deficiência, a estimulação assume um papel ainda mais relevante.
Compete aos pais efetuar essa estimulação, num ambiente adequado, dando
carinho e atenção, de modo a proporcionar um bom desenvolvimento global da
criança.
Para que a intervenção dos pais se possa realizar, é preciso que estes sejam,
convenientemente, informados acerca das deficiências dos filhos, o que nem
sempre acontece. Neste âmbito, os mesmos autores, salientam que a
informação fornecida pelos profissionais, que deveria ser clara e precisa, é
inadequada e confusa.
Por vezes, os pais tentam proteger os filhos portadores de deficiência, não lhes
permitindo que estes desenvolvam as suas capacidades. No entanto, é da
responsabilidade dos pais, essencialmente nos primeiros anos de vida, estimular
a criança e criar condições que possibilitem que esta desenvolva todas as suas
potencialidades de modo a tornar-se um indivíduo o mais independente e
autónomo possível.
O apoio regular aos pais, nos primeiros anos de vida da criança, poderá ser
realizado sobretudo pelos serviços de saúde. Quando a criança se encontra em
idade escolar, essa função compete ao professor de educação especial, que
assume o papel de mediador entre os pais e os serviços.
Bibliografia