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DELMIRO PORTO

DIREITO DE FAMÍLIA

MANUAL ESQUEMÁTICO
(revisado em janeiro/2014)

O Autor é Especialista em Direito Civil e


Processual Civil/Mestre em Desenvolvimento
Local, com pesquisa em “família como base e
matriz social”.

Propositalmente, este material traz lacunas que devem ser preenchidas nas oficinas presenciais. A utilização correta
deste material (fornecido gratuitamente) implica na presença continuada em sala de aula, com inserção das falas e dos
debates produzidos no referido espaço acadêmico.

“Eu visto a camisa da Católica, e você?”


Espaço-poesia-reflexão

Definições

A paixão infantil é cócega


provocada por finíssimo veio d’ água
que desliza pelo coração.

A paixão adulta
que é abrupta
e aguda
é a água que rompe o dique.

O amor é fonte que brota


pequena e serena
mas que mina sempre
sem se esgotar.
É como a fonte do Amazonas
pequenina nascente
mas crescente ao infinito
enquanto caminha
por pedregais
escuros valados
abismos
espinhais...

Sem fronteiras
sem raça
sem língua
sem cor:
como as águas amazoninas
assim é o amor.

À minha princesa, Soninha.


A Ana Carla, Fernando Henrique e
Ana Elisa, nossos super filhos.
Com amor, claro!
2
“Não há didática que resista ao
acadêmico ausente e desorganizado”
OBJETIVO nº 1
Identificar Família, quanto ao conceito, aos aspectos históricos e aos princípios
constitucionais (Cp)

ROTEIRO
1. Conceito amplo
2. Conceito restrito
3. Breve histórico
4. Família atual: características
5. Princípios constitucionais

DESENVOLVIMENTO
(Tarsila do Amaral – A família – 1925)

1. Conceito amplo
Conjunto de pessoas unidas por vínculo jurídico de natureza familiar, guardando,
portanto, relação de parentesco entre si, inclusive o *cônjuge ou companheiro.

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2. Conceito restrito
Núcleo formado por pais e filhos(1), ou por apenas um dos pais e seus descendentes
(2), onde os filhos vivem sob o poder familiar (3).

(1).................................................................................................................................

(2).................................................................................................................................
3
(3).....................................................................................................................................

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Comentários conceitos de Venosa e Josserand...

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A família nuclear biparental e a monoparental (Art. 226, § 4º, CF) são chamadas de
família natural, pelo ECA (Art. 25).
No estudo da adoção fala-se em família extensa ou ampliada (Art. 25, parágrafo
único, ECA), que não se confunde com a família em sentido amplo (de Josserrand),
mas trata-se do menor no convívio familiar de parentes (parentes assumem guarda,
tutela ou adotam).

3. Breve histórico – consoante teorias mais aceitas


3.1 Povos primitivos: endogamia + exogamia + monogamia

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Obs.: incestuosa é a relação sexual entre pessoas impedidas, em razão do parentesco,
de se casar (pais/filhos; irmãos; cunhados; sogro/nora; genro/sogra etc).
3.2 Roma e patriarcalismo

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3.3 Patriarcalismo no Brasil

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4. Família atual: características
a) instituição basilar e matricial (CF, Art. 226);

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b) descentralização da educação (CF, Art. 227);

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c) descentralização da assistência material (CF, Art. 227 e § 1º);

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d) dissociação do binômio casamento + religião (CF, Art. 226, § 1º) e
dissociação do binômio casamento + família (CF, Art. 226, § 3º): o afeto é a base
para a formação das entidades familiares;

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e) dissolubilidade do vínculo conjugal (divórcio – CF, Art. 226, § 6º);

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f) igualdade dos cônjuges e dos companheiros (CF, Art. 5º e § 1º e Art.
226, § 5º);

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g) convívio de gerações, em razão da longevidade;

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h) divórcio + novas núpcias = confusão de proles;

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i) família monoparental é cada vez mais corrente (CF, Art. 226, § 4º);

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j) planejamento familiar pertence à família (CF, Art. 226, § 7º);

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k) uniões homoafetivas – início legislativo (Circ. 257, Jun 2004, MF e seguro


obrigatório DPVAT); jurisprudência consolidada pelo STF: ADPF nº 132-RJ
dispensa a diferença de sexo na formação de união estável.

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l) igualdade dos filhos (CF, Art. 227, § 6º);

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m) queda acentuada da taxa de natalidade: proles pequenas;

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n) métodos artificiais de reprodução humana (CF, Art. 227, § 6º).

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5. Princípios constitucionais:
a) da dignidade da pessoa humana (CF, Art. 1º, III, Art. 226, §§ 3º e 4º, Art. 227, §
6º, Art. 230 etc);

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b) da igualdade (CF, Arts. 5º, I, 226, § 5º e 227, § 6º);

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c) da paternidade responsável e da liberdade – planejamento familiar (CF,Art. 226, §
7º);
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d) da solidariedade familiar (Art. 229);

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e) da função social da família – Gonçalves: CF, Art. 227;

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f) da liberação sexual – Maria Helena: CF, Art. 226, § 3º e 227, § 6º;

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g) da juridicidade do afeto – Maria Berenice Dias (CF, Art. 226, § 3º e Art. 227, §
6º).

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h) princípio da pluralidade familiar (Paulo Lôbo)

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Questão: indique dispositivos do Código Civil que ilustre o princípio da


solidariedade familiar.
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Outras questões:
- Liste dispositivos que se refiram ao conceito amplo e ao conceito restrito de família.

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- Comente a expressão legal (Art. 226, da CF): “especial proteção do Estado”.

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OBJETIVO nº 2
Conhecer o perfil do Direito de Família (Cp)

ROTEIRO
1. Definição
2. Disposições legais (Antropofagia – 1929 – Tarsila do Amaral)

3. Características
DESENVOLVIMENTO

1. Definição
Direito de Família é o sub-ramo do direito civil que regula o casamento, a união
estável, o regime de bens, o desfazimento da sociedade e do vínculo conjugal, a
filiação e outros institutos afins.

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2. Disposições legais
a) CF, Arts. 226 e s.;
b) CC, Livro IV, Arts. 1.511 e s.;

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c) Leis extravagantes, como: Lei nº 6.515/77 (divorcista); Lei nº 8.069/90 (ECA); Lei
nº 9.263/96 (Planejamento familiar); Lei nº 10.741/03 (Idoso); Lei nº 5.478/68
(Alimentos).
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3. Características (com base em Venosa, Pontes de Miranda e Gonçalves)


a) normas de direito público (ex.: Arts. 1.521, 1.525 e s e 1.641);

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b) intervenção estatal com finalidade protetiva;

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c) natureza extrapatrimonial – negócios intuitu personae;

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d) vontade sem escopo econômico – afetividade;
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e) moralidade e religiosidade acentuadas – influência;

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f) centrado nos deveres;

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g) negócios jurídicos sem intuito negocial – efeitos desenhados na lei;

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h) exige especialização de seus operadores (citar exemplo da sentença);

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i) predominam direitos da personalidade, portanto irrenunciáveis;

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j) sofre significativa exceção na teoria das nulidades.

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Algumas questões:
- o Direito de Família é público ou privado?

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- a união homoafetiva é disciplinada pelo Direito de Família?

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- a vontade é a base dos negócios jurídicos. A vontade, no Direito de Família é,
ontologicamente, a mesma dos negócios jurídicos em geral?

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“Eu visto a camisa da Católica, e você?”

OBJETIVO nº 3
Compreender casamento, de forma ampla, considerando diversos aspectos (Cp)

ROTEIRO
1. Definição
2. Importância
3. Disposições legais: Arts. 1.511 e s. (Livro IV)
4. Natureza jurídica
5. Origem
6. Questões terminológicas
7. Características
8. Requisitos
9. Prova do casamento: regra e exceções

DESENVOLVIMENTO

1. Definição
Casamento é a união do homem e da mulher, contraída solenemente e de
conformidade com a lei civil – Josserand.

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É a união do homem e da mulher para o estabelecimento de uma plena comunidade


de vida - Guillermo Borda.

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- Silvio Rodrigues (...) a fim de regularem suas relações sexuais (...)

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2. Importância
Negócio jurídico mais solene do direito doméstico; é principal fonte de família, e
esta é a base da sociedade.

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3. Disposições legais: Arts. 1.511 e s. (Livro IV), além de leis extravagantes.

4. Natureza jurídica
Três escolas:
a) clássica ou individualista (S. Rodrigues e Orlando Gomes);

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b) supra-individualista ou institucional: surge na França. Seguida por
Lafayette;
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c) eclética ou mista: combina as 2 anteriores. (Caio Mário, Eduardo
Espíndola, Pontes de Miranda e Gonçalves).

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5. Origem: no Brasil, surge o casamento civil (regulado pelo Estado) com o Decreto
nº 181/1890.

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6. Questões terminológicas: breve palestra


Nessa fase inicial do Curso de Família, é essencial o domínio das seguintes questões
terminológicas:
casamento X união estável X concubinato puro X concubinato impuro X união
homoafetiva

6.1 Casamento
Comentários...

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6.2 Concubinato: puro e impuro


Comentários...

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6.2.1 Do concubinato puro à união estável: juridicização


Comentários...
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6.3 União homoafetiva


Comentários...

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7. Características do casamento
a) extrema solenidade (n.j. ad solemnitatem);
b) diversidade de sexos (Arts. 1.514 e 1.535);
c) igualdade dos cônjuges (Arts. 1.565 e 1.567);
d) celebração gratuita (Art. 1.512);
e) liberdade na eleição do consorte (Art. 1.514);
f) o casamento é civil (Art. 1.512);
g) dissolubilidade (divórcio – Art. 1.571, § 1º);
h) comunhão de vida (Art. 1.511);
i) monogamia (Art. 1.521, VI);
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j) vedada a união incestuosa e imoral (Art. 1.521);
k) idade nupcial a partir dos 16 anos, para ambos os sexos (Art. 1.517);
l) liberdade mútua para adotar o sobrenome (Art. 1.565, § 1º);
m) afetividade na escolha (Art. 1.514);
n) intuitu personae (Arts. 1.514 e 1.535).
8. Requisitos

Diferença de sexo + Consentimento + Celebração

A questão sexual e o STF:.......................................................................................

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Obs: Têm a natureza jurídica de pressupostos de existência. Que isto significa?

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9. Prova do casamento: regra e exceções


9.1 Regra: prova-se pela certidão do registro (Art. 1.543).
9.2 Exceção: demais meios probantes em direito admitidos. Uma importante exceção
é a Posse do estado de casados (Art. 1.545 e Art. 1.547).
9.2.1 Posse do estado de casados:

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“é a situação ostensiva de duas pessoas de sexo diverso que vivem
como marido e mulher, com o animus de assim parecer aos olhos de
todos” (Silvio Rodrigues).

Posse do estado de casados = aparência + animus. Atenção: existe na união


estável?

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Outra questão:
- Em regra como se prova o casamento? E excepcionalmente?

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“Não há didática que resista ao


acadêmico ausente e desorganizado”

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OBJETIVO nº 4
Conhecer o processo de habilitação para o casamento (Cp)

ROTEIRO
1. Definição
2. Ordem do procedimento (Casamento na Roça – 1947 – Portinari)

3. Comentários ao procedimento
4. Documentos e ratio legis

DESENVOLVIMENTO
1. Definição
Procedimento administrativo, obrigatório, que se faz perante o oficial do Registro
Civil, com vistas a prevenir o casamento com infração de impedimento.

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2. Ordem do procedimento (Arts. 1.525 e s.)

Requerimento
+
Proclamas
+
Vistas ao MP
+
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[Homologação judicial]*
+
Certidão de habilitação (Art. 1.531)

*somente se houver impugnação (parágrafo único, Art. 1.526).

3. Comentários ao procedimento
- urgência pode dar causa à dispensa dos proclamas (Art. 1.527, parágrafo único);

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- novidade: o Oficial deve esclarecer acerca dos impedimentos e dos regimes de
bens (Art. 1.528);
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- alegação de impedimentos: por escrito, assinada, com provas ou indicação delas
(Art. 1.529);
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- nubentes têm ampla defesa e podem responsabilizar oponentes de má-fé (Art.
1.530).
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4. Documentos e ratio legis (Art. 1.525)
I – certidão de nascimento ou doc. equivalente;
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Ratio:
- conferir idade nupcial mínima;
- verificação do estado e da qualificação (solteiro, sob o poder familiar);
- se maior de 70 anos, regime de bens obrigatório (separação de bens);
- diferença de sexo.

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II – autorização ou suprimento judicial (em caso de suprimento, regime de bens
obrigatório);
Ratio:
- alertar para a envergadura do ato conjugal.

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III – testemunhas;
Ratio:
- conferir a identidade dos nubentes e a ausência de impedimentos.

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IV – memorial;
Ratio:
- a ampla identificação = segurança jurídica do ato + possibilitar a publicidade.

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V – certidão de óbito, de sentença de nulidade do casamento ou de divórcio;
Ratio:
- prevenir a bigamia.

Observações:

a) Nosso sistema admite morte presumida, com ou sem decretação de


ausência;
b) Sentença estrangeira de divórcio: desde que homologada pelo STJ.

Questão: a autorização, exigida no inc. II, visa ao suprimento do consentimento?


Teria a mesma natureza jurídica da assistência aos relativamente incapazes?

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“Eu visto a camisa da Católica, e você?”

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OBJETIVO nº 5
Conhecer os impedimentos matrimoniais e compreender as relações de parentesco
(Cp)

ROTEIRO
1ª Parte: Impedimentos

1. Definição
2. Natureza jurídica
3. Comentários iniciais
4. Leitura do Art. 1.521 (Bordeu-Di Cavalcanti)

5. Espécies
6. Princípio da taxatividade
7. Fundamentos

2ª Parte: Parentesco
8. Definição
9. Espécies
10. Linhas
11. Graus
12. Contagem dos graus (esquema convencionado)

3ª Parte: Impedimentos X Parentesco


13. Releitura do Art. 1.521, com exercícios sobre o esquema convencionado

DESENVOLVIMENTO
1ª Parte: Impedimentos

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1. Definição
São normas de ordem pública, com a finalidade de proteger a família, conservando-a
saudável em seus múltiplos aspectos: morais, físicos e psíquicos.

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2. Natureza jurídica
- Requisitos ou vedações?...............................................................................................

3. Comentários iniciais
- A inobservância aos impedimentos gera nulidade absoluta (Art. 1.548).

- Os impedimentos levam esse nome, mas são aplicáveis, também, à união estável.

-Casamento com impedimento é casamento nulo. União informal com impedimento é


concubinato (não reconhecido como entidade familiar).

5. Leitura do Art. 1.521. Aprofundar apenas os incisos VI e VII: previnem a bigamia


e a união da pessoa homicida com seu (sua) cúmplice.

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6. Espécies:
a) de parentesco (I a V);
b) de casamento anterior (VI);
c) de crime de homicídio (VII).

7. Princípio da taxatividade: os impedimentos, listados no Art. 1.521, devem ser


interpretados taxativamente, numerus clausus.

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8. Fundamentos: moral + ética + eugenia

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2ª Parte: Parentesco
9. Definição
É a relação que vincula as pessoas, seja em razão da consangüinidade, do
casamento (ou da união estável) ou da adoção, conforme assevera Gonçalves.

10. Espécies
a) por consangüinidade ou natural;
b) por afinidade;
c) por adoção ou civil.
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11. Linhas: são duas – linha reta e linha colateral ou transversal.
Quando a linha é reta?

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Quando é colateral?

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11.1 A linha reta é ad infinitum. A linha colateral é limitada: para os consaguíneos até
o 4º grau; para os afins, até o 2º grau (Art. 1.595, § 1º). O parentesco por adoção
acompanha o parentesco natural.

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11.2 Afinidade não gera afinidade. Exemplos: “concunhados” e “consogros”, do
discurso popular, não existem tecnicamente.
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11.3 A afinidade na linha reta jamais desaparece, diferentemente da afinidade na
linha colateral: com a morte ou o divórcio, o cunhadio desaparece (Art. 1.595, § 2º).

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12. Graus. Grau é a distância de uma a outra geração. Um grau = uma geração.

Pai-filho=1 grau=1 geração. Avô-neto=2 graus=2 gerações

13. Contagem dos graus: Art. 1.594.


Ilustração teórico-prática: recomenda-se que o acadêmico construa juntamente com o
professor, para melhor fixação e aproveitamento adequado do conteúdo.

IMPEDIMENTOS MATRIMONIAIS E PARENTESCO

LINHA COLATERAL
E
LINHA RETA

D L

C J

B H

G
A 31
F
1. Classifique o vínculo parental entre:

a) A e B

b) A e C

c) E e A

d) B e H

e) C e J

f) D e L

g) B e G

h) C e I

i) C e L

j) A e G

k) B e I

l) A e J

m) A e L

n) cônj. de A e B
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o) comp. de B e D

p) cônj. de C e J

q) cônj. de B e H

r) ex-cônj. de B e D

s) ex-comp. de A e E

t) ex-comp. de C e J

u) ex-comp. de L e D

v) comp. de B e G

w) comp. de C e I

2. Há impedimento matrimonial entre:

a) A e B

b) B e E

c) B e H

d) C e J

e) C e I

f) A e H

33
g) A e G

h) B e L

i) A e F

j) ex-cônj. de A e D

k) ex-comp. de B e C

l) ex-comp. de B e H

m) ex-comp. de C e J

3ª Parte: Impedimentos X Parentesco


14. Releitura do Art. 1.521, com exercícios sobre o esquema convencionado,
ressaltando a exceção do casamento de colaterais em 3º grau e explicando irmãos
unilaterais e irmãos bilaterais.

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34
.........................................................................................................................................
14.1 Que é parentesco religioso?
É a relação parental reconhecida pelo Direito Canônico (da Igreja), como padrinho-
afilhado e compadres. Não existe para o Direito Civil, conforme estudos acima.

Questão: João e Maria se casaram. Maria já possuía uma filha, Joana. Maria veio a
falecer. É possível o conúbio entre João e Joana?

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.........................................................................................................................................
Obs.: fazer atividade extra-sala, depositada na página do professor.

(A lua – Tarsila do Amaral)

35
OBJETIVO nº 6
Compreender as causas suspensivas e a consumação do casamento (Cp)

ROTEIRO
1ª Parte: Causas suspensivas
1. Definição
2. Conseqüências
3. Princípio da presunção relativa de prejuízo. O que é?
4. Hipóteses legais
5. Algumas observações

2ª Parte: Celebração
6. A solenidade é fundamental

3ª Parte: Consumação
7. São duas as grandes escolas

DESENVOLVIMENTO
1ª Parte: Causas suspensivas

1. Definição
São normas que, ao incidir sobre certas situações fáticas, recomendam que se
suspenda a realização do casamento, com vistas a proteger direitos de terceiros
(inclusive da prole) e dos próprios noivos.
No sistema anterior eram denominadas impedimentos proibitivos ou meramente
impedientes.
Sabe-se que atualmente são impedimentos apenas os listados, taxativamente, no Art.
1.521.

36
2. Conseqüências
A inobservância às causas suspensivas não invalidam o casamento. O casamento é
válido (denominado casamento irregular), MAS haverá sanção civil aos cônjuges:
a) eventualmente os bens serão gravados de hipoteca legal, lembra
Maria Helena (Art. 1.489, II);
.....................................................................................................................

.....................................................................................................................
b) em regra haverá a imposição do regime de bens (Art. 1.641, I).

.....................................................................................................................

.....................................................................................................................

3. Hipóteses legais - Art. 1.523. De natureza preventiva, a hipótese:


I – visa prevenir a confusão de patrimônios, protegendo o próprio nubente, o novo
cônjuge e terceiros (inclusive os filhos). É a única com dupla sanção: Arts. 1.489, II e
1.641, I;
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III – idem. Visa, porém, à proteção do ex-cônjuge, do próprio nubente, do novo
cônjuge e de terceiros. A sanção é a imposição do regime;

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37
II – só se aplica à mulher. Visa prevenir a confusão de sangue, de prole (turbatio
sanguinis). O escudo protetor é especialmente dirigido à prole, que perderia a
presunção legal de paternidade;

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IV – para prevenir a pressão psicológica que poderia advir da autoridade do tutor ou
do curador (fazendo-os consentir no casamento), e prevenir a confusão patrimonial.
Visa à proteção do incapaz.

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4. Princípio da presunção relativa de prejuízo. O que é?
Analisar o parágrafo único do Art. 1.523 e verificar o afastamento da causa
suspensiva em cada hipótese legal.

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5. Algumas observações
a) a oposição dessas causas se faz por escrito, na forma do Art. 1.529;
b) diferentemente dos impedimentos, somente podem alegar os parentes
indicados no Art. 1.524: parentes em linha reta e colaterais em 2º
grau;

38
c) os impedimentos são alegáveis até o momento da celebração (Art.
1.522), enquanto a oportunidade para alegar causa suspensiva se
esgota com o processo de habilitação, entendem Gonçalves e Caio
Mário.

2ª Parte: Celebração
6. A solenidade é fundamental (Arts. 1.533 e s.), devendo-se observar:
a) portas abertas;
b) 2 testemunhas;
c) prédio do cartório em que se fez a habilitação;
d) se em prédio extracartório, manter a publicidade (portas abertas).
Neste caso são exigidas 4 testemunhas (Art. 1.534, § 2º);
e) autoridade competente;
f) é possível a celebração coletiva (Gonçalves);
g) deve ser suspensa, nas hipóteses do Art. 1.538.

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3ª Parte: Consumação

7. São duas as grandes escolas:


a) Consuma-se no momento em que os noivos manifestam a vontade:
“sim”;
Escola perfilhada por Venosa e Caio Mário.
Argumentação:
- já houve habilitação;
- houve consentimento;
39
- admitimos celebração sem juiz;
- in dubio pro matrimonio.

b) Consuma-se somente com a declaração solene da autoridade


celebrante (Art. 1.535);
Escola dos Professores Washington, Gonçalves e Maria Helena.
Argumentação:
- é um aspecto da solenidade;
- Art. 1.514 é expresso;
- é possível retratar a vontade manifesta até a declaração solene;
- mostra a participação efetiva do Estado.

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Questão: corria a celebração nupcial de João e Maria, quando esta sofreu um mal
súbito, entrando em coma logo após declarar sua vontade positivamente. O juiz teve
dúvida se declarava suspensa a solenidade ou se os declarava casados, uma vez que
ambos já haviam emitido o “sim” expressamente. Comente.

Outra hipótese: ambos declararam a vontade, mas o juiz sofreu o mal súbito que o
impediu de proclamar a fórmula solene da consumação. Comente.

Obs. final: para o Direito Civil não se fala em consumação com a coabitação
(conjunção carnal), conforme prevê o Direito da Igreja.

40
OBJETIVO nº 7
Listar as espécies válidas e inválidas de matrimônio (Cn)

ROTEIRO
1. Casamentos válidos
2. Casamentos inválidos

DESENVOLVIMENTO
1. Casamentos válidos:
a) válido strictu sensu;
b) putativo (Art. 1.561);
c) por procuração (Art. 1.535 c.c. Art. 1.542);
d) consular (Art. 1.544);
e) irregular (Art. 1.523);
f) conversão de união estável (Art. 1.726);
g) religioso com efeitos civis (Art. 1.516);
h) em caso de moléstia grave (Art. 1.539);
i) nuncupativo (Arts. 1.540 e 1.541).

2. Casamentos inválidos:
a) inexistente;
b) nulo (Art. 1.548);
c) anulável (Art. 1.550)

OBJETIVO nº 8
Identificar o casamento válido strictu sensu e entender seus efeitos (Cp)

ROTEIRO
41
1. Definição
2. Comentários
3. Efeitos

DESENVOLVIMENTO

1. Definição
É a espécie válida de casamento que produz todos os seus efeitos, a partir da
consumação, seguindo o caminho ordinário da lei, alheio a óbices gerados por
condições especiais.

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2. Comentários
Como a doutrina se manifesta....

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3. Efeitos
Sociais
a) cria a família (Arts. 226, §§ 1º e 2º, CF);
b) gera parentesco (Art. 1.595, §§ 1º e 2º);
c) emancipa o consorte menor (Art. 5º, par. único, II);
d) constitui estado de casado.
42
Pessoais
Pessoais entre os cônjuges
a) fidelidade mútua (Art. 1.566, I);
b) coabitação (Art. 1.566, II);
c) mútua assistência (at. 1.566, III);
d) respeito e consideração mútuos (Art. 1.566, V).

3.2.2 Pessoais quanto à igualdade dos cônjuges


a) direção da sociedade (Arts. 1.567 e 1.570);
b) representação da família (Arts.1.634, V e 1.690);
c) fixação do domicílio (Arts. 1.567 e 1.569);
d) colaboração nos encargos (Art. 1.565, 1.567 e 1.568);
e) direção moral e material (Art. 1.568);
f) apelidos do consorte (Art. 1.565, § 1º);
g) planejamento familiar (Arts. 1.513 e 1.565, § 2º);
h) alimentos ao fim da sociedade (Art. 1.694).

3.2.3 Pessoais quanto aos filhos


a) sustento, guarda e educação (Art. 1.566, IV);
b) poder familiar (Arts. 1.631 e 1.690);
c) usufruto dos bens dos filhos menores (Art. 1.689);
d) deliberar sobre a guarda, com o fim da união (Art. 1.583).

3.3 Patrimoniais
a) vigora o regime de bens (Art. 1.653, parte final);
b) possui vocação hereditária em relação ao consorte (Art. 1.830).

43
OBJETIVO nº 9
Compreender o casamento putativo (Cp)

ROTEIRO
1. Definição
2. Casamento putativo e teoria das nulidades
3. Aferição da boa-fé
4. Efeitos
5. Outras características

DESENVOLVIMENTO
1. Definição
É o casamento nulo, ou anulável, que, contraído de boa-fé por ambos ou
pelo menos um dos esposos, tem, em razão dessa boa-fé, efeitos civis
reconhecidos por lei – Yussef Cahali.

1.1 Comentários
a) está previsto no Art. 1.561 e seu § 1º;
b) putativo, segundo o Aurélio, é o que aparenta ser verdadeiro. Em direito
penal, putativo é o crime que só ocorre na imaginação do agente.
Putativo vem de putare: crer, acreditar.

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2. Casamento putativo e teoria das nulidades
Um dos destaques do perfil do Direito de Família (objetivo nº 2) reside
nesse fenômeno; um ato anulável, ou mesmo nulo, pode ser válido e eficaz
em direito matrimonial.

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44
.........................................................................................................................................
3. Aferição da boa-fé
Qual o momento referencial para aferição do elemento subjetivo nuclear do
instituto: o momento do requerimento da habilitação, o momento da
certidão da habilitação, o momento da celebração ou o momento do
registro?

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No referido momento ao menos um dos nubentes encontrava-se em erro, fazendo
configurar, assim, a putatividade do casamento.
Admitimos tanto o erro de fato quanto o de direito. Erro de fato: não sabiam que
eram irmãos, por exemplo. Erro de Direito: sabiam que eram irmãos por adoção,
mas não sabiam que havia vedação neste caso. No Direito Civil argentino só se
admite o erro de fato. Idem o Direito Civil português (Arts. 1.647 e 1.648 do Código
lusitano).

4. Efeitos
Os efeitos são variantes de acordo com a boa ou má-fé.
4.1 Para o cônjuge de boa-fé:
Regra: todos os efeitos de um casamento válido strictu sensu, produzidos
até a sentença.
Exceção: alguns efeitos poderão ultrapassar a data da sentença, como a
emancipação, o uso do nome e o direito a alimentos.

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45
.........................................................................................................................................

4.2 Para o cônjuge de má-fé:


Regra: nenhum efeito, pois para ele o casamento nunca fora válido.
Decisão ex tunc.
Exceção: poderá produzir o efeito de obrigá-lo ao pagamento de alimentos
e a suportar o uso de seu sobrenome pelo outro. Ou seja, poderá gerar
efeito obrigacional.

4.3 Quanto aos filhos


Independe da intencionalidade dos cônjuges. Analisar o § 2º do Art. 1.561 à
luz do Art. 227, § 6º, da CF (breve idéia da constitucionalização do direito
civil).
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5. Outras características (Questões)


a) o juiz, ao sentenciar, deve se manifestar, mesmo de ofício, acerca da
putatividade e seus efeitos. Se não o fizer?

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..........................................................................................................................

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b) Maria se equivocou quanto ao estado civil familiar do retirante João de
Deus. Pensava que fosse viúvo, mas estava casado, descobrindo o
infortúnio apenas meses após a conjugalidade. Quais os efeitos?

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OBJETIVO nº 10
Identificar outras espécies válidas de casamento (Cp)

ROTEIRO
1ª Parte: por procuração
1. Casamento por procuração
2. Características
3. Efeitos

2ª Parte: consular
1. Requisitos
2. Características
3. Efeitos

3ª Parte: irregular
1. Definição
2. Efeitos

4ª Parte: conversão da união estável


47
1. Introdução
2. Como?
3. Efeitos

5ª Parte: religioso com efeitos civis


1. Com habilitação prévia
Procedimento
Efeitos
2. Com habilitação posterior
Procedimento
Efeitos

6ª Parte: em caso de moléstia grave


1. Definição
2. Peculiaridades
3. Efeitos

7ª Parte: nuncupativo
1. Definição
2. Peculiaridades
3. Efeitos

DESENVOLVIMENTO

1ª Parte: por procuração

1. Casamento por procuração


É possível que um ou ambos estejam representados, por instrumento público, com
poderes especiais (Art. 1.542).
48
2. Características
a) o casamento não deixa de ser ato personalíssimo;
b) a lei não é seletiva quanto ao sexo do mandatário;

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c) Gonçalves: não é possível um procurador para ambos;

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d) o mandato, neste caso, só se revoga por instrumento público (Art. 1.542,
§ 4º);
e) a revogação não necessita chegar ao conhecimento do mandatário, mas...
(Art. 1.542, § 1º);
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.........................................................................................................................................

.........................................................................................................................................

.........................................................................................................................................
f) o mandato vale por 90 dias (Art. 1.542, § 3º). No sistema anterior não
havia prazo.

3. Efeitos
Produz todos os efeitos de um casamento válido strictu sensu, a contar da
consumação, desde que cumpridas as peculiaridades.

2ª Parte: consular

49
Não se confunde com casamento estrangeiro. É o casamento de brasileiro que se
encontra fora do Brasil.

1. Requisitos
a) ambos os nubentes sejam brasileiros;
b) cônsules brasileiros;
c) lei local reconheça efeitos civis aos casamentos assim celebrados.

2. Características
a) tem previsão no Art. 1.544, CC, nos Arts. 18 e 19 da LICC e no Decreto
nº 24.113/34;
b) é matéria de direito internacional privado.

3. Efeitos
Todos os efeitos de um casamento-regra, desde que observadas suas
peculiaridades, inclusive o registro no Brasil, nos termos do Art. 1.544.

3ª Parte: irregular

1. Definição
É o casamento válido, que ocorre em inobservância às causas suspensivas (Art.
1.523).
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2. Efeitos
Produz todos os efeitos de um casamento válido strictu sensu, mas acarreta sanção
aos nubentes, que sofrem a imposição de regime de bens e, no caso do Art. 1.523,
I, também sofrerá gravame de hipoteca.

50
4ª Parte: conversão da união estável

1. Introdução
É possível converter a união estável em casamento, conforme previsão
constitucional (Art. 226, § 3º).
O Art. 8º, da Lei nº 9.278/96, regulamentou o dispositivo da Constituição, mas
também o Art. 1.726 do NCC. Comentar o conflito aparente de normas, à luz da
doutrina.
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....................................................................................................................................

2. Como?
Perante o oficial do Registro? Ou se faz em juízo?.................................................

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Obs.: maiores esclarecimentos no estudo da união estável.

3. Efeitos
Todos os efeitos de um casamento-regra (válido strictu sensu), observadas suas
especificidades, a contar do assento no Registro Civil.

5ª Parte: religioso com efeitos civis


Não confundir com casamento religioso.
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1. Com habilitação prévia


1.1 Procedimento

Habilitação ordinária ( Art. 1.525 e s.)


+
Extração do certificado – 90 dias para convolar núpcias (Art. 1.531)
+
Celebração perante autoridade eclesiástica
+
Qualquer interessado poderá promover o registro civil, em 90 dias (Art. 1.516, § 1º)

1.2 Efeitos
Os mesmos de um casamento-regra, desde que cumpridas suas especificidades, e
tais efeitos são a contar da celebração religiosa.

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2. Com habilitação posterior


2.1 Procedimento
Previsto desde a CF/46, basicamente o procedimento apenas se inverte:
Celebração religiosa
52
+
Habilitação ordinária a qualquer tempo (Art. 1.516, § 2º)
+
Extração do certificado (Art. 1.531)
+
Registro em 90 dias (Art. 1.516, § 2º e Art. 1.532)
2.2 Efeitos
Cumpridas as formalidades específicas, produz os mesmos efeitos de um
casamento válido strictu sensu, e tais efeitos são a contar da celebração religiosa.

....................................................................................................................................

....................................................................................................................................

3. Algumas observações
a) se no interregno de tempo entre a celebração religiosa e o seu assento no
Registro Civil, um ou ambos os nubentes contrair casamento civil, valerá
este, e o assento do casamento religioso será nulo (Art. 1.516, § 3º);
b) sem as providências da lei civil, não terá validade o casamento religioso,
que será meramente religioso (não reconhecido por nosso sistema – Art.
1.512). Por outro lado, referida união poderia produzir efeitos jurídicos?

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..........................................................................................................................

c) se no prazo para o registro do casamento religioso, falece um ou ambos


os nubentes, tal fato não obsta o registro (Venosa);

53
Obs.: Já determinou o STF, que se observe o princípio in dubio pro matrimonio.

6ª Parte: em caso de moléstia grave


1. Definição
É aquele casamento válido em que um (ou ambos) dos nubentes está gravemente
enfermo, impedido de aguardar e comparecer para a celebração, mas já houve a
habilitação prevista (Art. 1.539).

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2. Peculiaridades
a) urgência;
b) habilitação prévia;
c) enfermo em condições de consentir (ainda que não possa falar);
d) celebração in locu (onde está o enfermo);
e) 2 testemunhas;
f) o juiz de paz (caso de MS) poderá ser substituído e o oficial do Registro
Civil, se não puder comparecer, será substituído por um ad hoc (Art.
1.539, § 1º);
g) no caso de oficial ad hoc, o termo avulso deve ser levado a registro em 5
dias, perante 2 testemunhas.
3. Efeitos
Os mesmos do casamento válido strictu sensu, observadas as devidas
peculiaridades, a contar da celebração.

7ª Parte: nuncupativo
54
1. Definição
Também denomimado in extremis ou in articulo mortis, é o conúbio em que o
nubente, surpreendido por situação de iminente risco de morte, celebra seu
próprio matrimônio (ou alguém por ele), mesmo não estando habilitado nem
tendo a presença da autoridade.

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1.1 Comentários
Silvio Rodrigues entende que o legislador pátrio perdeu a oportunidade de
descartar tamanha velharia. O repúdio da doutrina se deve a dois fatores
principais: prejuízo para a segurança jurídica e extrema atenção ao interesse
privado.
É evidente que há uma atenção exagerada ao interesse particular, onde
possivelmente o moribundo fora relapso acerca desse interesse. Por outro lado, se
se trata de pessoas que convivem a longo tempo, e se sentem no dever moral de se
entregarem em núpcias, deveriam ser orientadas de que o instituto da união
estável atende sobejamente a essa questão moral.

2. Peculiaridades
a) previsão legal nos Arts. 1.540 e 1.541. Faz referência a um contraente
enfermo. Com maior razão se ambos estiverem;
b) não houve habilitação;
c) urgência decorrente de iminente risco de morte;
d) enfermo em condições de consentir (ainda que não possa falar) – Art.
1.541, II;
e) sem autoridade celebrante;
55
f) 6 testemunhas sem parentesco em linha reta nem na colateral em 2º grau;
g) celebração por um dos nubentes ou por qualquer pessoa;
h) não convalescimento do enfermo;
i) testemunhas se apresentam em juízo (Art. 1.541);
j) habilitação extraordinária (pelo juízo);
k) assento no Registro.

3. Efeitos
Produz os mesmos efeitos de um casamento válido strictu sensu, a contar da
celebração (Art. 1.541, § 4º), desde que observadas suas especificidades.

(A negra-1923-Tarsila do Amaral)

56
OBJETIVO nº 11
Conhecer os casamentos inválidos (Cp)

ROTEIRO

1ª Parte: Casamento inexistente


1. Definição
2. Hipóteses
3. Origem
4. Crítica e importância da teoria

2ª Parte: Casamento nulo


1. Definição
2. Hipóteses
3. Legitimação
4. Efeitos

3ª Parte: Casamento anulável


1. Definição
2. Comentários às hipóteses do Art. 1.550
3. Efeitos da sentença anulatória

DESENVOLVIMENTO

1ª Parte: Casamento inexistente

1. Definição

57
Classificado como espécie de casamento inválido, inexistente é o casamento para o
qual falta pelo menos um dos pressupostos de existência, a saber: diferença de sexo,
consentimento e celebração.

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Sobre a diferença de sexo, todavia, não se pode mais ser exigida, em razão da
decisão prolatada pelo STF, na ADPF nº 132-RJ, e Resolução 175/2013, do CNJ.

2. Hipóteses
2.1 Inexistência por falta de consentimento (diferente de consentimento viciado)
- Falta o consentimento:
a) se o nubente permanece em silêncio, sem expressar sua
vontade;
b) resposta negativa: “não”;
c) procuração sem a forma legal (Art. 1.542);
d) nubente falece antes de se manifestar.

2.2 Inexistência por identidade de sexo


Em que pese a lei civil exija a diferença de sexo, com a
pacificação jurisprudencial pelo STF, não se trata mais de
pressuposto de existência.

2.3 Inexistência por falta de celebração


- Neste caso, poderá ocorrer:
a) ausência da autoridade celebrante e de seu substituto legal;
58
b) autoridade comparece, mas é incompetente (in ratione loci ou in
ratione materiae? – Trazer exemplos de Pontes de Miranda);

....................................................................................................................................

.....................................................................................................................................

a) autoridade incompetente, mas que se passa publicamente como


competente. Qual a conseqüência? (Analisar Art. 1.554 –
espelho do Art. 113 do Cód. Civil Italiano. – S. Rodrigues:
defeito na autoridade, não nos nubentes. Dois princípios: in
dubio pro matrimonio e da boa-fé).

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3. Origem
Sem previsão legal, como costuma nos demais diplomas (Gonçalves), a teoria surgiu
na Alemanha, no séc. XIX, por meio de Zaccharias (Teoria do ato inexistente). A
França a acolheu no direito matrimonial.

....................................................................................................................................

.....................................................................................................................................

4. Crítica e importância da teoria


Não a admitem: Colin e Capitant (Curso Elementar de Direito Civil Francês), assim
como Silvio Rodrigues.

59
Para esses, a teoria das nulidades resolve a questão. Ocorre que se trata de situação
sui generis, em que o ato, embora inexistente, produz efeitos jurídicos...

....................................................................................................................................

.....................................................................................................................................
Maior defensor da teoria, no Brasil: Pontes de Miranda. A doutrina brasileira
(Venosa, Gonçalves, Maria Helena, Washington de Barros) admite a teoria,
especialmente porque:
a) se há efeitos jurídicos indesejados, é necessário ação para afastá-los;
b) há um princípio do direito francês, recepcionado por nós, segundo o qual em
direito matrimonial não há nulidade sem previsão legal (pás de nullité sans
texte).

Dessa forma, é proposta ação para extinção dos efeitos, mas ação declaratória de
inexistência, ensina Pontes de Miranda.

2ª Parte: Casamento nulo

1. Definição
É aquele casamento inválido, por se enquadrar em hipótese legal de nulidade
absoluta.

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2. Hipóteses
60
O Art. 1.548 traz as hipóteses de nulidade:
I - enfermo mental sem o necessário discernimento;
Questão: e no caso dos absolutamente incapazes (Art. 3º), como o casamento do
menor de 16 anos?

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II - por infringência de impedimento.

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3. Legitimação
Qualquer interessado e o MP podem propor a ação anulatória (Art. 1.549).
Que se deve entender por “qualquer interessado”?

....................................................................................................................................

Se um dos cônjuges laborou de boa-fé?

....................................................................................................................................

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4. Efeitos
Os efeitos da sentença serão ex tunc.

3ª Parte: Casamento anulável

61
1. Definição
É aquele casamento inválido, por se enquadrar em hipótese legal de nulidade
relativa.

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.....................................................................................................................................

2. Comentários às hipóteses do Art. 1.550


Inc. I – Ver Arts. 1.520, 1.551, 1.552, 1.553 e 1.560, § 1º.
....................................................................................................................................

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Inc. II – Ver Art. 1555 e seu § 2º.

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Inc. III:
a) coação
O que é coação?

....................................................................................................................................

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62
Coação X temor reverencial

....................................................................................................................................

.....................................................................................................................................

Aplica-se o Art. 151?

....................................................................................................................................

.....................................................................................................................................

(Ver Art. 1.560, IV)

b) erro essencial
O que é?

É aquele que recai sobre elementos fáticos de tal importância que, se conhecidos,
teriam impedido a consumação do matrimônio.

Aplica-se o Art. 139, II?

....................................................................................................................................

b1) são requisitos do erro essencial:

defeito anterior ao casamento


+
conhecimento ulterior
+
insuportabilidade da vida em comum
63
b2) hipóteses legais de erro essencial – Art. 1.557
Análise aos incisos:
I – ilustração da jurisprudência: coitofobia (TJSP), homossexualismo (TJSP),
perversão do instinto sexual (STF), prostituição (TJPR) e simulação de gravidez
(TJPR);

II – considerável carga subjetiva. A cultura pessoal é importante;

....................................................................................................................................

.....................................................................................................................................

III – defeito físico irremediável + moléstia grave e transmissível;


- Exemplo de moléstia: AIDS
- defeito físico irremediável, o que é? A impotência coeundi ou instrumental
configura?

....................................................................................................................................

.....................................................................................................................................

..............................................................................................................................

É só a falta de potência ou outros óbices, como os que resultam da anatomia?

.....................................................................................................................................

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64
Mulher pode sofrer de impotência coeundi?

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.............................................................................................................................

O que é a impotência concipiendi? E a generandi?

....................................................................................................................................

.....................................................................................................................................

Essa espécie de impotência torna o casamento anulável?

.....................................................................................................................................

IV – doença mental grave;


São exemplos: esquizofrenia e epilepsia.

Continuação dos comentários aos incisos do Art. 1.550, que são as hipóteses de
nulidade relativa (ou de anulabilidade):
Inc. IV – Ver Art. 1.560, I;
Quem é considerado incapaz de consentir?
Fabrício Zamprogna Matiello: não se trata de absolutamente incapaz. O autor
cita o exemplo do surdo-mudo que não se expresse. Entendemos que se trata das

65
hipóteses listadas no Art. 4º (relativamente incapazes), compatíveis com a norma
em estudo. Seriam exemplos: ébrios habituais; deficientes mentais; toxicômanos.

Inc. V – Ver Arts. 1.550, par. único e 1.560, § 2º


A coabitação funciona como retratação tácita da revogação do mandato.

Inc. VI – Ver Art. 1.560, II


Incompetência in ratione loci ou in ratione materiae?

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3. Efeitos da sentença anulatória e outras observações


a) os efeitos são ex nunc (Gonçalves, Venosa, Orlando Gomes e Maria
Helena);
b) as ações para declaração de nulidade ou para anulação têm a natureza
de ações de estado. O Direito de Família é rico nessas ações, que
dizem respeito a direitos indisponíveis. Essas ações são intuitu
personae, intransmissíveis, imprescritíveis e irrenunciáveis;
c) o MP intervém como fiscal do cumprimento da lei;
d) o defloramento da mulher, anterior ao casamento, configura erro
essencial?

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66
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....................................................................................................................................

e) com o trânsito em julgado da sentença anulatória, averbação no


Registro Civil (Art. 100, LRP);
f) as ações anulatórias têm a mesma importância prática de outrora?

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67
(Antropofagia – 1929 – Tarsila)

“Não há didática que resista ao


acadêmico ausente e desorganizado”

OBJETIVO nº 12
Compreender a união estável (Cp)

ROTEIRO
1. Definição
2. Disposições legais
3. Breve histórico
4. Elementos (pressupostos de existência)
5. Efeitos
6. Observações finais

DESENVOLVIMENTO

68
1. Definição
O Art. 1.723 define o instituto. Com base no dispositivo, podemos dizer que: É a
entidade familiar resultante da união entre o homem e a mulher, configurada na
convivência pública, contínua e duradoura, estabelecida intuitu familiae.

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2. Disposições legais: Arts. 1.723 a 1.727 do CC (Tít. III), além das Leis nº 8.971/94
e 9.278/96. Explicar a compatibilização dessas normas...

3. Breve histórico: da união de fato à união de direito, do concubinato à união estável.


a) a primeira idéia surge na jurisprudência, no campo dos direitos
obrigacionais;
b) a Súmula 380 do STF foi um passo importante;
c) surgiram leis dando a indenização do seguro, em acidente de trânsito,
ao concubino (na linguagem de então), assim como em decorrência
de acidente do trabalho (neste caso, Decreto-lei nº 7.036/44 e Lei nº
8.213/91);
d) direito previdenciário – Leis nº 4.297/63 e nº 6.194/74. A pensão era
dividida com a esposa – Súmula 159 TFR;
e) Lei nº 6.216/75 alterou a LRP – dir. ao acréscimo do sobrenome do
convivente;
f) As Leis nº 8.971/94 e 9.278/96 vieram regulamentar o dispositivo
constitucional que juridicizou aquelas uniões concubinárias,
tornando-as, portanto, uniões de direito, uniões estáveis;
g) Código Civil de 2002 regulamentou definitivamente a união estável,
Arts. 1.723 a 1.727.
69
4. Elementos ou pressupostos de existência
a) estabilidade;
Há um prazo objetivamente determinado?
A Lei nº 9.278/96 exige + de 5 anos ou prole.
A estabilidade consiste no desenvolvimento regular, sem sobressaltos, sem alteração
de animus (more uxorio).

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.....................................................................................................................................

b) diversidade de sexo;
Em que pese a exigência da lei civil, com a pacificação da matéria pelo STF não é
mais exigível a diferença de sexo. Presentes os demais pressupostos, aqueles exigidos
das uniões heterossexuais, as parcerias homoafetivas devem ser reconhecidas como
entidade familiar.

c) publicidade;
Semelhante à posse do estado de casados, com ela não se confunde. Teoria da
aparência. É a união que se dá aos olhos da sociedade.
Para Maria Helena, basta notoriedade; basta que não seja clandestina, velada.

....................................................................................................................................

.....................................................................................................................................
d) intuitu familiae;

70
União com intenção de constituir família, sobrevenha prole ou não. É a união more
uxorio, afetiva.

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.....................................................................................................................................

e) coabitação;
É exigida? Sem coabitação, haveria a configuração da união e haveria como
conferir a estabilidade? Só há coabitação se houver convívio físico?

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.....................................................................................................................................

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..............................................................................................................................

5. Efeitos
Art. 1.723: cria a família.
Art. 1.724: dever recíproco de lealdade, respeito e assistência. Acerca dos filhos,
ambos devem: guarda, sustento e educação.
Art. 1.725: vigora regime de bens.
Art. 1.726: é possível a conversão em casamento.
Art. 1.790: direito sucessório.
Art. 1.694: alimentos.
Art. 42, § 2º, ECA: adoção conjunta.
71
Além de outros ricos efeitos: direitos previdenciários, ao sobrenome etc

6. Observações finais e questões de aprofundamento


a) os impedimentos são aplicáveis à união estável (Art. 1.723, § 1º);

....................................................................................................................................

.....................................................................................................................................

b) as causas suspensivas não são aplicáveis (Art. 1.723, § 2º). O PL nº


6.960/02 propõe mudança;

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.....................................................................................................................................
c) o juízo competente é o de família, em segredo de justiça;

d) os pressupostos de existência são fatores determinantes da união


estável. Qual a consequência se faltar um pressuposto dessa natureza?

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.....................................................................................................................................
.....................................................................................................................................

72
Observe trecho transcrito do artigo “União estável sob os ângulos da
informalidade e da prova”:
Numa análise teórico-prática, o casamento está em vantagem pela
segurança jurídica que oferece, afinal, enquanto este é o negócio
jurídico mais solene do país, com todos seus efeitos projetados na
própria lei (a partir da consumação), a união livre é apenas um ato-
fato jurídico que poderá vir a configurar uma relação jurídica, e, em
se chegando a isso, produzirá seus múltiplos efeitos, mas em
intensidade inferior (Porto, 2010).

e) declaração em cartório, até mesmo por instrumento público, é meio


hábil a provar a condição de companheiro?
Não. Não se confunde com o reconhecimento administrativo da união, que tem,
dentre seus requisitos, a presença de advogado.

f) como se dissolve a união estável?

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.....................................................................................................................................
g) por último, recomenda-se a leitura do artigo “União estável sob os
ângulos da informalidade e da prova”, publicado, dentre outras, nas
revistas jusnavigandi (virtual), Multitemas e Bonijuris (distribuição em
nível nacional). Esse material está disponível na Xerox do Bloco “C”.

73
(Sol poente – Tarsila – 1929)

“Eu visto a camisa da Católica, e você?”

OBJETIVO nº 13
Conhecer as disposições gerais de regime de bens (Cp)

ROTEIRO
1. Definição
2. Disposições legais
3. Princípios
4. Administração
5. Pacto antenupcial

DESENVOLVIMENTO
1. Definição (Paisagem com touro – 1925 – de Tarsila)

74
É o estatuto que regula os interesses patrimoniais dos cônjuges durante o
matrimônio – Silvio Rodrigues. Na mesma linha, Gonçalves e Venosa.

1.1 Comentários
a) o móvel principal da vontade dos cônjuges é a afetividade. A
patrimonialidade é um aspecto secundário;

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.....................................................................................................................................
b) apenas o fim da sociedade conjugal faz sobressaltar a importância
do regime de bens;

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.....................................................................................................................................
c) as definições doutrinárias merecem um reparo: não se aplica só aos
cônjuges, mas também aos companheiros, na união estável.

....................................................................................................................................

2. Disposições legais: Arts. 1.639 a 1.688.

3. Princípios
a) da livre estipulação (Art. 1.639);
É a regra. Limites dessa autonomia: ordem pública (Art. 1.641, por ex.) + moral +
bons costumes.
.........................................................................................................................................
b) da irrevogabilidade relativa (Art. 1.639, § 2º);
75
b1) Como era no sistema de 1916?
................................................................................................................................................................

b2) Por que falamos irrevogabilidade relativa?

....................................................................................................................................

.....................................................................................................................................
b3) Gonçalves: a regra ainda é a imutabilidade – Por quê?
Segurança jurídica, refletida na garantia aos próprios
cônjuges ou companheiros e para terceiros.

b4) Logo, a exceção é a modificação. Requisitos (Art. 1.639, § 2º):

pedido motivado, de ambos


+
apuração da procedência das razões invocadas (1)
+
garantia de eventuais direitos de terceiros (2)
+
em ação judicial
1 – a boa-fé não é presumida, pois se trata de situação excepcional.
2 – por meio de verificação de inexistência de dívida, e de ampla publicidade, sendo
que esta se faz (Maria Helena e Enunciado 113 do STJ) através de:
- averbação no Registro Civil das pessoas naturais;
76
- averbação no Registro de imóveis do domicílio;
- averbação no Registro Público de empresas mercantis (se ao menos um dos
cônjuges ou companheiros é comerciante).

c) da variedade de regimes;
Está contido no princípio da livre estipulação ou da autonomia dos nubentes, e
consiste em silenciar (vigorará o regime legal ou supletivo – Art. 1.640 + Art. 1.725),
escolher um dos regimes típicos ou mesmo combinar características desses regimes.

4. Administração
O regime de bens pode apresentar disposições de duas naturezas:
a) as convencionais;
....................................................................................................................................

.....................................................................................................................................

b) as legais (Arts. 1.642 e s.)

....................................................................................................................................

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5. Pacto antenupcial
5.1 É o contrato solene e condicional, por meio do qual os nubentes convencionam
acerca do regime de bens.
Por que solene?
.........................................................................................................................................
Por que condicional?
77
.........................................................................................................................................
5.2 Características
a) menores serão assistidos (Art. 1.654);
b) sua validade depende de observação às limitações;
.....................................................................................................................
c) efeitos erga omnes somente a partir do assento no Registro
competente (Art. 1.657).
c1) é possível falar em regimes interno e externo? (Gonçalves);

...............................................................................................................

...............................................................................................................

...............................................................................................................

d) que são aquestos?


.....................................................................................................................

.....................................................................................................................

OBJETIVO nº 14
Conhecer os regimes em espécie (Cp)

ROTEIRO
1. Separação obrigatória de bens (Art. 1.641)
78
2. Separação de bens (Arts. 1.687 e 1.688)
3. Comunhão parcial de bens (Arts. 1.658 e s.)
4. Comunhão universal de bens (Arts. 1.667 e s.)
5. Participação final nos aqüestos (Arts. 1.672 e s.)
6. Regime de bens na união estável (Art. 1.725)

DESENVOLVIMENTO

1. Separação obrigatória de bens (Art. 1.641)


É o regime que, com o intuito protetivo, o Estado impõe a pessoas que se encontram
em determinadas situações jurídicas.

1.1 Hipóteses legais – aplica-se aos casos em que:


I – há inobservância às causas suspensivas;
Neste caso, visa à proteção por um lado, e por outro à sanção dos nubentes.

II – um, ou ambos os nubentes, é maior de 70 anos por ocasião das núpcias;


Pretende a proteção do idoso, que possivelmente já adquiriu algum patrimônio e
necessita conservá-lo. Para Silvio Rodrigues essa tutela estatal é “atentatória da
liberdade individual”.

III – casamento sob alvará judicial;


Visa à proteção dos menores.

1.2 Na prática, nem sempre a imposição do regime importa em proteção.


Daí a Súmula nº 377, do STF: princípio da vedação do enriquecimento sem causa.
Para Venosa, deve ser mantida a orientação sumulada.

79
.........................................................................................................................................

.........................................................................................................................................

1.3 Como opera referido regime?


Há duas massas patrimoniais distintas, formadas por cada cônjuge, que compreende
os bens presentes e os bens futuros, ou seja, a massa de João, por exemplo, será
formada pelo patrimônio que ele eventualmente possuía ao se casar e pelo que ele
adquiriu durante o casamento. Essa massa, particular, é por ele administrada com a
mais ampla autonomia. Em verdade, a regra é que nesse regime a sociedade
conjugal não diz respeito aos bens; quer-se dizer, é uma sociedade que compreende
outros aspectos, mas não o patrimonial.
1.4 A exceção contida no § 2º do Art. 1.639 (mudança de regime), aplica-se ao
regime obrigatório?
.........................................................................................................................................

.........................................................................................................................................

2. Separação convencional de bens (Arts. 1.687 e 1.688)


Regime com a mais ampla autonomia (Art. 1.647), onde a incomunicabilidade
patrimonial resulta da vontade expressa das partes.
2.1 Semelhanças e diferenças:
a) opera tal qual no regime de separação obrigatória, mas aqui a
separação é desejada;
b) logo, neste há pacto antenupcial ou contrato de convivência;
c) tanto na separação obrigatória quanto na convencional aplica-se a
Súmula 377, ensinam Venosa, Gonçalves e Matiello;

80
d) o de separação obrigatória é também chamado de separação legal;
já o de separação convencional pode ser chamado apenas de
separação de bens;
e) o Art. 1.647 usa a expressão “separação absoluta”, e esta faz
referência tanto a um quanto a outro.
2.2 Características
a) há duas massas de bens que não se comunicam em momento algum;
b) cada cônjuge (ou companheiro) administra livremente seu patrimônio
(Art. 1.687);

.....................................................................................................................

....................................................................................................................
c) as despesas cabem a cada um em per si, na proporção de suas forças
patrimoniais (Art. 1.688);

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.....................................................................................................................
d) há um descompasso entre o regime e a comunhão que do casamento
se espera, critica a doutrina (Art. 1.511);

.....................................................................................................................

.....................................................................................................................

3. Comunhão parcial de bens (Arts. 1.658 e s.)

81
É o regime que vigora quando não há vontade expressa (Art. 1.640 e Art. 1.725).
Logo, nele não há pacto antenupcial.

....................................................................................................................................

.....................................................................................................................................
3.1 Idéia-base
A idéia-base consiste em separar os bens presentes e criar uma comunicabilidade
quanto aos bens futuros. É a chamada comunhão dos aqüestos.
3.2 Outras denominações
O presente regime, dada a vontade presumida pela lei, é também chamado regime
legal, regime supletivo e regime legal supletivo. Tornou-se regime legal com o
advento da Lei nº 6.515/77.
Não se confundem as expressões regime legal e separação legal. Qual a diferença?

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3.3 Bens que não entram na comunhão – ver Art. 1.659 + Art. 1.661

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.............................................................................................................................
3.4 Bens que entram na comunhão – ver Art. 1.660

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82
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............................................................................................................................
3.5 Como opera a administração? – ver Arts. 1.663, 1.665 e 1.666

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.....................................................................................................................................

4. Comunhão universal de bens (Arts. 1.667 e s.)


É o regime escolhido expressamente por aqueles nubentes que desejam a comunhão
de todos os bens, presentes e futuros.

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.....................................................................................................................................
4.1 Características
a) como explica Venosa, por razões de ordem histórica e moral, fora o
regime legal desde as Ordenações Filipinas;
b) afinal, era o regime que melhor se coadunava com a idéia de
comunhão exigida pelo conúbio;
c) só deixa de ser o regime presumido (legal) com o advento da Lei nº
6.515/77;
d) para Washington, era o regime “dos caça-dotes e das pescadeiras de
maridos ricos”.
4.2 Administração

83
Mesma orientação do regime de comunhão parcial (ver Arts. 1.670 + 1.663, 1.665 e
1.666).
4.3 Não entram na comunhão
Fugindo à regra, não entram na comunhão: Art. 1.668. E os frutos desses mesmos
bens?
Direitos patrimoniais de autor também não se comunicam, salvo os rendimentos (Lei
nº 9.610/98, Art. 39), lembra Venosa.

5. Participação final nos aqüestos (Arts. 1.672 e s.)


É o moderno regime em que os nubentes optam por um regime híbrido, em que há
separação de bens durante a união conjugal, mas compartilham os aquestos com o
fim da sociedade.

5.1 Ideia-base
É praticamente a combinação de dois regimes tradicionais: separação de bens +
comunhão parcial. Os bens presentes não se comunicam. Os bens futuros seguem a
idéia de separação patrimonial, com autonomia na administração, mas, em
sobrevindo o fim da sociedade *conjugal, verifica-se a conquista patrimonial de
cada **cônjuge no período da sociedade, somam-se essas conquistas, e o montante é
dividido ao meio. Observe que essa participação ao final (daí o nome do regime) tem
a idéia do regime de comunhão parcial.
* ou união estável **ou companheiro
5.2 Características
a) a doutrina o chama de regime híbrido;
b) durante a sociedade vigora a autonomia na administração, exceto
quanto aos bens imóveis, se assim não for convencionado no pacto
(Art. 1.656);
c) não entram na partilha os bens listados no Art. 1.674;

84
d) é negócio jurídico extremamente complexo;
e) há regras carentes de clareza, como o Art. 1.677, no entender de
Venosa;
f) Venosa acha, também, que se trata de um regime compatível com
pessoas abastadas e esclarecidas.
Questão: Como ficam os bens adquiridos conjuntamente? (Ver Art. 1.679)

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6. Regime de bens na união estável (Art. 1.725)
A exemplo do casamento, vigora a autonomia dos companheiros. Se estes não se
manifestarem, aplica-se o regime de comunhão parcial.
6.1 Contrato de convivência
Corresponde ao pacto antenupcial no casamento, mas não lhe é exigida a forma e
ocorre a qualquer momento, durante a união estável. É um contrato escrito.

Questão: referido contrato está sujeito às limitações do pacto antenupcial?

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Outra questão: e se ao invés de um contrato de convivência, existirem vários
contratos?
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85
“Eu visto a camisa da Católica, e você?”

OBJETIVO nº 15
Compreender dissolução da sociedade e do vínculo conjugal (Cp)

ROTEIRO
1ª Parte: Introdução

1. Idéias iniciais: sociedade conjugal X casamento (Mulher sentada-dec. 20-Di Cavalcanti)

2. O que é desquite?
3. Dissolubilidade do vínculo conjugal

2ª Parte: Dissolução da sociedade conjugal


4. Espécies de separação – classificação doutrinária e requisitos, até a EC 66/2010
5. Nova classificação, com o advento da EC 66/2010

3ª Parte: Dissolução do casamento


6. Sistemas de rompimento: monofásico e bifásico
7. Fenômenos que rompem: morte e divórcio
8. Nova classificação – O novo divórcio

4ª Parte: Observações supervenientes

DESENVOLVIMENTO

1ª Parte: Introdução

1. Ideias iniciais: sociedade conjugal X casamento

86
Sociedade conjugal é o complexo de direitos e obrigações que formam a vida em
comum dos cônjuges – Gonçalves.
Questões:
- todo fenômeno capaz de desfazer a sociedade, desfaz o vínculo conjugal?

....................................................................................................................................

.....................................................................................................................................
Observação: o rompimento da sociedade conjugal acarreta o fim dos deveres de
coabitação e de fidelidade, assim como põe fim ao regime de bens (Art. 1.576), mas o
vínculo conjugal (casamento) permanece até a morte ou o divórcio.
- sempre que é desfeito o casamento é desfeita a sociedade conjugal?

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.....................................................................................................................................
2. O que é desquite?
Comentário à lição de Silvio Rodrigues...
Termo genuinamente brasileiro para se referir ao fim da sociedade conjugal.

3. Dissolubilidade e Estado laico


O Estado laico nasce com a República – Separatismo – Estado X Igreja

....................................................................................................................................

.....................................................................................................................................

2ª Parte: Dissolução da sociedade conjugal


87
4. Espécies de separação – classificação doutrinária e requisitos, até a EC 66/2010
(Com base no meio utilizado para por fim à sociedade conjugal)
Assim, a separação pode ser:
a) de fato
- O que é?
.................................................................

..................................................................

- Segurança jurídica?
(Abaporu – 1928 – Tarsila do Amaral)

.....................................................................................................................

.....................................................................................................................
- Essa separação permanece com a EC 66/2010?
........................................................................................................................................

........................................................................................................................................
b) de direito
- O que é?
.....................................................................................................................

.....................................................................................................................

A separação de direito, por sua vez, pode ser: (quanto à via)


a) administrativa
- O que é?
.....................................................................................................................
88
Requisitos:
- consenso;
- filhos maiores e capazes ou ausência de prole;
- consenso quanto à partilha patrimonial, ao uso do nome e aos
alimentos;
- representação por advogado;
- observação de prazo legal (+ de 1 ano);
- por escritura pública.

- Há previsão em nosso sistema, ou seja, o Art. 1.124A, do CPC, está em


vigor?
.....................................................................................................................

.....................................................................................................................
b) judicial
- O que é?
.....................................................................................................................
(Com base na vontade dos cônjuges)
Já a separação judicial pode ser:
a) consensual (ou amigável, ou por mútuo consenso) – Art. 1.574, CC +
Arts. 1.120 e s., CPC + Lei nº 6.515/77, Arts. 34 e s.

Requisitos:
- consenso
- casamento com mais de 1 ano
Observações:
- São juntados os documentos: certidão de casamento + escritura de
pacto antenupcial + certidão de nascimento dos filhos;

89
- Guarda (Arts. 1.583 e s.), direito de visita (Art. 1.589) e partilha
patrimonial feitos amigavelmente, sendo homologados pelo juiz;
- Intervenção do MP;
- Juiz homologa (desde que não haja dúvida sobre o livre consenso).

Questão: a separação consensual ainda existe?


.........................................................................................................................................

b) litigiosa
(Com base na causa)
A separação litigiosa poderá ser:
a) separação-sanção (Art. 1.572, caput + Lei nº 6.515/77, Art. 34, parte
final)
Única com discussão de culpa.

- Em que consiste a culpa? Ver Arts. 1.572 + 1.566 + 1.573

.....................................................................................................................

.....................................................................................................................

Questão: o direito moderno tende a manter a discussão de culpa na dissolução da


sociedade? Qual a orientação do STJ?
.........................................................................................................................................

.........................................................................................................................................

.........................................................................................................................................
Requisito único:
90
- violação dos deveres conjugais
Sanção ao cônjuge culpado:
- perda do direito a alimentos – ver Arts. 1.694, § 2º + 1.704, parágrafo
único;
- perda do direito ao sobrenome – ver Art. 1.578.

b) separação-falência (Arts. 1.572, § 1º + Lei nº 6.515/77, Art. 34,


parte final)
.....................................................................................................................
Requisitos:
- separação de fato;
- ruptura há + de 1 ano;
- impossível reconciliação.

c) separação-remédio (Art. 1.572, § 2º + Lei nº 6.515, Art. 34, parte


final)
.....................................................................................................................
Requisitos:
- doença mental grave;
- doença manifesta pós-casamento;
- torne impossível a vida em comum;
- doença com mais de 2 anos de duração;
- doença reconhecida como de cura improvável.

Nossa sistemática prevê a separação judicial litigiosa, em suas diversas formas,


sanção, falência e remédio?

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91
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5. Nova classificação, com o advento da EC 66/2010


Hoje a separação pode ser:
a) de fato: aquela levada a efeito sem o conhecimento do Estado;
b) de direito, unicamente como medida acautelatória, ou seja, somente é admitida
uma espécie de separação jurídica, denominada separação de corpos (Art.
1.562).
Observação: como visto, a separação rompe a sociedade, sem romper o vínculo
conjugal, ou seja, o casamento.
O rompimento da sociedade acarreta o fim dos deveres de coabitação e de
fidelidade, assim como põe fim ao regime de bens (Art. 1.576).

3ª Parte: Dissolução do casamento

6. Sistemas de rompimento: monofásico e bifásico


- Quando é monofásico?
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- Quando é bifásico?
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- Por que muitos países adotaram o sistema bifásico?
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- Qual o sistema brasileiro atual?
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92
7. Fenômenos que rompem o vínculo conjugal: morte e divórcio
- Pessoas separadas podem restabelecer a sociedade conjugal?
.........................................................................................................................................
- Existe divórcio de fato?
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8. Nova classificação – O novo divórcio


Observações: até a EC 66/2010, o divórcio podia ser direto ou conversão. Qual era a
regra?
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A EC 66/2010, pautada nos princípios da dignidade da pessoa e da economia
processual, criou o divórcio direto, eliminando, assim, o pedágio da separação, que
acarretava um ônus desnecessário à Justiça e sobrecarregava os divorciandos,
mormente no aspecto moral.
Sobre esse aspecto moral, veja trecho do artigo “O novo divórcio brasileiro” (Porto,
2010): quanto mais entraves burocráticos e quanto mais tempo houver na
prorrogação do rompimento do núcleo familiar falido, maior será a fadiga de todos
os envolvidos no processo: consortes, filhos e demais familiares. Minorar essa fadiga
de alma é questão de observar, sobretudo, o princípio da dignidade da pessoa
humana (Art. 1º, inc. III, da Constituição Federal).

O divórcio pode ser: (quanto à via)


a) administrativo;
Requisitos:
- consenso;
- filhos maiores e capazes ou ausência de prole;
93
- consenso quanto à partilha patrimonial, ao uso do nome e aos
alimentos;
- representação por advogado;
- por escritura pública.
Observações: veja que caem a separação prévia e o prazo exigido pela
Lei nº 11.441, de 04 de janeiro de 2007.
Nesta modalidade não há intervenção do MP nem homologação judicial.
- Esta espécie de divórcio valoriza o papel do advogado?

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b) judicial (Art. 40, da Lei nº 6.515/77).


Este opera em juízo, podendo ser:
b1) consensual (Arts. 1.120 e s., CPC + Lei nº 6.515/77, Art. 40);
Modalidade que exige amplo consenso (como o administrativo) mas
permite a presença de prole incapaz. Haverá intervenção do MP e
homologação judicial.

b2) litigioso (Lei nº 6.515/77, Art. 40, § 3º).


Sem discussão de culpa, sob a simples alegação de que o convívio
tornara-se impossível. Conforme dito, há a tendência em desaparecer a
discussão de culpa, consoante opinião de Venosa. Alguns, a exemplo de

94
Lôbo, entendem que a EC 66/2010 teria colocado fim, definitivamente, à
discussão de culpa no rompimento do núcleo familiar.

Tanto o divórcio administrativo quanto o judicial (consensual ou


litigioso) exigirão a anexação de documentos essenciais:
- certidão de casamento;
- pacto antenupcial (se houver);
- certidão de nascimento dos filhos.

4ª Parte: Observações finais e questões de aprofundamento


1) por se tratar de ação de estado, o MP sempre intervém (Art. 82, II, CPC).
Entretanto, no divórcio administrativo não há participação do MP;

2) qual a diferença fundamental entre o divórcio administrativo e o divórcio judicial


consensual, quanto à presença de prole?

3) restabelecimento da sociedade conjugal a qualquer tempo (Art. 1.577);

4) são ações personalíssimas (intuitu personae), tanto a de separação de corpos


quanto a divorcista (Arts. 1.576, parágrafo único e 1.582);
5) o divórcio não altera o poder familiar, nem novo matrimônio (Art. 1.579 + Art.
1.632 + Art. 1.636);
6) vigora o princípio da prevalência do interesse do menor (Arts. 1.583 e s.);
Questão: o que é guarda compartilhada? Há previsão em nosso sistema?

95
7) é possível a separação de corpos, como medida acautelatória (Art. 1.562);
8) o NCC derrogou a Lei nº 6.515/77: entretanto, a processualística foi recepcionada;
9) os divorciados podem convolar novas núpcias, quantas vezes quiserem, inclusive
entre si;
10) a simples separação de fato desimpede os cônjuges para o estabelecimento de
união estável (Art. 1.723, § 1º);
11) a partilha não é requisito para o divórcio, embora na prática não se faça divórcio
sem partilha (Art. 1.581);
12) feita a separação ou o divórcio, haverá averbação no Registro Civil (Art. .124,
CPC);
13) a morte, não só a real, como também a presumida, rompem o vínculo conjugal,
pois extingue a personalidade da pessoa natural;

14) ler artigo depositado na página do professor e/ou na xerox (O novo divórcio
brasileiro) e resolver questionário pertinente (depositado na página).

OBJETIVO nº 16
Compreender poder familiar e tutela (Cp)
ROTEIRO
1ª Parte: Poder familiar
1. Definição
2. Comentários à expressão
3. Titularidade
4. Conteúdo e princípios orientadores
5. Atributos (Menina lendo–dec. 1930-Anita Malfatti)

6. Natureza jurídica
7. Extinção e suspensão do poder familiar
96
2ª Parte: Tutela
8. Definição
9. Espécies
10. Natureza jurídica
11. Exercício da tutela
12. Garantia da tutela
13. Incapazes de exercer a tutela
14. Hipóteses de escusa
15. Cessação da tutela (A menina de rosa e os elementos da natureza-dec. 1930-idem)

3ª Parte: Comparação

(Menino com pião-Portinari)

DESENVOLVIMENTO

1ª Parte: Poder familiar

1. Definição
Conjunto de direitos e deveres atribuídos aos pais, no tocante à pessoa e aos bens
dos filhos menores – Gonçalves.

97
2. Comentários à expressão
- Poder familiar (Arts. 1.630 e s.);
- Substitui a expressão pátrio poder;
- Portugal: poder paternal (Arts. 1.877 e s.);
- franceses e estadunidenses: autoridade parental.

3. Titularidade
- Sistema anterior: pai;
- Sistema atual: ambos, em igualdade (Art. 1.631);
- Na falta de um dos pais, o outro (Art. 1.631, parte final);
- Na divergência: via judicial (Art. 1.631, parágrafo único);
- Separação, divórcio e dissolução de união estável = não alteram a titularidade
(Art. 1.632).

4. Conteúdo e princípios orientadores


- Conteúdo = Art. 1.634 + Arts. 1.689 a 1.693;
- Princípios: da função social da família e da paternidade responsável.

5. Atributos
Por ser direito personalíssimo, apresenta-se:
- irrenunciável;
- indelegável;
- imprescritível;
- indivisível (o exercício é divisível);
- inalienável.
6. Natureza jurídica: munus publicum
7. Extinção, suspensão e perda do poder familiar
98
a) extinção: Art. 1.635, I a IV;
- é definitiva.
- atinge toda a prole, se morre o titular.
- não decorre de abuso do poder familiar.
- ocorre ipso iure.
b) suspensão: Art. 1.637 e seu parágrafo único (efeito secundário da
pena) + alienação parental*;
- é temporária.
- pode atingir apenas parte da prole, no caso do Art. 1.637.
- decorre de abuso do poder familiar.
- é medida excepcional.
- por processo judicial.

* alienação parental é a síndrome que consiste na campanha


difamatória que um genitor ou outro parente faz em relação ao outro
genitor, sendo mais comum o guardião difamar o não guardião,
deteriorando as relações com o menor, podendo chegar ao ponto de
destruir o vínculo socioafetivo paterno-filial ou materno-filial, assim
como outros vínculos importantes do menor, como, por exemplo,
aqueles com o padrasto.

c) perda: Art. 1.635, V e Art. 1.638;


- é definitiva.
- atinge toda a prole.
- decorre de reiteração de abuso do poder familiar.
- é medida extremamente excepcional.
- por processo judicial.

99
7.1 Algumas observações:
- Silvio Rodrigues: tem mais a natureza de proteção ao menor, que de sanção aos
pais.
- Procedimento: ampla defesa ao pai acusado de abuso – Arts. 155 e s., ECA.

2ª Parte: Tutela

8. Definição
Complexo de direitos e obrigações conferidos pela lei a um terceiro, para que
proteja a pessoa de um menor, que não se acha sob o poder familiar, e administre
seus bens – Maria Helena.

9. Espécies
a) testamentária (Art. 1.729);
- por testamento ou outro documento autêntico.

b) legítima (Art. 1.731);


c) dativa (Arts. 1.732 e 1.734);
- nem houve nomeação, nem há parentes, ou há, mas não estão aptos.

d) irregular (ou de fato);


-não produz efeitos. Mera gestão de negócios, leciona Washington.
e) ad hoc;
- também chamada de provisória ou especial, ocorre para determinado
ato ou quando há colisão de interesses.
10. Natureza jurídica: munus publicum.

11. Exercício da tutela: Arts. 1.740 e s.


- conteúdo: Arts. 1.740 + 1.747 + 1.748.
100
- inspeção judicial: Art. 1.741.
- protutor (do dir. português, Art. 1.955) – NCC: Art. 1.742.

- responsabilidade do juiz: Art. 1.744.

- responsabilidade do tutor: Art. 1.752, 1ª parte.

- responsabilidade do protutor: Art. 1.752, § 2º.

- é pessoal e indelegável, exceto Art. 1.743.

- remuneração módica para tutor e protutor (Art. 1.752).

- reembolso por gastos (Art. 1.752).

12. Garantia da tutela


Pode ser exigida caução ao tutor – Art. 1.745 parágrafo único.

13. Incapazes de exercer a tutela


Art. 1.735: conflito de interesses, inimizade, cometimento de crimes contra o
patrimônio, desonestidade etc

14. Hipóteses de escusa


Incapacidade para exercer a tutela X escusados de exercer a tutela

Hipóteses de escusa: Art. 1.736.


15. Cessação da tutela

101
O encargo dura, em regra, 2 anos (Art. 1.765), mas pode cessar nas hipóteses dos
Arts. 1.763 e 1.764.
3ª Parte: Comparação
Dantemão, diga-se que são incompatíveis. Daí a doutrina dizer que a tutela é
sucedâneo do poder familiar (Maria Helena, Venosa, Silvio Rodrigues, Gonçalves).
PODER FAMILIAR X TUTELA
Mais amplo Restrições
confiabilidade dos pais é presumida não se presume a confiabilidade
não há prestação de contas há prestação de contas
não há fiscalização fiscalização por juiz e protutor
tem usufruto legal sem usufruto
encargo definitivo encargo temporário
tem poder de correção sem poder correcional (Art. 1.740, II)

OBJETIVO nº 17
Identificar o instituto da curatela (Cp)

ROTEIRO
1. Definição
2. Natureza jurídica
3. Finalidade
4. Sujeitos à curatela
5. Legitimidade para requerer a interdição
6. Exercem a curatela
7. Exercício da curatela
8. Sentença de interdição: efeitos

DESENVOLVIMENTO
(Anjo – sem data – Tarsila do Amaral)

102
1. Definição
A curatela constitui um poder assistencial ao incapaz maior, completando-lhe ou
substituindo-lhe a vontade – Venosa.
1.1 Comentários
- curador vem de curare = cuidar;
- “completando-lhe ou substituindo-lhe a vontade”?

- só incapaz maior?

2. Natureza jurídica: munus publicum

3. Finalidade
Proteger o incapaz, garantir a preservação dos negócios jurídicos, sendo que o foco
principal é o aspecto patrimonial.
3.1 Comentários
Sempre que possível, promover a recuperação da saúde do curatelado (Art. 1.776)

4. Sujeitos à curatela
Arts. 1.767 (incapazes) + 1.779 (nascituro) + 1.780 (capaz = NCC)

Velhice não é causa, assim como cegueira e analfabetismo. Na velhice há muitas


doenças que causam fragilidade, mas que nem sempre causam incapacidade. Sempre
considerar que a doença do idoso pode trazer a redução da capacidade volitiva, mas
não a velhice propriamente.

103
5. Legitimidade para requerer a interdição
Arts. 1.768 e 1.769.
Questão: o companheiro tem legitimidade (Art. 1.775)?

Outra: o MP é defensor do interditando (Art. 1.770)?

E mais uma: o juiz deve ouvir o incapaz (Art. 1.771)?

6. Exercem a curatela
Art. 1.775.
A doutrina chama as hipóteses legais de curatela legítima, exceto o § 3º, curatela
dativa.

7. Exercício da curatela
Art. 1.781.
Portanto, aplicação de normas subsidiárias (exceto limites da curatela) + Art.
1.783.

8. Sentença de interdição: efeitos


Art. 1.773: produz efeitos antes mesmo do trânsito em julgado, ex nunc.
Questões:
a) a interdição pode ser graduada, ou é sempre absoluta?

b) como ficam os negócios jurídicos anteriores à interdição?

104
(Favela-Cândido Portinari)

OBJETIVO nº 18
Compreender filiação e presunção legal de paternidade(Cp)
ROTEIRO

1ª Parte: filiação
1. Definição
2. Princípio da igualdade
3. Distinguir X discriminar
4. Classificação

2ª Parte: presunção legal


5. O que é?
6. A quem assiste? Isto é distinguir ou discriminar? (Maternidade-dec. 20-Di Cavalcanti)

7. Princípio
8. Comentários às hipóteses legais (Art. 1.597): aplica-se à união estável?
9. Inseminação artificial: homóloga ou heteróloga
10. Comentários ao Art. 1.599
11. Matéria legislativa inacabada

105
12. Fenômeno da desbiologização e paternidade socioafetiva: trato + fama + nome
(Art. 1.614)
13. Paternidade socioafetiva e direito a conhecer a origem biológica (STF)

3ª Parte: ações de estado e reconhecimento


14. Ação negatória de paternidade
15. Ação negatória de maternidade
16. Filiação extraconjugal e reconhecimento
DESENVOLVIMENTO

1ª Parte: filiação
1. Definição
É a relação de parentesco consanguíneo, em primeiro grau e em linha reta, que liga
uma pessoa àquelas que a geraram, ou a receberam como se a tivessem gerado –
Silvio Rodrigues.

2. Princípio da igualdade: Art. 227, § 6º, CF.

3. Distinguir X discriminar
Luis Edson Fachin ensina que distinguir é possível. A distinção não atinge a
dignidade da pessoa, apenas diferenciando-a em razão da situação jurídica em que
ela se encontra.

4. Classificação
Para fins meramente didáticos, a filiação, quanto à origem, classifica-se em:
a) legítima – concebida no casamento;
b) natural;

106
Esta pode ser singela (pais desimpedidos), incestuosa (há impedimento
matrimonial decorrente de parentesco) e adulterina (de pai ou pais
adúlteros);
c) adotiva.

Questão: essa classificação distingue ou discrimina?

(Retirante Grávida-1945-Portinari)

2ª Parte: presunção legal de paternidade

5. O que é?
É a presunção relativa de que o filho concebido de mulher casada, é de seu marido,
onde referida presunção opera como proteção da prole.
Nos tempos atuais, ainda que o filho não seja concebido pela mulher casada, dadas
as técnicas de reprodução, ainda assim vale a presunção.
6. A quem assiste?
As hipóteses legais de presunção só operam em favor dos filhos concebidos na
constância do casamento. Referida presunção não se estende à união estável?

Questão: Isto é distinguir ou discriminar?

7. Princípios
- pater is est quem nuptiae demonstrant. É o próprio princípio da presunção legal de
paternidade, que atribui a paternidade ao homem casado com a mulher que
concebeu, em todas as hipóteses legalmente previstas.

107
Esse princípio é absoluto?
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- mater semper certa est

Questão: referidos princípios estão mais fortes ou mais desfigurados, em relação ao


direito romano?

8. Comentários às hipóteses legais (Art. 1.597)


- Incs. I e II: critério biomédico – paternidade biológica.
- Incs. III e IV: paternidade jurídica.
- Inc. V: paternidade socioafetiva (que também é jurídica).
9. Inseminação artificial: homóloga ou heteróloga
Comentar as possibilidades.

10. Comentários ao Art. 1.599 (Ir ao item 12)


Questão: referido dispositivo afasta a presunção legal de paternidade em todas as
hipóteses?

Outra questão: referido dispositivo está alinhado com a paternidade biológica ou


com a paternidade socioafetiva?

11. Matéria legislativa inacabada


PL nº 90/99.
108
12. Fenômeno da desbiologização e paternidade socioafetiva: trato + fama + nome
(Art. 1.614). Faz referência à posse do estado de filho.
De que se trata? Nosso sistema admite a paternidade socioafetiva?

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Voltar ao item 10!
13. Paternidade socioafetiva e direito a conhecer a origem biológica (STF)
Ante o conflito de interesses, como resolver? O STF nega a paternidade
socioafetiva?

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109
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3ª Parte: ações de estado e reconhecimento

14. Ação negatória de paternidade


Intuitu personae e imprescritível (Art. 1.601). Era assim no sistema de 1916?

15. Ação negatória de maternidade


Também conhecida como impugnação de legitimidade – Art. 1.608. Também pode
ser proposta pela pessoa que deseja desfazer o vínculo filial em relação à mãe,
ensina Venosa.

16. Filiação extraconjugal e reconhecimento


Como os filhos nascidos fora do casamento não têm a presunção legal de filiação,
carecem de ser reconhecidos. O reconhecimento pode ser:
a) voluntário ou espontâneo (Art. 1.609);
b) judicial ou coercitivo (Art. 1.606).
16.1 O reconhecimento:
- é irretratável (Art. 1.610);
- incondicional (Art. 1.613);
- não sujeito a termo (Art. 1.613).
Questão: a filiação pode ser reconhecida após a morte do filho?

110
Outra questão: o filho pode ser reconhecido mesmo antes de nascer? E demandar
pelo seu reconhecimento, pode o nascituro?

Observações:
a) a ação investigatória de paternidade segue o rito da Lei nº 8.560/92.
b) consoante lição de Venosa, a averiguação de paternidade poderá se dar de
ofício (Lei nº 8.560/92, Art. 2º), pelo juiz.

c) a recusa do suposto pai ao exame de DNA, induz presunção juris tantum de


paternidade (Súmula 301, STJ). Essa matéria foi legislada recentemente, embora
desnecessário: Lei nº 12.004, de 29 de julho de 2009.

Art. 1o Esta Lei estabelece a presunção de paternidade no caso de recusa do


suposto pai em submeter-se ao exame de código genético - DNA.
Art. 2o A Lei no 8.560, de 29 de dezembro de 1992, passa a vigorar acrescida do
seguinte Art. 2o-A:
“Art. 2o-A. Na ação de investigação de paternidade, todos os meios legais, bem como
os moralmente legítimos, serão hábeis para provar a verdade dos fatos.
Parágrafo único. A recusa do réu em se submeter ao exame de código genético -
DNA gerará a presunção da paternidade, a ser apreciada em conjunto com o
contexto probatório.”

“Não há didática que resista ao


acadêmico ausente e desorganizado”

111
OBJETIVO nº 19
Compreender o direito e a obrigação alimentar (Cp)

ROTEIRO
1. Conceito
2. Conteúdo
3. Pressupostos
4. Fundamento jurídico dos alimentos
5. Caracteres do direito e da obrigação alimentar
6. Classificação
7. Pessoas obrigadas aos alimentos (Mãe e Filho – 1945 – Portinari)

8. Modos de cumprimento da obrigação alimentar


9. Espécies de garantia da obrigação alimentar

10. Causas de extinção da obrigação


11. Ação de alimentos
12. Observações finais
(Colheita de arroz-1954-Portinari)

DESENVOLVIMENTO
1. Conceito
São prestações para a satisfação das necessidades vitais de quem não pode provê-las
por si – Orlando Gomes.
1.1 Comentários à definição clássica...

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112
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2. Conteúdo
- Art. 2003 do Código Civil português; - Art. 1.920, por analogia.
2.1 Comentários...

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3. Pressupostos
a) existência de vínculo conjugal, de companheirismo ou de parentesco;
b) necessidade do alimentando;
c) possibilidade (econômica) do alimentante;
d) proporcionalidade na equação necessidade/possibilidade (Art. 1.694,
§ 1º - Venosa considera a regra fundamental dos alimentos civis)

4. Fundamento jurídico dos alimentos


Há um duplo fundamento:
a) princípio da dignidade da pessoa humana (CF, Art. 1º, III);
b) princípio da solidariedade familiar (Maria Helena).

5. Caracteres do direito e da obrigação alimentar


113
a) personalíssimo;

b) transmissível: Art. 1.700;


Para não cair na situação em que o herdeiro se torna mero administrador da
herança, Venosa e Matiello entendem que se trata dos alimentos devidos em razão de
vínculo conjugal ou união estável, e apenas no tocante às prestações vencidas e
impagas.

c) incessível em relação ao credor (Art. 1.707);

d) incompensável (Art. 1.707);

e) irrenunciável (1.707);

f) impenhorável (Art. 1.707);

g) imprescritível (ver Art. 206, § 2º);

h) intransacionável;

i) atual;

j) irrestituível;
114
k) variável (Art. 1.699);

l) divisível (Art. 1.698);

m) periodicidade;

n) reciprocidade (Art. 1.694).

6. Classificação
6.1 Quanto à finalidade:
a) provisionais ou ad litem: determinados em medida cautelar,
preparatória ou incidental;

b) provisórios: fixados incidentalmente no curso do processo de


conhecimento ou liminarmente, em procedimento especial (Lei nº
5.479/68), após prova do vínculo;

c) regulares ou definitivos: caráter permanente, por sentença;

d) gravídicos (Lei nº 11.804/08).

Questão: no caso da letra “c”, faz coisa julgada material?


115
6.2 Quanto à natureza:
a) naturais ou necessários: apenas para a subsistência (Art. 1.694, § 2º);
b) civis ou côngruos: mais amplos, visa à manutenção de status,
condição social (Art. 1.694, caput).

Questão: trata-se da exceção ou da regra na atual sistemática? Como era no sistema


anterior?
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6.3 Quanto à causa:


a) voluntários: inter vivos ou causa mortis;
b) ressarcitórios: decorrem de ilícito (Arts. 948, II e 950);
c) legítimos ou legais: estes decorrem do vínculo conjugal, de
companheirismo ou parental (Art. 1.694).

Questão: havendo inadimplência da obrigação alimentar, em qualquer desses casos


cabe a prisão civil?

116
7. Pessoas obrigadas aos alimentos (Art. 1.697)
Interpretando o dispositivo legal:
1ª ideia: trata de alimentos em decorrência do parentesco;
2ª ideia: parentes consaguíneos. E os adotivos?
3ª ideia: ordem preferencial;
4ª ideia: ascendentes + descendentes maiores e capazes + colaterais em
segundo grau;
5ª ideia: dentro da classe, o grau mais próximo prefere ao mais distante;
6ª ideia: embora haja a preferência, é possível a divisibilidade (Art. 1.698).

8. Modos de cumprimento da obrigação alimentar (Art. 1.701 e parágrafo único)


De natureza alternativa, pode ser cumprida:
a) prestando a pensão;
b) hospedando e sustentando: proteção do menor e do incapaz (parágrafo
único) e anuência do credor (Art. 25 da Lei nº5.478/68).

9. Espécies de garantia da obrigação alimentar


Questão: por que a lei se preocupa em criar garantias do cumprimento dessa
obrigação?

Outra questão: o descumprimento tem reflexo penal?

117
Modos de garantia:
a) desconto em folha de pagamento (CPC, Art. 734; Dec.-lei nº
3.200/41, Art. 7º; Lei nº 1.046, Art. 3º, IV);
b) reserva de aluguéis de prédios (Dec.-lei nº 3.200/41, Art. 7º);
c) penhora de vencimentos de magistrados, professores, funcionários
públicos, de soldos de militares etc (CPC, Art. 649, IV);
d) constituição de garantia real ou fidejussória e de usufruto (Lei nº
6.515/77, Art. 21);
e) prisão civil (CPC, Art. 733 e Lei nº 5.478/68, Arts. 19 e 21);
e’) Comentários à prisão civil e questões
- qual o quantum da prisão: CPC – Art. 733, § 1º = 1 a 3 meses, referindo-se a
alimentos provisórios.
Lei de alimentos, Art. 19 = até 60 dias.
Para Maria Helena, nesse conflito aparente de normas, aplica-se a Lei de alimentos
para os alimentos regulares.
Para Gonçalves, aplica-se sempre a medida contida na Lei de alimentos, lição que
preferimos neste ponto. Por quê?

- ao tratar da prisão civil, o § 1º do Art. 19 da Lei nº 5.478/68 fala em “pena


de prisão”. Comentar...

- qual a natureza jurídica da medida?

- a medida fere o princípio constitucional de inocência?

- essa medida deve ser interpretada em sentido amplo ou restrito?

118
- cabe a medida para levar ao cumprimento de obrigações vencidas?

10. Causas de extinção da obrigação


a) morte do alimentando;
b) em regra, o desaparecimento de um dos pressupostos legais (Art.
1.695);
Qual o pressuposto que vindo a desaparecer não leva à extinção da
obrigação?

c) maioridade ou emancipação, no caso dos filhos, cessando em razão do


poder familiar;
d) casamento, união estável ou concubinato do credor (Art. 1.708);
e) procedimento indigno do credor (Art. 1.708, parágrafo único).

Questão: o casamento do devedor de alimentos extingue a obrigação alimentar?

Outra questão: o casamento do devedor poderá alterar a obrigação alimentar?

11. Ação de alimentos


O rito é especial, e está previsto na Lei nº 5.478, de 25 de julho de 1968.

12. Observações finais e questões


a) quem pede alimentos deve atender ao requisito da necessidade. Esse
requisito é exigido para os filhos menores?

b) filho maior, cursando o nível superior, tem alimentos até os 24 anos;


119
c) nascituro tem direito a alimentos?

d) parentes afins têm obrigação alimentar?

e) o doador de alimentos que se faz inadimplente, está sujeito à prisão


civil?

f) os alimentos do nascituro estão sujeitos à demonstração de


necessidade?

g) o inadimplente em alimentos gravídicos está sujeito à prisão civil?

h) como o STJ entende hoje a obrigação alimentar em face de ex-


cônjuge e ex-companheiro?

120
OBJETIVO nº 20
Identificar bem de família (Cn)

ROTEIRO (Nu – dec 1920 – Di Cavalcanti)

1. Origem
2. Conceito
3. Classificação doutrinária
4. Características
5. Exceções à impenhorabilidade

DESENVOLVIMENTO

1. Origem
EUA – Texas, com o objetivo de fixar a população no campo (homestead exemption
act – 1839).

2. Conceito
É o prédio residencial, urbano ou rural, que, por lei ou por vontade das partes, está
a salvo de eventuais credores, com vistas à proteção da família.
Questões:
- O instituto beneficia apenas o casamento, ou também a união estável?

- A união homoafetiva se beneficia do instituto?

- Só os pais, ou um terceiro pode instituir bem de família em prol da família? (ver


Art. 1.714)

3. Classificação doutrinária
a) legal: Lei nº 8.009, de 29 de março de 1990;
121
b) voluntário (ou convencional, ou, ainda, tradicional): Arts. 1.711 e s.

4. Características
a) impenhorabilidade, que não implica em inalienabilidade;
b) objeto: o imóvel devidamente guarnecido, ou o mobiliário apenas, no
caso de locação. Este último caso só diz respeito à modalidade legal;
Questões:
- se o imóvel for suntuoso?

- se no mobiliário houver peças extraordinariamente valiosas, como piano raro e


pintura famosa?

- as plantações são objeto de bem de família (um pomar, ou uma lavoura, por
exemplo)?

- o trator e o arado do pequeno proprietário rural, são objeto?

c) no caso do bem de família voluntário, o objeto deve limitar-se a 1/3


do acervo patrimonial;
d) duração do instituto: enquanto durar a entidade familiar, com a
presença de menores e/ou incapazes (Arts. 1.716 e 1.722);
e) o bem de família voluntário se institui por escritura pública ou
testamento (Art. 1.711)
Questão: e o bem de família legal, como se institui?

5. Exceções à impenhorabilidade. Se a execução resulta de:


a) tributos relativos ao imóvel (Art. 1.715);
122
b) despesas de condomínio (Art. 1.715);
c) créditos de trabalhadores da residência;
d) contribuições previdenciárias dos trabalhadores da residência;
e) pensões alimentícias;
f) hipoteca gravada pela família;
g) fiança concedida em contrato de locação.
Observação:
- as hipóteses “c” e seguintes estão previstas na Lei nº 8.009/90, Art. 3º.

“Não há didática que resista ao acadêmico ausente e desorganizado”

123
OBJETIVO nº 21
Determinar a adoção, com base em suas características e em seus efeitos jurídicos
(Cp)

ROTEIRO
1. Definição
2. Finalidade
3. Histórico
4. Princípios
5. Requisitos
6. Características e efeitos
(Menino com carneirinho-1954-Portinari)

DESENVOLVIMENTO

1. Definição
Ato jurídico pelo qual se estabelece um vínculo fictício de filiação, trazendo para a
família pessoa que geralmente lhe é estranha – com base em Maria Helena.
1.1 Comentários
- adoção e vínculo filial natural.

- parentesco civil.

- “pessoa que geralmente lhe é estranha”?

(Menino com estilingue-1947-idem)

2. Finalidade
Dupla face:
a) dar filhos a quem a natureza negou ou deseja aumentar a prole;
124
b) proteção material e moral do adotando (Art. 43, ECA).

Questão: há um aspecto predominante? Qual?

3. Histórico (algumas notícias)


- Antigüidade: perpetuação do culto.
- Egito: Moisés, o hebreu, foi adotado.
- CC/16: adoção restrita (Art. 377, CC/16) e adoção plena. Adotante maior de
50, e, posteriormente, maior de 30 anos (Art. 368, CC/16).
- Portugal: Art. 1.977, n. 1, ainda possui adoção restrita.
- era revogável (Arts. 373 e 374, CC/16).
- CF/88: igualdade dos filhos (Art. 227, §§ 5º e 6º).
- ECA (Lei nº 8.069/90): efetiva a adoção plena como única forma do instituto.
- CC/02: recepcionou o ECA em todo o texto compatível.
- Lei nº 12.010, de 29 de julho de 2009: retirou a matéria do CC/02, que volta a
ser disciplinada pelo ECA, que recebeu o acréscimo de vários textos, mantida,
porém, a filosofia que desde o início orientou a adoção no ECA.
Basicamente essa Lei provocou as seguintes alterações no CC/02:
a) Art. 4º deu nova redação aos Arts. 1.618 e 1.619, assim como revogou o
parágrafo único do Art. 1.618; o novo texto do Art. 1.618 manda aplicar o
ECA à adoção de crianças e adolescentes; o novo texto do Art. 1.619
recomenda que a adoção de maiores também é judicial e que a ela se aplica, no
que couber, o ECA;
b) Art. 8º revogou os Arts. 1.620 a 1.629. Enfim, o capítulo da adoção foi
revogado, pois dele só restaram os dois primeiros dispositivos, que servem
unicamente para remeter ao ECA (Arts. 39 a 52).

125
4. Princípios
a) da dignidade da pessoa humana;

b) da prevalência do interesse do menor;

c) da solidariedade familiar; e

d) do direito à convivência familiar e comunitária.

5. Requisitos
a) adotante maior de 18 anos (Art. 42, ECA);
Questão: na adoção *conjunta é exigida maioridade de ambos?
*Conjunta é a adoção feita por cônjuges ou companheiros. Em oposição, tem-se a
adoção singular, que é feita por uma só pessoa.

b) diferença de idade (Art. 42, §3º, ECA);


- Itália: diferença mínima – 18 anos; diferença máxima – 40.
- Portugal: adoção plena só para os maiores de 60 (Art. 1.979).

c) consentimento dos pais ou representantes legais (Art. 45, ECA);


- consentimento dispensável (Art. 45, § 1º, ECA).

d) consentimento do adotando maior de 12 anos (Art. 45, § 2º, ECA);


Questão: tem validade jurídica a vontade do adotando nessa idade?

126
Outra questão: se o adotando contar menos de 12 anos (criança) – Art. 28, § 1º,
ECA?

e) processo judicial (como se observa dos Arts. 39 e s. do ECA), com


intervenção do MP;
- menores: juízo da infância e da juventude.
- maiores: juízo da vara de família.
Questão: qual a proposta do PL nº 6.960/02, quanto à adoção de maiores?

f) estágio de convivência, no caso de menores (Art. 46 do ECA);


- conceito e finalidade: período experimental para verificação da compatibilidade
adotante/adotando.
- tempo: livre convencimento do juiz.
- dispensável: adotando já convive com o adotante, sob guarda ou tutela, por tempo
suficiente para a experimentação.
Antes da Lei nº 12.010/09, também era dispensável no caso do adotando menor de 1
ano. Veja como era:
- estágio obrigatório: adoção internacional (por estrangeiro ou brasileiro residente
no exterior - Art. 46, § 2º, ECA). Adotando até 2 anos de idade: mínimo 15 dias.
Maior de 2 anos: mínimo 30 dias.
Hoje (Art. 46, § 3º, ECA): estágio mínimo de 30 dias, na adoção internacional (cai o
critério de idade!).
- estágio facultativo: menores de 1 ano (Art. 46, § 1º, ECA), na adoção doméstica
(nacional).
Hoje (Art. 46, § 1º, ECA): estágio facultativo se já há convívio (cai o critério de
idade!)

6. Características e efeitos
a) irrevogabilidade (Art. 39, § 1º);
127
b) PL nº 6.960/02 - várias alterações, como:
- adoção administrativa de maiores (sugestão de Zeno Veloso).
- adoção singular por pessoa casada ou em união estável, exigirá
consentimento do outro e dos filhos.
c) ato intuitu personae (não se faz por procuração – Art. 39, § 2º, ECA);
d) adoção conjunta só por cônjuges ou companheiros, comprovada a
estabilidade familiar (Art. 42, § 2º, parte final, ECA);
Questão: cônjuges separados judicialmente podem adotar?

e) formas de colocação em família substituta:


guarda + tutela + adoção

Esquema da ordem preferencial legal:


Regra = família natural (Art. 19, ECA)!
Exceção = família substituta, que seguirá essa ordem preferencial:
i) família substituta extensa ou ampliada (Art. 39, § 1º c.c. Art. 25, par. único, ECA);
ii) família substituta nacional (Art. 19, ECA);
iii) família substituta brasileira no exterior (Art. 51, § 2º, ECA);
iiii) família substituta estrangeira de país signatário do Pacto de San Jose (Art. 51, §
2º, ECA);
iv) família substituta estrangeira de países não signatários.
A regra e as exceções são postas com base no princípio do direito à convivência
familiar e comunitária.
Questão: novidade! Que se deve entender por família extensa ou ampliada (Art. 25,
par. único)?

128
Questão: a colocação em família substituta extensa pode ser feita por adoção (Art.
39, § 1º, ECA)?

- a colocação em família substituta estrangeira só pode ocorrer por adoção (Arts. 31


e 52, § 8º, ECA).

- na adoção internacional há requisitos específicos (Arts. 50 e s., ECA), como: i)


consulta prévia aos cadastros da comarca, do Estado-membro e nacional; ii) o
interessado proporá em seu país de origem (país de acolhida, diz a lei – Art. 52) a
habilitação, que, deferida, será remetida à autoridade estadual brasileira (presidente
comissão estadual), com cópia para a autoridade que preside a comissão nacional.

f) adoção post mortem (Art. 42, § 6º, ECA);


Questões:
- o que é?

- é admitida em nosso sistema?

g) extinção do vínculo biológico (Art. 41, ECA);

Questão:
- se um cônjuge ou companheiro adota o filho do outro (enteado), também desaparece
o vínculo parental?

h) pessoa homossexual pode adotar?

129
i) João pode adotar um sobrinho ou um primo? (Art. 42, § 1º, ECA);
Questão: existe algum caso em que irmão adotou irmão?

j) tutor e curador podem adotar o pupilo e o curatelado, feita a prestação


de contas de seus encargos (Art. 44, ECA);
k) a sentença tem natureza constitutiva e efeitos ex nunc (Art. 47, § 7º,
ECA).
Questões:
- que efeitos?

- quando adotam, os pais têm as licenças trabalhistas típicas do nascimento de filhos,


já que a adoção imita a natureza?

- a finalidade protetiva aparece na adoção de pessoa maior de idade?

- que é adoção à brasileira?

-adoção à brasileira versus paternidade socioafetiva. Comente.

130
“Eu visto a camisa da Católica, e você?”

Espero que você tenha caminhado comigo e com o grupo de trabalho, ao


longo desse semestre letivo tão importante. Nosso time cumpriu com 100%
do Programa de Direito de Família! Espero que você também tenha
atingido a meta combinada e tratada em nosso primeiro encontro! Além
do combinado no primeiro dia, vieram minhas provocações ao longo do
caminho, procurando chamar sua atenção e lembrar sua
responsabilidade. Procurando provocar atitudes acadêmicas dignas de
nosso grupo e de nossa Universidade!

Esse material (Manual Esquemático) foi preparado especialmente prá


você, durante minhas férias de janeiro de 2005. Foram 30 dias de
trabalho em pleno período que estava reservado para férias. Anualmente,
tem sido necessário aplicar de três a quatro dias das férias no trabalho de
atualização. Uma coisa é certa, se o que me exigiu trabalhar durante as
férias, foi aproveitado por você durante o semestre letivo, valeu a pena. Se
você confirmou com um “sim” às provocações acima, valeu a pena. Se
você retribuiu meu trabalho com reconhecimento e respeito, valeu mesmo
a pena. Afinal, foi muito importante haver lhe conhecido e tido a
oportunidade de buscar, com todas as forças, a conquista de sua
consideração e de sua amizade. Muito obrigado, meu caro acadêmico!

131
REFERÊNCIAS

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Janeiro: Francisco Alves, 1950. v. 2.
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COTRIM, Gilberto. História e Consciência do Brasil. 7. ed. São Paulo: Saraiva, 2001.
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