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A PARTICIPAÇÃO DE PROFESSORES E PAIS PARA O DESENVOLVIMENTO DO

ENSINO APRENDIZAGEM NA EDUCAÇÃO INFANTIL


ARGENTA, Letícia. Faculdade de Educação Paulista, FAEP. São Paulo - SP 2023.

RESUMO

Este trabalho visa abordar a importância que a família tem para o desenvolvimento educacional
da criança, começando pelo conceito e pelas funções sociais que cabem a ela realizar, apontar
alguns fatores contraditórios que existem entre família e escola que entre eles estão: a
desconfiança dos profissionais que trabalham na escola e a ausência da família no
acompanhamento dos filhos à mesma, e a melhor saída para resolver este imbróglio é as duas
promoverem o diálogo e buscarem a união entre si e promover uma ampla reflexão sobre como
a participação da família é essencial para o desenvolvimento escolar da criança, o papel
principal dos pais ou responsáveis na educação é propiciar espaço para que a mesma aconteça,
seja em casa, na escola ou em qualquer outro lugar que haja interação social.

Palavras – chave: Família. Escola. Desenvolvimento Educacional. Interação Social.

ABSTRACT

This work aims to address the importance that the family has for the educational development
of the child, beginning with the concept and the social functions that it can perform, to point out
some contradictory factors that exist between family and school that are among them: the distrust
of professionals who and the absence of the family in the accompaniment of the children to the
same, and the best solution to solve this imbroglio is the two to promote the dialogue and to seek
the union between them and to promote a broad reflection on how the participation of the family
is essential for the development of the child, the main role of parents or guardians in education
is to provide space for this to happen, whether at home, at school or anywhere else that there is
social interaction.

Keywords: Family. School. Educational Development. Social interaction.

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1 - INTRODUÇÃO

A família é vista como um sistema social responsável pela transmissão de valores, crenças,
ideias e significados que estão presentes nas sociedades, por isso, ela tem um papel muito
significativo e possui uma forte influência no comportamento dos indivíduos, especialmente
das crianças, que aprendem as diferentes formas de existir, de ver o mundo e construir as suas
relações sociais.
É ela quem constitui a unidade dinâmica das relações de cunho afetivo, social e cognitivo que
estão imersas nas condições materiais, históricas e culturais de um dado grupo social.
A justificativa do tema se baseia na reflexão de que a família é a base de todo o progresso
educacional e do amadurecimento da personalidade da criança, os primeiros conhecimentos que
as crianças irão adquirir vêm da família, aonde os pais serão os primeiros professores e
consequentemente os espelhos das crianças, por isso esses devem ser dotados de características
que serão transmitidas para as mesmas, características essas dotadas de cidadania e cumpridores
de seus direitos e deveres.
O objetivo deste trabalho se concentra no caminhar da educação que é tão extenso e
problemático, precisando haver uma integração entre escola e família para que a criança possa
percorrer esse caminho com perfeição e não se perder em várias rotas que as leva a caminhos
sem precedentes e muitas vezes sem volta.
É preciso que a escola possibilite diversas maneiras para atrair a atenção da família e convoca-
la a participar das atividades que acontecem nela, pois, as duas têm o dever e o compromisso
de contribuírem eficazmente para o sucesso escolar e pelo desenvolvimento intelectual e social
dos seus filhos e alunos.

2- METODOLOGIA

A metodologia empregada foi a pesquisa bibliográfica na qual pode-se fazer um levantamento e


reflexão sobre a eficácia que a família, quando se é bem estruturada socialmente, tem no
desenvolvimento educacional das crianças, todavia este só ocorre quando estão integradas a
família e a escola, uma fazendo parte e complementando as ações da outra, sem interrupção,
intromissão ou algo que possa

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quebrar a relação que as duas devem construir, pois, desta forma estarão trabalhando para de
fato romper com algumas barreiras existentes entre as duas e promover este desenvolvimento
que fortalecerá a sociedade na qual estão inseridas.

3 -CONCEITO E PAPEL SOCIAL DA FAMÍLIA

A família como hoje é conhecida teve suas raízes no século XVI, segundo Ariés (1981, p.214)
foi quando “assistimos o desenvolvimento da família moderna”. Pode- se destacar que com a
chegada dos europeus no Brasil trazendo as raízes do cristianismo que começaram a ser formado
os primeiros núcleos de povoamento e consequência a família foi sendo formada. Tendo como
suas bases a religião, moral, profissional e principalmente a educacional.

A família, na perspectiva sociológica, é uma das 5 maiores instituições


sociais, que especificam os papéis sociais e os preceitos para o
comportamento dos indivíduos. Ela é a responsável pelo controle da
função reprodutora; pela socialização das crianças e por estratégias de
segurança econômica de seus membros (COHEN, 1980 apud
SILVEIRA, 1998, p. 59).

E dentro das 5 aponta-se a família como sendo a principal responsável pelo comportamento
social e afetivo dos indivíduos, pois como foi dito nesta citação a mesma é quem faz o controle
social e educacional das crianças e dos membros que a compõe.
A criança precisa se sentir segura dentro do ambiente familiar, percebendo o quanto seus pais
estão comprometidos com a sua aprendizagem escolar e também o quanto ela é amada e
protegida por eles, desta forma crescerá em um ambiente sadio e favorável ao seu
desenvolvimento, e consequentemente se tornará um adulto responsável e dotado de valores
que irão refletir na sociedade a qual eles convivem.
Então quando a escola não consegue atingir ou mesmo não conseguir cumpri com os seus
objetivos, é natural que ela procure promover a entrada das famílias no seio escolar, motivando-
as participar não somente dos eventos realizados, mas sim buscando fazer com que ela reflita o
quanto é importante para o caminhar educacional dos seus filhos.

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4- ALGUNS FATORES CONTRADITÓRIOS ENTRE FAMÍLIA E ESCOLA E COMO
RESOLVE-LOS

Esses fatores podem ser advindos de diversas causas, pode ser apontando por parte da família
duas relações entre outras, uma a desconfiança dos profissionais que trabalham na escola e a
ausência da família no acompanhamento dos filhos à ela, e devido a isso atribui a total
responsabilidade da escola na transmissão da educação, como afirmado por (TIBA,2002, p.
67) que, “faz parte do instinto de perpetuação os pais cuidarem dos filhos, mas é a educação
que os qualifica como seres civilizados. Atualmente, nas escolas e em casa, os pais/educandos
não sabem mais como fazer para que as crianças sejam disciplinadas.”.
Já por parte da escola pode ser aferido o grande carregamento de responsabilidades despejadas
em cima dela, a formação precária de alguns professores e o autoritarismo na construção do
projeto político pedagógico somente por parte da direção escolar, não dando margem de
participação para professores e pais de alunos.
(TIBA,2002, p. 183) informa que “se a parceria entre família e escola for formada desde os
primeiros passos da criança, todos terão muitos a lucrar”. Se as duas se aliarem em prol do
mesmo objetivo que é o progresso educacional das crianças e a construção da cidadania, todos
saíram lucrando em um futuro bem próximo, pois, “na espécie humana a educação não continua
apenas o trabalho da vida. Ela se instala dentro de um domínio propriamente humano de trocas:
símbolos, de intenções, de padrões de cultura e de relações de poder. ” (Brandão, 2007, p. 14).

5-A FAMÍLIA E O DESENVOLVIMENTO ESCOLAR

De acordo com Sampaio, “o incentivo dos pais na busca de informações, da leitura e escrita
será de grande importância. Pois o compromisso com as atividades, tanto na família como na
escola, será um indicativo para o sucesso da vida acadêmica.”. (SAMPAIO, 2011, p.48)
A família da sociedade atual tem passado por várias mudanças devido aos avanços
tecnológicos e a tantas outras informações e isso reflete sobre o processo de interação da
mesma na escola.

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Sabe-se que toda criança inicia seu processo de educação dentro da família se estendendo na
escola, os pais que transmitem as crianças os valores e reputações que as norteiam durante a
vida e quando isso não é transmitido a criança chega à escola sem o conceito entre o certo e o
errado, o trabalho dos professores tende a ser comprometido, pois os mesmos precisarão
desenvolver um processo de instrução que deveria ter começado com a família.
A formação infantil se deve a uma grande luta diária e persistente dos pais, familiares mais
próximos dando a escola somente o dever de complementar a educação da criança. Esse deveria
ser o foco principal da educação a formação de profissionais, mas antes disso buscar a formação
pessoal e social do educando.
Os pais que veem os professores como aliados certamente sentem-se à vontade para ter um
diálogo aberto com os mesmos, isso de fato reflete positivamente no resultado que se espera
do convívio entre ambas as partes, com o diálogo aberto, aqueles poderão acompanhar o
rendimento de seus filhos em sala de aula e o professor poderá identificar as dificuldades e
também saber quais os pontos que poderão de certa maneira trabalhar com os alunos, através
de informações passadas pelos genitores, daí se dá a importância das reuniões entre pais e
professores, reuniões que se estabelecerão em definir os reais papeis que cabem as duas
instituições.
A integração entre escola e família é necessária para que não haja relação que sejam
percussoras de uma má ou degradante a formação escolar dos filhos e educandos, a união entre
as duas irá ser responsável pela transmissão de valores e princípios condizentes a uma ótima
evolução dos mesmos.
Entretanto, é bom ressaltar que nenhuma das instituições precisa mudar sua forma de
organização, mas que estejam abertas a troca de experiências uma respeitando a outra para que
assim se obtenham resultados significativos. A escola não funciona isoladamente e a família
necessita de outra instituição para auxiliá-los na educação de sua criança, portanto faz-se
necessária que cada um dentro de sua função busque desempenhar seu papel, contribuindo
assim, para a formação escolar e social da criança.

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Considera-se que a família contribui de diversas maneiras na educação de seus filhos e assim
suas ações fazem toda diferença na hora de repassar valores a estes, incentivando-os na
escolarização e sendo participante no processo de ensino e aprendizagem, já aqueles pais que
não tiveram oportunidade de estudo, não caia nos mesmos obstáculos que impediram aos seus
pais de lhes oferecem oportunidades educacionais, e estimulem aos seus filhos a buscar o
conhecimento para que de certa forma possam mudar a realidade em que vivem, devendo
transmitir valores e costumes em relação aos estudos.
A família tem grande importância na formação de seus filhos, por isso que é tão fundamental
a sintonia entre escola e família para que juntas criem uma força capaz de provocar mudanças
e principalmente desenvolver o potencial do educando.
O primeiro passo para a resolução de todos os obstáculos existentes entre as duas instituições
socais será a escola deixar de se situar como a única possível de realizar o processo ensino-
aprendizagem e passar a trabalhar democraticamente, com intenção de atrair cada vez mais a
família, e assim por meio do diálogo buscar a construção e formulação métodos de ensino e
efetivar de vez este difícil e problemático processo.

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6 -RELAÇÃO DE PAIS, PROFESSORES E ALUNOS

Sabe-se que a relação entre pais e professores inclui uma boa dose de tensão, pois diante
de tantas mudanças onde se ver cada vez mais a falta de limites nas crianças e adolescentes, os
professores sentem-se responsabilizados por ensinar conteúdos e ainda transmitir valores
sociais que a princípio deveriam ser passados pela família.
Além disso, é importante que se construa uma relação de respeito, onde cada um tenha
consciência de suas responsabilidades para com os filhos/alunos. É necessário ressaltar que pais
e professores conhecem os alunos de forma diferente e isso faz com que cada lado, uma vez ou
outra, possa acabar por interferir no espaço do outro, havendo assim um conflito que possa
dificultar ainda mais a relação entre estes dois.
O papel do professor não é somente transmitir um tipo especifico de conhecimento para
uma turma de alunos, sua função perpassa a mera transferência de informação. O professor
necessita tornar seu conhecimento pedagógico uma fonte de mudanças, não apenas no sistema
escolar, mas também no social, econômico e político. Deve ser também uma fonte inesgotável
de conhecimento no sentido de ser para o aluno um porto seguro onde os mesmos possam
encontrar um caminho para realizar seus projetos como estudantes.

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É ampla a responsabilidade da família na educação da criança, pois é ela quem tem que
ter toda a atenção e respaldo social diante dos cuidados com a criança, principalmente, diante
da alimentação, higienização, proteção, afeto, entre outros cuidados que um filho necessita para
o seu desenvolvimento.
No Estatuto da Criança e do Adolescente, no Capítulo III, Seção I, no seu Artigo 19,
destaca sobre os direitos que toda criança tem: “Toda criança ou adolescente tem direito a ser
criado e educado no seio da família e, excepcionalmente, em família substituta, assegurada a
convivência familiar e comunitária, em ambiente livre da presença de pessoas dependentes de
substâncias entorpecentes. ” (BRASIL, 1990, p.26).
Aqui afirma que os pais ou responsáveis pelas crianças devem ser livres de
entorpecentes ou mesmo algo que mostre não ter a responsabilidade pelo cuidado, pelo
contrário devem ser totalmente capacitados de amor e segurança para ofertar à criança, e assim
a mesma crescer em um ambiente limpo, seguro e de ampla educação.
Zagury destaca que: “[...] o relacionamento entre pais e filhos ganhou mais
autenticidade, menos autoritarismo. O poder absoluto dos pais sobre os filhos foi substituído
por uma relação mais democrática. E o entendimento cresceu. ” (Zagury, 2002, p.14). Assim,
os pais devem ter todo o cuidado na educação dos filhos, pois não podem exceder a liberdade e
nem ser totalmente autoritário com os mesmos, por isso que o diálogo é a peça fundamental
para romper com as barreiras impostas pela sociedade.
Nesta relação é preciso que os pais imponham limites aos filhos, para que estes
“interiorize a ideia de que poderá fazer muitas, milhares, a maioria das coisas que deseja, mas
nem tudo e nem sempre”. (ZAGURY, 2002, p. 17).
Ainda mais que na sociedade atual a tecnologia, como celular e computador, tem
substituído as tradicionais brincadeiras sadias das crianças, por isso que é preciso que as
crianças tenham limites para que suas infâncias não sejam perdidas e muitos menos que sejam
adolescentes problemáticos.
É preciso que as crianças sejam entendidas nas suas necessidades, ou seja, brincar e
também aprender, e não pelo o seu querer. Nesse sentido, os pais não podem perder a
autoridade, que hoje já é vista como um dos mais graves problemas sociais do cenário
contemporâneo.

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Sobre este fato, Kramer destaca que: “[...] as crianças são negligenciadas e vão ficando
também perdidas e confusas. Muitos adultos parecem indiferentes e não mais as iniciam. A
indiferença ocupa o lugar das diferenças”. (KRAMER,2000, p.21).
Tem se notado que em algumas famílias os pais em nome dos direitos da criança como
sujeito, tem se afastado de sua responsabilidade e acabam por não estabelecer regras, não
expressarem o seu ponto de vista, não se posicionarem frente a algumas atitudes da criança e
assim deixam as mesmas crescerem vem algum valor familiar.
Prado destaca que:

Uma família é não só um tecido fundamental de relações mas também


um conjunto de papéis socialmente definidos. A organização da vida
familiar depende do que a sociedade através de seus usos e costumes
espera de um pai, de uma mãe, dos filhos, de todos os seus membros,
enfim. Nem sempre, porém, a opinião geral é unânime, o que resulta em
formas diversas de família além do modelo social preconizado e
valorizado. (PRADO, 1988, p. 21)

E para que a família não seja somente algo que exista na sociedade, porém sem valor e
fundamento algum, é imprescindível que os seus componentes sejam dotados de valores sociais
e morais e que entendam quais os seus devidos papeis diante da sociedade, e que trabalhem
unidos movidos pelo amor e dedicação uns aos outros que fortalecerá a sociedade.

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7- A EDUCAÇÃO INFANTIL E A CONSTRUÇÃO DE VALORES

No Brasil, a Educação Infantil corresponde ao período de vida escolar, com faixa etária
de 0 a 6 anos. Na Educação Infantil as crianças são despertadas, através de ações lúdicas e
jogos, a praticar suas capacidades motoras, fazer descoberta e iniciar o processo de
alfabetização. Segundo a LDB (Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional) no Artigo 29,
a educação infantil, na primeira etapa da educação básica, tem como finalidade o
desenvolvimento integral da criança até os seis anos de idade, em seus aspectos físico,
psicológico, intelectual e social, complementando a ação da família e da comunidade. A
Educação Infantil tem também o papel de habilitar a criança para o universo escolar e o ingresso
no Ensino Fundamental.
É de extrema importância exercitar a criança para os conceitos estabelecidos na escola
juntamente com as teorias e práticas. Na concepção de Oliveira: O educador deve conhecer não
só teorias sobre como cada criança reage e modifica sua forma de sentir, pensar, falar e construir
coisas, mas também o potencial de aprendizagem presente em cada atividade realizada na
instituição de educação infantil.
Deve também refletir sobre o valor dessa experiência enquanto recurso necessário para
o domínio de competências consideradas básicas para todas as crianças terem sucesso em sua
inserção em uma sociedade concreta. (OLIVEIRA, 2002, p.124) Os responsáveis pelos
primeiros ensinamentos na aprendizagem das crianças são os pais, seguidos da família,
sociedade e escola.

Entretanto, educar não está somente em desenvolver o potencial de aprendizado, mas é


através de todo o potencial que a criança traz consigo, seja no sócio-cultural, afetivo,
habilidades psicomotoras e cognitivas. É no convívio social da creche e na pré- escola que as
crianças começam a se conhecer e a conhecer o outro, a se respeitar e a respeitar o outro, e a
desenvolver sua capacidade de construir conhecimento.
As primeiras mudanças no comportamento das crianças, no que se diz respeito à
agressividade e á indisciplina têm sido vistas pelos mestres da educação como um dos maiores
problemas na aprendizagem das crianças.

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A indisciplina é um dos principais empecilhos da aprendizagem na escola durante as
aulas. Se o educador estiver preparado para enfrentar esse tipo de situação, os alunos conseguem
melhorar seu comportamento e assim a formação de uma boa personalidade será garantida,
dentro e fora da escola, nos primeiros anos da vida escolar.
Pensamos que o comportamento agressivo pode ser mudado com a postura do professor
em sala de aula, de modo a corrigir e influenciar a construção correta da criança de educação
infantil. Os valores construídos e aprendidos na fase infantil, correspondem à aprendizagem de
conceitos como certo e errado, mau e bom presentes nas relações humanas.
São trabalhados através do conjunto entre sociedade e o próprio indivíduo, mediante
valores culturais e hábitos morais que ajudarão na construção do seu próprio eu. Nessa visão, a
educação moral assume um importante papel na socialização. Valores como justiça, liberdade
e igualdade aprendidas pelo sujeito no ambiente escolar, serão imprescindíveis na formação da
personalidade. Desde cedo à criança reconhece e lida com diversos objetos, estabelecendo o
contato com a sociedade em que ela vive.
Diante disto, podemos perceber que o processo de desenvolvimento da personalidade,
tem o objetivo de formar estruturas mentais estáveis como a consciência moral, autoconceito e
a personalidade, pois ela se desenvolve através das capacidades individuais como a
autoconsciência, autocrítica e não unicamente por incitamentos comuns a toda espécie. Por isso
a importância de estimulá-la em seu convívio de forma a proporcionar um conceito voltado para
realidade e não algo fictício levando a criança a criar uma mentalidade lógica e racional.
Ramos afirma que: A criança educada em ambiente no qual a verdade é respeitada, as
promessas são cumpridas, onde a verdade e a honestidade são praticadas e “pregadas”, é natural
que a criança e o adolescente aceitem o mesmo sistema. (RAMOS,1991,pg.137).São nas
brincadeiras infantis que os indivíduos formam sua personalidade, através das descobertas e
limitações que as crianças têm em seu dia a dia.
Pois cabe ao professor exercer um papel de organizador das re lações sociais no espaço
escolar, além de estimular as experiências das crianças trazidas do convívio familiar
acompanhando as transformações deste para novas experiências.

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Os docentes da educação infantil devem dar oportunidades às crianças de manifestarem


suas opiniões, decidirem o que fazer, desde a arrumação da sala até a disciplina do próprio
grupo.

Isto é feito dentro de uma prática constante que se entende como atividade de
concentração seguida de uma de expansão. Ao oferecer uma prática com base no conhecimento
da criança, próprio do seu desenvolvimento, coloca-se a questão do outro, do social e da relação
com os colegas e com os educadores. A rotina é um limite e um caminho que indica uma outra
forma de satisfação das necessidades da criança.
Ela conhece o espaço da escola, seu limite físico e social e suas regras de
relacionamento. Sendo assim, auxilia-se a organização do seu pensamento, possibilitando
planejar ações a serem realizadas futuramente, imaginar eventos e a lidar com ações
seqüenciais.
Como ressalta Oliveira: Dessa perspectiva, não há uma essência humana, mas uma
construção do homem em sua permanente atividade de adaptação a um ambiente. Ao mesmo
tempo em que a criança modifica seu meio, é modificada por ele. Em outras palavras, ao
constituir seu meio, atribuindo-lhe a cada momento determinado significado, a criança é por ele
constituída; adota formas culturais de ação que transformam sua maneira de expressar-se,
pensar, agir e sentir. (OLIVEIRA, 2002, p. 126).
As escolas de educação infantil são meios de socialização, propiciando o contato e o
confronto entre os adultos e a crianças de várias origens socioculturais, costumes, hábitos e
valores sociais, fazendo desta diversidade um lugar de experiência educativa.
Dessa forma a escola cria condições necessárias para que as crianças conheçam,
descubramnovos sentimentos como: compreensão, respeito, diálogo, amizade, amor, gentileza,
demonstrações de afeto, etc.
Buscando assim, os valores ideais do seu papel social na formação da sua personalidade.
A escola precisa dar total atenção à criança como pessoa, que está num contínuo processo de
crescimento intelectual, compreendendo sua peculiaridade, identificando e contestando suas
necessidades.
A criança bem cuidada, considerada um bom cidadão, enquanto se desenvolve depara-
se com fenômenos, fatos e objetos do mundo; pergunta, reúne informações, organiza
explicações e arrisca respostas.

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É na escola que se promove a educação da criança, mostrado o que é certo e errado,


muitas vezes a escola precisa propiciar situações para que a família reflita sobre seu papel e
atribuição, tendo em vista que os filhos permanecem mais tempo com os profissionais da escola
do que com os familiares.
A criança é instigada pela curiosidade e motivada pelas respostas que os professores dão
perante as informações e atividades vindas dos livros, televisão, rádio, etc. Ela sente-se segura
e protegida no espaço onde é cidadã, portanto os educadores devem estimulá-las de forma
continua ajudando a entender o seu meio social.
O papel educativo da creche e da pré-escola requer um planejamento de um currículo
específico.

O importante é que a escola planeje um ambiente de socialização diferente da familiar.


Através da exploração, da vivência e do conhecimento constroem sua visão de mundo e de si
mesmas, enquanto sujeitos desse processo.
A educação está presente em todas as disciplinas. Faz-se necessário que o professor
organize seu plano de ensino em atividades lúdicas, reflexivas e conceituais sobre temas
transversais como: ética, amor, verdade, responsabilidade, respeito mutuo, amizade, prudência
e coragem construindo assim os valores no dia a dia da criança.
Os valores humanos são construídos nos primeiros anos de vida de uma criança, é a
partir desses primeiros anos, que nós educadores e pais, podemos transmitir os valores que irão
ser construídos através de ensinamentos. Tais ensinamentos podem se dar através de dinâmicas,
encenações teatrais, jogos educativos e atitudes em sala de aula e no âmbito familiar.
Desta forma motivando o aluno em seu dia a dia de forma criativa podemos incentivá-
lo a ter atitude em seus atos ajudando a formar sua personalidade de forma estruturada no
decorrer de sua vida.
Os valores que são passados em sala de aula como: verdade, ação correta, amor, não
violência, podem ser trabalhados no dia a dia da criança de forma a discipliná-las em sala de
aula e a ensiná-las a viver em sociedade de forma correta.
É através do conjunto de normas pedagógicas que nós educadores podemos originar nos
educandos a vontade de descobrir um novo mundo de forma consciente reconhecendo suas
próprias limitações perante a vida.

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O ensino dos valores como paciência, alegria, curiosidade, autoconhecimento são
pontos essenciais para a construção de uma boa personalidade para a criança. Então utilizar o
exemplo diariamente é uma das melhores formas a serem trabalhadas na construção do caráter
do sujeito, sendo ele para o aluno um espelho a ser visto por ele, de forma a aprender tudo o
que seu espelho lhe passar.
Segundo o PCN sobre os temas transversais, trazer a ética para o espaço escolar
significa: Enfrentar o desafio de instalar, no processo de ensino e aprendizagem que se realiza
em cada uma das áreas de conhecimento, uma constante atitude crítica, de reconhecimento dos
limites e possibilidades dos sujeitos e das circunstâncias, de problematização das ações e
relações e dos valores e regras que os norteiam.
Configura-se, assim, a proposta de realização de uma educação moral que proporcione
às crianças condições, para o desenvolvimento de sua autonomia, entendida como capacidade
de posicionar-se diante da realidade, fazendo escolhas, estabelecendo critérios, participando da
gestão de ações coletivas.
O desenvolvimento da autonomia é um objetivo de todas as áreas e temas transversais e, para
alcançá-lo, é preciso que elas se articulem. A mediação representada pela ética estimula e
favorece essa articulação.

8- A FORMAÇÃO DA PERSONALIDADE NA EDUCAÇÃO INFANTIL


Segundo Ramos (1991) a personalidade é tudo aquilo que distingue um indivíduo de
outros indivíduos, ou seja, o conjunto de características psicológicas que determinam a sua
individualidade pessoal e social.
A formação da personalidade é processo gradual, complexo e único a cada indivíduo,
modificado para melhor ou pior, tudo dependendo da presença e ausência de fatores positivos
ou negativos para a sua formação e desenvolvimento. Segundo Ramos:
Cada Personalidade ou Indivíduo ou Tipo Constitucional é ímpar, ou seja, apresenta
caracteres somáticos e psicológicos que poderão se semelhantes, porém, nunca iguais ao de
outra personalidade no decorrer de toda duração das vidas físicas e psíquica.
Cada personalidade, cada indivíduo é um só e nunca uma personalidade ou indivíduo é
exatamente igual a uma outra personalidade, mesmo que a engenharia genética possa
reproduzir. Isso quer dizer que a personalidade é o resultado das experiências e influências que
recebemos durante toda nossa vida. (RAMOS, 1991, p. 3) .

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A criança assimila inconscienteme nte não só o que existe ao seu redor, mas através do
clima emotivo que a circunda, o caráter e os sentimentos das pessoas que a rodeiam, a forma
como se expressam como agem diante de determinadas situações, tudo isso reflete sobre sua
personalidade. Significa dizer que a criança imita e age de acordo com o que vê em seu dia a
dia e o que percebe ao seu redor.
Os comportamentos dos adultos sejam no modo de falar, as maneiras à mesa, seus
gestos. A criança em seu pequeno mundo imaginário e real baseia-se na identificação do imitar
a sua mãe ou o seu pai e até mesmo a empregada em qualquer situação diária. Partindo deste
pressuposto, pode-se afirmar que o educador infantil tem em suas mãos a chave e o
conhecimento necessário para realizar suas tarefas escolares, entrando no mundo imaginário da
criança. Com base nesta afirmação, salienta-se que a formação da personalidade da criança é
influenciada na educação infantil.
O sistema educacional, ou seja, as escolas devem ser moldadas e mantidas de tal forma
que qualquer ser humano tenha a possibilidade de aprender e de receber uma formação, que
vise o pleno desenvolvimento de sua personalidade, e não somente o preparo profissional. Faz-
se necessário, que toda criança independentemente de sua origem ou raça, condição social,
política ou econômica, receba o mesmo tipo de educação, que lhe faculte o pleno
desenvolvimento de sua personalidade humana, exercendo assim influências conjuntamente
trazidas da sua vivência familiar associada a escolar.

Então as principais fontes de aprendizado da criança no decorrer na fase educacional


são família e escola, sendo que estes deverão influenciá-la de forma a construir uma formação
clara e organizada para a construção da sua personalidade. Nós educadores temos um papel
relevante junto aos alunos. É papel de liderança que deve estar presente todo dia na vida das
crianças estimulando assim o seu desenvolvimento.
A criança convencida de sua própria identidade e de que pode decidir livremente o que
quer fazer, deverá descobrir agora o tipo de pessoa que poderá vir a ser. Para RAMOS (1991),
a personalidade que está se formando se expõe a desafios que precisam ser vencidos com saldo
positivo para que essa personalidade tenha efetivamente uma produtividade útil para si própria
e para a sociedade na qual está vivendo.

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A maioria dos estabelecimentos escolares não está preparada para enfrentar esse tipo de
problema, por isso os educadores infantis precisam estar conscientes que a escola assume
importância na função social e influencia os comportamentos que são traços da personalidade,
e que estarão mais fortalecidos no final dos anos pré-escolares.
É dentro da escola de educação infantil que se exerce a influência na construção de
valores e na formação da personalidade da criança, pois é através dela que a criança aprende a
lidar com seus desejos e suas decepções.
É de primordial importância que os problemas sejam analisados e resolvidos ainda na
infância, para que mais tarde as crianças não se tornem adultos viole ntos com dificuldades de
regeneração, visto que sua personalidade já estará construída e será difícil a modificação e a
construção de novos valores.

9-NOVAS PERSPECTIVAS PARA O PROCESSO DE ALFABETIZAÇÃO


A alfabetização escolar tem sido alvo de várias controvérsias teóricas e metodológicas,
exigindo das escolas e dos profissionais que lidam com o desafio de alfabetizar. Os professores,
antes de estudarem a Psicogênese da Língua Escrita ensinavam para as crianças as letras
começando pelas vogais e as sílabas, respeitando a ordem alfabética, elaboravam exercícios de
coordenação motora, atividades de cópia para que as crianças repetissem o nome próprio e
mesmo as letras e as sílabas isoladamente, centradas no ensino de forma fragmentada e
descontextualizada.
Tratava-se de uma visão de aprendizagem que era considerada cumulativa, baseada na cópia,
na repetição no reforço e na memorização das correspondências fonográficas.
Desconhecia-se a importância da criança desenvolver a sua compreensão do
funcionamento do sistema de escrita alfabética e de saber usá-la desde o início em situações
reais de comunicação.

Na década de oitenta, surgiu o termo “analfabetismo funcional” para designar as pessoas que,
sabiam escrever o próprio nome e identificavam letras, mas não sabiam fazer uso da leitura e
da escrita no seu cotidiano.

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Observou-se que, mesmo dentre os que permaneciam por mais tempo nas escolas,
alguns não eram capazes de interagir e se apropriar da leitura e escrita. Para Soares (2004) a
alfabetização é “[...] a ação de ensinar e aprender a ler e a escrever”, ao tempo que letramento
“[...] é estado ou condição de quem não apenas sabe ler e escrever, mas cultiva e exerce as
práticas sociais que usam a escrita”.
Entende-se alfabetização como sendo um caminho para o letramento, alfabetizado é
aquele indivíduo que conhece o código escrito, que sabe ler e escrever, dessa forma foi
necessário ampliar esses conhecimentos, os indivíduos precisavam compreender o sentido dos
textos.

10- RESULTADOS E DISCUSSÃO

A família deve conscientizar os alunos a se comportarem na escola e se comprometerem


com os estudos, respeitando a todos que nela trabalham e passando a valorizar o meio o qual
está inserido e passarão a buscar transformações nestes ambientes e mostrando ser capazes de
realizar tais feitos.
É preciso estar em consonância a escola e família para que assim seus filhos e educandos
não sofra com as inúmeras relações conturbadas que existem na família, na escola, e entre as
duas; é preciso união entre elas para que possam se responsabilizar pelo o que se deseja
transmitir aos mesmos, pois, “[...] não repetiremos suficientemente jamais que sem uma estreita
colaboração entre os professores e pais as aprendizagens não se darão facilmente para todos”.
(CHARMEUX,, 2000, p.114)

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A partir do momento em que a família se faz presente na vida escolar dos filhos e a instituição
se interage com os pais em busca de melhorias para o desenvolvimento do educando, os
resultados que serão obtidos em função deste fato serão de grande importância para todas as
partes e principalmente para a criança que será moldada para a sociedade com o intuito de se
fazer cidadãos de bens e passar valores éticos e sociais para futuras gerações.
A participação da família é essencial para o desenvolvimento escolar da criança, o papel
principal dos pais ou responsáveis na educação é propiciar espaço para que a mesma aconteça,
seja em casa, na escola ou em qualquer outro lugar que haja interação social.
A forma como os pais educam seus filhos influenciam muito na integração deles na
sociedade, de forma que, se em casa os pais dão liberdade de mais para os filhos e não os
impõem limites, os mesmos sentirão dificuldades ao chegarem a outros ambientes onde não
terão tanta liberdade.
A participação da família na escola permite aos educadores um melhor desempenho nos
que diz respeito à escolarização do educando contribuindo também para o melhor
desenvolvimento dos mesmos.
Pois assim como a escola sozinha não consegue garantir um bom rendimento escolar,
os pais também sozinhos não conseguem garantir uma educação integral a seus filhos, dessa
forma, família e escola devem formar uma equipe que visem lutar pelos mesmos objetivos e
compartilharem de ações que facilitem o desempenho escolar dos educandos.
Estas duas devem buscar quebrar toda forma de preconceitos e outras barreiras e
buscarem juntas o progresso educacional das crianças, e realizarem de forma progressiva a
construção da cidadania.
É quase impossível que uma consiga alcançar resultados significativos sem ter o
envolvimento da outra, por isso quanto maior o envolvimento entre ambas, maior será o
desempenho dos alunos na escola e filhos em casa. Com isso, é importantíssimo que a escola
e a família aproveitem os benefícios das relações entre si, pois isto beneficiara não somente o
filho/alunos como também a família e a escola que juntas serão facilitadoras da formação social
da criança. A escola tem sua metodologia e filosofia para educar uma criança, no entanto ela
necessita da família para concretizar o seu projeto educativo (PAROLIN, 2005, p. 99).

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Diante disso, faz se necessário buscar formas de melhorar o relacionamento entre pais e
professores, e uma delas como já foi visto é por meio do diálogo para evitar que certas atitudes
sejam mal interpretadas, ou seja, quando os professores tiverem que fazer algum comunicado
aos pais sobre o comportamento do aluno, os mesmos tenham a certeza de que com o apoio da
família se conseguirá resolver o que for necessário para a melhoria do convívio entre todos,
então está deve também está aberto ao diálogo.
Por meio de reuniões entre professores e pais se tem a oportunidade de corrigir e
apresentar novas propostas pedagógicas, falar sobre o cotidiano de cada aluno em sala de aula
e os pais possam tirar dúvidas, convidá-los para se fazerem presentes em eventos na escola,
principalmente acompanhado de seus filhos, fazendo com que assim se estreite a relação entre
todas as partes.
Os pais e os professores são responsáveis por uma boa relação entre si para que se
desenvolva a socialização da criança e a aprendizagem como um todo. É necessária que haja
um diálogo aberto entre ambas as partes, assim os pais poderão expor suas opiniões, duvidas,
pedir ajuda e o professor poderá usar essa comunicação de forma construtiva, acolhendo os pais
e extraindo informações que irão os ajudar com os alunos em sala de aula.
Desta forma os professores devem primeiramente conhecer seus alunos, suas
características, suas condições familiares e sociais e procurar entender quais as dificuldades que
as mesmas enfrentam por meio do diálogo entre professores, alunos e pais, para que se possa
ser feita uma abordagem dos conhecimentos aliados ao seu contexto histórico e social e somente
assim iniciar a transmissão de conteúdos para seus alunos, sempre dando destaques para aqueles
conhecimentos já trazidos de casa, pois assim a aprendizagem terá sentido para os seus alunos
e o processo ensino-aprendizagem será efetivo.
A boa relação entre aluno e professor representa um ponto muito importante na busca
da afetividade e eficiência na moldagem do educando para a vida. Esta relação não deve ser de
imposições, mas sim de respeito, participação e compreensão entre as partes, para que se
possam obter resultados importantes. Assim como a família e a escola devem estar unidas em
prol de um mesmo objetivo, os professores e alunos precisam conviver em harmonia, cada um
com suas responsabilidades para que se construa o verdadeiro conhecimento.

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Quando a criança é educada em um ambiente estruturado por valores, estará a todo
tempo buscando ações que amadureçam eficazmente a sua personalidade, pois apresentam
grande capacidade de compreender os fatos e acontecimentos ao seu redor, e também tem uma
grande capacidade “de ir construindo o mundo de segurança e bem-estar em que irá firmar-se
sua vida futura e sabe que só poderá fazê-lo através dos adultos que o rodeiam”. (KNOBEL,
1996, p.77).
Knobel destaca que a formação da personalidade da criança se forma na “na interação
familiar que se configuram os traços da personalidade. No lar, os mais velhos, os mais
amadurecidos, são os modelos que os mais novos seguirão”. (KNOBEL, 1996, p. 33). E assim
os traços da personalidade do ser humano é constituído na e pela a família.

11 -CONSIDERAÇÕES

Diante destas circunstâncias faz se necessária uma maior conscientização dos familiares em
assumir realmente seu papel na vida escolar de seus filhos, assim como as instituições que por
sua vez devem implantar métodos e técnicas que envolvam e tragam a família para a escola
fazendo com que obtenham resultados positivos.
De fato, constatou-se que quando a família se empenha e se compromete no processo
educacional em acompanhar seus filhos à escola ocorre o desenvolvimento escolar, estes tendo
a confiança e sendo acompanhados por pais e professora tendem a aumentar o rendimento
escolar e obter resultados satisfatórios, vencendo os vários obstáculos que surgem diariamente
na educação, além de aumentar o seu desenvolvimento cognitivo e funcional.
O desenvolvimento escolar depende muito da família e se esse fato não for
conscientizado pela mesma, a escola sozinha não poderá desenvolver um trabalho positivo e
os educandos não se tornarão cidadãos que transmitam valores para sua futura geração.
A escola é a base da integração com a família, então deve primeiramente considerar a
necessidade dessa, levando-as a vivenciar situações que lhes possibilitem se sentirem
participantes ativas nessa parceria, logo vale ressaltar que as duas precisam se unir e buscar se
entenderem como as instituições responsáveis pela promoção e desenvolvimento da educação
de qualidade para seus educandos.

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Todos os indivíduos, desde os primórdios da vida, são resultantes de influências para a formação
da personalidade, isto quer dizer que a personalidade se inicia a partir do seu nascimento até
determinada fase da vida variando de indivíduo para indivíduo. Assim, os primeiros anos de vida
de uma pessoa são decisivos para a gênese de sua futura personalidade.
Neste período, são delineadas as principais características psíquicas, a partir da relação da criança
com os pais, pessoas próximas, escola e meio ambiente variado conforme sua tradição moral,
religiosa, política da comunidade e do meio em que vive. Por isso, estas relações devem suprir
todas as suas necessidades físicas e psicológicas. O papel da escola e do educador na educação
infantil é influenciar a formação e organização da conduta moral da criança para a construção de
valores sociais e culturais, dos quais as crianças necessitam no decorrer de sua vida formando a
sua personalidade.
Nesta visão, poderemos analisar a necessidade de conduzir as crianças para uma formação
adequada no decorrer de sua vida, sendo que todas elas anseiam por aprovação, independência,
aprimoramento pessoal, segurança e auto -realização. Neste artigo serão desenvolvidas
características que envolvam influências da educação infantil na formação da personalidade das
crianças e mencionam a relação entre pais e filhos, que exerce um domínio decisivo na formação
inicial da criança.
A partir dos primeiros meses de vida, os pais e responsáveis pela criação e educação das
6crianças devem dedicar toda a atenção ao desenvolvimento de sua auto-estima, como também
devem ser tolerantes no desenvolvimento da personalidade da criança, explicando os prós e
contras das situações vividas em seu dia a dia. É indispensável dar muito carinho e afeto ,
estimulá-las e desenvolvê-las com atividades lúdicas, brincadeiras, jogos educativos, recreação
ao ar livre, oferecendo todas as condições necessárias para que haja um bom desenvolvimento
no decorrer de sua vida escolar, permitindo que ela possa crescer livremente, elogiando e
motivando, para que as crianças construam sua personalidade com base em elevado amor
próprio.
Dessa forma, a escola não deve se valer de determinados atos rígidos na educação da criança com
críticas exageradas, exigências e até mesmo castigos ou gestos que possam influenciá-las de forma
negativa na construção do saber.
Baseados no fundamento sólido e saudável da construção da personalidade, nos primeiros anos
de vida da criança, podemos garantir a ampliação de suas aptidões e grandezas ajudando-a de
forma positiva na construção de valores e habilidades, enriquecendo seu caráter e construindo
sua personalidade num processo contínuo de desenvolvimento pessoal, social e intelectual da
criança como um ser.

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Ao abordar questões relacionadas ao processo de alfabetização e letramento, entende-se que são
processos indissociáveis que devem caminhar juntos, sendo que alfabetizado é aquele aluno que
conhece o código escrito, sabe ler e escrever. Desse modo, letramento, designa a ação educativa
de desenvolver o uso de práticas sociais de leitura e escrita em contextos reais de uso, inicia-se
um processo amplo que torna o indivíduo capaz de utilizar a escrita de forma deliberada em
diversas situações sociais.
A construção da linguagem escrita na criança faz parte de seu processo geral, se dá como um
trabalho contínuo de elaboração cognitiva por meio de inserção no mundo da escrita pelas
interações sociais e orais, considerando a significação que a escrita tem na sociedade.
Podemos entender tal relevância no sentido da participação crítica nas práticas sociais que
envolvem a escrita, mas também no sentido de considerar o diálogo entre os conhecimentos da
vida cotidiana, constitutivos de nossa identidade cultural primeira, com os conhecimentos de
formas mais elaboradas de explicar aspectos da realidade. (GOULART, 2002, p. 52).

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