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A importância da família na vida escolar do aluno

Tatiana Gonçalves dos Santos Silva1

Resumo

Atualmente todos os envolvidos no processo de ensino e aprendizagem, reclamam da falta de


participação da família na vida escolar de seus alunos.

Este artigo justifica-se pela busca da interação entre a escola e a família, pois, compartilhar da vida
escolar da criança, é tão importante para que o aluno sinta-se valorizado quanto para o seu
aprendizado de forma significativa.

A responsabilidade de educar não é apenas da escola, pois, começa pela família que desempenha um
importante papel na vida do aluno, passando a ele valores éticos e humanos que servirão para o seu
desenvolvimento no ambiente escolar.

No entanto, quando se pensa em escola e família, não é preciso ir muito além para saber que essa
relação é um desafio nos dias atuais, pois, sabemos que muitas vezes a família se ausenta da vida
escolar de seus filhos.

O objetivo é trazer a família para junto da escola na busca de uma educação melhor voltada para os
valores morais e éticos; oportunizar a todos os envolvidos à reflexão sobre a importância da relação
família/escola e estimular a participação das famílias no processo ensino-aprendizagem como
parceiras e colaboradoras conscientes.
Diante da realidade educacional, faz-se necessário a busca de um entrosamento com a família, pois,
quando a escola conhece os problemas que envolvem as mesmas, descobre os motivos que causam
os problemas apresentados pelos alunos e com isso podem agir com o objetivo de sanar esses
problemas da melhor forma possível.

Palavras-chave: família, escola, ética, desenvolvimento moral.

1
Pós Graduação em Universidade Luís Mascarenhas, especialização em Psicopedagogia Institucional
e Clinica. E-mail do autor: tatianasantossilva386@gmail.com
1. Introdução
A relação família e escola são consideradas favoráveis para a criança desenvolver diversas
capacidades como físicas, mentais e sociais.

Tanto uma como outra, influenciam de uma maneira comum essas habilidades, contribuindo com o
desenvolvimento da criança.

Família e escola desencadeiam as primeiras socializações da criança com seus padrões e modelos de
ensino-aprendizagem. Atuam como processos significativos, influenciando no comportamento de
cada criança que aprende diferentes maneiras de viver em sociedade.

Tudo aquilo que aprendeu no convívio direto com a família é colocado para fora de casa quando
estabelece um contato com o meio social, criando diferentes maneiras de viver em sociedade.

2. A parceria família e escola

A família é a grande referência para os que fazem parte dela, pois é dela que o indivíduo recebe
educação, assistência, proteção e toda estrutura para o seu desenvolvimento. A mesma ajuda o
indivíduo construir sua própria personalidade para que assim consiga inserir-se na sociedade e atingir
seus objetivos

Existe uma vasta literatura sobre a relação família/escola no ambiente escolar.

Dentre os autores pesquisados estão: Antunes (2005), Marques (1993), Chalita ( 2001), Paro ( 1997)
e outros.

Ambos os autores pesquisados, concordam sobre a importância da família no desenvolvimento do


aluno no espaço escolar.

Neste contexto, faz-se necessário a participação da família na elaboração e avaliação da proposta


pedagógica da escola, que é um documento que expressa coletivamente os objetivos comuns tanto
da escola como da comunidade escolar.

Porém, para que a relação família-escola seja produtiva, não basta somente que a família se
disponha a participar da elaboração e avaliação da proposta pedagógica da escola, faz-se necessário
também que a escola contemple em seu projeto político-pedagógico a participação da família
através de reuniões, projetos comunitários, voluntariado, entre outros.

Nesta perspectiva, é necessário que a escola faça o seu planejamento usando todas as oportunidades
de contatos possíveis para que a família participe ativamente da vida escolar de seus filhos e com
isso forneça o apoio necessário ao seu desenvolvimento escolar.

Atualmente, a escola conta com o apoio da legislação para desenvolver práticas que motivem a
relação família e escola. Graças à legislação, a família e escola têm a oportunidade de se unir nas
decisões administrativas e pedagógicas, o que acaba favorecendo e facilitando a educação dos
estudantes; principalmente daqueles que exigem maior dedicação dos professores e da escola em
geral.

Sabe-se que a educação é uma obrigação tanto do Estado como também da família e pode ocorrer,
tanto no lar, como na escola.
Obviamente, uma boa relação entre a família e a escola deve fazer parte dos principais objetivos da
escola, pois, a escola que tem como alvo o aluno, deve exercer sua função junto às famílias,
discutindo, informando e orientando sobre os mais variados assuntos, pois, só assim, ambas poderão
proporcionar um bom desempenho escolar e social aos alunos.

Chalita (2001, p. 120) destaca que: “a responsabilidade de educar não é apenas da escola, é de toda
a sociedade, a começar pela família”.

Assim, é possível constatar que a participação entre a escola e a família, são fatores predominantes
de desenvolvimento educacional e comportamental da criança.

Os pais que procuram saber sobre a relação dos filhos com os professores, o comportamento em sala
de aula, notas e dificuldades nas matérias normalmente estão dispostos a ajudar a equipe
pedagógica e os professores a vencerem os desafios em sala de aula.

A família desempenha um papel decisivo na educação dos filhos, pois, é em seu interior que são
criados os valores éticos e morais, e onde se aprofundam os laços de solidariedade e afetividade.

Portanto, a escola atua reforçando esses valores que são adquiridos no ambiente familiar.

Segundo Chalita (2001), a família tem a responsabilidade de: “formar o caráter, de educar para os
desafios da vida, de perpetuar valores éticos e morais. A família é um espaço em que as máscaras
devem dar lugar à face transparente, sem disfarces. O diálogo não tem preço”. (Chalita, 2001, p. 20).

Portanto, conforme o que foi exposto por Chalita (2001), é através do diálogo proporcionado dentro
do ambiente familiar, que o aluno adquire os conhecimentos necessários para uma atuação ética e
respeitosa na sociedade. Assim, o diálogo familiar é essencial para motivar e proporcionar a
aprendizagem do educando, pois, os pais que estimulam e ensinam os filhos em casa, ensinam a eles
a desenvolverem atitudes que os influenciarão durante a vida adulta, como confiança, tolerância,
respeito e compreensão.

De acordo com Vasconcelos (1989, p. 123), dialogar, “É o olho no olho, estar junto, inteiro; querer
saber como o filho está indo, suas conquistas, temores, expectativas de vida, visão de mundo,
preocupações, etc”.

Assim, através do diálogo e obviamente da troca de conhecimentos, é que pais e filhos podem
construir juntos os valores necessários para a vivência na sociedade e com isso, uma educação de
qualidade.

De acordo com Prado (1981): “No que se refere à educação do indivíduo, a família desempenha um
papel importante, pois é por meio dela que o aluno recebe motivação e é o seu primeiro grupo de
influência social e cultural, na qual recebe valores éticos e humanitários.”

De acordo com Parolin (2007, p. 36): “A qualidade do relacionamento que a família e a escola
construírem será determinante para o bom andamento do processo de aprender e de ensinar do
estudante e o seu bem viver em ambas as intuições”. Assim, entende-se que a participação dos pais
na vida escolar de seus filhos deve ser constante e consciente, pois será determinante para o
processo de aprendizagem.

A família deve acompanhar não somente o processo de aprendizagem do seu filho, mas também o
tipo de educação que lhe está sendo oferecido no ambiente escolar; deve manifestar interesse pelas
atividades que os filhos realizam na escola, como expressão de sua preocupação pela atuação da
instituição e de seu apoio a ela. Assim, escola e família podem se interagir e trabalhar em prol do
processo ensino aprendizagem da criança.

É a família que deverá fornecer as bases educacionais e todo o apoio necessário à escola para que a
criança tenha um pleno desenvolvimento escolar, social e de caráter. Segundo Pereira (1995), (...) “a
família constitui o primeiro, o mais fundante e o mais importante grupo social de toda a pessoa, bem
como o seu quadro de referência, estabelecido através das relações e identificações que a criança
criou durante o desenvolvimento”.

O apoio dos pais é importante e faz-se necessário tanto na participação efetiva no ambiente escolar,
quanto no auxilio com as atividades extra classe, pois, os mesmos devem mostrar-se sempre
interessados no bom desenvolvimento de seus filhos.

Cabe à família criar um elo com a escola para que possa estar mais presente na vida de seu filho,
garantindo, portanto, envolvimento e comprometimento. A família é a grande referência para os que
fazem parte dela, pois é dela que o indivíduo recebe educação, assistência, proteção e toda estrutura
para o seu desenvolvimento. A mesma ajuda o indivíduo construir sua própria personalidade para
que assim consiga inserir-se na sociedade e atingir seus objetivos.

Os genitores têm uma sobrecarga adicional em vários aspectos de sua dinâmica individual e familiar,
especialmente no que tange aos aspectos psicológicos, sociais, financeiros, e às atividades de
cuidado da criança. Obviamente, é papel da escola instruir os pais acerca do comportamento
adequado na orientação das atividades escolares e mesmo nas atividades cotidianas que auxiliem no
desenvolvimento da aprendizagem.

Assim, cabe à escola planejar os objetivos, transformando a realidade num processo contínuo e
dinâmico, com uma proposta pedagógica coerente com a sua clientela, reconhecendo que a
aprendizagem é constituída na interação do conhecimento, na realidade e vivência no âmbito
familiar.

A educação que a criança recebe é primordial para a sua formação de personalidade, sendo a família
essencial nesse processo de adaptação social e cultural, não se limitando a participação ao vínculo
estabelecido entre pais e filhos e sim por meio de uma interação escolar que proporcionarão aos
filhos que os pais colaborem na formação das crianças como indivíduos.

É importante ressaltar os segmentos sociais que se encontram a disposição dos pais, a instituição
escolar é fundamental na educação formal que todo indivíduo deve adquirir para o seu preparo ao
exercício da cidadania e qualificação para o trabalho, contudo, cabe aos pais direcionar a criança
para uma formação sistemática, enfatizando a educação como esfera significativa para seu
desenvolvimento integral.

Assim, a escola deve reconhecer e valorizar a importância da participação da família no contexto


escolar e no desenvolvimento do aluno, de modo a auxiliá-la no cumprimento de suas funções em
relação à educação, evolução e progresso dos filhos; tanto a família, quanto os educadores e a
instituição escolar de forma geral, principalmente, os alunos, pois, essa é a razão de ser ter uma boa
parceria entre a escola e a família.
3. Conclusão

Existem muitas maneiras dos pais participarem da vida escolar de seus filhos, sendo que algumas
contribuições tornam-se muito relevantes como o auxílio nas tarefas escolares, o incentivo a leitura e
o seu envolvimento nos eventos ocorridos na escola. Entende-se que se cada um cumprir seu papel,
um completa o outro, não serão necessárias cobranças e não haverá uma sobrecarga nem da família
e nem da escola. Não apenas as duas entidades precisam definir-se, mas também é preciso deixar
bem claro para a criança a função de cada um para que ela possa buscar de forma correta a ajuda
para seus conflitos. Portanto, a escola e a família devem ter uma boa relação, pois, quanto melhor
for a parceria entre ambas, mais significativos serão os resultados na formação das crianças.
Referências

ANTUNES, Celso. A linguagem do afeto: como ensinar virtudes e transmitir valores. Campinas, São
Paulo. Papirus, 2005.
BRASIL, Ministério da Educação. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional – LDB. Lei Darcy
Ribeiro nº 9.394/96. Brasília-1998.
CHALITA, Gabriel. Educação: A solução está no afeto. São Paulo: Gente, 2001.
FERNANDES, Alicia. O saber em jogo. Porto Alegre: Artmed, 2001.
MARQUES, R. A escola e os pais como colaborar?. São Paulo. Texto Editora. 4ª ed. 1993.
NOGUEIRA, M. A. Relação família-escola: novo objeto na sociologia da educação. Cadernos de
Educação PAIDÉIA, FFCLRP-USP, Ribeirão Preto, 1998. Fev/ago.
PARO, Vitor Henrique. Qualidade do ensino: a contribuição dos pais. 1997.
PAROLIN, Isabel Cristina Hierro. Pais e Educadores: quem tem tempo de educar? Porto Alegre:
Mediação, 2007.
PEREIRA, P.A. Desafios Contemporâneos para a Sociedade e a Família. In Revista Serviço Social e
Sociedade. Nº 48, Ano XVI. São Paulo, Cortez, 1995.
PRADO, Danda. O que é família. 1 ed. São Paulo: Brasiliense, (Coleção Primeiros Passos). 1981.
TIBA, I. Disciplina, limite na medida certa. São Paulo: Gente, 1996.
TIBA, I. Quem ama, educa. São Paulo: Gente, 2002. VASCONCELLOS, Celso dos Santos. Disciplina:
construção da disciplina consciente e interativa em sala de aula e na escola. 7. ed. São Paulo:
Libertad, 1989.
VASCONCELLOS, Celso dos Santos. Disciplina: construção da disciplina consciente e interativa em sala
de aula e na escola. 7. ed. São Paulo: Libertad, 1989.

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